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Caderno de




             Educação Pré-Escolar
NOTA INTRODUTÓRIA




Todas as actividades deste caderno
devem ser sempre realizadas com um
adulto.




As histórias e as canções encontram-se
também gravadas na cassete.
HISTÓRIAS
EL-REI PÁSSARO VERDE



Era uma vez um homem que tinha uma filha e casou-se com uma
mulher que também tinha uma filha. E a madrasta tratava a enteada
muito mal.
E um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, e o
passarinho falou e disse-lhe:
    - Arranja-me uma bacia de água, outra de leite e um laço d e
fita. E abalou a fugir.
E ela assim fez e o passarinho veio e caiu no laço, e banhou-se na
bacia de água, depois na bacia de leite e saíu um príncipe.
E o príncipe disse-lhe que era El-Rei Pássaro Verde e que estava
encantado.
Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perdê-lo-ia, só
voltando a encontrá-lo quando rompesse três pares de sapatos de
ferro.
No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e v i u o passarinho
verde banhar-se na água e no leite e transformar-se em príncipe.
Ficou cheia de inveja e quando o príncipe se tornou a fazer em
passarinho verde, d eitou-lhe na á gua vidro moído semquea menina
desse por isso.
Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muito
ferido e fugiu.
A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito, foi ao ferreiro
mandar fazer três pares de sapatos de ferro e partiu à procura do
príncipe.
Foi andando, andando e já tinha rompido um par de sapatos quando
avistou uma casinha e foi bater à porta.
Apareceu-lhe uma velhinha:
    - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
   - Eu cá não sei, mas a minha filha que é a Lua há-de saber...

                                                                      5
Esconda-se aí que ela tem muito mau génio.
    Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua.
       -Cheira-me aqui a fôlego vivo -disse ela muito zangada.
       - Ó filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde
    morava El-Rei Pássaro Verde.
       - Eu só ando de noite, à hora em que toda a gente dorme com as
    portas e as janelas fechadas. O vento é quem há-de saber.
    Ao outro dia a velhinha deu à menina o recado da Lua e entregou-lhe
    uma bolota, com a recomendação de só a abrir quando precisasse
    muito.
    Pôs-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido o
    segundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha.
    Bateu à porta e uma velhinha veio abrir.
       - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
       - Eu cá não sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o mundo
    há-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito mau génio.
    A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar:
       - Cheira-me aqui a fôlego vivo.
       - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde
    mora El-Rei Pássaro Verde.
        - Quando eu apareço, todos fecham as portas e as janelas d e
    modo que não sei onde ele está. Quem deve saber é o Sol.
    No dia seguinte a velhinha deu à menina o recado do seu filho Vento
    e entregou-lhe uma noz com a recomendação de só a abrir quando
    muito precisasse.
    A menina recomeçou a caminhar e quando já tinha andado tanto que
    tinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outra casinha.
    Bateu à porta e uma velhinha veio ver quem era.
        - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
        - Eu cá não sei, mas o meu filho que é o Sol há-de saber. Mas
    esconda-se até que ele chegue.
    A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou o Sol.
        - Cheira-me aqui a fôlego vivo.
        - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde


6
morava El-Rei Pássaro Verde.
    - El-Rei PássaroVerde mora muito longe daqui e está em perigo
de vida. Ninguém sabe curar a sua doença.
No outro dia, a velhinha deu à menina as notícias que o seu filho Sol
lhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com a recomendação de
não a abrir senão quando muito precisasse.
E a menina pôs-se outra vez a caminhar.
Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma árvore onde as rolas
faziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar:
   - Então que notícias há de El-Rei Pássaro Verde?
   - El-Rei Pássaro Verde está muito doente.
   - E já não pode curar-se?
   - Pode, pode. Basta que alguém junte algumas das nossas penas,
as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridas durante três
noites a fio.
A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram,
apanhou as penas caídas no chão e fez como as rolas tinham dito.
De manhã pôs-se a caminho da cidade.
Quando chegou diante do palácio, sentou-se no chão e abriu a bolota
Apareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, a prenda
mais rica que se podia imaginar. A menina pôs-se a dobar.
A rainha mãe chegou à janela e vendo aquela dobadoira tão bonita,
mandou um criado perguntar à menina se a queria vender.
    - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me
ficar esta noite ao pé do príncipe.
A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas do
príncipe com as cinzas.
No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palácio e abriu a
noz.
Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com um fuso de
prata e a menina pôs-se a fiar.
Veio a rainha à janela e vendo a roca, mandou o criado saber se ela a
queria vender.

                                                                        7
- Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me
    ficar esta noite ao pé do príncipe.
    A rainha disse que sim e a menina, sem ninguém ver, polvilhou as
    feridas do príncipe com as cinzas que levava.
    Pela terceira vez se sentou em frente do palácio e abriu a castanha,
    donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata.
    Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, mas ela
    respondeu:
        - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar que eu
    fique mais esta noite ao pé do príncipe.
    Assim foi; e pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzas
    sobre as feridas do príncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu.
    A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e El-Rei Pássaro
    Verde casou com ela e foram muito felizes. E ainda lá estão. Bendito
    e louvado, está o meu conto acabado!

                                                 In:HistóriasTradicionais, 1988,ME.




