2. 1 - INTRODUÇÃO
Todos nós já tivemos a possibilidade de observar a beleza das chamas, de sentir o
calor emanado pelo fogo e gozar de todos os benefícios desse recurso, que vem
moldando a sociedade humana ao longo da história. Porém quantas vezes já
visualizamos também, o poder destrutivo que exala de um processo de combustão
descontrolado e voraz?
Assim como uma benção o fogo pode passar a tornar-se um problema mensurável e
oferecer um risco muito grave a vida das pessoas, e o questionamento é:Como
prevenir ou combater o poder destrutivo do fogo? Também conhecido como
INCÊNDIO.
2 - CONCEITUAÇÃO BÁSICA
Antes de prosseguir às técnicas de prevenção e combate ao incêndio, devemos
compreender a natureza e o significado das palavras usualmente inseridas nos
diálogos quando falamos desse assunto. Quantas vezes vocês já ouviram as
palavras fogo, chamas, sinistros, incêndios, e assimilaram que tratam de descrições
de um mesmo significado ou ao menos uma origem parecida? Vamos aprender
agora o conceito de cada uma dessas expressões importantes no combate aos
riscos inerentes de um incêndio, para podermos adquirir uma compreensão mais
assertiva.
2.1 - FOGO:
É um recurso utilizado pelo ser humano, desde os primórdios da humanidade, que
tem por objetivo ser utilizado como fonte de calor para aquecer alimentos e ou o
ambiente, com o tempo ele tornou-se um dispositivo de proteção, bem como um
recurso para moldar os metais entre outras tantas atribuições. Incorporado na
própria evolução da humanidade graças às diversas facilidades e possibilidades que
ele proporciona ao homem.
3. 2.2 - INCÊNDIO:
Há momentos em que o homem acaba perdendo o controle sobre o fogo (ou
quando esse controle sequer nunca existiu) e ele passa então a consumir de forma
voraz e rápida, tudo aquilo que está ao seu redor. Dessa maneira ele passa a
destruir e a queimar tudo aquilo que não devia. Resultando em diversos DANOS,
tanto ao patrimônio como a vida das pessoas, a esse processo podemos denominar
como incêndio.
2.3 - SINISTROS
Já o conceito de sinistro, está intimamente ligado aos incêndios. Pela etimologia da
palavra os sinistros são situações que geram perdas, danos, mortes e até prejuízos
(quando analisado no âmbito jurídico), dessa forma podemos alinhar que os
Sinistros são os danos e riscos provocados na existência de um incêndio.
2.4 - COMBUSTÃO
O fogo nada mais é do que a reação química que ocorre nos materiais
combustíveis,(Papel, madeira, plásticos, tecido, borrachas, etc…) fazendo com que
inicie um processo de liberação de energia. Essa reação química necessita do
elemento combustível, do elemento comburente e também de uma fonte de calor
para que possa ocorrer. A interação desses elementos resultam no início do
processo que evolui a partir daÍ na liberação de calor e luz, de forma sustentável,
consumindo nesse processo o elemento combustível.
4. 2.5 - CHAMA
Quando ocorre a combustão (o fogo) podemos observar a emissão de luz, bem
como uma parte visível do processo de queima. Essa parte na qual podemos
observar, denominamos como chama.
3 - TEORIA DO FOGO - (OU TEORIA DA COMBUSTÃO)
Para que haja a possibilidade da combustão, bem como a sua manutenção e
continuidade, sabemos que é necessário a interação de alguns elementos já citados
anteriormente, sendo eles:
● O combustível (matéria);
● O comburente (O oxigênio);
● A Fonte de Calor, energia para a ativação;
● E a reação em cadeia (A continuidade).
Quando essa combinação se faz presente, inicia-se o processo da queima, da
combustão. Podemos entender assim, de forma simples, que todo material quando
aquecido a determinada temperatura, libera gases e são esses gases que, de fato,
pegam fogo. A energia e calor liberados, em contato com o combustível e
comburente vão alimentando esse processo (reação em cadeia) o que possibilita a
continuidade.
