3. • Aproximadamente 40 semanas
• Primeiro Trimestre - intensa divisão celular e
sintomas clássicos, tais como a fadiga, enjoos,
vômitos e privação alimentar (que não
representa prejuízos para o feto).
• Segundo e Terceiro Trimestres – Melhora dos
sintomas, aumento das necessidades.
4. • Este período gestacional também pode ser
dividido em:
• Período blastogênico: 2 semanas iniciais
• Período embrionário: até 60 dias
• Período fetal: após 60 dias
5. • Muitas alterações fisiológicas ocorrem
durante o período gestacional para garantir o
metabolismo materno, propiciando o
crescimento e desenvolvimento do feto, além
de preparar a mãe para o parto e lactação.
• Durante o período da concepção até o início
da alimentação complementar, a nutrição da
mãe é a nutrição da criança
7. Perfil hormonal na gestação
• Durante a gestação intensa modificação do
perfil endócrino ocasionado pela liberação
diferenciada dos hormônios e produção de novos
hormônios próprios deste período .
• Esta mudança hormonal promove mudanças
corporais importantes para o desenvolvimento e
amadurecimento fetal, assim como prepara o
corpo da mulher para o parto e lactação
8. • Podemos dividir estas alterações endócrinas em duas
fases:
• Fase ou período ovariano: ocorre até 8 ou 9 semanas
de gestação.
– Há a produção do hormônio gonadrotofina coriônica
(hCG).
• Fase ou período placentário:
– inicia-se após 8 ou 9 semanas.
– Ocorre produção hormonal da placenta a partir da
liberação de hormônios esteroides de forma crescente
9.
10. Gonadotrofina coriônica humana
(hCG):
• Hormônio responsável pelo diagnóstico da
gestação, pois só é produzido durante este
período.
• Sua principal função é impedir a rejeição
imunológica, estimular liberação de relaxina
(inibe contratilidade do útero), estimular
produção de progesterona e garantir a
manutenção inicial da gestação.
11. Progesterona:
• A progesterona é liberada até 8 a 9 semanas
de gestação e sua principal função é
– Reduzir a motilidade do trato digestório,
– Favorecer os depósitos de gordura para garantir
energia no período de amamentação,
– Aumentar a excreção de sódio e
– Estimular o apetite materno na primeira fase da
gestação.
12. Estrógeno
• Responsável pela
• Redução de proteínas séricas,
• Aumento da hidroscopicidade (capacidade de retenção),
• Alteração do funcionamento da tireoide,
• Participa do metabolismo do ácido fólico,
• É responsável pela hiperpigmentação cutânea (manchas típicas da
gravidez),
• Alteração do metabolismo glicídico, do tecido conjuntivo e vascular,
• Redução de apetite no segundo trimestre,
• Auxilia no desenvolvimento do tecido mamário e
• Inibe a secreção de prolactina (hormônio responsável pela
produção de leite).
13. Lactogênio placentário ou
somatotrofina coriônica
• Responsável pelo aumento da glicemia
materna a partir da glicogenólise hepática,
promove lipólise e aumento da liberação de
ácidos graxos livres na corrente sanguínea e
favorece captação de glicose pelo feto.
14. Alterações metabólicas
• Taxa metabólica basal: ocorre um aumento de 15 a
20% a partir do 3° mês, pois há um considerável
aumento das funções renais e cardíacas.
– Metabolismo de carboidratos: ocorre um aumento
considerável da glicemia, pois há grande utilização pelo
feto.
– Metabolismo de lipídios: ocorre aumento de ácidos graxos
livres no sangue, assim como lipídios séricos em geral.
– Metabolismo de proteínas: há uma importante diminuição
da concentração de aminoácidos e proteínas no sangue,
causando edema.
15. Alterações cardiovasculares
• As alterações cardiovasculares iniciam-se no 1° trimestre,
quando ocorre uma queda ligeira da pressão arterial
sistólica e queda drástica da pressão arterial diastólica,
retornando ao normal apenas no 3° trimestre.
• Ocorre também um aumento do volume sanguíneo a
partir da 6° semana, causando diminuição da concentração
de hemoglobina no sangue (a hematopoiese normalmente
não acompanha o aumento de água intravascular),
podendo levar à anemia.
• O ganho hídrico neste período equivale a 70% do peso total
ganho na gestação.
16. Alterações renais
• O fluxo urinário na gestação geralmente é
retardado, ocasionando um aumento da
incidência de infecções urinárias.
