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MARINHA DO BRASIL
COLÉGIO NAVAL
APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR
NAVAL 2º. ANO ESCOLAR
REVISÃO I
COLÉGIO NAVAL
APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR
NAVAL
2º. ANO ESCOLAR
REVISÃO I
(Atende às alterações curriculares ocorridas de 2015 para 2016)
Elaborada em DEZ/2015.
I
ATO DE APROVAÇÃO
Aprovo, para uso no Colégio Naval, a publicação APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR
NAVAL 2º. ANO ESCOLAR - REVISÃO I.
ANGRA DOS REIS, RJ.
Em de dezembro de 2017.
FABRÍCIO FERNANDO NAZARETH DUARTE
Capitão de Mar e Guerra
Comandante
II
ÍNDICE
PÁGINAS
FOLHA DE ROSTO................................................................................................................... I
ATO DE APROVAÇÃO............................................................................................................. II
ÍNDICE........................................................................................................................................ III
CAPÍTULO 1 - APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER............................................. 1
CAPÍTULO 2 - PROPULSÃO NAVAL................................................................................... 16
CAPÍTULO 3 - COMBATE A INCÊNDIO............................................................................. 27
CAPÍTULO 4 - COMUNICAÇÕES NAVAIS......................................................................... 37
CAPÍTULO 5 - ETIQUETA SOCIAL II.................................................................................. 43
CAPÍTULO 6 - HIGIENE E PRIMEIROS SOCORROS...................................................... 56
CAPÍTULO 7 - RIPEAM........................................................................................................... 62
CAPÍTULO 8 - NOÇÕES DE NAVEGAÇÃO II..................................................................... 74
CAPÍTULO 9 - O SERVIÇO DE INTENDÊNCIA NA MARINHA DO BRASIL............. 103
CAPÍTULO 10 - CONTROLE DE AVARIAS......................................................................... 125
III
- 1 -
CAPÍTULO 1
APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER
1.1 – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER
O aparelho de fundear e suspender é constituído pelo conjunto de âncoras, amarras, máquinas
de suspender e todos os acessórios das amarras, como manilhas, escovéns, gateiras,
mordentes, boças etc.
As âncoras são comumente chamadas a bordo de os “ferros do navio”. Servem para aguentar
o navio no fundeadouro, evitando que ele seja arrastado por forças externas, como ventos,
correntezas ou ondas. Por efeito de seu peso e desenho, a âncora possui a qualidade de, se
largada em determinado fundo do mar, ficar presa nele; se içada pela amarra, soltar-se com
facilidade.
A âncora é ligada por uma manilha à amarra, que é uma cadeia de elos especiais com
malhetes (nos navios pequenos, em vez de amarra, pode-se usar corrente ou cabo de aço). A
amarra sobe ao convés do navio através do escovém, que, no caso da âncora tipo patente,
aloja a haste enquanto a âncora não estiver em uso; ela é presa ao navio, isto é, talingada no
paiol da amarra.
A máquina de suspender consta de um motor elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionando
um cabrestante ou um molinete. No cabrestante (ou no molinete) há uma coroa de Barbotin,
que é uma gola tendo em torno diversas cavidades iguais que prendem a amarra, elo por elo,
permitindo alá-la. Do convés a amarra desce ao paiol através de um conduto chamado gateira.
No convés, entre o escovém e o cabrestante, há uma ou mais boças da amarra, cujo fim é
aguentar a amarra tirando o esforço de sobre o freio do cabrestante quando a âncora estiver
alojada no escovém ou quando a âncora estiver fundeada e o navio portando pela amarra. Para
o mesmo fim há ainda um mordente na gateira ou, mais comumente, um mordente colocado
no convés por ante-a-vante do cabrestante. A âncora pode ser largada pelo freio do
cabrestante ou por uma das boças, conforme seja o que estiver aguentando a amarra.
1.2 – NOMENCLATURA DAS ÂNCORAS
Haste – Barra robusta de ferro, cuja extremidade mais grossa se une aos braços, tendo na
outra extremidade um furo para receber o cavirão, pino que prende o anete.
Braços – São dois ramos que partem da extremidade inferior da haste. São curvos nas âncoras
tipo Almirantado.
Cruz – Lugar de união da haste com os braços.
Patas – Superfícies em forma triangular, ou aproximadamente triangular, localizada nas
extremidades dos braços.
- 2 -
Unhas – Vértices exteriores da pata.
Orelhas – Os dois outros vértices da pata, sem ser a unha.
Noz – Parte ligeiramente engrossada da haste, onde é enfiado o cepo.
Anete – Arganéu, ou manilha cujo cavirão passa pelo furo existente na extremidade superior
da haste. No anete é talingada a amarra.
Cepo – Barra de ferro que é enfiada na parte superior da haste perpendicularmente aos braços.
O cepo tem um cotovelo, isto é, uma dobra de 90°, para que possa ser prolongado com a haste
quando a âncora não estiver em uso. Ele prende-se na posição perpendicular à haste porque
possui um ressalto de um lado e pode receber uma chaveta do outro lado, junto à haste. Nas
duas extremidades do cepo há esferas, que têm por fim tornar mais difícil ao cepo enterrar-se
no fundo antes de a unha aferrar.
Palma – Aresta saliente localizada na base inferior dos braços, nas âncoras tipo patente.
Âncora tipo Almirantado
1.3 – TIPOS DE ÂNCORAS
Tipo Almirantado – Tipo universalmente empregado, desde tempos muito remotos até cerca
de 1825. Foi substituída como âncora padrão para uso a bordo dos navios pelas âncoras do
tipo patente, devido principalmente às dificuldades de manobra e de arrumação a bordo.
Contudo, apresenta maior poder de unhar.
Particularidades principais:
. possui cepo, disposto perpendicularmente aos braços; o peso do cepo é cerca de 1/4 do peso
da âncora;
. as superfícies das patas são perpendiculares ao plano dos braços; e
. o comprimento do cepo é igual ao da haste e a distância entre as unhas é menor, cerca de
7/10 desse comprimento. Esta proporção de dimensões faz com que a âncora, ao cair com o
cepo em pé, fique em posição instável e se volte por efeito de qualquer esforço da amarra que
- 3 -
não seja dirigido no sentido vertical para cima; isto coloca a unha sempre em posição de
unhar.
Pesos usuais: de 15 a 500 quilogramas.
Tipo patente – Há um grande número de âncoras do tipo patente, de diversos fabricantes,
diferindo ligeiramente nos desenhos. Os mais conhecidos são: Martin, Smith, Hall, Dunn e
Baldt.
Âncora tipo Patente
As particularidades que apresentam as âncoras patentes são:
. não têm cepo;
. a haste é articulada aos braços, geralmente por um pino que trabalha numa cavidade feita na
cruz. Todas as âncoras bem construídas apresentam certas saliências na haste, no extremo
inferior, de modo que seja impossível a haste sair desta cavidade, se o pino se partir; nas
âncoras Baldt esta extremidade da haste tem a forma esférica. O movimento permitido aos
braços vai de 30 a 45 graus para cada lado da haste. A articulação deve ser bem justa, em
qualquer posição dos braços, de modo que não possam penetrar na cavidade da cruz matérias
estranhas, como pequenas pedras, impedindo o movimento;
- 4 -
. as superfícies das duas patas são largas e situadas no mesmo plano pelos braços. As patas
seguem uma direção paralela ou quase paralela à haste e ficam bem junto à cruz. O peso dos
braços com as patas não deve ser menor que 3/5 do peso total da âncora;
. a parte inferior dos braços, que constitui a base da âncora, é saliente, formando a palma, isto
é, uma aresta que, apoiando-se no fundo do mar, fica segura, obrigando os braços a se
dirigirem para baixo quando houver esforço sobre a amarra num sentido horizontal ou quase
horizontal; e
. se uma das patas unha, a outra também ficará unhada.
A grande vantagem destas âncoras é a facilidade com que são manobradas e arrumadas a
bordo. Realmente, tendo os braços articulados, não necessitam cepo, e, sem este, a haste pode
ser recolhida no escovém e aí ficar alojada. Isto elimina o complicado aparelho que era
empregado nos navios antigos para a arrumação da âncora.
A desvantagem das âncoras de tipo patente de ter menor poder de unhar é compensada dando-
se um pouco mais de filame à amarra, nos fundos que não sejam de boa tença. Os veleiros são
mais dependentes do aparelho de fundear por não possuírem propulsão própria, e por isto
necessitam de maior poder de unhar da âncora, relativamente a um navio a motor de mesmo
tamanho. Daí o emprego de âncora tipo Almirantado em alguns navios a vela. Contudo, os
navios modernos deste tipo já empregam também a âncora patente, com maior peso do que o
que seria indicado para um navio a motor de mesmo deslocamento. A relação entre os pesos
das âncoras para estes dois tipos de navio é, segundo as Sociedades Classificadoras, de quatro
para três, comparando-se navios de mesmo tamanho.
Âncora Danforth – Tem os braços de forma semelhante aos das âncoras tipo patente, porém
mais compridos e afilados, e possui um cepo, colocado na cruz paralelamente ao plano dos
braços.
Tem a grande vantagem que o cepo dá às âncoras Almirantado, ou seja, maior poder de unhar
à proporção que a amarra exerce esforço. Estando colocado na cruz, o cepo não impede a
entrada da âncora no escovém; quando é de popa, estiva-se sobre uma raposa.
Admite-se que o poder de unhar desta âncora seja igual a 10 vezes o das âncoras tipo patente
e a 3 vezes o da âncora Almirantado de mesmo peso. É muito empregada na popa das
embarcações de desembarque que devem aterrar nas praias. Apresenta a pequena
desvantagem de ser mais difícil de arrancar do fundo que as demais. Seu peso varia de 50 a
6.000 quilogramas.
- 5 -
Âncora Danforth
1.4 – ÂNCORAS ESPECIAIS
. Ancorotes – Âncoras pequenas, tipo Almirantado ou patente; empregadas nas embarcações
miúdas e também nos navios como ferro auxiliar nas amarrações.
. Fateixa – Ancorote sem cepo, haste cilíndrica, tendo na extremidade superior um arganéu
que é o anete, e na outra quatro braços curvos que têm patas e unhas. Utilizada para fundear
embarcações miúdas; pesos comuns, de 10 a 50 quilogramas.
Fateixa
. Busca-vida – É uma fateixa com quatro ou cinco braços sem patas, terminando os braços em
ponta aguda. Serve para rocegar objetos que se perdem no fundo do mar, como por exemplo
amarras, âncoras etc. Pesa de de 2 a 50 quilogramas.
- 6 -
Busca-vida
. Cogumelo – Em forma de cogumelo, para amarrações fixas. O peso varia até 5 toneladas.
Cogumelo
. Bruce – Âncora moderna inventada em 1970 por Peter Bruce. Normalmente utilizada em
embarcações miúdas. Apesar de ser totalmente rígida, essa âncora é famosa no meio náutico
por não “garrar” quando da mudança de direção do fundeio no caso de mudança das direções
da corrente e/ou do vento. É uma âncora de grande confiabilidade quando comparada aos
outros modelos de mesmo tamanho. Tem baixo desempenho em fundos com vegetação.
- 7 -
Âncora tipo “Bruce”
1.5 – POITAS
Pesos de várias formas, de ferro fundido ou de concreto armado, adaptados com um arganéu
forte. De modo geral, qualquer peso grande bem amarrado serve de poita. Utilizadas em todas
as amarrações fixas.
Poita de concreto com corrente, tornel, cabo e bóia.
- 8 -
1.6 – AMARRAS, SEUS ACESSÓRIOS E EQUIPAMENTOS DO CONVÉS
RELACIONADOS
Amarra – É uma espécie de corrente constituída por elos com malhete e liga a âncora ao
navio, servindo, portanto, para arriá-la, fundeá-la e içá-la. As amarras de pequena bitola,
que se empregam nos ancorotes, chamam-se amarretas. As embarcações pequenas podem
empregar correntes (cadeia de elos sem malhete) ou cabo de aço ou fibra ou ainda a
combinação dos dois.
Malhete – Travessão ligando os lados de maior dimensão do elo. Tem por fim: diminuir a
probabilidade de a amarra tomar cocas; aumentar a resistência; e impedir a deformação
dos elos em serviços.
Quartéis da amarra – Seções desmontáveis de que se compõe a amarra de um navio. No
Brasil e nos Estados Unidos, os quartéis comuns têm 15 braças (uma braça tem 6 pés
ingleses e equivale a 1,83 metro) logo, 1 quartel mede 27,5 metros.
Manilhas – Manilhas com cavirão de tipo especial, ligando os quartéis entre si e à âncora.
Elos patentes – Elos desmontáveis que, nas amarras modernas, substituem as manilhas na
ligação dos quartéis. Os mais comuns são o elo Kenter e o elo “C”.
Tornel – Peça formada por um olhal, um parafuso com olhal, porca cilíndrica e contrapino.
O parafuso constitui um eixo em torno do qual gira o olhal. Permite à amarra girar em
relação à âncora. Usa-se um tornel em cada amarra, em posição tal que ele fique sempre
fora do cabrestante. Na amarra o olhal maior deve ficar para ré e o outro olhal para vante,
isto é, para o lado da âncora.
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Elo “Kenter”
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Elo “C”
Buzina – Tubo por onde passa a amarra, do convés para o paiol. É geralmente de aço
fundido, de seção circular, um para cada amarra, com diâmetro igual a 7 ou 8 vezes a bitola
da amarra.A direção do tubo é vertical ou inclinada de 10o a 15o, para ré. O tubo é fixado
numa extremidade ao convés e na outra ao teto do paiol. A extremidade do tubo no convés,
ou a abertura do convés onde ele se fixa, chama-se gateira; a extremidade inferior do tubo
chama-se gola da buzina. A gateira leva uma tampa chamada bucha, tendo um rasgo de
largura igual à bitola de um elo da amarra; a bucha tem por fim impedir a entrada, no paiol,
da água que cai na proa em consequência dos golpes do mar.
- 11 -
Escovém – O escovém serve de passagem para a amarra para fora do costado e de
alojamento para a âncora, se esta for de tipo patente.
Um escovém consta de:
Gola – parte saliente do costado, feita de aço fundido;
Tubo – feito de chapa de aço; e
Beiço – parte que sai do convés; feito de chapa de aço ou então fundido.
Os locais da gola e do beiço mais sujeitos a desgaste são revestidos de solda dura.
- 12 -
Paiol da amarra – A amarra, depois de passar pela coroa do cabrestante, desce pela gateira
ao paiol da amarra. Este fica situado numa coberta, por baixo do cabrestante ou do
molinete, e é geralmente um compartimento contíguo à antepara de colisão, por ante-a-ré
desta.
Paiol da Amarra
O chicote do último quartel da amarra passa por um arganéu no fundo do paiol chamado
paixão e é preso a um gato especial de escape fixo ao teto ou à antepara de ré junto ao teto
do paiol. Em alguns navios, em vez do gato de escape, há um arganéu onde a amarra é
então presa com manilha.
O gato de escape ou a manilha com que se fixa a amarra ao paiol chama-se braga e deve
ser mais forte que a manilha de ligação dos quartéis.
Bóia de arinque – Bóia de pequeno tamanho, empregada para marcar o local em que foi
fundeada a âncora. Um cabo fino de fibra, chamado arinque, é amarrado ao arganéu e à
âncora.
A bóia de arinque, além de mostrar a posição do ferro relativamente ao navio, tem
importância quando a âncora se perde, mostrando a localização dela. Geralmente a bóia de
arinque do ferro de BE é pintada de verde e a do ferro de BB é pintada de encarnado.
- 13 -
Comprimento do arinque – O comprimento do arinque normalmente igual a 1 e 1/3 a
profundidade do ponto de fundeio para poder compensar as variações de maré e de
corrente.
Máquina de suspender – A máquina de suspender consiste em máquina a vapor, motor
elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionando uma coroa de Barbotin, que é um tambor em
cuja periferia há recessos e dentes para prender os elos da amarra.
Se o eixo da coroa é vertical, a máquina chama-se cabrestante; se o eixo é horizontal, a
máquina chama-se molinete ou bolinete. A coroa liga-se ao seu eixo por meio de uma
embreagem ou por meio de pinos, de modo que ela pode girar solta ou ficar rigidamente
ligada ao eixo girando com ele. Liga-se a coroa ao eixo para içar o ferro ou arriá-lo sob
máquina, ou para rondar a amarra por qualquer outro motivo; desliga-se para largar o ferro
ou para dar mais filame.
- 14 -
Adjacente à coroa de Barbotin, usualmente há um tambor chamado saia, que serve para
alar as espias do navio; a saia é rigidamente ligada ao seu eixo, que quase sempre é o
mesmo da coroa.
A máquina que aciona o eixo deve ter inversão de marcha e variação de velocidade.
Coroa de Barbotin ou coroa – Roda fundida tendo a periferia côncava e dentes onde a
amarra se aloja e os elos são momentaneamente presos durante o movimento. É preciso
que a amarra faça pelo menos meia-volta ao redor da coroa, a fim de que no mínimo três
elos engrazem nela; cada coroa serve somente para um certo tipo e tamanho de elos.
Diagrama simplificado da “Coroa de Barbotin”
- 15 -
Máquina de suspender do tipo “molinete”
1 – Sapata do Freio
2 – Coroa de Barbotin
3 – Saia
4 – Acionador do freio
5 – Alavanca de acoplamento da Coroa de Barbotin ao eixo
- 16 -
CAPÍTULO 2
PROPULSÃO NAVAL
2.1 – NAVIOS A VELA OU VELEIROS
São movidos pela ação do vento em suas velas.
O surgimento da vela permitiu que o ser humano se afastasse da costa e construísse
embarcações maiores com propulsão mista, vela e remos, pois a vela quadrada só permite
vento a favor. Esta limitação só desapareceu com o surgimento da vela latina que permitiu
travessias maiores, iniciando propriamente a navegação marítima, longe da costa.
Há veleiros que dispõe de motores de pequena potência destinados a assegurar a propulsão
em caso de calmaria, ou para a entrada e saída de portos e navegação em águas restritas.
2.2 – EMBARCAÇÕES A REMO
Houve época em que os navios possuíam apenas este tipo de propulsão, e mais tarde,
combinava-se o uso de remos com as velas.
Atualmente este tipo de propulsão é utilizado em embarcações de pequeno porte, tais como
escaleres, baleeiras e botes.
2.3 – EMBARCAÇÕES DE PROPULSÃO MECÂNICA
2.3.1 – Breve Histórico
Durante muito tempo, a vela foi o principal meio de propulsão das embarcações, até o
surgimento do motor a vapor no século XIX. No início, novamente uma solução híbrida foi
adotada, a vela era utilizada durante o cruzeiro e o vapor para atingir velocidades maiores.
Enquanto os ventos eram gratuitos, os motores a vapor exigiam grandes quantidades de
carvão, o que ainda diminuía a carga útil do navio. Inicialmente o motor acionava uma
grande roda na lateral do navio, esta roda atrapalhava o manuseio das velas e a faina do
navio. Este problema só foi resolvido com a invenção da hélice por John Ericsson.
No início do século XX, com o aumento dos navios, a criação de embarcações totalmente
metálicas e a hélice, o motor a vapor se firmou como principal meio de propulsão naval.
Com o desenvolvimento do motor a diesel, este substitui o motor a vapor, pois os motores
de combustão interna possuem maior rendimento. Uma menor quantidade de diesel era
necessária em peso e volume do que o carvão, aumentando a capacidade de carga das
embarcações.
2.3.2 – Princípios Básicos
A principal função de uma instalação naval de máquinas é converter a energia química de
um combustível em trabalho útil e empregá-lo na propulsão do navio. O combustível pode
ser nuclear desenvolvendo uma reação no interior de um reator nuclear, pode ser queimado
- 17 -
na fornalha de uma caldeira, nos dois casos desprendendo calor que é transmitido à água,
gerando vapor ou, ainda, queimar no interior da própria máquina, para produzir o trabalho
desejado.
No caso das caldeiras, as máquinas são ditas de combustão externa ou máquinas de vapor e
compõem uma instalação de vapor convencional; no caso da queima no interior da
máquina, as máquinas são ditas de combustão interna que é o caso dos motores diesel; no
caso do reator nuclear não são aplicadas as nomenclaturas anteriores, denominando-se,
apenas, propulsão nuclear que compõe uma instalação de vapor nuclear.
A força da propulsão exercida pela água sobre o hélice em movimento é transmitida por
meio de um mancal de escora, rigidamente ligado ao casco.
Entre o eixo do hélice e o mancal de escora pode haver um ou mais eixos intermediários
ligados por flanges.
A estanqueidade do casco na passagem do eixo do hélice é assegurada por meio de uma
bucha com gaxetas.
2.3.3 – Propulsão a Vapor
Nos navios a vapor, a instalação propulsora pode ser dividida em duas partes distintas:
As caldeiras ou reator nas instalações nucleares, que produzem vapor; e
As turbinas ou máquinas alternativas (não mais utilizadas atualmente), que utilizam o
vapor gerado, transformando calor em trabalho.
2.3.4 – Caldeiras
Caldeira é um recipiente metálico cuja função é, entre muitas, a produção de vapor através
do aquecimento da água. As caldeiras produzem vapor para alimentar máquinas térmicas,
autoclaves para esterilização de materiais diversos, cozimento de alimentos e de outros
produtos orgânicos, calefação ambiental e outras aplicações do calor utilizando-se o vapor.
2.3.5 – Turbinas
Turbina é um rotor dotado de um certo número de pás ou palhetas, ligados a um eixo que
gira sobre um conjunto de mancais sendo construída para captar e converter energia
mecânica e térmica contida em um fluido, em trabalho no eixo.
Características:
Permitem obter grandes potências;
Podem utilizar vapor de alta e baixa pressão;
Esforço de torção no eixo é uniforme;
Não são reversíveis (uma turbina para vante e outra para ré); e
Velocidade de rendimento muito superior à velocidade de rendimento dos hélices sendo
necessário uso de redutores.
- 18 -
2.3.6 – Instalação a vapor convencional
Em uma instalação a vapor convencional uma bomba d`água alimenta uma caldeira que é
aquecida pela queima de óleo diesel em condições de contato direto com a atmosfera
(máquina de combustão externa). O vapor gerado movimenta uma ou diversas turbinas que
podem ser de propulsão (turbinas principais) ou de geração de energia compondo turbo
geradores (turbinas auxiliares).
Após ceder energia para as turbinas, o vapor volta ao estado líquido por resfriamento em
um tanque denominado condensador. A água resultante retorna à caldeira para ser
novamente aquecida pela queima do combustível, fechando o circuito.
Detalhe do empalhetamento e eixo de uma turbina de vapor
- 19 -
2.3.7 – Instalação a vapor nuclear
O sistema é dividido em dois circuitos distintos, a saber:
O circuito primário, onde se localiza o reator que gera o calor que aquece a água de
circulação que, por sua vez, aquece o circuito secundário por meio de geradores de vapor.
Todo esse circuito é blindado, para proteção do pessoal.
O circuito secundário inclui todo o equipamento encontrado numa instalação convencional
de vapor, exceto, as caldeiras.
Como principal vantagem desta instalação destaca-se sua autonomia. Devido ao fato de ser
uma enorme fonte de energia, a instalação pode permanecer anos sem ser reabastecida. Os
meios equipados com este tipo de propulsão tem sua autonomia limitada pela necessidade
de gêneros e munição e pela fadiga do pessoal.
Como principais desvantagens da propulsão nuclear destacam-se o alto custo de
desenvolvimento e a necessidade de instalações para manutenção do meio providas de
equipamentos altamente especializados e com alto índice de tecnologia e pessoal com
elevado nível de treinamento.
Diagrama simplificado de uma instalação a vapor convencional
- 20 -
2.3.8 – Motores Diesel
A máquina de combustão interna (motor) aspira ar da atmosfera, e permite que a queima da
mistura ar/combustível ocorra na parte da máquina (cilindro) que converte o calor em
energia mecânica.
Os gases, ao se expandirem, atuam diretamente sobre o êmbolo e os produtos da
combustão são descarregados na atmosfera. No caso dos navios, os motores utilizados são
de “inflamação por compressão”, pois, a combustão é iniciada pela elevada temperatura do
ar comprimido no cilindro, não havendo necessidade de velas.
Esses motores são conhecidos como motores Diesel.