8
O AMOR DE FILHA
                             O SAL E A ÁGUA


Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez,
qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu:
   - Quero mais a meu pai do que à luz do Sol.
Respondeu a domeio:
   - Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo.
A mais moça respondeu:
   - Quero-lhe tanto como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como
as outras e pô-la fora do palácio. Ela foi, muito triste, por esse
mundo e chegou ao palácio de um rei, aí se ofereceu para ser
cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao
parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço.
Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.
Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando até que foi
chamada a cozinheira e só a ela é que o anel servia.
O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era
de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas
e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e
ambos viram o caso. O reideu licença aofilhopara casar c om ela,
mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o
jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei
que tinha as três filhas e que pusera fora de casa a mais nova.
A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser
postos ao rei seu pai não botou sal de propósito.Todos comiam com
vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim
perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia.
Respondeu ele, que não sabia que assistia ao casamento da filha:
   - É porque a comida não tem sal.

                                                                        9
O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali
     dizer porque é que não tinha botado s al na comida. Veio então a
     menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a
     logo e confessou alia sua culpa por não ter percebido quanto era
     amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a
     comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da
     injustiça de seu pai.

                                                                 TEÓFILO BRAGA
                                                 In: HistóriasTradicionais,1988,ME.




10
O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO



Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada.
Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanhá-
lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caçada
numa grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu.
Quando a carruagem já lá ia adiante, o pintainho voltou ao meio da
estrada, pelo baguinho de milho. Pôs-se a procurá-lo, a procurá-lo,
mas não o encontrou. E vai, pensou assim:
Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou ao
palácio, pedir-lhe que mo dê.
E pôs-se a caminho.
Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedra
a descansar. A pedra perguntou-lhe:
    - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa?
    - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
    - Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
    - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu
caminho.
Chegou lá adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou o
machado de um lenhador que tinha ido almoçar e sentou-se no cabo
do machado a descansar. O machado perguntou:
    - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa?
    - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
    - Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
    - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o
seu caminho.
Lá mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se à beira
de um ribeiro, que lhe perguntou:
    - Ó pintainho onde vais com tanta pressa?
    - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.

                                                                         11
- Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
        - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
     O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seu
     caminho, até que chegou de fronte do palácio do rei. Então, pôs-se a
     cantar:
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
     O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltou
     e disse:
         - Está ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho que
     o rei lhe fez perder.
         - Ora o atrevido! Mete-o na capoeira!
     O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viu
     fechado disse:
         - Machado, salta do meu papinho e parte-me esta porta.
     O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte d o
     palácio.
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
     O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou:
         - Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem
     tapado, para ele não fugir.
     O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do pote
     disse:
         - Pedra,salta do meu papinho, e parte-me este pote.
     A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para de fronte do palácio
     do rei:
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
         - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
     O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado:
         - Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem
     quente.
     O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno,
     disse:

12
- Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno.
O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para de fronte do
palácio.
    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
Então o rei mandou ir o pintainho à s u a presença
e ele contou como tinha perdido o baguinho de milho que achara na
estrada, por ter passado a carruagem real. Por isso estava ali a
pedir o baguinho de milho.
O rei deu-lhe razão, mandou-lhe entregar um grande saco de milho e
o pintainho foi-se embora, todo contente.

                                          In:HistóriasTradicionais, 1988,ME.




                                                                               13
O COELHINHO BRANCO



                               Era uma vez
                               um coelhinho
                            que foi à sua horta
                              buscarcouves
                         p´ra fazer um caldinho.
     Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir da horta,
     chegou à porta e achou-a fechada por dentro; bateu e
     perguntaram-lhe de dentro: -"Quem é?" O coelhinho respondeu:
                            Sou eu, o coelhinho
                            que venho da horta
                         e vou fazer um caldinho.
     Responderam-lhe dedentro:
                         E eu sou a cabra cabrez
                           que te salto em cima
                            e te faço em três.
     Foi-se o coelhinho por aí fora muito triste, e encontrou um boi e
     disse-lhe:
                            Eu sou o coelhinho
                           que tinha ido à horta
                               e ia para casa
                             fazer o caldinho;
                          mas quandolá cheguei
                        encontrei a cabra cabrez,
                           que me salta em cima
                            e me faz em três.
     Responde o boi: - "Eu não vou lá que tenho medo". Foi o coelhinho
     andando e encontrou um cão e disse-lhe:

14
Eu sou o coelhinho
                      que tinha ido à horta
                         eia para casa
                        fazer o caldinho;
                      mas quando lá cheguei
                    encontrei a cabra cabrez,
                      que me salta em cima
                       e me faz em três.
Responde o cão: -"Eu não vou lá que tenho medo." Foi mais adiante o
coelhinho e encontrou um galo, a quem disse também:
                        Eu sou o coelhinho
                      que tinha ido à horta
                         eia para casa
                        fazer o caldinho;
                      mas quando lá cheguei
                    encontrei a cabra cabrez,
                      que me salta em cima
                         e me faz em três.
Responde o galo: - "Eu não vou lá que tenho medo. " Foi-se o
coelhinho muito mais triste, já sem esperanças de poder voltar para
casa, quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: -"Que tens
coelhinho?"
                        Eu vinha da horta
                          eia para casa
                        fazer o caldinho;
                     mas quando lá cheguei
                    encontrei a cabra cabrez,
                      que me salta em cima
                        e me faz em três.
Responde a formiga: -"Eu vou lá e veremos como isso há de ser".
Foram ambos e bateram à porta; diz-lhe a cabra cabrez lá de
dentro:

                                                                      15
Aqui ninguém entra
                           está cá a cabra cabrez
                           que lhes salta em cima
                              e os faz em três.
     Responde a formiga:
                           Eu sou a formiga rabiga,
                             que te tiro as tripas
                               e furo a barriga.
     Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou a cabra
     cabrez; abriu a porta ao coelhinho; foram fazer o caldinho, e
     ficaram vivendo juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga.