• Ocorre também um aumento da taxa de
filtração glomerular, pois neste período ocorre
a glicosúria fisiológica (eliminação de glicose
pela urina, o que em condições fisiológicas
“normais” não ocorre).
17. Alterações digestórias
• No 1° trimestre ocorrem as sensações de náuseas, enjôos e
vômitos matinais ocasionados pelo aumento do estrogênio.
• Durante a gestação, ocorre aumento do apetite e dos
desejos relacionados à comida.
• Ocorre diminuição de pH salivar e diminuição da acidez
gástrica.
• Ocorre hipotonia do sistema digestório, levando a:
constipação, hemorroidas, náuseas, azia e refluxo
gastroesofágico.
18. Alterações respiratórias
• Aumento da ventilação pulmonar
• Melhora da troca gasosa nos pulmões
• Maior movimentação do diafragma e tórax
19. Alterações fisiológicas
• Aumento da liberação dos hormônios T3 e T4
• Aumento da liberação e eficácia da insulina
plasmática
• Aumento da absorção de cálcio e ferro
• Aumento da retenção de nitrogênio
• Aumento de ácidos graxos, triacilglicerol,
colesterol e fatores de coagulação
20. • GLUT-3: responsável pela captação de glicose
nos neurônios e na placenta.
• Uma baixa concentração de glicose é
necessária para este GLUT-3 captar glicose
para dentro da célula, mesmo em
concentrações mínimas.
23. • 1. Calcular o IMC da gestante
com o peso atual Ex: E = 160cm
e P=70kg IMC = 27,34 kg/m2
• 2. Transportar o valor de IMC de
acordo com a idade gestacional
Ex: IG = 20 semana 3.
• Diagnóstico nutricional ―›
Verificar a faixa onde
encontrase o ponto de encontro
das duas linhas ―› Faixa
indicará o estado nutricional
atual da gestante.
24. • A cada nova consulta deve-se inserir o novo
dado no mesmo gráfico da gestante para que
se possa acompanhar a curva de evolução.
• Curva ou reta ascendente (/) ―› ganho de
peso adequado
• Reta horizontal (―) ou descendente () ―›
indicação de ganho de peso inadequado
25. Necessidade de Proteína
• 1° trimestre: necessidade proteica + 1g
• 2° trimestre: necessidade proteica + 9g
• 3° trimestre: necessidade proteica + 31g »
• Gestação gemelar: necessidade proteica +
50g/dia a partir da 20° semana gestacional e
adição de 1.000kcal/dia
30. Prescrição de suplementos na
gestação
• Durante o período gestacional, as necessidades nutricionais
da maioria dos nutrientes está aumentada, entretanto
alguns destes nutrientes têm uma necessidade muito alta e
em muitos casos difícil de se atender apenas com a
alimentação.
• Atualmente, os maiores problemas de carência nutricional
nas gestantes estão associadas ao ácido fólico, ferro, zinco,
vitamina B6 e vitamina A.
• Entretanto, é importante realizar avaliação nutricional
periódica desta gestante para avaliar a necessidade de
suplementação de outros nutrientes.
31. Ácido fólico
• O ácido fólico é uma vitamina responsável pelo
fechamento do tubo neural do feto, impedindo a
formação da espinha bífida.
• A necessidade de ácido fólico na gestação é 50% maior
em relação a uma mulher adulta.
• O maior problema da suplementação de ácido fólico
para fechamento de tubo neural é que este processo
ocorre em até 3 semanas de fecundação e a maioria
das gestantes inicia a suplementação após este
período, quando tem conhecimento de sua gravidez.
32. • Desta forma, a suplementação de ácido fólico
deve iniciar-se no período anterior à gestação
(cerca de três meses antes)
• O nutricionista não pode fazer a suplementação
de 1,5g de ácido fólico pois deve manter sua
prescrição dentro do estabelecido pela DRI, desta
forma a suplementação de ácido fólico deve se
manter dentro dos 600μg/dia.
33. Ferro
• O ferro também é um nutriente cujas necessidades são
50% maiores durante o período gestacional.
• A necessidade de ferro de uma mulher adulta já é
muito alta quando comparada a de um homem (18mg/
mulheres e 8mg/homens).
• A necessidade de ferro na gestação é de 27mg/dia, o
que em muitos casos se torna impossível de se atingir,
principalmente para a gestante que sofre com enjôos,
náuseas e inapetência.