Principais Vantagens:
. Eliminam as instalações de caldeiras e condensadores, gerando economia de peso e
espaço;
. São reversíveis;
. Apresentam, praticamente, a mesma potência em marcha avante ou marcha à ré.
Desvantagens:
. Exigem uma instalação de ar comprimido para partida e injeção de combustível;
. Maior custo de instalação;
Diagrama simplificado de uma instalação de vapor nuclear
- 21 -
. Exigem maior trabalho de manutenção;
. Consomem combustível mais caro; e
. Consomem mais lubrificantes.
Navios da MB que utilizam propulsão diesel:
. NT Gastão Motta e NT Marajó;
. NSS Felinto Perry;
. Navios Varredores;
. NPa Classes Grajaú, Bracuí, Piratini e Macaé;
. NaPaFlu;
. NASH;
. Navios Hidrográficos;
. Corvetas classe “Imperial Marinheiro”; e
. Monitores, AviTrFlu, NTrtFlu, AVIN.
Exemplo de motor Diesel utilizado em navios
- 22 -
2.3.9 – Turbinas a gás
É um sistema de propulsão constituído de uma câmara de combustão e uma turbina
propriamente dita.
A turbina é construída de modo semelhante à turbina de vapor, utilizando a energia dos
gases produzidos pela combustão da mistura ar/combustível, ocorrida na câmara de
combustão.
Principais Vantagens:
. São mais leves que qualquer outra instalação;
. Instalação simples e ocupa menor espaço;
. Partida rápida, mesmo em baixas temperaturas;
. Aceleração rápida;
. Menor vibração;
. Menor manutenção; e
. Menor consumo de lubrificantes.
As Turbinas são mais empregadas nos navios de guerra que necessitam de altas
velocidades ou reserva de potência.
Os navios mercantes ou navios de guerra com velocidades moderadas empregam motores
diesel.
Esquema simplificado de uma turbina a gás
- 23 -
2.3.10 – Instalações combinadas
Para cada faixa de velocidades desenvolvidas por um meio naval um tipo de propulsão se
apresenta com maior rendimento, tornando-se mais apropriado.
Turbinas a gás são excelentes para o desenvolvimento de altas velocidades, porém não são
apropriadas para baixas velocidades alem de apresentarem alto consumo para velocidades
de cruzeiro quando comparadas aos motores diesel.
Como os navios de guerra operam em uma ampla faixa, variando desde baixas velocidades
para manobras, velocidades médias para cruzeiro e altas velocidades para operações com
aeronaves e ações de guerra anti-submarino, dentre outras, a combinação de mais de um
meio de propulsão na mesma instalação, atuando em faixas distintas ou combinados em
uma mesma faixa, apresenta-se como uma solução econômica e de melhor performance.
. Instalações combinadas utilizadas na MB:
Turbina a gás
CODOG - (Combinated Diesel or Gas). Tipo de propulsão que
combina motores diesel com turbina a gás. Neste arranjo, utilizam-
se motores diesel para velocidades até cerca de 18 nós (faixa mais
econômica), enquanto a turbina a gás é destinada a manobras rápi-
das e altas velocidades. É a propulsão utilizada nas Fragatas classe
“Niterói”.
- 24 -
. Outras instalações combinadas:
CODAG - (Combinated Diesel and Gas). Difere do sistema
CODOG em regimes de alta pois, neste caso, os motores diesel
trabalham em conjunto com as turbinas a gás. É a propulsão uti-
lizada nas Corvetas classe “Inhaúma”.
COGOG - (Combinated Gas or Gas). Neste tipo de arranjo, dois
conjuntos diferentes de turbinas a gás formam o sistema de pro-
pulsão do navio. Utiliza-se uma turbina de menor consumo para
baixas velocidades e cruzeiro. Em regimes mais altos, as turbinas
de menor potência são desacopladas e entram em ação as turbinas
de alto rendimento.
Na MB é utilizado nas Fragatas da Classe Greenhalgh.
COGAG - (Combinated Gas and Gas). Semelhante ao COGOG,
mas neste caso os dois tipos de turbina a gás operam conjuntamen-
te em altas velocidades.
CODLAG - (Combinated Diesel-Electric and Gas Turbine). O
CODLAG é um arranjo tipo CODAG acrescido de motores elétri-
cos. Nesta combinação busca-se acima de tudo requisitos opera-
cionais que demandam níveis de ruídos ultra baixos. Quando o
sonar de reboque está em operação, os motores elétricos são acio-
nados por geradores diesel, permitindo assim uma baixa veloci-
dade e um nível de ruído extremamente reduzido.
- 25 -
2.3.11 – Propulsão Diesel-Elétrica
A propulsão diesel-elétrica é a normalmente utilizada por submarinos convencionais (não
nucleares) constituindo-se de um arranjo composto por motores diesel, geradores, baterias
e motores elétricos.
Navegando na superfície ou na cota periscópica utilizando “esnorquel”, o submarino pode
utilizar o motor diesel para movimentar o gerador que carregará as baterias e acionará o
motor elétrico de propulsão. O “esnorquel” permite a admissão de O2 e descarga de CO2
durante o processo de carga das baterias. É uma situação desfavorável para o meio que
pode ser facilmente detetado.
CODAD - (Combinated Diesel and Diesel). Trabalha de forma
semelhante ao COGAG, possuindo um conjunto de motores
(geralmente dois) em atividade para baixas velocidades e todo o
sistema (geralmente quatro motores) trabalhando para desem-
penho máximo. Este sistema possui como vantagem reduzir bas-
tante a tubulação, liberando espaço para outros fins (sensores e
armamentos, por exemplo).
COSAG - (Combinated Steam and Gas). Neste arranjo, a turbina a
vapor faz a função do motor a diesel para regimes mais econômi-
cos. Em altas velocidades, os dois atuam conjuntamente. É um
sistema praticamente extinto e somente alguns poucos navios ob-
soletos o utilizam.
CONAS - (Combinated Nuclear and Steam). Neste tipo de arranjo
um sistema composto por caldeiras alimenta as turbinas a vapor
para velocidades de cruzeiro (entre 14 e 17 nós). Num outro ar-
ranjo paralelo, reatores nucleares alimentam um outro grupo de
turbinas a vapor. Os reatores podem ser desligados e o navio
operar somente com as caldeiras. Mas ambos podem ser acionados
conjuntamente para obter altas velocidades (acima de 30 nós).
- 26 -
Quando submerso, o submarino utiliza para propulsão o motor elétrico, acionado pelas
baterias.
Além de possibilitar o funcionamento da propulsão em um ambiente desprovido de
oxigênio para combustão, a propulsão elétrica com baterias proporciona um funcionamento
mais silencioso, aumentando a discrição do meio, característica fundamental dos
submarinos.
Utilizando a propulsão elétrica, o submarino tem sua autonomia limitada pela carga das
baterias. Quanto maior a velocidade empregada, mais rápida será a descarga das baterias e
menor a autonomia do meio, consequentemente.
- 27 -
CAPÍTULO 3
COMBATE A INCÊNDIO
3.1 – COMBUSTÃO, TRIÂNGULO E TETRAEDRO DO FOGO
3.1.1 – Combustão
Há fogo quando há combustão. A combustão é uma reação química que ocorre com a
presença do combustível, do comburente, da temperatura de ignição, com desprendimento
de luz e calor.
3.1.2 – Combustível
É todo material capaz de entrar em combustão: madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns
metais etc.
Dentre as diversas classificações que podemos atribuir aos combustíveis, interessam ao
nosso estudo as seguintes:
. Quanto ao estado físico:
Sólidos (carvão, madeira, pólvora, etc.);
Líquidos (gasolina, álcool, éter, óleo de linhaça, etc.) e
Gasosos (metano, etano, etileno, butano, etc.).
. Quanto à volatilidade:
Voláteis: são os combustíveis que, nas condições normais de temperatura e pressão,
desprendem vapores capazes de se inflamarem (álcool, éter, benzina, etc.) e
Não-voláteis: São os combustíveis que desprendem vapores inflamáveis após aquecimento
acima da temperatura ambiente (óleo combustível, óleos lubrificantes, óleo de linhaça,
etc.), considerando as condições normais de pressão.
. Quanto à presença do comburente:
Com comburente (pólvoras, cloratos, nitratos, celulóide e metais combustíveis, tais como:
lítio, zircônio, titânio, etc.) e
Sem comburente (madeira, papel, tecidos, etc.).
3.1.3 - Comburente
É todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-lo
entrar em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na natureza.
Comburente é o elemento químico que se combina com o combustível, possibilitando a
combustão. Na grande maioria dos casos, o comburente é o oxigênio. O oxigênio existe no
ar atmosférico em uma quantidade aproximada de 21%.
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Normalmente, não ocorre chama quando a concentração de oxigênio no ar é inferior a
16%. Por isso, o primeiro método básico de extinção de incêndios é o abafamento, que
consiste em reduzir a quantidade de oxigênio para abaixo do limite de 16%.
3.1.4 - Temperatura de Ignição
É a temperatura necessária para que a reação química ocorra entre o combustível e o
comburente, produzindo gases capazes de entrarem em combustão.
Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presença do comburente, a partir
de determinada temperatura.
Ponto de Fulgor: é a temperatura mínima na qual um combustível desprende gases
suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade
suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não
mantendo a combustão.
Ponto de Combustão: é a temperatura do combustível, acima da qual, ele desprende gases
em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de calor e
continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte.
Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se
desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente.
Retirando-se a temperatura, não teremos fogo. Assim, o segundo método básico de
extinção de incêndios é o resfriamento. É o método mais antigo de se apagar incêndios,
sendo seu agente universal a água.
O resfriamento consiste em reduzirmos a temperatura de um combustível abaixo da
temperatura de ignição, ou da região onde seus gases estão concentrados, extinguindo o
fogo.
Raciocinando com o triângulo do fogo, isto consiste em afastar o lado referente à
temperatura de ignição. Com apenas dois lados (combustível e comburente), não há fogo.
TRIÂNGULO DO FOGO. A presença de combustível, comburente e
temperatura de ignição, necessária ao fogo é representada pelos três
lados de um triângulo conhecido com triângulo do fogo. No caso da
figura, o lado comburente está sendo afastado, representando a extin-
ção pelo método do abafamento.
TETRAEDRO DO FOGO. Modernamente, o fenômeno da combus-
tão é representado por um tetraedro pela inclusão no triângulo do
fogo da “reação em cadeia”. A combustão será interrompida pela
retirada de um dos elementos componentes do tetraedro.
- 29 -
3.1.5 – Métodos de transmissão de calor
Há três métodos de transmissão de calor: Irradiação, Condução e Convecção. O estudo
desses métodos permite a visualização de vários fenômenos peculiares aos incêndios,
principalmente no que diz respeito a sua propagação.
As anteparas e pisos que limitam os compartimentos incendiados atingem temperaturas
que ultrapassam a de ignição da maioria dos materiais encontrados a bordo. É por isto que,
quando ocorre um incêndio em um compartimento, devem ser inspecionados
imediatamente os compartimentos adjacentes, principalmente os que ficam acima. Todo
Extinção por resfriamento (método do resfriamento dimi-
nuição da temperatura). Cabe ressaltar que somente por resfria-
mento podem ser extintos os incêndios de combustíveis que te-
nham comburente em sua estrutura íntima (pólvora, celulóide,
metais combustíveis, etc.). Esses incêndios não podem ser extintos
por abafamento.
O método do isolamento consiste na retirada do combus-
tível.
Irradiação - é a transmissão de calor que se
processa sem a necessidade de continuidade mole-
cular entre a fonte calorífica e o corpo que recebe
calor. É a transmissão de calor que acompanha ge-
ralmente a emissão de luz. O caso típico de calor
radiante é o calor do Sol.
Condução - é a transmissão de calor que se
faz de molécula para molécula, através de um mo-
vimento vibratório que as anima e permite a comu-
nicação de uma para outra.
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material existente nesses compartimentos deve ser retirado ou afastado das anteparas, ao
mesmo tempo em que estas devem ser resfriadas, visto que a própria tinta que as reveste se
inflama com facilidade.
Porções mais frias ocupam o lugar próximo à fonte calorífica, antes ocupado pelas porções
que subiram, formando-se assim o regime contínuo das correntes de convecção. Quanto ao
aspecto da propagação de incêndios, a convecção pode ser responsável pelo alastramento
de incêndios a compartimentos bastante distantes do local de origem do fogo. Em edifícios,
este fenômeno se dá através dos poços dos elevadores ou vãos de escadas, atingindo
muitos andares acima de onde está ocorrendo o incêndio, especialmente onde houver
portas ou janelas abertas que permitam a passagem da coluna ascendente de gases
aquecidos. A legislação que rege a construção civil determina que as escadas internas, de
acesso aos pavimentos de um prédio, sejam isoladas por portas à prova de fogo, de forma a
evitar tais efeitos.
Nos navios, essas correntes de convecção ocorrem através dos dutos de ventilação que, por
esse motivo, devem ter suas válvulas de interceptação fechadas nas seções que atravessam
a área incendiada. Muitas vezes, devido a falta dessa providência, incêndios aparentemente
inexplicáveis, longe do foco principal, poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de
extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou.
3.1.6 – Combustão espontânea
Certos materiais orgânicos, em determinadas circunstâncias, podem, por si só, entrar em
combustão. Entre as substâncias mais suscetíveis de combustão espontânea destacam-se a
alfafa, o carvão, o óleo de peixe, o óleo de linhaça, os tecidos impregnados de óleo, os
vernizes, o óleo de milho, o óleo de semente de algodão, certos fertilizantes orgânicos e
inorgânicos, as misturas contendo nitratos e material orgânico, o feno, os pós metálicos, o
óleo de pinho, a juta, o sisal, o cânhamo, a madeira e a serragem. Os materiais fibrosos
tornam-se particularmente perigosos quando impregnados com óleos animais ou vegetais.
Convecção - é o método de transmissão de
calor característico dos líquidos e gases. Consiste
na formação de correntes ascendentes no seio da
massa fluida, devido ao fenômeno da dilatação e
consequente perda de densidade da porção de flui-
do mais próximo da fonte calorífica.
- 31 -
Embora seja um fenômeno pouco falado, a combustão espontânea é mais comum do que se
poderia pensar. Ela ocorre frequentemente durante o verão, quando há longos períodos sem
chuva, nos terrenos cobertos pelo capim nos morros do Rio de Janeiro.
3.1.7 – Eletricidade estática
Eletricidade estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo em relação a outro,
geralmente em relação à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo
praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é impedir o
seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de fazer produzir uma faísca),
aterrando-se o equipamento a ela sujeito; isto é, ligando-se a carcaça do equipamento à
terra, por meio de um condutor. Quase todos os equipamentos estão sujeitos a atrito e,
portanto, a formação de eletricidade estática.
A faísca da descarga elétrica, em si, nada de mau apresenta. Apenas, havendo combustíveis
ou misturas explosivas nas proximidades, é que se pode temer um sinistro. Por isso
mesmo, no transporte e manuseio de líquidos voláteis é que deverão ser tomados maiores
cuidados. Antigamente, os caminhões-tanque transportadores desses líquidos levavam
correntes na parte traseira que, ao se arrastarem pelo chão, descarregavam a eletricidade
estática formada. Modernamente, não se usam mais tais correntes. Antes de ser iniciada a
faina de carga ou descarga do líquido, o chassis do caminhão é ligado à terra por um fio
metálico.
As mangueiras, que descarregam líquidos e gases combustíveis, devem ser dotadas de
bocal metálico que, por sua vez, deve ser conectado eletricamente ao tanque receptor antes
de ser iniciada a descarga. Evita-se, assim, que a eletricidade estática gerada pelo atrito do
fluido com a mangueira possa originar uma centelha entre o bocal e o tanque.
3.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E DOS AGENTES EXTINTORES
3.2.1 – Classificação dos incêndios
Com a finalidade de facilitar a seleção dos melhores métodos de combate a um incêndio,
optou-se por dividi-los em quatro classes principais, a saber:
. Classe “A”
são os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam
resíduos. São os incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos.
. Classe “B”
São os que se verificam em líquidos inflamáveis (óleo, querosene, gasolina, tintas, álcool
etc.) e também em graxas e gases inflamáveis.
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. Classe “C”
São os que se verificam em equipamentos e instalações elétricas, enquanto a energia
estiver alimentada.
. Classe “D”
São os que se verificam em metais (magnésio, titânio e lítio).
3.2.2 – Principais agentes extintores
Agente extintor é qualquer material empregado para abafar ou resfriar as chamas, oriundas
de uma combustão, proporcionando sua extinção.
Os agentes extintores de uso mais difundidos a bordo são: Água; Espuma; CO2; Vapor; Pó
Químico; Halon e Solução Aquosa de Carbonato de Potásio (APC).
. Água
É o agente extintor de uso mais comum, sendo utilizado sob três formas básicas: Jato
Sólido, Neblina de Alta Velocidade e Neblina de Baixa Velocidade. O Jato Sólido consiste
em um jorro de água, lançado à alta pressão, por meio de um esguicho com orifício circular
de descarga. Sob esta forma, a água atinge o material incendiado com violência e penetra
fundo em seu interior. É o meio por excelência para a extinção de incêndios classe “A”,
onde o material tem de ser bem encharcado de água para garantir a extinção total do fogo e
impedir seu ressurgimento.
Em alguns casos, como incêndios em colchões e travesseiros, é conveniente que o material
seja mergulhado na água garantindo-se, assim, que não permaneçam brasas no seu interior.
As neblinas, tanto de alta como de baixa velocidade, consistem no borrifamento da água
por meio de pulverizadores especiais. A água, assim aplicada sob a forma de gotículas, tem
aumentada, em muito, sua superfície de contacto com o material incendiado, propiciando
um rápido decréscimo da temperatura no ambiente em que ocorre o fogo (extinção por
resfriamento). As neblinas podem ser utilizadas para auxiliar a extinção de incêndios classe
“A”, reduzindo as chamas superficiais e permitindo que as equipes se aproximem mais do
foco do incêndio, o que facilitará sua extinção definitiva com jato sólido. As neblinas, na
ausência de espuma, são altamente eficientes na extinção de incêndios classe “B”, onde o
jato sólido não tem a menor ação extintora; pelo contrário, aumenta o vulto dos incêndios
pelo turbilhonamento que provoca no seio do líquido inflamado.
A água, especialmente a água salgada, é boa condutora de eletricidade e não deve,
portanto, ser utilizada na extinção de incêndios classe “C”. No entanto, na total ausência de
agentes extintores adequados, ela poderá ser usada, sob a forma de neblina de alta
velocidade, devendo-se manter uma distância de pelo menos dois metros dos equipamentos
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elétricos. Desta forma, são menores os riscos de choque elétrico para o pessoal envolvido
na faina.
A água, sob qualquer das três formas em que é empregada, extingue incêndios por
resfriamento, isto é, diminuindo a temperatura das substâncias abaixo de sua temperatura
de ignição. No entanto, quando se joga água sobre uma substância em combustão, parte
desta água se transforma em vapor. O vapor, como veremos adiante, tem uma ação de
abafamento. Dizemos, então, que a água extingue incêndios principalmente por
resfriamento e, secundariamente, por abafamento.
. Espuma
É um agente extintor específico para incêndios para classe “B”. Na MB há dois tipos de
espuma: Química e Mecânica. Ambos os tipos de espuma atuam da mesma forma,
flutuando sobre a superfície do líquido inflamado e isolando-o da atmosfera.
Espuma Química – Normalmente é encontrada em extintores portáteis.
Espuma Mecânica – Empregada para produção de grandes volumes de espuma por meio de
equipamentos que misturam proporcionalmente o líquido gerador com ar e água.
A água entra com aproximadamente 85% (em peso) na composição da espuma, tendo um
efeito secundário na extinção do incêndio. Concluímos então que a espuma extingue o
incêndio principalmente por abafamento e, secundariamente, por resfriamento.
. CO2
Por ser o CO2 um gás inerte, isto é, um gás que não alimenta a combustão, ele é
empregado como agente extintor por abafamento, criando, ao redor do corpo em chamas,
uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em oxigênio. O CO2 é também um
gás mau condutor de eletricidade e, por isso, é especialmente indicado para incêndios
classe “C”. Na Marinha, atualmente, o CO2 é o agente extintor por excelência para
extintores portáteis, sendo empregado em incêndios das classes “B” e “C”.
. Vapor
O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor, por abafamento. Evidentemente,
por sua temperatura normalmente elevada, não tem nenhuma ação de resfriamento.
Usa-se o vapor para extinguir incêndios classe “B”, principalmente em porões de praças de
caldeiras e praças de máquinas de navios a vapor, quando esses incêndios se mostram
insensíveis a outros métodos. O uso de vapor obriga ao isolamento do compartimento, que
fica inoperante.
. Pó químico seco
Na MB os três tipos mais utilizados são : Pó Químico Seco (PQS), Bicarbonato de Potássio
(PKP) e Pó Seco (MET – L – X).
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Pó Químico Seco (PQS) – É empregado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis,
(classe “B”) podendo ser utilizado também em incêndios de equipamentos elétricos
energizados (classe “C”).
(PKP) – É um agente extintor à base de bicarbonato de potássio, muito eficiente na
extinção de incêndios em líquidos inflamáveis em forma pulverizada e em gases
inflamáveis, atacando a reação em cadeia necessária para sustentar a combustão. Pode ser
utilizado para combater incêndios classe “C”. Em incêndios classe “C”, deixará resíduos de
difícil remoção. O PKP pode ser empregado para o combate a incêndio em copas,
cozinhas, dutos, fritadeiras e chapas quentes.
Pó Seco (MET-L-X) – É empregado exclusivamente no combate a incêndios em metais
combustíveis (classe “D”).
3.2.3 – Cuidados com os agentes extintores
Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundários sobre o material ou sobre o
pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua seleção e emprego, de forma que sejam
evitados acidentes, ou que o material venha sofrer danos maiores do que aqueles que já
possam haver sofrido pela ação do fogo.
. Água
Requer providências efetivas quanto ao esgoto.
Fainas prolongadas podem causar a redução da reserva de flutuabilidade por excesso de
peso da água embarcada, bem como dar origem à formação de superfície livre, banda
permanente ou redução de estabilidade por acréscimo de peso alto.
Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos frágeis, tais como
equipamentos eletrônicos.
Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos, principalmente em se
tratando de água salgada.
Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido, for dirigida sobre o pessoal à curta
distância, principalmente se atingir o rosto.
Se dirigida sobre equipamentos elétricos energizados, pode causar choque elétrico ao
pessoal que guarnece a mangueira.
. Espuma
Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada contra equipamentos
elétricos energizados.
Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos elétricos e eletrônicos.
Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais.
Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.
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. CO2
Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes fechados e sem
ventilação.
Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olhos, em face de sua baixa
temperatura, se dirigido à curta distância sobre o pessoal.
A descarga das ampolas de CO2 pode dar origem a formação de cargas de eletricidade
estática. Não é indicada, portanto, a utilização das ampolas de CO2 para saturação de
ambientes onde existam misturas inflamáveis, mas apenas para combate a incêndios já em
evolução.
. Agentes em pó
Os produtos empregados na sua composição são não-tóxicos. Entretanto a descarga de
grandes quantidades pode causar uma dificuldade temporária de respiração, durante e
imediatamente após a descarga, podendo também interferir seriamente com a visibilidade.
Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos elétricos e
eletrônicos.
. Vapor
Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento.
Submete todos os equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada.
3.3 – MEDIDAS PREVENTIVAS
Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser
definitivamente impedida, especialmente em situações de guerra, é necessário que se
adotem providências não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas que venham a
atenuá-lo, quando ele for inevitável.
Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção naval,
enquanto outras se fazem intimamente ligadas à doutrina do Controle de Avarias – CAV,
cabendo ao pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento. É de responsabilidade do
Encarregado do CAV, dos Encarregados de Divisão, dos Fiéis de CAV de Divisão e do
pessoal de serviço – fiéis de CAV e patrulhas – a detecção e correção de irregularidades
observadas que venham a apresentar risco de incêndio a bordo.
Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir a limitação da presença de materiais
combustíveis a bordo, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos para o
atendimento de determinadas conveniências ou exigências do serviço, observadas ainda as
situações de guerra e de paz.
