1. Tratamento Fisioterápico
Pós Fraturas
A reabilitação fisioterapêutica é essencial para diminuir as
complicações e deformidades que podem ocorrer, bem como
acelerar o processo de ganho funcional e proporcionar ao
paciente o retorno precoce as suas atividades de vida diária.
2. Classificação e Tipos de Fraturas
A fratura é uma das lesões ortopédicas mais graves e predominantes,
onde ocorre a perda da continuidade óssea que pode ser causada por
traumas diretos ou indiretos.
Os tipos de fraturas podem ser classificadas em fraturas abertas ou
fechadas, e de acordo com o traço de fratura, que indica o mecanismo
traumático da lesão e consequentemente possibilita um prognóstico
mais assertivo.
A fratura fechada é quando ocorre a perda da continuidade óssea sem a
exposição do tecido ósseo. Já a fratura aberta, além da perda de
continuidade óssea há a exposição do fragmento ósseo, aumentando a
possibilidade de lesões de tecidos moles adjacentes e maior risco de
infecção pela comunicação com o meio externo.
4. Estágios de consolidação e Matriz Óssea
A matriz óssea possui em sua composição uma porção orgânica e uma
porção inorgânica. A porção orgânica é composta basicamente por
colágeno, principalmente, o colágeno tipo I que fornece mais
resistência às tensões. Já a porção inorgânica é composta
principalmente por fosfato e cálcio, que formam cristais que se
associam às fibras colágenas, proporcionando resistência e rigidez ao
tecido ósseo.
No tecido ósseo encontramos 3 tipos básicos de células que são: os
osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos.
5. Estágio I – Hematoma
Ocorre logo após a fratura gerando um sangramento e perda de substância
óssea e posteriormente uma necrose nas bordas ósseas.
Estágio II – Inflamatório
O processo inflamatório é essencial para neutralizar possíveis infecções
através da fagocitose.
Estágio III – Calo mole
É a formação de um tecido fibrocartilaginoso que aumenta a estabilidade do
seguimento.
Estágio IV – Calo duro
Ocorre a substituição do tecido cartilaginoso pelo tecido ósseo propriamente
dito.
Estágio V – É um processo contínuo realizado pelos osteoclastos e
osteoblastos.
6. Biomecânica dos Tecidos Ósseos
A lei de Wolff foi descrita por Julius Wolff, um cirurgião alemão (1836-
1902) em 1892 que descreveu a forma como o osso se adapta à
carga que lhe é imposta.
Os ossos respondem às cargas sob as quais estão
colocados, remodelando-se para se tornarem mais resistentes ou
frágeis.
Em outras palavras, os ossos possuem uma capacidade de reagir aos
estímulos mecânicos que eles recebem, seja por força de compressão,
tração, torção, entre outras.
7. Curiosidade
A inibição muscular artrogênica (IMA) é uma condição
neuromusculoesquelética ocorrida após algum trauma, processo
degenerativo, ou cirurgia (HART et al., 2014; HOPKINS, 2000).
A IMA é uma resposta reflexa contínua após lesão articular porque está
além do controle voluntário e consciente (HOPKINS, 2000).
O termo descreve a incapacidade de contrair completamente um
músculo, apesar de nenhum dano estrutural ao músculo ou a inervação
motora (HART et al. 2014).
8. Reabilitação fisioterápica
O tratamento inicial básico para qualquer fratura consiste na redução e
diminuição do espaço criado pela descontinuidade óssea e imobilização
para possibilitar o processo de calcificação e remodelação óssea.
Posteriormente ao período de imobilização ou pós-cirúrgico, a
reabilitação se concentra inicialmente no controle da dor e
edema (se houver) através da crioterapia, movimentos ativos de
dorsiflexão e flexão plantar e estimulação elétrica transcutânea (TENS).
A rigidez articular é comum devido à imobilização causando perda da
mobilidade, podendo ser tratada por meio de mobilização passiva para
recuperar a artrocinemática das superfícies articulares.
9. Associar alongamentos com exercícios de fortalecimento muscular e
eletroestimulação funcional (FES) é fundamental no período de
reabilitação, principalmente os grupos musculares anteriores e
posteriores da coxa e perna respectivamente.
Exercícios de propriocepção são especialmente indicados quando
ocorre uma lesão na articulação, músculos e/ou ligamentos que afeta os
proprioceptores sensoriais responsáveis pelo feedback, e a capacidade
inconsciente de sentir os movimentos e a posição das articulações no
espaço.
Exercícios pliométricos também podem ser utilizados com o intuito de
otimizar a contração muscular de forma excêntrica e concêntrica.
10. Referências Bibliográficas
Rbo.org.br
Sbot.org.br - Manual de Trauma Ortopédico
Ortopedia e Traumatologia - Princípios e Práticas 5a Edição
Manual de Fraturas 5a Edição
Eaulas.usp.br