                                                              ADOLFO COELHO
                                               In: Histórias Tradicionais, 1988,ME.




16
O MACACO E A VIOLA



Passou um macaco em frente de uma escola de meninas; mal estas o
viram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muito
comprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o
rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da
escola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco d o
rabo curto! Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo.
   - Já o enterrei - respondeu o barbeiro.
   - Pois levo uma navalha - disse o macaco.
Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe
à mão. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha.
   - Perdi-a - respondeu a mulher.
   - Pois então levo uma sardinha.
E o macaco foi com a sardinha até encontrar a mulher de um moleiro
a comer pão sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depois
voltou a pedir-lhe a sardinha.
    - Já a comi - respondeu a moleira.
    - Levo um saco de farinha.
E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco à mestra.
Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha.
    - As meninas já comeram a farinha em pão.
    - Levo uma menina.
E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas.
Momentos depois voltou pela menina.
   - Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro.
   - Levo uma gaiola.
E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentos
depois voltou a pedir a gaiola.
   - Partiu-se.
   - Pois levo uma viola.
Saiu o macaco com a viola e pôs-se a cantar e a tocar:

                                                                        17
Do rabo fiz navalha
     Da navalha fiz sardinha
     Da sardinha fiz farinha
     Da farinha fiz menina
     Da menina fiz gaiola
     Da gaiola fiz viola
     Tinglintim, tinglintim
     Eu já me vou embora.
     Tinglintm, tinglintim
     Eu já me vou embora.


                        ATAÍDE OLIVEIRA
                       In: Histórias Tradicionais,1988, ME.




18
O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE



Numa poça isolada do rio grande,vivia uma colónia de peixinhos.
 Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local. Havia, no
entanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava um pouco essa
harmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavam dele e
queria para si tudo o que havia de melhor.
Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele, disse
ao peixe:
    - Só me admiro que não vás viver além, no rio grande! Esta poça
é muito pequena para ti. Lá, terias companheiros mais distintos do
que peixinhos como nós.
O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, de
facto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seu
tamanho e importância. -"Estou farto destes peixinhos!"-pensou.-
"São tão ignorantes e irrequietos! Quando vierem aschuvas e as
inundações, poderei sair desta poça e nadar até ao rio. Vai ser um
prazer conviver com os meus semelhantes!"
Não tardou muito q ue as águas d as chuvas cobrissem a terra e foi
fácil para o peixe nadar até ao rio. Que diferente era tudo: as
rochas eram maiores, as plantas maiores também e os outros
peixes...eram grandes de mais!
Descansava um pouco ao pé de umas pedras grandes que formavam
uma gruta, quando sentiu a água a mexer-se atrás de si e quatro
peixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado, sem
cerimónia nenhuma:
    - Sai daqui, peixinho! Não sabes que esta gruta está reservada
para peixes como nós?!
"Peixinho"! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente. Que
maus modos tinham estes peixes! Podiam tê-lo avisado doutra
maneira!
O peixe escondeu-se numas algas próximas, mas pouco tempo pôde
descansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deram com

                                                                    19
ele e atacaram-no com a boca aberta e intenções evidentes de o
     comerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua força e
     teve a felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rocha
     antes que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Então,
     era isto a v ida do rio? Era essa a convivência com peixes de
     importância?
     Começou a ter saudades do sossego da sua poça e da companhia dos
     peixinhos que, pelo menos, erampacíficos!
     Uma mordidela pôs termo às suas reflexões. Mais uma vez,viu-se
     obrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomou uma
     decisão: voltar para a poça quanto antes!
     Foi uma viagem b em penosa, porque teve de nadar contra a
     corrente, e quantas vezes arbustos e árvores lhe impediam a
     passagem! Quando, finalmente, alcançou a sua poça, sentiu uma
     alegria e um alívio muito grandes. No final de contas, que bonita que
     era e que bem que se estava ali!
     Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem ao
     peixe grande; já não resmungava tanto e estava sempre pronto para
     contar as aventuras no rio, o que os divertia muito.


                                               In: HistóriasTradicionais , 1988,ME.




20
POESIAS
OU ISTO OU AQUILO



    Ou se tem chuva e não se tem sol
    ou se tem sol e não se tem chuva!
  Ou se calça a luva e não se põe o anel,
  ou se põe o anel e não se calça a luva!

 Quem, sobe nos ares não fica no chão,
  quem fica no chão não sobe nos ares.
  É uma grande pena que não se possa
 estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
  ou compro o doce e gasto o dinheiro.
   Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
     e vivo escolhendo o dia inteiro!

  Não sei se brinco, não sei se estudo,
   se saio correndo ou fico tranquilo.
    Mas não consegui entender ainda
    qual é melhor: se é isto ou aquilo.




                                                    Cecília Meireles
                          in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986,
                                       DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
                    Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC


                                                                       23
O NASCER

     Mãe!
     Que verdade linda
     O nascer encerra:
     Eu nasci de ti
     Como a flor da terra!




                             O CHAPÉUZINHO

                             A menina comprou u m chapéu
                             E pô-lo devagarinho:
                             Nele nasceram papoilas,
                             Dois pássaros fizeram ninho.

                             Chapéu de palha de trigo
                             Que a foice um dia cortou:
                             Na cabeça da menina,
                             O trigo ressuscitou.