A esse conjunto de elementos denominamos de tetraedro do Fogo:
Fonte: Multimeios/Seed
5. Fonte:Multimeios/Seed
3.1 - CALOR
Dentro do estudo do fogo, podemos determinar que o calor, é a energia necessária
para que a reação química entre os elementos do tetraedro do fogo entre em
ação.Ou seja, podemos indicar que o calor é responsável por iniciar, manter e
propagar o fogo. Observe que na prática podemos encontrar o calor na aproximação
de um palito de fósforo a um combustível, pode ser fornecido através de um
isqueiro, do aquecimento de uma fiação elétrica graças a sobrecargas, no dia
quente e seco, no aquecimento de um motor ou resistência, nos arcos elétricos
gerados, etc.
Outra questão importante a considerar é que no processo de combustão, os
materiais combustíveis atingem pontos diferentes de temperatura à medida que são
aquecidos. Esses são conhecidos como pontos de temperatura, verifique abaixo:
● O ponto de fulgor, também chamado de flashpoint, é atingido quando os
vapores liberados pelo material combustível sólido ou líquido entram em
ignição em contato com uma fonte externa de calor, porém ao retirá-la, as
chamas não se mantêm.
6. ● O ponto de ignição, também conhecido por firepoint, é atingido quando os
vapores liberados pelo material combustível entram em ignição em contato
com uma fonte externa de calor, mantendo a chama mesmo com a retirada
da fonte.
● A auto-ignição de um determinado material combustível ocorre quando, em
condições atmosféricas normais, este material inflama-se espontaneamente,
sem a presença de uma fonte externa de calor, por exemplo, chama ou
fagulha.
3.2 - COMBUSTÍVEL
Todas as coisas no mundo são formados de matéria, que por sua vez são formadas
por elementos, que são formadas por átomos. O combustível, é toda matéria que
pode ser capaz de sustentar o processo de queima, para compreender melhor
devemos classificar os combustíveis quanto ao seu estado físico, encontradas no
ambiente:
❖ Sólido
❖ Líquido
❖ Gasoso.
3.2.1 - COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS:
O estado sólido da matéria é o estado mais estável, e sabemos que essa
característica é também importante no processo de queima. Materiais como o papel,
a madeira, o tecido, a carne, o carvão,o papel, o plástico, etc. São materiais sólidos
que acabam se apresentando como excelentes combustíveis. Uma curiosidade
interessante é que a maioria dos materiais sólidos no processo de combustão
acabam passando ao estado gasoso antes de flutuarem no estado líquido, com
exceção de alguns elementos.
Uma análise interessante é que quanto maior for a superfície exposta ao processo
de combustão, mais rápido acontecerá a queima daquele material.
7. 3.2.2 - COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
O segundo estado físico da matéria é o estado líquido, ele possui algumas
peculiaridades quando falamos de líquidos inflamáveis.
Primeiro os materiais líquidos inseridos num recipiente ele se molda a forma
daquele ambiente. Segundo os líquidos apresentam algumas propriedades físicas
como a volatilidade que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores. Quanto
mais voláteis os líquidos maiores serão as chamas e o risco de explosão.
Outra característica importante é a solubilidade dos líquidos, que é a capacidade de
se misturar com outros líquidos, apresentando características distintas. Alguns
líquidos inflamáveis podem inclusive flutuar sobre a água, mesmo em combustão.
Todas essas propriedades, tornam os líquidos um problema considerável para
combater os incêndios que provenham deles. Alguns líquidos inflamáveis são: A
gasolina,o álcool, o óleo diesel, o óleo de soja, o querosene, etc.
3.2.3 - COMBUSTÍVEIS GASOSOS
O estado gasoso é o mais instável da matéria, e é exatamente nesse estado onde
acontece a queima dos combustíveis. Uma das propriedades dos gases é a sua
expansão e o preenchimento de todo espaço “vazio”. Por isso o estado gasoso
torna-se o mais propício para a ocorrência da queima e das explosões. A maioria
dos gases inflamáveis são mais leves que o ar, isso faz com que eles subam aos
Céus e se dissipem. Existem também aqueles gases mais pesados que o ar. Esses
se espalham na superfície.
Alguns exemplos são: G.L.P. (gás liquefeito de petróleo), acetileno, gás natural, etc.
4 - TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A combustão, bem como sabemos, é uma reação química envolvendo quatro
elementos, o combustível, o comburente (oxigênio), a fonte de calor e a reação em
cadeia, emitindo como resultado, luz e calor.
