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ÍNDICE DAS APOSTILAS
APOSTILA PÁGINA
EXPLOSIVOS
MUNIÇÃO DE AMAMENTO LEVE
MUNIÇÃO DE ARMAMENTO PESADO
CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE DE MUNIÇÕES
MÍSSEIS
DESTRUIÇÃO
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -2-
NDICE DOS ASSUNTOS
Capítulo 01 – Explosivos ............................................................................................... 03
1. Definição .................................................................................................................... 03
2. Velocidade de transformação ..................................................................................... 03
3. Excitação .................................................................................................................... 04
4. Onda explosiva ........................................................................................................... 04
5. Composição ................................................................................................................ 05
6. Classificação .............................................................................................................. 06
7. Propriedades principais dos explosivos ..................................................................... 08
8. Requisitos de um explosivo ....................................................................................... 08
9. Principais explosivos militares .................................................................................. 09
Capítulo 02 – Baixo Explosivos .................................................................................... 11
1. Pólvora negra ............................................................................................................. 11
2. Pólvora coloidal ......................................................................................................... 13
Capítulo 03- Alto Explosivos ......................................................................................... 16
1. Explosivos iniciadores ............................................................................................... 16
2. Explosivos reforçadores ............................................................................................ 17
3. Explosivos de ruptura ................................................................................................ 18
Capítulo 04 – Munições ................................................................................................. 22
1. Introdução .................................................................................................................. 22
2. Classificação .............................................................................................................. 23
3. Encadeamento explosivo ........................................................................................... 24
4. Classificação dos explosivos dentro da cadeia .......................................................... 24
5. Munições químicas ou não letais ............................................................................... 24
Capítulo 05 – Artifícios ................................................................................................. 32
1. Definição .................................................................................................................... 32
2. Classificação .............................................................................................................. 32
3. Artifícios Iniciadores ................................................................................................. 32
4. Artifícios Pirotécnicos ............................................................................................... 37
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -3-
CAPÍTULO I
EXPLOSIVOS
1. DEFINIÇÃO
São substâncias que sob a ação de um excitante, se transformam em grande volume de
gases, sob grande pressão, em um curto espaço de tempo e com grande produção de calor.
1.1. Análise da Definição
a) Necessidade do excitante: por menor ou mais variado que seja a excitação, sempre será
necessário um elemento extrínseco para iniciar a transformação. Um caso raríssimo de explosão
espontânea (sem excitação) é o da pólvora de nitro-celulose seca.
b) Grande volume de gases: todo explosivo transforma-se em uma quantidade muito
maior de gases que expandem-se na atmosfera.
Ex: 1 litro de pólvora negra (PN) transforma-se em 300 litros de gases.
1 litro de nitroglicerina (NG) transforma-se em 700 litros de gases.
c) Grande pressão: atuação de uma força sobre uma área determinada e que quando
confinada no interior de um cano ou tubo impulsiona o projetil em direção ao alvo.
d) Curto espaço de tempo: embora a percepção humana ache instantânea, a velocidade de
transformação é variável.
e) Calor desprendido: toda transformação produz calor.
Ex:1 Kg de PN gera 2600º C.
2. VELOCIDADE DE TRANSFORMAÇÃO
A transformação de um explosivo nunca é instantânea como parece aos nossos sentidos.
Dentre os fatores para a variação da velocidade de transformação estão a:
• quantidade de explosivo;
• tipo de explosivo;
• condições e forma de emprego; e
• pureza e estado de conservação.
Um mesmo explosivo pode queimar, deflagrar ou explodir influenciado pelas causas do
item acima (quantidade, condições, etc).
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -4-
Concebendo-se vários explosivos em forma de um fio, sem nenhuma compressão e
excitados ao ar livre, observamos que a velocidade de transformação dos mesmos é variável; uns
se transformam mais rapidamente e outros mais lentamente. Os fenômenos observados são os
seguintes:
• queima(inflamação) ................até 1000 m / s.
• deflagração ..............................de 1000 a 2000 m / s.
• explosão ..................................de 2000 a 3000 m / s.
• detonação ................................acima de 4000 m / s.
3. EXCITAÇÃO
Normalmente, salvo em casos raríssimos, é necessária uma excitação para iniciar a
transformação de um explosivo. Mesmo uma excitação involuntária ou imprevista (um choque,
calor de sol, etc) se faz necessária.
a) tipos de excitação:
• mecânica: dispositivo de percussão das armas, choque, atrito, etc.
• física: corrente elétrica, chama, centelha, aumento de temperatura, etc.
• química: explosão por simpatia através da explosão de outro explosivo,
geralmente um explosivo iniciador (espoleta), etc.
4. ONDA EXPLOSIVA
Representa a influência de determinada explosão, direcionada ou não. Um alto explosivo
gera durante a sua transformação uma onda de choque que propaga-se em todas as direções a
partir do local da explosão (esfera). Se a velocidade de. transformação for muito rápida, após a
transformação de toda a massa explosiva, os gases ainda não terão tido tempo de expandirem-se
e formarão um pequeno volume com considerável pressão. A descompressão dos gases será,
então, muito mais violenta. Caso esta onda de choque encontre um outro explosivo que tenha
sensibilidade ao choque o mesmo poderá detonar, caracterizando desta forma a explosão por
simpatia, influência ou indução.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -5-
Em linhas gerais a onda de choque será amplificada no sentido da direção do primeiro
explosivo para o segundo formando o chamado encadeamento explosivo.
5. COMPOSIÇÃO
Os explosivos contém:
5.1. Indispensavelmente
• comburente : corpo capaz de ocasionar a combustão de outro corpo,
misturando-se com ele.
Ex: nitratos, cloratos, ar líquido, etc. (à base de oxigênio).
• combustível : combinado com o comburente, é o que se inflama.
Ex: carvão vegetal, amidos, celulose, óleos, etc. (à base de hidrogênio,
carbono, enxofre, alumínio, etc).
5.2. Facultativamente
a) elemento suporte: elemento que liga o comburente ao combustível.
b) elementos auxiliares: não alteram o valor dos explosivos, mas
fornecem-lhes determinadas características necessárias. São os seguintes:
• dissolventes – empregados para dissolver o explosivo com a finalidade de fazer
com que tenha maior homogeneidade. Ex: álcool, éter , acetona, etc.
• gelatinizantes – empregados para dissolver o explosivo além de fazer com que
adquira uma consistência gelatinosa. Ex: glicerina, etil, centralite, etc.
• estabilizantes – empregados para fazer com que o explosivo adquira uma maior
estabilidade, tornando-o mais resistente ao calor e à umidade. Ex: cânfora, parafina, vaselina,
resina, goma-laca, pixe, etc.
• absorventes – empregado para fazer com que determinado material absorva um
explosivo, facilitando o emprego. Ex: farinha de “Kielseguhr” absorve a nitroglicerina,
formando a dinamite.
• refrigerantes – empregados para diminuir as altas temperaturas geradas
na transformação. Ex: guanidina e polivinila.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -6-
6.CLASSIFICAÇÃO
6.1. Quanto à velocidade de transformação
• baixos explosivos: (pólvoras) => empregados para cargas de projeção,
artifícios pirotécnicos e eventualmente, ruptura. Queimam ou deflagram.
• altos explosivos (brisantes ou de ruptura) => utilizados para arrebentamento,
fragmentação, destruição e iniciação. Explodem ou detonam.
6.2. Quanto ao estado físico
• sólido;
• líquido;
• gasoso;
6.3. Quanto à forma
• pulverizados ou pulverulentos: em pó (fulminato de mercúrio, PN, etc);
• granulados: grãos de diversa formas e tamanhos (pólvoras);
• em palhetas: escamas (trotil em palhetas);
• bastonetes: cilindros não perfurados, mono ou heptaperfurados e pólvoras;
• massas fundidas: dentro ou fora dos recipientes empregados (petardos e
granadas de artilharia, etc);
• massas plásticas: blocos moldáveis ou qualquer meio de fácil emprego
(compostos C2, C3, etc);
• líquidos finos: ar líquidos, etc;
• líquidos espessos: lama explosiva;
• gelatinosos: dinamite e etc;
6.4. Quanto à associação dos elementos
a) físicos ou mecânicos:
•Por trituração - triturar e misturar para o máximo de homogeneidade.
•Por revestimento - revestir com substância inerte para proteção contra umidade
calor e atrito.
b) químicos: combinação de várias substâncias por processos químicos. ( trotil
que é o tolueno 3 vezes nitrado).
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -7-
c) mistos:
•Mistura de explosivo, com explosivo que forma um novo elemento (nitrol +
glicerina + nitrocelulose = dinamite goma).
•Mistura de explosivo com substancia inerte formando um explosivo com novas
características (nitroglicerina + farinha inerte de Kielseguhr = dinamite).
6.5. Quanto à Aplicação
•Pólvora balística: utilizados nas cargas de projeção das munições;
•Explosivos brisantes: produzir ruptura, arrebentamento ou fragmentação (carga
das granadas);
•Explosivos detonadores de escorvamento: inicia a cadeia explosiva (nas
espoletas, cápsulas, etc);
•Misturas pirotécnicas: para produzir efeitos visuais, ou auditivos nos artifícios
pirotécnicos (fumaças coloridas, foguetes, etc).
6.6. Quanto à Fabricação
•Primário: constituídos de um único explosivo.( trotil, tetril, etc);
•Derivado: mistura ou combinação de dois ou mais explosivos (amatol, RDX,
etc);
7. PROPRIEDADES PRINCIPAIS DOS EXPLOSIVOS
a)brisância: é a capacidade que tem o explosivo de despedaçar o seu recipiente;
b)poder explosivo: é a capacidade que tem o explosivo de deslocar o meio circundante;
c) ponto de fusão: é a temperatura mínima em que o explosivo se torna líquido a fim de
se proceder o carregamento de granadas;
d)sensibilidade: é a maior ou menor aptidão que tem o explosivo para entrar em
combustão devido a uma circunstancia qualquer imprevista;
e)estabilidade: é a maior ou menor capacidade que tem o explosivo de não se deteriorar
em um determinado tempo;
f)higrospicidade: é a maior ou menor tendência do explosivo de absorver a umidade do
ar;
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8. REQUISITOS DE UM EXPLOSIVO
8.1. Gerais
• Potencial elevado;
• Insensibilidade ao calor, choque, atrito e excitamentos acidentais;
• Detonação completa sob a influencia da escorva; e
• Não deixar resíduos sólidos capazes de ocasionar acidentes.
8.2. Especiais
8.2.1. De projeção
• velocidade de transformação lenta e facilmente regulável;
• nenhum desprendimento de produtos corrosivos; e
• temperatura de transformação pouco elevada.
8.2.2. De carregamento:
• vivacidade de brisância variável;
• produzir fumaça abundante; e
• produzir gases deletérios ou tóxicos.
8.3. Militares
•empregar matéria prima nacional ou de fácil aquisição;
•baixo custo e facilidade de fabricação em grande escala;
•não ser higroscópio;
•não reagir com metais nem ser abrasivo;
•insensibilidade ao choque, atrito permitindo uma maior segurança;
•grande brisância e potência; e
•conveniência.
9. PRINCIPAIS EXPLOSIVOS MILITARES
9.1. Baixos Explosivos ou Propelentes
Pólvoras utilizadas para propulsão ou projeção, sua estabilidade é afetada pela umidade e
pela temperatura:
a)pólvora negra ou mecânica; e
b)pólvora coloidal ou química.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -9-
•de base simples.
•de base dupla.
•de base tripla.
9.2. Altos Explosivos
a) Explosivos Iniciadores: empregados em mistos para iniciação ou excitação de cargas
explosivas. São muito sensíveis ao atrito, calor e choque. Quando sob efeito do fogo,
transformam-se sem incendiar. Os principais são (entre outros):
•azida de chumbo;
•estifinato de chumbo; e
•fulminato de mercúrio.
b) Explosivos Reforçadores: servem como intermediários entre o iniciador e a carga
explosiva propriamente dita. Podem ser iniciados pelo calor , atrito ou choque. Quando sob o
fogo e em grande quantidade, podem transformar-se sem incendiar. Os principais são (entre
outros):
•nitropenta;
•tetril; e
•ciclonita.
c) Explosivos de Ruptura: constituem os alto explosivos propriamente ditos. São quase
todos tóxicos. Os principais são (entre outros):
•trotil;
•pentolite;
•tetritol;
•haleita; e
•amatol.
9.3. Principais diferenças entre os dois grupos
CARACTERÍSTICAS BAIXO EXPLOSIVO ALTO EXPLOSIVO
MODO DE INICIAÇÃO Chama ou centelha Percussão ou choque
REGIME DE REAÇÃO Combustão lenta Combustão rápida
RESULTADO DA REAÇÃO Deslocamento ou projeção Ruptura ou brisância
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A comparação acima feita, contudo não é absoluta, a azida de chumbo e o fulminato de
mercúrio, por exemplo, sendo alto explosivos, são iniciados em alguns casos, por meio de uma
centelha e por outro lado já vimos que as pólvoras podem queimar, deflagrar e explodir.
CAPÍTULO II
BAIXOS EXPLOSIVOS
1. PÓLVORA NEGRA (PN)
1.1. Fabricação
A fabricação de pólvora negra (pólvora mecânica) não é tecnicamente difícil visto ser
uma simples mistura dos elementos que a compõe, no entanto, devido à sua grande sensibilidade,
à inflamação, tornam-se necessárias precauções especiais
1.2. Composição
Os elementos componentes da pólvora negra são o salitre (KNO3) a 74%, o enxofre a
10,4 % e o carvão vegetal a 15,6 %.
1.3. Emprego
A pólvora negra como baixo explosivo que é, esta compreendida entre os explosivos cuja
velocidade de transformação se classifica como DEFLAGRAÇÃO. Em regimes mais lentos de
transformação a sua combustão não passa de uma simples inflamação ou queima.
As deflagrações caracterizam as pólvoras e podem ser muito mais rápidas que uma
simples queima ou inflamação, indo ate a mais dê 1000 m/seg. A própria deflagração em
condições especiais de excitação ou pressão, poderá se transformar em explosão de 2.000 a 3.000
m/seg, porém, nunca em detonação.
Os explosivos que deflagram são usados na propulsão dos projeteis porque possuem
enorme força explosiva. Esta transformação não se processando tão rapidamente como a dos
altos explosivos brisantes ou detonantes, pode atuar no projétil ao longo de toda alma,
aumentando consideravelmente a impulsividade dada ao projétil sem forçar os
tubos das armas.
Na época presente é usada para confecção de petardos, escorvas, rastilhos,
dispositivos de segurança das espoletas, etc.
Atualmente as pólvoras negras só são empregadas como propelentes em casos raríssimos;
nesse mister foram substituídas pelas pólvoras coloidais.
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Seu emprego se restringe presentemente:
•ao shrapnel: como carga propulsora dos ballins;
•às espoletas: servindo com pequenas escorvas, ou ainda como elemento de
retardo na transmissão das combustões;
•aos artifícios pirotécnicos de fogo lento (fogos, etc);
•aos trabalhos de minas;
•a armas de caça; e
•nas cargas de projeção de alguns canhões muito antigos (de grande calibre).
1.4. Inconvenientes como propelentes
Apresenta entre outros, os seguintes:
•chama e fumaças muito grandes (denunciando a posição da peça tanto de
dia como de noite);
•calor intenso e pressão violenta desenvolvidas durante à combustão, produzem
erosão excessiva nos tubos das armas;
•os resíduos sólidos que deixam nas câmaras depois da combustão, apresentam
perigo para os carregamentos posteriores, particularmente no caso das munições
desencartuchadas;
•a velocidade de queima dificulta o controle; a uniformidade da queima
ê indispensável para os efeitos balísticos;
•instabilidade quando em depósito sendo muito higroscópica, a umidade
atua como adulterante e baixa velocidade de queima;
•seu manuseio é perigoso, visto entrar em combustão com grande facilidade.
1.5. Velocidade de decomposição
A velocidade de decomposição varia segundo as circunstancias sob as quais se produz;
daí, temos que a pólvora negra é suscetível de deflagração ou de explosão. Quaisquer que sejam,
porém, as condições de combustão, jamais detonarão.
No caso de deflagração a velocidade de decomposição (ao ar livre) e de cerca de um
metro em 90 segundos.
2. PÓLVORA COLOIDAL
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2.1. Tipos
As pólvoras sem fumaça (PSF), ou coloidais, também conhecidas como pólvoras
químicas, são de três espécies:
•pólvoras de base simples - (BS) - Nitrocelulose
•pólvoras de base dupla - (BD) – Nitrocelulose + nitroglicerina
•pólvoras de base tripla - (BT) Nitrocelulose + nitroglicerina + nitroguanidina
Não foi preocupação obter uma pólvora que não produzisse fumaça, e que
principalmente deu origem à adoção das pólvoras modernas, muito embora, essa propriedade
seja. de grande importância e necessidade, tanto que pareça por si só caracterizá-las.
A origem dessas pólvoras pode ser encontrada na carência de conseguir "uma pólvora
que sob menor carga contivesse maior .potencial balístico”.
2.2. Finalidade
As pólvoras sem fumaça surgiram para substituir a pólvora negra em determinados
empregos. Atualmente são empregadas militarmente como propelente. As pólvoras de base
duplas têm potencial mais elevado que as de base simples e são de combustão mais viva.
2.3. Composição . .
Normalmente, na composição das pólvoras sem fumaça, tornam-se:
•corpo combustível (celulose) (60 a 80%);
•corpo comburente (ácido nítrico, nitroglicerina) (20 a 40%);
•dissolvente (éter, álcool, acetona); e
•estabilizante (diaferíil-amina, anilina, cânfora).
2.4. Formato
As pólvoras sem fumaça são dadas em consumo aos grãos de vários formatos: pequenas
lâminas, fios, grãos esféricos, grãos cilíndricos, perfurados. O tipo cilíndrico perfurado é muito
usado nas pólvoras de empregos militares em geral, as pólvoras para as armas de pequenos
calibres possuem uma só perfuração, enquanto que as pólvoras para as armas de grande calibre
possuem ate 7 perfurações.
2.5. Propriedades
As pólvoras coloidais possuem as seguintes propriedades, essenciais ao seu emprego nas
bocas de fogo:
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•sua combustão é completa e não dá lugar a resíduos sólidos;
•produz uma quantidade mínima de fumaça e suja pouco a alma do material;
•seus efeitos são regulares e fáceis de serem previstos (previsão e velocidade
inicial);
•a força viva comunicada ao projétil, quando em condições iguais de peso, e a de
duas a três vezes mais considerável que a pólvora negra, sem que as pressões, desenvolvidas
sejam exageradas;
•manipulação, relativamente fácil e pouco perigosa; ao ar livre, queimam
lentamente sem perigo de detonação;
•sua deflagração só se produz sob pressão bastante forte (a obtida nas bocas de
fogo é provocada pela carga de pólvora negra da escorva ou da estopilha).
É fundamental para emprego das pólvoras o conhecimento dos seus efeitos balísticos
(pressão e Vo).
O conhecimento da pressão máxima medida com o auxilio de CRUSCHER (pequeno
cilindro de cobre) permite:
•determinar quais as resistências que deverão apresentar as diversas
partes da boca de fogo;
•determinar as resistências das paredes dos projéteis; e
•conhecer a aceleração do projétil pois cada tipo de espoleta exige para
se armar na partida do tiro, que o projétil possua uma certa aceleração.
2.6. Estabilidade
As pólvoras sem fumaça se decompõem pouco a pouco, com emissão de vapores
nitrosos.
Esta decomposição, ocasionada por uma desnitrificação de algodão-pólvora, é lenta a
temperatura ordinária e se acelera com a elevação de temperatura ou sob a ação de umidade.
2.7. Sensibilidade
A deflagração das pólvoras coloidais só se produz sob pressão bastante forte, como a
obtida nas bocas de fogo, provocadas pelas cargas de pólvora negra das escorvas ou das
estopilhas.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -14-
Sem pressão, a pólvora queima mais lentamente em chama; para que uma carga de
projeção deflagre no interior da câmara e necessário que no início de sua combustão, encontre
resistência no ambiente esta resistência inicial a ela oposta é conseguida graças ao
FORÇAMENTO (diferença entre diâmetro de cinta e o da arma nas raias) daí, resultando sua
necessidade.
Com o aumento da pressão, a um valor X, esta resistência é vencida e o projétil inicia seu
movimento na alma.
CAPÍTULO III
ALTOS EXPLOSIVOS
1. EXPLOSIVOS INICIADORES
a) Azida de chumbo: pó cristalino de cor variando de branco a camurça, sensível ao
choque. Explode a 340°C. Destrutível pelo acetato dê amônio ou nitrato de cério. Forma um
explosivo supersensível em contato com o cobre. Úmida ataca o cobre e zinco daí ser carregada
em alumínio. Empregada em detonadores, espoletas, mistos iniciadores e rebites explosivos.
b)Estifinato de chumbo ou trinitrorresorcinato de chumbo: cristais amarelo-alaranjados.
Explode a 282°C. Sensível ao choque e a descarga de eletricidade estática. Empregado em
mistos detonantes, espoletas comerciais e detonadores. Destrutível pelo hidróxido de sódio a 20
%.
c) Fulminato de mercúrio: apresenta-se sob a forma de pó branco-amarelado ou cinza-
claro. Explode a 210°C. Muito sensível à chama, choque e atrito, quando seco. Deteriora-se
quando conservado em climas quentes. Úmido, torna-se inerte, mas ataca o alumínio, cobre,
latão, magnésio, zinco e bronze, exceto o níquel. Prensado acima de 30.000 psi torna-se inerte ao
choque e só queima com chama. Usado em mistos iniciadores, espoletas e detonadores.
Destrutível pelos álcalis.
d) Tetraceno: cristais incolores ou amarelo-pálidos. Explode a 154 C. Usa do com azida
de chumbo, em iniciadores. Destrutível por água fervente.
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EXPLOSIVOS INICIADORES
Nomen-
clatura
Azida de chumbo,
plumbazida ou
nitreto de
chumbo.
trinitroressoscinat
o de chumbo
Fulminato de
mercúrio.
Tetraceno
Compo-
sição
N e Pb C:15,4%, N:
9,0%, Pb: 44, 2%,
H: 0,6% e O:
30,8%.
C: 8,4%, O:
11,2%, N: 9,8% e
Hg: 70,6%.
C:12,8%, N:
74,4%, H: 4,3% e
O: 8,5%.
Solubi-
lidade
quase insolúvel
em água, éter,
acetona e álcool.
solúvel em soluções
diluídas de
hidróxidos de amônia
e cianeto de potássio
e em piridina.
solúvel em
solução forte de
ácido
hidroclórico.