34. • A partir do segundo trimestre ocorre ganho de
água intravascular, o que pode diminuir a
concentração de eritrócitos no sangue e
causar anemia. Desta forma, o ferro é
normalmente suplementado para evitar a
anemia ferropriva em gestantes.
• Suplementação: 27mg sulfato ferroso.
35. Vitamina A
• A necessidade de vitamina A na gestação está aumentada,
porém deve-se tomar cuidado ao suplementar esta
vitamina pois sua toxicidade pode causar teratogenia.
• Desta forma, devemos sempre estimular a ingestão de
fontes naturais, observar se a gestante não faz uso de
suplementos com vitamina A ou betacaroteno e controlar a
suplementação caso esta seja necessária.
• O betacaroteno possui efeito teratogênico muito menor
em relação ao ácido retinoico ou retinol. Dessa forma, é um
nutriente recomendável.
36. Fibras
• A constipação intestinal é uma condição muito
comum durante a gestação e uma
alimentação balanceada, rica em fibras e
nutrientes, é capaz de melhorar esse sintoma.
• Pode ser necessário suplementar para
melhorar o quadro de constipação.
37. Glutamina *
• Age como um substrato energético para as
células epiteliais intestinais.
• A suplementação de glutamina pode melhorar a
constipação e a função intestinal pela regulação
da microbiota intestinal.
(ZHANG et al., 2017).
38. Ômega 3
• Pelo fato de o DHA ser importante para o
crescimento e desenvolvimento do sistema
nervoso central e da retina, a dieta pré-natal
deve incluir quantidades adequadas de DHA
pré-formado. É recomendado 300 mg durante
a gravidez e durante a lactação
40. • Durante a gestação é comum que haja a restrição do uso de
determinados medicamentos por indicação médica e farmacêutica
que poderiam causar riscos durante a gestação.
• Isto leva muitas gestantes a buscarem produtos naturais por
acreditarem que eles não farão mal a sua saúde e a saúde do seu
embrião/feto.
• Na crença de que o que é “natural” é sinônimo de “seguro”, faz com
que muitas gestantes recorram ao uso de plantas medicinais para
tratar diversos sintomas e enfermidades que podem surgir durante
o período gestacional (RANGEL; BRAGANÇA, 2009).
41. • O tratamento farmacológico é complicado devido ao
fato de que, durante a gestação, ocorrem muitas
alterações fisiológicas, incluindo diminuição da
mobilidade gastrointestinal, aumento do volume do
plasma e da filtração glomerular.
• Todos esses fatores influenciam a distribuição,
absorção e excreção de drogas, além de muitas
poderem atravessar a placenta por difusão simples e
afetar diretamente o feto. Portanto, nem todos os
medicamentos são seguros durante a gravidez.
VITOLO, 2003
42.
43. • Os efeitos mais preocupantes do uso indiscriminado de
plantas medicinais por gestantes é de fato o efeito
teratogênico e embriotóxico, pois os metabólitos
secundários presentes nestas plantas podem atravessar a
barreira placentária, chegar ao embrião ou feto, e colocar
em risco o seu desenvolvimento normal.
• Limitação de dados de segurança quantoà
suautilizaçãodurante a gravidez
• A grande maioria das plantas carece de estudos que
garantam a segurança da utilização durante o período da
gestação, especialmente no primeiro trimestre
44. • Em acordo com esses estudos a ANVISA
orienta que uso desse fitoterápico deve ser
cauteloso e monitorado, principalmente em
pessoas com doença hepática aguda ou
severa, colecistite séptica, espasmos do
intestino e íleo e câncer no fígado. E
contraindicada para indivíduos que
apresentem obstrução das vias biliares,
doenças severas no fígado e gestantes.
45.
46.
47.
48.
49. • Foi realizado o levantamento de dados sobre plantas medicinais descritas
no Formulário de Fitoterápicos, e selecionadas aquelas que fazem alguma
referência a contra-indicação na gravidez e lactação.
• Foram encontradas 15 plantas com advertências ao uso na gravidez e
lactação:
• Arctium lappa (bardana),
• Baccharis trimera (carqueja),
• Casearia sylvestris (guaçatonga),
• Cinnamomunm verum (canela),
• Illicium verum (anis-estrelado),
• Maytenus illicifolia (espinheira-santa),
• Mentha x piperita (hortelã-pimenta),
• Phyllantus niruri (quebra-pedra),
• Plantago major (tanchagem),
• Plectranthus barbatus (boldo-brasileiro),
• Polygonum punctatum (erva-de-bicho),
• Rosmarinus officinalis (alecrim),
• Salix alba (salgueiro),
• Salvia offcinalis (salvia) e
• Vernonia polyanthes (assa-peixe).