8. Quando temos por objetivo o combate ao incêndio é indispensável, conhecer a
maneira a qual o calor se propaga, a fim de compreender melhor a natureza dos
incêndios e suas possibilidades, para atuar de forma mais pontual e efetiva em sua
mitigação.
Existem três formas básicas para a transmissão do calor, que para o nosso objetivo
de estudo, pode iniciar, propagar ou intensificar um incêndio. As formas de
transmissão do calor podem ser: condução, convecção e irradiação.
4.1 - CONDUÇÃO
A condução é a transferência de calor em um material através do contato de suas
moléculas, em um material. Um exemplo é aproximar fogo a uma ponta de uma
barra de metal, enquanto alguém segura a outra ponta. O calor vai aquecer as
moléculas que estão expostas ao fogo, fazendo com que esse calor seja conduzido
molécula por molécula até aquecer a outra ponta onde a pessoa segura a barra.
Esse é o processo de condução.Outro bom exemplo é observar a queima de um
palito de fósforo, pois o fogo vai consumindo molécula por molécula.
4.2 - CONVECÇÃO
Quando analisamos um fluido em movimento, existe a transferência de seu calor até
uma superfície sólida ou para outro fluido é chamada de convecção. Um fluido é
qualquer material que possa escoar. Trata-se sempre de um líquido ou de um gás
(ar, fumaça, gás combustível, etc.).
Um exemplo muito assertivo é a transferência de uma massa de ar aquecido (a qual
denominaremos fluido), como o que acontece nos prédios em chamas. Podemos
observar que alguns andares acima de um foco de incêndio pode começar a entrar
em processo de combustão graças a convecção de massas de ar quente, iniciando
o processo de incendio em vários outros andares, mesmo sem o contato direto
(condução).
9. 4.3 - IRRADIAÇÃO
Podemos considerar a radiação como a transferência de calor por meio de ondas
eletromagnéticas, que se deslocam em todas as direções, em linha reta e à
velocidade da luz, a partir da chama. Ela é a única forma de transferência de calor
que não se necessita do meio, podendo se propagar inclusive no vácuo. Um
clássico exemplo é a propagação de calor emitida pelo sol, que mesmo com o
vácuo no espaço, consegue atingir a superfície terrestre.
5 - EXTINÇÃO DO FOGO
O processo de extinção de incêndio, significa mitigar e acabar com o processo de
combustão que o promove. Dessa forma precisamos analisar o conhecimento até
aqui adquirido, para responder esse questionamento: quais os pré requisitos
necessário para a existência do fogo? Está correto quem assimilar que é através do
tetraedro do fogo, ou seja da presença dos seguintes elementos: combustível,
oxigênio, calor e a reação em cadeia desses. Então, podemos afirmar, que quando
mitigamos um desses elementos promovemos então a interrupção no processo da
queima (combustão). Podemos concluir que os meios de extinção podem englobar:
● retirada ou controle de material;
● o resfriamento;
● o abafamento; e
● quebra da reação em cadeia.
5.1 - EXTINÇÃO POR ISOLAMENTO
Esse método tem uma condição lógica, promover a retirada ou controle do material
combustível. Pode também optar-se por remover qualquer outro material
combustível que possa alimentar as chamas de perto de um foco de incêndio,
impedindo que se agrave os danos de um sinistro.
10. Em todos os casos, a retirada de material é um método que exige extremo cuidado,
já que implica na atuação próxima ao combustível ainda com riscos de ser envolvido
no incêndio o que pode promover riscos à segurança do responsável pela extinção.
Exemplos de retirada de material:
• remover a mobília ainda não atingida do ambiente em chamas;
• afastar a mobília da parede aquecida
• fazer um aceiro ao redor da área atingida pelas chamas; e
• retirar o botijão de GLP de dentro do ambiente sinistrado.
Exemplos de controle de material:
• fechar portas de cômodos ainda não atingidos pelas chamas;
• deixar fechadas as janelas do pavimento superior ao incêndio;
• Interromper a alimentação elétrica do sistema;
• fechar o registro da central de GLP da edificação.
5.2 - EXTINÇÃO POR RESFRIAMENTO
Esse método de extinção atuará diretamente na retirada do calor envolvido no
processo de combustão naquele incêndio. Ao aplicar esta técnica, diminui-se a
temperatura do combustível que está queimando, diminuindo, por consequência, a
liberação de vapores inflamáveis.
