SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
UMA HISTÓRIA DE
       ENCANTAR COM
          BATATAS


  Um camponês, que vivia no meio das serras, só tinha
a filha por companhia. Por sinal que era uma linda menina.
   Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego.
   – Vou casar com a tua filha – disse-lhe o morcego.
   – Tu? – indignou-se o pai da menina. – Quem te dá
autorização para tal?
   – Hás-de tu dar-me – respondeu-lhe o morcego. – Eu sou
muito rico. Descobri um tesouro, numa gruta. Anda ver.
   Foram ver. Era verdade.
   O camponês ficou muito embaraçado. Ele só queria o
bem da filha e aquele tesouro podia proporcionar-lhe tudo
o que ela desejasse. Mas casá-la com um morcego era
demais. O camponês, então, levantou a sachola e deu uma
sacholada no morcego.

                            1
O pobre bicho, que não esperava esta recompensa,
cambaleou, esvoaçou, desamparado e fugiu pela entrada da
gruta.
   "Não há-de ir longe", pensou o camponês, fechando à
chave o cofre do tesouro e metendo a chave no bolso.
   Não foi longe, não. Com uma asa fendida, o morcego foi
embater de encontro à vidraça da janela do quarto da filha
do camponês.
   – Pobre bichinho – condoeu-se a rapariga. – Quem te
teria feito tanto mal?
   Em socorro do morcego, a boa moça ligou-lhe a asa
ferida com muita meiguice e aninhou-o num cesto da
cozinha.
   – Vou tratar de ti até tu ficares bom – prometeu-lhe a
menina, fazendo-lhe uma festa na feia cabeça de rato.
   – E espero que de mim trates para sempre, gentil
menina – disse o morcego, transformando-se, num repente,
em príncipe, daqueles dos contos de fadas.
   Era, como se vê, um príncipe encantado, que a filha do
camponês desencantara. Ainda bem.
   Quando o camponês regressou a casa, com uma das
mãos no bolso, agarrada à chave do cofre, e a outra a
segurar o cabo da sachola, quando o camponês regressou a
casa e viu o príncipe e a filha de mãos enlaçadas, não
gostou da surpresa.
   Mas a menina explicou tudo e o príncipe apressou-se a
pedir-lhe a mão da filha em casamento.
   – Pretendentes não te faltam – comentou o camponês
para a filha. – Ainda há pouco um morcego nojento se
atreveu a pedir-me o mesmo. Mas eu atirei-lhe uma
cacetada com o sacho.

                            2
– Que ainda me dói o ombro – acrescentou o príncipe,
sorrindo.
   O camponês ficou muito atrapalhado. Para mais, havia
aquela história do tesouro, onde ele não se portara muito
bem.
   Mas o príncipe, como se lhe lesse os pensamentos,
tranquilizou-o.
   – Guarda para ti a chave do tesouro. Tudo o que o cofre
contém passa a pertencer-te. E espero que, nas tuas mãos,
se multiplique.
   Sendo assim, o camponês condescendeu em que o
príncipe desencantado lhe levasse a filha para o seu
palácio, que ainda era longe.
   Depois de tantas emoções, merecia descanso. Quando a
filha e o noivo abalaram, o camponês voltou à gruta, onde
estava o cofre. Queria contemplar e sopesar toda a sua
riqueza.
   Mas não querem lá ver?! Então o ouro não se
transformara em batatas, batatas de semente?! Mágicas…
Malícias mágicas de um príncipe, que fora morcego…
    Podia ser pior – comentou, conformado, o camponês,
que sabia o valor das batatas de semente e já imaginava o
extenso batatal que aquelas batatas iriam proporcionar-lhe.
   Mas, para consegui-lo, muito teria ele de dar à sachola…

  FIM




                            3

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

A princesa e o sapo
A princesa e o sapoA princesa e o sapo
A princesa e o sapo
 
A princesa e a ervilha conto
A princesa e a ervilha  contoA princesa e a ervilha  conto
A princesa e a ervilha conto
 
Apresentação forum 7 a
Apresentação forum 7 aApresentação forum 7 a
Apresentação forum 7 a
 
O príncipe sapo
O príncipe sapoO príncipe sapo
O príncipe sapo
 
A princesa e a ervilha teatro
A princesa e a ervilha teatroA princesa e a ervilha teatro
A princesa e a ervilha teatro
 
Interpretaçao o sapo portugues
Interpretaçao o sapo portuguesInterpretaçao o sapo portugues
Interpretaçao o sapo portugues
 
A princesa e a ervilha
A princesa e a ervilhaA princesa e a ervilha
A princesa e a ervilha
 
Quando o feitiço é quebrado...
Quando o feitiço é quebrado...Quando o feitiço é quebrado...
Quando o feitiço é quebrado...
 
