O documento discute práticas de diferenciação pedagógica para tornar as salas de aula mais inclusivas. A diferenciação envolve planejar atividades considerando as características individuais dos alunos, utilizar os recursos dos próprios alunos e ser capaz de se adaptar às reações dos alunos.
2. Ainscow (1995) aponta três fatores chave para a
criação de salas mais inclusivas:
Planificação para a classe como um todo, sem
excluir nenhum aluno – a preocupação central do
professor tem de ser a planificação para a classe,
no seu conjunto e não para um aluno, em
particular;
Utilização eficiente de recursos naturais, os
próprios alunos – valorizando os conhecimentos,
experiências e vivências de cada um;
Improvisação – o professor deve ser capaz de
fazer uma alteração de planos e das atividades
previamente planificadas em resposta às reações
dos alunos.
Ainscow, M.(1995). The next step for Special Education: supporting the development of inclusive practices.
British Journal of Special Education, 27 (2), 76-80.
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3. Condições para que uma escola possa atender à
diversidade:
a qualificação dos docentes: devem ser
profissionais capazes de planear e tomar
decisões, refletir sobre a sua prática, trabalhar
em parceria;
um currículo capaz de diversificar respostas que
se adaptem às diferenças, que seja flexível para
proporcionar alternativas pedagógicas ajustadas
às características dos alunos;
uma intervenção organizada em torno de
determinados alunos e em situações de
aprendizagem diferentes.
(Torres-González, 2002, p.131).
4. Quais as práticas na sala de aula que podem
ajudar todas as crianças a participar e a
aprender?
Como é que tais práticas podem ser
desenvolvidas?
O que significa isso para a organização escolar e
para a liderança?
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5. A análise da investigação sugere seis ideias-chave:
As escolas precisam entender claramente o que se
entende por educação inclusiva.
As práticas de sala de aula inclusiva envolvem superar
barreiras para a participação dos alunos e aprendizagem.
Comprometer-se com vários tipos de evidências pode
incentivar os professores a desenvolver práticas mais
inclusivas.
Planear apoios adicionais para cada aluno;
Todos os envolvidos necessitam de formação adequada.
Desenvolvimento de uma cultura organizacional que veja
a diversidade de forma positiva.
Os líderes têm um papel central para fomentar uma
cultura inclusiva no âmbito de suas escolas
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6. Diferenciação curricular: a adaptação
do currículo às características de cada
aluno, com a finalidade de maximizar
as suas oportunidades de sucesso
escolar” (Sousa, 2010:10)
7. Para Perrenoud (1999) diferenciação significa
“romper” com a pedagogia magistral, isto é, a
mesma lição e os mesmos exercícios para
todos ao mesmo tempo.
Diferenciação implica uma forma de colocar em
funcionamento uma organização de trabalho
que integre procedimentos de ensino e
aprendizagem, que disponibilize a cada aluno
uma situação adequada de aprendizagem.
Perrenoud, P. (1999). Pedagogia Diferenciada. Das Intenções à Acção. Porto Alegre: Artmed
Editora
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8. A diferenciação pedagógica prende-se com a
necessidade de adequar o ensino às características
cognitivas do aluno e às suas necessidades
específicas.
Para o conseguir, o professor pode introduzir
níveis de dificuldade na mesma atividade, que
induzam diferentes competências ou diferentes
saberes, ou, ainda, propor diferentes atividades
para diferentes alunos (Correia, 1999).
Nesta perspetiva, a capacidade de promover uma
educação inclusiva prende-se com as respostas
encontradas pela escola para promover o sucesso
educativo dos seus alunos.
Correia, L. M. (1999). Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas
Classes Regulares. Porto: Porto Editora, col. Educação Especial 8
9. Proporcionar conhecimentos diferentes a
grupos diferentes, em escolas separadas, em
grupos separados na mesma escola, em
grupos dentro da mesma turma.
Dependente do contexto escolar (organização
da escola em função da diferenciação);
Dependente dos valores, crenças e
circunstâncias sociais que os agentes sociais
têm sobre a escola
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10. Prescritivas (derivadas do desenvolvimento)
Idiossincráticas (derivadas das capacidades e
desejos específicos do sujeito ou grupo)
Técnico-culturais (derivadas dos
conhecimentos e cultura, trabalho e ócio)
Sociais (as que a sociedade impõe como
norma ou regra de convivência). (Zabala, 1986)
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11. Orientada para a promoção da equidade
(Roldão, 1999; 2003; Sousa, 2007; 2010).
Exige o acesso de todos às aprendizagens
essenciais, que são o fundamento da
escolaridade básica obrigatória.
Diferenciar não é reduzir ou simplificar o
currículo comum: é definir estrategicamente
percursos de aprendizagem diferenciados,
que permitam a cada um dos alunos
progredir no currículo com vista ao sucesso
escolar.