A água é o agente extintor mais utilizado para se obter o resfriamento, por possuir
grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada.
5.3 - EXTINÇÃO POR ABAFAMENTO
O método de extinção por abafamento atua na redução dos níveis de comburente
no processo de combustão, até que esta concentração não permita mais a queima.
Este método é indicado para pequenos focos de incêndio e para materiais
combustíveis que não possuam oxigênio em sua composição, haja vista que estes
materiais, ao queimarem, liberam o oxigênio que alimentará a queima.
11. Um exemplo prático do abafamento é quando cobrimos uma vela acessa com um
copo (de preferência transparente para que possamos verificar o fenômeno), logo
depois pela falta do comburente, as chamas da vela logo cessará. Segue abaixo
outros exemplos:
• tampar uma panela em chamas;
• lançar cobertor sobre um material incendiado;
• cobrir com espuma determinado líquido em chamas, formando uma espécie de
manta;
• “bater” nas chamas com um abafador.
5.4 - EXTINÇÃO POR QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA
Consiste na utilização de substâncias químicas que inibem a capacidade de reação
entre combustível e comburente, impedindo a formação de intermediários reativos
decorrentes da queima e, por consequência, a retroalimentação do incêndio.
Nesse método, substâncias químicas, especialmente projetadas para tal, irão reagir
com os íons liberados pela reação em cadeia, impedindo-os de continuar a quebra
das moléculas do combustível.
6 - CLASSES DE INCÊNDIO
Com o objetivo de se agrupar os incêndios pelas propriedades dos materiais
combustíveis e, com isto, tornar mais eficiente sua extinção, os órgãos
competentes, elaboraram uma classificação de incêndios que se divide nas
seguintes classes:
● Classe “A”: Combustíveis sólidos;
● Classe “B”: Combustíveis líquidos;
● Classe “C”: Equipamentos energizados;
● Classe “D”: Metais pirofóricos;
● Classe “K”: Óleos e gorduras.
12. 6.1 - COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS - CLASSE A
Os combustíveis agrupados nesta classe são todos aqueles que são sólidos e
comuns, tal como a madeira, o papel, o plástico, a borracha, entre outros.
Estes combustíveis queimam em razão de sua largura, comprimento e profundidade
e, ainda, deixam resíduos após sua queima. Portanto, o método mais indicado para
a extinção deste tipo de incêndio é o resfriamento com a utilização de água, embora
já existam gases, pós e espumas capazes também de realizar esta extinção.
6.2 - COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS - CLASSE B
Os combustíveis agrupados nesta classe são os líquidos inflamáveis, líquidos
combustíveis e gases inflamáveis, dado que todos eles queimam em superfície e
não deixam resíduos provenientes de sua queima.
Quando se trata de líquidos, os métodos de extinção mais utilizados são o
abafamento (espumas) e a quebra da reação em cadeia (pós), mas quando se trata
de gases, o mais utilizado é o isolamento, ou seja, a retirada ou controle do material
combustível (retirando as fontes ou fechando registros, por exemplo).
6.3 - EQUIPAMENTOS ENERGIZADOS - CLASSE C
São agrupados nesta classe os equipamentos que estão submetidos à energia
elétrica, já que a utilização de água, nestes casos, pode resultar na condução da
energia e em risco para quem combate o fogo.
Deve-se levar em consideração que, uma vez que o material não está mais
energizado, se é sólido, assume características de incêndio classe A, mas, caso
possua capacitores ou equipamentos que mantém a energia elétrica ainda que ele
esteja desligado de uma fonte de energia, os procedimentos de extinção a serem
observados são os prescritos para a classe C.
13. 6.4 - METAIS PIROFÓRICOS - CLASSE D
Talvez os combustíveis com maior número de particularidades, os agrupados na
classe D tem uma característica que inspira bastante cuidado: a impossibilidade de
se utilizar água como agente extintor, ou como parte dele.
Esta classe engloba os metais combustíveis (maioria alcalinos). Muitos deles
queimam de forma violenta, com elevada produção de luz e calor e, pelo explicado
acima, o fogo oriundo desta queima exige pós especiais para sua extinção, que
atuarão por abafamento e a quebra da reação em cadeia.