3ºA- A PRINCESA E A ERVILHA
3ºA- A PRINCESA E A ERVILHA3ºA- A PRINCESA E A ERVILHA
3ºA- A PRINCESA E A ERVILHA
 
A PRINCESA E A ERVILHA
A PRINCESA E A ERVILHAA PRINCESA E A ERVILHA
A PRINCESA E A ERVILHA
 
A princesa e a ervilha
A princesa e a ervilhaA princesa e a ervilha
A princesa e a ervilha
 
Princesa Ervilha
Princesa ErvilhaPrincesa Ervilha
Princesa Ervilha
 
O negrinho do pastoreio
O negrinho do pastoreioO negrinho do pastoreio
O negrinho do pastoreio
 
Lp teste diag princesa e ervilha
Lp teste diag princesa e ervilhaLp teste diag princesa e ervilha
Lp teste diag princesa e ervilha
 
A princesa e a ervilha 4ºb
A princesa e a ervilha 4ºbA princesa e a ervilha 4ºb
A princesa e a ervilha 4ºb
 
A Princesa E A Ervilha
A Princesa E A ErvilhaA Princesa E A Ervilha
A Princesa E A Ervilha
 
A princesa e a ervilha
A princesa e a ervilhaA princesa e a ervilha
A princesa e a ervilha
 
O outro sapo regina
O outro sapo reginaO outro sapo regina
O outro sapo regina
 
Adormecida
AdormecidaAdormecida
Adormecida
 
Dial5cp pg14 15
Dial5cp pg14 15Dial5cp pg14 15
Dial5cp pg14 15
 

Destaque

Historia ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoHistoria ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoNatalia Pina
 
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de Abril
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de AbrilC.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de Abril
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de AbrilI.Braz Slideshares
 
A Revolução de 25 de Abril de 1974
A Revolução de 25 de Abril de 1974A Revolução de 25 de Abril de 1974
A Revolução de 25 de Abril de 1974Jorge Almeida
 
O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974diuguitofelgas
 
Shall we play a game?
Shall we play a game?Shall we play a game?
Shall we play a game?Maciej Lasyk
 

Destaque (6)

Historia ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteadoHistoria ouriço mal_ penteado
Historia ouriço mal_ penteado
 
Trabalho 25 de abril 2
Trabalho 25 de abril   2 Trabalho 25 de abril   2
Trabalho 25 de abril 2
 
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de Abril
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de AbrilC.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de Abril
C.L.C. 7 - Portugal antes e depois do 25 de Abril
 
A Revolução de 25 de Abril de 1974
A Revolução de 25 de Abril de 1974A Revolução de 25 de Abril de 1974
A Revolução de 25 de Abril de 1974
 
O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974
 
Shall we play a game?
Shall we play a game?Shall we play a game?
Shall we play a game?
 

Semelhante a 02.08 uma história de encantar com batatas

Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_Narizinho
Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_NarizinhoMonteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_Narizinho
Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_NarizinhoTânia Sampaio
 
Adivinhas, lengalengas...
Adivinhas, lengalengas...Adivinhas, lengalengas...
Adivinhas, lengalengas...Nome Sobrenome
 
Brochura de Atividades Educativas
Brochura de Atividades EducativasBrochura de Atividades Educativas
Brochura de Atividades EducativasAna Pacheco
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroChapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroJULIANAHBENATTISANTA
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroChapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroMarisa Seara
 
Chapeuz palha primeiro_livro
Chapeuz palha primeiro_livroChapeuz palha primeiro_livro
Chapeuz palha primeiro_livroSheila Santos
 
Histórias, Poesias...
Histórias, Poesias...Histórias, Poesias...
Histórias, Poesias...Maria Pinto
 
Branca de neve e os sete anões
Branca de neve e os sete anõesBranca de neve e os sete anões
Branca de neve e os sete anõesFilipa Cunha
 
O gato das botas .
O gato das botas .O gato das botas .
O gato das botas .pedrojslopes
 
Branca+de+neve+e+os+sete+anões
Branca+de+neve+e+os+sete+anõesBranca+de+neve+e+os+sete+anões
Branca+de+neve+e+os+sete+anõesVilma Amaral
 

Semelhante a 02.08 uma história de encantar com batatas (20)

Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_Narizinho
Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_NarizinhoMonteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_Narizinho
Monteiro lobato -_Sitio_do_Picapau_Amarelo_-_vol_1-_Reinacoes_de_Narizinho
 
Adivinhas, lengalengas...
Adivinhas, lengalengas...Adivinhas, lengalengas...
Adivinhas, lengalengas...
 