Higros-
copicidad
e
A 36º
C, 90º
UR.-
0,03%
30º
C, 90%UR -
0,02%.
a 36º
C, 90% UR-
0,02%
a 30º
C, 90%UR -
0,77%
Corrosão seca, não ataca
metais de uso
corrente, úmida
corrói o zinco e
cobre ( com o
cobre forma um
explosivo
extremamente
sensível e
perigoso a "Azida
de cobre").
não é corrosivo
sob forma
nenhuma, motivo
pelo qual é usado
como cobertura
de outros
iniciadores para
proteção de
invólucros
metálicos.
seco, não ataca
metais de uso
corrente, úmido
ataca levemente o
alumínio e o
magnésio.
seco não ataca os
metais em uso
corrente.
Toxidez própria do
chumbo,
respiração do seu
pó provoca dor de
cabeça e distensão
dos vasos
sangüíneos.
Aconselha-se o
uso de filtro para
quem a manuseia.
própria do
chumbo.
Venenoso, libera
Hg, ataca a pele e
a respiração do
pó provoca
intoxicação.
Sensibi-
lidade
sensível ao
choque, atrito e
tiro de fuzil.
muito sensível a
chama e a
centelha.
muito sensível ao
choque, calor e
atrito.
calor e a chama.
Estabi-
lidade
quando pura é
excepcional.
quando pura é
excepcional.
fraca, começa a se
decompor a 50º
C.
relativamente
estável a
temperatura
inferiores a 75º
C.
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Tempe-
ratura de
detonação
340º
C. 282º
C. 210º
C. 160º
C.
Produtos
de
detonação
calor: 367 cal/g -
Gases: 308 cc/g.
Calor = 457 cal/g
- Gases =
368cc/g.
calor: 658 cal/g -
gases 1.190 cc/g.
Especi-
ficação
cristais de forma
alongadas (cor
branca).
amarelo ou
alaranjada com
forma de cristais
cúbicos.
Velocidad
e
detonação
densidade: 2,9 -
velocidade : 5.200
m/s.
Densidade = 4,17
- velocidade =
5.400 m/s.
não aferida
Ponto de
fusão
entre 260º
C e
310º
C.
explode entre 140º
C - 160º
C.
2. Explosivos Reforçadores
a) Ciclonita (RDX) - Apresenta-se como um sólido de cor branca, que funde a 204°C e
explode a 260°C. É comumente empregada em mistura com outros explosivos, óleos ou graxas.
Com trotil é usada no carregamento de bombas, como carga de ruptura. É raramente usada
sozinha. Destrutível pela soda cáustica a fervura.
b) Nitropenta (PETN) - Pó branco, podendo tomar uma ligeira cor acinzentada, devido a.
impurezas. Explode a 225°C. Sensível ao choque. Seca, não ataca o cobre, latão, alumínio,
níquel e zinco. Empregada na composição de detonadores e em reforçadores, bem como em
mistura com trotil no carregamento de granadas e projeteis. Destrutível por fervura com solução
aquosa de sulfato ferroso.
c) Tetril - Apresenta-se como um pó de cor clara, tornando-se amarelo pela ação da luz.
Sensível ao choque. Explode a 257°C. Não ataca os metais quando seco, mas úmido ataca o aço
e zinco, porém não o cobre, níquel e alumínio. Empregado em reforçadores, espoletas e
detonadores. Misturado como trotil é usado em cargas de ruptura. Destrutível por fervura com 12
vezes seu peso de sulfito de sódio a 25%.
EXPLOSIVOS REFORÇADORES
Nomen-
clatura
Nitropenta,PETN, NP, pentrita,
pentaeritretol ou tetranitrato de
pentaeritrita.
Tetril, tetralite, pironite ou CE.
Compo-
sição
C: 19,0%, N: 17,7%, H 2,5% e O2:
60,8%.
C: 29,3%, N: 24,4%, H: 17% e O:
14,6%.
Emprego reforçador e ruptura. reforçador (ruptura)
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -17-
Solubi-
lidade
solução aquosa de cloreto ferroso
fervente.
acetona, benzeno e TNT líquido.
Higros-
copicidad
e
30º
C, 90%UR - 0,0%. a 30º
C. 90%UR -0,04%.
Corrosão
seca não corrói o cobre, latão, aço
inoxidável, cádmio e zinco.
com baixo teor de umidade ataca
levemente aço e zinco.
Toxidez
pequena doses: abaixa a pressão
arterial; elevadas doses provoca
dispnéia e convulsões.
coloração amarela na pele humana;
aspiração da poeira causa efeitos
tóxicos: quando maior de 1,5mg/m
que é a concentração máxima
permitida, nos locais de trabalho o
uso de mascara com filtro passa ser
obrigatório.
Sensibi-
lidade
choque, atrito e tiro de fuzil. choque, atrito e tiro de fuzil.
Estabi-
lidade
altamente estável devido a sua
estrutura simétrica.
pouco menos que o TNT e o RDX;
mantém sua estabilidade por 100
horas a 100º
C, por 6 (seis) meses a
75º
C, por um ano a 65º
C e em
temperatura baixa até 20 anos.
Tempe-
ratura de
detonação
225º
C. 257º
C.
Produtos
de
detonação
calor: 1.385cal/g e Gases: 790 ml/g. 1.120 cal/g – calor -760ml/gases.
Especi-
ficação
cristais na cor branca.
Velocidad
e
detonação
densidade 1,70 - velocidade :
8.300cc/g.
densidade: 1,71 - velocidade : 7.850
m/s.
Ponto de
fusão
141º
C. 130º
C.
3. EXPLOSIVOS DE RUPTURA
a) Ácido pícrico - Sólido, solúvel em água. Úmido, ataca o ferro, níquel, zinco, cobre e
chumbo, dando picratos perigosamente sensíveis ao choque. Produz mancha amarela persistente
sobre a pele. Suas poeiras não devem ser inaladas. Carregado por fusão. Explode a 322°C. Funde
a 123°C. Destrutível por solução em 25 vezes seu peso de hidróxido de sódio-sulfeto de sódio-
água.
b) Amatol - É uma mistura higroscópica de trotil e nitrato de amônio em várias
percentagens. É empregado como carga de bombas de alto-explosivo, sendo carregado por fusão.
Explode a 265°C.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -18-
c) Composição à base de RDX - São as composições A,. A-2, À-3, B, B-2, C, C-2 e C-4,
sendo constituídas de ciclonite (RDX) com outros, ingredientes explosivos, como TNT, tetril,
etc. Usadas em reforçadores, granadas perfurantes, bombas, blocos de demolição e espoletas
elétricas. Destrutível como o ciclotol.
d) Pentolite - É uma mistura de 50% de nitropenta a 50% de. trotil, de cor variando de
branco à camurça. É empregada em cargas de ruptura de pequenos calibres, rojões e cargas
demolidoras. As munições carregadas com pentolite devem ser manuseadas com cuidado. Funde
a cerca de 78°C. Explode a 222°C.
e) Picrato de amônio (Explosivo D) - Apresenta-se sob a forma de grânulos amarelo-
avermelhados. Absorve umidade reagindo lentamente com os metais, particularmente com o
cobre e chumbo, dando picratos sensíveis e perigosos. É empregado como reforçador do ácido
pícrico e do trotil em granadas perfurantes. É destruído dissolvendo-se com 30 vezes seu peso de
solução de sulfeto de sódio. Funde a 265°C e explode a 318°C.
f) Picratol - É uma mistura de TNT e picrato de amônio. Possui as mesmas características
gerais do trotil. Funde a cerca de 85°C e explode á 285°C.
g) Tetritol - É uma mistura de tetril e trotil, podendo ter até 70% de tetril. É intermediário
entre o trotil e tetril quanto à sensibilidade ao choque. Usado em reforçadores de carga de ruptura
e demolição. Pode exsudar no armazenamento. Funde a 68°C e explode a 320°C.
h) Torpex - É uma mistura de 41% de RDX, 41% de trotil e 18% de alumínio em
pó, misturados com cera de abelha ou similar. A umidade aumenta sua sensibilidade ao
choque. Sob a água seu poder de destruição é 50% maior que o trotil, e no ar, 30%. Usado como
carga de ruptura em minas, torpedos e cargas de profundidades. Explode a 260°C. ' ' '
i) Tritonal - É uma mistura de trotil (80%) com alumínio (20%). Exsuda a temperaturas
elevadas. Usado em bombas. Explode a 470°C.
j) Trotil - Apresenta-se com a cor amarelada. Funde a cerca de 81º C explode a 475°C.
Arde sem detonar, quando em pequenas quantidades; mas em grandes quantidades o calor
gerado pela inflamação pode alcançar a temperatura de detonação. Absorvido pela pele ou por
inalação, pode causar sérios males. Com os álcalis, forma compostos instáveis e perigosos. Não é
alterado pela umidade. Destrutível com 30 vezes seu peso de sulfeto de sódio juntado
lentamente. Pode detonar quando comprimido entre superfícies metálicas, tais como roscas de
parafusos etc. Empregado largamente em cargas de ruptura tanto só, como em misturas com
outros explosivos usado, também, em mistos iniciadores, cordéis detonantes, reforçadores,
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -19-
detonadores, dinamites, explosivos de segurança e ainda como componente de pólvoras sem
fumaça.
k) Haleita - Cristais incolores que fundem a 177°C e explodem a 190° C. Usada em
cargas de ruptura e na fabricação do ednatol, com trotil.
l) Ednatol - Composto por cerca de 55% de haleita e 45% de trotil. Sólido amarelado que
funde a cerca de 85°C. Carregado em granadas, bombas e elementos de munições especiais.
Explode a 190°C.
EXPLOSIVOS DE RUPTURA
Nomen-
clatura
pentolite.
Trotil, T3, tolite, tritolo,
trinitrotolueno,
trinitrometil Benzeno ou
TNT.
Composto B - Hexolite
dessensibilizada ou
ciclotol
dessensibilizado.
Compo-
sição
PETN: 50% OU 10% e
TNT: 50% OU 90%
C: 37%, N: 11,8%, H
2,2% e O: 42,5%.
Solubi-
lidade
solúvel em acetona,
álcool, éter, benzeno,
etc.
levemente solúvel em
acetona e ácido nítrico.
Higros-
copicidad
e
30ºC. 90%UR –
nenhuma.
a 30º
C., 90%UR -
0,03%.
30º C, 90% UR –
0,02%.
Corrosão
seca ataca os metais de
uso corrente na indústria
com exceção do aço
inoxidável, úmido ataca
levemente cobre, latão,
magnésio, etc.
não ataca metais em uso
corrente na indústria,
leve corrosão no
chumbo.
seco, ataca ligeiramente
o cobre, aço doce
cobreado e cadmiado,
úmido ataca levemente o
cobre, latão, aço doce,
etc.
Toxidez própria do TNT.
pequena, porém os
vapores provenientes da
fusão, podem causar dor
de cabeça e gosto
amargo na boca.
própria do TNT.
Sensibi-
lidade
choque e tiro de fuzil.
insensível ao choque,
calor, atrito ou tiro de
fuzil, quando sólido e
em bom estado, sensível
e aumenta sua detonação
por simpatia quando no
estado liquido. Poeira
fina de TNT:
extremamente sensível.
choque, atrito e tiro de
fuzil.
Estabi-
lidade
menor que a da
nitropenta, tendência a
exsudação quando
armazenado a + de 50ºC.
bastante estável quando
perfeitamente
empaiolado segundo T9-
1903
menor que a do TNT,
armazenados em período
de mais de 5 meses e a
65ºC, causa leve
exudação
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -20-
Tempe-
ratura de
detonação
220ºC. 475º
C. 278ºC.
Produtos
de
detonação
1.300 cal/g - Gases 908
ml/g.
1,240 cal/g.
Especi-
ficação
cor branca. cor branca.
Velocidad
e
detonação
densidade: 1,65 -
velocidade: 7.450 m/s.
densidade: 1,56 (TNT
fundido) - velocidade
6.900 m/s.
densidade: 1,66 -
velocidade 7.800 m/s.
Ponto de
fusão
quando 90% por 10% -
76ºC.
81º
C. 78º
C. a 80º
C.
CAPÍTULO IV
MUNIÇÕES
1. INTRODUÇÃO
1.1. Conceituação
Munições são corpos carregados com explosivos e agentes químicos destinados a
produzir, isolada ou combinadamente, baixas e danos ou incapacidades físicas ou psicológicas
temporárias através de efeitos explosivos, tóxicos, fumígenos, incendiários, iluminativos,
sonoros, dispersivos e neutralizantes e que sejam lançados de uma arma, com exceção das
granadas de mão e das minas. Com exceção, também entende-se como munições os tiros de
exercício.
2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. Quanto à organização dos seus elementos
a) encartuchada: quando utiliza estojo para reunir o projétil aos elementos de projeção (
carga de projeção, estopilha ou espoleta). A munição encartuchada pode ser:
•Engastada: é aquela que utiliza o estojo preso, rigidamente, ao projétil. Ex: Car
7’62mm, .50”, Tir 57mm, Tir 90mm.
•Desengastada: é a que utiliza o estojo separado do projétil, permitindo variar a
carga de projeção. Ex: Tir 105mm.
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b) desencartuchada : é a que não utiliza estojo. Os elementos (projétil, carga de projeção e
estopilha) são carregados separadamente da arma. Ex: Tir 155mm.
2.2. Quanto ao emprego
a) munições para armamento leve: são utilizadas em revólveres, pistolas, fuzis, carabinas,
mosquetões, metralhadoras e fuzis-metralhadoras. Serão estudadas detalhadamente durante o
ensino de munições de armamento leve.
b) munições para armamento pesado: compreendem os rojões, as granadas de morteiro e
todos os tipos de granadas utilizadas em canhões e obuseiros. Serão estudadas detalhadamente
durante o ensino de munições de armamento pesado.
c) munições de arremesso: granadas de mão e de bocal. Serão estudadas detalhadamente
durante o ensino de munições de arremesso.
d) minas terrestres: anticarro e antipessoal.
2.3 Quanto à finalidade
a) munição de guerra: é todo e qualquer munição que tenha a finalidade de produzir
baixas.
b) munição química ou não-letal: é todo e qualquer munição que não tenha a finalidade
de causar baixas.
3. ENCADEAMENTO EXPLOSIVO
Em qualquer munição de armamento leve ou pesado, temos, basicamente:
a) um iniciador ( cápsula, estopilha etc );
b) um propelente; e
c) um projétil ou granada.
Além desses elementos, há os intermediários (escorvas, etc) e há os elementos da cadeia
explosiva do projétil, se for o caso ( retardo, reforçador, detonador etc ).
Nas munições de arremesso de lançamento ã mão: não existe propelente. A projeção é
feita pelo próprio esforço do homem que lança a granada.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -22-
4. CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS DENTRO DA CADEIA
4.1. Iniciadores
Produzem o jato inicial de chama; geralmente a estopilha ou cápsula.
4.2. Auxiliares
São as escorvas para as cargas de projeção e os detonadores-reforçadores das granadas e
espoletas, que aumentam a chama dos iniciadores.
4.3. Propelentes
São cargas explosivas que impulsionam os projeteis devido à pressão dos gases sobre o
culote dos mesmos.
4.4. Cargas de Arrebentamento
Produzem, por sua detonação, o arrebentamento do projétil.
4.5. Retardos (Rastilhos)
Geralmente de pólvora negra, colocados entre o iniciador e o reforçador-detonador,
retardam a explosão da carga principal.
NOTA: o traçante não é um elemento explosivo; serve para balizar a trajetória e são
colocados no culote do projétil.
5. MUNIÇÕES QUÍMICAS OU NÃO-LETAIS
a) Munição tóxica: é toda munição química que por sua ação tóxica é empregada como
antipessoal;
b) Munição fumígena: é toda munição química destinada a produzir fumaça ou neblina;
c) Munição incendiária: é toda munição química que contém agentes destinados a
produzir incêndios.
d) Munição iluminativa: é toda munição química destinada a produzir luz durante o
tempo de queima de substância inflamável.
5.1 Munições não-letais de calibre leve
5.1.1. Sinalizadoras
a) Cartucho sinalizador 40 mm com luz vermelha
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -23-
Sinalização para salvamento, orientação para o deslocamento de tropas e para operações
militares.
b) Cartucho sinalizador 40 mm com duas estrelas vermelhas
O Cartucho 40 mm com duas estrelas vermelhas foi desenvolvido para operações de
sinalização em salvamento e em manobras militares.
5.1.2. Lacrimogêneas
a) Projétil cal. 38.1 mm de médio e longo alcance com carga lacrimogênea
O projétil de médio alcance com carga lacrimogênea (CS) cal. 38.1mm, foi desenvolvido
para emprego em operações de controle de distúrbios e combate à criminalidade. Destina-se a ser
lançado a 90 m (média) e 120 m (longa) de distância, antes ou por sobre obstáculos tais como:
muros e barricadas, com objetivo de desalojar pessoas e dissolver grupos de infratores pelo efeito
do agente lacrimogêneo. A arma deve ser posicionada a um ângulo de 45°, que corresponde,
aproximadamente, ao melhor desempenho no alcance do tiro. Em situações extremas de graves
distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usado para penetrar em ambientes fechados,
atirando-se através de aberturas ou janelas.
b) Cartucho Cal. 37/38, 38.1 e 40mm. com carga múltipla de emissão lacrimogênea
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -24-
O cartucho com carga múltipla de emissão lacrimogênea CS - GL-230L foi desenvolvido
para emprego em operações de controle de distúrbios e combate à criminalidade. Destina-se a ser
lançado através de projetores e armas especiais a distâncias entre 70 e 90 metros antes ou após
obstáculos tais como muros e barricadas, com o objetivo de desalojar pessoas e dissolver grupos
de infratores pelo efeito do agente lacrimogêneo CS.
5.1.3. Impacto controlado
a) Cartucho plástico cal. 12 com um ou três projéteis de borracha
A munição AM 403 foi projetada para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em
operações de controle de graves distúrbios e combate à criminalidade.
Consiste em um ou três projéteis cilíndricos de borracha macia que podem ser disparado
contra uma ou mais pessoas, com a finalidade de deter ou dispersar os infratores, em alternativa
ao uso de munições convencionais.
b) Cartucho cal. 38.1 mm com 3 ou 12 projéteis de borracha
O cartucho calibre 38.1 mm com 3 ou 12 projéteis de borracha foi projetado com a
mesma finalidade do cartucho plástico cal. 12 com projétil de borracha.
5.2 Munições não-letais de arremesso
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -25-
5.2.1. Explosivas para ambientes abertos
Foram projetadas para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em operações de
controle de distúrbios graves e combate à criminalidade. Possuem grande efeito atordoante
provocado pela detonação da carga explosiva.
No controle de distúrbios a granada deve ser lançadas para explodirem a uma distância
mínima de 10 metros dos infratores. A distâncias menores existe a possibilidade de projeção de
partículas irregulares, oriundas da fragmentação do corpo plástico da granada, as quais podem
produzir pequenos ferimentos.
Em situações extremas, de graves distúrbios e de combate à criminalidade, os efeitos
sonoro, explosivo e de emissão de partículas, devem ser avaliados pelo Comandante da
operação, que deverá decidir sobre a conveniência ou não do lançamento próximo aos infratores
e/ou em recinto fechado.
Granada explosiva de efeito moral - poder
explosivo associado a uma nuvem de um pó
branco, sem agressividade química.
Granada explosiva lacrimogênea – poder
explosivo associado ao efeito lacrimogêneo.
Granada explosiva identificadora - Poder
explosivo associado ao efeito da emissão de
partículas de gel na cor vermelha e não
tóxico, cujo objetivo é marcar os infratores
para posterior identificação.
Granada explosiva de luz e som – Poder
explosivo associado à luminosidade intensa
que ofusca a visão dos agressores por alguns
segundos, permitindo uma eficiente ação
policial.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -26-
5.2.1. Explosivas para ambientes fechados (indoor)
Possuem as mesmas finalidades das granadas para uso aberto porém foram desenvolvidas
para a utilização em ambientes fechados. Possuem um tempo de detonação mais curto para evitar
a reação dos agressores e um efeito explosivo reduzido mas com excelentes resultados em
ambientes fechados.
Granada indoor explosiva de efeito moral A) Granada indoor explosiva
lacrimogênea - CS
B) Granada indoor explosiva
identificadora
C) Granada indoor explosiva de
luz e som
5.2.2. Exercício
a) Simulacro de granada reutilizável
A granada AM-500 foi projetada para emprego em treinamento de tropas Policiais e
Militares para operações de controle de distúrbios. Produz alto estampido, acompanhado de uma
nuvem de fumaça, análogos a uma granada de emprego real, capazes de identificar o local da
explosão. Esses efeitos são alcançados sem a produção de estilhaços, o que permite um
treinamento seguro.
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5.2.3. Fumígenas
a) Granada 80 fumígena M1 ou M2 para carro de combate
A granada fumígena para carro de combate foi desenvolvida para produzir densa cortina
de fumaça de cor cinza, com a finalidade de ocultar viaturas ou guarnições, quer em missões de
ataque ou em retiradas onde haja a necessidade da proteção visual contra o inimigo.
b) Granada fumígena manual – HC
A granada MB-502, foi projetada para emprego em operações militares e policiais, com o
objetivo de produzir uma densa cortina de fumaça, que serve para mascarar a retirada ou a
movimentação de tropas de infantaria em relação ao agressor. Pode ser utilizada em controle de
distúrbios desorientando e dispersando infratores, pela ação da densa fumaça. Serve ainda como
artefato sinalizador.
Em situações extremas de graves distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usada
para forçar a saída dos infratores de ambientes fechados, atirando a granada através de aberturas
ou janelas.
c) Granada de fumaça colorida
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Sinalização diurna colorida para salvamento de tropas, início e término de operações, na
selva e áreas rural e urbana, com a utilização do código de cores. Este produto não é indicado
para o uso no mar, pois não flutua.
5.2.4. Lacrimogêneas
Foram projetadas para serem utilizadas por tropas Policiais e Militares em operações de
controle de graves distúrbios e combate à criminalidade. Atua por saturação de ambientes através
da geração de intensa nuvem de fumaça contendo agente lacrimogêneo (CS).
CAPÍTULO V
A R T I F Í C I O S
1. DEFINIÇÃO
Artifícios são engenhos destinados a produzir efeitos visuais ou auditivos, ou ainda
provocar a inflamação ou detonação dos explosivos.
2. CLASSIFICAÇÃO
a) artifícios iniciadores: destinados a inflamação ou detonação. Iniciam uma destruição.
b) artifícios pirotécnicos: são os que produzem efeitos luminosos, fumígenos e
incendiários.
3. ARTIFÍCIOS INICIADORES
3.1. Estopim Comum / Hidráulico
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -29-
O estopim hidráulico é um acessório de alta segurança, utilizado para iniciar espoletas
comuns e cargas explosivas sensíveis à chama. É flexível, resistente e, por sua
impermeabilidade, tem desempenho inalterado em trabalhos com presença de água, desde que
suas características originais sejam preservadas.
•constituição: núcleo de PN (cor preta) , envolvidos por fios de juntas de algodão
revestido por película plástica (geralmente cor branca);
•velocidade de queima: 1 metro / 150 s. Variando de lote para lote e de
fabricante para fabricante.