6.5 - ÓLEOS E GORDURAS - CLASSE K
São os incêndios em banha, gordura e óleos voltados ao cozimento de alimentos. É
uma classe de muita periculosidade, ao passo que o trato de banha, gordura e óleos
é bastante comum nas cozinhas residenciais e industriais.
Essa classe reage perigosamente com água, gerando explosões e ferindo quem
estiver próximo, por isso, jamais devemos usar água para combater esse tipo de
incêndio. O método mais indicado de combater o incêndio nessa classe é através do
abafamento.
7 - AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO
A finalidade do agente extintor é realizar o combate ao incêndio, são elementos que
podem ser encontrados na natureza ou mesmo sintetizados pelo homem. O Agente
extintor atua diretamente no tetraedro do fogo, fazendo com que um ou mais
componentes do tetraedro sejam controlados.
Os extintores de incêndio, é um equipamento que possui um agente extintor em seu
interior e um sistema de dispersão e aplicação. São destinados ao combate
imediato e rápido em pequenos focos de incêndio. Sendo assim, o extintor não deve
ser considerado como substituto de sistemas de extinção mais complexos, mas sim,
como equipamento adicional.
14. 7.1 - ÁGUA
A sua facilidade de obtenção e transporte e seu baixo custo fazem da água o agente
extintor mais utilizado e conhecido. Sua indicação principal é para incêndios de
classe A e seu método principal de extinção das chamas é o resfriamento, ou seja,
sua ação de retirada do calor da reação de combustão. A água também age,
secundariamente, por abafamento. Suas características são:
● Alta capacidade de absorção de calor;
● Elevado grau de expansão (1 litro de água produz 1700 litros de vapor
d’água);
● Alta tensão superficial (a água escorre com maior fluidez);
● Baixa viscosidade;
● Conduz eletricidade;
● Reage com alguns elementos (por exemplo,o magnésio, carbureto de cálcio,
sódio metálico, etc.).
7.2 - PÓS QUÍMICOS
Estes são compostos de pós de pequenas partículas, por exemplo o Bicarbonato de
Sódio (NaHCO3). Estes compostos são classificados de acordo com as classes de
incêndio que eles combatem e são destinados à incêndios sólidos e líquidos. Os
mais comuns de encontrarmos são os Pós BC, e os Pós ABC (as letras A, B e C
indicam a classe de incêndio). Existem inclusive, pós destinados ao combate de
incêndio classe D.
Os pós devem ser aplicados direto sobre as chama, eles agem então dos seguintes
métodos:
1. Abafamento: A decomposição térmica do pó, graças as chamas, libera
dióxido de carbono e vapor d’água, o que ocupa o lugar do comburente no
ambiente.
2. Resfriamento: No processo de decomposição do pó, ele absorve parte do
calor liberado;
15. 3. Quebra da Reação em Cadeia: Uma das principais propriedades extintoras,
interfere na concentração de íons na reação em cadeia, diminuindo a ação do
comburente e dificultando a irradiação do calor.
4. Proteção contra a irradiação do calor: No processo de aplicação forma-se
uma nuvem, deixando o ambiente próximo ao incêndio opaco e diminuindo a
irradiação do calor.
7.3 - DIÓXIDO DE CARBONO
Esse gás inerte, inodoro, sem cor e não condutor de eletricidade é um agente
extintor que age ocupando o espaço do comburente, portanto, atua como um
abafador no tetraedro do fogo.
Uma de suas vantagens é que ele não produz resíduos por se tratar de um gás ele
acaba se dissipando posteriormente.
A grande recomendação para o uso desse agente extintor é para atuar contra
incêndios que envolva equipamentos e materiais energizados ou mesmo aqueles
que pode causar algum dano caso haja resíduos do agente extintor. Podemos notar
portanto, que esse agente extintor é o ideal para os incêndios que envolvam
computadores e outros equipamentos eletrônicos.
Sua utilização pode estender-se a pequenos focos em líquidos inflamáveis o que o
transforma num agente extintor para as classes B e C
7.4 - ESPUMAS
A utilização de espuma para o combate a incêndio surgiu para satisfazer a
necessidade de se achar um método mais eficiente que a água para a aplicação em
focos ocorridos em líquidos inflamáveis, uma vez que ela é menos densa e, por
isso, têm maior probabilidade de permanecer na superfície dos líquidos.