Brochura de Atividades Educativas
Brochura de Atividades EducativasBrochura de Atividades Educativas
Brochura de Atividades Educativas
 
Historias etc
Historias etcHistorias etc
Historias etc
 
aula trovad.
aula trovad.aula trovad.
aula trovad.
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroChapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
 
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livroChapeuzinho de palha e o primeiro livro
Chapeuzinho de palha e o primeiro livro
 
Chapeuz palha primeiro_livro
Chapeuz palha primeiro_livroChapeuz palha primeiro_livro
Chapeuz palha primeiro_livro
 
Branca de Neve
Branca de NeveBranca de Neve
Branca de Neve
 
Historias Etc
Historias EtcHistorias Etc
Historias Etc
 
Gato de botas
Gato de botasGato de botas
Gato de botas
 
Historias etc
Historias etcHistorias etc
Historias etc
 
Histórias, Poesias...
Histórias, Poesias...Histórias, Poesias...
Histórias, Poesias...
 
Lengalenga
LengalengaLengalenga
Lengalenga
 
Historias etc[1]
Historias etc[1]Historias etc[1]
Historias etc[1]
 
Branca de neve e os sete anões
Branca de neve e os sete anõesBranca de neve e os sete anões
Branca de neve e os sete anões
 
O gato das botas .
O gato das botas .O gato das botas .
O gato das botas .
 
A gata borralheira
A gata borralheiraA gata borralheira
A gata borralheira
 
Branca+de+neve+e+os+sete+anões
Branca+de+neve+e+os+sete+anõesBranca+de+neve+e+os+sete+anões
Branca+de+neve+e+os+sete+anões
 
Histórias 4.ºa
Histórias 4.ºaHistórias 4.ºa
Histórias 4.ºa
 

Mais de Masterliduina Moreira

Mais de Masterliduina Moreira (20)

04.14 as mazonas da gata borralheira
04.14   as mazonas da gata borralheira04.14   as mazonas da gata borralheira
04.14 as mazonas da gata borralheira
 
04.14 as mazonas da gata borralheira
04.14   as mazonas da gata borralheira04.14   as mazonas da gata borralheira
04.14 as mazonas da gata borralheira
 
04.13 uma historia de viriato
04.13   uma historia de viriato04.13   uma historia de viriato
04.13 uma historia de viriato
 
04.12 o rato e a lua
04.12   o rato e a lua04.12   o rato e a lua
04.12 o rato e a lua
 
04.11 pegadas de gaivota
04.11   pegadas de gaivota04.11   pegadas de gaivota
04.11 pegadas de gaivota
 
04.10 o mar e o caracol
04.10   o mar e o caracol04.10   o mar e o caracol
04.10 o mar e o caracol
 
04.09 o salpico
04.09   o salpico04.09   o salpico
04.09 o salpico
 
04.03 o lobo e o mocho
04.03   o lobo e o mocho04.03   o lobo e o mocho
04.03 o lobo e o mocho
 
04.08 sapatos de passeio
04.08   sapatos de passeio04.08   sapatos de passeio
04.08 sapatos de passeio
 
04.07 no tempo dos mosqueteiros
04.07   no tempo dos mosqueteiros04.07   no tempo dos mosqueteiros
04.07 no tempo dos mosqueteiros
 
04.06 a côr dos gatos
04.06   a côr dos gatos04.06   a côr dos gatos
04.06 a côr dos gatos
 
04.05 a tina aflita
04.05   a tina aflita04.05   a tina aflita
04.05 a tina aflita
 
04.04 o chorão e a trepadeira
04.04   o chorão e a trepadeira04.04   o chorão e a trepadeira
04.04 o chorão e a trepadeira
 
04.03 o lobo e o mocho
04.03   o lobo e o mocho04.03   o lobo e o mocho
04.03 o lobo e o mocho
 