PARÂMETROS
Massa do núcleo por metro linear (6,5 + - 1,0) g/m
Tempo de queima à céu aberto (150 + - 7) seg/m
Tempo de queima submerso 20% para menos em relação a céu aberto
Impermeabilidade 16 h/1 atm
Comprimento da chispa > 30 mm
Encordoamento Fios de Algodão
Revestimento Resina Termoplástica Branca
3.2. Cordel Detonante
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O cordel detonante é um explosivo extremamente útil devido às suas características de
elevada capacidade de transmissão de energia, fácil manuseio, maleabilidade, resistência,
impermeabilidade e segurança, cuja finalidade é a detonação de petardos e cargas explosivas.
•constituição: núcleo contendo o explosivo reforçador nitropenta (cor branca)
envolvidos por fios de algodão revestido externamente por uma camada de plásticos ( à prova
d’água e de cor variável, dependendo do fabricante);
•iniciação: com espoleta comum ou espoleta elétrica .
PARÂMETROS
TIPOS NP5 NP10
Cargas do Núcleo (pentolite) 5 g / m 10 g / m
Encordoamento Fios Sintéticos
Resistência à Tração 1960 N
Impermeabilidade 72 h à 2 atm
Revestimento Resina Termoplástica amarela
Diâmetro Externo 4,5 mm 5,0 mm
Velocidade Média de Detonação 6600 m / s 7000 m / s
OBS: face à dificuldade de identificação do estopim e do cordel detonante pela
apresentação externa, os mesmos deverão ser identificados pelas cores internas, isto é, através
das cores de seus explosivos.
3.3. Espoleta Comum N.º 08
Acessório de detonação iniciado por estopim, utilizado para acionamento de cordel
detonante ou diretamente nos explosivos.
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•constituição: estojo de alumínio ( 45 mm comprimento e 6mm diâmetro ), carga
detonadora de nitropenta (muito sensível a chama - Trinitroresorcinato de chumbo + Azida de
chumbo);
•funcionamento: é presa ao estopim (comum ou hidráulico) através de sua
extremidade aberta, este transmite a chama que irá através da carga iniciadora detonar a
nitropenta (carga detonadora).
PARÂMETROS
Diâmetro Externo 44,95 + - 0,25 mm
Diâmetro Externo 6,55 mm máximo
Diâmetro Interno 5,86 mínimo
Altura Livre 25 + - 2 mm
Carga Explosiva 3 mg iniciadores / 5 mg alto explosivo
Brizância (Ensaio de Esopo) 8 mm
3.4. Espoleta Elétrica N.º 08
•finalidade: idêntica a da espoleta comum;
•constituição: estojo cor de alumínio com dois fios condutores elétricos ligados
em sua extremidade estriada;
•carga detonadora: semelhante a espoleta comum;
•carga iniciadora: sensível a corrente elétrica; e
•funcionamento: o misto de iniciação é inflamado com dois fios condutores
ligados a sua extremidade estriada.
3.5. Acendedor de Fricção
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O acendedor de fricção é um acessório usado para acendimento do estopim comum/
hidráulico.
PARÂMETROS
Comprimento + - 115 mm
Diâmetro 9,5 + - 2 mm
Temperatura de Funcionamento de – 10º C à + 52º C (+/- 2º C)
Comprimento do Estopim Mínimo de 10 cm
Esforço de Tração de 50g Estopim não deve soltar da garra
•constituição: corpo cilíndrico e com puxador, uma cápsula com misto de
iniciação e arame com misto de atrito;
•funcionamento: tracionado com energia o puxador arrasta o arame de atrito que
atravessa a cápsula com misto de iniciação, produzindo chama que irá queimar o estopim
(comum ou hidráulico).
3.6. Acendedor à Prova D’água
•finalidade: acender o estopim sob água;
•constituição: tubo de alumínio com puxador e argola;
•funcionamento: empunha-se o acendedor;
•retira-se o pino de retenção;
•percussor é lançado contra a cápsula; e
•produção da chama.
3.7. Acionador de Retardo
•Finalidade: detonação de cargas explosivas.
•Tipos: cilíndrico cor vermelha e puxador "T" - 8 segundos e cilíndrico cor
amarela e puxador "anel"- 15 segundos.
•Constituição: conjunto cilíndrico de 15cm de altura e 1,6cm de diâmetro,
contendo corpo e protetor. Corpo ( acendedor retardo detonador).
h. Simulacro de Granada
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O simulacro de granada é usado no treinamento de tropas, substituindo as granadas de
mão reais nos combates simulados. Possui baixo poder explosivo e não produz estilhaços.
PARÂMETROS
Comprimento do Corpo Entre 99 e 102 mm
Diâmetro Externo Entre 28 e 30 mm
Comprimento Visível do Estopim Maior que 42 mm
Tempo de Retardo para funcionamento Maior que 10 s
Distância de Lançamento de Estilhaços Menor que 20 m
•Funcionamento: acende-se a ponta do estopim e lança-se o simulacro num prazo
de, aproximadamente 10 segundos o estopim se queima, inicia o misto explosivo que faz detonar
o explosivo.
•Precaução: pode produzir ferimentos se detonado junto ao corpo do indivíduo. A
distância de segurança para arremesso é de 10 metros do local da explosão nos artefatos até 1973
e de 20 metros para os fabricados após aquela data.
4. ARTIFÍCIOS PIROTÉCNICOS
4.1. Definição
Os artifícios pirotécnicos são artefatos fundamentais na atividade de socorro e salvamento
de náufragos e outros acidentados, através da sinalização visual de fumaça durante o dia e luz
durante a noite em áreas de difícil acesso e comunicação. Produzem efeitos luminosos e
fumígenos.
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4.2. Tipos
a) Sinalizador manual estrela (vermelho, branco e verde)
Sinalização de salvamento e orientação para o deslocamento de tropas, início e término
de operações, na selva, no mar e em áreas rural e urbana, com a utilização do código das cores.
Desenvolvido para ser visto a longas distâncias. Luminosidade de 20.000 candelas.
Operação : remova a tampa de segurança, segure firmemente o sinalizador na posição
vertical, puxe a argola e o acionamento será imediato. Tempo de queima de 6 segundos e altura
máxima de 80 metros.
b) Facho manual luz vermelha
Sinalização noturna para salvamento marítimo e orientação para o deslocamento de
tropas. Desenvolvido para curtas e médias distâncias. Luminosidade de 15.000 candelas.
Operação : remova a tampa de segurança, segure firmemente o sinalizador na posição
vertical, puxe a argola e o acionamento será imediato. Tempo de queima do facho é de 60 seg.
c) Sinal de perigo diurno/noturno
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O sinal de perigo diurno/noturno foi desenvolvido para a utilização em terra ou no mar,
nas operações de salvamento, no balizamento e no auxílio à tropas durante os deslocamentos. O
sinal diurno emite fumaça na cor laranja (20 segundos queima) e o noturno emite facho de luz
vermelha intensa (20.000 candelas por 20 segundos) .
Sinal de perigo diurno/noturno menor e
com tempo de emissão reduzido
d) Foguete de sinalização com pára-quedas
Sinalização, salvamento, orientação e iluminação para operações militares. Com o
acionamento, o foguete é impulsionado até uma altura de 300 metros, fazendo liberar o pára
quedas com a carga iluminativa (30.000 candelas) que queima, emitindo forte luz vermelha,
durante 40 segundos.
e) Foguete de sinalização 5 estrelas
Sinalização, salvamento, orientação e iluminação para operações militares. Com o
acionamento, o foguete é impulsionado até uma altura de 300 metros, liberando os cinco sinais
de estrela colorida.
f) Conjunto de Sinais 9 estrelas
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Utilizado em operações de salvamento e em aeronaves, navios em qualquer situação de
perigo que exija o uso de pirotécnicos para sinalização.
Consiste de um invólucro plástico, contendo 9 cápsulas de alumínio com carga
sinalizadora e caneta ejetora. Fabricado em duas versões: Colorida (3 vermelhas, 3 verdes e 3
brancas) e Vermelha (9 estrelas vermelhas). Tempo de queima de 6 segundos e alcance de 80
metros. Luminosidade em torno de 15.000 candelas.
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ÍNDICE
Capítulo I – Generalidades da Munição de Armamento Leve............................ 03
1. Apresentação .................................................................................................. 03
2. Terminologia ................................................................................................. 03
3. Finalidade ....................................................................................................... 03
4. Componentes ................................................................................................. 04
5. Estudo dos componentes ............................................................................... 04
5.1. Estojo .......................................................................................................... 05
5.2. Cápsula ....................................................................................................... 07
5.3. Carga de Projeção ....................................................................................... 08
5.4. Projétil ......................................................................................................... 09
6. Funcionamento ............................................................................................... 13
Capítulo II – Munição de Arremesso.................................................................. 14
1. Granadas de Mão ............................................................................................ 14
1.1. Definição ..................................................................................................... 14
1.2. Classificação ............................................................................................... 14
1.3. Constituição ............................................................................................... 15
1.4. Tipos ............................................................................................................ 15
1.5. Granada de mão M3 c/EOT M9 .................................................................. 19
Capítulo III – Munição de Lançamento ............................................................. 25
1. Granadas de Bocal ......................................................................................... 25
1.1. Definição ..................................................................................................... 25
1.2. Classificação ............................................................................................... 25
1.3. Conceituação ............................................................................................... 26
1.4. Tipos ............................................................................................................ 27
1.5. Funcionamento ............................................................................................ 28
1.6. Segurança .................................................................................................... 29
2. Munição do Lança Granadas 40 mm M79 ..................................................... 30
2.1. Apresentação ............................................................................................... 30
2.2. Terminologia ............................................................................................... 31
2.3. Composição ................................................................................................. 31
2.4. Classificação ............................................................................................... 32
2.5. Estudo dos Elementos ................................................................................. 32
2.6. Funcionamento ............................................................................................ 35
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CAPÍTULO I
GENERALIDADES DA MUNIÇÃO DE ARMAMENTO LEVE
1. APRESENTAÇÃO
São aquelas de calibre igual ou menor que .60” =15,24 mm.
São utilizadas em : revólveres, pistolas, metralhadoras de mão, carabinas, fuzis, fuzis
metralhadoras, metralhadoras leves, metralhadoras pesadas e etc.
2. TERMINOLOGIA
Cartucho: munição encartuchada engastada.
Efeitos balísticos: conjunto de forças que atuam em um corpo durante sua trajetória.
Durante o deslocamento do projétil no interior do cano são gerados um conjunto de forças que
atribuem aos projéteis movimentos rotatórios. Estes têm a finalidade de minimizar os efeitos
balísticos.
3. FINALIDADE OU EMPREGO
Está diretamente associada ao tipo de projétil que está sendo utilizado.
a) Munição de guerra
Possuem por objetivo causar danos ou baixas.
•comum : contra pessoal e alvos não blindados.
•perfurante : utilizados contra aviões, veículos de blindagem leve e abrigos de
concreto.
•incendiária : tem por finalidade causar um efeito incendiário.
•traçante : tem por finalidade realizar-se a observação do tiro.
•perfurante – incendiária : visa combinar dois efeitos desejados.
•perfurante - incendiária - traçante : visa combinar três efeitos desejados.
b) Munição de emprego especial
Visa um efeito específico e que não seja necessariamente causar baixas.
• festim: tiro simulado e salvas;
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• manejo: inerte, treina o manuseio do armamento;
• pressão majorada: testa o armamento;
• sub – calibre: utilizada nos tubos redutores; e
• lançamento: lançamento de granada de bocal com fuzil, mosquetão ou
carabina, com bocal adaptado.
4. COMPONENTES
• estojo;
• cápsula ou espoleta;
• carga de projeção ou propelente;
• projétil ou projetil;
5. ESTUDO DOS COMPONENTES
5.1. Estojo
Estojos de .50 pol., 7,62 mm e 9 mm
5.1.1 Finalidades
• reunir os demais elementos componentes da munição;
• proteger a carga de projeção;
• fazer a obturação da câmara.
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5.1.2 Nomenclatura
1. Estojo - Elemento por completo.
2. Culote – parte inferior do estojo onde localizam-se as inscrições de
identificação, (Fábrica, lote, tipo de munição,...).
3. Corpo - Seu formato (cilíndrico, tronco cônico ou tronco cônico com gargalo
cilíndrico) está totalmente ligado ao sistema de funcionamento da arma.
4. Ombro - Faz a redução câmara / cano.
5. Gargalo - Fixa o projétil.
6. Boca - Recebe o projétil.
7. Alojamento da cápsula - Recebe a cápsula. Pode possuir bigorna ou não.
8. Gola - Aloja a garra do extrator.
9. Evento(s) - Permite que a chama da cápsula atinja a carga de projeção.
10. Câmara - Aloja a carga de projeção.
11. Parede - Pela dilatação realiza a obturação dos gases.
12. Bigorna - (Somente nos estojos tipo Berdan), com auxílio do percussor,
permite o esmagamento do alto explosivo iniciador existente na cápsula.
13. Virola - Permite a extração.
5.1.3. Fabricação
São produzidos em aço, alumínio ou latão. São confeccionados pelo processo de
estiramento sucessivo, devido a isso, torna-se o componente de maior custo de fabricação.
5.1.4. Classificação
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a) Quanto ao tipo
• Fogo circular
• Fogo central
b) Quanto ao perfil
Cilíndrico (Usado em pistolas)
Tronco-cônico (Usado em carabinas)
Tronco-cônico c/ gargalo cilíndrico (Fuzis e Mtrs)
c) Quanto ao formato da virola
Escavada Semi-saliente Saliente
5.2. Cápsula
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Cápsula Boxer
Atualmente costuma ser chamada de espoleta por empresas e por usuários civis. Porém
de acordo com o T 9-200 (Nomenclatura-Padrão Geral de Armamento e Munição)- 1ªEdição-
1975, sua nomenclatura no âmbito do Exército Brasileiro permanece como cápsula.
5.2.1. Finalidade
Iniciar, depois da excitação externa , a queima da carga de projeção.
5.2.2. Nomenclatura
1 - Corpo ou copo: recebe os demais elementos.
2 - Mistura iniciadora: alto explosivo iniciador.
3 - Disco de papel: mantém a mistura no seu local.
4 – Bigorna: existente somente nas cápsulas do tipo Boxer. Com auxílio do
percussor, permite o esmagamento do alto explosivo iniciador.
5.2.3. Constituição
Seu corpo e sua bigorna são compostas de cobre ou latão e o misto iniciador, que
é um alto explosivo, geralmente é composto de fulminato de mercúrio ou azida de chumbo ou
estifinato de chumbo ou tetraceno.
5.2.4. Tipos
Boxer: A cápsula possui bigorna e é acondicionada num estojo com evento único
(central).
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Berdan: A cápsula não possui bigorna, esta faz parte do estojo que possui dois ou
mais eventos.
5.3. Carga de projeção
5.3.1. Definição
São baixos explosivos (pólvoras) que transformam-se em gases através de uma
queima de grande velocidade gerando pressão. Através desta pressão é que os projéteis são
impulsionados em direção ao alvo.
5.3.2. Classificação
a) quanto ao tipo
• pólvora negra
• pólvora química ou coloidal
b) quanto à composição
• base simples - Nitrocelulose (NC)
• base dupla - NC + Nitroglicerina (NG)
• base tripla - NC + NG + Nitoguanidina (NGu)
c) quanto a forma
• grãos
• lâminas
• fios
• cilindros (não, mono ou heptaperfurados).
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5.4. Projétil
Projétil de .50 pol
5.4.1. Finalidade
Causar danos, é o próprio emprego da munição.
5.4.2. Nomenclatura
1 - Projétil ou projetil: elemento por completo.
2 - Base ou culote: favorece as propriedades balísticas, no que concede ao arrasto
com o ar. Recebe a pressão oriunda da queima da carga de projeção e nas munições traçantes,
torna-se a saída do misto traçante durante a sua trajetória.
3 – Corpo: área que se engraza ao raiamento fazendo com que o projétil adquira
propriedades balísticas.
4 - Ogiva ou ponta: favorece as propriedades balísticas, no que concede a
resistência do ar.
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5 – Camisa: somente nos projéteis tipo encamisados, uso militar obrigatório pois a
camisa evita o desgaste exagerado do cano da arma.
6 – Núcleo: é a finalidade do projétil.
7 - Cinta de lubrificação ou cinta de engastamento ou canelura: mantém a camisa
firmemente presa ao núcleo, permite que o gargalo (no estojo) engaste o projétil na montagem do
cartucho.
5.4.3. Classificação
a) Quanto ao tipo
Chumbo - Endurecidos com estanho e / ou antimônio.
Encamisado - Núcleo de chumbo [aço ( Car .50 Cm)], e revestido com uma
camisa com percentuais de cobre, zinco e níquel.
Vantagens:
• Não provocam chumbeamento no interior do cano.
• Permitem maiores velocidades iniciais.
• Não são danificados pelo carregamento.
b) Quanto a forma
Ponta arredondada.
Ponta ogival.
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5.4.4. Projéteis Encamisados
São projéteis constituídos por uma capa metálica externa, fabricada em metal não
ferroso (ligas de cobre/níquel com alto teor de cobre são as mais comumente utilizadas), metal
ferroso(nesse caso com recobrimento eletrostático por um metal não ferroso) e de núcleo, quase
sempre de chumbo, destinado a dar aos mesmos o peso necessário para que possam desenvolver
energia adequada.
Embora as formas construtivas dos projéteis encamisados possam variar bastante
de fabricante para fabricante, para efeito prático podemos dividi-los em dois subgrupos:
a) aqueles que possuem a “camisa” fechada na ponta e aberta na base para
introdução do núcleo. Estes projéteis são conhecidos como encamisados totais (FMJ- Full Metal
Jacket ou FMC- Full Metal Case);
b) aqueles que possuem a “camisa” fechada na base e aberta na ponta para
também permitir a colocação do núcleo. Nesses casos, quando a camisa se estende até a ponta do
projétil ele é identificado como encamisado e quando não se extende, como semi-encamisado.
Em função do posicionamento máximo da camisa, o núcleo poderá ser bastante,
ou pouco visível. Após a colocação do núcleo, a extremidade da camisa pela qual ele foi
introduzido sofrerá sempre uma ou mais operações de acabamento. Todos os projéteis com o
núcleo exposto nas pontas são genericamente conhecidos por expansivos pois, ao impacto com o
corpo, apresentam maior ou menor deformação (formação de “cogumelo”) a qual ajuda a
“freiar” sua trajetória no alvo aumentando a transferência de energia ( “Stopping-Power” ) e
evita que o projétil atravesse com energia suficiente para causar danos letais a outros corpos.
Os projéteis semi ou totalmente encamisados, possuem as seguintes vantagens:
a) podem ser impelidos a velocidades bem maiores do que os de chumbo, não
apresentando problemas de chumbeamento dos canos e possibilitando o aumento da energia e do
alcance útil;
b) permitem maior criatividade aos projetistas;
c) apresentam menor possibilidade de “engasgar” em armas semi ou totalmente
automáticas.
E as seguintes desvantagens:
a) alto custo;
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b) desgaste prematuro dos canos das armas, reduzindo sua vida útil de precisão.
1- ETOG – encamisado total ogival;
2- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo;
3- EPO – encamisado ponta-oca;
4- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo;
5- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo, fabricação Remington;
6- EPO – encamisado, ponta oca, fabricação Remington;
7- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo;
8- EPO – encamisado ponta-oca;
9- ETPT-encamisado total, pontiagudo;
10- (ETPT/BT) – encamisado total, pontiagudo
6. FUNCIONAMENTO
Partindo dos conceitos aprendidos, a munição de armamento leve funciona de da forma
abaixo discriminada.
Levando-se em consideração a arma carregada, dá-se a percussão. A partir daí existe o
choque do percussor com a cápsula. O alto explosivo iniciador presente na cápsula sofre um
esmagamento, por um lado feito pelo percussor e pelo outro pela bigorna. Este explosivo
sensível ao choque detona e propaga sua chama pelo evento do alojamento da cápsula que chega
até à carga de projeção (baixo explosivo - pólvora base simples ou dupla). Quando a carga de
projeção começa a queimar, inicia-se a transformação da pólvora em gases e a partir daí, quanto
maior a pressão dos gases, maior a velocidade de queima no interior do estojo. Logo em seguida,
o estojo começa a dilatar-se, fazendo a vedação com a câmara. O projétil desengasta-se da boca
do estojo e adquire rapidamente alta velocidade devido à alta pressão agora já existente no
interior do estojo. O projétil é impulsionado durante todo o seu deslocamento no interior do cano
e adquire neste trajeto suas propriedades balísticas caso o cano da arma seja de alma raiada. Caso
o projétil seja traçante ou fumígeno, o misto que encontra-se no seu interior é liberado pelo
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culote do projétil durante sua trajetória. Caso seja incendiário, o misto entrará em contato com o
alvo quando do impacto do projétil.
CAPÍTULO II
MUNIÇÃO DE ARREMESSO
1. GRANADAS DE MÃO
1.1 Definição
É um engenho de forma cilindro-ogival ou oval, munido de espoleta e carregado com
uma carga interna explosiva ou química. Lançadas a mão, destinam-se a reforçar o fogo das
armas leves no combate aproximado, produzir cortinas de fumaça ou produzir efeitos especiais.
Na concepção atual da guerra, são fatores indispensáveis para artefatos bélicos de
infantaria:
•baixo peso e volume reduzido, não só para facilitar o transporte, como para
permitir maior poder de fogo individual e coletivo;
•finalidade múltipla, sempre que possível, para que haja adaptação à situação
tática (ofensiva e defensiva)
•sem riscos para o usuário;
•estilhaços em grande quantidade e de baixo peso, com o objetivo de produzir
morte apenas nas proximidades do local da explosão, ferindo o inimigo mais afastado, pois com
isso acarretará a mobilização de padioleiros, médicos e ambulâncias, evacuação para a
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retaguarda etc; provocando no inimigo maiores complicações logísticas, além de traumas
psicológicos sobre a tropa.
1.2 Classificação
Conforme a natureza da carga
•letais (explosivas - defensivas ou ofensivas );
•não-letais;
•de exercício (simulacro); e
•lastradas.
1.3 Constituição
Basicamente as granadas de mão constituem-se de três partes:
• Corpo;
• Carga; e
• Espoleta.
1.4 Tipos
1.4.1. Granadas de mão letais
São carregadas com um alto explosivo, o TNT ( ou Composição “B” )
A granada explosiva foi projetada para ser utilizada por tropas militares em operações
táticas e de contra ataque. Possui grande efeito atordoante provocado pela detonação da carga
explosiva. Esta granada não pode ser utilizada em operações de controle de tumulto. Possuem
dupla finalidade, dependendo ou não da utilização da luva de estilhaçamento:
• defensivas: agem pelo estilhaçamento do seu invólucro; e
• ofensivas: agem pelo efeito da onda explosiva resultante da detonação de sua
carga de arrebentamento.