A formação da espuma mecânica ocorre a partir da mistura de um líquido gerador
de espuma (LGE) com a água. Esta mistura terá, ainda, a introdução de ar por meio
16. de um processo mecânico para que seja, finalmente, formada a espuma que será
utilizada no combate ao foco.
A espuma age por abafamento, separando o comburente do líquido que se
incendeia pela formação de uma camada de espuma na superfície do líquido.
Para que, com a aplicação da espuma, o líquido em chamas não se espalhe,
recomenda-se voltar os jatos para a parede do recipiente que contém o líquido, para
que a espuma escorra e vá, gradualmente, cobrindo toda a superfície exposta do
líquido.
Essas propriedades a tornam um agente extintor destinado a classe B, porém
graças ao efeito de umectação também pode ser utilizado em incêndios de classe
A. Uma observação importante é nunca utilizá-lo em um incêndio de classe C.
8 - EXTINTORES
Extintores de incêndio são equipamentos (normalmente na forma de cilindros) que
são utilizados para o combate a princípios de incêndio por conterem pequenas
quantidades de agente extintor sob pressão.
Dentre suas vantagens apresenta a sua portabilidade e mobilidade, por se tratar de
equipamentos fáceis de utilizar e transportar eles apresentam alto grau de
eficiência. Os extintores seguem regras quanto à sua capacidade extintora, de
utilização, manuseio e aplicação:
1. Capacidade extintora é a medida do poder de extinção de um aparelho extintor e
está diretamente relacionada à quantidade, tipo e eficiência do agente extintor, além
das proporções e classe do foco (Normatizada pelas NBRs 9443 e 9444);
2. Para a segurança da operação, o operador do extintor deverá manusear o
aparelho:
a. Mantendo uma distância segura do foco de incêndio;
b. Observando a direção do vento;
c. Utilizando o extintor mais adequado em relação à classe do foco de incêndio que
vai combater;
d. Cuidando para que o combate seja feito, com extintores, apenas contra princípios
de incêndio.
17. 3. Os aparelhos extintores devem ser inspecionados periodicamente para que seja
verificada sua localização, o acesso até eles, a visibilidade, o rótulo de identificação,
lacre e selo da ABNT, peso, integridade física do casco, obstrução do bico ou da
mangueira e pressão dos manômetros.
a. Dependendo do resultado da inspeção, poderá ser indicada a necessidade de
reparos ou substituições extraordinárias de peças, para que não seja comprometida
a funcionalidade do extintor. Os problemas encontrados poderão indicar
manutenção em 3 (três) níveis diferentes, da menos complexa para a mais
complexa, em razão do que se deve ser realizado;
b. Recarga é a substituição de parte ou de todo agente extintor que há ou deveria
haver no aparelho extintor;
c. A cada 5 anos deve ser realizado um teste hidrostático em todas as peças de um
extintor que estão sujeitas à pressão.
4. O manuseio dos aparelhos extintores sempre é descrito nos seus rótulos, e
consiste em:
a. Transportá-lo até as proximidades do foco;
b. Retirar o lacre e o pino de segurança;
c. Apontar o esguicho/difusor para a base da chama;
d. Apertar o gatilho (acionador);
e. Descarregar tanta carga extintora quanto for necessário para a completa extinção
do foco. Detalhe: independente da quantidade de agente descarregado, o extintor
terá de passar por manutenção e recarga imediatamente, para que esteja pronto
para a utilização numa próxima ocasião.
18. Segue abaixo tabela com os extintores mais utilizados:
Tipos mais
comuns de
Extintores
Classes de incêndio
A B C D
ÁGUA S N N O agente
extintor deve
ser compatível
com o metal
ESPUMA S S N
CO2 NR S S
PÓ BC NR S S
PÓ ABC S S S
S - Sim (aplicável);
N - Não (proíbido);
NR - Não recomendado.
9 - REFERÊNCIAS
Fundamentos de combate a incêndio - Manual do corpo de bombeiros do
Estado de Goiás – 1º Edição 2016;
Manual básico de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal – 2º edição 2009;
Manual operacional de bombeiros - Combate a Incêndio Urbano Goiás –
2017
Manual de prevenção e combate a Princípios de incêndio – Paraná – 2013.