SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
1
Currículo Baseado em Competências
Inicialmente, ao tratar desse tema, é de fundamental importância explicar
o que se compreende por currículo. De um modo geral, pode-se dizer que o
currículo é a expressão da função socializadora da escola. Ele é o componente
imprescindível para compreender o que geralmente denominamos por prática
pedagógica. Ressalte-se ainda que, no currículo, se entrecruzam componentes e
determinações muito diversas: pedagógicas, políticas, práticas administrativas,
produtivas de diversos materiais, de controle sobre o sistema escolar, de
inovação pedagógica, dentre outros. O currículo, nesse sentido, se apresenta
como uma carta de intenções na qual estão expressos os conteúdos e as formas
de desenvolvê-los. É, nessa perspectiva, que está situada, neste texto, a lógica da
aprendizagem por competências.
A Educação Baseada em Competências – EBC - é um tipo de abordagem
sobre o processo de ensino e aprendizagem. Primeiramente denominado nos
anos de 1970, nos EUA, Ensino Baseado em Competência, ela passa a ser
disseminada no Brasil com maior força na década de 1990, em decorrência do
uso do conceito (competências) na Reforma do Ensino Brasileiro ocorrida nessa
década. No contexto do seu surgimento, a EBC pautou-se em cinco princípios:
1. toda aprendizagem é individual.
2. o indivíduo, como qualquer sistema, se orienta por metas a serem
atingidas.
3. o processo de aprendizagem é mais fácil, quando o aluno sabe
precisamente o desempenho que se espera dele.
4. o conhecimento preciso dos resultados a serem atingidos favorece a
aprendizagem.
2
5. é mais provável que o aluno faça o que se espera dele e o que deseja
de si próprio se lhe é concedida responsabilidade nas tarefas de
aprendizagem (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO
TRABALHO, 2002, p. 25).
A organização curricular por competências reivindica outra lógica de uso
dos componentes curriculares, diferente dos modelos tradicionais de educação.
Não uma lógica da divisão por disciplinas, pois as competências a serem
propostas no contexto curricular requerem conteúdos de diversas disciplinas. A
organização modular, por exemplo, traz aos currículos a ideia da possibilidade
de caminhos formativos, bem como a terminalidade e a continuação posterior
de estudos, supondo que cada módulo engloba conteúdos e atividades que
sejam capazes de formar um determinado conjunto de habilidades:
Do ponto de vista formativo, o enfoque das competências
encontra-se associado à modularidade como princípio de
organização dos currículos, concebendo-se os módulos como
unidades formativas. Conforme dissemos, a estrutura modular é
essencial à ideia de itinerário ou trajetória de formação (RAMOS,
2002, p. 152).
Em função dessa organização curricular não-disciplinar, o currículo por
competências pode ser considerado como um currículo integrado, pois as
competências por si expressam uma integração de conteúdos, conceitos e
processos metodológicos.
Em se tratando de uma organização curricular, as competências podem
ser organizadas por blocos, que tenham justificado seu agrupamento pela
formação proposta pela escola. Essa organização curricular poderá ser
composta por competências gerais e específicas, pois, segundo Perrenoud
(1999), uma competência pode mobilizar várias outras.
3
Um currículo por competências parte fundamentalmente de situações
concretas, da ação. Parte da teoria para a prática e vice-versa, como também do
concreto ao abstrato, do campo real para o campo conceitual. É desse modo que
se compõe um currículo por competências.
Uma reformulação curricular por competências implica um desenho
curricular que ultrapasse programas ainda tradicionais em sua práxis, que
apenas utilizam um verbo de ação na frente da descrição dos conteúdos
disciplinares para indicar uma suposta mudança na prática pedagógica.
Perrenoud nos auxilia na abordagem conceitual de uma pedagogia
diferenciada, propondo mudanças na representação curricular e na prática
docente.
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo,
trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas
e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos
e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia
ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na
zona urbana ou rural. Os professores devem parar de pensar que
dar o curso é o cerne da profissão. Ensinar, hoje deveria consistir
em conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem,
seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas
(PERRENOUD, 2010b, p. xxx).
Propor uma organização curricular por competências supõe, então:
• mudança na postura metodológica da ação pedagógica docente que
engloba estratégias e novas metodologias de ensino;
• foco na construção de competências, avaliação por competências e
adoção de um contexto interdisciplinar do ensino.
Um currículo por competências não se baseia exclusivamente na tradicional
organização curricular por objetivos, ementas e disciplinas, muito embora possa
se valer das últimas de forma pluridisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar
4
num contexto de transversalidade dos conhecimentos. Desse modo, conteúdos
disciplinares deverão se constituir num meio, ou seja, num suporte para a
construção de competências e não num fim em si.
Fala-se atualmente com frequência na articulação de saberes, utilizando-se
para isso de palavras como interdisciplinaridade, acreditando-se que tão-
somente por meio dela o problema da falta de comunicação entre as disciplinas
estaria resolvido. No entanto, é necessário transcender a soberania territorial
disciplinar. Podemos afirmar que o século XX foi profuso em propostas
inovadoras para o campo da educação, mas que, no entanto, não tiveram uma
perpetuação na prática escolar. Termos como interdisciplinaridade,
aprendizagem significativa, “método de problemas”, “método de projetos” não
foram inaugurados pela reforma do ensino na era Cardoso. É, nesse sentido,