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1.4.2 Granadas de mão não-letais
a) Explosivas para ambientes abertos
Foram projetadas para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em operações de
controle de distúrbios graves e combate à criminalidade. Possuem grande efeito atordoante
provocado pela detonação da carga explosiva.
No controle de distúrbios a granada deve ser lançadas para explodirem a uma distância
mínima de 10 metros dos infratores. A distâncias menores existe a possibilidade de projeção de
partículas irregulares, oriundas da fragmentação do corpo plástico da granada, as quais podem
produzir pequenos ferimentos.
Em situações extremas, de graves distúrbios e de combate à criminalidade, os efeitos
sonoro, explosivo e de emissão de partículas, devem ser avaliados pelo Comandante da
operação, que deverá decidir sobre a conveniência ou não do lançamento próximo aos infratores
e/ou em recinto fechado.
Granada explosiva de efeito moral - poder
explosivo associado a uma nuvem de um pó
branco, sem agressividade química.
Granada explosiva lacrimogênea – poder
explosivo associado ao efeito lacrimogêneo.
Granada explosiva identificadora - Poder
explosivo associado ao efeito da emissão de
partículas de gel na cor vermelha e não
tóxico, cujo objetivo é marcar os infratores
para posterior identificação.
Granada explosiva de luz e som – Poder
explosivo associado à luminosidade intensa
que ofusca a visão dos agressores por alguns
segundos, permitindo uma eficiente ação
policial.
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b) Explosivas para ambientes fechados (indoor)
Possuem as mesmas finalidades das granadas para uso aberto porém foram desenvolvidas
para a utilização em ambientes fechados. Possuem um tempo de detonação mais curto para evitar
a reação dos agressores e um efeito explosivo reduzido mas com excelentes resultados em
ambientes fechados.
Granada indoor explosiva de efeito moral Granada indoor explosiva lacrimogênea - CS
Granada indoor explosiva identificadora Granada indoor explosiva de luz e som
1.4.3. Granadas de mão de exercício
a) Simulacro de granada reutilizável
A granada AM-500 foi projetada para emprego em treinamento de tropas Policiais e
Militares para operações de controle de distúrbios. Produz alto estampido, acompanhado de uma
nuvem de fumaça, análogos a uma granada de emprego real, capazes de identificar o local da
explosão. Esses efeitos são alcançados sem a produção de estilhaços, o que permite um
treinamento seguro.
1.4.4. Granadas de mão fumígenas
d) Granada fumígena manual – HC
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A granada MB-502, foi projetada para emprego em operações militares e policiais, com o
objetivo de produzir uma densa cortina de fumaça, que serve para mascarar a retirada ou a
movimentação de tropas de infantaria em relação ao agressor. Pode ser utilizada em controle de
distúrbios desorientando e dispersando infratores, pela ação da densa fumaça. Serve ainda como
artefato sinalizador.
Em situações extremas de graves distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usada
para forçar a saída dos infratores de ambientes fechados, atirando a granada através de aberturas
ou janelas.
e) Granada de fumaça colorida
Sinalização diurna colorida para salvamento de tropas, início e término de operações, na
selva e áreas rural e urbana, com a utilização do código de cores. Este produto não é indicado
para o uso no mar, pois não flutua.
1.4.5. Granadas de mão lacrimogêneas
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Foram projetadas para serem utilizadas por tropas Policiais e Militares em operações de
controle de graves distúrbios e combate à criminalidade. Atua por saturação de ambientes através
da geração de intensa nuvem de fumaça contendo agente lacrimogêneo (CS).
1.4.6 Granada de mão lastrada
São completamentes inertes e destinam-se a instrução da tropa.
1.5 Granada de mão M3 c/EOT M9
Granada utilizada por muito tempo pelo Exército Brasileiro, produzida pela CEV
(Companhia de Explosivos Valparaíba). Possui as seguintes vantagens:
• utilização da mesma granada como ofensiva e defensiva, dependendo da
situação tática, apenas com a retirada ou permanência da luva de estilhaçamento no corpo
plástico da granada;
• utilização contra pessoal em distâncias curtas, especialmente guarnições de
armas ou grupos, normalmente abrigados e desenfiados ao tiro tenso das armas portáteis;
• estilhaços em forma e quantidade determinadas pelo pré-ranhuramento da luva
de estilhaçamento;
• peso reduzido do artefato, podendo ser lançado com maior precisão e maiores
distâncias;
• utilização como carga dirigida para rompimento de chapas de aço, trilhos e
outro trabalhos de sapadores;
• utilização como carga de demolição e rutura.
1.5.1. Descrição e nomenclatura
A granada de mão M3 ( Defensiva-Ofensiva ) com espoleta de ogiva de tempo M9,
compõe-se, basicamente, de 2 subconjuntos, com os componentes a seguir:
a) Granada propriamente dita
•corpo ( plástico );
•carga explosiva; e
•luva de estilhaçamento.
b) Espoleta
•capacete;
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•grampo de segurança;
•corpo;
•dispositivo de percussão; e
•retardo-detonador.
1.5.2. Espoletamento
• retirar o tampão de vedação da granada;
• introduzir o retardo-detonador, no corpo da granada;
• segurar a espoleta com uma das mãos e rosquear o corpo da granada na
espoleta com a outra mão. Nesta operação, como medida de segurança, a espoleta deve
funcionar como peça fixa e a granada como peça móvel.
1.5.3 Emprego
a) Como granada de mão defensiva
A granada é fornecida com a luva de estilhaçamento ajustada ao corpo plástico. Para
empregá-la, é suficiente espoletar a granada e seguir as instruções de lançamento
regulamentares.
b) Como granada de mão ofensiva
A transformação da granada em ofensiva é efetuada retirando - se a luva de
estilhaçamento, restando apenas o corpo plástico e a espoleta.
Para retirar a luva, segurar a granada pela luva com uma das mãos, e com o polegar da
outra mão, empurrar o corpo plástico pelo fundo cônico.
c) Como carga dirigida
Para segurança do operador, retirar a luva de estilhaçamento, cuja ausência,
praticamente não influi no rendimento da perfuração.
Fixar firmemente a granada com o fundo cônico apoiado sobre a parte a ser perfurada
Retirar o tampão de vedação.
Introduzir uma espoleta elétrica n.º 8 ou espoleta comum n.º 8 com estopim, até
encostar no fundo, procurando fixá-la.
Estender os fios até uma posição de segurança onde o operador procederá ao contato
elétrico ( pilha, bateria, explosor etc ) para a detonação.
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Se for usada espoleta comum n.º 8, com estopim, cortá-lo com comprimento
suficiente para se abrigar.
d) Como carga de demolição e rutura
Para segurança do operador, retirar das granadas a serem utilizadas, as luvas de
estilhaçamento, cuja ausência praticamente não influi no rendimento da perfuração.
De acordo com os manuais de demolição regulamentares, calcular o posicionamento e a
quantidade de explosivo necessária para obtenção dos efeitos previstos.
Fixar firmemente as granadas entre si e no local desejado.
Introduzir as espoletas elétricas n.º 8 ou espoletas comuns n.º 8 com estopim até
encostar no fundo, procurando fixá-las.
Estender os fios até uma posição de segurança onde o operador procederá aos
contatos elétricos ( pilha, bateria, explosor etc ), para a detonação, levando em conta a
resistência elétrica total.
Se for usada a espoleta comum n.º 8 com estopim, cortá-lo com comprimento suficiente
para se abrigar.
1.5.4. Funcionamento
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1- Anel do grampo de segurança 6- Capacete
2- Percussor 7- Corpo plástico
3- Cápsula 8- Carga explosiva
4- Corpo 9- Luva de estilhaçamento
5- Retardo-detonador 10- Garra do capacete
Após a retirada do grampo de segurança pelo combatente e lançada a granada,
desenvolvem-se as seguintes operações:
•fica liberada a mola do percussor;
•a distensão da mola imprime ao percursor um movimento rotativo que ejeta o
capacete e, em continuação, vai ferir a cápsula;
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•esta, por sua vez, faz funcionar um misto químico que queima durante 4 e 5
segundos; e
•o final desta queima provoca a explosão do detonador e, consequentemente, da
granada.
1.5.5. Seguranças
a) De manuseio
•grampo de segurança, quando em seu alojamento no corpo, impede o deslocamento do
capacete e, portanto, o movimento do percussor citado no segundo item do funcionamento;
•ainda que retirado o grampo de segurança, enquanto a granada permanecer empunhada
– com o capacete firmemente apoiado contra a palma da mão – fica impedido, da mesma forma,
o funcionamento do dispositivo de percussão;
•após a retirada do grampo de segurança, se por qualquer motivo a granada não for
lançada, é possível a recolocação do grampo em sua posição primitiva bastando, para isso, serem
executados, cuidadosamente, os movimentos inversos ao da retirada. É, entretanto um
procedimento perigoso que, sempre que possível, deve ser evitado.
b) De transporte
É caracterizada, complementarmente, pelo fornecimento, em separado, dos cunhetes de
granadas e de espoletas e pelo acondicionamento das peças em compartimentos isolados de
contato, dentro dos cunhetes.
1.5.6. Cuidados especiais
Além do conhecimento que devem ser portadores aqueles que manuseiam munições,
podemos lembrar, dentre outros:
a) nenhum homem deverá executar lançamentos de granadas reais sem antes haver
mostrado eficiência e cuidado nos treinamentos;
b) as espoletas com detonadores devem ser manejadas com o máximo cuidado.
Contendo carga explosiva sensível, evitar calor, choque ou atrito, como a seguir
exemplificaremos:
• calor – não devem ser excessivamente submetidas a altas temperaturas (acima
de 35.) estejam ou não expostas aos raios solares;
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• choque – não conduzi-las de maneira que possam bater uma contra as
outras; não se deve deixa-las cair; não se deve abrir os cunhetes empregando martelo ou
qualquer instrumento pesado; e
• atrito - não deve existir maior que o provocado pelo uso normal das mãos
sem ferramentas.
c) grampo de segurança somente deve ser retirado quando o atirador estiver pronto para
lançar;
d) as granadas não devem ser espoletadas:
• em depósitos ou ambientes fechados;
• em ponto de carga ou descarga de munições; e
• a menos de 100 metros de construções.
CAPÍTULO III
MUNIÇÃO DE LANÇAMENTO
1. GRANADAS DE BOCAL
Granada de Bocal Antipessoal
1.1 Definição
São projéteis explosivos ou químicos dotados de uma carga interna e de um dispositivo
de acionamento.
A granada de bocal, alto explosivo, é um engenho que visa dar aos combatentes de
infantaria recursos que lhe permitam realizar o tiro curvo sobre a tropa amiga e objetivos
dispersos, sempre que os projéteis de pequeno calibre e de tiro tenso não consigam os desejados
resultados. Produzindo efeito explosivo e de estilhaçamento, torna-se eficaz contra objetivos
ainda que desenfiados.
A granada de bocal, é um artefato que, lançado pelo fuzil 7,62 M964, possui o efeito
secundário de perfuração em concreto ou chapas de aço (couraças), de até 3`` (7,62 mm) de
espessura no caso das antipessoais e de até 4” (10,2 mm) ) de espessura no caso das anticarro.
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Assim sendo, poderá realizar com eficiência as missões normalmente atribuídas aos morteiros
leves e lança-rojões de pequeno calibre, pois não apresenta os inconvenientes deste ( ruído,
chama, poeira).
1.2. Classificação
Conforme a natureza da carga:
• antipessoal;
• anticarro; e
• exercício ( lastradas ou com carga de pólvora negra ).
1.3. Constituição
Basicamente: cabeça explosiva, espoleta e empenagem.
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a) cabeça explosiva :ogiva, pelo cone, corpo e carga principal;
b) espoleta: grampo de segurança, pino de armar, luva guia do percussor, mola de
segurança, percussor, detonador-reforçador;
c) empenagem: tubo estabilizador e aletas;
d) cartucho de lançamento: vem preso a um tarugo de borracha colocado no fundo da
empenagem; e
e) mira individual: alça graduada, que serve para a pontaria.
1.4. Tipos
1.4.1. Gr Bc Antipessoal
São carregadas com pentolite, sendo de fabricação nacional e agindo pela ação de
estilhaçamento, podendo agir em algumas situações pela ação de perfuração, pois é de carga
“carga oca”, perfurando blindagens de até 7 mm de espessura.
A explosão da granada produz mais de 100 estilhaços eficazes sobre um homem em pé
num raio de 20 metros do ponto de detonação e com efeitos secundários até 60 metros.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
Peso total 550 g
Peso do explosivo 90 g
Comprimento 323 mm
Diâmetro do corpo 40 mm
Velocidade inicial (Car Lçmt 7,62 CEV) 70 m/s
Alcance máximo ângulo de 42 graus 400 m
Alcance de alça (utilização) 150 m
Alcance normal dos estilhaços 30m
Tiro tenso contra pessoal e Vtr Bld até 150m
1.4.2. Gr Bc Anticarro
São também carregadas com pentolite e agem pelo princípio da “carga oca”. Permitem
furar couraças com espessuras superiores a 4’’ (10,2 mm).
Todas as suas características são semelhantes às pessoais.
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1.5. Funcionamento
1- Corpo da Carga 6- Grampo de segurança
2- Carga explosiva 7- Pino de armar
3- Detonador-reforçador 8- Luva-guia do percussor
4- Corpo da espoleta 9- Percussor
5- Mola de segurança 10- Tubo-Motor
a) Posição inicial:
•cartucho de lançamento na câmara;
•uma granada no bocal;
•granada sem o grampo de segurança; e
•dá-se a percussão no cartucho de lançamento.
b) Funcionamento propriamente dito:
1ª ETAPA: Percussão do cartucho de lançamento e trajetória da granada de bocal
1ª FASE: Recuo da luva-guia do percussor:
• Retirado o grampo de segurança, o pino de armar permanece em seu lugar;
• Após a percussão, por ação da inércia, a luva-guia tende a permanecer no seu
lugar (recua em relação à granada), enquanto a granada é lançada, indo liberar a cabeça do pino
de armar, que é ejetado por ação de sua mola;
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• Com o recuo da luva-guia do percussor, a mola de segurança, que se encontra à
frente do percussor, começa a se distender (abrir) para permitir a passagem do percussor, que é
mantido à retaguarda por inércia.
2ª FASE: Armação da espoleta:
• Após o máximo de distensão possível da mola de segurança, o percussor estará
livre para ir à frente, só não o fazendo por ação da inércia;
• Em virtude de suas características técnicas de fabricação a espoleta não
funcionará antes de haver percorrido 02 metros de sua trajetória, a partir da boca da arma,
mesmo que encontre um obstáculo;
• Isto é assegurado pelo tempo que leva a mola de segurança para se distender, após
a liberação de sua posição original, liberando o percussor.
2ª ETAPA: Granada no momento do impacto
- Ao atingir o alvo, a granada bate com a ogiva. Neste momento, por ação da inércia, o
êmbolo onde está preso o percussor avança percutindo a o detonador-reforçador e
consequentemente a granada.
1.6. Seguranças
a) De manuseio
O grampo de segurança, quando em seu lugar, impede a ejeção do pino de armar e,
consequentemente, o funcionamento do dispositivo de percussão, até mesmo por efeito de queda.
Devido ao seu sistema de segurança, ainda que retirado o grampo de segurança, a granada
poderá sofrer queda de até 3 metros sem qualquer problema, pois não haverá inércia provocada
pela força do impacto resultante da velocidade de lançamento.
Em caso de queda da granada sem o grampo de segurança, e não tendo sido ejetado o
pino de armar, a mesma poderá ser recolocada no bocal de lançamento sem que isso implique na
segurança do manuseio do artefato; caso contrário, isto é, o pino de armar tendo sido ejetado (o
que dificilmente acontecerá), a granada não deverá ser tocada pois todo o sistema de segurança
foi acionado no sentido da liberação do percussor. A granada deverá, então, ser destruída no
local.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -63-
Após a retirada do grampo de segurança, se por qualquer motivo a granada não for
lançada, é possível a recolocação do grampo em sua posição primitiva, bastando, para isso,
serem executados, cuidadosamente, os movimentos inversos ao da retirada.
b) De boca
Em virtude de suas características técnicas de fabricação, a espoleta não funcionará antes
de haver percorrido 02 (dois) metros de sua trajetória, a partir da boca da arma, mesmo que
encontre um obstáculo.
Isto é assegurado pelo tempo que leva a mola de segurança colocada à frente do percussor
para se distender, após a liberação de sua posição original.
c) De transporte
Para o transporte, o percussor fica impedido de se movimentar pela ação:
•de dois pinos de aço, sendo um solidário ao grampo de segurança e outro (pino de
armar) que só é ejetado automaticamente pelo tiro de lançamento (desde que se retire o grampo
de segurança);
• da mola de segurança posicionada à frente do percussor.
2. MUNIÇÃO DO LANÇA GRANADAS 40 MM M79
2.1. Apresentação
Calibre 40mm. São utilizadas no Lançador de granadas M-79 ou M-203.
VISTA EM CORTE
2.2. Terminologia
Granada ou Cartucho 40 x 46mm ou Cartucho 40 de baixa velocidade.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -64-
OBS: As características abaixo exemplificadas referem-se ao Car 40X46 M406HE.
2.3. Composição
A munição é composta de estojo, estopilha, carga de projeção, projétil e espoleta.
Estojo Munição Estopilha
Carga de projeção
ou propelente
Projétil ou granada Espoleta
2.4. Classificação
a) quanto a colocação dos elementos
ENCARTUCHADA: Estojo reúne os demais elementos.
ENGASTADA - Projétil fixo ao estojo, não permite a variação da carga de projeção.
b) quanto ao uso: único;
c) quanto a estabilização: rotação;
d) quanto ao emprego:
2.5. Estudo dos elementos
a) estojo
Contém a carga de projeção e fazer a obturação da câmara. É de alumínio e fabricado pelo
processo de estiramento sucessivo. Possui traçado cilíndrico.
nomenclatura aplicada
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1. GOLA - Recebe o projétil;
2. GARGALO - Fixa o projétil por punções;
3. CORPO – Inscrições: Lote.
4. VIROLA – Permite a extração: Escavada;
5. CULOTE – Inscrições: Lote;
6. CÂMARA – Nesta munição, é subdivida em 2 [câmaras de alta (aloja a carga de
projeção) e de baixa pressão];
7. ALOJAMENTO DA ESTOPILHA - Recebe a estopilha e a carga de projeção;
b) estopilha
Quando excitada, produz a chama que inicia a queima da carga de projeção. Do tipo
estampada. Atua por percussor. Possui perfil curto e carga de encadeamento explosivo através
de misto fulminante -> cápsula e explosivo iniciador;
nomenclatura aplicada
1. CORPO - Recebe os demais elementos;
2. BIGORNA – Em conjunto com o percussor da arma, realiza o
esmagamento do alto-explosivo iniciador;
3. CÁPSULA – Aloja o alto-explosivo iniciador;
4. MISTO FULMINANTE – Alto-explosivo iniciador (Tetraceno).
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c) carga de projeção
Projeta a granada. É encartuchada de uso único e composta de pólvora coloidal.
TIPO: BASE DUPLA - BD: Nitrocelulose (NC) + Nitroglicerina (NG).
EMPREGO: Propelente.
FORMA: Esférica (2,84mm)
CARREGAMENTO: Solta
d) projétil ou granada
Conduz a carga química ou explosiva. É composta de aço e alumínio - fundido / forjado e
torneado com traçado biogival.
nomenclatura aplicada
1. OUVIDO ROSCADO - Recebe a espoleta;
2. OGIVA - Favorece as propriedades balísticas concernentes a resistência do ar;
TIPO: Curta (baixa Vo) e falsa;
3. CORPO - É o projetil propriamente dito, de espessura e material variável com a
finalidade da granada. Neste caso, a granada encontra-se alojada em um falso corpo de alumínio,
formando um só corpo;
4. CINTA DE FORÇAMENTO - Cinta ligeiramente maior que o calibre da arma, que
engraza-se nas raias, proporcionando a rotação da granada e obturando os gases a frente;
TIPO: Simples;
PERFIL: Escavado - O sulco recebe o excesso de metal do forçamento;
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5. CULOTE - Favorece as propriedades balísticas concernentes ao arrasto;
6. CARGA DO PROJÉTIL - É feito através de enchimento – fundido com carga
explosiva de composto B (45g);
e) espoleta
Inicia a cadeia explosiva no momento e nas condições desejadas. Colocação na ogiva, com ação
percutente instantânea (funciona no momento do impacto). Princípio de armar através da força
centrífuga, com encadeamento explosivo partindo da cápsula => reforçador - detonador => carga
de arrebentamento.
nomenclatura aplicada
1. DISPOSITIVO DE ARMAR E SEGURANÇA – Pelo desalinhamento de seus
elementos, oferece segurança ao operador;
2. PLACA DE PRESSÃO – Aciona o percussor;
3. CONJUNTO DE PERCUSSÃO – Composto de cápsula e percussor, é o elemento
iniciador da cadeia explosiva;
4. CONJUNTO REFORÇADOR - DETONADOR – Reforça a transformação da cápsula
e transmite à carga principal.
2.6. Funcionamento
O princípio de funcionamento foi originado de uma idéia alemã da 2º Guerra Mundial,
chamado de sistema de redução de pressão.
Neste sistema, uma carga de projeção é confinada dentro de uma pequena câmara na base
do estojo do cartucho. Esta câmara é provida com orifícios cuidadosamente calculados. Quando
a cápsula é atingida, a carga explosiva transforma-se dentro de sua câmara e desenvolve uma
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elevadíssima pressão – em torno de 2500 Kg por cm². Esta pressão, sem controle, poderia expelir
a granada a uma altíssima velocidade e causar uma extrema pressão na culatra. Ao invés disso,
esta alta pressão é confinada na câmara especial existente no cartucho e através dos seus orifícios
esta pressão é gradualmente liberada para o espaço vazio entre a câmara e a granada. Neste
espaço o gás se expande e atinge a pressão de 200 Kg por cm², pressão esta suficiente para
arremessar a granada a uma velocidade de 76 m/s e a uma distância de 350 a 400m, sem resultar
em um excessivo recuo no corpo da arma. Este sistema permitiu que a arma fosse leve, de
pequenas dimensões e segura.
As granadas são estabilizadas durante o vôo pelo giro imprimido pelo raiamento da arma.
A granada atinge a velocidade de 76 m/s (comparados a uma velocidade aproximada de 800 m/ s
de um 7,62 mm) e um granadeiro treinado pode lança-la dentro de uma janela a uma distância de
150 m.
A força centrífuga oriunda da rotação da granada (3700 rpm) faz com que o dispositivo
de armar e segurança arme a granada a uma distância mínima de 14 m do atirador. Após isso a
granada irá detonar com o impacto. Desta forma a cabeça explosiva não pode ser detonada por
causa de uma queda ou se for atingida por um tiro. Esta distância mínima preserva o atirador de
não ser atingido pelo raio de fragmentação da granada.