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As providências de prevenção e limitação de incêndios a bordo, no que diz respeito ao
material inflamável, abordadas nas diversas publicações de Controle de Avarias, podem,
então, ser resumidas em cinco aspectos básicos:
Eliminação do material desnecessário à operação do navio
O navio deve ter conhecimento dos riscos decorrentes da existência desse material e de
material estranho a bordo, sua localização e das medidas especiais a serem tomadas caso
ocorra alguma avaria, confeccionando, para tal, uma lista de inflamáveis. Todo material
introduzido a bordo deve ser relacionado e a sua localização informada ao Encarregado do
Controle de Avarias – ENCCAV.
A faina de preparar o navio para o combate deve prever a utilização dessa lista de
inflamáveis, para que estes sejam removidos de bordo, ou sejam reduzidas as suas
quantidades.
Além das providências padrão previstas nas doutrinas, o comportamento de cada militar de
bordo contribuirá para a prevenção de incêndios. Fumo em locais fechados e com materiais
típicos de incêndios classe “A” (cobertas, alojamentos e camarotes), “gambiarras” elétricas
e circuitos mal estruturados, desleixo com o material da incumbência e falta de
organização são exemplos de atitudes que podem contribuir para o início de um incêndio.
Como demonstrado acima, tanto um incêndio como seu combate podem ter grande poder
destrutivo.
É uma sensação bastante desagradável ver o seu trabalho, suas áreas de lazer, seu conforto
e o patrimônio da MB serem destruídos por um incêndio. É muito importante a
mentalidade de prevenção.
3.4 – O QUE FAZER AO SE DEPARAR COM UM INCÊNDIO
Em qualquer circunstância e para incêndios de qualquer proporção, a primeira coisa que o
indivíduo deverá fazer, ao constatá-lo, será a disseminação do fato pelo meio mais rápido e
eficiente possível que esteja disponível, informando, caso tenha conhecimento, qual a
classe do incêndio. A informação deverá chegar ao Oficial de Serviço com brevidade para
que este estruture os meios e o pessoal necessários ao combate. Após a disseminação, o
militar deverá, caso disponha dos meios e do conhecimento necessário, realizar o primeiro
combate.
Todo o pessoal que serve a bordo dos navios da MB deve possuir o Curso de Combate a
Incêndio e estar familiarizado com todos esses procedimentos.
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CAPÍTULO 4
COMUNICAÇÕES NAVAIS
4.1 – SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES DA MB (SISCOM)
Recursos humanos, materiais e tecnológicos disponíveis para emprego nas comunicações
da MB, bem como as normas e procedimentos estruturados para regulamentar o exercício
dessas atividades.
4.2 – ORGANIZAÇÃO DO SISCOM
- Cinco grandes serviços:
. Serviço Fixo
. Serviço móvel marítimo
. Serviço móvel aeronáutico
. Serviço móvel terrestre
. Serviços Especiais
4.3 – CONCEITOS GERAIS DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES
. A eficiência de um Sistema de Comunicações é diretamente influenciada pelos seus
utilizadores (Tecnologia e Adestramento).
. Modalidades de Comunicações: Voz, texto, dados e imagem.
. Meios de Comunicações: Ótico, Acústico, Elétrico e Postal (definição padronizada nas
FFAA). Os meios de comunicações são subdivididos em Canais de Comunicações.
4.4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS DO SISCOM
. Canais do Meio Ótico:
Bandeiras (BA), Semáforas (SE), Holofote (HO), Escote (ES), Heliógrafo (HE),
Infravermelho (IV), Artefato Pirotécnico (AP) e Dispositivo Fumígeno (DF).
. Canais do Meio Acústico:
Apito, Buzina, Sereia e Sino (AC), Megafone (MF), Canhão (CA), Tubo Acústico (TA) e
Sinais Submarinos (SS).
. Canais do Meio Elétrico:
Telégrafo (TG), Teleimpressor (TX), Telefone c/fio (TF), Telefone s/fio (TS), Televisão
(TV), Intercomunicador (IT), Radiotelefone (RL), Radiotelevisão (RV), Radiofac-símile
(RS) e Radiodados (RD).
. Canais do Meio Postal:
Mensageiro (MN), Serviço de Correio (SC) e Especial (EP).
4.5 – REQUISITOS DAS COMUNICAÇÕES NAVAIS
- Confiança, Segurança, Rapidez, Flexibilidade e Integração.
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. CONFIANÇA - Garantia de que as comunicações expedidas, e somente elas, alcançarão o
destinatário (origem identificada e conteúdo preservado). Exigências: certeza da entrega e
fidelidade.
. SEGURANÇA - Garantia de que as comunicações serão preservadas contra violações ou
revelações não desejadas. Exigências: proteção contra a interceptação e proteção contra a
revelação de indícios.
. RAPIDEZ - Garantia de que as comunicações entre origem e o destinatário ocorra em
tempo hábil, de modo a contribuir para o efeito desejado.
. FLEXIBILIDADE - Possibilidade real de utilização de meios alternativos que permitam
manter os enlaces de comunicações.
. INTEGRAÇÃO - Capacidade de um sistema de comunicações poder ter acesso a outros
sistemas de interesse e permitir ser acessado por estes.
4.6 – MEIO ÓTICO
Emprega a luz para a transmissão de mensagens.
Vantagem: Reduz a probabilidade de interceptações não desejadas.
Desvantagem: Alcance limitado.
4.6.1 – Canais do Meio Ótico
Bandeiras (BA)
Semáforas (SE)
Holofote (HO)
Escote (ES)
Heliógrafo (HE)
Infravermelho (IV)
Artefato Pirotécnico (AP)
Dispositivo Fumígeno (DF).
. Canal Bandeiras (BA):
Canal rápido e seguro para a transmissão de sinais táticos durante o dia.
Normalmente, é o meio indicado para execução de manobras simultâneas.
. Regimento de Bandeiras:
Bandeiras alfabéticas
Bandeiras numerais
Galhardetes numerais
Sinais especiais
Substitutas
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. Bandeiras alfabéticas
. Bandeiras Numerais
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Códigos utilizados para comunicações no Canal Bandeiras (BA):
Código Internacional de Sinais (CIS); e
Código Naval Aliado de Sinais (ATP).
Principais sinais emitidos por bandeiras no âmbito da MB (ATP):
Bandeira ALFA:
Significado: Mergulhadores ou equipe de demolição submarina amiga operando nas
proximidades.
Bandeira BRAVO:
Significado: Faina de transferência de cargas perigosas (combustível ou munição).
Bandeira CHARLIE:
Significado: Afirmativo.
Bandeira HOTEL:
Significado: Operações aéreas com aeronaves de asas rotativas.
Bandeira FOXTROT:
Significado: Operações aéreas com aeronaves de asas fixas.
Bandeira INDIA:
Significado: Atracação a contra bordo.
Bandeira MIKE:
Significado: Navio no porto = Navio de registro (serviços médicos)
Bandeira NOVEMBER:
Significado: Navio no porto= ausência de praças SI a bordo.
Bandeira OSCAR:
Significado: Navio no mar = Homem ao Mar.
Bandeira ROMEO:
Significado: Navio no porto = Navio de serviço.
Navio no mar: Faina de transferência.
. Canal Semáforas (SE)
Canal do meio ótico que utiliza pequenas bandeiras manuseadas por um militar.
Permite trâmite de mensagens noturnas (utilização de lanternas verdes e encarnadas).
. Canais Holofote (HO), Escote (ES), Heliógrafo (HE) e Infravermelho (IV).
Comunicações por Lampejos. Comunicação através do Código Morse Internacional
(únicos canais do SISCOM que utilizam este código).
4.7 – MEIO ELÉTRICO
Emprega as ondas eletromagnéticas para a transmissão de mensagens.
- 41 -
As ondas eletromagnéticas se propagam a 300.000 Km/s. Uma vez que a luz é uma onda
eletromagnética, convencionou-se chamar essa velocidade de “velocidade da luz”.
4.7.1 – Divisão do espectro eletromagnético
Parâmetros utilizados:
Frequência – Grandeza física que expressa número de repetições de um certo evento por
uma unidade de tempo. Em um motor a frequência é medida em rpm que significa o
número de rotações por minuto. Nas ondas eletromagnéticas, a frequência é medida em
hertz (Hz) que significa o número de ciclos da onda por segundo.
Período – É o tempo necessário para a execução de um ciclo. A frequência é o inverso do
período.
Comprimento de onda – É a distância medida entre valores repetidos (ciclos) em um
determinado padrão de onda. É representado pela letra grega “λ” (lambda) e calculado
dividindo-se a velocidade da luz pela frequência (λ = c/f).
Divisão do espectro:
VLF: de 3 a 30 Khz (Very Low Frequency)
LF: de 30 a 300 Khz (Low Frequency)
MF: de 300 a 3.0000 Khz (Medium Frequency)
HF: de 3 a 30 Mhz (High Frequency)
VHF: de 30 a 300 Mhz (Very High Frequency)
UHF: de 300 Mhz a 3 Ghz (Ultra High Frequency)
SHF: de 3 a 30 Ghz (Super High Frequency)
4.7.2 – Canais do meio elétrico
Telégrafo (TG), Teleimpressor (TX), Telefone c/fio (TF), Telefone s/fio (TS), Televisão
(TV), Intercomunicador (IT), Fonoclama (FC), Fac-símile (FS), Dados (DD),
Radiotelégrafo (RT), Radioteleimpressor (RI), Radiotelefone (RL), Radiotelevisão (RV),
Radiofac-símile (RS) e Radiodados (RD).
Os canais do Meio Elétrico mais utilizados na MB são: Radiotelefone (RL); Dados (DD); e
Radiodados (RD).
. Canal Radiotelefone
Muito utilizado na transmissão de mensagens táticas até distâncias limitadas pela potência
do equipamento e frequência de operação.
Principais faixas de frequência utilizadas na MB: HF, VHF e UHF.
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Nas frequências de HF é possível a cobertura de maiores distâncias devido ao fenômeno da
reflexão ionosférica. As frequências de VHF e UHF são direcionais e, normalmente, seu
alcance é o horizonte visual.
. Canal Dados
Mais utilizado pelo Serviço Fixo (Programa de correio eletrônico Lotus Notes).
Dois circuitos:
101A= ligação por linha telefônica no modo assíncrono
102 = ligação direta (Inet) ou por linha telefônica no modo ADSL (Automatic Digital
Subscribles Line).
. Canal Radiodados
Muito utilizado nas comunicações Terra-Bordo (e vice-versa) no Serviço Móvel Marítimo.
Também é utilizado nas comunicações táticas entre navios operando em um Grupo-Tarefa.
Pode trafegar em velocidades alta e baixa de transmissão de dados.
Utilizações na MB:
HF dados de baixa velocidade.
HF dados de alta velocidade.
Gateway HF.
Rede Tática de Dados - RTD (UHF).
. Comunicações por satélites
Modalidades de Comunicações possíveis:
Voz (RL)
Dados (RD)
Imagem (Videoconferência)
Sistemas utilizados na MB:
Iridium
Inmarsat
Sistema de Comunicações Militares por Satélites (SISCOMIS)
SISCOMIS:
Sistema gerenciado pelo Ministério da Defesa. Utiliza os satélites BRASILSAT e Star
One. Voz, Dados e Videoconferência.
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CAPÍTULO 5
ETIQUETA SOCIAL II
5.1 – INTRODUÇÃO
Etiqueta, boas maneiras e postura são quesitos aprimorados ao longo da vida. Porém, a
base de tudo é a educação. Educação que nos é ensinada desde tenra idade. Nada é muito
novo: respeitar as pessoas para ser respeitado, lembrar dos limites, ser gentil, ser agradável
numa conversa, fazer o melhor possível, ouvir mais em vez de falar e tantas outras
demonstrações pertinentes a uma pessoa educada.
Nada disso é difícil de se fazer. O conhecimento e a prática proverão a espontaneidade
aliada à correção de atitudes, causando em você uma sensação de confiança tanto na
presença de seus superiores, como na de seus pares e subordinados.
Este capítulo revisa alguns princípios estudados no primeiro ano escolar assim como
complementa o assunto com novas informações.
5.2 – USO DO TELEFONE
5.2.1 – LIGAÇÕES TELEFÔNICAS
Ao ser informado de uma ligação telefônica de um superior hierárquico, apresse-se para
atendê-lo, não deixe o mais antigo aguardando na linha.
Nunca designe outro militar para ligar para alguém mais antigo que você e então passar-lhe
a ligação. É o tipo de situação que somente cabe do mais antigo para o mais moderno.
5.2.2 – TELEFONE CELULAR
O uso do telefone celular se tornou tão comum nos dias de hoje que não é muito difícil nos
descuidarmos de normas básicas de educação ao usá-lo. Mas devemos nos esforçar para
não incorrermos em uma situação desrespeitosa, principalmente no ambiente profissional
militar.
No dia-a-dia, no ambiente de trabalho ou nos momentos de recreação, o celular poderá
ficar em sua condição normal de operação e com o toque de chamada em um volume
proporcional ao ruído ambiental e ao conforto das pessoas presentes. Evite toques
extravagantes e muito ruidosos, sem harmonia.
Na presença de outra pessoa ou de um grupo, participando ou não da conversa, caso o
celular toque, peça licença para atendê-lo e procure ser breve, voltando logo a dar atenção
à pessoa presente ou ao grupo.
Em conversa ou despachando com um superior hierárquico, caso o celular toque, peça
permissão para atendê-lo. Seja muito breve, explique que você está ocupado e que ligará
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depois. Se o assunto ao telefone for relacionado ao serviço e ao superior hierárquico
presente, peça uma pequena pausa a quem está no telefone e avise ao superior quem está
ligando e qual o assunto tratado. Então, retorne à conversação ao celular. Se for uma
emergência, tente explicar ao superior o que está ocorrendo.
Ao adentrar à sala do Comandante da OM ou de uma autoridade que você não conhece,
desligue o celular ou coloque-o em um perfil totalmente silencioso.
Em ocasiões formais, desligue o celular ou coloque-o em um perfil totalmente silencioso.
Entende-se por ocasiões formais: reuniões de trabalho, paradas, cerimônias, palestras,
aulas, visitas a outras OM, audiências e outras ocasiões que não se caracterizam como
“dia-a-dia do ambiente de trabalho”.
Dica: Na dúvida, mantenha seu celular silencioso.
5.3 – COMPORTAMENTO E PROCEDIMENTOS
5.3.1 – LINGUAJAR NO AMBIENTE DE TRABALHO
Todos devem tratar-se mutuamente com respeito e polidez, e com atenção e justiça os
subordinados (OGSA – Art. 4.1.13 – Respeito mútuo).
No dia-a-dia do trabalho, evite o linguajar chulo com o uso de palavras de baixo calão.
Este comportamento poderá não ser percebido por ninguém, porém, o comportamento
oposto com o uso comum de linguajar vulgar certamente o classificará como pessoa de
poucos princípios.
Em hipótese alguma use linguajar vulgar em ocasiões formais (já definidas no item 5.2.2).
Uma boa dica é praticar. Evite palavras de baixo calão mesmo nos ambientes
descontraídos, na companhia de colegas de turma. Esse procedimento o ajudará a criar o
bom hábito do linguajar educado.
5.3.2 – CUMPRIMENTO DE HORÁRIO
Assim como sua educação no linguajar pode nunca ser percebida, cumprir sempre a hora
marcada para os eventos pode se enquadrar nessa mesma indiferença. Não importa. Pelo
princípio da Disciplina Consciente, você é disciplinado não para cumprir as normas,
agradar as pessoas ou por temer uma punição e sim pelo fato de você querer ser
disciplinado, se sentir bem com esse comportamento, conduzir-se de maneira correta
espontaneamente.
Por outro lado, se você descumprir o horário marcado, certamente será notado.
Caso circunstâncias insuperáveis venham a impor um atraso, não deixe de se desculpar
com uma breve explanação do ocorrido.
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5.3.3 – APERTO DE MÃO
O cumprimento entre militares é a continência que será prestada pelo mais moderno e
respondida pelo mais antigo. O mais antigo poderá estender a mão para cumprimentar o
mais moderno e nunca o contrário. O mais moderno responderá ao cumprimento apertando
a mão do mais antigo.
5.3.4 – PALESTRAS E REUNIÕES E CERIMÔNIAS
Em ambientes militares observe antes:
. se existem mais antigos sentados.
. se é permitido sentar no momento.
. se existem mais antigos em pé a procura de assentos.
. onde se localiza seu círculo hierárquico.
. se for servido qualquer tipo de alimento, verifique se o mais antigo presente já se serviu.
Nunca se sirva antes de o mais antigo presente “dar a partida”, mesmo se for a você
oferecido.
5.3.5 – VISITA A ORGANIZAÇÕES MILITARES
Se você for visitar uma Organização Militar (OM), ligue com antecedência para verificar a
possibilidade da visita, se o dia e a hora são apropriados, se a OM tem alguma solenidade,
qual o uniforme adequado e se os oficiais estão disponíveis para atendê-lo.
Ao chegar a uma OM apresente-se sempre ao Imediato.
Evite chegar no horário do cerimonial à Bandeira e no início do expediente quando o
Comandante da OM é recebido e, normalmente, faz seu primeiro despacho com o Imediato
e os Oficiais.
5.4 – FESTAS
5.4.1 – REUNIÕES FESTIVAS OFICIAIS
Qualquer reunião festiva organizada por militares, que nela comparecem fardados, com o
conhecimento de sua organização militar caracteriza-se como um evento oficial. Nesta
classificação enquadram-se, por exemplo, o Baile da Integração e outras festas organizadas
pela SAG.
Como tradição secular, os Homens do Mar são reconhecidos por sua fidalguia. Não no
sentido de possuir algum título de nobreza, mas por serem educados, cavalheiros,
generosos e honrados. Nobres de espírito.
É com essa visão específica que a sociedade civil irá reconhecê-lo, são essas características
que as pessoas esperarão de você ao saberem que és Marinheiro.
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Em uma festa oficial, fardado, com a presença de vários civis, o militar estará
representando a Marinha com uma intensidade tão grande quanto a expectativa dos
convidados de participarem de um evento de alto padrão, com pessoas exemplares.
Os organizadores de um evento oficial deverão ter uma preocupação muito grande com
todos os detalhes, com tudo que ocorrerá no evento.
5.4.2 – A MÚSICA
Um ponto crucial a ser considerado em um evento festivo oficial é a música. Por mais que
possa estar “na moda”, músicas cujas letras fazem apologia a coisas ilegais ou com
conotação sexual estão muito distantes do que se espera de um evento social naval pois
estão muito distantes dos preceitos da nossa Ética (Estatuto dos Militares). São
efetivamente proibidas.
Cumprida a exigência acima citada, qualquer ritmo é aceitável desde que o ambiente seja
propício e o ritmo seja adequado à faixa etária dos presentes. Faz-se necessário o uso do
bom senso.
Todos nós militares sabemos das necessidades de diversão dos jovens nautas e das
obrigações que temos para com a nossa Marinha. O segredo está no equilíbrio.
5.4.3 – A DANÇA
Outro aspecto importante é a dança. O militar fardado, representando a Marinha evitará os
excessos, por mais que o seu par o esteja provocando. Lembre-se! Os convidados
receberão toda a nossa atenção, mas deverão se adequar ao nosso ambiente.
5.4.4 – O UNIFORME
O uniforme não pode ser desconfigurado em nenhuma ocasião. Desabotoar a camisa,
afrouxar a gravata, misturar peças de roupas civis com seu uniforme, emprestar partes do
seu uniforme para serem misturadas com roupas civis, emprestar o boné para a namorada
tirar fotografia são exemplos de comportamentos incompatíveis com a disciplina militar.
5.5 – PROCEDIMENTOS À MESA
5.5.1 – POSTURA E COMPORTAMENTO À MESA (REVISÃO)
A maneira como você se senta e se coloca à mesa torna-se um fator diferencial de
civilidade. Manter o corpo nem muito próximo nem afastado da borda da mesa é a postura
correta ao sentar. As mãos ficam colocadas sobre a mesa, com os braços apoiados e não os
cotovelos. As costas apoiam-se levemente no encosto da cadeira. Você deve se inclinar
ligeiramente e não se curvar em direção ao prato. Os cotovelos devem permanecer junto ao
corpo sem bater nos vizinhos da mesa. As pernas devem se comportar, não devem bater
nas outras pessoas, ficarem esticadas ou balançando. Se precisar de algo que esteja fora do
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seu alcance peça gentilmente. Gestos expansivos na mesa não são de bom tom, dedos
levantados ao levantar xícaras são inaceitáveis e assuntos íntimos não devem ser tratados.
Dê atenção a todos os vizinhos na mesa, mantendo uma conversa sadia e agradável.
Desculpe-se quando cometer algum erro, deslize ou indelicadeza, porém sem exageros,
sem valorizar muito o erro cometido.
O comportamento ao comer é um teste infalível do grau de civilidade de uma pessoa, pois
o manuseio com os talheres e a postura durante uma refeição falam mais que palavras.
A naturalidade e espontaneidade nas atitudes transmitem confiança tornando o ambiente
mais descontraído e aprazível.
5.5.2 – USO DO GUARDANAPO (REVISÃO)
O guardanapo cumpre uma função importante durante toda a refeição e também qualifica o
evento. Não se deve ter medo de sujar o guardanapo, mas devemos saber utilizá-lo.
Quando o guardanapo estiver preso deve ser retirado do porta guardanapo que estará à
esquerda do prato, próximo dos talheres. Quando dentro do guardanapo vier uma bolsinha
com os talheres, você deve retirar os talheres colocando-os a sua direita e procedendo da
mesma forma. Ao sentar, a primeira coisa que se faz é colocar o guardanapo no colo. Se
precisar levantar da mesa durante a refeição, lembre-se de colocar o guardanapo sobre a
toalha, à esquerda do prato, sem dobrá-lo. Ao fim da refeição, após o cafezinho, faça o
mesmo.
Sempre, antes de beber, deve-se limpar a boca cuidadosamente. O mesmo procedimento
após beber e retornar a comer. Há um motivo para isto: para não deixar manchas no copo e
para não pingar ou escorrer líquido na refeição.
5.5.3 – DISPOSIÇÃO E USO DOS TALHERES, PRATOS E COPOS (REVISÃO)
Uma refeição completa compreende vários pratos e esta é a razão de tantos talheres. A
ordem dos talheres e dos copos é a mesma em que os pratos serão servidos: os primeiros
talheres a serem usados são os mais afastados do prato, à direita e à esquerda. A colher é
usada para sopa. A faca e o garfo mais externos serão para o primeiro prato, geralmente
uma carne branca como peixe ou frango. Se for peixe, esse jogo de talheres será trocado
pelo que é próprio para comer peixe. A faca e o garfo mais próximos do prato são para o
prato principal, e o jogo acima do prato são os talheres adequados à sobremesa; a pequena
faca para passar manteiga fica sobre a borda do pratinho de pão. Os demais utensílios são o
guardanapo e as taças.
A taça a de pé maior para água, a taça de pé menor para o vinho branco que, geralmente,
acompanha o primeiro prato e a taça média para o vinho tinto que geralmente acompanha o
prato principal.
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O prato de serviço ou sous-plat (pronúncia “suplá”) é um prato que fica sob os pratos de
refeição e funciona como uma bandeja para esses pratos. Sobre ele é colocado o prato de
sopa e, na sequência, o primeiro prato e o prato principal. É removido junto com este
último, antes da sobremesa. A taça da sobremesa terá seu próprio prato de serviço por
baixo. Neste caso, a colher, ao final, é deixada sobre esse prato de serviço e não na taça em
que a sobremesa foi servida. Raramente será usada faca para a sobremesa.
Variações para esse esquema são comuns substituindo-se a sopa por uma pequena salada
de entrada e retirando-se o primeiro prato, passando-se diretamente ao prato principal.
Arrumação da mesa para uma refeição completa.
1 – “Sous-plat” 9 – Prato para pão
2 – Prato principal 10 – Faca para pão
3 – Prato para sopa 11 – Talheres para sobremesa
4 – Garfo para peixe 12 – Taça para água
5 – Garfo para o prato principal 13 – Taça para vinho tinto
6 – Faca para o prato principal 14 – Taça para vinho branco
7 – Faca para peixe 15 - Guardanapo
8 – Colher para sopa
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Posição de repouso dos talheres durante a refeição.
Posição de repouso dos talheres ao final da refeição.