                             Depois tirou o chapéu,
                             Tirou-o devagarinho,
                             Não vão murchar as papoilas,
                             Não se vá espantar o ninho.

                             E, chapeuzinho na mão,
                             De cabeça levantada,
                             A menina olhou o sol
                             Como a dizer-lhe: Obrigada!

                                                         MatildeRosaAraújo

                                   in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986,
                                                DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
                             Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC


24
BRINQUEDO

                            Foi um sonho que eu tive:
                            Era uma grande estrela de papel,
                            um cordel e um menino de bibe.

                            O menino tinha lançado a estrela
                            com ar de quem semeia uma ilusão;
                            E a estrela ia subindo, azul e amarela,
                            presa pelo cordel à sua mão.

                            Mas tão alto subiu
                            que deixou de ser estrela de papel,
                            e o menino aovê-la assim, sorriu
                            e cortou-lhe o cordel.
                                                              MiguelTorga


ALEGRIA

O patinho amarelo
saíu do ovo
de manhã cedinho

Que tudo é belo
que tudo é novo,
gritou o patinho

Que bom que vai ser
brincar e correr
com outros do meu tamanho
mostrar que sou pato
e ir ao regato
tomar banho
                                                           Sidónio Muralha
                                  in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986,
                                               DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
                            Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC


                                                                               25
ESPANTO

     Uma gota de chuva
     suspensa de um telhado.

     Dá-lhe o sol e parece
     pequena maravilha.

     Éumberlinde, dizem
     crianças entre si.

     É uma bola, e bela,
     mas não rebola, brilha!

     É a Lua? Uma bolha
     de sabão a brincar?

     Um balão? Um brilhante
     de uma estrela vaidosa?

     Diz a v elhinha olhando:
     quem chorou esta lágrima?

     Uma gota de chuva
     suspensa de umtelhado:

     Chegou uma andorinha
     engoliu-a e voou.

                             MariaAlbertaMenéres
           in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986,
                        DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
     Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC




26
LENGALENGAS
Fui à caixa das bolachas
Tirei uma ...
Tirei duas ...
Tirei três ...
Tirei quatro ...
Tirei cinco …
Tirei seis...
Tirei sete ...
Tirei oito...
Tirei nove …
Tirei dez...
Que é para veres o guloso que tu és!




                             Lagarto pintado quem te pintou
                             Foiuma velha que aqui passou
                             No tempo da eira fazia poeira
                             Puxa lagarto por esta orelha




Sape gato lambareiro
Tira a mão do açucareiro
Tira a mão, tira o pé
do açúcar, do café




                                                              29
Era uma vez um gato
              chamado Carocho
              Ai que lindo que lindo
              que era o bicho
              Enrolou-se no capacho
              caiu da janela abaixo
              e foi parar ao balde do lixo




              Um, dois, três, quatro
              A galinha mais o pato
              Fugiram da capoeira
              Foi atrás a cozinheira
              Que lhes deu com o sapato
              Um, dois, três, quatro




           in ColectâneadeLengalengasePoesias,1986,
                        DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
     Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC


30
RIMAS E ADIVINHAS


Brincar              Escrever
            Saltar
   Correr         Jogar
              Ler     Cantar
Adivinhar



          Rimar




                                31
A videira dá a uva
A nuvem escura dá a...




Batam palmas ao artista
lá no palco está o ...




A onda grande da praia
já molhou a minha ...




Tem asas o passarinho
a voar vai par ao...




Para lavar a minha mão
preciso de água e ...




                          33
Qual é coisa                     Qual é coisa
     Qual é ela que                   Qual é ela
     mal entra em casa                que tem dentes
     se põe à j anela ?               e não come?




                           ADIVINHA




                                      Tem coroa e não é
     Qual é coisa                      rei
     Qual é ela que                   Tem escamas sem
     quanto mais se afia              peixe ser
     mais pequeno é?                   Além de servir
                                      para doce
                                      é fruta, podes
                                      comer?


34
Qual é coisa
                   Qual é ela
                   tem dentes
                   e não come
                   tem barbas
                   e não é homem?




Qual é coisa                        Qual é coisa
Qual é ela                          Qual é ela
quanto mais alta   ADIVINHA         Branco é
melhorse vê?                        Galinha o
                                    põe...?




                   Qual é coisa
                   Qual é ela
                   que se veste
                   no verão
                   e se despe
                   no inverno?




                                                   35
CANÇÕES
UMA LARANJA


O meu pai deu-me uma laranja,
que cheirinho que ela tem.
É redonda e amarela
tenho fome, calha bem.




                                     SEMENTINHA

                  I
Semente, sementinha
que na terra dá flor.                                    II
Semente, sementinha                               Força, força,
verde, branca ou doutra cor.                      força p'ra nascer!
                                                  Ai, que linda,
                                                  já vem a aparecer!




AnaMariaFerrão, MadalenaSáPessoa
In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora.




                                                                       39
CONCHAS CONCHINHAS


           I                                                 II
     Conchas conchinhas                                Vêm de longe,
     conchas do mar.                                   vêm nas ondas.
     Conchas conchinhas                                Ficam na areia
     p'ra eu apanhar.                                  a brilhar...




                          A CHUVA CAI, CAI


                                  A chuva cai, cai
                            Bis   A chuva cai, cai
                                  A chuva cai na cabeça
                                               ...nojoelho
                                               ...nas pestanas, etc.




                                         Ana MariaFerrão,Madalena SáPessoa
                                         In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora.