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As granadas M 406 40 mm HE atiradas do Lançador M79 fragmenta seu recipiente
metálico em mais de 300 fragmentos que são lançados a uma velocidade de 1.524 m/s com um
raio letal de 5 m.
Existem uma grande variedade de cartuchos de 40 mm que podem ser atirados do
Lançador de Granadas M79. Todos estes cartuchos são engastados ou seja, o projétil já vem fixo
ao estojo.
Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -70-
Munições para o Lançador de Granadas M79
Coloração
Modelo Ação
Estojo Projétil Ogiva
M397
M397A1
Fragmentação Verde Verde Dourada
M433 Duplo efeito Verde Verde Dourada
M381
M386
M406
M441
Alto explosivo Verde Verde Dourada
M576 Multiprojétil
Verde
e
Preto
- -
M651
Química
Lacrimogênea
CS
Verde Vermelho Prateada
M781 Exercício Verde Azul -
M407
M382
Exercício Verde
Verde
Azul
Prateada
Azul
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Índice de Apostilas sobre Explosivos e Munições

  • 1. ÍNDICE DAS APOSTILAS APOSTILA PÁGINA EXPLOSIVOS MUNIÇÃO DE AMAMENTO LEVE MUNIÇÃO DE ARMAMENTO PESADO CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE DE MUNIÇÕES MÍSSEIS DESTRUIÇÃO
  • 2. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -2- NDICE DOS ASSUNTOS Capítulo 01 – Explosivos ............................................................................................... 03 1. Definição .................................................................................................................... 03 2. Velocidade de transformação ..................................................................................... 03 3. Excitação .................................................................................................................... 04 4. Onda explosiva ........................................................................................................... 04 5. Composição ................................................................................................................ 05 6. Classificação .............................................................................................................. 06 7. Propriedades principais dos explosivos ..................................................................... 08 8. Requisitos de um explosivo ....................................................................................... 08 9. Principais explosivos militares .................................................................................. 09 Capítulo 02 – Baixo Explosivos .................................................................................... 11 1. Pólvora negra ............................................................................................................. 11 2. Pólvora coloidal ......................................................................................................... 13 Capítulo 03- Alto Explosivos ......................................................................................... 16 1. Explosivos iniciadores ............................................................................................... 16 2. Explosivos reforçadores ............................................................................................ 17 3. Explosivos de ruptura ................................................................................................ 18 Capítulo 04 – Munições ................................................................................................. 22 1. Introdução .................................................................................................................. 22 2. Classificação .............................................................................................................. 23 3. Encadeamento explosivo ........................................................................................... 24 4. Classificação dos explosivos dentro da cadeia .......................................................... 24 5. Munições químicas ou não letais ............................................................................... 24 Capítulo 05 – Artifícios ................................................................................................. 32 1. Definição .................................................................................................................... 32 2. Classificação .............................................................................................................. 32 3. Artifícios Iniciadores ................................................................................................. 32 4. Artifícios Pirotécnicos ............................................................................................... 37
  • 3. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -3- CAPÍTULO I EXPLOSIVOS 1. DEFINIÇÃO São substâncias que sob a ação de um excitante, se transformam em grande volume de gases, sob grande pressão, em um curto espaço de tempo e com grande produção de calor. 1.1. Análise da Definição a) Necessidade do excitante: por menor ou mais variado que seja a excitação, sempre será necessário um elemento extrínseco para iniciar a transformação. Um caso raríssimo de explosão espontânea (sem excitação) é o da pólvora de nitro-celulose seca. b) Grande volume de gases: todo explosivo transforma-se em uma quantidade muito maior de gases que expandem-se na atmosfera. Ex: 1 litro de pólvora negra (PN) transforma-se em 300 litros de gases. 1 litro de nitroglicerina (NG) transforma-se em 700 litros de gases. c) Grande pressão: atuação de uma força sobre uma área determinada e que quando confinada no interior de um cano ou tubo impulsiona o projetil em direção ao alvo. d) Curto espaço de tempo: embora a percepção humana ache instantânea, a velocidade de transformação é variável. e) Calor desprendido: toda transformação produz calor. Ex:1 Kg de PN gera 2600º C. 2. VELOCIDADE DE TRANSFORMAÇÃO A transformação de um explosivo nunca é instantânea como parece aos nossos sentidos. Dentre os fatores para a variação da velocidade de transformação estão a: • quantidade de explosivo; • tipo de explosivo; • condições e forma de emprego; e • pureza e estado de conservação. Um mesmo explosivo pode queimar, deflagrar ou explodir influenciado pelas causas do item acima (quantidade, condições, etc).
  • 4. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -4- Concebendo-se vários explosivos em forma de um fio, sem nenhuma compressão e excitados ao ar livre, observamos que a velocidade de transformação dos mesmos é variável; uns se transformam mais rapidamente e outros mais lentamente. Os fenômenos observados são os seguintes: • queima(inflamação) ................até 1000 m / s. • deflagração ..............................de 1000 a 2000 m / s. • explosão ..................................de 2000 a 3000 m / s. • detonação ................................acima de 4000 m / s. 3. EXCITAÇÃO Normalmente, salvo em casos raríssimos, é necessária uma excitação para iniciar a transformação de um explosivo. Mesmo uma excitação involuntária ou imprevista (um choque, calor de sol, etc) se faz necessária. a) tipos de excitação: • mecânica: dispositivo de percussão das armas, choque, atrito, etc. • física: corrente elétrica, chama, centelha, aumento de temperatura, etc. • química: explosão por simpatia através da explosão de outro explosivo, geralmente um explosivo iniciador (espoleta), etc. 4. ONDA EXPLOSIVA Representa a influência de determinada explosão, direcionada ou não. Um alto explosivo gera durante a sua transformação uma onda de choque que propaga-se em todas as direções a partir do local da explosão (esfera). Se a velocidade de. transformação for muito rápida, após a transformação de toda a massa explosiva, os gases ainda não terão tido tempo de expandirem-se e formarão um pequeno volume com considerável pressão. A descompressão dos gases será, então, muito mais violenta. Caso esta onda de choque encontre um outro explosivo que tenha sensibilidade ao choque o mesmo poderá detonar, caracterizando desta forma a explosão por simpatia, influência ou indução.
  • 5. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -5- Em linhas gerais a onda de choque será amplificada no sentido da direção do primeiro explosivo para o segundo formando o chamado encadeamento explosivo. 5. COMPOSIÇÃO Os explosivos contém: 5.1. Indispensavelmente • comburente : corpo capaz de ocasionar a combustão de outro corpo, misturando-se com ele. Ex: nitratos, cloratos, ar líquido, etc. (à base de oxigênio). • combustível : combinado com o comburente, é o que se inflama. Ex: carvão vegetal, amidos, celulose, óleos, etc. (à base de hidrogênio, carbono, enxofre, alumínio, etc). 5.2. Facultativamente a) elemento suporte: elemento que liga o comburente ao combustível. b) elementos auxiliares: não alteram o valor dos explosivos, mas fornecem-lhes determinadas características necessárias. São os seguintes: • dissolventes – empregados para dissolver o explosivo com a finalidade de fazer com que tenha maior homogeneidade. Ex: álcool, éter , acetona, etc. • gelatinizantes – empregados para dissolver o explosivo além de fazer com que adquira uma consistência gelatinosa. Ex: glicerina, etil, centralite, etc. • estabilizantes – empregados para fazer com que o explosivo adquira uma maior estabilidade, tornando-o mais resistente ao calor e à umidade. Ex: cânfora, parafina, vaselina, resina, goma-laca, pixe, etc. • absorventes – empregado para fazer com que determinado material absorva um explosivo, facilitando o emprego. Ex: farinha de “Kielseguhr” absorve a nitroglicerina, formando a dinamite. • refrigerantes – empregados para diminuir as altas temperaturas geradas na transformação. Ex: guanidina e polivinila.
  • 6. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -6- 6.CLASSIFICAÇÃO 6.1. Quanto à velocidade de transformação • baixos explosivos: (pólvoras) => empregados para cargas de projeção, artifícios pirotécnicos e eventualmente, ruptura. Queimam ou deflagram. • altos explosivos (brisantes ou de ruptura) => utilizados para arrebentamento, fragmentação, destruição e iniciação. Explodem ou detonam. 6.2. Quanto ao estado físico • sólido; • líquido; • gasoso; 6.3. Quanto à forma • pulverizados ou pulverulentos: em pó (fulminato de mercúrio, PN, etc); • granulados: grãos de diversa formas e tamanhos (pólvoras); • em palhetas: escamas (trotil em palhetas); • bastonetes: cilindros não perfurados, mono ou heptaperfurados e pólvoras; • massas fundidas: dentro ou fora dos recipientes empregados (petardos e granadas de artilharia, etc); • massas plásticas: blocos moldáveis ou qualquer meio de fácil emprego (compostos C2, C3, etc); • líquidos finos: ar líquidos, etc; • líquidos espessos: lama explosiva; • gelatinosos: dinamite e etc; 6.4. Quanto à associação dos elementos a) físicos ou mecânicos: •Por trituração - triturar e misturar para o máximo de homogeneidade. •Por revestimento - revestir com substância inerte para proteção contra umidade calor e atrito. b) químicos: combinação de várias substâncias por processos químicos. ( trotil que é o tolueno 3 vezes nitrado).
  • 7. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -7- c) mistos: •Mistura de explosivo, com explosivo que forma um novo elemento (nitrol + glicerina + nitrocelulose = dinamite goma). •Mistura de explosivo com substancia inerte formando um explosivo com novas características (nitroglicerina + farinha inerte de Kielseguhr = dinamite). 6.5. Quanto à Aplicação •Pólvora balística: utilizados nas cargas de projeção das munições; •Explosivos brisantes: produzir ruptura, arrebentamento ou fragmentação (carga das granadas); •Explosivos detonadores de escorvamento: inicia a cadeia explosiva (nas espoletas, cápsulas, etc); •Misturas pirotécnicas: para produzir efeitos visuais, ou auditivos nos artifícios pirotécnicos (fumaças coloridas, foguetes, etc). 6.6. Quanto à Fabricação •Primário: constituídos de um único explosivo.( trotil, tetril, etc); •Derivado: mistura ou combinação de dois ou mais explosivos (amatol, RDX, etc); 7. PROPRIEDADES PRINCIPAIS DOS EXPLOSIVOS a)brisância: é a capacidade que tem o explosivo de despedaçar o seu recipiente; b)poder explosivo: é a capacidade que tem o explosivo de deslocar o meio circundante; c) ponto de fusão: é a temperatura mínima em que o explosivo se torna líquido a fim de se proceder o carregamento de granadas; d)sensibilidade: é a maior ou menor aptidão que tem o explosivo para entrar em combustão devido a uma circunstancia qualquer imprevista; e)estabilidade: é a maior ou menor capacidade que tem o explosivo de não se deteriorar em um determinado tempo; f)higrospicidade: é a maior ou menor tendência do explosivo de absorver a umidade do ar;
  • 8. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -8- 8. REQUISITOS DE UM EXPLOSIVO 8.1. Gerais • Potencial elevado; • Insensibilidade ao calor, choque, atrito e excitamentos acidentais; • Detonação completa sob a influencia da escorva; e • Não deixar resíduos sólidos capazes de ocasionar acidentes. 8.2. Especiais 8.2.1. De projeção • velocidade de transformação lenta e facilmente regulável; • nenhum desprendimento de produtos corrosivos; e • temperatura de transformação pouco elevada. 8.2.2. De carregamento: • vivacidade de brisância variável; • produzir fumaça abundante; e • produzir gases deletérios ou tóxicos. 8.3. Militares •empregar matéria prima nacional ou de fácil aquisição; •baixo custo e facilidade de fabricação em grande escala; •não ser higroscópio; •não reagir com metais nem ser abrasivo; •insensibilidade ao choque, atrito permitindo uma maior segurança; •grande brisância e potência; e •conveniência. 9. PRINCIPAIS EXPLOSIVOS MILITARES 9.1. Baixos Explosivos ou Propelentes Pólvoras utilizadas para propulsão ou projeção, sua estabilidade é afetada pela umidade e pela temperatura: a)pólvora negra ou mecânica; e b)pólvora coloidal ou química.
  • 9. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -9- •de base simples. •de base dupla. •de base tripla. 9.2. Altos Explosivos a) Explosivos Iniciadores: empregados em mistos para iniciação ou excitação de cargas explosivas. São muito sensíveis ao atrito, calor e choque. Quando sob efeito do fogo, transformam-se sem incendiar. Os principais são (entre outros): •azida de chumbo; •estifinato de chumbo; e •fulminato de mercúrio. b) Explosivos Reforçadores: servem como intermediários entre o iniciador e a carga explosiva propriamente dita. Podem ser iniciados pelo calor , atrito ou choque. Quando sob o fogo e em grande quantidade, podem transformar-se sem incendiar. Os principais são (entre outros): •nitropenta; •tetril; e •ciclonita. c) Explosivos de Ruptura: constituem os alto explosivos propriamente ditos. São quase todos tóxicos. Os principais são (entre outros): •trotil; •pentolite; •tetritol; •haleita; e •amatol. 9.3. Principais diferenças entre os dois grupos CARACTERÍSTICAS BAIXO EXPLOSIVO ALTO EXPLOSIVO MODO DE INICIAÇÃO Chama ou centelha Percussão ou choque REGIME DE REAÇÃO Combustão lenta Combustão rápida RESULTADO DA REAÇÃO Deslocamento ou projeção Ruptura ou brisância
  • 10. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -10- A comparação acima feita, contudo não é absoluta, a azida de chumbo e o fulminato de mercúrio, por exemplo, sendo alto explosivos, são iniciados em alguns casos, por meio de uma centelha e por outro lado já vimos que as pólvoras podem queimar, deflagrar e explodir. CAPÍTULO II BAIXOS EXPLOSIVOS 1. PÓLVORA NEGRA (PN) 1.1. Fabricação A fabricação de pólvora negra (pólvora mecânica) não é tecnicamente difícil visto ser uma simples mistura dos elementos que a compõe, no entanto, devido à sua grande sensibilidade, à inflamação, tornam-se necessárias precauções especiais 1.2. Composição Os elementos componentes da pólvora negra são o salitre (KNO3) a 74%, o enxofre a 10,4 % e o carvão vegetal a 15,6 %. 1.3. Emprego A pólvora negra como baixo explosivo que é, esta compreendida entre os explosivos cuja velocidade de transformação se classifica como DEFLAGRAÇÃO. Em regimes mais lentos de transformação a sua combustão não passa de uma simples inflamação ou queima. As deflagrações caracterizam as pólvoras e podem ser muito mais rápidas que uma simples queima ou inflamação, indo ate a mais dê 1000 m/seg. A própria deflagração em condições especiais de excitação ou pressão, poderá se transformar em explosão de 2.000 a 3.000 m/seg, porém, nunca em detonação. Os explosivos que deflagram são usados na propulsão dos projeteis porque possuem enorme força explosiva. Esta transformação não se processando tão rapidamente como a dos altos explosivos brisantes ou detonantes, pode atuar no projétil ao longo de toda alma, aumentando consideravelmente a impulsividade dada ao projétil sem forçar os tubos das armas. Na época presente é usada para confecção de petardos, escorvas, rastilhos, dispositivos de segurança das espoletas, etc. Atualmente as pólvoras negras só são empregadas como propelentes em casos raríssimos; nesse mister foram substituídas pelas pólvoras coloidais.
  • 11. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -11- Seu emprego se restringe presentemente: •ao shrapnel: como carga propulsora dos ballins; •às espoletas: servindo com pequenas escorvas, ou ainda como elemento de retardo na transmissão das combustões; •aos artifícios pirotécnicos de fogo lento (fogos, etc); •aos trabalhos de minas; •a armas de caça; e •nas cargas de projeção de alguns canhões muito antigos (de grande calibre). 1.4. Inconvenientes como propelentes Apresenta entre outros, os seguintes: •chama e fumaças muito grandes (denunciando a posição da peça tanto de dia como de noite); •calor intenso e pressão violenta desenvolvidas durante à combustão, produzem erosão excessiva nos tubos das armas; •os resíduos sólidos que deixam nas câmaras depois da combustão, apresentam perigo para os carregamentos posteriores, particularmente no caso das munições desencartuchadas; •a velocidade de queima dificulta o controle; a uniformidade da queima ê indispensável para os efeitos balísticos; •instabilidade quando em depósito sendo muito higroscópica, a umidade atua como adulterante e baixa velocidade de queima; •seu manuseio é perigoso, visto entrar em combustão com grande facilidade. 1.5. Velocidade de decomposição A velocidade de decomposição varia segundo as circunstancias sob as quais se produz; daí, temos que a pólvora negra é suscetível de deflagração ou de explosão. Quaisquer que sejam, porém, as condições de combustão, jamais detonarão. No caso de deflagração a velocidade de decomposição (ao ar livre) e de cerca de um metro em 90 segundos. 2. PÓLVORA COLOIDAL
  • 12. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -12- 2.1. Tipos As pólvoras sem fumaça (PSF), ou coloidais, também conhecidas como pólvoras químicas, são de três espécies: •pólvoras de base simples - (BS) - Nitrocelulose •pólvoras de base dupla - (BD) – Nitrocelulose + nitroglicerina •pólvoras de base tripla - (BT) Nitrocelulose + nitroglicerina + nitroguanidina Não foi preocupação obter uma pólvora que não produzisse fumaça, e que principalmente deu origem à adoção das pólvoras modernas, muito embora, essa propriedade seja. de grande importância e necessidade, tanto que pareça por si só caracterizá-las. A origem dessas pólvoras pode ser encontrada na carência de conseguir "uma pólvora que sob menor carga contivesse maior .potencial balístico”. 2.2. Finalidade As pólvoras sem fumaça surgiram para substituir a pólvora negra em determinados empregos. Atualmente são empregadas militarmente como propelente. As pólvoras de base duplas têm potencial mais elevado que as de base simples e são de combustão mais viva. 2.3. Composição . . Normalmente, na composição das pólvoras sem fumaça, tornam-se: •corpo combustível (celulose) (60 a 80%); •corpo comburente (ácido nítrico, nitroglicerina) (20 a 40%); •dissolvente (éter, álcool, acetona); e •estabilizante (diaferíil-amina, anilina, cânfora). 2.4. Formato As pólvoras sem fumaça são dadas em consumo aos grãos de vários formatos: pequenas lâminas, fios, grãos esféricos, grãos cilíndricos, perfurados. O tipo cilíndrico perfurado é muito usado nas pólvoras de empregos militares em geral, as pólvoras para as armas de pequenos calibres possuem uma só perfuração, enquanto que as pólvoras para as armas de grande calibre possuem ate 7 perfurações. 2.5. Propriedades As pólvoras coloidais possuem as seguintes propriedades, essenciais ao seu emprego nas bocas de fogo:
  • 13. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -13- •sua combustão é completa e não dá lugar a resíduos sólidos; •produz uma quantidade mínima de fumaça e suja pouco a alma do material; •seus efeitos são regulares e fáceis de serem previstos (previsão e velocidade inicial); •a força viva comunicada ao projétil, quando em condições iguais de peso, e a de duas a três vezes mais considerável que a pólvora negra, sem que as pressões, desenvolvidas sejam exageradas; •manipulação, relativamente fácil e pouco perigosa; ao ar livre, queimam lentamente sem perigo de detonação; •sua deflagração só se produz sob pressão bastante forte (a obtida nas bocas de fogo é provocada pela carga de pólvora negra da escorva ou da estopilha). É fundamental para emprego das pólvoras o conhecimento dos seus efeitos balísticos (pressão e Vo). O conhecimento da pressão máxima medida com o auxilio de CRUSCHER (pequeno cilindro de cobre) permite: •determinar quais as resistências que deverão apresentar as diversas partes da boca de fogo; •determinar as resistências das paredes dos projéteis; e •conhecer a aceleração do projétil pois cada tipo de espoleta exige para se armar na partida do tiro, que o projétil possua uma certa aceleração. 2.6. Estabilidade As pólvoras sem fumaça se decompõem pouco a pouco, com emissão de vapores nitrosos. Esta decomposição, ocasionada por uma desnitrificação de algodão-pólvora, é lenta a temperatura ordinária e se acelera com a elevação de temperatura ou sob a ação de umidade. 2.7. Sensibilidade A deflagração das pólvoras coloidais só se produz sob pressão bastante forte, como a obtida nas bocas de fogo, provocadas pelas cargas de pólvora negra das escorvas ou das estopilhas.
  • 14. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -14- Sem pressão, a pólvora queima mais lentamente em chama; para que uma carga de projeção deflagre no interior da câmara e necessário que no início de sua combustão, encontre resistência no ambiente esta resistência inicial a ela oposta é conseguida graças ao FORÇAMENTO (diferença entre diâmetro de cinta e o da arma nas raias) daí, resultando sua necessidade. Com o aumento da pressão, a um valor X, esta resistência é vencida e o projétil inicia seu movimento na alma. CAPÍTULO III ALTOS EXPLOSIVOS 1. EXPLOSIVOS INICIADORES a) Azida de chumbo: pó cristalino de cor variando de branco a camurça, sensível ao choque. Explode a 340°C. Destrutível pelo acetato dê amônio ou nitrato de cério. Forma um explosivo supersensível em contato com o cobre. Úmida ataca o cobre e zinco daí ser carregada em alumínio. Empregada em detonadores, espoletas, mistos iniciadores e rebites explosivos. b)Estifinato de chumbo ou trinitrorresorcinato de chumbo: cristais amarelo-alaranjados. Explode a 282°C. Sensível ao choque e a descarga de eletricidade estática. Empregado em mistos detonantes, espoletas comerciais e detonadores. Destrutível pelo hidróxido de sódio a 20 %. c) Fulminato de mercúrio: apresenta-se sob a forma de pó branco-amarelado ou cinza- claro. Explode a 210°C. Muito sensível à chama, choque e atrito, quando seco. Deteriora-se quando conservado em climas quentes. Úmido, torna-se inerte, mas ataca o alumínio, cobre, latão, magnésio, zinco e bronze, exceto o níquel. Prensado acima de 30.000 psi torna-se inerte ao choque e só queima com chama. Usado em mistos iniciadores, espoletas e detonadores. Destrutível pelos álcalis. d) Tetraceno: cristais incolores ou amarelo-pálidos. Explode a 154 C. Usa do com azida de chumbo, em iniciadores. Destrutível por água fervente.