12. Para Perrenoud (2010) diferenciação é:
Fazer com que cada aluno seja
constantemente confrontado com as
situações didáticas mais proveitosas para ele.
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Dirige-se para os meios e modalidades de
trabalho, nunca para os objetivos de
formação
Não é um método pedagógico, é uma forma
de organização do trabalho na aula, na escola
e no meio envolvente
Não é um ensino individualizado
Perrenoud (2010). Não existe inclusão eficaz sem diferenciação
pedagógica dentro das turmas regulares. Educação Inclusiva, vol. 1,
nº 1
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13. Atividade do aluno (implica ação de quem
aprende)
Necessidade (motivação intrínseca ou induzida)
Individualização (adequação de ritmo e método)
Transferência (de um contexto para outros)
Integralidade (de várias matérias para um
indivíduo)
Socialização (metas de normalização,
participação e usufruto social)
14. Como aprendem as crianças?
Que “aptidões” exige uma determinada
aprendizagem?
Possíveis obstáculos à aprendizagem, mesmo
as motivadas pelo docente?
Procedimentos de observação das crianças em
situação de aprendizagem
Combinar as observações com a construção
de situações de aprendizagem efetivas
Trabalho cooperativo com colegas mais
experientes
Elaboração e desenvolvimento de programas
educativos efetivos (Barthorpe, 1992)
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15. A diferenciação curricular em turmas em que
existem alunos com MSAI é muito mais fácil
quando o professor se assume como gestor do
currículo, com autonomia suficiente para o
adequar a situações concretas, tenha ou não
alunos integrados; e quando desenvolve
práticas diferenciadas, independentemente do
tipo de alunos que constituem a turma.
17. O aumento da diversidade da população
estudantil implica a aplicação de práticas
diferenciadoras em contexto de sala de aula para
os alunos que apresentam dificuldades em
acompanhar o resto da turma ou o ritmo de
trabalho imposto pelo professor.
“De que modo a escola, instituição histórica e
socialmente uniformizadora, pode lidar eficazmente
com a diversidade dos seus públicos, diversidade que
constitui, no tempo presente e no futuro previsível, o
seu contexto inevitável de ação?” (Roldão (2003 p.12)
18. Diferenciar não equivale a hierarquizar metas
mínimas para aqueles que se apresentam como
diferentes da maioria dos alunos – mas antes
tentar por todos os meios, os mais diversos, que
todos cheguem a dominar o melhor possível as
competências e saberes de que todos precisam na
sua vida pessoal e social.
A diferenciação curricular procura desta forma
garantir que as competências de saída em cada
ciclo sejam alcançadas por todos os alunos,
mesmo que os percursos sejam diferentes entre
si.
19. “diferenciação curricular é a adaptação do
currículo às características de cada aluno com
a finalidade de maximizar as suas
oportunidades de sucesso escolar”, Sousa
(2010, p.10).
Para este autor, a diferenciação curricular
desenvolve-se “através de práticas docentes
atentas à experiência de cada aluno e ao seu
potencial de desenvolvimento em direção à
realização das aprendizagens previstas ao nível
do currículo formal”
20. A diferenciação que se procura na inclusão é a
que tem lugar num meio em que não se separam
os alunos com base em categorias, mas em que
se educam os alunos em conjunto, procurando
aproveitar o potencial educativo das suas
diferenças.
Esta diferenciação pressupõe que se leve em
linha de conta que os alunos possuem diferentes
pontos de partida para a aprendizagem, que
realizam percursos de aprendizagem distintos e
podem mesmo atingir patamares de objetivos e
competências diferentes (Rodrigues, 2003
21. A diferenciação pedagógica requer fases de
implementação executadas por um professor
experiente, incluindo a planificação, a atribuição
do tempo, a delegação de tarefas em
colaboradores e alunos e o controle de qualidade.
A diferenciação pedagógica é um programa
exaustivo para todo o dia escolar e não um método
isolado.
A sua focalização no aluno de forma individual
requer que as limitações para a aprendizagem
sejam primeiro diagnosticadas para
posteriormente se desenvolver um plano que
permita resolvê-las.
22. Uma abordagem educativa deste tipo exige
não só que os professores desenvolvam uma
ampla gama de estratégias de ensino, mas
também que saibam reconhecer quando têm
de usar cada uma delas da forma mais
adequada ou produtiva, e coordenar os seus
esforços com os de outros profissionais
dando apoio ao aluno.
23. A diferenciação pedagógica é um processo
integrado de diagnóstico-intervenção na aula
que combina várias práticas num sistema de
gestão da sala de aula para adaptar o ensino às
necessidades individuais e do pequeno grupo:
programas de tutoria,
aprendizagem de mestria,
aprendizagem cooperativa e
ensino de estratégias de aprendizagem
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