que as propostas metodológicas deverão mostrar-se numa incompletude, aberta
às novas reorganizações, preferindo a trilha nova àquela já percorrida.
A questão é que lidar com esse formato curricular, como já foi dito, implica
outra lógica, diferente do currículo por objetivos, créditos e disciplinas. Se, no
ensino tradicional, tem-se registro de notas; no currículo por competências,
tem-se registro de resultados. Tem-se ainda a competência em detrimento do
conteúdo, a contextualização em detrimento da dicotomia teoria/prática, a
interdisciplinaridade em detrimento da fragmentação disciplinar, dentre
outras características. Nessa direção, é importante reforçar que construir um
currículo baseado em competências significa, antes de tudo, “[...] educar os
alunos para um fazer reflexivo e crítico, no contexto de seu grupo social,
questão que coloca a educação a serviço das necessidades reais dos alunos para
sua vida cidadã e sua preparação para o mundo do trabalho” (LEITE, 2004, p.
126).
Adotar um currículo por competências pressupõe que ele seja orientado
pelos princípios pedagógicos da transposição didática, da interdisciplinaridade,
da aprendizagem significativa e da contextualização, mas como trabalhar dessa
5
forma? A educadora brasileira Ermelinda Maura Chezzi Dallan nos fornece
dicas fundamentais para planejar uma proposta curricular por competências:
1. Ter claro o conceito de competências;
2. Refletir como os alunos poderão desenvolver competências;
3. Definir qual o perfil de cidadão que se pretende formar. O que
significa preparar para a cidadania; quais as competências que
traduzem essa ideia e, em consequência, quais os conteúdos
curriculares que deverão contribuir para a constituição dessas
competências;
4. Tomar sempre por base as competências para selecionar os conteúdos
curriculares. Como outros, essa autora lembra que uma mesma
competência pode estar ancorada em vários conteúdos, e que estes
são meios, e não fins;
5. Definir qual o tipo de organização curricular, podendo-se optar por
temas, projetos ou problemas, integrando disciplinas ou áreas do
conhecimento;
6. Ter claro que a interligação do conhecimento é uma das estratégias
que favorece o desenvolvimento de competências (DALLAN, 2010).
Dallan (2010) pontua que para desenvolver competências é fundamental
propor atividades desafiadoras, que possibilitem ao aprendiz mobilizar e
colocar em sinergia os conhecimentos já internalizados ao mesmo tempo em
que ele deve buscar novos conhecimentos.
Por fim, Perrenoud (1999, p. 53) sugere a quem deseja trabalhar por
competências que:
1. considere os conhecimentos como recursos a serem mobilizados.
2. trabalhe regularmente por problemas.
6
3. crie ou utilize outros meios de ensino.
4. negocie e conduza projetos com os alunos.
5. adote um planejamento flexível.
6. implemente e explicite um novo contrato didático.
7. pratique uma avaliação formadora em situação de trabalho.
8. dirija-se para uma menor compartimentação disciplinar.
A organização do currículo por competências pode ser considerada como
um dos caminhos possíveis de serem trilhados dentre as diversas estradas
disponíveis para possibilitarem a aquisição de uma aprendizagem significativa.
A opção por esse caminho implica a consciência de que toda pedagogia precisa
ser encarada dentro dos seus próprios limites e alcances, relativos
principalmente à maneira como será entendida, absorvida e implementada por
todo o conjunto de profissionais envolvidos dentro de um determinado
processo ou projeto de educação.
© SESI. Projeto SESI - Curso Currículo Contextualizado.
É permitida a reprodução parcial ou total deste artigo, desde que citada a fonte:
SOUZA, Zilmar Rodrigues de; BIELLA, Jaime. Currículo Baseado em
Competências. Natal: SESI, 2010. Colaboração: José de Castro, Gilson Gomes de
Medeiros, Ilane Ferreira Cavalcante, Artemilson Alves de Lima. Projeto SESI -
Curso Currículo Contextualizado. Disponível em: <http://www.sesi.br>.
7
REFERÊNCIAS
BERGER FILHO, Ruy Leite. Formação baseada em competências numa
concepção inovadora para a formação tecnológica. In: CONGRESSO DE
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PAÍSES DO MERCOSUL. 5, 1998, Pelotas.
Anais… Pelotas, 1998.
DALLAN Ermelinda Maura Chezzi. Competências e Habilidades
(ferramentas): Como planejar por competências. Nova Escola: A Revista do
Professor. São Paulo. Setembro de 2000.
NUNEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betânia Leite. Competência: uma reflexão
sobre o seu sentido. In: OLIVEIRA, Vilma Q. Sampaio. O sentido das
competências no projeto político pedagógico. Natal: EDUFRN, 2002, p. 24-26.
_______. A noção de competência nos projetos pedagógicos de ensino médio:
reflexões na busca de sentidos. In: NUNEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betânia
Leite (Orgs.). Fundamentos do ensino-aprendizagem das ciências naturais e
da matemática: o novo ensino médio. Porto Alegre: Sulina, 2004.
MAINGAIN, Alain; DUFOUR, Barbara. Abordagens didáticas da
interdisciplinaridade. Lisboa: Instituto Piaget: 2002.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Certificação de
competências profissionais: glossário de termos técnicos. Brasília: OIT, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Construir competências desde a escola. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 1999.
______. Construir competências é virar as costas aos saberes? Disponível em:
<http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_1999/1999
_39.html>. Acesso em: 14 fev. 2010a.
______. Construindo competências. Disponível em:
<http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_2000/2000
_31.html>. Acesso em: 14 fev. 2010b.
RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competências. São Paulo: Cortez,
2002.
SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed.
Tradução de Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência. São Paulo: Atlas, 2001.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Currículo por Competências: Entendendo a Educação Baseada em Competências