  • 15. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -15- EXPLOSIVOS INICIADORES Nomen- clatura Azida de chumbo, plumbazida ou nitreto de chumbo. trinitroressoscinat o de chumbo Fulminato de mercúrio. Tetraceno Compo- sição N e Pb C:15,4%, N: 9,0%, Pb: 44, 2%, H: 0,6% e O: 30,8%. C: 8,4%, O: 11,2%, N: 9,8% e Hg: 70,6%. C:12,8%, N: 74,4%, H: 4,3% e O: 8,5%. Solubi- lidade quase insolúvel em água, éter, acetona e álcool. solúvel em soluções diluídas de hidróxidos de amônia e cianeto de potássio e em piridina. solúvel em solução forte de ácido hidroclórico. Higros- copicidad e A 36º C, 90º UR.- 0,03% 30º C, 90%UR - 0,02%. a 36º C, 90% UR- 0,02% a 30º C, 90%UR - 0,77% Corrosão seca, não ataca metais de uso corrente, úmida corrói o zinco e cobre ( com o cobre forma um explosivo extremamente sensível e perigoso a "Azida de cobre"). não é corrosivo sob forma nenhuma, motivo pelo qual é usado como cobertura de outros iniciadores para proteção de invólucros metálicos. seco, não ataca metais de uso corrente, úmido ataca levemente o alumínio e o magnésio. seco não ataca os metais em uso corrente. Toxidez própria do chumbo, respiração do seu pó provoca dor de cabeça e distensão dos vasos sangüíneos. Aconselha-se o uso de filtro para quem a manuseia. própria do chumbo. Venenoso, libera Hg, ataca a pele e a respiração do pó provoca intoxicação. Sensibi- lidade sensível ao choque, atrito e tiro de fuzil. muito sensível a chama e a centelha. muito sensível ao choque, calor e atrito. calor e a chama. Estabi- lidade quando pura é excepcional. quando pura é excepcional. fraca, começa a se decompor a 50º C. relativamente estável a temperatura inferiores a 75º C.
  • 16. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -16- Tempe- ratura de detonação 340º C. 282º C. 210º C. 160º C. Produtos de detonação calor: 367 cal/g - Gases: 308 cc/g. Calor = 457 cal/g - Gases = 368cc/g. calor: 658 cal/g - gases 1.190 cc/g. Especi- ficação cristais de forma alongadas (cor branca). amarelo ou alaranjada com forma de cristais cúbicos. Velocidad e detonação densidade: 2,9 - velocidade : 5.200 m/s. Densidade = 4,17 - velocidade = 5.400 m/s. não aferida Ponto de fusão entre 260º C e 310º C. explode entre 140º C - 160º C. 2. Explosivos Reforçadores a) Ciclonita (RDX) - Apresenta-se como um sólido de cor branca, que funde a 204°C e explode a 260°C. É comumente empregada em mistura com outros explosivos, óleos ou graxas. Com trotil é usada no carregamento de bombas, como carga de ruptura. É raramente usada sozinha. Destrutível pela soda cáustica a fervura. b) Nitropenta (PETN) - Pó branco, podendo tomar uma ligeira cor acinzentada, devido a. impurezas. Explode a 225°C. Sensível ao choque. Seca, não ataca o cobre, latão, alumínio, níquel e zinco. Empregada na composição de detonadores e em reforçadores, bem como em mistura com trotil no carregamento de granadas e projeteis. Destrutível por fervura com solução aquosa de sulfato ferroso. c) Tetril - Apresenta-se como um pó de cor clara, tornando-se amarelo pela ação da luz. Sensível ao choque. Explode a 257°C. Não ataca os metais quando seco, mas úmido ataca o aço e zinco, porém não o cobre, níquel e alumínio. Empregado em reforçadores, espoletas e detonadores. Misturado como trotil é usado em cargas de ruptura. Destrutível por fervura com 12 vezes seu peso de sulfito de sódio a 25%. EXPLOSIVOS REFORÇADORES Nomen- clatura Nitropenta,PETN, NP, pentrita, pentaeritretol ou tetranitrato de pentaeritrita. Tetril, tetralite, pironite ou CE. Compo- sição C: 19,0%, N: 17,7%, H 2,5% e O2: 60,8%. C: 29,3%, N: 24,4%, H: 17% e O: 14,6%. Emprego reforçador e ruptura. reforçador (ruptura)
  • 17. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -17- Solubi- lidade solução aquosa de cloreto ferroso fervente. acetona, benzeno e TNT líquido. Higros- copicidad e 30º C, 90%UR - 0,0%. a 30º C. 90%UR -0,04%. Corrosão seca não corrói o cobre, latão, aço inoxidável, cádmio e zinco. com baixo teor de umidade ataca levemente aço e zinco. Toxidez pequena doses: abaixa a pressão arterial; elevadas doses provoca dispnéia e convulsões. coloração amarela na pele humana; aspiração da poeira causa efeitos tóxicos: quando maior de 1,5mg/m que é a concentração máxima permitida, nos locais de trabalho o uso de mascara com filtro passa ser obrigatório. Sensibi- lidade choque, atrito e tiro de fuzil. choque, atrito e tiro de fuzil. Estabi- lidade altamente estável devido a sua estrutura simétrica. pouco menos que o TNT e o RDX; mantém sua estabilidade por 100 horas a 100º C, por 6 (seis) meses a 75º C, por um ano a 65º C e em temperatura baixa até 20 anos. Tempe- ratura de detonação 225º C. 257º C. Produtos de detonação calor: 1.385cal/g e Gases: 790 ml/g. 1.120 cal/g – calor -760ml/gases. Especi- ficação cristais na cor branca. Velocidad e detonação densidade 1,70 - velocidade : 8.300cc/g. densidade: 1,71 - velocidade : 7.850 m/s. Ponto de fusão 141º C. 130º C. 3. EXPLOSIVOS DE RUPTURA a) Ácido pícrico - Sólido, solúvel em água. Úmido, ataca o ferro, níquel, zinco, cobre e chumbo, dando picratos perigosamente sensíveis ao choque. Produz mancha amarela persistente sobre a pele. Suas poeiras não devem ser inaladas. Carregado por fusão. Explode a 322°C. Funde a 123°C. Destrutível por solução em 25 vezes seu peso de hidróxido de sódio-sulfeto de sódio- água. b) Amatol - É uma mistura higroscópica de trotil e nitrato de amônio em várias percentagens. É empregado como carga de bombas de alto-explosivo, sendo carregado por fusão. Explode a 265°C.
  • 18. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -18- c) Composição à base de RDX - São as composições A,. A-2, À-3, B, B-2, C, C-2 e C-4, sendo constituídas de ciclonite (RDX) com outros, ingredientes explosivos, como TNT, tetril, etc. Usadas em reforçadores, granadas perfurantes, bombas, blocos de demolição e espoletas elétricas. Destrutível como o ciclotol. d) Pentolite - É uma mistura de 50% de nitropenta a 50% de. trotil, de cor variando de branco à camurça. É empregada em cargas de ruptura de pequenos calibres, rojões e cargas demolidoras. As munições carregadas com pentolite devem ser manuseadas com cuidado. Funde a cerca de 78°C. Explode a 222°C. e) Picrato de amônio (Explosivo D) - Apresenta-se sob a forma de grânulos amarelo- avermelhados. Absorve umidade reagindo lentamente com os metais, particularmente com o cobre e chumbo, dando picratos sensíveis e perigosos. É empregado como reforçador do ácido pícrico e do trotil em granadas perfurantes. É destruído dissolvendo-se com 30 vezes seu peso de solução de sulfeto de sódio. Funde a 265°C e explode a 318°C. f) Picratol - É uma mistura de TNT e picrato de amônio. Possui as mesmas características gerais do trotil. Funde a cerca de 85°C e explode á 285°C. g) Tetritol - É uma mistura de tetril e trotil, podendo ter até 70% de tetril. É intermediário entre o trotil e tetril quanto à sensibilidade ao choque. Usado em reforçadores de carga de ruptura e demolição. Pode exsudar no armazenamento. Funde a 68°C e explode a 320°C. h) Torpex - É uma mistura de 41% de RDX, 41% de trotil e 18% de alumínio em pó, misturados com cera de abelha ou similar. A umidade aumenta sua sensibilidade ao choque. Sob a água seu poder de destruição é 50% maior que o trotil, e no ar, 30%. Usado como carga de ruptura em minas, torpedos e cargas de profundidades. Explode a 260°C. ' ' ' i) Tritonal - É uma mistura de trotil (80%) com alumínio (20%). Exsuda a temperaturas elevadas. Usado em bombas. Explode a 470°C. j) Trotil - Apresenta-se com a cor amarelada. Funde a cerca de 81º C explode a 475°C. Arde sem detonar, quando em pequenas quantidades; mas em grandes quantidades o calor gerado pela inflamação pode alcançar a temperatura de detonação. Absorvido pela pele ou por inalação, pode causar sérios males. Com os álcalis, forma compostos instáveis e perigosos. Não é alterado pela umidade. Destrutível com 30 vezes seu peso de sulfeto de sódio juntado lentamente. Pode detonar quando comprimido entre superfícies metálicas, tais como roscas de parafusos etc. Empregado largamente em cargas de ruptura tanto só, como em misturas com outros explosivos usado, também, em mistos iniciadores, cordéis detonantes, reforçadores,
  • 19. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -19- detonadores, dinamites, explosivos de segurança e ainda como componente de pólvoras sem fumaça. k) Haleita - Cristais incolores que fundem a 177°C e explodem a 190° C. Usada em cargas de ruptura e na fabricação do ednatol, com trotil. l) Ednatol - Composto por cerca de 55% de haleita e 45% de trotil. Sólido amarelado que funde a cerca de 85°C. Carregado em granadas, bombas e elementos de munições especiais. Explode a 190°C. EXPLOSIVOS DE RUPTURA Nomen- clatura pentolite. Trotil, T3, tolite, tritolo, trinitrotolueno, trinitrometil Benzeno ou TNT. Composto B - Hexolite dessensibilizada ou ciclotol dessensibilizado. Compo- sição PETN: 50% OU 10% e TNT: 50% OU 90% C: 37%, N: 11,8%, H 2,2% e O: 42,5%. Solubi- lidade solúvel em acetona, álcool, éter, benzeno, etc. levemente solúvel em acetona e ácido nítrico. Higros- copicidad e 30ºC. 90%UR – nenhuma. a 30º C., 90%UR - 0,03%. 30º C, 90% UR – 0,02%. Corrosão seca ataca os metais de uso corrente na indústria com exceção do aço inoxidável, úmido ataca levemente cobre, latão, magnésio, etc. não ataca metais em uso corrente na indústria, leve corrosão no chumbo. seco, ataca ligeiramente o cobre, aço doce cobreado e cadmiado, úmido ataca levemente o cobre, latão, aço doce, etc. Toxidez própria do TNT. pequena, porém os vapores provenientes da fusão, podem causar dor de cabeça e gosto amargo na boca. própria do TNT. Sensibi- lidade choque e tiro de fuzil. insensível ao choque, calor, atrito ou tiro de fuzil, quando sólido e em bom estado, sensível e aumenta sua detonação por simpatia quando no estado liquido. Poeira fina de TNT: extremamente sensível. choque, atrito e tiro de fuzil. Estabi- lidade menor que a da nitropenta, tendência a exsudação quando armazenado a + de 50ºC. bastante estável quando perfeitamente empaiolado segundo T9- 1903 menor que a do TNT, armazenados em período de mais de 5 meses e a 65ºC, causa leve exudação
  • 20. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -20- Tempe- ratura de detonação 220ºC. 475º C. 278ºC. Produtos de detonação 1.300 cal/g - Gases 908 ml/g. 1,240 cal/g. Especi- ficação cor branca. cor branca. Velocidad e detonação densidade: 1,65 - velocidade: 7.450 m/s. densidade: 1,56 (TNT fundido) - velocidade 6.900 m/s. densidade: 1,66 - velocidade 7.800 m/s. Ponto de fusão quando 90% por 10% - 76ºC. 81º C. 78º C. a 80º C. CAPÍTULO IV MUNIÇÕES 1. INTRODUÇÃO 1.1. Conceituação Munições são corpos carregados com explosivos e agentes químicos destinados a produzir, isolada ou combinadamente, baixas e danos ou incapacidades físicas ou psicológicas temporárias através de efeitos explosivos, tóxicos, fumígenos, incendiários, iluminativos, sonoros, dispersivos e neutralizantes e que sejam lançados de uma arma, com exceção das granadas de mão e das minas. Com exceção, também entende-se como munições os tiros de exercício. 2. CLASSIFICAÇÃO 2.1. Quanto à organização dos seus elementos a) encartuchada: quando utiliza estojo para reunir o projétil aos elementos de projeção ( carga de projeção, estopilha ou espoleta). A munição encartuchada pode ser: •Engastada: é aquela que utiliza o estojo preso, rigidamente, ao projétil. Ex: Car 7’62mm, .50”, Tir 57mm, Tir 90mm. •Desengastada: é a que utiliza o estojo separado do projétil, permitindo variar a carga de projeção. Ex: Tir 105mm.
  • 21. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -21- b) desencartuchada : é a que não utiliza estojo. Os elementos (projétil, carga de projeção e estopilha) são carregados separadamente da arma. Ex: Tir 155mm. 2.2. Quanto ao emprego a) munições para armamento leve: são utilizadas em revólveres, pistolas, fuzis, carabinas, mosquetões, metralhadoras e fuzis-metralhadoras. Serão estudadas detalhadamente durante o ensino de munições de armamento leve. b) munições para armamento pesado: compreendem os rojões, as granadas de morteiro e todos os tipos de granadas utilizadas em canhões e obuseiros. Serão estudadas detalhadamente durante o ensino de munições de armamento pesado. c) munições de arremesso: granadas de mão e de bocal. Serão estudadas detalhadamente durante o ensino de munições de arremesso. d) minas terrestres: anticarro e antipessoal. 2.3 Quanto à finalidade a) munição de guerra: é todo e qualquer munição que tenha a finalidade de produzir baixas. b) munição química ou não-letal: é todo e qualquer munição que não tenha a finalidade de causar baixas. 3. ENCADEAMENTO EXPLOSIVO Em qualquer munição de armamento leve ou pesado, temos, basicamente: a) um iniciador ( cápsula, estopilha etc ); b) um propelente; e c) um projétil ou granada. Além desses elementos, há os intermediários (escorvas, etc) e há os elementos da cadeia explosiva do projétil, se for o caso ( retardo, reforçador, detonador etc ). Nas munições de arremesso de lançamento ã mão: não existe propelente. A projeção é feita pelo próprio esforço do homem que lança a granada.
  • 22. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -22- 4. CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS DENTRO DA CADEIA 4.1. Iniciadores Produzem o jato inicial de chama; geralmente a estopilha ou cápsula. 4.2. Auxiliares São as escorvas para as cargas de projeção e os detonadores-reforçadores das granadas e espoletas, que aumentam a chama dos iniciadores. 4.3. Propelentes São cargas explosivas que impulsionam os projeteis devido à pressão dos gases sobre o culote dos mesmos. 4.4. Cargas de Arrebentamento Produzem, por sua detonação, o arrebentamento do projétil. 4.5. Retardos (Rastilhos) Geralmente de pólvora negra, colocados entre o iniciador e o reforçador-detonador, retardam a explosão da carga principal. NOTA: o traçante não é um elemento explosivo; serve para balizar a trajetória e são colocados no culote do projétil. 5. MUNIÇÕES QUÍMICAS OU NÃO-LETAIS a) Munição tóxica: é toda munição química que por sua ação tóxica é empregada como antipessoal; b) Munição fumígena: é toda munição química destinada a produzir fumaça ou neblina; c) Munição incendiária: é toda munição química que contém agentes destinados a produzir incêndios. d) Munição iluminativa: é toda munição química destinada a produzir luz durante o tempo de queima de substância inflamável. 5.1 Munições não-letais de calibre leve 5.1.1. Sinalizadoras a) Cartucho sinalizador 40 mm com luz vermelha
  • 23. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -23- Sinalização para salvamento, orientação para o deslocamento de tropas e para operações militares. b) Cartucho sinalizador 40 mm com duas estrelas vermelhas O Cartucho 40 mm com duas estrelas vermelhas foi desenvolvido para operações de sinalização em salvamento e em manobras militares. 5.1.2. Lacrimogêneas a) Projétil cal. 38.1 mm de médio e longo alcance com carga lacrimogênea O projétil de médio alcance com carga lacrimogênea (CS) cal. 38.1mm, foi desenvolvido para emprego em operações de controle de distúrbios e combate à criminalidade. Destina-se a ser lançado a 90 m (média) e 120 m (longa) de distância, antes ou por sobre obstáculos tais como: muros e barricadas, com objetivo de desalojar pessoas e dissolver grupos de infratores pelo efeito do agente lacrimogêneo. A arma deve ser posicionada a um ângulo de 45°, que corresponde, aproximadamente, ao melhor desempenho no alcance do tiro. Em situações extremas de graves distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usado para penetrar em ambientes fechados, atirando-se através de aberturas ou janelas. b) Cartucho Cal. 37/38, 38.1 e 40mm. com carga múltipla de emissão lacrimogênea
  • 24. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -24- O cartucho com carga múltipla de emissão lacrimogênea CS - GL-230L foi desenvolvido para emprego em operações de controle de distúrbios e combate à criminalidade. Destina-se a ser lançado através de projetores e armas especiais a distâncias entre 70 e 90 metros antes ou após obstáculos tais como muros e barricadas, com o objetivo de desalojar pessoas e dissolver grupos de infratores pelo efeito do agente lacrimogêneo CS. 5.1.3. Impacto controlado a) Cartucho plástico cal. 12 com um ou três projéteis de borracha A munição AM 403 foi projetada para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em operações de controle de graves distúrbios e combate à criminalidade. Consiste em um ou três projéteis cilíndricos de borracha macia que podem ser disparado contra uma ou mais pessoas, com a finalidade de deter ou dispersar os infratores, em alternativa ao uso de munições convencionais. b) Cartucho cal. 38.1 mm com 3 ou 12 projéteis de borracha O cartucho calibre 38.1 mm com 3 ou 12 projéteis de borracha foi projetado com a mesma finalidade do cartucho plástico cal. 12 com projétil de borracha. 5.2 Munições não-letais de arremesso
  • 25. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -25- 5.2.1. Explosivas para ambientes abertos Foram projetadas para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em operações de controle de distúrbios graves e combate à criminalidade. Possuem grande efeito atordoante provocado pela detonação da carga explosiva. No controle de distúrbios a granada deve ser lançadas para explodirem a uma distância mínima de 10 metros dos infratores. A distâncias menores existe a possibilidade de projeção de partículas irregulares, oriundas da fragmentação do corpo plástico da granada, as quais podem produzir pequenos ferimentos. Em situações extremas, de graves distúrbios e de combate à criminalidade, os efeitos sonoro, explosivo e de emissão de partículas, devem ser avaliados pelo Comandante da operação, que deverá decidir sobre a conveniência ou não do lançamento próximo aos infratores e/ou em recinto fechado. Granada explosiva de efeito moral - poder explosivo associado a uma nuvem de um pó branco, sem agressividade química. Granada explosiva lacrimogênea – poder explosivo associado ao efeito lacrimogêneo. Granada explosiva identificadora - Poder explosivo associado ao efeito da emissão de partículas de gel na cor vermelha e não tóxico, cujo objetivo é marcar os infratores para posterior identificação. Granada explosiva de luz e som – Poder explosivo associado à luminosidade intensa que ofusca a visão dos agressores por alguns segundos, permitindo uma eficiente ação policial.
  • 26. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -26- 5.2.1. Explosivas para ambientes fechados (indoor) Possuem as mesmas finalidades das granadas para uso aberto porém foram desenvolvidas para a utilização em ambientes fechados. Possuem um tempo de detonação mais curto para evitar a reação dos agressores e um efeito explosivo reduzido mas com excelentes resultados em ambientes fechados. Granada indoor explosiva de efeito moral A) Granada indoor explosiva lacrimogênea - CS B) Granada indoor explosiva identificadora C) Granada indoor explosiva de luz e som 5.2.2. Exercício a) Simulacro de granada reutilizável A granada AM-500 foi projetada para emprego em treinamento de tropas Policiais e Militares para operações de controle de distúrbios. Produz alto estampido, acompanhado de uma nuvem de fumaça, análogos a uma granada de emprego real, capazes de identificar o local da explosão. Esses efeitos são alcançados sem a produção de estilhaços, o que permite um treinamento seguro.
  • 27. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -27- 5.2.3. Fumígenas a) Granada 80 fumígena M1 ou M2 para carro de combate A granada fumígena para carro de combate foi desenvolvida para produzir densa cortina de fumaça de cor cinza, com a finalidade de ocultar viaturas ou guarnições, quer em missões de ataque ou em retiradas onde haja a necessidade da proteção visual contra o inimigo. b) Granada fumígena manual – HC A granada MB-502, foi projetada para emprego em operações militares e policiais, com o objetivo de produzir uma densa cortina de fumaça, que serve para mascarar a retirada ou a movimentação de tropas de infantaria em relação ao agressor. Pode ser utilizada em controle de distúrbios desorientando e dispersando infratores, pela ação da densa fumaça. Serve ainda como artefato sinalizador. Em situações extremas de graves distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usada para forçar a saída dos infratores de ambientes fechados, atirando a granada através de aberturas ou janelas. c) Granada de fumaça colorida
  • 28. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -28- Sinalização diurna colorida para salvamento de tropas, início e término de operações, na selva e áreas rural e urbana, com a utilização do código de cores. Este produto não é indicado para o uso no mar, pois não flutua. 5.2.4. Lacrimogêneas Foram projetadas para serem utilizadas por tropas Policiais e Militares em operações de controle de graves distúrbios e combate à criminalidade. Atua por saturação de ambientes através da geração de intensa nuvem de fumaça contendo agente lacrimogêneo (CS). CAPÍTULO V A R T I F Í C I O S 1. DEFINIÇÃO Artifícios são engenhos destinados a produzir efeitos visuais ou auditivos, ou ainda provocar a inflamação ou detonação dos explosivos. 2. CLASSIFICAÇÃO a) artifícios iniciadores: destinados a inflamação ou detonação. Iniciam uma destruição. b) artifícios pirotécnicos: são os que produzem efeitos luminosos, fumígenos e incendiários. 3. ARTIFÍCIOS INICIADORES 3.1. Estopim Comum / Hidráulico
  • 29. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -29- O estopim hidráulico é um acessório de alta segurança, utilizado para iniciar espoletas comuns e cargas explosivas sensíveis à chama. É flexível, resistente e, por sua impermeabilidade, tem desempenho inalterado em trabalhos com presença de água, desde que suas características originais sejam preservadas. •constituição: núcleo de PN (cor preta) , envolvidos por fios de juntas de algodão revestido por película plástica (geralmente cor branca); •velocidade de queima: 1 metro / 150 s. Variando de lote para lote e de fabricante para fabricante. PARÂMETROS Massa do núcleo por metro linear (6,5 + - 1,0) g/m Tempo de queima à céu aberto (150 + - 7) seg/m Tempo de queima submerso 20% para menos em relação a céu aberto Impermeabilidade 16 h/1 atm Comprimento da chispa > 30 mm Encordoamento Fios de Algodão Revestimento Resina Termoplástica Branca 3.2. Cordel Detonante
  • 30. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -30- O cordel detonante é um explosivo extremamente útil devido às suas características de elevada capacidade de transmissão de energia, fácil manuseio, maleabilidade, resistência, impermeabilidade e segurança, cuja finalidade é a detonação de petardos e cargas explosivas. •constituição: núcleo contendo o explosivo reforçador nitropenta (cor branca) envolvidos por fios de algodão revestido externamente por uma camada de plásticos ( à prova d’água e de cor variável, dependendo do fabricante); •iniciação: com espoleta comum ou espoleta elétrica . PARÂMETROS TIPOS NP5 NP10 Cargas do Núcleo (pentolite) 5 g / m 10 g / m Encordoamento Fios Sintéticos Resistência à Tração 1960 N Impermeabilidade 72 h à 2 atm Revestimento Resina Termoplástica amarela Diâmetro Externo 4,5 mm 5,0 mm Velocidade Média de Detonação 6600 m / s 7000 m / s OBS: face à dificuldade de identificação do estopim e do cordel detonante pela apresentação externa, os mesmos deverão ser identificados pelas cores internas, isto é, através das cores de seus explosivos. 3.3. Espoleta Comum N.º 08 Acessório de detonação iniciado por estopim, utilizado para acionamento de cordel detonante ou diretamente nos explosivos.