40
A GALINHA MAIS O PATO

Um dois três quatro,            Cinco seis sete oito,
a galinha mais o pato.          eu fui buscar um biscoito
Fugiram da capoeira,            e levei-o à galinha
por causa da cozinheira.        que escondi numa caixinha.
Um dois três quatro.            Cinco seis sete oito.



                                          Umdois três quatro
                                          Cinco seis sete oito
                                          Um dois três quatro
                                          Cinco seis sete oito



                     LIMPA OS VIDROS
            I
Limpa os vidros,limpa, limpa,
que a poeira veio sujar.
Limpa os vidros da janela,
e depois põe-te a espreitar.

                                                  II
                                       Da janela do teu quarto
                                       quantas coisas para ver:
                                       As árvores a baloiçar,
                                       as pessoas a correr,

                                                  III
                                Autocarros, automóveis,
                                um polícia a mandar parar;
                                Limpa os vidros, limpa, limpa
                                até os pôr a brilhar.

                                Ana Maria Ferrão,Madalena SáPessoa
                                In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora.


                                                                              41
COM O VENTO DE MANSINHO

            I
     As velas do moinho
     Hum-hum, hum-hum (boca fechada)
     Com o vento demansinho
     Hum-hum, hum-hum




                                              II
                                   Gira gira gira giram,
                                   viradinhas para o mar.
                                   E as cabaças que as enfeitam,
                                   nunca param de cantar.

                                       A na MariaFerrão,MadalenaSáPessoa
                                       In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora.




42
Ficha Técnica

              Caderno de Histórias , Poesias, Lengalengas, Adivinhas, Canções

                                          Director
                                         Vasco Alves

                    Coordenadora do N úcleo de Educação Pré-Escolar
                                      Paula Aguiar

                                  Concepção do Caderno
                                  Maria de Lurdes Costa
                                   Maria Manuela Moura
                                Maria da Conceição Baptista
                               Maria Teresa Gomes de Abreu

                                       Apoio Técnico
                                      Madalena Guedes

                          Capa, Ilustrações e Concepção Gráfica
                                  Maria Manuela Lourenço

                                            Data
                                            2002




              Com a colaboração da Direcção Regional de Educação de Lisboa


Este caderno foi concebido no âmbito do projecto "Travelling Early Learners" da EFECOT (European
Federation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal é membro.
Apoio à Educação de Filhos de Profissionais Itinerantes