Planejamento de ensino[1]
Planejamento de ensino[1]Planejamento de ensino[1]
Planejamento de ensino[1]UNICEP
 
A investigação ação na formação
A investigação ação na formaçãoA investigação ação na formação
A investigação ação na formaçãoMary Carneiro Rezende
 
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...IESAP Virtual
 
Para uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídaPara uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídacefaprodematupa
 
Formação do educador por simone helen drumond
Formação do educador por simone helen drumondFormação do educador por simone helen drumond
Formação do educador por simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Liberty Ensino
 
Professor como protagonista
Professor como protagonistaProfessor como protagonista
Professor como protagonistaJovina Aguiar
 
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciais
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciaisFundamentos e metodologias de ensino das séries iniciais
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciaisMarcos Augusto
 
Ação didática no ensino superior a docência em discussão
Ação didática no ensino superior   a docência em discussãoAção didática no ensino superior   a docência em discussão
Ação didática no ensino superior a docência em discussãoUNILAGO
 
Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Liberty Ensino
 
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)Adriana Melo
 
Formação continuada de doscente
Formação continuada de doscenteFormação continuada de doscente
Formação continuada de doscentemarcosrei85
 
Planejamento e praticas integradoras em contextos curriculares
Planejamento e praticas integradoras em contextos curricularesPlanejamento e praticas integradoras em contextos curriculares
Planejamento e praticas integradoras em contextos curricularesVagnerprof
 
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXIA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXIJulhinha Camara
 
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularO papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularMaria Casanova
 

Semelhante a Currículo por Competências: Entendendo a Educação Baseada em Competências (20)