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5.5.4 – COMO COMER CERTOS ALIMENTOS
. Aspargos
Quando frescos, são servidos ao molho de manteiga e comidos com a mão. Pega-se o
aspargo pela extremidade mais rija e come-se a parte terna, deixando num canto do prato a
região fibrosa. Existem pinças específicas para comer aspargos, mas é raro encontra-las
num serviço.
. Alcachofras
São servidas quentes com molho ou frias ao vinagrete. Come-se com a mão e com talheres.
Só se come a parte mais mole, mais macia. Com os dedos, retire as folhas, uma a uma,
mergulhando a extremidade mais tenra no molho. A parte descartável fica no canto do
prato. Quando você estiver perto do centro da alcachofra, repare que as folhas vão ficando
menores. Retire-as delicadamente com o garfo, de maneira a deixar exposta a parte mais
gostosa, que é o coração, que se deve saborear com a ajuda de garfo e faca.
. Alface
Não se corta a folha. Usa-se a faca para ajudar a dobrar a folha sobre o garfo. Algumas
pessoas preferem servir as folhas já cortadas, ou rasgadas para evitar desconforto.
. Azeitonas
Numa mesa de classe, elas são servidas sem caroço. Existe um aparelho especifico para
fazer a remoção dos caroços. Em todo caso, se não houve esse cuidado por parte da
anfitriã, coma a azeitona e, ao dispensar o caroço, faça-o na sua mão em concha, junto a
boca. Coloque o caroço no canto do prato.
. Batatas
As batatas chips podem ser comidas com as mãos. Batatas cozidas, fritas sauté e coradas,
devem ser comidas com o garfo.
. Caranguejo
Com os dedos, remova as patinhas e sugue, o mais silenciosamente possível, a carne. Se
houver um garfinho de ostra, use-o para retirar a carne debaixo da casca. Coloque um
pouco de molho e leve o pedaço a boca usando o mesmo talher. O restante da carne deve
ser retirada com as mãos e colocando no prato, onde é dividido em porções, para que se
coma usando os dedos e o garfinho.
. Casquinha de siri
É em geral servida em concha, sobre um prato de sobremesa. Firme a casquinha no prato
com a mão esquerda e, com o garfo na mão direita, retire a carne e coma aos poucos.
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. Couvert
Na maior parte das vezes os restaurantes servem tirinhas de cenoura, talos de salmão,
rabanetes, azeitonas, picles. Todos devem ser comidos com o auxilio das mãos.
. Caviar
Deve ser servido gelado, num recipiente de vidro, sobre um suporte de metal, onde se
coloca gelo picado. Come-se caviar sobre uma torradinha como se fosse patê, ou sobre
uma pequena panqueca. Pode vir acompanhado de ovo cozido e cebola ralada, dispostos
em pratinhos.
. Ervilhas
Segure o garfo na mão esquerda, com a parte côncava para baixo: com a faca vá colocando
as ervilhas sobre ele. Se achar mais fácil, prense as ervilhas com a faca de encontro aos
dentes do talher, com a parte côncava para cima. O primeiro sistema é considerado melhor.
. Escargot
Esse costuma ser o terror das mesas. É um molusco que vem sendo aos poucos incorporado
aos cardápios mais requintados. Pode ser servido como entrada, dentro da própria concha
ou numa concha de porcelana, com o formato de caracol. Fixe a concha com a pinça
apropriada e, com a outra mão, retire o escargot usando o garfinho especial. Se quiser,
saboreie o molho que ficou no prato embebendo-o em pedaços de pão.
. Fondue
É um serviço informal, já que todos comem na panela. No de queijo , espeta-se o pedaço
de pão, que já deve estar cortado, num garfinho de haste longa, e mergulha-se o pão no
queijo fundido, fumegante. Cada garfinho possui uma cor diferente para que cada pessoa
saiba qual é o seu. O pão embebido de queijo fundido deve ser levado ao pratinho à frente
do conviva e comido com dois talheres. O garfo comprido não deve ser levado a boca. O
mesmo se faz com o foudue de carne, usando o garfo longo para espetar a carne e deixa-la
fritando na panela com óleo quente. Depois que seu pedaço de carne já estiver frito, leve-o
até o seu prato, envolva-o nos molhos picantes e coma-os usando garfo e faca. Faça assim
também com pedaços de frutas no fondue de chocolate.
. Frango
Não se come com as mãos, por mais descontraída que seja a mesa. Usa-se garfo e faca. Em
ultimo caso, observe como os outros estão comendo. Se estiverem usando as mãos para
comer coxas e asas, faça o mesmo, tomando o cuidado de usar um guardanapinho de papel
para segurar os pedaços que escolher. A exceção cabe ao frango a passarinho, que deve ser
comido com o auxilio das mãos.
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. Lagosta
Em mesas formais, ela geralmente não é servida na casca, quando só pode ser comida com
as mãos, o garfinho de ostras é uma espécie de alicate ou quebra nozes. Nos bons
restaurantes, fornece-se um babador de papel para proteger a roupa e ao final, traz-se a
lavanda. Para comer a lagosta com casca você deve pega-la com a mão esquerda e, com a
direita, retire os tentáculos. Parta a lagosta ao meio, com as mão e destaque a cauda do
corpo, puxando-a com os dedos. Use o mesmo procedimento pare as patinhas ou use o
alicate para partir as articulações. Sugue a carne silenciosamente. Coma a carne usando o
garfo para auxiliá-lo. Despreze a parte esverdeada.
. Massa
Enrole a massa no garfo, apoiando-o no prato, de maneira que a massa vá absorvendo o
molho. Nunca corte a massa.
. Milho
Geralmente come-se milho com as mãos, segurando as duas extremidades. Entretanto, são
muito mais práticos estiletes de metal ou de plástico descartáveis, especialmente fabricados
para isso.
. Mexilhões
Quando servidos em suas conchas, são comidos com um garfo especial. Pegue a concha
com a mão esquerda e, com a faca na mão direita, abra cuidadosamente a concha e retire o
mexilhão com o garfo.
. Ostras
Se servidas fora das conchas, devem ser comidas com talher de peixe. Se vem servidas
dentro das conchas, sobre gelo picado, devem ser abertas com a mão, e comidas com ajuda
de um garfo especial, depois de temperadas com limão.
. Pão
O pãozinho do couvert deve ser sempre partido com as mãos aos poucos. Usa-se faquinha
para passar manteiga ou pastas.
. Pastas
Pode apresentar-se de várias formas, inclusive para ser comido com o garfo. O mais
comum é que venha numa consistência que permitam que se untem os pedaços de pão,
biscoito ou torrada com ele. Use a faca apropriada, em geral é bem menor que a faca
normal.
. Queijos
Corte pedaços pequenos e coma-os sobre torradas ou nacos de pão, com a mão. Uma tábua
de queijos bem servida, traz primeiro os queijos mais leves e depois os mais temperados.
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. Rã
Se for servida como petisco, é comida com as mãos. Na refeição principal, exige o uso de
garfo e faca.
. Saladas
No caso de salada de legumes, use somente o garfo, a menos que os legumes estejam
cozidos ou venham em pedaços muito grandes.
. Abacate
Geralmente é servido sob a forma de creme, em taças. Se for servido inteiro é necessário
usar garfo e faca. Parta a fruta no meio com a casca e tire o caroço, coloque açúcar por
cima e o coma. Como entrada, a fruta é servida em fatias.
. Abacaxi
Deve ser servido descascado em rodelas. Use o garfo e a faca para come-las e deixe o
centro no canto do prato.
. Ameixas
As pequenas são comidas com as mãos seguradas pelo cabinho. As grandes devem ser
cortadas em duas partes, usando garfo e faca.
. Banana
As bananas são servidas inteiras com casca, para que quem vai comer a fruta a descasque.
Se quiser usar garfo e faca, corte as duas extremidades, faça um corte longitudinal e
descasque a banana com os dois talheres. Corte-a em rodelas uma de cada vez e coma-as
com auxilio do garfo.
. Caju
Quando grandes, devem ser cortados em pedaços para comê-los. Os pequenos são comidos
sem a ajuda dos talheres segurando-o pela castanha. Não se descasca o caju. O bagaço
deve ser devolvido ao prato com a ajuda da mão em concha.
. Caqui
Corta-se ao meio com a faca. Come-se a polpa usando a colher de sobremesa. As sementes
devem ser depositadas na extremidade do prato coma a ajuda da colher.
. Cerejas
São comidas com as mãos, a menos que venham servidas em creme. Nesse caso, use a
colher de sobremesa.
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. Figo
Corte-o em duas ou quatro partes, depois de ter separado as extremidades. Se for partido ao
meio deve ser comido com o auxilio de uma colher de sobremesa. Se a fruta for muito
grande, parta-a em quatro pedaços com garfo e com a faca, separe a polpa da casca e coma
com o garfo.
. Goiaba
Descasque a fruta com a ajuda do garfo e da faca, em seguida corte-a em pedaços e coma
com o garfo.
. Kiwi
Deve ser descascado com auxilio de garfo e faca. Come-se em pedaços com o garfo.
. Laranja
É servida descascada, mas se não vier, use o garfo e a faca para descascá-la da seguinte
maneira: Corte a parte superior e inferior da fruta, em seguida, espete o garfo no alto da
fruta, fixe-a no prato e vá descascando de cima para baixo. Depois a coma em pedaços, a
medida que forem sendo cortados. O bagaço e as sementes devem ser devolvidos ao prato,
com a ajuda da mão em concha.
. Maça e Pêra
Divida a fruta em quartos, usando garfo e faca. Em seguida volte o garfo para baixo, espete
um dos quartos com a mão esquerda e mantenha-o um pouco acima do prato, para que seja
mais fácil descasca-lo. Depois de descascar a fruta, corte-a em pedaços e coma-o um a um,
conforme forem sendo cortados.
. Mamão, melão e melancia
Devem sempre ser servidos em fatias, com ou sem a casca. Se vierem com casca, use o
garfo e a faca para separar a polpa. Coma com garfo e faca, a medida que forem sendo
cortados os pedaços de cada fatia.
. Manga
São servidas descascadas em cortadas em fatias. Caso sejam servidas inteiras, corte dos
quatro lados do caroço, firme a fruta no prato e raspe o restante da polpa. Coma com garfo
de sobremesa.
. Mexirica e tangerina
Devem ser comidas com as mãos. O correto é servi-las de preferência com os gomos já
soltos.
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. Morangos
Os mais graúdos pedem garfo e colher, para não escorregarem do prato. Coma os
pequenos, usando as mãos, somente se eles vierem com os cabinhos. Se vierem
acompanhados com creme, coma-os com a colher de sobremesa.
. Pêssego
Descasque a fruta, usando garfo e faca. Corte aos pedaços ao redor do caroço, a medida
que os for cortando.
. Uvas
Devem ser destacadas do cacho e levadas a boca uma de cada vez. Faça uma concha com a
mão para depositar as sementes.
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CAPÍTULO 6
HIGIENE E PRIMEIROS SOCORROS
6.1 – IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE RELACIONAMENTO SEXUAL
6.1.1 – O APARELHO GENITAL MASCULINO
Antes de abordarmos as formas de relacionamento sexual, é importante termos noção dos
nomes de determinadas estruturas do aparelho genital, tanto masculino quanto feminino.
No que diz respeito ao aparelho genital masculino, devemos destacar as seguintes
estruturas:
. Pênis – estrutura de forma cilíndrica, que é composta de esponjas. Quando há um
estímulo, essas esponjas se enchem de sangue, tornando o pênis ereto. A ponta do pênis,
formada por um tecido diferente, chama-se glande e possui um pequeno orifício,
denominado meato uretral, por onde se dá a saída de urina e sêmen. Ao nascer, o homem
apresenta uma pele que recobre a glande, o chamado prepúcio.
. Bolsa escrotal – bolsa de pele onde estão contidas as gônadas (glândulas reprodutoras
masculinas), que recebem o nome de testículos. Neles são produzidos os espermatozóides,
células responsáveis pela fecundação (união com o óvulo) e formação de uma nova vida.
Dos testículos saem canais que levam os espermatozóides até o meio externo, chamados
epidídimo e canais deferentes. Esses canais desembocam na uretra, e daí para o exterior.
. Próstata – é uma glândula que forma o líquido seminal, que nutre e transporta os
espermatozóides. Ela fica localizada na base do pênis, por baixo da bexiga.
Algumas expressões merecem destaque quando falamos sobre o aparelho genital
masculino:
. Varicocele – dilatação dos vasos da bolsa escrotal. Pode provocar dor, edema (inchação)
e infertilidade.
. Vasectomia – ligadura do canal deferente para esterilização do homem. Não torna o
indivíduo impotente.
Conceitos e palavras muito citadas mas que podem provocar dúvidas:
. Ereção – levantamento e enrijecimento do pênis. É produzida pela entrada de sangue no
tecido esponjoso que compõe o órgão.
. Ejaculação – expulsão de um jato de esperma pelo pênis.
. Impotência – incapacidade para o coito. O problema está geralmente na ereção.
. Infertilidade – incapacidade para a reprodução. O problema está geralmente no esperma.
. Fimose – é o aperto do prepúcio, impedindo a saída da glande.
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. Esmegma – secreção malcheirosa que se forma na genitália. É mais frequente nos
indivíduos com fimose. A má higiene causa seu acúmulo. Pode causar câncer no pênis.
6.1.2 – O APARELHO GENITAL FEMININO
A mulher apresenta, bem definidas, uma genitália externa e uma genitália interna.
. Genitália Externa:
É formada pela vulva, conjunto de estruturas externas do aparelho genital feminino. A
vulva, por sua vez é composta do clitóris (o correspondente da glande masculina), grandes
e pequenos lábios, que protegem a uretra (saída da urina) e a vagina (saída do aparelho
genital feminino). É importante notar que na mulher, as saídas do aparelho urinário e
genital são diferentes, no homem esta saída é única (pela uretra).
. Genitália Interna:
É formada pelos ovários, as gônadas femininas, que produzem hormônios e óvulos. As
trompas situam-se bem próximas aos ovários e servem para transportar os óvulos até o
útero. O útero é o local onde se faz a união do óvulo com o espermatozóide e, a partir daí,
se forma o embrião. O útero abre-se inferiormente na vagina, que é um canal muscular por
onde o pênis penetra para depositar o esperma.
A Ligadura de trompas é um método onde as trompas são amarradas e cortadas de modo a
impedir que a mulher engravide (esterilização feminina).
Como no caso do aparelho genital masculino, alguns conceitos também são importantes
quando abordamos o aparelho genital feminino:
. Frigidez – ausência de desejo ou prazer sexual. Pode ser de natureza psicológica ou ter
alguma causa orgânica.
. Infertilidade – incapacidade de procriar.
. Menstruação – perda de sangue de origem uterina, com ciclos de aproximadamente 4
semanas.
. Ponto G – ponto de tecido sensível na parede anterior da vagina e, assim como o clitóris,
sua estimulação proporciona prazer na mulher.
6.1.3 – FORMAS DE RELACIONAMENTO SEXUAL
Existem várias formas de relacionamento sexual, que vão variar de acordo com os órgãos
utilizados para o relacionamento e o sexo dos parceiros.
Quanto aos órgãos utilizados na relação, podemos citar algumas formas de relacionamento
sexual:
Sexo vaginal – é a penetração do pênis na vagina.
- 58 -
Sexo anal – é a penetração do pênis no ânus. Pelo fato do ânus fazer parte originariamente
do aparelho digestivo, não apresenta lubrificação natural adequada para a penetração e
pode haver lesão anal.
Sexo oral – que pode ser classificado em três tipos, dependendo do órgão estimulado.
cunilingus – estimulação da vulva com a boca;
anilingus – estimulação do ânus com a boca;
felação – estimulação do pênis com a boca.
Masturbação – é o ato de provocar o orgasmo pela fricção da mão, outra parte do corpo
não citada acima, ou instrumentos.
Algumas formas de relacionamento sexual são consideradas patológicas, sendo
denominadas “taras”. Exemplos: Pedofilia (relação sexual com crianças, enquadrada como
crime), sadomasoquismo (relação sexual onde o prazer só é obtido por meio de dor),
bestialidade (relação sexual com animais), necrofilia (relação sexual com cadáver).
Devemos ainda relembrar que a preferência sexual dos indivíduos pode colocá-los em três
grupos principais:
Heterossexuais – mantêm relações sexuais com parceiros do sexo oposto;
Homossexuais – mantêm relações sexuais com parceiros do mesmo sexo:
Bissexuais – mantêm relações sexuais com parceiros de ambos os sexos.
6.2 – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST)
Com as mudanças culturais e comportamentais que estamos experimentando, e a
consequente liberação dos hábitos sexuais, é de fundamental importância que não só os
profissionais de saúde como os leigos tenham acesso às informações sobre as doenças
sexualmente transmissíveis para possibilitar não só a prevenção, como o reconhecimento
precoce destas moléstias (nas fases iniciais).
Desta forma, apresenta-se a seguir, um resumo das principais doenças sexualmente
transmissíveis, seja pela sua frequência, seja por sua gravidade.
6.2.1 – GONORRÉIA
É uma doença provocada pela bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae, e causa
principalmente um quadro de uretrite, que se caracteriza por um corrimento amarelado
(como o pus), ardência e desconforto ao urinar. Caso não seja tratada, pode causar
inflamação nos órgãos genitais internos (próstata e testículo no homem, trompas e ovários
na mulher). O tratamento é realizado à base de antibióticos.
- 59 -
6.2.2 – SÍFILIS
É uma doença provocada pela bactéria Treponema pallidum, que causa inicialmente uma
ferida no ponto de penetração do germe. Esta ferida (também chamada de cancro) pode se
localizar em qualquer área que entre em contato com o parceiro contaminado (pênis, bolsa
escrotal, vulva, boca, dedos e outros). A ferida é uma úlcera que não dói, não tem pus no
fundo e pode fechar sem tratamento, dando a falsa impressão de cura espontânea. Depois
deste período de falsa cura, surgem manchas rosadas pelo corpo e placas em regiões
úmidas (os condilomas planos). Se a doença não for tratada, pode atingir os órgãos
internos, como por exemplo, o cérebro e a medula espinhal. O tratamento é feito com
antibióticos.
6.2.3 – CANCRO MOLE
É uma doença provocada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que causa uma ferida
dolorosa, com pus no fundo, e pode haver “íngua” na virilha. Esta “íngua” pode dar saída a
pus. O tratamento é feito à base de antibióticos.
6.2.4 – LINFOGRANULOMA VENÉREO
É uma doença provocada por um germe chamado Chlamydia trachomatis, que causa
inicialmente uma pequena ferida no local da entrada da clamídia, que evolui para um
grande nódulo na virilha, que dá saída a grande quantidade de pus, por vários orifícios. O
tratamento é feito à base de antibióticos.
6.2.5 – DONOVANOSE
É uma doença provocada por uma bactéria de nome Calymmatobacterium granulomatis,
que causa inicialmente nódulos sem dor e estes nódulos evoluem para uma ferida que se
espalha por todo o períneo (área entre as pernas). O tratamento é feito à base de
antibióticos por tempo prolongado.
6.2.6 – CANDIDÍASE
É uma doença provocada por um fungo chamado Candida albicans, e causa, na mulher, um
corrimento branco e muito prurido (coceira). No homem, este fungo causa principalmente
balanite, que é a vermelhidão e coceira ao redor da glande. O tratamento é feito com
produtos antimicóticos, sob a forma de cremes (que são aplicados no local da lesão) ou
comprimidos.
6.2.7 – CONDILOMA ACUMINADO
É uma doença provocada por um virus chamado “Papova virus” e causa a chamada “crista-
de-galo”, um conjunto de verrugas pontudas, altamente contagiosas, que surgem nas
junções entre a pele e a mucosa (pode atingir portanto os órgãos genitais ou até a cavidade
oral, dependendo do tipo de relação sexual). A doença é tão contagiosa que nas gestantes
- 60 -
que apresentam condiloma, os médicos fazem cesariana para que a criança não seja
contaminada ao tocar nas lesões das mães. O tratamento é feito por cauterização (com
bisturi elétrico) ou uso de ácidos no local.
6.2.8 – HERPES GENITAL
É uma doença provocada por um virus chamado “Herpesvirus hominis”, e causa lesões do
tipo pequenas bolhas agrupadas na mucosa dos órgãos genitais e ardência no local. Essas
bolhas se rompem dando saída a um líquido que contamina outros locais num mesmo
indivíduo ou os parceiros. A doença é considerada incurável, pois mesmo após o fim de
uma crise de herpes, os virus ficam ocultos no corpo para ressurgirem em outra ocasião.
Durante as crises, utilizamos cremes antivirais para diminuir a ardência, o tamanho e a
duração das lesões.
6.2.9 – ESCABIOSE
É uma doença causada pelo Sarcoptes scabiei, um ácaro que tem preferência por habitar a
região pubiana, perfurando a pele e provocando coceira e lesões do tipo picada. O
tratamento é feito com inseticidas locais e pode ser necessária a raspagem dos pelos.
6.2.10 – PEDICULOSE
É uma doença muito semelhante à escabiose, só que causada por um piolho chamado
Pediculus humanus. As lesões e o tratamento também são semelhantes.
6.2.11 – AIDS
A sigla AIDS quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e é causada pelo HIV
(virus da imunodeficiência humana). Este vírus está presente nas secreções do corpo
(sangue, esperma, secreção vaginal) e ao penetrar no organismo, destrói as células de
defesa, facilitando o surgimento de infecções por outros germes. Apesar de terem sido
descobertos muitos medicamentos que melhoram as defesas do organismo infectado pelo
HIV, a AIDS é considerada incurável, pois até o momento o tratamento só prolonga a vida
dos pacientes. Portanto, é fundamental que se tenha em mente que a prevenção é o único
meio eficaz contra tal doença.
A doença é detectada através de um exame de sangue chamado Anti-HIV, que pesquisa a
presença de anticorpos produzidos pelo paciente contra o vírus.
Pelo fato desta doença ter sido descoberta em homossexuais, formou-se um preconceito
enorme em relação à AIDS e aos doentes. Na verdade, atualmente foi verificado que não
existem grupos de risco, mas comportamentos de risco, que podem gerar maior ou menor
probabilidade de se adquirir a doença.
- 61 -
6.2.12 – COMPORTAMENTOS E SITUAÇÕES DE RISCO
Parceiros sexuais:
# Ter relações sexuais com parceiros HIV-positivos
# Ter relações sexuais com parceiros usuários de drogas
# Ter relações sexuais com múltiplos parceiros
# Ter relações sexuais com parceiros portadores de doenças sexualmente transmissíveis ou
lesões nas mucosas (genital ou oral)
Práticas sexuais:
# Alto risco: sexo anal ou vaginal passivo sem proteção
# Risco documentado: sexo anal ou vaginal ativo sem proteção e sexo oral ativo ou passivo
sem proteção
# Baixo risco: sexo com proteção (camisinha)
# Práticas seguras: beijo (oral, com língua), sexo com proteção e com parceiro HIV
negativo, monogamia mútua (um parceiro), masturbação mútua,
massagem.
Outras situações:
# Uso de drogas injetáveis
# Transfusão sanguínea
# Transmissão mãe-feto
# Exposição ocupacional (profissionais de saúde)
A QUALQUER SINAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS,
PROCURE O MÉDICO. SOMENTE ELE PODE ORIENTAR, TRATAR E ESCLA-
RECER SUAS DÚVIDAS.
- 62 -
CAPÍTULO 7
REGULAMENTO INTERNACIONAL PARA EVITAR ABALROAMENTO NO MAR
(RIPEAM)
7.1 – INTRODUÇÃO
Este Capítulo destina-se a orientar o estudo do Regulamento Internacional para Evitar
Abalroamentos no Mar (RIPEAM – 72). Este capítulo não encerra todo o assunto, o
navegante deverá, também, estudar o texto completo das regras, constante da publicação
Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar, editada pela Diretoria de
Portos e Costas do Comando da Marinha, antes de se fazer ao mar, assim como, ter à mão
a referida publicação e seu extrato para rápida consulta, quando navegando.
7.2 – DEFINIÇÕES E APLICAÇÃO DAS REGRAS
Para compreender totalmente as regras é importante conhecer o significado dos seguintes
termos:
1. A palavra embarcação para o RIPEAM designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive
veículos sem calado (tais como os que se deslocam sobre colchões de ar) e hidroaviões,
usados ou capazes de serem usados como meio de transporte sobre a água.