50. • Gestantes e lactentes não devem utilizar
plantas medicinais sem a orientação de um
profissional da área da saúde.
• Recomenda-se enfaticamente que antes da
utilização de plantas medicinais nesse caso,
obter diagnóstico preciso da doença a ser
tratada e a prescrição por um profissional da
área da saúde habilitado.
51.
52. Cassia angustifolia (Sene) + Tamarindus indeia + Cassia fistula (
Chuva de ouro)+ Coriandrum sativum ( Coentro)
• Risco B
• Posologia: 1-2x/dia v.o.
• Indicações: constipação intestinal
• Contraindicações: hipersensibilidade aos
componentes da fórmula, retocolite, doença
de Crohn.
• Efeitos adverso: cólica, diarreia, vômito.
53. • Utilizada dose 10 x maior
que a recomendada em
ratas e coelhas
• Segundo os autores, a
formulação fitoterápica Chá
de Espécies Laxativas®
apresenta para o índice um
valor acima de 10, sendo
considerado um
medicamento relativamente
inócuo
55. Cimicifuga racemosa (Cohosh negro)
• Risco: X
• Indicação: similar ao estrogênio
• Preparação: extrato seco
• Efeitos adversos: desconforto gástrico,
taquicardia, sonolência, cefaleia.
• Interação: com estrogênios
• Gravidez: parturição prematura
56. Glycinemax - Soja
• Risco: X
• Posologia: 60mg, 1-2x/dia v.o.
• Indicação: estrogênio símile, sintomas de climatério,
coadjuvante no controle de colesterolemia.
• Contraindicação: hipersensibilidade, casos prévios de
câncer de mama e útero.
• Efeitos adversos: vômito, diarreia, prurido, alteração de
ciclo menstrual
• Interação: estrogênios, levotiroxina, ferro, antibióticos
57. Plantago ovata (Psylium)
• Risco: X
• Posologia: 56m18mg dissolvidos em 240ml de água 1-
3x/dia
• Indicação: obstipação intestinal crônica habitual ou pós-
cirúrgica, diarreias de origem funcional, hemorroida, fissura
anal, abscesso anal com redução da dor na evacuação
• Contraindicação: obstrução intestinal, sangramento retal,
dor abdominal, suspeita de megacólon de etiologia
chagásica, fenilcetonúrios.
• Efeitos adversos: flatulência, náusea, sensação de plenitude
gástrica, diarreia.
• Interação: digitálicos, loperamida, difenoxilato e opiáceos.
58. Salix alba - Salgueiro
• Risco: X
• Posologia 400mg 1-4x/dia v.o.
• Indicação: processos inflamatórios, alívio das
dores em geral
• Interações: salicilatos, anti-inflamatórios,
anticoagulantes, trombolíticos.
• Efeitos adversos: náusea, vômito, diarreia e
entero-hemorragia
59. Tanacetum parthenium
• Risco: X
• Posologia: 120mg 1x/dia
• Indicação: profilaxia para enxaqueca
• Interação: antiagregante, anticoagulante
60. Rosmarinus officinalis - Alecrim
• Risco: X
• Indicação: dispepsia
• Contraindicação: portadores de crise
convulsiva, gastrite, úlcera duodenal
• Efeitos adversos: irritação cutânea
• Gravidez: relatos de aborto
61.
62.
63.
64.
65.
66.
67.
68.
69. Gengibre
• As principais formas de uso do gengibre são: cozimento, infusão, em pó,
desidratado, extrato seco e xarope (EMBRAPA, 2001).
• As doses eficazes são de até 1.000 mg diários de gengibre, não
apresentando resultados negativos para a gravidez. Efeitos adversos
podem apresentar, mas são leves e muito raros, como a azia, diarreia e
irritação na boca (LIMA, 2004).
• Desta forma verificou-se que, baseado nos estudos apresentados acima, o
gengibre mostrou-se eficaz para aliviar os sintomas de náuseas e vômitos
da gravidez, não concluíram que o uso moderado causa nocividade ao
feto, e apresentaram poucos ou nenhum efeito colateral.
70. • O gengibre parece efectivo na redução da
naúsea e vómito na gravidez, sendo
recomendada a sua utilização como uma
opção terapêutica (B) dado que existe
evidência de elevada qualidade mostrando
que o gengibre tem efectividade superior ao
placebo no tratamento destes sintomas do 1º
trimestre da gestação.