  • 31. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -31- •constituição: estojo de alumínio ( 45 mm comprimento e 6mm diâmetro ), carga detonadora de nitropenta (muito sensível a chama - Trinitroresorcinato de chumbo + Azida de chumbo); •funcionamento: é presa ao estopim (comum ou hidráulico) através de sua extremidade aberta, este transmite a chama que irá através da carga iniciadora detonar a nitropenta (carga detonadora). PARÂMETROS Diâmetro Externo 44,95 + - 0,25 mm Diâmetro Externo 6,55 mm máximo Diâmetro Interno 5,86 mínimo Altura Livre 25 + - 2 mm Carga Explosiva 3 mg iniciadores / 5 mg alto explosivo Brizância (Ensaio de Esopo) 8 mm 3.4. Espoleta Elétrica N.º 08 •finalidade: idêntica a da espoleta comum; •constituição: estojo cor de alumínio com dois fios condutores elétricos ligados em sua extremidade estriada; •carga detonadora: semelhante a espoleta comum; •carga iniciadora: sensível a corrente elétrica; e •funcionamento: o misto de iniciação é inflamado com dois fios condutores ligados a sua extremidade estriada. 3.5. Acendedor de Fricção
  • 32. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -32- O acendedor de fricção é um acessório usado para acendimento do estopim comum/ hidráulico. PARÂMETROS Comprimento + - 115 mm Diâmetro 9,5 + - 2 mm Temperatura de Funcionamento de – 10º C à + 52º C (+/- 2º C) Comprimento do Estopim Mínimo de 10 cm Esforço de Tração de 50g Estopim não deve soltar da garra •constituição: corpo cilíndrico e com puxador, uma cápsula com misto de iniciação e arame com misto de atrito; •funcionamento: tracionado com energia o puxador arrasta o arame de atrito que atravessa a cápsula com misto de iniciação, produzindo chama que irá queimar o estopim (comum ou hidráulico). 3.6. Acendedor à Prova D’água •finalidade: acender o estopim sob água; •constituição: tubo de alumínio com puxador e argola; •funcionamento: empunha-se o acendedor; •retira-se o pino de retenção; •percussor é lançado contra a cápsula; e •produção da chama. 3.7. Acionador de Retardo •Finalidade: detonação de cargas explosivas. •Tipos: cilíndrico cor vermelha e puxador "T" - 8 segundos e cilíndrico cor amarela e puxador "anel"- 15 segundos. •Constituição: conjunto cilíndrico de 15cm de altura e 1,6cm de diâmetro, contendo corpo e protetor. Corpo ( acendedor retardo detonador). h. Simulacro de Granada
  • 33. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -33- O simulacro de granada é usado no treinamento de tropas, substituindo as granadas de mão reais nos combates simulados. Possui baixo poder explosivo e não produz estilhaços. PARÂMETROS Comprimento do Corpo Entre 99 e 102 mm Diâmetro Externo Entre 28 e 30 mm Comprimento Visível do Estopim Maior que 42 mm Tempo de Retardo para funcionamento Maior que 10 s Distância de Lançamento de Estilhaços Menor que 20 m •Funcionamento: acende-se a ponta do estopim e lança-se o simulacro num prazo de, aproximadamente 10 segundos o estopim se queima, inicia o misto explosivo que faz detonar o explosivo. •Precaução: pode produzir ferimentos se detonado junto ao corpo do indivíduo. A distância de segurança para arremesso é de 10 metros do local da explosão nos artefatos até 1973 e de 20 metros para os fabricados após aquela data. 4. ARTIFÍCIOS PIROTÉCNICOS 4.1. Definição Os artifícios pirotécnicos são artefatos fundamentais na atividade de socorro e salvamento de náufragos e outros acidentados, através da sinalização visual de fumaça durante o dia e luz durante a noite em áreas de difícil acesso e comunicação. Produzem efeitos luminosos e fumígenos.
  • 34. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -34- 4.2. Tipos a) Sinalizador manual estrela (vermelho, branco e verde) Sinalização de salvamento e orientação para o deslocamento de tropas, início e término de operações, na selva, no mar e em áreas rural e urbana, com a utilização do código das cores. Desenvolvido para ser visto a longas distâncias. Luminosidade de 20.000 candelas. Operação : remova a tampa de segurança, segure firmemente o sinalizador na posição vertical, puxe a argola e o acionamento será imediato. Tempo de queima de 6 segundos e altura máxima de 80 metros. b) Facho manual luz vermelha Sinalização noturna para salvamento marítimo e orientação para o deslocamento de tropas. Desenvolvido para curtas e médias distâncias. Luminosidade de 15.000 candelas. Operação : remova a tampa de segurança, segure firmemente o sinalizador na posição vertical, puxe a argola e o acionamento será imediato. Tempo de queima do facho é de 60 seg. c) Sinal de perigo diurno/noturno
  • 35. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -35- O sinal de perigo diurno/noturno foi desenvolvido para a utilização em terra ou no mar, nas operações de salvamento, no balizamento e no auxílio à tropas durante os deslocamentos. O sinal diurno emite fumaça na cor laranja (20 segundos queima) e o noturno emite facho de luz vermelha intensa (20.000 candelas por 20 segundos) . Sinal de perigo diurno/noturno menor e com tempo de emissão reduzido d) Foguete de sinalização com pára-quedas Sinalização, salvamento, orientação e iluminação para operações militares. Com o acionamento, o foguete é impulsionado até uma altura de 300 metros, fazendo liberar o pára quedas com a carga iluminativa (30.000 candelas) que queima, emitindo forte luz vermelha, durante 40 segundos. e) Foguete de sinalização 5 estrelas Sinalização, salvamento, orientação e iluminação para operações militares. Com o acionamento, o foguete é impulsionado até uma altura de 300 metros, liberando os cinco sinais de estrela colorida. f) Conjunto de Sinais 9 estrelas
  • 36. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -36- Utilizado em operações de salvamento e em aeronaves, navios em qualquer situação de perigo que exija o uso de pirotécnicos para sinalização. Consiste de um invólucro plástico, contendo 9 cápsulas de alumínio com carga sinalizadora e caneta ejetora. Fabricado em duas versões: Colorida (3 vermelhas, 3 verdes e 3 brancas) e Vermelha (9 estrelas vermelhas). Tempo de queima de 6 segundos e alcance de 80 metros. Luminosidade em torno de 15.000 candelas.
  • 37. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -37- ÍNDICE Capítulo I – Generalidades da Munição de Armamento Leve............................ 03 1. Apresentação .................................................................................................. 03 2. Terminologia ................................................................................................. 03 3. Finalidade ....................................................................................................... 03 4. Componentes ................................................................................................. 04 5. Estudo dos componentes ............................................................................... 04 5.1. Estojo .......................................................................................................... 05 5.2. Cápsula ....................................................................................................... 07 5.3. Carga de Projeção ....................................................................................... 08 5.4. Projétil ......................................................................................................... 09 6. Funcionamento ............................................................................................... 13 Capítulo II – Munição de Arremesso.................................................................. 14 1. Granadas de Mão ............................................................................................ 14 1.1. Definição ..................................................................................................... 14 1.2. Classificação ............................................................................................... 14 1.3. Constituição ............................................................................................... 15 1.4. Tipos ............................................................................................................ 15 1.5. Granada de mão M3 c/EOT M9 .................................................................. 19 Capítulo III – Munição de Lançamento ............................................................. 25 1. Granadas de Bocal ......................................................................................... 25 1.1. Definição ..................................................................................................... 25 1.2. Classificação ............................................................................................... 25 1.3. Conceituação ............................................................................................... 26 1.4. Tipos ............................................................................................................ 27 1.5. Funcionamento ............................................................................................ 28 1.6. Segurança .................................................................................................... 29 2. Munição do Lança Granadas 40 mm M79 ..................................................... 30 2.1. Apresentação ............................................................................................... 30 2.2. Terminologia ............................................................................................... 31 2.3. Composição ................................................................................................. 31 2.4. Classificação ............................................................................................... 32 2.5. Estudo dos Elementos ................................................................................. 32 2.6. Funcionamento ............................................................................................ 35
  • 38. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -38- CAPÍTULO I GENERALIDADES DA MUNIÇÃO DE ARMAMENTO LEVE 1. APRESENTAÇÃO São aquelas de calibre igual ou menor que .60” =15,24 mm. São utilizadas em : revólveres, pistolas, metralhadoras de mão, carabinas, fuzis, fuzis metralhadoras, metralhadoras leves, metralhadoras pesadas e etc. 2. TERMINOLOGIA Cartucho: munição encartuchada engastada. Efeitos balísticos: conjunto de forças que atuam em um corpo durante sua trajetória. Durante o deslocamento do projétil no interior do cano são gerados um conjunto de forças que atribuem aos projéteis movimentos rotatórios. Estes têm a finalidade de minimizar os efeitos balísticos. 3. FINALIDADE OU EMPREGO Está diretamente associada ao tipo de projétil que está sendo utilizado. a) Munição de guerra Possuem por objetivo causar danos ou baixas. •comum : contra pessoal e alvos não blindados. •perfurante : utilizados contra aviões, veículos de blindagem leve e abrigos de concreto. •incendiária : tem por finalidade causar um efeito incendiário. •traçante : tem por finalidade realizar-se a observação do tiro. •perfurante – incendiária : visa combinar dois efeitos desejados. •perfurante - incendiária - traçante : visa combinar três efeitos desejados. b) Munição de emprego especial Visa um efeito específico e que não seja necessariamente causar baixas. • festim: tiro simulado e salvas;
  • 39. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -39- • manejo: inerte, treina o manuseio do armamento; • pressão majorada: testa o armamento; • sub – calibre: utilizada nos tubos redutores; e • lançamento: lançamento de granada de bocal com fuzil, mosquetão ou carabina, com bocal adaptado. 4. COMPONENTES • estojo; • cápsula ou espoleta; • carga de projeção ou propelente; • projétil ou projetil; 5. ESTUDO DOS COMPONENTES 5.1. Estojo Estojos de .50 pol., 7,62 mm e 9 mm 5.1.1 Finalidades • reunir os demais elementos componentes da munição; • proteger a carga de projeção; • fazer a obturação da câmara.
  • 40. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -40- 5.1.2 Nomenclatura 1. Estojo - Elemento por completo. 2. Culote – parte inferior do estojo onde localizam-se as inscrições de identificação, (Fábrica, lote, tipo de munição,...). 3. Corpo - Seu formato (cilíndrico, tronco cônico ou tronco cônico com gargalo cilíndrico) está totalmente ligado ao sistema de funcionamento da arma. 4. Ombro - Faz a redução câmara / cano. 5. Gargalo - Fixa o projétil. 6. Boca - Recebe o projétil. 7. Alojamento da cápsula - Recebe a cápsula. Pode possuir bigorna ou não. 8. Gola - Aloja a garra do extrator. 9. Evento(s) - Permite que a chama da cápsula atinja a carga de projeção. 10. Câmara - Aloja a carga de projeção. 11. Parede - Pela dilatação realiza a obturação dos gases. 12. Bigorna - (Somente nos estojos tipo Berdan), com auxílio do percussor, permite o esmagamento do alto explosivo iniciador existente na cápsula. 13. Virola - Permite a extração. 5.1.3. Fabricação São produzidos em aço, alumínio ou latão. São confeccionados pelo processo de estiramento sucessivo, devido a isso, torna-se o componente de maior custo de fabricação. 5.1.4. Classificação
  • 41. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -41- a) Quanto ao tipo • Fogo circular • Fogo central b) Quanto ao perfil Cilíndrico (Usado em pistolas) Tronco-cônico (Usado em carabinas) Tronco-cônico c/ gargalo cilíndrico (Fuzis e Mtrs) c) Quanto ao formato da virola Escavada Semi-saliente Saliente 5.2. Cápsula
  • 42. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -42- Cápsula Boxer Atualmente costuma ser chamada de espoleta por empresas e por usuários civis. Porém de acordo com o T 9-200 (Nomenclatura-Padrão Geral de Armamento e Munição)- 1ªEdição- 1975, sua nomenclatura no âmbito do Exército Brasileiro permanece como cápsula. 5.2.1. Finalidade Iniciar, depois da excitação externa , a queima da carga de projeção. 5.2.2. Nomenclatura 1 - Corpo ou copo: recebe os demais elementos. 2 - Mistura iniciadora: alto explosivo iniciador. 3 - Disco de papel: mantém a mistura no seu local. 4 – Bigorna: existente somente nas cápsulas do tipo Boxer. Com auxílio do percussor, permite o esmagamento do alto explosivo iniciador. 5.2.3. Constituição Seu corpo e sua bigorna são compostas de cobre ou latão e o misto iniciador, que é um alto explosivo, geralmente é composto de fulminato de mercúrio ou azida de chumbo ou estifinato de chumbo ou tetraceno. 5.2.4. Tipos Boxer: A cápsula possui bigorna e é acondicionada num estojo com evento único (central).
  • 43. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -43- Berdan: A cápsula não possui bigorna, esta faz parte do estojo que possui dois ou mais eventos. 5.3. Carga de projeção 5.3.1. Definição São baixos explosivos (pólvoras) que transformam-se em gases através de uma queima de grande velocidade gerando pressão. Através desta pressão é que os projéteis são impulsionados em direção ao alvo. 5.3.2. Classificação a) quanto ao tipo • pólvora negra • pólvora química ou coloidal b) quanto à composição • base simples - Nitrocelulose (NC) • base dupla - NC + Nitroglicerina (NG) • base tripla - NC + NG + Nitoguanidina (NGu) c) quanto a forma • grãos • lâminas • fios • cilindros (não, mono ou heptaperfurados).
  • 44. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -44- 5.4. Projétil Projétil de .50 pol 5.4.1. Finalidade Causar danos, é o próprio emprego da munição. 5.4.2. Nomenclatura 1 - Projétil ou projetil: elemento por completo. 2 - Base ou culote: favorece as propriedades balísticas, no que concede ao arrasto com o ar. Recebe a pressão oriunda da queima da carga de projeção e nas munições traçantes, torna-se a saída do misto traçante durante a sua trajetória. 3 – Corpo: área que se engraza ao raiamento fazendo com que o projétil adquira propriedades balísticas. 4 - Ogiva ou ponta: favorece as propriedades balísticas, no que concede a resistência do ar.
  • 45. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -45- 5 – Camisa: somente nos projéteis tipo encamisados, uso militar obrigatório pois a camisa evita o desgaste exagerado do cano da arma. 6 – Núcleo: é a finalidade do projétil. 7 - Cinta de lubrificação ou cinta de engastamento ou canelura: mantém a camisa firmemente presa ao núcleo, permite que o gargalo (no estojo) engaste o projétil na montagem do cartucho. 5.4.3. Classificação a) Quanto ao tipo Chumbo - Endurecidos com estanho e / ou antimônio. Encamisado - Núcleo de chumbo [aço ( Car .50 Cm)], e revestido com uma camisa com percentuais de cobre, zinco e níquel. Vantagens: • Não provocam chumbeamento no interior do cano. • Permitem maiores velocidades iniciais. • Não são danificados pelo carregamento. b) Quanto a forma Ponta arredondada. Ponta ogival.
  • 46. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -46- 5.4.4. Projéteis Encamisados São projéteis constituídos por uma capa metálica externa, fabricada em metal não ferroso (ligas de cobre/níquel com alto teor de cobre são as mais comumente utilizadas), metal ferroso(nesse caso com recobrimento eletrostático por um metal não ferroso) e de núcleo, quase sempre de chumbo, destinado a dar aos mesmos o peso necessário para que possam desenvolver energia adequada. Embora as formas construtivas dos projéteis encamisados possam variar bastante de fabricante para fabricante, para efeito prático podemos dividi-los em dois subgrupos: a) aqueles que possuem a “camisa” fechada na ponta e aberta na base para introdução do núcleo. Estes projéteis são conhecidos como encamisados totais (FMJ- Full Metal Jacket ou FMC- Full Metal Case); b) aqueles que possuem a “camisa” fechada na base e aberta na ponta para também permitir a colocação do núcleo. Nesses casos, quando a camisa se estende até a ponta do projétil ele é identificado como encamisado e quando não se extende, como semi-encamisado. Em função do posicionamento máximo da camisa, o núcleo poderá ser bastante, ou pouco visível. Após a colocação do núcleo, a extremidade da camisa pela qual ele foi introduzido sofrerá sempre uma ou mais operações de acabamento. Todos os projéteis com o núcleo exposto nas pontas são genericamente conhecidos por expansivos pois, ao impacto com o corpo, apresentam maior ou menor deformação (formação de “cogumelo”) a qual ajuda a “freiar” sua trajetória no alvo aumentando a transferência de energia ( “Stopping-Power” ) e evita que o projétil atravesse com energia suficiente para causar danos letais a outros corpos. Os projéteis semi ou totalmente encamisados, possuem as seguintes vantagens: a) podem ser impelidos a velocidades bem maiores do que os de chumbo, não apresentando problemas de chumbeamento dos canos e possibilitando o aumento da energia e do alcance útil; b) permitem maior criatividade aos projetistas; c) apresentam menor possibilidade de “engasgar” em armas semi ou totalmente automáticas. E as seguintes desvantagens: a) alto custo;
  • 47. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -47- b) desgaste prematuro dos canos das armas, reduzindo sua vida útil de precisão. 1- ETOG – encamisado total ogival; 2- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo; 3- EPO – encamisado ponta-oca; 4- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo; 5- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo, fabricação Remington; 6- EPO – encamisado, ponta oca, fabricação Remington; 7- SEPC – semi-encamisado ponta de chumbo; 8- EPO – encamisado ponta-oca; 9- ETPT-encamisado total, pontiagudo; 10- (ETPT/BT) – encamisado total, pontiagudo 6. FUNCIONAMENTO Partindo dos conceitos aprendidos, a munição de armamento leve funciona de da forma abaixo discriminada. Levando-se em consideração a arma carregada, dá-se a percussão. A partir daí existe o choque do percussor com a cápsula. O alto explosivo iniciador presente na cápsula sofre um esmagamento, por um lado feito pelo percussor e pelo outro pela bigorna. Este explosivo sensível ao choque detona e propaga sua chama pelo evento do alojamento da cápsula que chega até à carga de projeção (baixo explosivo - pólvora base simples ou dupla). Quando a carga de projeção começa a queimar, inicia-se a transformação da pólvora em gases e a partir daí, quanto maior a pressão dos gases, maior a velocidade de queima no interior do estojo. Logo em seguida, o estojo começa a dilatar-se, fazendo a vedação com a câmara. O projétil desengasta-se da boca do estojo e adquire rapidamente alta velocidade devido à alta pressão agora já existente no interior do estojo. O projétil é impulsionado durante todo o seu deslocamento no interior do cano e adquire neste trajeto suas propriedades balísticas caso o cano da arma seja de alma raiada. Caso o projétil seja traçante ou fumígeno, o misto que encontra-se no seu interior é liberado pelo
  • 48. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -48- culote do projétil durante sua trajetória. Caso seja incendiário, o misto entrará em contato com o alvo quando do impacto do projétil. CAPÍTULO II MUNIÇÃO DE ARREMESSO 1. GRANADAS DE MÃO 1.1 Definição É um engenho de forma cilindro-ogival ou oval, munido de espoleta e carregado com uma carga interna explosiva ou química. Lançadas a mão, destinam-se a reforçar o fogo das armas leves no combate aproximado, produzir cortinas de fumaça ou produzir efeitos especiais. Na concepção atual da guerra, são fatores indispensáveis para artefatos bélicos de infantaria: •baixo peso e volume reduzido, não só para facilitar o transporte, como para permitir maior poder de fogo individual e coletivo; •finalidade múltipla, sempre que possível, para que haja adaptação à situação tática (ofensiva e defensiva) •sem riscos para o usuário; •estilhaços em grande quantidade e de baixo peso, com o objetivo de produzir morte apenas nas proximidades do local da explosão, ferindo o inimigo mais afastado, pois com isso acarretará a mobilização de padioleiros, médicos e ambulâncias, evacuação para a
  • 49. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -49- retaguarda etc; provocando no inimigo maiores complicações logísticas, além de traumas psicológicos sobre a tropa. 1.2 Classificação Conforme a natureza da carga •letais (explosivas - defensivas ou ofensivas ); •não-letais; •de exercício (simulacro); e •lastradas. 1.3 Constituição Basicamente as granadas de mão constituem-se de três partes: • Corpo; • Carga; e • Espoleta. 1.4 Tipos 1.4.1. Granadas de mão letais São carregadas com um alto explosivo, o TNT ( ou Composição “B” ) A granada explosiva foi projetada para ser utilizada por tropas militares em operações táticas e de contra ataque. Possui grande efeito atordoante provocado pela detonação da carga explosiva. Esta granada não pode ser utilizada em operações de controle de tumulto. Possuem dupla finalidade, dependendo ou não da utilização da luva de estilhaçamento: • defensivas: agem pelo estilhaçamento do seu invólucro; e • ofensivas: agem pelo efeito da onda explosiva resultante da detonação de sua carga de arrebentamento.
  • 50. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -50- 1.4.2 Granadas de mão não-letais a) Explosivas para ambientes abertos Foram projetadas para ser utilizada por tropas Policiais e Militares em operações de controle de distúrbios graves e combate à criminalidade. Possuem grande efeito atordoante provocado pela detonação da carga explosiva. No controle de distúrbios a granada deve ser lançadas para explodirem a uma distância mínima de 10 metros dos infratores. A distâncias menores existe a possibilidade de projeção de partículas irregulares, oriundas da fragmentação do corpo plástico da granada, as quais podem produzir pequenos ferimentos. Em situações extremas, de graves distúrbios e de combate à criminalidade, os efeitos sonoro, explosivo e de emissão de partículas, devem ser avaliados pelo Comandante da operação, que deverá decidir sobre a conveniência ou não do lançamento próximo aos infratores e/ou em recinto fechado. Granada explosiva de efeito moral - poder explosivo associado a uma nuvem de um pó branco, sem agressividade química. Granada explosiva lacrimogênea – poder explosivo associado ao efeito lacrimogêneo. Granada explosiva identificadora - Poder explosivo associado ao efeito da emissão de partículas de gel na cor vermelha e não tóxico, cujo objetivo é marcar os infratores para posterior identificação. Granada explosiva de luz e som – Poder explosivo associado à luminosidade intensa que ofusca a visão dos agressores por alguns segundos, permitindo uma eficiente ação policial.
