O documento discute os riscos do álcool para a saúde de jovens, apresentando: 1) uma pesquisa que indica que o álcool, e não a maconha, é a substância mais comumente usada antes de outras drogas; 2) dados mostrando que a cada 36 horas um jovem morre por intoxicação de álcool; 3) depoimentos sobre como o fácil acesso à bebida contribui para o seu consumo excessivo entre estudantes.
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
Álcool: Riscos Reais e Mortes Precoces
1. Texto 1
Não é a maconha! Álcool é a 'porta de entrada' das drogas, aponta pesquisa
“A maconha é a porta de entrada das drogas". Quem nunca ouviu isso? Bem, agora a
ciência nos ajuda a acabar com esse mito. O álcool é a primeira substância consumida por pessoas
que mais tarde apresentam problemas com o uso de drogas. Esse é o resultado de uma pesquisa
publicada no Journal of School Health, nos Estados Unidos.
Pesquisadores da Texas A&M University e da University of Florida avaliaram os padrões de
uso de drogas nos Estados Unidos ouvindo 2.835 estudantes. A pesquisa informa ainda que o
consumo de álcool entre os jovens, na maioria das vezes, precede do uso de tabaco ou maconha.
Há também uma relação entre a idade em que os jovens começam a consumir álcool e a
predisposição para o abuso de outras substâncias mais tarde.
"Os entrevistados que iniciaram o uso de álcool na sexta série relataram tempo de vida
significativamente maior no uso de substâncias ilícitas e também o uso de substâncias ilícitas mais
frequentes do que aquelas que iniciam o uso de álcool na nona série ou mais tarde". A conclusão
é: "Nossos resultados apontam que quanto mais cedo ocorre o contato com álcool, mais provável
é que as pessoas se envolvam com o uso de substâncias ilícitas no futuro".
http://www.huffpostbrasil.com/2016/01/18/nao-e-a-maconha-alcool-e-a-porta-de-entrada-das-drogas-apont_a_21693351/
Texto 2
Entre a liberdade de manifestação e a criminalidade
A morte do universitário Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, em uma festa em Bauru, no
sábado passado, após a ingestão de 25 doses de vodca, não é uma situação tão incomum no País.
Dados levantados pelo Estado no portal Datasus mostram que, a cada 36 horas, um jovem
brasileiro morre de intoxicação aguda por álcool ou de outra complicação decorrente do consumo
exagerado de bebida alcoólica.
De acordo com informações do Ministério da Saúde reunidas no portal foram, em 2012, 242
mortes na faixa etária dos 20 aos 29 anos causadas por “transtornos por causa do uso de álcool”,
conforme definido na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Considerando todas as faixas etárias, o número de mortes causadas pelo álcool chegou a 6.944 em
2012, quase o dobro do registrado em 1996, dado mais antigo disponível na base Datasus.
Naquele ano, foram 3.973 óbitos associados ao consumo exagerado de bebida. No período, a alta
no número de mortes foi de 74%.
De acordo com especialistas, o número de mortes associadas ao álcool deve ser ainda maior se
computadas as causas secundárias, como doenças provocadas pelo consumo por um longo
período de tempo ou violência associada à ingestão da bebida.
RedaCEM
10.14
Ano/Série: 1ª Ensino Médio Entrega: 05/06/2017
Tema: Os Riscos Reais do Álcool
2. “Se considerados problemas como cirrose hepática ou acidentes causados por embriaguez, por
exemplo, esse dado sobe”, diz Deborah Malta, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças
e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Pesquisadora do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas da Universidade
Federal de São Paulo (Inpad/Unifesp), Clarice Madruga afirma que o consumo excessivo de álcool
em todas as faixas etárias vem crescendo nos últimos anos. Pesquisa da Unifesp mostra que, entre
os brasileiros que consomem álcool, o hábito chamado de “beber em binge”, quando há ingestão
de pelo menos cinco doses de bebida em um período de duas horas, cresceu de 45%, em 2006,
para 59%, em 2012. “E esse abuso é mais comum entre jovens, porque nessa faixa etária é
realmente mais difícil controlar os impulsos. Por isso não se pode culpar a vítima ou os pais. É
preciso que o poder público intervenha na venda de bebida”, defende ela.
A especialista explica que o consumo exagerado de álcool, quando não chega ao ponto de levar à
morte, está associado a uma série de problemas físicos e psíquicos. “No caso da intoxicação, é uma
relação simples. O álcool em excesso paralisa o sistema nervoso e, se a pessoa entrar em coma
alcoólico e não tiver o devido cuidado, pode sofrer a parada cardiorrespiratória. Além disso, o
álcool causa doenças no fígado, perda cognitiva e ainda pode desencadear de forma mais rápida e
mais severa doenças como a depressão e o transtorno de ansiedade.”
Fácil acesso. Estudante de Construção Civil em uma faculdade da capital paulista, J., de 19 anos, diz
que o fácil acesso à bebida colabora para o consumo exagerado. “Eu mesmo estava tentando
beber menos, mas, quando entrei na faculdade, no início do ano, era muita bebida. Os veteranos
passavam com as garrafas e ofereciam, aí não tem como não beber”, conta ele, que começou a
consumir bebida alcoólica aos 14 anos.
Para Clarice, “a situação não vai mudar enquanto o governo não sobretaxar a indústria e proibir
situações como o patrocínio de empresas cervejeiras a festas universitárias”.
A representante do ministério diz que o governo tem feito ações de monitoramento e prevenção
do uso de álcool e que o governo apoia projetos de lei que dificultam o acesso à bebida.
“Esperamos que a lei que criminaliza a venda de bebida para menores de idade entre em vigor o
mais rápido possível”, diz Deborah.
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,a-cada-36h-um-jovem-morre-vitima-de-alcool,1646515
Proposta de Redação
Os textos acima pretendem modificar o senso comum acerca de duas ideias sobre o álcool,
evidenciando essa droga como porta de entrada para drogas mais peadas e como causa direta e
indireta de grande número de mortes. Com base nos dois textos, produza uma dissertação-
argumentativa sobre o seguinte tema: os riscos reais do álcool.
Instruções:
Seu texto terá no mínimo 25 linhas. Formule uma tese sobre o assunto e apresente
argumentos que defendam seu ponto de vista. Para esclarecer esses argumentos, apresente
causas e consequências, exemplos, dados, testemunhos etc. Por fim, elabore uma proposta de
intervenção à problemática discutida.