Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Saramago estilo
1.
2.
3.
4.
5.
6. Utilizando, para além da pontuação e das figuras de estilo peculiares,
aforismos, provérbios, a coloquialidade e a intertextualidade,
subverte o próprio conceito de escrita e afirma-se como um visionário
na literatura, no que respeita ao estilo e à linguagem.
Em Memorial do Convento, torna-se notória a fuga às regras da
gramática normativa tradicional na utilização da pontuação, o que confere
ao texto fluidez rítmica, aproximando-o do discurso oral ou do ritmo do
pensamento. É normalmente a vírgula que separa as falas das personagens.
Os pontos de exclamação e de interrogação são omissos, assim como
qualquer referência do narrador a estes tipos de entoação, o que, contudo,
não impede o leitor de os percepcionar. Evidente também é o hibridismo de
tipologias discursivas, pois o narrador utiliza os discursos directo, indirecto
7. e indirecto livre, sem proceder às demarcações tradicionais ao nível gráfico
(dois pontos seguidos de travessão) e lexical (recurso aos verbos que
introduzem o discurso directo como declarar, perguntar, acrescentar, etc.).
As frases e a ausência de pontuação favorecem a pluralidade de vozes
que se observa emMemorial do Convento. Com efeito, a estrutura sintáctica
infringe intencionalmente a norma, prestando-se a leituras que alternam o
discurso escrito com o discurso oral e, sobretudo, com um discurso
monologado que resulta da mistura de vozes que se produzem no
pensamento das personagens.
Várias são as marcas linguísticas e estilísticas: a metáfora, a ironia, a
hipálage, as oposições, as frases longas, os paralelismos de construção, a
enumeração polissindética, a utilização do registo de língua familiar e
popular (com sentido irónico e crítico ou como forma de tradução do
estrato social das personagens), utilização do gerúndio, do presente do
indicativo, do modo imperativo…