20265 87941-1-pb
20265 87941-1-pb20265 87941-1-pb
20265 87941-1-pb
 
Planejamento de ensino[1]
Planejamento de ensino[1]Planejamento de ensino[1]
Planejamento de ensino[1]
 
A investigação ação na formação
A investigação ação na formaçãoA investigação ação na formação
A investigação ação na formação
 
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
 
Currículo integrado
Currículo integradoCurrículo integrado
Currículo integrado
 
Artigo sobre projetos interdisciplinares
Artigo sobre projetos interdisciplinaresArtigo sobre projetos interdisciplinares
Artigo sobre projetos interdisciplinares
 
Masetto docencia universitaria
Masetto   docencia universitariaMasetto   docencia universitaria
Masetto docencia universitaria
 
Para uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construídaPara uma formação de professores construída
Para uma formação de professores construída
 
Formação do educador por simone helen drumond
Formação do educador por simone helen drumondFormação do educador por simone helen drumond
Formação do educador por simone helen drumond
 
Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7
 
Professor como protagonista
Professor como protagonistaProfessor como protagonista
Professor como protagonista
 
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciais
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciaisFundamentos e metodologias de ensino das séries iniciais
Fundamentos e metodologias de ensino das séries iniciais
 
Ação didática no ensino superior a docência em discussão
Ação didática no ensino superior   a docência em discussãoAção didática no ensino superior   a docência em discussão
Ação didática no ensino superior a docência em discussão
 
Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6
 
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)
Relatório_Formação de Professores (Educação Especial)
 
Pc sc didatica-estagio
Pc sc didatica-estagioPc sc didatica-estagio
Pc sc didatica-estagio
 
Formação continuada de doscente
Formação continuada de doscenteFormação continuada de doscente
Formação continuada de doscente
 
Planejamento e praticas integradoras em contextos curriculares
Planejamento e praticas integradoras em contextos curricularesPlanejamento e praticas integradoras em contextos curriculares
Planejamento e praticas integradoras em contextos curriculares
 
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXIA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI
 
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularO papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
 

