1) A Lagoa Comprida era originalmente uma lagoa glacial de 1km, mas hoje é uma albufeira com capacidade para 12 milhões de m3 de água e cobrindo 800.000m2.
2) A área ao redor da lagoa é caracterizada pela ausência de vegetação arbórea e presença de relvados e zimbro anão. Há grandes afloramentos graníticos com superfícies lisas devido à ação dos gelos.
3) Nas margens da lagoa há formas erosivas deixadas pelos
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
Lig 5 lagoa comprida
1. LIG 5
Lagoa
Comprida
A Lagoa Comprida (figura
95 ) , outrora uma lagoa de origem
glaciar com uma extensão de 1Km,
é hoje uma albufeira com uma capacidade à volta de 12. 000. 000m3 de água que co-
bre uma superfície de 800.000m2. Convergem para esta lagoa a água do Covão do
Meio e do Covão dos Conchos através de túneis cujos comprimentos são de 2354 m e
de 1519 m relativamente aos respectivos covões mencionados.
Situada a uma altitude de 1595 m, a área envolvente, do ponto de vista vegetal,
caracteriza-se pela ausência de
vegetação arbórea começando a
sobressair na paisagem a presen-
ça de zimbro anão e de relvados.
O afloramento granítico de
grande extensão mostra superfí-
cies lisas evidenciando a acção de
gelos móveis ( figura 96 ) . Contu-
do, face às características do gra-
nito que caracteriza este local,
grão grosseiro e porfiróide
( Granito de Seia ) , estas superfícies,
quando observadas de mais perto eviden-
ciam uma rugosidade devida à textura da
rocha. Alguns dos seus megacristais de
feldspato apresentam dimensões próxi-
mas dos 9cm de comprimento ( figura
97 ) .
Fig.95
Fig.96
Fig.97
203
2. LIG 5
De um e do outro lado da recta da estra-
da que se segue à barragem podem observar-
se algumas formas erosivas características da
acção dos glaciares ( figura 98 ) . Do lado
oeste da estrada observam-se
rochas aborregadas ( figura 99 ) e do lado
este observam-se escadas de gigante
( f igura 100-A e B ) . A diferença entre as
duas formas pode relacionar-se com uma
relação entre a fracturação existente no gra-
nito e a direcção do movimento dos ge-
los.
Os granitos neste local apresentam fracturas com
diferentes direcções cujos valores são sensivelmente
N30ºE, N40ºW ( estas sub-verticais ) e ainda N10ºW
( sub-horizontal ) . As fracturas com direcção N30ºE são
sensivelmente perpendiculares à direcção da inclinação
da vertente. Assim, o gelo, ao deslocar-se segundo a
inclinação, podia, no seu movimento, arrancar blocos
graníticos dando origem aos referidos degraus, cujos
patamares evidenciam planos das fracturas com direcção
N10ºW.
Fig.98
Fig.100-A
Fig.99
Fig.100-B
205
3. LIG 5
Também do lado oeste da estrada se observam
blocos de diferentes tamanhos transportados pelo
glaciar ( figura 101 ) . No conjunto sobressaem al-
guns blocos de cor rósea, isto é, que evidenciam epis-
sienitização, os quais assentam sobre um substrato
granítico bem distinto.
Em alguns locais desprovidos de vege-
tação observam-se acumulações hidro-
eólicas de areia e grãos mais grosseiros de
aspecto muito anguloso ( figura 102 ) .
Fig.101
Fig.102
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