04.02 livro fechado
04.02   livro fechado04.02   livro fechado
04.02 livro fechado
 
04.01 o risco das mentiras
04.01   o risco das mentiras04.01   o risco das mentiras
04.01 o risco das mentiras
 
02.29 os favores do borda d'agua
02.29   os favores do borda d'agua02.29   os favores do borda d'agua
02.29 os favores do borda d'agua
 
02.29 os favores do borda d'agua
02.29   os favores do borda d'agua02.29   os favores do borda d'agua
02.29 os favores do borda d'agua
 
02.28 não sou capaz
02.28   não sou capaz02.28   não sou capaz
02.28 não sou capaz
 
02.27 os dois feiticeiros
02.27   os dois feiticeiros02.27   os dois feiticeiros
02.27 os dois feiticeiros
 

02.08 uma história de encantar com batatas

  • 1. UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR COM BATATAS Um camponês, que vivia no meio das serras, só tinha a filha por companhia. Por sinal que era uma linda menina. Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego. – Vou casar com a tua filha – disse-lhe o morcego. – Tu? – indignou-se o pai da menina. – Quem te dá autorização para tal? – Hás-de tu dar-me – respondeu-lhe o morcego. – Eu sou muito rico. Descobri um tesouro, numa gruta. Anda ver. Foram ver. Era verdade. O camponês ficou muito embaraçado. Ele só queria o bem da filha e aquele tesouro podia proporcionar-lhe tudo o que ela desejasse. Mas casá-la com um morcego era demais. O camponês, então, levantou a sachola e deu uma sacholada no morcego. 1
  • 2. O pobre bicho, que não esperava esta recompensa, cambaleou, esvoaçou, desamparado e fugiu pela entrada da gruta. "Não há-de ir longe", pensou o camponês, fechando à chave o cofre do tesouro e metendo a chave no bolso. Não foi longe, não. Com uma asa fendida, o morcego foi embater de encontro à vidraça da janela do quarto da filha do camponês. – Pobre bichinho – condoeu-se a rapariga. – Quem te teria feito tanto mal? Em socorro do morcego, a boa moça ligou-lhe a asa ferida com muita meiguice e aninhou-o num cesto da cozinha. – Vou tratar de ti até tu ficares bom – prometeu-lhe a menina, fazendo-lhe uma festa na feia cabeça de rato. – E espero que de mim trates para sempre, gentil menina – disse o morcego, transformando-se, num repente, em príncipe, daqueles dos contos de fadas. Era, como se vê, um príncipe encantado, que a filha do camponês desencantara. Ainda bem. Quando o camponês regressou a casa, com uma das mãos no bolso, agarrada à chave do cofre, e a outra a segurar o cabo da sachola, quando o camponês regressou a casa e viu o príncipe e a filha de mãos enlaçadas, não gostou da surpresa. Mas a menina explicou tudo e o príncipe apressou-se a pedir-lhe a mão da filha em casamento. – Pretendentes não te faltam – comentou o camponês para a filha. – Ainda há pouco um morcego nojento se atreveu a pedir-me o mesmo. Mas eu atirei-lhe uma cacetada com o sacho. 2
  • 3. – Que ainda me dói o ombro – acrescentou o príncipe, sorrindo. O camponês ficou muito atrapalhado. Para mais, havia aquela história do tesouro, onde ele não se portara muito bem. Mas o príncipe, como se lhe lesse os pensamentos, tranquilizou-o. – Guarda para ti a chave do tesouro. Tudo o que o cofre contém passa a pertencer-te. E espero que, nas tuas mãos, se multiplique. Sendo assim, o camponês condescendeu em que o príncipe desencantado lhe levasse a filha para o seu palácio, que ainda era longe. Depois de tantas emoções, merecia descanso. Quando a filha e o noivo abalaram, o camponês voltou à gruta, onde estava o cofre. Queria contemplar e sopesar toda a sua riqueza. Mas não querem lá ver?! Então o ouro não se transformara em batatas, batatas de semente?! Mágicas… Malícias mágicas de um príncipe, que fora morcego… Podia ser pior – comentou, conformado, o camponês, que sabia o valor das batatas de semente e já imaginava o extenso batatal que aquelas batatas iriam proporcionar-lhe. Mas, para consegui-lo, muito teria ele de dar à sachola… FIM 3