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Lengalenga

  • 1. Caderno de Educação Pré-Escolar
  • 2. NOTA INTRODUTÓRIA Todas as actividades deste caderno devem ser sempre realizadas com um adulto. As histórias e as canções encontram-se também gravadas na cassete.
  • 4. EL-REI PÁSSARO VERDE Era uma vez um homem que tinha uma filha e casou-se com uma mulher que também tinha uma filha. E a madrasta tratava a enteada muito mal. E um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, e o passarinho falou e disse-lhe: - Arranja-me uma bacia de água, outra de leite e um laço d e fita. E abalou a fugir. E ela assim fez e o passarinho veio e caiu no laço, e banhou-se na bacia de água, depois na bacia de leite e saíu um príncipe. E o príncipe disse-lhe que era El-Rei Pássaro Verde e que estava encantado. Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perdê-lo-ia, só voltando a encontrá-lo quando rompesse três pares de sapatos de ferro. No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e v i u o passarinho verde banhar-se na água e no leite e transformar-se em príncipe. Ficou cheia de inveja e quando o príncipe se tornou a fazer em passarinho verde, d eitou-lhe na á gua vidro moído semquea menina desse por isso. Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muito ferido e fugiu. A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito, foi ao ferreiro mandar fazer três pares de sapatos de ferro e partiu à procura do príncipe. Foi andando, andando e já tinha rompido um par de sapatos quando avistou uma casinha e foi bater à porta. Apareceu-lhe uma velhinha: - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas a minha filha que é a Lua há-de saber... 5
  • 5. Esconda-se aí que ela tem muito mau génio. Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua. -Cheira-me aqui a fôlego vivo -disse ela muito zangada. - Ó filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde morava El-Rei Pássaro Verde. - Eu só ando de noite, à hora em que toda a gente dorme com as portas e as janelas fechadas. O vento é quem há-de saber. Ao outro dia a velhinha deu à menina o recado da Lua e entregou-lhe uma bolota, com a recomendação de só a abrir quando precisasse muito. Pôs-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido o segundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha. Bateu à porta e uma velhinha veio abrir. - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o mundo há-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito mau génio. A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar: - Cheira-me aqui a fôlego vivo. - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde mora El-Rei Pássaro Verde. - Quando eu apareço, todos fecham as portas e as janelas d e modo que não sei onde ele está. Quem deve saber é o Sol. No dia seguinte a velhinha deu à menina o recado do seu filho Vento e entregou-lhe uma noz com a recomendação de só a abrir quando muito precisasse. A menina recomeçou a caminhar e quando já tinha andado tanto que tinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outra casinha. Bateu à porta e uma velhinha veio ver quem era. - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas o meu filho que é o Sol há-de saber. Mas esconda-se até que ele chegue. A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou o Sol. - Cheira-me aqui a fôlego vivo. - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde 6
  • 6. morava El-Rei Pássaro Verde. - El-Rei PássaroVerde mora muito longe daqui e está em perigo de vida. Ninguém sabe curar a sua doença. No outro dia, a velhinha deu à menina as notícias que o seu filho Sol lhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com a recomendação de não a abrir senão quando muito precisasse. E a menina pôs-se outra vez a caminhar. Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma árvore onde as rolas faziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar: - Então que notícias há de El-Rei Pássaro Verde? - El-Rei Pássaro Verde está muito doente. - E já não pode curar-se? - Pode, pode. Basta que alguém junte algumas das nossas penas, as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridas durante três noites a fio. A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram, apanhou as penas caídas no chão e fez como as rolas tinham dito. De manhã pôs-se a caminho da cidade. Quando chegou diante do palácio, sentou-se no chão e abriu a bolota Apareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, a prenda mais rica que se podia imaginar. A menina pôs-se a dobar. A rainha mãe chegou à janela e vendo aquela dobadoira tão bonita, mandou um criado perguntar à menina se a queria vender. - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me ficar esta noite ao pé do príncipe. A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas do príncipe com as cinzas. No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palácio e abriu a noz. Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com um fuso de prata e a menina pôs-se a fiar. Veio a rainha à janela e vendo a roca, mandou o criado saber se ela a queria vender. 7
  • 7. - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me ficar esta noite ao pé do príncipe. A rainha disse que sim e a menina, sem ninguém ver, polvilhou as feridas do príncipe com as cinzas que levava. Pela terceira vez se sentou em frente do palácio e abriu a castanha, donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata. Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, mas ela respondeu: - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar que eu fique mais esta noite ao pé do príncipe. Assim foi; e pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzas sobre as feridas do príncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu. A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e El-Rei Pássaro Verde casou com ela e foram muito felizes. E ainda lá estão. Bendito e louvado, está o meu conto acabado! In:HistóriasTradicionais, 1988,ME. 8
  • 8. O AMOR DE FILHA O SAL E A ÁGUA Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez, qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu: - Quero mais a meu pai do que à luz do Sol. Respondeu a domeio: - Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo. A mais moça respondeu: - Quero-lhe tanto como a comida quer o sal. O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como as outras e pô-la fora do palácio. Ela foi, muito triste, por esse mundo e chegou ao palácio de um rei, aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando até que foi chamada a cozinheira e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza. Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O reideu licença aofilhopara casar c om ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei que tinha as três filhas e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito.Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia. Respondeu ele, que não sabia que assistia ao casamento da filha: - É porque a comida não tem sal. 9
  • 9. O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado s al na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo e confessou alia sua culpa por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai. TEÓFILO BRAGA In: HistóriasTradicionais,1988,ME. 10
