O documento discute o aumento do consumo de drogas entre mulheres presas em Portugal entre 2001 e 2014, com taxas passando de 33,9% para 45,1%. O tráfico de drogas continua sendo o crime predominante e o consumo de maconha é o mais comum dentro de prisões.
A tendência de 2001 a 2014 foi notória na evolução dos consumos de drogas entre a população prisional feminina
1. Consumo de estupefacientes...
...aumenta
2015/06/30
entre mulheres.
A tendência de 2001 a 2014 foi notória na evolução dos consumos de drogas entre a população
prisional feminina.
O inquérito em meio prisional realizado em outubro de 2014 revela um aumento dos consumos de
droga entre as mulheres de 33,9% em 2001 para 37,4% em 2007 e 45,1% em 2014. Não será
alheio a este facto o aumento de 34,1% do total de mulheres presas nos últimos quatro anos
como mostram as Estatísticas da Justiça Em 2014 atingiu-se o total de 841 mulheres a cumprir
pena, na maioria por tráfico de droga.
Aliás, o relatório ontem divulgado pelo SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos
Aditivos e nas Dependências) sublinha que o tráfico de droga continua a ser o crime predominante
na população reclusa feminina, enquanto já decresce ligeiramente relativamente aos homens.
Comum a ambos os sexos é a tendência de descida do consumo. Por via injetável na prisão
passando de 11,3% em 2001 para 3,1% em 2007 e para 1,1% no ano passado. O questionário
revela também que 80,2% dos reclusos consumidores de alguma substância declaram já ter
consumido alguma vez na vida canábis; 56,2% cocaína, 38,1% heroína e 27,6% ecstasy o que
representa decréscimos em todas estas drogas por referência aos anos de 2001 e 2007.
As prevalências de consumo ao longo da vida são muito mais expressivas entre os presos do que
na população em geral mas a quebra de consumos nas cadeias acompanha as tendências gerais,
refere o inquérito.
Dentro das prisões consome-se especialmente canábis (pelo menos alguma vez) - 18,8% por
cento dos consumidores, - o que é um reflexo do que se passa na sociedade em geral, onde esta é
também a droga mais consumida, em Portugal e no resto da Europa. Logo a seguir à marijuana,
os estupefacientes mais consumidos nas cadeias são os hipnóticos/sedativos (6,4%), a heroína
(5,2%) e a cocaína 5,1%. O relatório revela uma diminuição das infeções por HIV. Mas 1,8% dos
reclusos disse já ter partilhado agulhas/seringas alguma vez na vida e 79,8% declarou nunca ter
usado preservativo em visitas conjugais e 72,1% disse nunca ter usado este método contracetivo
em outros contextos (um retrocesso em relação a 2001 e 2007).
Diário Notícias - 27/06/2015
2. Doenças relacionadas com o tabaco...
2015/06/24
...estão a aumentar!
"Há apenas uma diminuição da incidência das doenças
cardiovasculares associadas ao tabagismo devido às novas
tecnologias, mas a incidência de cancro está a aumentar, tendo-se
registado nos últimos dois anos um aumento de 23 para 25% no
número de fumadores", sublinhou a médica.
Ana Maria Figueiredo, que falava a propósito do Congresso de
Pneumologia do Centro, que se realiza na quinta e na sexta-feira, em
Viseu, salientou que se regista um aumento de fumadores em idades
mais jovens e que o número de mulheres fumadoras se aproxima dos
homens.
Ao longo de dois dias, cerca de 250 participantes vão analisar e debater as "perigosas
alternativas" ao tabaco e rastreio no cancro do pulmão. Segundo a especialista, verifica-se
um aumento do cancro do pulmão e de outros tumores associados ao consumo de tabaco.
A coordenadora da comissão de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
defende uma legislação mais restritiva sobre o tabaco, sem exceções, referindo que "nos
países com legislação mais restritiva existem menos jovens a iniciarem-se no tabagismo".
"Haverá outros fatores para o aumento do número de fumadores, mas precisamos de uma
legislação forte que seja cumprida, que tenha vigilância no terreno", frisou Ana Maria
Figueiredo, que considera "importante os mais jovens viverem num ambiente em que fumar
não é regra".
O Congresso de Pneumologia do Centro visa, segundo a médica, discutir as novas
alternativas ao tabaco, como por exemplo os cigarros eletrónicos, tabaco de mascar ou
cachimbos de água, que são igualmente prejudiciais à saúde.
"A forma saudável de fumar é não fumar", enfatizou Ana Maria Figueiredo, também
pneumologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que espera uma mudança de
paradigma na sociedade portuguesa para que as pessoas sejam informadas dos malefícios de
todas as formas alternativas aos fumadores.
A organização do congresso envolve a cadeira de Pneumologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, o Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, do
Centro de Diagnóstico Pneumológico de Viseu, o Serviço de Pneumologia do Hospital
Universitário de Coimbra e a Associação de Estudos Respiratórios.
Durante a sua realização, serão discutidos temas como a "Tuberculose", "A Terapêutica
antibiótica inalatória", os "Limites da patologia intersticial e do tecido conjuntivo",
"Tabagismo: novas e perigosas alternativas", "Cancro do Pulmão e Asma brônquica" e
"Rastreio no Cancro do Pulmão".
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