Último

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 

Currículo por Competências: Entendendo a Educação Baseada em Competências

  • 1. 1 Currículo Baseado em Competências Inicialmente, ao tratar desse tema, é de fundamental importância explicar o que se compreende por currículo. De um modo geral, pode-se dizer que o currículo é a expressão da função socializadora da escola. Ele é o componente imprescindível para compreender o que geralmente denominamos por prática pedagógica. Ressalte-se ainda que, no currículo, se entrecruzam componentes e determinações muito diversas: pedagógicas, políticas, práticas administrativas, produtivas de diversos materiais, de controle sobre o sistema escolar, de inovação pedagógica, dentre outros. O currículo, nesse sentido, se apresenta como uma carta de intenções na qual estão expressos os conteúdos e as formas de desenvolvê-los. É, nessa perspectiva, que está situada, neste texto, a lógica da aprendizagem por competências. A Educação Baseada em Competências – EBC - é um tipo de abordagem sobre o processo de ensino e aprendizagem. Primeiramente denominado nos anos de 1970, nos EUA, Ensino Baseado em Competência, ela passa a ser disseminada no Brasil com maior força na década de 1990, em decorrência do uso do conceito (competências) na Reforma do Ensino Brasileiro ocorrida nessa década. No contexto do seu surgimento, a EBC pautou-se em cinco princípios: 1. toda aprendizagem é individual. 2. o indivíduo, como qualquer sistema, se orienta por metas a serem atingidas. 3. o processo de aprendizagem é mais fácil, quando o aluno sabe precisamente o desempenho que se espera dele. 4. o conhecimento preciso dos resultados a serem atingidos favorece a aprendizagem.
  • 2. 2 5. é mais provável que o aluno faça o que se espera dele e o que deseja de si próprio se lhe é concedida responsabilidade nas tarefas de aprendizagem (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2002, p. 25). A organização curricular por competências reivindica outra lógica de uso dos componentes curriculares, diferente dos modelos tradicionais de educação. Não uma lógica da divisão por disciplinas, pois as competências a serem propostas no contexto curricular requerem conteúdos de diversas disciplinas. A organização modular, por exemplo, traz aos currículos a ideia da possibilidade de caminhos formativos, bem como a terminalidade e a continuação posterior de estudos, supondo que cada módulo engloba conteúdos e atividades que sejam capazes de formar um determinado conjunto de habilidades: Do ponto de vista formativo, o enfoque das competências encontra-se associado à modularidade como princípio de organização dos currículos, concebendo-se os módulos como unidades formativas. Conforme dissemos, a estrutura modular é essencial à ideia de itinerário ou trajetória de formação (RAMOS, 2002, p. 152). Em função dessa organização curricular não-disciplinar, o currículo por competências pode ser considerado como um currículo integrado, pois as competências por si expressam uma integração de conteúdos, conceitos e processos metodológicos. Em se tratando de uma organização curricular, as competências podem ser organizadas por blocos, que tenham justificado seu agrupamento pela formação proposta pela escola. Essa organização curricular poderá ser composta por competências gerais e específicas, pois, segundo Perrenoud (1999), uma competência pode mobilizar várias outras.
  • 3. 3 Um currículo por competências parte fundamentalmente de situações concretas, da ação. Parte da teoria para a prática e vice-versa, como também do concreto ao abstrato, do campo real para o campo conceitual. É desse modo que se compõe um currículo por competências. Uma reformulação curricular por competências implica um desenho curricular que ultrapasse programas ainda tradicionais em sua práxis, que apenas utilizam um verbo de ação na frente da descrição dos conteúdos disciplinares para indicar uma suposta mudança na prática pedagógica. Perrenoud nos auxilia na abordagem conceitual de uma pedagogia diferenciada, propondo mudanças na representação curricular e na prática docente. Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana ou rural. Os professores devem parar de pensar que dar o curso é o cerne da profissão. Ensinar, hoje deveria consistir em conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas (PERRENOUD, 2010b, p. xxx). Propor uma organização curricular por competências supõe, então: • mudança na postura metodológica da ação pedagógica docente que engloba estratégias e novas metodologias de ensino; • foco na construção de competências, avaliação por competências e adoção de um contexto interdisciplinar do ensino. Um currículo por competências não se baseia exclusivamente na tradicional organização curricular por objetivos, ementas e disciplinas, muito embora possa se valer das últimas de forma pluridisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar
  • 4. 4 num contexto de transversalidade dos conhecimentos. Desse modo, conteúdos disciplinares deverão se constituir num meio, ou seja, num suporte para a construção de competências e não num fim em si. Fala-se atualmente com frequência na articulação de saberes, utilizando-se para isso de palavras como interdisciplinaridade, acreditando-se que tão- somente por meio dela o problema da falta de comunicação entre as disciplinas estaria resolvido. No entanto, é necessário transcender a soberania territorial disciplinar. Podemos afirmar que o século XX foi profuso em propostas inovadoras para o campo da educação, mas que, no entanto, não tiveram uma perpetuação na prática escolar. Termos como interdisciplinaridade, aprendizagem significativa, “método de problemas”, “método de projetos” não foram inaugurados pela reforma do ensino na era Cardoso. É, nesse sentido, que as propostas metodológicas deverão mostrar-se numa