  • 10. O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada. Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanhá- lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caçada numa grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu. Quando a carruagem já lá ia adiante, o pintainho voltou ao meio da estrada, pelo baguinho de milho. Pôs-se a procurá-lo, a procurá-lo, mas não o encontrou. E vai, pensou assim: Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou ao palácio, pedir-lhe que mo dê. E pôs-se a caminho. Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedra a descansar. A pedra perguntou-lhe: - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu caminho. Chegou lá adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou o machado de um lenhador que tinha ido almoçar e sentou-se no cabo do machado a descansar. O machado perguntou: - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu caminho. Lá mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se à beira de um ribeiro, que lhe perguntou: - Ó pintainho onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. 11
  • 11. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seu caminho, até que chegou de fronte do palácio do rei. Então, pôs-se a cantar: - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltou e disse: - Está ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho que o rei lhe fez perder. - Ora o atrevido! Mete-o na capoeira! O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viu fechado disse: - Machado, salta do meu papinho e parte-me esta porta. O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte d o palácio. - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou: - Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem tapado, para ele não fugir. O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do pote disse: - Pedra,salta do meu papinho, e parte-me este pote. A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para de fronte do palácio do rei: - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado: - Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem quente. O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno, disse: 12
  • 12. - Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno. O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para de fronte do palácio. - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! Então o rei mandou ir o pintainho à s u a presença e ele contou como tinha perdido o baguinho de milho que achara na estrada, por ter passado a carruagem real. Por isso estava ali a pedir o baguinho de milho. O rei deu-lhe razão, mandou-lhe entregar um grande saco de milho e o pintainho foi-se embora, todo contente. In:HistóriasTradicionais, 1988,ME. 13
  • 13. O COELHINHO BRANCO Era uma vez um coelhinho que foi à sua horta buscarcouves p´ra fazer um caldinho. Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir da horta, chegou à porta e achou-a fechada por dentro; bateu e perguntaram-lhe de dentro: -"Quem é?" O coelhinho respondeu: Sou eu, o coelhinho que venho da horta e vou fazer um caldinho. Responderam-lhe dedentro: E eu sou a cabra cabrez que te salto em cima e te faço em três. Foi-se o coelhinho por aí fora muito triste, e encontrou um boi e disse-lhe: Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta e ia para casa fazer o caldinho; mas quandolá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o boi: - "Eu não vou lá que tenho medo". Foi o coelhinho andando e encontrou um cão e disse-lhe: 14
  • 14. Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o cão: -"Eu não vou lá que tenho medo." Foi mais adiante o coelhinho e encontrou um galo, a quem disse também: Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o galo: - "Eu não vou lá que tenho medo. " Foi-se o coelhinho muito mais triste, já sem esperanças de poder voltar para casa, quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: -"Que tens coelhinho?" Eu vinha da horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde a formiga: -"Eu vou lá e veremos como isso há de ser". Foram ambos e bateram à porta; diz-lhe a cabra cabrez lá de dentro: 15
  • 15. Aqui ninguém entra está cá a cabra cabrez que lhes salta em cima e os faz em três. Responde a formiga: Eu sou a formiga rabiga, que te tiro as tripas e furo a barriga. Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou a cabra cabrez; abriu a porta ao coelhinho; foram fazer o caldinho, e ficaram vivendo juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga. ADOLFO COELHO In: Histórias Tradicionais, 1988,ME. 16
  • 16. O MACACO E A VIOLA Passou um macaco em frente de uma escola de meninas; mal estas o viram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muito comprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da escola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco d o rabo curto! Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo. - Já o enterrei - respondeu o barbeiro. - Pois levo uma navalha - disse o macaco. Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe à mão. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha. - Perdi-a - respondeu a mulher. - Pois então levo uma sardinha. E o macaco foi com a sardinha até encontrar a mulher de um moleiro a comer pão sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depois voltou a pedir-lhe a sardinha. - Já a comi - respondeu a moleira. - Levo um saco de farinha. E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco à mestra. Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha. - As meninas já comeram a farinha em pão. - Levo uma menina. E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas. Momentos depois voltou pela menina. - Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro. - Levo uma gaiola. E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentos depois voltou a pedir a gaiola. - Partiu-se. - Pois levo uma viola. Saiu o macaco com a viola e pôs-se a cantar e a tocar: 17
  • 17. Do rabo fiz navalha Da navalha fiz sardinha Da sardinha fiz farinha Da farinha fiz menina Da menina fiz gaiola Da gaiola fiz viola Tinglintim, tinglintim Eu já me vou embora. Tinglintm, tinglintim Eu já me vou embora. ATAÍDE OLIVEIRA In: Histórias Tradicionais,1988, ME. 18
  • 18. O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE Numa poça isolada do rio grande,vivia uma colónia de peixinhos. Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local. Havia, no entanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava um pouco essa harmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavam dele e queria para si tudo o que havia de melhor. Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele, disse ao peixe: - Só me admiro que não vás viver além, no rio grande! Esta poça é muito pequena para ti. Lá, terias companheiros mais distintos do que peixinhos como nós. O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, de facto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seu tamanho e importância. -"Estou farto destes peixinhos!"-pensou.- "São tão ignorantes e irrequietos! Quando vierem aschuvas e as inundações, poderei sair desta poça e nadar até ao rio. Vai ser um prazer conviver com os meus semelhantes!" Não tardou muito q ue as águas d as chuvas cobrissem a terra e foi fácil para o peixe nadar até ao rio. Que diferente era tudo: as rochas eram maiores, as plantas maiores também e os outros peixes...eram grandes de mais! Descansava um pouco ao pé de umas pedras grandes que formavam uma gruta, quando sentiu a água a mexer-se atrás de si e quatro peixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado, sem cerimónia nenhuma: - Sai daqui, peixinho! Não sabes que esta gruta está reservada para peixes como nós?! "Peixinho"! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente. Que maus modos tinham estes peixes! Podiam tê-lo avisado doutra maneira! O peixe escondeu-se numas algas próximas, mas pouco tempo pôde descansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deram com 19