2. O termo embarcação de propulsão mecânica designa qualquer embarcação movimentada
por meio de máquinas ou motores.
3. O termo embarcação a vela designa qualquer embarcação sob vela, sendo propelida
apenas pela força do vento, ou seja, com a máquina de propulsão, se houver, não sendo
utilizada.
4. O termo em movimento se aplica a todas as embarcações que não se encontram
fundeadas, amarradas à terra ou encalhadas.
As regras do RIPEAM aplicam-se a todas as embarcações em mar aberto e em todas as
águas a este ligadas, navegáveis por navios de alto mar. O segundo ponto é especialmente
importante, pois o RIPEAM é normalmente associado apenas com o mar aberto. Na
realidade, entretanto, há muitos rios, águas interiores e portos aos quais se aplicam as
regras do RIPEAM, por que são navegáveis por embarcações de alto mar e, ainda, estão
ligados ao mar aberto.
Por outro lado, há países, como os Estados Unidos, que adotam um conjunto de regras
locais (“inland rules”), que se aplicam às águas interiores, situadas por dentro de uma linha
de demarcação, que divide as águas reguladas pelo RIPEAM das águas regidas pelas regras
locais acima citadas.
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Instrução Militar Naval 2o Ano

  • 1. MARINHA DO BRASIL COLÉGIO NAVAL APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR NAVAL 2º. ANO ESCOLAR REVISÃO I
  • 2.
  • 3. COLÉGIO NAVAL APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR NAVAL 2º. ANO ESCOLAR REVISÃO I (Atende às alterações curriculares ocorridas de 2015 para 2016) Elaborada em DEZ/2015. I
  • 4.
  • 5. ATO DE APROVAÇÃO Aprovo, para uso no Colégio Naval, a publicação APOSTILA DE INSTRUÇÃO MILITAR NAVAL 2º. ANO ESCOLAR - REVISÃO I. ANGRA DOS REIS, RJ. Em de dezembro de 2017. FABRÍCIO FERNANDO NAZARETH DUARTE Capitão de Mar e Guerra Comandante II
  • 6.
  • 7. ÍNDICE PÁGINAS FOLHA DE ROSTO................................................................................................................... I ATO DE APROVAÇÃO............................................................................................................. II ÍNDICE........................................................................................................................................ III CAPÍTULO 1 - APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER............................................. 1 CAPÍTULO 2 - PROPULSÃO NAVAL................................................................................... 16 CAPÍTULO 3 - COMBATE A INCÊNDIO............................................................................. 27 CAPÍTULO 4 - COMUNICAÇÕES NAVAIS......................................................................... 37 CAPÍTULO 5 - ETIQUETA SOCIAL II.................................................................................. 43 CAPÍTULO 6 - HIGIENE E PRIMEIROS SOCORROS...................................................... 56 CAPÍTULO 7 - RIPEAM........................................................................................................... 62 CAPÍTULO 8 - NOÇÕES DE NAVEGAÇÃO II..................................................................... 74 CAPÍTULO 9 - O SERVIÇO DE INTENDÊNCIA NA MARINHA DO BRASIL............. 103 CAPÍTULO 10 - CONTROLE DE AVARIAS......................................................................... 125 III
  • 8.
  • 9. - 1 - CAPÍTULO 1 APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 1.1 – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER O aparelho de fundear e suspender é constituído pelo conjunto de âncoras, amarras, máquinas de suspender e todos os acessórios das amarras, como manilhas, escovéns, gateiras, mordentes, boças etc. As âncoras são comumente chamadas a bordo de os “ferros do navio”. Servem para aguentar o navio no fundeadouro, evitando que ele seja arrastado por forças externas, como ventos, correntezas ou ondas. Por efeito de seu peso e desenho, a âncora possui a qualidade de, se largada em determinado fundo do mar, ficar presa nele; se içada pela amarra, soltar-se com facilidade. A âncora é ligada por uma manilha à amarra, que é uma cadeia de elos especiais com malhetes (nos navios pequenos, em vez de amarra, pode-se usar corrente ou cabo de aço). A amarra sobe ao convés do navio através do escovém, que, no caso da âncora tipo patente, aloja a haste enquanto a âncora não estiver em uso; ela é presa ao navio, isto é, talingada no paiol da amarra. A máquina de suspender consta de um motor elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionando um cabrestante ou um molinete. No cabrestante (ou no molinete) há uma coroa de Barbotin, que é uma gola tendo em torno diversas cavidades iguais que prendem a amarra, elo por elo, permitindo alá-la. Do convés a amarra desce ao paiol através de um conduto chamado gateira. No convés, entre o escovém e o cabrestante, há uma ou mais boças da amarra, cujo fim é aguentar a amarra tirando o esforço de sobre o freio do cabrestante quando a âncora estiver alojada no escovém ou quando a âncora estiver fundeada e o navio portando pela amarra. Para o mesmo fim há ainda um mordente na gateira ou, mais comumente, um mordente colocado no convés por ante-a-vante do cabrestante. A âncora pode ser largada pelo freio do cabrestante ou por uma das boças, conforme seja o que estiver aguentando a amarra. 1.2 – NOMENCLATURA DAS ÂNCORAS Haste – Barra robusta de ferro, cuja extremidade mais grossa se une aos braços, tendo na outra extremidade um furo para receber o cavirão, pino que prende o anete. Braços – São dois ramos que partem da extremidade inferior da haste. São curvos nas âncoras tipo Almirantado. Cruz – Lugar de união da haste com os braços. Patas – Superfícies em forma triangular, ou aproximadamente triangular, localizada nas extremidades dos braços.
  • 10. - 2 - Unhas – Vértices exteriores da pata. Orelhas – Os dois outros vértices da pata, sem ser a unha. Noz – Parte ligeiramente engrossada da haste, onde é enfiado o cepo. Anete – Arganéu, ou manilha cujo cavirão passa pelo furo existente na extremidade superior da haste. No anete é talingada a amarra. Cepo – Barra de ferro que é enfiada na parte superior da haste perpendicularmente aos braços. O cepo tem um cotovelo, isto é, uma dobra de 90°, para que possa ser prolongado com a haste quando a âncora não estiver em uso. Ele prende-se na posição perpendicular à haste porque possui um ressalto de um lado e pode receber uma chaveta do outro lado, junto à haste. Nas duas extremidades do cepo há esferas, que têm por fim tornar mais difícil ao cepo enterrar-se no fundo antes de a unha aferrar. Palma – Aresta saliente localizada na base inferior dos braços, nas âncoras tipo patente. Âncora tipo Almirantado 1.3 – TIPOS DE ÂNCORAS Tipo Almirantado – Tipo universalmente empregado, desde tempos muito remotos até cerca de 1825. Foi substituída como âncora padrão para uso a bordo dos navios pelas âncoras do tipo patente, devido principalmente às dificuldades de manobra e de arrumação a bordo. Contudo, apresenta maior poder de unhar. Particularidades principais: . possui cepo, disposto perpendicularmente aos braços; o peso do cepo é cerca de 1/4 do peso da âncora; . as superfícies das patas são perpendiculares ao plano dos braços; e . o comprimento do cepo é igual ao da haste e a distância entre as unhas é menor, cerca de 7/10 desse comprimento. Esta proporção de dimensões faz com que a âncora, ao cair com o cepo em pé, fique em posição instável e se volte por efeito de qualquer esforço da amarra que
  • 11. - 3 - não seja dirigido no sentido vertical para cima; isto coloca a unha sempre em posição de unhar. Pesos usuais: de 15 a 500 quilogramas. Tipo patente – Há um grande número de âncoras do tipo patente, de diversos fabricantes, diferindo ligeiramente nos desenhos. Os mais conhecidos são: Martin, Smith, Hall, Dunn e Baldt. Âncora tipo Patente As particularidades que apresentam as âncoras patentes são: . não têm cepo; . a haste é articulada aos braços, geralmente por um pino que trabalha numa cavidade feita na cruz. Todas as âncoras bem construídas apresentam certas saliências na haste, no extremo inferior, de modo que seja impossível a haste sair desta cavidade, se o pino se partir; nas âncoras Baldt esta extremidade da haste tem a forma esférica. O movimento permitido aos braços vai de 30 a 45 graus para cada lado da haste. A articulação deve ser bem justa, em qualquer posição dos braços, de modo que não possam penetrar na cavidade da cruz matérias estranhas, como pequenas pedras, impedindo o movimento;
  • 12. - 4 - . as superfícies das duas patas são largas e situadas no mesmo plano pelos braços. As patas seguem uma direção paralela ou quase paralela à haste e ficam bem junto à cruz. O peso dos braços com as patas não deve ser menor que 3/5 do peso total da âncora; . a parte inferior dos braços, que constitui a base da âncora, é saliente, formando a palma, isto é, uma aresta que, apoiando-se no fundo do mar, fica segura, obrigando os braços a se dirigirem para baixo quando houver esforço sobre a amarra num sentido horizontal ou quase horizontal; e . se uma das patas unha, a outra também ficará unhada. A grande vantagem destas âncoras é a facilidade com que são manobradas e arrumadas a bordo. Realmente, tendo os braços articulados, não necessitam cepo, e, sem este, a haste pode ser recolhida no escovém e aí ficar alojada. Isto elimina o complicado aparelho que era empregado nos navios antigos para a arrumação da âncora. A desvantagem das âncoras de tipo patente de ter menor poder de unhar é compensada dando- se um pouco mais de filame à amarra, nos fundos que não sejam de boa tença. Os veleiros são mais dependentes do aparelho de fundear por não possuírem propulsão própria, e por isto necessitam de maior poder de unhar da âncora, relativamente a um navio a motor de mesmo tamanho. Daí o emprego de âncora tipo Almirantado em alguns navios a vela. Contudo, os navios modernos deste tipo já empregam também a âncora patente, com maior peso do que o que seria indicado para um navio a motor de mesmo deslocamento. A relação entre os pesos das âncoras para estes dois tipos de navio é, segundo as Sociedades Classificadoras, de quatro para três, comparando-se navios de mesmo tamanho. Âncora Danforth – Tem os braços de forma semelhante aos das âncoras tipo patente, porém mais compridos e afilados, e possui um cepo, colocado na cruz paralelamente ao plano dos braços. Tem a grande vantagem que o cepo dá às âncoras Almirantado, ou seja, maior poder de unhar à proporção que a amarra exerce esforço. Estando colocado na cruz, o cepo não impede a entrada da âncora no escovém; quando é de popa, estiva-se sobre uma raposa. Admite-se que o poder de unhar desta âncora seja igual a 10 vezes o das âncoras tipo patente e a 3 vezes o da âncora Almirantado de mesmo peso. É muito empregada na popa das embarcações de desembarque que devem aterrar nas praias. Apresenta a pequena desvantagem de ser mais difícil de arrancar do fundo que as demais. Seu peso varia de 50 a 6.000 quilogramas.
  • 13. - 5 - Âncora Danforth 1.4 – ÂNCORAS ESPECIAIS . Ancorotes – Âncoras pequenas, tipo Almirantado ou patente; empregadas nas embarcações miúdas e também nos navios como ferro auxiliar nas amarrações. . Fateixa – Ancorote sem cepo, haste cilíndrica, tendo na extremidade superior um arganéu que é o anete, e na outra quatro braços curvos que têm patas e unhas. Utilizada para fundear embarcações miúdas; pesos comuns, de 10 a 50 quilogramas. Fateixa . Busca-vida – É uma fateixa com quatro ou cinco braços sem patas, terminando os braços em ponta aguda. Serve para rocegar objetos que se perdem no fundo do mar, como por exemplo amarras, âncoras etc. Pesa de de 2 a 50 quilogramas.
  • 14. - 6 - Busca-vida . Cogumelo – Em forma de cogumelo, para amarrações fixas. O peso varia até 5 toneladas. Cogumelo . Bruce – Âncora moderna inventada em 1970 por Peter Bruce. Normalmente utilizada em embarcações miúdas. Apesar de ser totalmente rígida, essa âncora é famosa no meio náutico por não “garrar” quando da mudança de direção do fundeio no caso de mudança das direções da corrente e/ou do vento. É uma âncora de grande confiabilidade quando comparada aos outros modelos de mesmo tamanho. Tem baixo desempenho em fundos com vegetação.
  • 15. - 7 - Âncora tipo “Bruce” 1.5 – POITAS Pesos de várias formas, de ferro fundido ou de concreto armado, adaptados com um arganéu forte. De modo geral, qualquer peso grande bem amarrado serve de poita. Utilizadas em todas as amarrações fixas. Poita de concreto com corrente, tornel, cabo e bóia.
  • 16. - 8 - 1.6 – AMARRAS, SEUS ACESSÓRIOS E EQUIPAMENTOS DO CONVÉS RELACIONADOS Amarra – É uma espécie de corrente constituída por elos com malhete e liga a âncora ao navio, servindo, portanto, para arriá-la, fundeá-la e içá-la. As amarras de pequena bitola, que se empregam nos ancorotes, chamam-se amarretas. As embarcações pequenas podem empregar correntes (cadeia de elos sem malhete) ou cabo de aço ou fibra ou ainda a combinação dos dois. Malhete – Travessão ligando os lados de maior dimensão do elo. Tem por fim: diminuir a probabilidade de a amarra tomar cocas; aumentar a resistência; e impedir a deformação dos elos em serviços. Quartéis da amarra – Seções desmontáveis de que se compõe a amarra de um navio. No Brasil e nos Estados Unidos, os quartéis comuns têm 15 braças (uma braça tem 6 pés ingleses e equivale a 1,83 metro) logo, 1 quartel mede 27,5 metros. Manilhas – Manilhas com cavirão de tipo especial, ligando os quartéis entre si e à âncora. Elos patentes – Elos desmontáveis que, nas amarras modernas, substituem as manilhas na ligação dos quartéis. Os mais comuns são o elo Kenter e o elo “C”. Tornel – Peça formada por um olhal, um parafuso com olhal, porca cilíndrica e contrapino. O parafuso constitui um eixo em torno do qual gira o olhal. Permite à amarra girar em relação à âncora. Usa-se um tornel em cada amarra, em posição tal que ele fique sempre fora do cabrestante. Na amarra o olhal maior deve ficar para ré e o outro olhal para vante, isto é, para o lado da âncora.
  • 17. - 9 - Elo “Kenter”
  • 18. - 10 - Elo “C” Buzina – Tubo por onde passa a amarra, do convés para o paiol. É geralmente de aço fundido, de seção circular, um para cada amarra, com diâmetro igual a 7 ou 8 vezes a bitola da amarra.A direção do tubo é vertical ou inclinada de 10o a 15o, para ré. O tubo é fixado numa extremidade ao convés e na outra ao teto do paiol. A extremidade do tubo no convés, ou a abertura do convés onde ele se fixa, chama-se gateira; a extremidade inferior do tubo chama-se gola da buzina. A gateira leva uma tampa chamada bucha, tendo um rasgo de largura igual à bitola de um elo da amarra; a bucha tem por fim impedir a entrada, no paiol, da água que cai na proa em consequência dos golpes do mar.
  • 19. - 11 - Escovém – O escovém serve de passagem para a amarra para fora do costado e de alojamento para a âncora, se esta for de tipo patente. Um escovém consta de: Gola – parte saliente do costado, feita de aço fundido; Tubo – feito de chapa de aço; e Beiço – parte que sai do convés; feito de chapa de aço ou então fundido. Os locais da gola e do beiço mais sujeitos a desgaste são revestidos de solda dura.
  • 20. - 12 - Paiol da amarra – A amarra, depois de passar pela coroa do cabrestante, desce pela gateira ao paiol da amarra. Este fica situado numa coberta, por baixo do cabrestante ou do molinete, e é geralmente um compartimento contíguo à antepara de colisão, por ante-a-ré desta. Paiol da Amarra O chicote do último quartel da amarra passa por um arganéu no fundo do paiol chamado paixão e é preso a um gato especial de escape fixo ao teto ou à antepara de ré junto ao teto do paiol. Em alguns navios, em vez do gato de escape, há um arganéu onde a amarra é então presa com manilha. O gato de escape ou a manilha com que se fixa a amarra ao paiol chama-se braga e deve ser mais forte que a manilha de ligação dos quartéis. Bóia de arinque – Bóia de pequeno tamanho, empregada para marcar o local em que foi fundeada a âncora. Um cabo fino de fibra, chamado arinque, é amarrado ao arganéu e à âncora. A bóia de arinque, além de mostrar a posição do ferro relativamente ao navio, tem importância quando a âncora se perde, mostrando a localização dela. Geralmente a bóia de arinque do ferro de BE é pintada de verde e a do ferro de BB é pintada de encarnado.
  • 21. - 13 - Comprimento do arinque – O comprimento do arinque normalmente igual a 1 e 1/3 a profundidade do ponto de fundeio para poder compensar as variações de maré e de corrente. Máquina de suspender – A máquina de suspender consiste em máquina a vapor, motor elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionando uma coroa de Barbotin, que é um tambor em cuja periferia há recessos e dentes para prender os elos da amarra. Se o eixo da coroa é vertical, a máquina chama-se cabrestante; se o eixo é horizontal, a máquina chama-se molinete ou bolinete. A coroa liga-se ao seu eixo por meio de uma embreagem ou por meio de pinos, de modo que ela pode girar solta ou ficar rigidamente ligada ao eixo girando com ele. Liga-se a coroa ao eixo para içar o ferro ou arriá-lo sob máquina, ou para rondar a amarra por qualquer outro motivo; desliga-se para largar o ferro ou para dar mais filame.
  • 22. - 14 - Adjacente à coroa de Barbotin, usualmente há um tambor chamado saia, que serve para alar as espias do navio; a saia é rigidamente ligada ao seu eixo, que quase sempre é o mesmo da coroa. A máquina que aciona o eixo deve ter inversão de marcha e variação de velocidade. Coroa de Barbotin ou coroa – Roda fundida tendo a periferia côncava e dentes onde a amarra se aloja e os elos são momentaneamente presos durante o movimento. É preciso que a amarra faça pelo menos meia-volta ao redor da coroa, a fim de que no mínimo três elos engrazem nela; cada coroa serve somente para um certo tipo e tamanho de elos. Diagrama simplificado da “Coroa de Barbotin”
  • 23. - 15 - Máquina de suspender do tipo “molinete” 1 – Sapata do Freio 2 – Coroa de Barbotin 3 – Saia 4 – Acionador do freio 5 – Alavanca de acoplamento da Coroa de Barbotin ao eixo
  • 24. - 16 - CAPÍTULO 2 PROPULSÃO NAVAL 2.1 – NAVIOS A VELA OU VELEIROS São movidos pela ação do vento em suas velas. O surgimento da vela permitiu que o ser humano se afastasse da costa e construísse embarcações maiores com propulsão mista, vela e remos, pois a vela quadrada só permite vento a favor. Esta limitação só desapareceu com o surgimento da vela latina que permitiu travessias maiores, iniciando propriamente a navegação marítima, longe da costa. Há veleiros que dispõe de motores de pequena potência destinados a assegurar a propulsão em caso de calmaria, ou para a entrada e saída de portos e navegação em águas restritas. 2.2 – EMBARCAÇÕES A REMO Houve época em que os navios possuíam apenas este tipo de propulsão, e mais tarde, combinava-se o uso de remos com as velas. Atualmente este tipo de propulsão é utilizado em embarcações de pequeno porte, tais como escaleres, baleeiras e botes. 2.3 – EMBARCAÇÕES DE PROPULSÃO MECÂNICA 2.3.1 – Breve Histórico Durante muito tempo, a vela foi o principal meio de propulsão das embarcações, até o surgimento do motor a vapor no século XIX. No início, novamente uma solução híbrida foi adotada, a vela era utilizada durante o cruzeiro e o vapor para atingir velocidades maiores. Enquanto os ventos eram gratuitos, os motores a vapor exigiam grandes quantidades de carvão, o que ainda diminuía a carga útil do navio. Inicialmente o motor acionava uma grande roda na lateral do navio, esta roda atrapalhava o manuseio das velas e a faina do navio. Este problema só foi resolvido com a invenção da hélice por John Ericsson. No início do século XX, com o aumento dos navios, a criação de embarcações totalmente metálicas e a hélice, o motor a vapor se firmou como principal meio de propulsão naval. Com o desenvolvimento do motor a diesel, este substitui o motor a vapor, pois os motores de combustão interna possuem maior rendimento. Uma menor quantidade de diesel era necessária em peso e volume do que o carvão, aumentando a capacidade de carga das embarcações. 2.3.2 – Princípios Básicos A principal função de uma instalação naval de máquinas é converter a energia química de um combustível em trabalho útil e empregá-lo na propulsão do navio. O combustível pode ser nuclear desenvolvendo uma reação no interior de um reator nuclear, pode ser queimado
  • 25. - 17 - na fornalha de uma caldeira, nos dois casos desprendendo calor que é transmitido à água, gerando vapor ou, ainda, queimar no interior da própria máquina, para produzir o trabalho desejado. No caso das caldeiras, as máquinas são ditas de combustão externa ou máquinas de vapor e compõem uma instalação de vapor convencional; no caso da queima no interior da máquina, as máquinas são ditas de combustão interna que é o caso dos motores diesel; no caso do reator nuclear não são aplicadas as nomenclaturas anteriores, denominando-se, apenas, propulsão nuclear que compõe uma instalação de vapor nuclear. A força da propulsão exercida pela água sobre o hélice em movimento é transmitida por meio de um mancal de escora, rigidamente ligado ao casco. Entre o eixo do hélice e o mancal de escora pode haver um ou mais eixos intermediários ligados por flanges. A estanqueidade do casco na passagem do eixo do hélice é assegurada por meio de uma bucha com gaxetas. 2.3.3 – Propulsão a Vapor Nos navios a vapor, a instalação propulsora pode ser dividida em duas partes distintas: As caldeiras ou reator nas instalações nucleares, que produzem vapor; e As turbinas ou máquinas alternativas (não mais utilizadas atualmente), que utilizam o vapor gerado, transformando calor em trabalho. 2.3.4 – Caldeiras Caldeira é um recipiente metálico cuja função é, entre muitas, a produção de vapor através do aquecimento da água. As caldeiras produzem vapor para alimentar máquinas térmicas, autoclaves para esterilização de materiais diversos, cozimento de alimentos e de outros produtos orgânicos, calefação ambiental e outras aplicações do calor utilizando-se o vapor. 2.3.5 – Turbinas Turbina é um rotor dotado de um certo número de pás ou palhetas, ligados a um eixo que gira sobre um conjunto de mancais sendo construída para captar e converter energia mecânica e térmica contida em um fluido, em trabalho no eixo. Características: Permitem obter grandes potências; Podem utilizar vapor de alta e baixa pressão; Esforço de torção no eixo é uniforme; Não são reversíveis (uma turbina para vante e outra para ré); e Velocidade de rendimento muito superior à velocidade de rendimento dos hélices sendo necessário uso de redutores.