incompletude, aberta às novas reorganizações, preferindo a trilha nova àquela já percorrida. A questão é que lidar com esse formato curricular, como já foi dito, implica outra lógica, diferente do currículo por objetivos, créditos e disciplinas. Se, no ensino tradicional, tem-se registro de notas; no currículo por competências, tem-se registro de resultados. Tem-se ainda a competência em detrimento do conteúdo, a contextualização em detrimento da dicotomia teoria/prática, a interdisciplinaridade em detrimento da fragmentação disciplinar, dentre outras características. Nessa direção, é importante reforçar que construir um currículo baseado em competências significa, antes de tudo, “[...] educar os alunos para um fazer reflexivo e crítico, no contexto de seu grupo social, questão que coloca a educação a serviço das necessidades reais dos alunos para sua vida cidadã e sua preparação para o mundo do trabalho” (LEITE, 2004, p. 126). Adotar um currículo por competências pressupõe que ele seja orientado pelos princípios pedagógicos da transposição didática, da interdisciplinaridade, da aprendizagem significativa e da contextualização, mas como trabalhar dessa
  • 5. 5 forma? A educadora brasileira Ermelinda Maura Chezzi Dallan nos fornece dicas fundamentais para planejar uma proposta curricular por competências: 1. Ter claro o conceito de competências; 2. Refletir como os alunos poderão desenvolver competências; 3. Definir qual o perfil de cidadão que se pretende formar. O que significa preparar para a cidadania; quais as competências que traduzem essa ideia e, em consequência, quais os conteúdos curriculares que deverão contribuir para a constituição dessas competências; 4. Tomar sempre por base as competências para selecionar os conteúdos curriculares. Como outros, essa autora lembra que uma mesma competência pode estar ancorada em vários conteúdos, e que estes são meios, e não fins; 5. Definir qual o tipo de organização curricular, podendo-se optar por temas, projetos ou problemas, integrando disciplinas ou áreas do conhecimento; 6. Ter claro que a interligação do conhecimento é uma das estratégias que favorece o desenvolvimento de competências (DALLAN, 2010). Dallan (2010) pontua que para desenvolver competências é fundamental propor atividades desafiadoras, que possibilitem ao aprendiz mobilizar e colocar em sinergia os conhecimentos já internalizados ao mesmo tempo em que ele deve buscar novos conhecimentos. Por fim, Perrenoud (1999, p. 53) sugere a quem deseja trabalhar por competências que: 1. considere os conhecimentos como recursos a serem mobilizados. 2. trabalhe regularmente por problemas.
  • 6. 6 3. crie ou utilize outros meios de ensino. 4. negocie e conduza projetos com os alunos. 5. adote um planejamento flexível. 6. implemente e explicite um novo contrato didático. 7. pratique uma avaliação formadora em situação de trabalho. 8. dirija-se para uma menor compartimentação disciplinar. A organização do currículo por competências pode ser considerada como um dos caminhos possíveis de serem trilhados dentre as diversas estradas disponíveis para possibilitarem a aquisição de uma aprendizagem significativa. A opção por esse caminho implica a consciência de que toda pedagogia precisa ser encarada dentro dos seus próprios limites e alcances, relativos principalmente à maneira como será entendida, absorvida e implementada por todo o conjunto de profissionais envolvidos dentro de um determinado processo ou projeto de educação. © SESI. Projeto SESI - Curso Currículo Contextualizado. É permitida a reprodução parcial ou total deste artigo, desde que citada a fonte: SOUZA, Zilmar Rodrigues de; BIELLA, Jaime. Currículo Baseado em Competências. Natal: SESI, 2010. Colaboração: José de Castro, Gilson Gomes de Medeiros, Ilane Ferreira Cavalcante, Artemilson Alves de Lima. Projeto SESI - Curso Currículo Contextualizado. Disponível em: <http://www.sesi.br>.
  • 7. 7 REFERÊNCIAS BERGER FILHO, Ruy Leite. Formação baseada em competências numa concepção inovadora para a formação tecnológica. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PAÍSES DO MERCOSUL. 5, 1998, Pelotas. Anais… Pelotas, 1998. DALLAN Ermelinda Maura Chezzi. Competências e Habilidades (ferramentas): Como planejar por competências. Nova Escola: A Revista do Professor. São Paulo. Setembro de 2000. NUNEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betânia Leite. Competência: uma reflexão sobre o seu sentido. In: OLIVEIRA, Vilma Q. Sampaio. O sentido das competências no projeto político pedagógico. Natal: EDUFRN, 2002, p. 24-26. _______. A noção de competência nos projetos pedagógicos de ensino médio: reflexões na busca de sentidos. In: NUNEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betânia Leite (Orgs.). Fundamentos do ensino-aprendizagem das ciências naturais e da matemática: o novo ensino médio. Porto Alegre: Sulina, 2004. MAINGAIN, Alain; DUFOUR, Barbara. Abordagens didáticas da interdisciplinaridade. Lisboa: Instituto Piaget: 2002. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Certificação de competências profissionais: glossário de termos técnicos. Brasília: OIT, 2002. PERRENOUD, Philippe. Construir competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. ______. Construir competências é virar as costas aos saberes? Disponível em: <http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_1999/1999 _39.html>. Acesso em: 14 fev. 2010a. ______. Construindo competências. Disponível em: <http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_2000/2000 _31.html>. Acesso em: 14 fev. 2010b. RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competências. São Paulo: Cortez, 2002. SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Tradução de Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2000. ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência. São Paulo: Atlas, 2001.