  • 19. ele e atacaram-no com a boca aberta e intenções evidentes de o comerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua força e teve a felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rocha antes que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Então, era isto a v ida do rio? Era essa a convivência com peixes de importância? Começou a ter saudades do sossego da sua poça e da companhia dos peixinhos que, pelo menos, erampacíficos! Uma mordidela pôs termo às suas reflexões. Mais uma vez,viu-se obrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomou uma decisão: voltar para a poça quanto antes! Foi uma viagem b em penosa, porque teve de nadar contra a corrente, e quantas vezes arbustos e árvores lhe impediam a passagem! Quando, finalmente, alcançou a sua poça, sentiu uma alegria e um alívio muito grandes. No final de contas, que bonita que era e que bem que se estava ali! Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem ao peixe grande; já não resmungava tanto e estava sempre pronto para contar as aventuras no rio, o que os divertia muito. In: HistóriasTradicionais , 1988,ME. 20
  • 21. OU ISTO OU AQUILO Ou se tem chuva e não se tem sol ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem, sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo. Cecília Meireles in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC 23
  • 22. O NASCER Mãe! Que verdade linda O nascer encerra: Eu nasci de ti Como a flor da terra! O CHAPÉUZINHO A menina comprou u m chapéu E pô-lo devagarinho: Nele nasceram papoilas, Dois pássaros fizeram ninho. Chapéu de palha de trigo Que a foice um dia cortou: Na cabeça da menina, O trigo ressuscitou. Depois tirou o chapéu, Tirou-o devagarinho, Não vão murchar as papoilas, Não se vá espantar o ninho. E, chapeuzinho na mão, De cabeça levantada, A menina olhou o sol Como a dizer-lhe: Obrigada! MatildeRosaAraújo in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC 24
  • 23. BRINQUEDO Foi um sonho que eu tive: Era uma grande estrela de papel, um cordel e um menino de bibe. O menino tinha lançado a estrela com ar de quem semeia uma ilusão; E a estrela ia subindo, azul e amarela, presa pelo cordel à sua mão. Mas tão alto subiu que deixou de ser estrela de papel, e o menino aovê-la assim, sorriu e cortou-lhe o cordel. MiguelTorga ALEGRIA O patinho amarelo saíu do ovo de manhã cedinho Que tudo é belo que tudo é novo, gritou o patinho Que bom que vai ser brincar e correr com outros do meu tamanho mostrar que sou pato e ir ao regato tomar banho Sidónio Muralha in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC 25
  • 24. ESPANTO Uma gota de chuva suspensa de um telhado. Dá-lhe o sol e parece pequena maravilha. Éumberlinde, dizem crianças entre si. É uma bola, e bela, mas não rebola, brilha! É a Lua? Uma bolha de sabão a brincar? Um balão? Um brilhante de uma estrela vaidosa? Diz a v elhinha olhando: quem chorou esta lágrima? Uma gota de chuva suspensa de umtelhado: Chegou uma andorinha engoliu-a e voou. MariaAlbertaMenéres in ColectâneadeLengalengasePoesias ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC 26
  • 26. Fui à caixa das bolachas Tirei uma ... Tirei duas ... Tirei três ... Tirei quatro ... Tirei cinco … Tirei seis... Tirei sete ... Tirei oito... Tirei nove … Tirei dez... Que é para veres o guloso que tu és! Lagarto pintado quem te pintou Foiuma velha que aqui passou No tempo da eira fazia poeira Puxa lagarto por esta orelha Sape gato lambareiro Tira a mão do açucareiro Tira a mão, tira o pé do açúcar, do café 29
  • 27. Era uma vez um gato chamado Carocho Ai que lindo que lindo que era o bicho Enrolou-se no capacho caiu da janela abaixo e foi parar ao balde do lixo Um, dois, três, quatro A galinha mais o pato Fugiram da capoeira Foi atrás a cozinheira Que lhes deu com o sapato Um, dois, três, quatro in ColectâneadeLengalengasePoesias,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC 30
  • 28. RIMAS E ADIVINHAS Brincar Escrever Saltar Correr Jogar Ler Cantar Adivinhar Rimar 31
  • 29. A videira dá a uva A nuvem escura dá a... Batam palmas ao artista lá no palco está o ... A onda grande da praia já molhou a minha ... Tem asas o passarinho a voar vai par ao... Para lavar a minha mão preciso de água e ... 33
  • 30. Qual é coisa Qual é coisa Qual é ela que Qual é ela mal entra em casa que tem dentes se põe à j anela ? e não come? ADIVINHA Tem coroa e não é Qual é coisa rei Qual é ela que Tem escamas sem quanto mais se afia peixe ser mais pequeno é? Além de servir para doce é fruta, podes comer? 34
  • 31. Qual é coisa Qual é ela tem dentes e não come tem barbas e não é homem? Qual é coisa Qual é coisa Qual é ela Qual é ela quanto mais alta ADIVINHA Branco é melhorse vê? Galinha o põe...? Qual é coisa Qual é ela que se veste no verão e se despe no inverno? 35
  • 33. UMA LARANJA O meu pai deu-me uma laranja, que cheirinho que ela tem. É redonda e amarela tenho fome, calha bem. SEMENTINHA I Semente, sementinha que na terra dá flor. II Semente, sementinha Força, força, verde, branca ou doutra cor. força p'ra nascer! Ai, que linda, já vem a aparecer! AnaMariaFerrão, MadalenaSáPessoa In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora. 39
  • 34. CONCHAS CONCHINHAS I II Conchas conchinhas Vêm de longe, conchas do mar. vêm nas ondas. Conchas conchinhas Ficam na areia p'ra eu apanhar. a brilhar... A CHUVA CAI, CAI A chuva cai, cai Bis A chuva cai, cai A chuva cai na cabeça ...nojoelho ...nas pestanas, etc. Ana MariaFerrão,Madalena SáPessoa In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora. 40
  • 35. A GALINHA MAIS O PATO Um dois três quatro, Cinco seis sete oito, a galinha mais o pato. eu fui buscar um biscoito Fugiram da capoeira, e levei-o à galinha por causa da cozinheira. que escondi numa caixinha. Um dois três quatro. Cinco seis sete oito. Umdois três quatro Cinco seis sete oito Um dois três quatro Cinco seis sete oito LIMPA OS VIDROS I Limpa os vidros,limpa, limpa, que a poeira veio sujar. Limpa os vidros da janela, e depois põe-te a espreitar. II Da janela do teu quarto quantas coisas para ver: As árvores a baloiçar, as pessoas a correr, III Autocarros, automóveis, um polícia a mandar parar; Limpa os vidros, limpa, limpa até os pôr a brilhar. Ana Maria Ferrão,Madalena SáPessoa In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora. 41
  • 36. COM O VENTO DE MANSINHO I As velas do moinho Hum-hum, hum-hum (boca fechada) Com o vento demansinho Hum-hum, hum-hum II Gira gira gira giram, viradinhas para o mar. E as cabaças que as enfeitam, nunca param de cantar. A na MariaFerrão,MadalenaSáPessoa In: Histórias Cantadas,1983,PlátanoEditora. 42
  • 37. Ficha Técnica Caderno de Histórias , Poesias, Lengalengas, Adivinhas, Canções Director Vasco Alves Coordenadora do N úcleo de Educação Pré-Escolar Paula Aguiar Concepção do Caderno Maria de Lurdes Costa Maria Manuela Moura Maria da Conceição Baptista Maria Teresa Gomes de Abreu Apoio Técnico Madalena Guedes Capa, Ilustrações e Concepção Gráfica Maria Manuela Lourenço Data 2002 Com a colaboração da Direcção Regional de Educação de Lisboa Este caderno foi concebido no âmbito do projecto "Travelling Early Learners" da EFECOT (European Federation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal é membro.
  • 38. Apoio à Educação de Filhos de Profissionais Itinerantes