  • 26. - 18 - 2.3.6 – Instalação a vapor convencional Em uma instalação a vapor convencional uma bomba d`água alimenta uma caldeira que é aquecida pela queima de óleo diesel em condições de contato direto com a atmosfera (máquina de combustão externa). O vapor gerado movimenta uma ou diversas turbinas que podem ser de propulsão (turbinas principais) ou de geração de energia compondo turbo geradores (turbinas auxiliares). Após ceder energia para as turbinas, o vapor volta ao estado líquido por resfriamento em um tanque denominado condensador. A água resultante retorna à caldeira para ser novamente aquecida pela queima do combustível, fechando o circuito. Detalhe do empalhetamento e eixo de uma turbina de vapor
  • 27. - 19 - 2.3.7 – Instalação a vapor nuclear O sistema é dividido em dois circuitos distintos, a saber: O circuito primário, onde se localiza o reator que gera o calor que aquece a água de circulação que, por sua vez, aquece o circuito secundário por meio de geradores de vapor. Todo esse circuito é blindado, para proteção do pessoal. O circuito secundário inclui todo o equipamento encontrado numa instalação convencional de vapor, exceto, as caldeiras. Como principal vantagem desta instalação destaca-se sua autonomia. Devido ao fato de ser uma enorme fonte de energia, a instalação pode permanecer anos sem ser reabastecida. Os meios equipados com este tipo de propulsão tem sua autonomia limitada pela necessidade de gêneros e munição e pela fadiga do pessoal. Como principais desvantagens da propulsão nuclear destacam-se o alto custo de desenvolvimento e a necessidade de instalações para manutenção do meio providas de equipamentos altamente especializados e com alto índice de tecnologia e pessoal com elevado nível de treinamento. Diagrama simplificado de uma instalação a vapor convencional
  • 28. - 20 - 2.3.8 – Motores Diesel A máquina de combustão interna (motor) aspira ar da atmosfera, e permite que a queima da mistura ar/combustível ocorra na parte da máquina (cilindro) que converte o calor em energia mecânica. Os gases, ao se expandirem, atuam diretamente sobre o êmbolo e os produtos da combustão são descarregados na atmosfera. No caso dos navios, os motores utilizados são de “inflamação por compressão”, pois, a combustão é iniciada pela elevada temperatura do ar comprimido no cilindro, não havendo necessidade de velas. Esses motores são conhecidos como motores Diesel. Principais Vantagens: . Eliminam as instalações de caldeiras e condensadores, gerando economia de peso e espaço; . São reversíveis; . Apresentam, praticamente, a mesma potência em marcha avante ou marcha à ré. Desvantagens: . Exigem uma instalação de ar comprimido para partida e injeção de combustível; . Maior custo de instalação; Diagrama simplificado de uma instalação de vapor nuclear
  • 29. - 21 - . Exigem maior trabalho de manutenção; . Consomem combustível mais caro; e . Consomem mais lubrificantes. Navios da MB que utilizam propulsão diesel: . NT Gastão Motta e NT Marajó; . NSS Felinto Perry; . Navios Varredores; . NPa Classes Grajaú, Bracuí, Piratini e Macaé; . NaPaFlu; . NASH; . Navios Hidrográficos; . Corvetas classe “Imperial Marinheiro”; e . Monitores, AviTrFlu, NTrtFlu, AVIN. Exemplo de motor Diesel utilizado em navios
  • 30. - 22 - 2.3.9 – Turbinas a gás É um sistema de propulsão constituído de uma câmara de combustão e uma turbina propriamente dita. A turbina é construída de modo semelhante à turbina de vapor, utilizando a energia dos gases produzidos pela combustão da mistura ar/combustível, ocorrida na câmara de combustão. Principais Vantagens: . São mais leves que qualquer outra instalação; . Instalação simples e ocupa menor espaço; . Partida rápida, mesmo em baixas temperaturas; . Aceleração rápida; . Menor vibração; . Menor manutenção; e . Menor consumo de lubrificantes. As Turbinas são mais empregadas nos navios de guerra que necessitam de altas velocidades ou reserva de potência. Os navios mercantes ou navios de guerra com velocidades moderadas empregam motores diesel. Esquema simplificado de uma turbina a gás
  • 31. - 23 - 2.3.10 – Instalações combinadas Para cada faixa de velocidades desenvolvidas por um meio naval um tipo de propulsão se apresenta com maior rendimento, tornando-se mais apropriado. Turbinas a gás são excelentes para o desenvolvimento de altas velocidades, porém não são apropriadas para baixas velocidades alem de apresentarem alto consumo para velocidades de cruzeiro quando comparadas aos motores diesel. Como os navios de guerra operam em uma ampla faixa, variando desde baixas velocidades para manobras, velocidades médias para cruzeiro e altas velocidades para operações com aeronaves e ações de guerra anti-submarino, dentre outras, a combinação de mais de um meio de propulsão na mesma instalação, atuando em faixas distintas ou combinados em uma mesma faixa, apresenta-se como uma solução econômica e de melhor performance. . Instalações combinadas utilizadas na MB: Turbina a gás CODOG - (Combinated Diesel or Gas). Tipo de propulsão que combina motores diesel com turbina a gás. Neste arranjo, utilizam- se motores diesel para velocidades até cerca de 18 nós (faixa mais econômica), enquanto a turbina a gás é destinada a manobras rápi- das e altas velocidades. É a propulsão utilizada nas Fragatas classe “Niterói”.
  • 32. - 24 - . Outras instalações combinadas: CODAG - (Combinated Diesel and Gas). Difere do sistema CODOG em regimes de alta pois, neste caso, os motores diesel trabalham em conjunto com as turbinas a gás. É a propulsão uti- lizada nas Corvetas classe “Inhaúma”. COGOG - (Combinated Gas or Gas). Neste tipo de arranjo, dois conjuntos diferentes de turbinas a gás formam o sistema de pro- pulsão do navio. Utiliza-se uma turbina de menor consumo para baixas velocidades e cruzeiro. Em regimes mais altos, as turbinas de menor potência são desacopladas e entram em ação as turbinas de alto rendimento. Na MB é utilizado nas Fragatas da Classe Greenhalgh. COGAG - (Combinated Gas and Gas). Semelhante ao COGOG, mas neste caso os dois tipos de turbina a gás operam conjuntamen- te em altas velocidades. CODLAG - (Combinated Diesel-Electric and Gas Turbine). O CODLAG é um arranjo tipo CODAG acrescido de motores elétri- cos. Nesta combinação busca-se acima de tudo requisitos opera- cionais que demandam níveis de ruídos ultra baixos. Quando o sonar de reboque está em operação, os motores elétricos são acio- nados por geradores diesel, permitindo assim uma baixa veloci- dade e um nível de ruído extremamente reduzido.
  • 33. - 25 - 2.3.11 – Propulsão Diesel-Elétrica A propulsão diesel-elétrica é a normalmente utilizada por submarinos convencionais (não nucleares) constituindo-se de um arranjo composto por motores diesel, geradores, baterias e motores elétricos. Navegando na superfície ou na cota periscópica utilizando “esnorquel”, o submarino pode utilizar o motor diesel para movimentar o gerador que carregará as baterias e acionará o motor elétrico de propulsão. O “esnorquel” permite a admissão de O2 e descarga de CO2 durante o processo de carga das baterias. É uma situação desfavorável para o meio que pode ser facilmente detetado. CODAD - (Combinated Diesel and Diesel). Trabalha de forma semelhante ao COGAG, possuindo um conjunto de motores (geralmente dois) em atividade para baixas velocidades e todo o sistema (geralmente quatro motores) trabalhando para desem- penho máximo. Este sistema possui como vantagem reduzir bas- tante a tubulação, liberando espaço para outros fins (sensores e armamentos, por exemplo). COSAG - (Combinated Steam and Gas). Neste arranjo, a turbina a vapor faz a função do motor a diesel para regimes mais econômi- cos. Em altas velocidades, os dois atuam conjuntamente. É um sistema praticamente extinto e somente alguns poucos navios ob- soletos o utilizam. CONAS - (Combinated Nuclear and Steam). Neste tipo de arranjo um sistema composto por caldeiras alimenta as turbinas a vapor para velocidades de cruzeiro (entre 14 e 17 nós). Num outro ar- ranjo paralelo, reatores nucleares alimentam um outro grupo de turbinas a vapor. Os reatores podem ser desligados e o navio operar somente com as caldeiras. Mas ambos podem ser acionados conjuntamente para obter altas velocidades (acima de 30 nós).
  • 34. - 26 - Quando submerso, o submarino utiliza para propulsão o motor elétrico, acionado pelas baterias. Além de possibilitar o funcionamento da propulsão em um ambiente desprovido de oxigênio para combustão, a propulsão elétrica com baterias proporciona um funcionamento mais silencioso, aumentando a discrição do meio, característica fundamental dos submarinos. Utilizando a propulsão elétrica, o submarino tem sua autonomia limitada pela carga das baterias. Quanto maior a velocidade empregada, mais rápida será a descarga das baterias e menor a autonomia do meio, consequentemente.
  • 35. - 27 - CAPÍTULO 3 COMBATE A INCÊNDIO 3.1 – COMBUSTÃO, TRIÂNGULO E TETRAEDRO DO FOGO 3.1.1 – Combustão Há fogo quando há combustão. A combustão é uma reação química que ocorre com a presença do combustível, do comburente, da temperatura de ignição, com desprendimento de luz e calor. 3.1.2 – Combustível É todo material capaz de entrar em combustão: madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais etc. Dentre as diversas classificações que podemos atribuir aos combustíveis, interessam ao nosso estudo as seguintes: . Quanto ao estado físico: Sólidos (carvão, madeira, pólvora, etc.); Líquidos (gasolina, álcool, éter, óleo de linhaça, etc.) e Gasosos (metano, etano, etileno, butano, etc.). . Quanto à volatilidade: Voláteis: são os combustíveis que, nas condições normais de temperatura e pressão, desprendem vapores capazes de se inflamarem (álcool, éter, benzina, etc.) e Não-voláteis: São os combustíveis que desprendem vapores inflamáveis após aquecimento acima da temperatura ambiente (óleo combustível, óleos lubrificantes, óleo de linhaça, etc.), considerando as condições normais de pressão. . Quanto à presença do comburente: Com comburente (pólvoras, cloratos, nitratos, celulóide e metais combustíveis, tais como: lítio, zircônio, titânio, etc.) e Sem comburente (madeira, papel, tecidos, etc.). 3.1.3 - Comburente É todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-lo entrar em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na natureza. Comburente é o elemento químico que se combina com o combustível, possibilitando a combustão. Na grande maioria dos casos, o comburente é o oxigênio. O oxigênio existe no ar atmosférico em uma quantidade aproximada de 21%.
  • 36. - 28 - Normalmente, não ocorre chama quando a concentração de oxigênio no ar é inferior a 16%. Por isso, o primeiro método básico de extinção de incêndios é o abafamento, que consiste em reduzir a quantidade de oxigênio para abaixo do limite de 16%. 3.1.4 - Temperatura de Ignição É a temperatura necessária para que a reação química ocorra entre o combustível e o comburente, produzindo gases capazes de entrarem em combustão. Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presença do comburente, a partir de determinada temperatura. Ponto de Fulgor: é a temperatura mínima na qual um combustível desprende gases suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não mantendo a combustão. Ponto de Combustão: é a temperatura do combustível, acima da qual, ele desprende gases em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa de calor e continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte. Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente. Retirando-se a temperatura, não teremos fogo. Assim, o segundo método básico de extinção de incêndios é o resfriamento. É o método mais antigo de se apagar incêndios, sendo seu agente universal a água. O resfriamento consiste em reduzirmos a temperatura de um combustível abaixo da temperatura de ignição, ou da região onde seus gases estão concentrados, extinguindo o fogo. Raciocinando com o triângulo do fogo, isto consiste em afastar o lado referente à temperatura de ignição. Com apenas dois lados (combustível e comburente), não há fogo. TRIÂNGULO DO FOGO. A presença de combustível, comburente e temperatura de ignição, necessária ao fogo é representada pelos três lados de um triângulo conhecido com triângulo do fogo. No caso da figura, o lado comburente está sendo afastado, representando a extin- ção pelo método do abafamento. TETRAEDRO DO FOGO. Modernamente, o fenômeno da combus- tão é representado por um tetraedro pela inclusão no triângulo do fogo da “reação em cadeia”. A combustão será interrompida pela retirada de um dos elementos componentes do tetraedro.
  • 37. - 29 - 3.1.5 – Métodos de transmissão de calor Há três métodos de transmissão de calor: Irradiação, Condução e Convecção. O estudo desses métodos permite a visualização de vários fenômenos peculiares aos incêndios, principalmente no que diz respeito a sua propagação. As anteparas e pisos que limitam os compartimentos incendiados atingem temperaturas que ultrapassam a de ignição da maioria dos materiais encontrados a bordo. É por isto que, quando ocorre um incêndio em um compartimento, devem ser inspecionados imediatamente os compartimentos adjacentes, principalmente os que ficam acima. Todo Extinção por resfriamento (método do resfriamento dimi- nuição da temperatura). Cabe ressaltar que somente por resfria- mento podem ser extintos os incêndios de combustíveis que te- nham comburente em sua estrutura íntima (pólvora, celulóide, metais combustíveis, etc.). Esses incêndios não podem ser extintos por abafamento. O método do isolamento consiste na retirada do combus- tível. Irradiação - é a transmissão de calor que se processa sem a necessidade de continuidade mole- cular entre a fonte calorífica e o corpo que recebe calor. É a transmissão de calor que acompanha ge- ralmente a emissão de luz. O caso típico de calor radiante é o calor do Sol. Condução - é a transmissão de calor que se faz de molécula para molécula, através de um mo- vimento vibratório que as anima e permite a comu- nicação de uma para outra.
  • 38. - 30 - material existente nesses compartimentos deve ser retirado ou afastado das anteparas, ao mesmo tempo em que estas devem ser resfriadas, visto que a própria tinta que as reveste se inflama com facilidade. Porções mais frias ocupam o lugar próximo à fonte calorífica, antes ocupado pelas porções que subiram, formando-se assim o regime contínuo das correntes de convecção. Quanto ao aspecto da propagação de incêndios, a convecção pode ser responsável pelo alastramento de incêndios a compartimentos bastante distantes do local de origem do fogo. Em edifícios, este fenômeno se dá através dos poços dos elevadores ou vãos de escadas, atingindo muitos andares acima de onde está ocorrendo o incêndio, especialmente onde houver portas ou janelas abertas que permitam a passagem da coluna ascendente de gases aquecidos. A legislação que rege a construção civil determina que as escadas internas, de acesso aos pavimentos de um prédio, sejam isoladas por portas à prova de fogo, de forma a evitar tais efeitos. Nos navios, essas correntes de convecção ocorrem através dos dutos de ventilação que, por esse motivo, devem ter suas válvulas de interceptação fechadas nas seções que atravessam a área incendiada. Muitas vezes, devido a falta dessa providência, incêndios aparentemente inexplicáveis, longe do foco principal, poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou. 3.1.6 – Combustão espontânea Certos materiais orgânicos, em determinadas circunstâncias, podem, por si só, entrar em combustão. Entre as substâncias mais suscetíveis de combustão espontânea destacam-se a alfafa, o carvão, o óleo de peixe, o óleo de linhaça, os tecidos impregnados de óleo, os vernizes, o óleo de milho, o óleo de semente de algodão, certos fertilizantes orgânicos e inorgânicos, as misturas contendo nitratos e material orgânico, o feno, os pós metálicos, o óleo de pinho, a juta, o sisal, o cânhamo, a madeira e a serragem. Os materiais fibrosos tornam-se particularmente perigosos quando impregnados com óleos animais ou vegetais. Convecção - é o método de transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Consiste na formação de correntes ascendentes no seio da massa fluida, devido ao fenômeno da dilatação e consequente perda de densidade da porção de flui- do mais próximo da fonte calorífica.
  • 39. - 31 - Embora seja um fenômeno pouco falado, a combustão espontânea é mais comum do que se poderia pensar. Ela ocorre frequentemente durante o verão, quando há longos períodos sem chuva, nos terrenos cobertos pelo capim nos morros do Rio de Janeiro. 3.1.7 – Eletricidade estática Eletricidade estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo em relação a outro, geralmente em relação à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é impedir o seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de fazer produzir uma faísca), aterrando-se o equipamento a ela sujeito; isto é, ligando-se a carcaça do equipamento à terra, por meio de um condutor. Quase todos os equipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, a formação de eletricidade estática. A faísca da descarga elétrica, em si, nada de mau apresenta. Apenas, havendo combustíveis ou misturas explosivas nas proximidades, é que se pode temer um sinistro. Por isso mesmo, no transporte e manuseio de líquidos voláteis é que deverão ser tomados maiores cuidados. Antigamente, os caminhões-tanque transportadores desses líquidos levavam correntes na parte traseira que, ao se arrastarem pelo chão, descarregavam a eletricidade estática formada. Modernamente, não se usam mais tais correntes. Antes de ser iniciada a faina de carga ou descarga do líquido, o chassis do caminhão é ligado à terra por um fio metálico. As mangueiras, que descarregam líquidos e gases combustíveis, devem ser dotadas de bocal metálico que, por sua vez, deve ser conectado eletricamente ao tanque receptor antes de ser iniciada a descarga. Evita-se, assim, que a eletricidade estática gerada pelo atrito do fluido com a mangueira possa originar uma centelha entre o bocal e o tanque. 3.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E DOS AGENTES EXTINTORES 3.2.1 – Classificação dos incêndios Com a finalidade de facilitar a seleção dos melhores métodos de combate a um incêndio, optou-se por dividi-los em quatro classes principais, a saber: . Classe “A” são os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam resíduos. São os incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos. . Classe “B” São os que se verificam em líquidos inflamáveis (óleo, querosene, gasolina, tintas, álcool etc.) e também em graxas e gases inflamáveis.
  • 40. - 32 - . Classe “C” São os que se verificam em equipamentos e instalações elétricas, enquanto a energia estiver alimentada. . Classe “D” São os que se verificam em metais (magnésio, titânio e lítio). 3.2.2 – Principais agentes extintores Agente extintor é qualquer material empregado para abafar ou resfriar as chamas, oriundas de uma combustão, proporcionando sua extinção. Os agentes extintores de uso mais difundidos a bordo são: Água; Espuma; CO2; Vapor; Pó Químico; Halon e Solução Aquosa de Carbonato de Potásio (APC). . Água É o agente extintor de uso mais comum, sendo utilizado sob três formas básicas: Jato Sólido, Neblina de Alta Velocidade e Neblina de Baixa Velocidade. O Jato Sólido consiste em um jorro de água, lançado à alta pressão, por meio de um esguicho com orifício circular de descarga. Sob esta forma, a água atinge o material incendiado com violência e penetra fundo em seu interior. É o meio por excelência para a extinção de incêndios classe “A”, onde o material tem de ser bem encharcado de água para garantir a extinção total do fogo e impedir seu ressurgimento. Em alguns casos, como incêndios em colchões e travesseiros, é conveniente que o material seja mergulhado na água garantindo-se, assim, que não permaneçam brasas no seu interior. As neblinas, tanto de alta como de baixa velocidade, consistem no borrifamento da água por meio de pulverizadores especiais. A água, assim aplicada sob a forma de gotículas, tem aumentada, em muito, sua superfície de contacto com o material incendiado, propiciando um rápido decréscimo da temperatura no ambiente em que ocorre o fogo (extinção por resfriamento). As neblinas podem ser utilizadas para auxiliar a extinção de incêndios classe “A”, reduzindo as chamas superficiais e permitindo que as equipes se aproximem mais do foco do incêndio, o que facilitará sua extinção definitiva com jato sólido. As neblinas, na ausência de espuma, são altamente eficientes na extinção de incêndios classe “B”, onde o jato sólido não tem a menor ação extintora; pelo contrário, aumenta o vulto dos incêndios pelo turbilhonamento que provoca no seio do líquido inflamado. A água, especialmente a água salgada, é boa condutora de eletricidade e não deve, portanto, ser utilizada na extinção de incêndios classe “C”. No entanto, na total ausência de agentes extintores adequados, ela poderá ser usada, sob a forma de neblina de alta velocidade, devendo-se manter uma distância de pelo menos dois metros dos equipamentos
  • 41. - 33 - elétricos. Desta forma, são menores os riscos de choque elétrico para o pessoal envolvido na faina. A água, sob qualquer das três formas em que é empregada, extingue incêndios por resfriamento, isto é, diminuindo a temperatura das substâncias abaixo de sua temperatura de ignição. No entanto, quando se joga água sobre uma substância em combustão, parte desta água se transforma em vapor. O vapor, como veremos adiante, tem uma ação de abafamento. Dizemos, então, que a água extingue incêndios principalmente por resfriamento e, secundariamente, por abafamento. . Espuma É um agente extintor específico para incêndios para classe “B”. Na MB há dois tipos de espuma: Química e Mecânica. Ambos os tipos de espuma atuam da mesma forma, flutuando sobre a superfície do líquido inflamado e isolando-o da atmosfera. Espuma Química – Normalmente é encontrada em extintores portáteis. Espuma Mecânica – Empregada para produção de grandes volumes de espuma por meio de equipamentos que misturam proporcionalmente o líquido gerador com ar e água. A água entra com aproximadamente 85% (em peso) na composição da espuma, tendo um efeito secundário na extinção do incêndio. Concluímos então que a espuma extingue o incêndio principalmente por abafamento e, secundariamente, por resfriamento. . CO2 Por ser o CO2 um gás inerte, isto é, um gás que não alimenta a combustão, ele é empregado como agente extintor por abafamento, criando, ao redor do corpo em chamas, uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em oxigênio. O CO2 é também um gás mau condutor de eletricidade e, por isso, é especialmente indicado para incêndios classe “C”. Na Marinha, atualmente, o CO2 é o agente extintor por excelência para extintores portáteis, sendo empregado em incêndios das classes “B” e “C”. . Vapor O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor, por abafamento. Evidentemente, por sua temperatura normalmente elevada, não tem nenhuma ação de resfriamento. Usa-se o vapor para extinguir incêndios classe “B”, principalmente em porões de praças de caldeiras e praças de máquinas de navios a vapor, quando esses incêndios se mostram insensíveis a outros métodos. O uso de vapor obriga ao isolamento do compartimento, que fica inoperante. . Pó químico seco Na MB os três tipos mais utilizados são : Pó Químico Seco (PQS), Bicarbonato de Potássio (PKP) e Pó Seco (MET – L – X).
  • 42. - 34 - Pó Químico Seco (PQS) – É empregado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis, (classe “B”) podendo ser utilizado também em incêndios de equipamentos elétricos energizados (classe “C”). (PKP) – É um agente extintor à base de bicarbonato de potássio, muito eficiente na extinção de incêndios em líquidos inflamáveis em forma pulverizada e em gases inflamáveis, atacando a reação em cadeia necessária para sustentar a combustão. Pode ser utilizado para combater incêndios classe “C”. Em incêndios classe “C”, deixará resíduos de difícil remoção. O PKP pode ser empregado para o combate a incêndio em copas, cozinhas, dutos, fritadeiras e chapas quentes. Pó Seco (MET-L-X) – É empregado exclusivamente no combate a incêndios em metais combustíveis (classe “D”). 3.2.3 – Cuidados com os agentes extintores Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundários sobre o material ou sobre o pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua seleção e emprego, de forma que sejam evitados acidentes, ou que o material venha sofrer danos maiores do que aqueles que já possam haver sofrido pela ação do fogo. . Água Requer providências efetivas quanto ao esgoto. Fainas prolongadas podem causar a redução da reserva de flutuabilidade por excesso de peso da água embarcada, bem como dar origem à formação de superfície livre, banda permanente ou redução de estabilidade por acréscimo de peso alto. Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos frágeis, tais como equipamentos eletrônicos. Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos, principalmente em se tratando de água salgada. Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido, for dirigida sobre o pessoal à curta distância, principalmente se atingir o rosto. Se dirigida sobre equipamentos elétricos energizados, pode causar choque elétrico ao pessoal que guarnece a mangueira. . Espuma Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada contra equipamentos elétricos energizados. Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos elétricos e eletrônicos. Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais. Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.
  • 43. - 35 - . CO2 Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes fechados e sem ventilação. Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olhos, em face de sua baixa temperatura, se dirigido à curta distância sobre o pessoal. A descarga das ampolas de CO2 pode dar origem a formação de cargas de eletricidade estática. Não é indicada, portanto, a utilização das ampolas de CO2 para saturação de ambientes onde existam misturas inflamáveis, mas apenas para combate a incêndios já em evolução. . Agentes em pó Os produtos empregados na sua composição são não-tóxicos. Entretanto a descarga de grandes quantidades pode causar uma dificuldade temporária de respiração, durante e imediatamente após a descarga, podendo também interferir seriamente com a visibilidade. Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos elétricos e eletrônicos. . Vapor Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento. Submete todos os equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada. 3.3 – MEDIDAS PREVENTIVAS Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser definitivamente impedida, especialmente em situações de guerra, é necessário que se adotem providências não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas que venham a atenuá-lo, quando ele for inevitável. Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção naval, enquanto outras se fazem intimamente ligadas à doutrina do Controle de Avarias – CAV, cabendo ao pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento. É de responsabilidade do Encarregado do CAV, dos Encarregados de Divisão, dos Fiéis de CAV de Divisão e do pessoal de serviço – fiéis de CAV e patrulhas – a detecção e correção de irregularidades observadas que venham a apresentar risco de incêndio a bordo. Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir a limitação da presença de materiais combustíveis a bordo, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos para o atendimento de determinadas conveniências ou exigências do serviço, observadas ainda as situações de guerra e de paz.