  • 51. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -51- b) Explosivas para ambientes fechados (indoor) Possuem as mesmas finalidades das granadas para uso aberto porém foram desenvolvidas para a utilização em ambientes fechados. Possuem um tempo de detonação mais curto para evitar a reação dos agressores e um efeito explosivo reduzido mas com excelentes resultados em ambientes fechados. Granada indoor explosiva de efeito moral Granada indoor explosiva lacrimogênea - CS Granada indoor explosiva identificadora Granada indoor explosiva de luz e som 1.4.3. Granadas de mão de exercício a) Simulacro de granada reutilizável A granada AM-500 foi projetada para emprego em treinamento de tropas Policiais e Militares para operações de controle de distúrbios. Produz alto estampido, acompanhado de uma nuvem de fumaça, análogos a uma granada de emprego real, capazes de identificar o local da explosão. Esses efeitos são alcançados sem a produção de estilhaços, o que permite um treinamento seguro. 1.4.4. Granadas de mão fumígenas d) Granada fumígena manual – HC
  • 52. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -52- A granada MB-502, foi projetada para emprego em operações militares e policiais, com o objetivo de produzir uma densa cortina de fumaça, que serve para mascarar a retirada ou a movimentação de tropas de infantaria em relação ao agressor. Pode ser utilizada em controle de distúrbios desorientando e dispersando infratores, pela ação da densa fumaça. Serve ainda como artefato sinalizador. Em situações extremas de graves distúrbios e combate à criminalidade, pode ser usada para forçar a saída dos infratores de ambientes fechados, atirando a granada através de aberturas ou janelas. e) Granada de fumaça colorida Sinalização diurna colorida para salvamento de tropas, início e término de operações, na selva e áreas rural e urbana, com a utilização do código de cores. Este produto não é indicado para o uso no mar, pois não flutua. 1.4.5. Granadas de mão lacrimogêneas
  • 53. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -53- Foram projetadas para serem utilizadas por tropas Policiais e Militares em operações de controle de graves distúrbios e combate à criminalidade. Atua por saturação de ambientes através da geração de intensa nuvem de fumaça contendo agente lacrimogêneo (CS). 1.4.6 Granada de mão lastrada São completamentes inertes e destinam-se a instrução da tropa. 1.5 Granada de mão M3 c/EOT M9 Granada utilizada por muito tempo pelo Exército Brasileiro, produzida pela CEV (Companhia de Explosivos Valparaíba). Possui as seguintes vantagens: • utilização da mesma granada como ofensiva e defensiva, dependendo da situação tática, apenas com a retirada ou permanência da luva de estilhaçamento no corpo plástico da granada; • utilização contra pessoal em distâncias curtas, especialmente guarnições de armas ou grupos, normalmente abrigados e desenfiados ao tiro tenso das armas portáteis; • estilhaços em forma e quantidade determinadas pelo pré-ranhuramento da luva de estilhaçamento; • peso reduzido do artefato, podendo ser lançado com maior precisão e maiores distâncias; • utilização como carga dirigida para rompimento de chapas de aço, trilhos e outro trabalhos de sapadores; • utilização como carga de demolição e rutura. 1.5.1. Descrição e nomenclatura A granada de mão M3 ( Defensiva-Ofensiva ) com espoleta de ogiva de tempo M9, compõe-se, basicamente, de 2 subconjuntos, com os componentes a seguir: a) Granada propriamente dita •corpo ( plástico ); •carga explosiva; e •luva de estilhaçamento. b) Espoleta •capacete;
  • 54. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -54- •grampo de segurança; •corpo; •dispositivo de percussão; e •retardo-detonador. 1.5.2. Espoletamento • retirar o tampão de vedação da granada; • introduzir o retardo-detonador, no corpo da granada; • segurar a espoleta com uma das mãos e rosquear o corpo da granada na espoleta com a outra mão. Nesta operação, como medida de segurança, a espoleta deve funcionar como peça fixa e a granada como peça móvel. 1.5.3 Emprego a) Como granada de mão defensiva A granada é fornecida com a luva de estilhaçamento ajustada ao corpo plástico. Para empregá-la, é suficiente espoletar a granada e seguir as instruções de lançamento regulamentares. b) Como granada de mão ofensiva A transformação da granada em ofensiva é efetuada retirando - se a luva de estilhaçamento, restando apenas o corpo plástico e a espoleta. Para retirar a luva, segurar a granada pela luva com uma das mãos, e com o polegar da outra mão, empurrar o corpo plástico pelo fundo cônico. c) Como carga dirigida Para segurança do operador, retirar a luva de estilhaçamento, cuja ausência, praticamente não influi no rendimento da perfuração. Fixar firmemente a granada com o fundo cônico apoiado sobre a parte a ser perfurada Retirar o tampão de vedação. Introduzir uma espoleta elétrica n.º 8 ou espoleta comum n.º 8 com estopim, até encostar no fundo, procurando fixá-la. Estender os fios até uma posição de segurança onde o operador procederá ao contato elétrico ( pilha, bateria, explosor etc ) para a detonação.
  • 55. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -55- Se for usada espoleta comum n.º 8, com estopim, cortá-lo com comprimento suficiente para se abrigar. d) Como carga de demolição e rutura Para segurança do operador, retirar das granadas a serem utilizadas, as luvas de estilhaçamento, cuja ausência praticamente não influi no rendimento da perfuração. De acordo com os manuais de demolição regulamentares, calcular o posicionamento e a quantidade de explosivo necessária para obtenção dos efeitos previstos. Fixar firmemente as granadas entre si e no local desejado. Introduzir as espoletas elétricas n.º 8 ou espoletas comuns n.º 8 com estopim até encostar no fundo, procurando fixá-las. Estender os fios até uma posição de segurança onde o operador procederá aos contatos elétricos ( pilha, bateria, explosor etc ), para a detonação, levando em conta a resistência elétrica total. Se for usada a espoleta comum n.º 8 com estopim, cortá-lo com comprimento suficiente para se abrigar. 1.5.4. Funcionamento
  • 56. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -56- 1- Anel do grampo de segurança 6- Capacete 2- Percussor 7- Corpo plástico 3- Cápsula 8- Carga explosiva 4- Corpo 9- Luva de estilhaçamento 5- Retardo-detonador 10- Garra do capacete Após a retirada do grampo de segurança pelo combatente e lançada a granada, desenvolvem-se as seguintes operações: •fica liberada a mola do percussor; •a distensão da mola imprime ao percursor um movimento rotativo que ejeta o capacete e, em continuação, vai ferir a cápsula;
  • 57. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -57- •esta, por sua vez, faz funcionar um misto químico que queima durante 4 e 5 segundos; e •o final desta queima provoca a explosão do detonador e, consequentemente, da granada. 1.5.5. Seguranças a) De manuseio •grampo de segurança, quando em seu alojamento no corpo, impede o deslocamento do capacete e, portanto, o movimento do percussor citado no segundo item do funcionamento; •ainda que retirado o grampo de segurança, enquanto a granada permanecer empunhada – com o capacete firmemente apoiado contra a palma da mão – fica impedido, da mesma forma, o funcionamento do dispositivo de percussão; •após a retirada do grampo de segurança, se por qualquer motivo a granada não for lançada, é possível a recolocação do grampo em sua posição primitiva bastando, para isso, serem executados, cuidadosamente, os movimentos inversos ao da retirada. É, entretanto um procedimento perigoso que, sempre que possível, deve ser evitado. b) De transporte É caracterizada, complementarmente, pelo fornecimento, em separado, dos cunhetes de granadas e de espoletas e pelo acondicionamento das peças em compartimentos isolados de contato, dentro dos cunhetes. 1.5.6. Cuidados especiais Além do conhecimento que devem ser portadores aqueles que manuseiam munições, podemos lembrar, dentre outros: a) nenhum homem deverá executar lançamentos de granadas reais sem antes haver mostrado eficiência e cuidado nos treinamentos; b) as espoletas com detonadores devem ser manejadas com o máximo cuidado. Contendo carga explosiva sensível, evitar calor, choque ou atrito, como a seguir exemplificaremos: • calor – não devem ser excessivamente submetidas a altas temperaturas (acima de 35.) estejam ou não expostas aos raios solares;
  • 58. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -58- • choque – não conduzi-las de maneira que possam bater uma contra as outras; não se deve deixa-las cair; não se deve abrir os cunhetes empregando martelo ou qualquer instrumento pesado; e • atrito - não deve existir maior que o provocado pelo uso normal das mãos sem ferramentas. c) grampo de segurança somente deve ser retirado quando o atirador estiver pronto para lançar; d) as granadas não devem ser espoletadas: • em depósitos ou ambientes fechados; • em ponto de carga ou descarga de munições; e • a menos de 100 metros de construções. CAPÍTULO III MUNIÇÃO DE LANÇAMENTO 1. GRANADAS DE BOCAL Granada de Bocal Antipessoal 1.1 Definição São projéteis explosivos ou químicos dotados de uma carga interna e de um dispositivo de acionamento. A granada de bocal, alto explosivo, é um engenho que visa dar aos combatentes de infantaria recursos que lhe permitam realizar o tiro curvo sobre a tropa amiga e objetivos dispersos, sempre que os projéteis de pequeno calibre e de tiro tenso não consigam os desejados resultados. Produzindo efeito explosivo e de estilhaçamento, torna-se eficaz contra objetivos ainda que desenfiados. A granada de bocal, é um artefato que, lançado pelo fuzil 7,62 M964, possui o efeito secundário de perfuração em concreto ou chapas de aço (couraças), de até 3`` (7,62 mm) de espessura no caso das antipessoais e de até 4” (10,2 mm) ) de espessura no caso das anticarro.
  • 59. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -59- Assim sendo, poderá realizar com eficiência as missões normalmente atribuídas aos morteiros leves e lança-rojões de pequeno calibre, pois não apresenta os inconvenientes deste ( ruído, chama, poeira). 1.2. Classificação Conforme a natureza da carga: • antipessoal; • anticarro; e • exercício ( lastradas ou com carga de pólvora negra ). 1.3. Constituição Basicamente: cabeça explosiva, espoleta e empenagem.
  • 60. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -60- a) cabeça explosiva :ogiva, pelo cone, corpo e carga principal; b) espoleta: grampo de segurança, pino de armar, luva guia do percussor, mola de segurança, percussor, detonador-reforçador; c) empenagem: tubo estabilizador e aletas; d) cartucho de lançamento: vem preso a um tarugo de borracha colocado no fundo da empenagem; e e) mira individual: alça graduada, que serve para a pontaria. 1.4. Tipos 1.4.1. Gr Bc Antipessoal São carregadas com pentolite, sendo de fabricação nacional e agindo pela ação de estilhaçamento, podendo agir em algumas situações pela ação de perfuração, pois é de carga “carga oca”, perfurando blindagens de até 7 mm de espessura. A explosão da granada produz mais de 100 estilhaços eficazes sobre um homem em pé num raio de 20 metros do ponto de detonação e com efeitos secundários até 60 metros. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS Peso total 550 g Peso do explosivo 90 g Comprimento 323 mm Diâmetro do corpo 40 mm Velocidade inicial (Car Lçmt 7,62 CEV) 70 m/s Alcance máximo ângulo de 42 graus 400 m Alcance de alça (utilização) 150 m Alcance normal dos estilhaços 30m Tiro tenso contra pessoal e Vtr Bld até 150m 1.4.2. Gr Bc Anticarro São também carregadas com pentolite e agem pelo princípio da “carga oca”. Permitem furar couraças com espessuras superiores a 4’’ (10,2 mm). Todas as suas características são semelhantes às pessoais.
  • 61. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -61- 1.5. Funcionamento 1- Corpo da Carga 6- Grampo de segurança 2- Carga explosiva 7- Pino de armar 3- Detonador-reforçador 8- Luva-guia do percussor 4- Corpo da espoleta 9- Percussor 5- Mola de segurança 10- Tubo-Motor a) Posição inicial: •cartucho de lançamento na câmara; •uma granada no bocal; •granada sem o grampo de segurança; e •dá-se a percussão no cartucho de lançamento. b) Funcionamento propriamente dito: 1ª ETAPA: Percussão do cartucho de lançamento e trajetória da granada de bocal 1ª FASE: Recuo da luva-guia do percussor: • Retirado o grampo de segurança, o pino de armar permanece em seu lugar; • Após a percussão, por ação da inércia, a luva-guia tende a permanecer no seu lugar (recua em relação à granada), enquanto a granada é lançada, indo liberar a cabeça do pino de armar, que é ejetado por ação de sua mola;
  • 62. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -62- • Com o recuo da luva-guia do percussor, a mola de segurança, que se encontra à frente do percussor, começa a se distender (abrir) para permitir a passagem do percussor, que é mantido à retaguarda por inércia. 2ª FASE: Armação da espoleta: • Após o máximo de distensão possível da mola de segurança, o percussor estará livre para ir à frente, só não o fazendo por ação da inércia; • Em virtude de suas características técnicas de fabricação a espoleta não funcionará antes de haver percorrido 02 metros de sua trajetória, a partir da boca da arma, mesmo que encontre um obstáculo; • Isto é assegurado pelo tempo que leva a mola de segurança para se distender, após a liberação de sua posição original, liberando o percussor. 2ª ETAPA: Granada no momento do impacto - Ao atingir o alvo, a granada bate com a ogiva. Neste momento, por ação da inércia, o êmbolo onde está preso o percussor avança percutindo a o detonador-reforçador e consequentemente a granada. 1.6. Seguranças a) De manuseio O grampo de segurança, quando em seu lugar, impede a ejeção do pino de armar e, consequentemente, o funcionamento do dispositivo de percussão, até mesmo por efeito de queda. Devido ao seu sistema de segurança, ainda que retirado o grampo de segurança, a granada poderá sofrer queda de até 3 metros sem qualquer problema, pois não haverá inércia provocada pela força do impacto resultante da velocidade de lançamento. Em caso de queda da granada sem o grampo de segurança, e não tendo sido ejetado o pino de armar, a mesma poderá ser recolocada no bocal de lançamento sem que isso implique na segurança do manuseio do artefato; caso contrário, isto é, o pino de armar tendo sido ejetado (o que dificilmente acontecerá), a granada não deverá ser tocada pois todo o sistema de segurança foi acionado no sentido da liberação do percussor. A granada deverá, então, ser destruída no local.
  • 63. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -63- Após a retirada do grampo de segurança, se por qualquer motivo a granada não for lançada, é possível a recolocação do grampo em sua posição primitiva, bastando, para isso, serem executados, cuidadosamente, os movimentos inversos ao da retirada. b) De boca Em virtude de suas características técnicas de fabricação, a espoleta não funcionará antes de haver percorrido 02 (dois) metros de sua trajetória, a partir da boca da arma, mesmo que encontre um obstáculo. Isto é assegurado pelo tempo que leva a mola de segurança colocada à frente do percussor para se distender, após a liberação de sua posição original. c) De transporte Para o transporte, o percussor fica impedido de se movimentar pela ação: •de dois pinos de aço, sendo um solidário ao grampo de segurança e outro (pino de armar) que só é ejetado automaticamente pelo tiro de lançamento (desde que se retire o grampo de segurança); • da mola de segurança posicionada à frente do percussor. 2. MUNIÇÃO DO LANÇA GRANADAS 40 MM M79 2.1. Apresentação Calibre 40mm. São utilizadas no Lançador de granadas M-79 ou M-203. VISTA EM CORTE 2.2. Terminologia Granada ou Cartucho 40 x 46mm ou Cartucho 40 de baixa velocidade.
  • 64. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -64- OBS: As características abaixo exemplificadas referem-se ao Car 40X46 M406HE. 2.3. Composição A munição é composta de estojo, estopilha, carga de projeção, projétil e espoleta. Estojo Munição Estopilha Carga de projeção ou propelente Projétil ou granada Espoleta 2.4. Classificação a) quanto a colocação dos elementos ENCARTUCHADA: Estojo reúne os demais elementos. ENGASTADA - Projétil fixo ao estojo, não permite a variação da carga de projeção. b) quanto ao uso: único; c) quanto a estabilização: rotação; d) quanto ao emprego: 2.5. Estudo dos elementos a) estojo Contém a carga de projeção e fazer a obturação da câmara. É de alumínio e fabricado pelo processo de estiramento sucessivo. Possui traçado cilíndrico. nomenclatura aplicada
  • 65. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -65- 1. GOLA - Recebe o projétil; 2. GARGALO - Fixa o projétil por punções; 3. CORPO – Inscrições: Lote. 4. VIROLA – Permite a extração: Escavada; 5. CULOTE – Inscrições: Lote; 6. CÂMARA – Nesta munição, é subdivida em 2 [câmaras de alta (aloja a carga de projeção) e de baixa pressão]; 7. ALOJAMENTO DA ESTOPILHA - Recebe a estopilha e a carga de projeção; b) estopilha Quando excitada, produz a chama que inicia a queima da carga de projeção. Do tipo estampada. Atua por percussor. Possui perfil curto e carga de encadeamento explosivo através de misto fulminante -> cápsula e explosivo iniciador; nomenclatura aplicada 1. CORPO - Recebe os demais elementos; 2. BIGORNA – Em conjunto com o percussor da arma, realiza o esmagamento do alto-explosivo iniciador; 3. CÁPSULA – Aloja o alto-explosivo iniciador; 4. MISTO FULMINANTE – Alto-explosivo iniciador (Tetraceno).
  • 66. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -66- c) carga de projeção Projeta a granada. É encartuchada de uso único e composta de pólvora coloidal. TIPO: BASE DUPLA - BD: Nitrocelulose (NC) + Nitroglicerina (NG). EMPREGO: Propelente. FORMA: Esférica (2,84mm) CARREGAMENTO: Solta d) projétil ou granada Conduz a carga química ou explosiva. É composta de aço e alumínio - fundido / forjado e torneado com traçado biogival. nomenclatura aplicada 1. OUVIDO ROSCADO - Recebe a espoleta; 2. OGIVA - Favorece as propriedades balísticas concernentes a resistência do ar; TIPO: Curta (baixa Vo) e falsa; 3. CORPO - É o projetil propriamente dito, de espessura e material variável com a finalidade da granada. Neste caso, a granada encontra-se alojada em um falso corpo de alumínio, formando um só corpo; 4. CINTA DE FORÇAMENTO - Cinta ligeiramente maior que o calibre da arma, que engraza-se nas raias, proporcionando a rotação da granada e obturando os gases a frente; TIPO: Simples; PERFIL: Escavado - O sulco recebe o excesso de metal do forçamento;
  • 67. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -67- 5. CULOTE - Favorece as propriedades balísticas concernentes ao arrasto; 6. CARGA DO PROJÉTIL - É feito através de enchimento – fundido com carga explosiva de composto B (45g); e) espoleta Inicia a cadeia explosiva no momento e nas condições desejadas. Colocação na ogiva, com ação percutente instantânea (funciona no momento do impacto). Princípio de armar através da força centrífuga, com encadeamento explosivo partindo da cápsula => reforçador - detonador => carga de arrebentamento. nomenclatura aplicada 1. DISPOSITIVO DE ARMAR E SEGURANÇA – Pelo desalinhamento de seus elementos, oferece segurança ao operador; 2. PLACA DE PRESSÃO – Aciona o percussor; 3. CONJUNTO DE PERCUSSÃO – Composto de cápsula e percussor, é o elemento iniciador da cadeia explosiva; 4. CONJUNTO REFORÇADOR - DETONADOR – Reforça a transformação da cápsula e transmite à carga principal. 2.6. Funcionamento O princípio de funcionamento foi originado de uma idéia alemã da 2º Guerra Mundial, chamado de sistema de redução de pressão. Neste sistema, uma carga de projeção é confinada dentro de uma pequena câmara na base do estojo do cartucho. Esta câmara é provida com orifícios cuidadosamente calculados. Quando a cápsula é atingida, a carga explosiva transforma-se dentro de sua câmara e desenvolve uma
  • 68. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -68- elevadíssima pressão – em torno de 2500 Kg por cm². Esta pressão, sem controle, poderia expelir a granada a uma altíssima velocidade e causar uma extrema pressão na culatra. Ao invés disso, esta alta pressão é confinada na câmara especial existente no cartucho e através dos seus orifícios esta pressão é gradualmente liberada para o espaço vazio entre a câmara e a granada. Neste espaço o gás se expande e atinge a pressão de 200 Kg por cm², pressão esta suficiente para arremessar a granada a uma velocidade de 76 m/s e a uma distância de 350 a 400m, sem resultar em um excessivo recuo no corpo da arma. Este sistema permitiu que a arma fosse leve, de pequenas dimensões e segura. As granadas são estabilizadas durante o vôo pelo giro imprimido pelo raiamento da arma. A granada atinge a velocidade de 76 m/s (comparados a uma velocidade aproximada de 800 m/ s de um 7,62 mm) e um granadeiro treinado pode lança-la dentro de uma janela a uma distância de 150 m. A força centrífuga oriunda da rotação da granada (3700 rpm) faz com que o dispositivo de armar e segurança arme a granada a uma distância mínima de 14 m do atirador. Após isso a granada irá detonar com o impacto. Desta forma a cabeça explosiva não pode ser detonada por causa de uma queda ou se for atingida por um tiro. Esta distância mínima preserva o atirador de não ser atingido pelo raio de fragmentação da granada.
  • 69. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -69- As granadas M 406 40 mm HE atiradas do Lançador M79 fragmenta seu recipiente metálico em mais de 300 fragmentos que são lançados a uma velocidade de 1.524 m/s com um raio letal de 5 m. Existem uma grande variedade de cartuchos de 40 mm que podem ser atirados do Lançador de Granadas M79. Todos estes cartuchos são engastados ou seja, o projétil já vem fixo ao estojo.
  • 70. Escola de Material Bélico – S/S de Munições-Apostila de Munições -70- Munições para o Lançador de Granadas M79 Coloração Modelo Ação Estojo Projétil Ogiva M397 M397A1 Fragmentação Verde Verde Dourada M433 Duplo efeito Verde Verde Dourada M381 M386 M406 M441 Alto explosivo Verde Verde Dourada M576 Multiprojétil Verde e Preto - - M651 Química Lacrimogênea CS Verde Vermelho Prateada M781 Exercício Verde Azul - M407 M382 Exercício Verde Verde Azul Prateada Azul