Pesquisadores da USP criaram um robô móvel integrado a um videogame para ajudar na reabilitação de fraturas no braço. O sistema monitora os movimentos do paciente enquanto joga e fornece dados ao fisioterapeuta sobre a evolução do tratamento. Testes iniciais mostraram que o robô pode comprovar ganhos da fisioterapia, mas mais pesquisas são necessárias antes de disponibilizá-lo para uso clínico.
1. Saúde na mídia Brasília, 20 de julho de 2011
Folha de S. Paulo/BR
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USP cria robô para reabilitação de fratura
SAÚDE
Aparelho capta movimentos feitos durante exer- professor da Escola de Engenharia da USP de São
cício e permite avaliar evolução do tratamento Carlos, onde foi criado o dispositivo.
com fisioterapia
FUTURO
Paciente é monitorado jogando videogame; sis-
tema, criado para tratar fratura no braço, está em Segundo Caurin, ainda não dá para saber quando esse
fase de testes sistema vai estar disponível na prática clínica.
Mais estudos precisam ser feitos para adequar o pro-
MARIANA VERSOLATO duto às normas da Anvisa (Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária) e de órgãos análogos nos EUA e
DE SÃO PAULO na Europa.
Pesquisadores da USP criaram um sistema robótico O dispositivo foi testado por 15 pessoas da própria
móvel, integrado a um videogame, para ajudar na rea- universidade, para avaliar seu funcionamento e itens
bilitação de pessoas que tiveram fratura no rádio dis- como conforto e segurança. "Quando os trabalhos
tal (osso do antebraço, que vai do cotovelo ao punho). científicos alcançarem uma maturidade maior e os
testes clínicos comprovarem a sua eficácia, po-
Lesões nessa região são comumente encontradas por deremos transferir o robô para uma empresa", diz.
ortopedistas em prontos- socorros, associadas a que-
das sobre a mão, na tentativa de diminuir o impacto. O pesquisador esteve no Laboratório Newman de
Reabilitação Biomecânica, do MIT (Instituto de Tec-
Enquanto o paciente joga videogame com um joys- nologia de Massachusetts), para aprender sobre a
tick (e, assim, faz exercícios de forma lúdica), sen- aplicação do sistema em hospitais.
sores do dispositivo monitoram a execução dos
movimentos. Caurin afirma que o grupo de pesquisa está es-
tudando usar o robô na reabilitação de outras ar-
Dados sobre os exercícios são então enviados para ticulações do braço, da mão, da perna e do pé, para
um computador, para que o fisioterapeuta avalie a diferentes tipos de lesão.
amplitude do movimento, a velocidade e a ace-
leração. Esses dados mostram ao profissional a evo- "O equipamento pode ser programa do para atender
lução do tratamento. outras necessidades. É possível imaginar no futuro
uma 'academia de robôs', para diversos tipos de pro-
"O robô pode comprovar os ganhos da fisioterapia e blema."
se houve melhora ao longo do tempo. A avaliação
qualitativa é substituída por dados, não fica no achis- Gil Lúcio Almeida, presidente do Conselho de Fi-
mo", diz Glauco Caurin, coordenador da pesquisa e sioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São
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Continuação: USP cria robô para reabilitação de fratura
Paulo, elogia a busca de novas tecnologias para a rea- "Um bom clínico consegue avaliar a evolução do pa-
bilitação e diz que outros tipos de robôs são usados ciente, o ganho da força e a volta do controle dos mo-
por pessoas com mobilidade reduzida na AACD, por vimentos. Os mesmos objetivos podem ser
exemplo. alcançados com a prescrição correta de exercícios
simples", afirma ele.
No entanto, ele acredita que o custo de um dispositivo
como o que foi criado pela USP não compensaria |
seus potenciais benefícios. Equipamentos se-
melhantes no exterior custam cerca de US$ 90 mil.
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