  • 44. - 36 - As providências de prevenção e limitação de incêndios a bordo, no que diz respeito ao material inflamável, abordadas nas diversas publicações de Controle de Avarias, podem, então, ser resumidas em cinco aspectos básicos: Eliminação do material desnecessário à operação do navio O navio deve ter conhecimento dos riscos decorrentes da existência desse material e de material estranho a bordo, sua localização e das medidas especiais a serem tomadas caso ocorra alguma avaria, confeccionando, para tal, uma lista de inflamáveis. Todo material introduzido a bordo deve ser relacionado e a sua localização informada ao Encarregado do Controle de Avarias – ENCCAV. A faina de preparar o navio para o combate deve prever a utilização dessa lista de inflamáveis, para que estes sejam removidos de bordo, ou sejam reduzidas as suas quantidades. Além das providências padrão previstas nas doutrinas, o comportamento de cada militar de bordo contribuirá para a prevenção de incêndios. Fumo em locais fechados e com materiais típicos de incêndios classe “A” (cobertas, alojamentos e camarotes), “gambiarras” elétricas e circuitos mal estruturados, desleixo com o material da incumbência e falta de organização são exemplos de atitudes que podem contribuir para o início de um incêndio. Como demonstrado acima, tanto um incêndio como seu combate podem ter grande poder destrutivo. É uma sensação bastante desagradável ver o seu trabalho, suas áreas de lazer, seu conforto e o patrimônio da MB serem destruídos por um incêndio. É muito importante a mentalidade de prevenção. 3.4 – O QUE FAZER AO SE DEPARAR COM UM INCÊNDIO Em qualquer circunstância e para incêndios de qualquer proporção, a primeira coisa que o indivíduo deverá fazer, ao constatá-lo, será a disseminação do fato pelo meio mais rápido e eficiente possível que esteja disponível, informando, caso tenha conhecimento, qual a classe do incêndio. A informação deverá chegar ao Oficial de Serviço com brevidade para que este estruture os meios e o pessoal necessários ao combate. Após a disseminação, o militar deverá, caso disponha dos meios e do conhecimento necessário, realizar o primeiro combate. Todo o pessoal que serve a bordo dos navios da MB deve possuir o Curso de Combate a Incêndio e estar familiarizado com todos esses procedimentos.
  • 45. - 37 - CAPÍTULO 4 COMUNICAÇÕES NAVAIS 4.1 – SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES DA MB (SISCOM) Recursos humanos, materiais e tecnológicos disponíveis para emprego nas comunicações da MB, bem como as normas e procedimentos estruturados para regulamentar o exercício dessas atividades. 4.2 – ORGANIZAÇÃO DO SISCOM - Cinco grandes serviços: . Serviço Fixo . Serviço móvel marítimo . Serviço móvel aeronáutico . Serviço móvel terrestre . Serviços Especiais 4.3 – CONCEITOS GERAIS DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES . A eficiência de um Sistema de Comunicações é diretamente influenciada pelos seus utilizadores (Tecnologia e Adestramento). . Modalidades de Comunicações: Voz, texto, dados e imagem. . Meios de Comunicações: Ótico, Acústico, Elétrico e Postal (definição padronizada nas FFAA). Os meios de comunicações são subdivididos em Canais de Comunicações. 4.4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS DO SISCOM . Canais do Meio Ótico: Bandeiras (BA), Semáforas (SE), Holofote (HO), Escote (ES), Heliógrafo (HE), Infravermelho (IV), Artefato Pirotécnico (AP) e Dispositivo Fumígeno (DF). . Canais do Meio Acústico: Apito, Buzina, Sereia e Sino (AC), Megafone (MF), Canhão (CA), Tubo Acústico (TA) e Sinais Submarinos (SS). . Canais do Meio Elétrico: Telégrafo (TG), Teleimpressor (TX), Telefone c/fio (TF), Telefone s/fio (TS), Televisão (TV), Intercomunicador (IT), Radiotelefone (RL), Radiotelevisão (RV), Radiofac-símile (RS) e Radiodados (RD). . Canais do Meio Postal: Mensageiro (MN), Serviço de Correio (SC) e Especial (EP). 4.5 – REQUISITOS DAS COMUNICAÇÕES NAVAIS - Confiança, Segurança, Rapidez, Flexibilidade e Integração.
  • 46. - 38 - . CONFIANÇA - Garantia de que as comunicações expedidas, e somente elas, alcançarão o destinatário (origem identificada e conteúdo preservado). Exigências: certeza da entrega e fidelidade. . SEGURANÇA - Garantia de que as comunicações serão preservadas contra violações ou revelações não desejadas. Exigências: proteção contra a interceptação e proteção contra a revelação de indícios. . RAPIDEZ - Garantia de que as comunicações entre origem e o destinatário ocorra em tempo hábil, de modo a contribuir para o efeito desejado. . FLEXIBILIDADE - Possibilidade real de utilização de meios alternativos que permitam manter os enlaces de comunicações. . INTEGRAÇÃO - Capacidade de um sistema de comunicações poder ter acesso a outros sistemas de interesse e permitir ser acessado por estes. 4.6 – MEIO ÓTICO Emprega a luz para a transmissão de mensagens. Vantagem: Reduz a probabilidade de interceptações não desejadas. Desvantagem: Alcance limitado. 4.6.1 – Canais do Meio Ótico Bandeiras (BA) Semáforas (SE) Holofote (HO) Escote (ES) Heliógrafo (HE) Infravermelho (IV) Artefato Pirotécnico (AP) Dispositivo Fumígeno (DF). . Canal Bandeiras (BA): Canal rápido e seguro para a transmissão de sinais táticos durante o dia. Normalmente, é o meio indicado para execução de manobras simultâneas. . Regimento de Bandeiras: Bandeiras alfabéticas Bandeiras numerais Galhardetes numerais Sinais especiais Substitutas
  • 47. - 39 - . Bandeiras alfabéticas . Bandeiras Numerais
  • 48. - 40 - Códigos utilizados para comunicações no Canal Bandeiras (BA): Código Internacional de Sinais (CIS); e Código Naval Aliado de Sinais (ATP). Principais sinais emitidos por bandeiras no âmbito da MB (ATP): Bandeira ALFA: Significado: Mergulhadores ou equipe de demolição submarina amiga operando nas proximidades. Bandeira BRAVO: Significado: Faina de transferência de cargas perigosas (combustível ou munição). Bandeira CHARLIE: Significado: Afirmativo. Bandeira HOTEL: Significado: Operações aéreas com aeronaves de asas rotativas. Bandeira FOXTROT: Significado: Operações aéreas com aeronaves de asas fixas. Bandeira INDIA: Significado: Atracação a contra bordo. Bandeira MIKE: Significado: Navio no porto = Navio de registro (serviços médicos) Bandeira NOVEMBER: Significado: Navio no porto= ausência de praças SI a bordo. Bandeira OSCAR: Significado: Navio no mar = Homem ao Mar. Bandeira ROMEO: Significado: Navio no porto = Navio de serviço. Navio no mar: Faina de transferência. . Canal Semáforas (SE) Canal do meio ótico que utiliza pequenas bandeiras manuseadas por um militar. Permite trâmite de mensagens noturnas (utilização de lanternas verdes e encarnadas). . Canais Holofote (HO), Escote (ES), Heliógrafo (HE) e Infravermelho (IV). Comunicações por Lampejos. Comunicação através do Código Morse Internacional (únicos canais do SISCOM que utilizam este código). 4.7 – MEIO ELÉTRICO Emprega as ondas eletromagnéticas para a transmissão de mensagens.
  • 49. - 41 - As ondas eletromagnéticas se propagam a 300.000 Km/s. Uma vez que a luz é uma onda eletromagnética, convencionou-se chamar essa velocidade de “velocidade da luz”. 4.7.1 – Divisão do espectro eletromagnético Parâmetros utilizados: Frequência – Grandeza física que expressa número de repetições de um certo evento por uma unidade de tempo. Em um motor a frequência é medida em rpm que significa o número de rotações por minuto. Nas ondas eletromagnéticas, a frequência é medida em hertz (Hz) que significa o número de ciclos da onda por segundo. Período – É o tempo necessário para a execução de um ciclo. A frequência é o inverso do período. Comprimento de onda – É a distância medida entre valores repetidos (ciclos) em um determinado padrão de onda. É representado pela letra grega “λ” (lambda) e calculado dividindo-se a velocidade da luz pela frequência (λ = c/f). Divisão do espectro: VLF: de 3 a 30 Khz (Very Low Frequency) LF: de 30 a 300 Khz (Low Frequency) MF: de 300 a 3.0000 Khz (Medium Frequency) HF: de 3 a 30 Mhz (High Frequency) VHF: de 30 a 300 Mhz (Very High Frequency) UHF: de 300 Mhz a 3 Ghz (Ultra High Frequency) SHF: de 3 a 30 Ghz (Super High Frequency) 4.7.2 – Canais do meio elétrico Telégrafo (TG), Teleimpressor (TX), Telefone c/fio (TF), Telefone s/fio (TS), Televisão (TV), Intercomunicador (IT), Fonoclama (FC), Fac-símile (FS), Dados (DD), Radiotelégrafo (RT), Radioteleimpressor (RI), Radiotelefone (RL), Radiotelevisão (RV), Radiofac-símile (RS) e Radiodados (RD). Os canais do Meio Elétrico mais utilizados na MB são: Radiotelefone (RL); Dados (DD); e Radiodados (RD). . Canal Radiotelefone Muito utilizado na transmissão de mensagens táticas até distâncias limitadas pela potência do equipamento e frequência de operação. Principais faixas de frequência utilizadas na MB: HF, VHF e UHF.
  • 50. - 42 - Nas frequências de HF é possível a cobertura de maiores distâncias devido ao fenômeno da reflexão ionosférica. As frequências de VHF e UHF são direcionais e, normalmente, seu alcance é o horizonte visual. . Canal Dados Mais utilizado pelo Serviço Fixo (Programa de correio eletrônico Lotus Notes). Dois circuitos: 101A= ligação por linha telefônica no modo assíncrono 102 = ligação direta (Inet) ou por linha telefônica no modo ADSL (Automatic Digital Subscribles Line). . Canal Radiodados Muito utilizado nas comunicações Terra-Bordo (e vice-versa) no Serviço Móvel Marítimo. Também é utilizado nas comunicações táticas entre navios operando em um Grupo-Tarefa. Pode trafegar em velocidades alta e baixa de transmissão de dados. Utilizações na MB: HF dados de baixa velocidade. HF dados de alta velocidade. Gateway HF. Rede Tática de Dados - RTD (UHF). . Comunicações por satélites Modalidades de Comunicações possíveis: Voz (RL) Dados (RD) Imagem (Videoconferência) Sistemas utilizados na MB: Iridium Inmarsat Sistema de Comunicações Militares por Satélites (SISCOMIS) SISCOMIS: Sistema gerenciado pelo Ministério da Defesa. Utiliza os satélites BRASILSAT e Star One. Voz, Dados e Videoconferência.
  • 51. - 43 - CAPÍTULO 5 ETIQUETA SOCIAL II 5.1 – INTRODUÇÃO Etiqueta, boas maneiras e postura são quesitos aprimorados ao longo da vida. Porém, a base de tudo é a educação. Educação que nos é ensinada desde tenra idade. Nada é muito novo: respeitar as pessoas para ser respeitado, lembrar dos limites, ser gentil, ser agradável numa conversa, fazer o melhor possível, ouvir mais em vez de falar e tantas outras demonstrações pertinentes a uma pessoa educada. Nada disso é difícil de se fazer. O conhecimento e a prática proverão a espontaneidade aliada à correção de atitudes, causando em você uma sensação de confiança tanto na presença de seus superiores, como na de seus pares e subordinados. Este capítulo revisa alguns princípios estudados no primeiro ano escolar assim como complementa o assunto com novas informações. 5.2 – USO DO TELEFONE 5.2.1 – LIGAÇÕES TELEFÔNICAS Ao ser informado de uma ligação telefônica de um superior hierárquico, apresse-se para atendê-lo, não deixe o mais antigo aguardando na linha. Nunca designe outro militar para ligar para alguém mais antigo que você e então passar-lhe a ligação. É o tipo de situação que somente cabe do mais antigo para o mais moderno. 5.2.2 – TELEFONE CELULAR O uso do telefone celular se tornou tão comum nos dias de hoje que não é muito difícil nos descuidarmos de normas básicas de educação ao usá-lo. Mas devemos nos esforçar para não incorrermos em uma situação desrespeitosa, principalmente no ambiente profissional militar. No dia-a-dia, no ambiente de trabalho ou nos momentos de recreação, o celular poderá ficar em sua condição normal de operação e com o toque de chamada em um volume proporcional ao ruído ambiental e ao conforto das pessoas presentes. Evite toques extravagantes e muito ruidosos, sem harmonia. Na presença de outra pessoa ou de um grupo, participando ou não da conversa, caso o celular toque, peça licença para atendê-lo e procure ser breve, voltando logo a dar atenção à pessoa presente ou ao grupo. Em conversa ou despachando com um superior hierárquico, caso o celular toque, peça permissão para atendê-lo. Seja muito breve, explique que você está ocupado e que ligará
  • 52. - 44 - depois. Se o assunto ao telefone for relacionado ao serviço e ao superior hierárquico presente, peça uma pequena pausa a quem está no telefone e avise ao superior quem está ligando e qual o assunto tratado. Então, retorne à conversação ao celular. Se for uma emergência, tente explicar ao superior o que está ocorrendo. Ao adentrar à sala do Comandante da OM ou de uma autoridade que você não conhece, desligue o celular ou coloque-o em um perfil totalmente silencioso. Em ocasiões formais, desligue o celular ou coloque-o em um perfil totalmente silencioso. Entende-se por ocasiões formais: reuniões de trabalho, paradas, cerimônias, palestras, aulas, visitas a outras OM, audiências e outras ocasiões que não se caracterizam como “dia-a-dia do ambiente de trabalho”. Dica: Na dúvida, mantenha seu celular silencioso. 5.3 – COMPORTAMENTO E PROCEDIMENTOS 5.3.1 – LINGUAJAR NO AMBIENTE DE TRABALHO Todos devem tratar-se mutuamente com respeito e polidez, e com atenção e justiça os subordinados (OGSA – Art. 4.1.13 – Respeito mútuo). No dia-a-dia do trabalho, evite o linguajar chulo com o uso de palavras de baixo calão. Este comportamento poderá não ser percebido por ninguém, porém, o comportamento oposto com o uso comum de linguajar vulgar certamente o classificará como pessoa de poucos princípios. Em hipótese alguma use linguajar vulgar em ocasiões formais (já definidas no item 5.2.2). Uma boa dica é praticar. Evite palavras de baixo calão mesmo nos ambientes descontraídos, na companhia de colegas de turma. Esse procedimento o ajudará a criar o bom hábito do linguajar educado. 5.3.2 – CUMPRIMENTO DE HORÁRIO Assim como sua educação no linguajar pode nunca ser percebida, cumprir sempre a hora marcada para os eventos pode se enquadrar nessa mesma indiferença. Não importa. Pelo princípio da Disciplina Consciente, você é disciplinado não para cumprir as normas, agradar as pessoas ou por temer uma punição e sim pelo fato de você querer ser disciplinado, se sentir bem com esse comportamento, conduzir-se de maneira correta espontaneamente. Por outro lado, se você descumprir o horário marcado, certamente será notado. Caso circunstâncias insuperáveis venham a impor um atraso, não deixe de se desculpar com uma breve explanação do ocorrido.
  • 53. - 45 - 5.3.3 – APERTO DE MÃO O cumprimento entre militares é a continência que será prestada pelo mais moderno e respondida pelo mais antigo. O mais antigo poderá estender a mão para cumprimentar o mais moderno e nunca o contrário. O mais moderno responderá ao cumprimento apertando a mão do mais antigo. 5.3.4 – PALESTRAS E REUNIÕES E CERIMÔNIAS Em ambientes militares observe antes: . se existem mais antigos sentados. . se é permitido sentar no momento. . se existem mais antigos em pé a procura de assentos. . onde se localiza seu círculo hierárquico. . se for servido qualquer tipo de alimento, verifique se o mais antigo presente já se serviu. Nunca se sirva antes de o mais antigo presente “dar a partida”, mesmo se for a você oferecido. 5.3.5 – VISITA A ORGANIZAÇÕES MILITARES Se você for visitar uma Organização Militar (OM), ligue com antecedência para verificar a possibilidade da visita, se o dia e a hora são apropriados, se a OM tem alguma solenidade, qual o uniforme adequado e se os oficiais estão disponíveis para atendê-lo. Ao chegar a uma OM apresente-se sempre ao Imediato. Evite chegar no horário do cerimonial à Bandeira e no início do expediente quando o Comandante da OM é recebido e, normalmente, faz seu primeiro despacho com o Imediato e os Oficiais. 5.4 – FESTAS 5.4.1 – REUNIÕES FESTIVAS OFICIAIS Qualquer reunião festiva organizada por militares, que nela comparecem fardados, com o conhecimento de sua organização militar caracteriza-se como um evento oficial. Nesta classificação enquadram-se, por exemplo, o Baile da Integração e outras festas organizadas pela SAG. Como tradição secular, os Homens do Mar são reconhecidos por sua fidalguia. Não no sentido de possuir algum título de nobreza, mas por serem educados, cavalheiros, generosos e honrados. Nobres de espírito. É com essa visão específica que a sociedade civil irá reconhecê-lo, são essas características que as pessoas esperarão de você ao saberem que és Marinheiro.
  • 54. - 46 - Em uma festa oficial, fardado, com a presença de vários civis, o militar estará representando a Marinha com uma intensidade tão grande quanto a expectativa dos convidados de participarem de um evento de alto padrão, com pessoas exemplares. Os organizadores de um evento oficial deverão ter uma preocupação muito grande com todos os detalhes, com tudo que ocorrerá no evento. 5.4.2 – A MÚSICA Um ponto crucial a ser considerado em um evento festivo oficial é a música. Por mais que possa estar “na moda”, músicas cujas letras fazem apologia a coisas ilegais ou com conotação sexual estão muito distantes do que se espera de um evento social naval pois estão muito distantes dos preceitos da nossa Ética (Estatuto dos Militares). São efetivamente proibidas. Cumprida a exigência acima citada, qualquer ritmo é aceitável desde que o ambiente seja propício e o ritmo seja adequado à faixa etária dos presentes. Faz-se necessário o uso do bom senso. Todos nós militares sabemos das necessidades de diversão dos jovens nautas e das obrigações que temos para com a nossa Marinha. O segredo está no equilíbrio. 5.4.3 – A DANÇA Outro aspecto importante é a dança. O militar fardado, representando a Marinha evitará os excessos, por mais que o seu par o esteja provocando. Lembre-se! Os convidados receberão toda a nossa atenção, mas deverão se adequar ao nosso ambiente. 5.4.4 – O UNIFORME O uniforme não pode ser desconfigurado em nenhuma ocasião. Desabotoar a camisa, afrouxar a gravata, misturar peças de roupas civis com seu uniforme, emprestar partes do seu uniforme para serem misturadas com roupas civis, emprestar o boné para a namorada tirar fotografia são exemplos de comportamentos incompatíveis com a disciplina militar. 5.5 – PROCEDIMENTOS À MESA 5.5.1 – POSTURA E COMPORTAMENTO À MESA (REVISÃO) A maneira como você se senta e se coloca à mesa torna-se um fator diferencial de civilidade. Manter o corpo nem muito próximo nem afastado da borda da mesa é a postura correta ao sentar. As mãos ficam colocadas sobre a mesa, com os braços apoiados e não os cotovelos. As costas apoiam-se levemente no encosto da cadeira. Você deve se inclinar ligeiramente e não se curvar em direção ao prato. Os cotovelos devem permanecer junto ao corpo sem bater nos vizinhos da mesa. As pernas devem se comportar, não devem bater nas outras pessoas, ficarem esticadas ou balançando. Se precisar de algo que esteja fora do
  • 55. - 47 - seu alcance peça gentilmente. Gestos expansivos na mesa não são de bom tom, dedos levantados ao levantar xícaras são inaceitáveis e assuntos íntimos não devem ser tratados. Dê atenção a todos os vizinhos na mesa, mantendo uma conversa sadia e agradável. Desculpe-se quando cometer algum erro, deslize ou indelicadeza, porém sem exageros, sem valorizar muito o erro cometido. O comportamento ao comer é um teste infalível do grau de civilidade de uma pessoa, pois o manuseio com os talheres e a postura durante uma refeição falam mais que palavras. A naturalidade e espontaneidade nas atitudes transmitem confiança tornando o ambiente mais descontraído e aprazível. 5.5.2 – USO DO GUARDANAPO (REVISÃO) O guardanapo cumpre uma função importante durante toda a refeição e também qualifica o evento. Não se deve ter medo de sujar o guardanapo, mas devemos saber utilizá-lo. Quando o guardanapo estiver preso deve ser retirado do porta guardanapo que estará à esquerda do prato, próximo dos talheres. Quando dentro do guardanapo vier uma bolsinha com os talheres, você deve retirar os talheres colocando-os a sua direita e procedendo da mesma forma. Ao sentar, a primeira coisa que se faz é colocar o guardanapo no colo. Se precisar levantar da mesa durante a refeição, lembre-se de colocar o guardanapo sobre a toalha, à esquerda do prato, sem dobrá-lo. Ao fim da refeição, após o cafezinho, faça o mesmo. Sempre, antes de beber, deve-se limpar a boca cuidadosamente. O mesmo procedimento após beber e retornar a comer. Há um motivo para isto: para não deixar manchas no copo e para não pingar ou escorrer líquido na refeição. 5.5.3 – DISPOSIÇÃO E USO DOS TALHERES, PRATOS E COPOS (REVISÃO) Uma refeição completa compreende vários pratos e esta é a razão de tantos talheres. A ordem dos talheres e dos copos é a mesma em que os pratos serão servidos: os primeiros talheres a serem usados são os mais afastados do prato, à direita e à esquerda. A colher é usada para sopa. A faca e o garfo mais externos serão para o primeiro prato, geralmente uma carne branca como peixe ou frango. Se for peixe, esse jogo de talheres será trocado pelo que é próprio para comer peixe. A faca e o garfo mais próximos do prato são para o prato principal, e o jogo acima do prato são os talheres adequados à sobremesa; a pequena faca para passar manteiga fica sobre a borda do pratinho de pão. Os demais utensílios são o guardanapo e as taças. A taça a de pé maior para água, a taça de pé menor para o vinho branco que, geralmente, acompanha o primeiro prato e a taça média para o vinho tinto que geralmente acompanha o prato principal.
  • 56. - 48 - O prato de serviço ou sous-plat (pronúncia “suplá”) é um prato que fica sob os pratos de refeição e funciona como uma bandeja para esses pratos. Sobre ele é colocado o prato de sopa e, na sequência, o primeiro prato e o prato principal. É removido junto com este último, antes da sobremesa. A taça da sobremesa terá seu próprio prato de serviço por baixo. Neste caso, a colher, ao final, é deixada sobre esse prato de serviço e não na taça em que a sobremesa foi servida. Raramente será usada faca para a sobremesa. Variações para esse esquema são comuns substituindo-se a sopa por uma pequena salada de entrada e retirando-se o primeiro prato, passando-se diretamente ao prato principal. Arrumação da mesa para uma refeição completa. 1 – “Sous-plat” 9 – Prato para pão 2 – Prato principal 10 – Faca para pão 3 – Prato para sopa 11 – Talheres para sobremesa 4 – Garfo para peixe 12 – Taça para água 5 – Garfo para o prato principal 13 – Taça para vinho tinto 6 – Faca para o prato principal 14 – Taça para vinho branco 7 – Faca para peixe 15 - Guardanapo 8 – Colher para sopa
  • 57. - 49 - Posição de repouso dos talheres durante a refeição. Posição de repouso dos talheres ao final da refeição.
  • 58. - 50 - 5.5.4 – COMO COMER CERTOS ALIMENTOS . Aspargos Quando frescos, são servidos ao molho de manteiga e comidos com a mão. Pega-se o aspargo pela extremidade mais rija e come-se a parte terna, deixando num canto do prato a região fibrosa. Existem pinças específicas para comer aspargos, mas é raro encontra-las num serviço. . Alcachofras São servidas quentes com molho ou frias ao vinagrete. Come-se com a mão e com talheres. Só se come a parte mais mole, mais macia. Com os dedos, retire as folhas, uma a uma, mergulhando a extremidade mais tenra no molho. A parte descartável fica no canto do prato. Quando você estiver perto do centro da alcachofra, repare que as folhas vão ficando menores. Retire-as delicadamente com o garfo, de maneira a deixar exposta a parte mais gostosa, que é o coração, que se deve saborear com a ajuda de garfo e faca. . Alface Não se corta a folha. Usa-se a faca para ajudar a dobrar a folha sobre o garfo. Algumas pessoas preferem servir as folhas já cortadas, ou rasgadas para evitar desconforto. . Azeitonas Numa mesa de classe, elas são servidas sem caroço. Existe um aparelho especifico para fazer a remoção dos caroços. Em todo caso, se não houve esse cuidado por parte da anfitriã, coma a azeitona e, ao dispensar o caroço, faça-o na sua mão em concha, junto a boca. Coloque o caroço no canto do prato. . Batatas As batatas chips podem ser comidas com as mãos. Batatas cozidas, fritas sauté e coradas, devem ser comidas com o garfo. . Caranguejo Com os dedos, remova as patinhas e sugue, o mais silenciosamente possível, a carne. Se houver um garfinho de ostra, use-o para retirar a carne debaixo da casca. Coloque um pouco de molho e leve o pedaço a boca usando o mesmo talher. O restante da carne deve ser retirada com as mãos e colocando no prato, onde é dividido em porções, para que se coma usando os dedos e o garfinho. . Casquinha de siri É em geral servida em concha, sobre um prato de sobremesa. Firme a casquinha no prato com a mão esquerda e, com o garfo na mão direita, retire a carne e coma aos poucos.
  • 59. - 51 - . Couvert Na maior parte das vezes os restaurantes servem tirinhas de cenoura, talos de salmão, rabanetes, azeitonas, picles. Todos devem ser comidos com o auxilio das mãos. . Caviar Deve ser servido gelado, num recipiente de vidro, sobre um suporte de metal, onde se coloca gelo picado. Come-se caviar sobre uma torradinha como se fosse patê, ou sobre uma pequena panqueca. Pode vir acompanhado de ovo cozido e cebola ralada, dispostos em pratinhos. . Ervilhas Segure o garfo na mão esquerda, com a parte côncava para baixo: com a faca vá colocando as ervilhas sobre ele. Se achar mais fácil, prense as ervilhas com a faca de encontro aos dentes do talher, com a parte côncava para cima. O primeiro sistema é considerado melhor. . Escargot Esse costuma ser o terror das mesas. É um molusco que vem sendo aos poucos incorporado aos cardápios mais requintados. Pode ser servido como entrada, dentro da própria concha ou numa concha de porcelana, com o formato de caracol. Fixe a concha com a pinça apropriada e, com a outra mão, retire o escargot usando o garfinho especial. Se quiser, saboreie o molho que ficou no prato embebendo-o em pedaços de pão. . Fondue É um serviço informal, já que todos comem na panela. No de queijo , espeta-se o pedaço de pão, que já deve estar cortado, num garfinho de haste longa, e mergulha-se o pão no queijo fundido, fumegante. Cada garfinho possui uma cor diferente para que cada pessoa saiba qual é o seu. O pão embebido de queijo fundido deve ser levado ao pratinho à frente do conviva e comido com dois talheres. O garfo comprido não deve ser levado a boca. O mesmo se faz com o foudue de carne, usando o garfo longo para espetar a carne e deixa-la fritando na panela com óleo quente. Depois que seu pedaço de carne já estiver frito, leve-o até o seu prato, envolva-o nos molhos picantes e coma-os usando garfo e faca. Faça assim também com pedaços de frutas no fondue de chocolate. . Frango Não se come com as mãos, por mais descontraída que seja a mesa. Usa-se garfo e faca. Em ultimo caso, observe como os outros estão comendo. Se estiverem usando as mãos para comer coxas e asas, faça o mesmo, tomando o cuidado de usar um guardanapinho de papel para segurar os pedaços que escolher. A exceção cabe ao frango a passarinho, que deve ser comido com o auxilio das mãos.
  • 60. - 52 - . Lagosta Em mesas formais, ela geralmente não é servida na casca, quando só pode ser comida com as mãos, o garfinho de ostras é uma espécie de alicate ou quebra nozes. Nos bons restaurantes, fornece-se um babador de papel para proteger a roupa e ao final, traz-se a lavanda. Para comer a lagosta com casca você deve pega-la com a mão esquerda e, com a direita, retire os tentáculos. Parta a lagosta ao meio, com as mão e destaque a cauda do corpo, puxando-a com os dedos. Use o mesmo procedimento pare as patinhas ou use o alicate para partir as articulações. Sugue a carne silenciosamente. Coma a carne usando o garfo para auxiliá-lo. Despreze a parte esverdeada. . Massa Enrole a massa no garfo, apoiando-o no prato, de maneira que a massa vá absorvendo o molho. Nunca corte a massa. . Milho Geralmente come-se milho com as mãos, segurando as duas extremidades. Entretanto, são muito mais práticos estiletes de metal ou de plástico descartáveis, especialmente fabricados para isso. . Mexilhões Quando servidos em suas conchas, são comidos com um garfo especial. Pegue a concha com a mão esquerda e, com a faca na mão direita, abra cuidadosamente a concha e retire o mexilhão com o garfo. . Ostras Se servidas fora das conchas, devem ser comidas com talher de peixe. Se vem servidas dentro das conchas, sobre gelo picado, devem ser abertas com a mão, e comidas com ajuda de um garfo especial, depois de temperadas com limão. . Pão O pãozinho do couvert deve ser sempre partido com as mãos aos poucos. Usa-se faquinha para passar manteiga ou pastas. . Pastas Pode apresentar-se de várias formas, inclusive para ser comido com o garfo. O mais comum é que venha numa consistência que permitam que se untem os pedaços de pão, biscoito ou torrada com ele. Use a faca apropriada, em geral é bem menor que a faca normal. . Queijos Corte pedaços pequenos e coma-os sobre torradas ou nacos de pão, com a mão. Uma tábua de queijos bem servida, traz primeiro os queijos mais leves e depois os mais temperados.
  • 61. - 53 - . Rã Se for servida como petisco, é comida com as mãos. Na refeição principal, exige o uso de garfo e faca. . Saladas No caso de salada de legumes, use somente o garfo, a menos que os legumes estejam cozidos ou venham em pedaços muito grandes. . Abacate Geralmente é servido sob a forma de creme, em taças. Se for servido inteiro é necessário usar garfo e faca. Parta a fruta no meio com a casca e tire o caroço, coloque açúcar por cima e o coma. Como entrada, a fruta é servida em fatias. . Abacaxi Deve ser servido descascado em rodelas. Use o garfo e a faca para come-las e deixe o centro no canto do prato. . Ameixas As pequenas são comidas com as mãos seguradas pelo cabinho. As grandes devem ser cortadas em duas partes, usando garfo e faca. . Banana As bananas são servidas inteiras com casca, para que quem vai comer a fruta a descasque. Se quiser usar garfo e faca, corte as duas extremidades, faça um corte longitudinal e descasque a banana com os dois talheres. Corte-a em rodelas uma de cada vez e coma-as com auxilio do garfo. . Caju Quando grandes, devem ser cortados em pedaços para comê-los. Os pequenos são comidos sem a ajuda dos talheres segurando-o pela castanha. Não se descasca o caju. O bagaço deve ser devolvido ao prato com a ajuda da mão em concha. . Caqui Corta-se ao meio com a faca. Come-se a polpa usando a colher de sobremesa. As sementes devem ser depositadas na extremidade do prato coma a ajuda da colher. . Cerejas São comidas com as mãos, a menos que venham servidas em creme. Nesse caso, use a colher de sobremesa.
  • 62. - 54 - . Figo Corte-o em duas ou quatro partes, depois de ter separado as extremidades. Se for partido ao meio deve ser comido com o auxilio de uma colher de sobremesa. Se a fruta for muito grande, parta-a em quatro pedaços com garfo e com a faca, separe a polpa da casca e coma com o garfo. . Goiaba Descasque a fruta com a ajuda do garfo e da faca, em seguida corte-a em pedaços e coma com o garfo. . Kiwi Deve ser descascado com auxilio de garfo e faca. Come-se em pedaços com o garfo. . Laranja É servida descascada, mas se não vier, use o garfo e a faca para descascá-la da seguinte maneira: Corte a parte superior e inferior da fruta, em seguida, espete o garfo no alto da fruta, fixe-a no prato e vá descascando de cima para baixo. Depois a coma em pedaços, a medida que forem sendo cortados. O bagaço e as sementes devem ser devolvidos ao prato, com a ajuda da mão em concha. . Maça e Pêra Divida a fruta em quartos, usando garfo e faca. Em seguida volte o garfo para baixo, espete um dos quartos com a mão esquerda e mantenha-o um pouco acima do prato, para que seja mais fácil descasca-lo. Depois de descascar a fruta, corte-a em pedaços e coma-o um a um, conforme forem sendo cortados. . Mamão, melão e melancia Devem sempre ser servidos em fatias, com ou sem a casca. Se vierem com casca, use o garfo e a faca para separar a polpa. Coma com garfo e faca, a medida que forem sendo cortados os pedaços de cada fatia. . Manga São servidas descascadas em cortadas em fatias. Caso sejam servidas inteiras, corte dos quatro lados do caroço, firme a fruta no prato e raspe o restante da polpa. Coma com garfo de sobremesa. . Mexirica e tangerina Devem ser comidas com as mãos. O correto é servi-las de preferência com os gomos já soltos.
  • 63. - 55 - . Morangos Os mais graúdos pedem garfo e colher, para não escorregarem do prato. Coma os pequenos, usando as mãos, somente se eles vierem com os cabinhos. Se vierem acompanhados com creme, coma-os com a colher de sobremesa. . Pêssego Descasque a fruta, usando garfo e faca. Corte aos pedaços ao redor do caroço, a medida que os for cortando. . Uvas Devem ser destacadas do cacho e levadas a boca uma de cada vez. Faça uma concha com a mão para depositar as sementes.
  • 64. - 56 - CAPÍTULO 6 HIGIENE E PRIMEIROS SOCORROS 6.1 – IDENTIFICAÇÃO DAS FORMAS DE RELACIONAMENTO SEXUAL 6.1.1 – O APARELHO GENITAL MASCULINO Antes de abordarmos as formas de relacionamento sexual, é importante termos noção dos nomes de determinadas estruturas do aparelho genital, tanto masculino quanto feminino. No que diz respeito ao aparelho genital masculino, devemos destacar as seguintes estruturas: . Pênis – estrutura de forma cilíndrica, que é composta de esponjas. Quando há um estímulo, essas esponjas se enchem de sangue, tornando o pênis ereto. A ponta do pênis, formada por um tecido diferente, chama-se glande e possui um pequeno orifício, denominado meato uretral, por onde se dá a saída de urina e sêmen. Ao nascer, o homem apresenta uma pele que recobre a glande, o chamado prepúcio. . Bolsa escrotal – bolsa de pele onde estão contidas as gônadas (glândulas reprodutoras masculinas), que recebem o nome de testículos. Neles são produzidos os espermatozóides, células responsáveis pela fecundação (união com o óvulo) e formação de uma nova vida. Dos testículos saem canais que levam os espermatozóides até o meio externo, chamados epidídimo e canais deferentes. Esses canais desembocam na uretra, e daí para o exterior. . Próstata – é uma glândula que forma o líquido seminal, que nutre e transporta os espermatozóides. Ela fica localizada na base do pênis, por baixo da bexiga. Algumas expressões merecem destaque quando falamos sobre o aparelho genital masculino: . Varicocele – dilatação dos vasos da bolsa escrotal. Pode provocar dor, edema (inchação) e infertilidade. . Vasectomia – ligadura do canal deferente para esterilização do homem. Não torna o indivíduo impotente. Conceitos e palavras muito citadas mas que podem provocar dúvidas: . Ereção – levantamento e enrijecimento do pênis. É produzida pela entrada de sangue no tecido esponjoso que compõe o órgão. . Ejaculação – expulsão de um jato de esperma pelo pênis. . Impotência – incapacidade para o coito. O problema está geralmente na ereção. . Infertilidade – incapacidade para a reprodução. O problema está geralmente no esperma. . Fimose – é o aperto do prepúcio, impedindo a saída da glande.
  • 65. - 57 - . Esmegma – secreção malcheirosa que se forma na genitália. É mais frequente nos indivíduos com fimose. A má higiene causa seu acúmulo. Pode causar câncer no pênis. 6.1.2 – O APARELHO GENITAL FEMININO A mulher apresenta, bem definidas, uma genitália externa e uma genitália interna. . Genitália Externa: É formada pela vulva, conjunto de estruturas externas do aparelho genital feminino. A vulva, por sua vez é composta do clitóris (o correspondente da glande masculina), grandes e pequenos lábios, que protegem a uretra (saída da urina) e a vagina (saída do aparelho genital feminino). É importante notar que na mulher, as saídas do aparelho urinário e genital são diferentes, no homem esta saída é única (pela uretra). . Genitália Interna: É formada pelos ovários, as gônadas femininas, que produzem hormônios e óvulos. As trompas situam-se bem próximas aos ovários e servem para transportar os óvulos até o útero. O útero é o local onde se faz a união do óvulo com o espermatozóide e, a partir daí, se forma o embrião. O útero abre-se inferiormente na vagina, que é um canal muscular por onde o pênis penetra para depositar o esperma. A Ligadura de trompas é um método onde as trompas são amarradas e cortadas de modo a impedir que a mulher engravide (esterilização feminina). Como no caso do aparelho genital masculino, alguns conceitos também são importantes quando abordamos o aparelho genital feminino: . Frigidez – ausência de desejo ou prazer sexual. Pode ser de natureza psicológica ou ter alguma causa orgânica. . Infertilidade – incapacidade de procriar. . Menstruação – perda de sangue de origem uterina, com ciclos de aproximadamente 4 semanas. . Ponto G – ponto de tecido sensível na parede anterior da vagina e, assim como o clitóris, sua estimulação proporciona prazer na mulher. 6.1.3 – FORMAS DE RELACIONAMENTO SEXUAL Existem várias formas de relacionamento sexual, que vão variar de acordo com os órgãos utilizados para o relacionamento e o sexo dos parceiros. Quanto aos órgãos utilizados na relação, podemos citar algumas formas de relacionamento sexual: Sexo vaginal – é a penetração do pênis na vagina.
  • 66. - 58 - Sexo anal – é a penetração do pênis no ânus. Pelo fato do ânus fazer parte originariamente do aparelho digestivo, não apresenta lubrificação natural adequada para a penetração e pode haver lesão anal. Sexo oral – que pode ser classificado em três tipos, dependendo do órgão estimulado. cunilingus – estimulação da vulva com a boca; anilingus – estimulação do ânus com a boca; felação – estimulação do pênis com a boca. Masturbação – é o ato de provocar o orgasmo pela fricção da mão, outra parte do corpo não citada acima, ou instrumentos. Algumas formas de relacionamento sexual são consideradas patológicas, sendo denominadas “taras”. Exemplos: Pedofilia (relação sexual com crianças, enquadrada como crime), sadomasoquismo (relação sexual onde o prazer só é obtido por meio de dor), bestialidade (relação sexual com animais), necrofilia (relação sexual com cadáver). Devemos ainda relembrar que a preferência sexual dos indivíduos pode colocá-los em três grupos principais: Heterossexuais – mantêm relações sexuais com parceiros do sexo oposto; Homossexuais – mantêm relações sexuais com parceiros do mesmo sexo: Bissexuais – mantêm relações sexuais com parceiros de ambos os sexos. 6.2 – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) Com as mudanças culturais e comportamentais que estamos experimentando, e a consequente liberação dos hábitos sexuais, é de fundamental importância que não só os profissionais de saúde como os leigos tenham acesso às informações sobre as doenças sexualmente transmissíveis para possibilitar não só a prevenção, como o reconhecimento precoce destas moléstias (nas fases iniciais). Desta forma, apresenta-se a seguir, um resumo das principais doenças sexualmente transmissíveis, seja pela sua frequência, seja por sua gravidade. 6.2.1 – GONORRÉIA É uma doença provocada pela bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae, e causa principalmente um quadro de uretrite, que se caracteriza por um corrimento amarelado (como o pus), ardência e desconforto ao urinar. Caso não seja tratada, pode causar inflamação nos órgãos genitais internos (próstata e testículo no homem, trompas e ovários na mulher). O tratamento é realizado à base de antibióticos.
  • 67. - 59 - 6.2.2 – SÍFILIS É uma doença provocada pela bactéria Treponema pallidum, que causa inicialmente uma ferida no ponto de penetração do germe. Esta ferida (também chamada de cancro) pode se localizar em qualquer área que entre em contato com o parceiro contaminado (pênis, bolsa escrotal, vulva, boca, dedos e outros). A ferida é uma úlcera que não dói, não tem pus no fundo e pode fechar sem tratamento, dando a falsa impressão de cura espontânea. Depois deste período de falsa cura, surgem manchas rosadas pelo corpo e placas em regiões úmidas (os condilomas planos). Se a doença não for tratada, pode atingir os órgãos internos, como por exemplo, o cérebro e a medula espinhal. O tratamento é feito com antibióticos. 6.2.3 – CANCRO MOLE É uma doença provocada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que causa uma ferida dolorosa, com pus no fundo, e pode haver “íngua” na virilha. Esta “íngua” pode dar saída a pus. O tratamento é feito à base de antibióticos. 6.2.4 – LINFOGRANULOMA VENÉREO É uma doença provocada por um germe chamado Chlamydia trachomatis, que causa inicialmente uma pequena ferida no local da entrada da clamídia, que evolui para um grande nódulo na virilha, que dá saída a grande quantidade de pus, por vários orifícios. O tratamento é feito à base de antibióticos. 6.2.5 – DONOVANOSE É uma doença provocada por uma bactéria de nome Calymmatobacterium granulomatis, que causa inicialmente nódulos sem dor e estes nódulos evoluem para uma ferida que se espalha por todo o períneo (área entre as pernas). O tratamento é feito à base de antibióticos por tempo prolongado. 6.2.6 – CANDIDÍASE É uma doença provocada por um fungo chamado Candida albicans, e causa, na mulher, um corrimento branco e muito prurido (coceira). No homem, este fungo causa principalmente balanite, que é a vermelhidão e coceira ao redor da glande. O tratamento é feito com produtos antimicóticos, sob a forma de cremes (que são aplicados no local da lesão) ou comprimidos. 6.2.7 – CONDILOMA ACUMINADO É uma doença provocada por um virus chamado “Papova virus” e causa a chamada “crista- de-galo”, um conjunto de verrugas pontudas, altamente contagiosas, que surgem nas junções entre a pele e a mucosa (pode atingir portanto os órgãos genitais ou até a cavidade oral, dependendo do tipo de relação sexual). A doença é tão contagiosa que nas gestantes
  • 68. - 60 - que apresentam condiloma, os médicos fazem cesariana para que a criança não seja contaminada ao tocar nas lesões das mães. O tratamento é feito por cauterização (com bisturi elétrico) ou uso de ácidos no local. 6.2.8 – HERPES GENITAL É uma doença provocada por um virus chamado “Herpesvirus hominis”, e causa lesões do tipo pequenas bolhas agrupadas na mucosa dos órgãos genitais e ardência no local. Essas bolhas se rompem dando saída a um líquido que contamina outros locais num mesmo indivíduo ou os parceiros. A doença é considerada incurável, pois mesmo após o fim de uma crise de herpes, os virus ficam ocultos no corpo para ressurgirem em outra ocasião. Durante as crises, utilizamos cremes antivirais para diminuir a ardência, o tamanho e a duração das lesões. 6.2.9 – ESCABIOSE É uma doença causada pelo Sarcoptes scabiei, um ácaro que tem preferência por habitar a região pubiana, perfurando a pele e provocando coceira e lesões do tipo picada. O tratamento é feito com inseticidas locais e pode ser necessária a raspagem dos pelos. 6.2.10 – PEDICULOSE É uma doença muito semelhante à escabiose, só que causada por um piolho chamado Pediculus humanus. As lesões e o tratamento também são semelhantes. 6.2.11 – AIDS A sigla AIDS quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e é causada pelo HIV (virus da imunodeficiência humana). Este vírus está presente nas secreções do corpo (sangue, esperma, secreção vaginal) e ao penetrar no organismo, destrói as células de defesa, facilitando o surgimento de infecções por outros germes. Apesar de terem sido descobertos muitos medicamentos que melhoram as defesas do organismo infectado pelo HIV, a AIDS é considerada incurável, pois até o momento o tratamento só prolonga a vida dos pacientes. Portanto, é fundamental que se tenha em mente que a prevenção é o único meio eficaz contra tal doença. A doença é detectada através de um exame de sangue chamado Anti-HIV, que pesquisa a presença de anticorpos produzidos pelo paciente contra o vírus. Pelo fato desta doença ter sido descoberta em homossexuais, formou-se um preconceito enorme em relação à AIDS e aos doentes. Na verdade, atualmente foi verificado que não existem grupos de risco, mas comportamentos de risco, que podem gerar maior ou menor probabilidade de se adquirir a doença.
  • 69. - 61 - 6.2.12 – COMPORTAMENTOS E SITUAÇÕES DE RISCO Parceiros sexuais: # Ter relações sexuais com parceiros HIV-positivos # Ter relações sexuais com parceiros usuários de drogas # Ter relações sexuais com múltiplos parceiros # Ter relações sexuais com parceiros portadores de doenças sexualmente transmissíveis ou lesões nas mucosas (genital ou oral) Práticas sexuais: # Alto risco: sexo anal ou vaginal passivo sem proteção # Risco documentado: sexo anal ou vaginal ativo sem proteção e sexo oral ativo ou passivo sem proteção # Baixo risco: sexo com proteção (camisinha) # Práticas seguras: beijo (oral, com língua), sexo com proteção e com parceiro HIV negativo, monogamia mútua (um parceiro), masturbação mútua, massagem. Outras situações: # Uso de drogas injetáveis # Transfusão sanguínea # Transmissão mãe-feto # Exposição ocupacional (profissionais de saúde) A QUALQUER SINAL DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, PROCURE O MÉDICO. SOMENTE ELE PODE ORIENTAR, TRATAR E ESCLA- RECER SUAS DÚVIDAS.
  • 70. - 62 - CAPÍTULO 7 REGULAMENTO INTERNACIONAL PARA EVITAR ABALROAMENTO NO MAR (RIPEAM) 7.1 – INTRODUÇÃO Este Capítulo destina-se a orientar o estudo do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (RIPEAM – 72). Este capítulo não encerra todo o assunto, o navegante deverá, também, estudar o texto completo das regras, constante da publicação Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar, editada pela Diretoria de Portos e Costas do Comando da Marinha, antes de se fazer ao mar, assim como, ter à mão a referida publicação e seu extrato para rápida consulta, quando navegando. 7.2 – DEFINIÇÕES E APLICAÇÃO DAS REGRAS Para compreender totalmente as regras é importante conhecer o significado dos seguintes termos: 1. A palavra embarcação para o RIPEAM designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive veículos sem calado (tais como os que se deslocam sobre colchões de ar) e hidroaviões, usados ou capazes de serem usados como meio de transporte sobre a água. 2. O termo embarcação de propulsão mecânica designa qualquer embarcação movimentada por meio de máquinas ou motores. 3. O termo embarcação a vela designa qualquer embarcação sob vela, sendo propelida apenas pela força do vento, ou seja, com a máquina de propulsão, se houver, não sendo utilizada. 4. O termo em movimento se aplica a todas as embarcações que não se encontram fundeadas, amarradas à terra ou encalhadas. As regras do RIPEAM aplicam-se a todas as embarcações em mar aberto e em todas as águas a este ligadas, navegáveis por navios de alto mar. O segundo ponto é especialmente importante, pois o RIPEAM é normalmente associado apenas com o mar aberto. Na realidade, entretanto, há muitos rios, águas interiores e portos aos quais se aplicam as regras do RIPEAM, por que são navegáveis por embarcações de alto mar e, ainda, estão ligados ao mar aberto. Por outro lado, há países, como os Estados Unidos, que adotam um conjunto de regras locais (“inland rules”), que se aplicam às águas interiores, situadas por dentro de uma linha de demarcação, que divide as águas reguladas pelo RIPEAM das águas regidas pelas regras locais acima citadas.