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Senhora
do
Espinheiro
LIG 1
Da Senhora do Espinheiro avista-se
uma vasta superfície de aplanamento cor-
respondente à planície do Mondego
( f igura 68 ) , na qual se podem identificar diversas povoações do Concelho de Seia e, a maior distân-
cia, as cidades de Gouveia, Nelas, Mangualde e Viseu. Esta superfície de aplanamento está delimita-
da, no horizonte, pelas Serras de Montemuro e do Caramulo com o seu Caramulinho.
Este local, situado a uma altitude de 1000m, eleva-se rapidamente a partir do sopé através de
um acentuado desnível que traduz uma escarpa de falha.
Neste local, próximo da capela da Senhora do Espinheiro são visíveis penhas e caos de blocos
( f igura 69 ) . Contudo, estas morfologias da pai-
sagem granítica sobressaem em toda a área en-
volvente a este local podendo identificar-se tam-
bém alguns nobins ( figura 70 ) .
O granito aqui aflorante ( figura 71 ) faz
parte da fácies do Granito de Seia. Trata-se de
um granito essencialmente biotítico, com alguma
moscovite, porfiróide, de grão grosseiro e em que
os fenocristais de feldspato têm, por vezes, gran-
de desenvolvimento. Em alguns locais, os feno-
cristais estão orientados, evidenciando a direc-
ção do fluxo magmático.
Fig.68
Fig.69
Fig.71
185
Fig.70
LIG 1
Do lado da estrada oposto ao da Capela
observa-se um afloramento granítico de grão
grosseiro ( figura 72 ) atravessado por um filão
aplítico, subvertical, cuja direcção é N70ºW
( f igura 73 ) .
No afloramento são visíveis falhas con-
jugadas, subverticais, umas com direcção N35º
a 40º E e outras com direcção N85º W ( figura
74-A e sua representação esquemática na figura
74-B ) .
As falhas com direcção N85ºW apre-
sentam superfícies curvas ( f igura 74 ) devidas
ao sistema de falhas N35º a 40ºE que , sendo
mais recente, as cortou e as deformou através
do seu movimento esquerdo. A acção destas falhas cisalhantes terá desenvolvido fracturas de tracção
onde se instalou o filão
aplítico.
Fig.72
Fig.73
Fig.74-A
Fig.74-B
187
LIG 1
Na base da Capela da Senhora do
Espinheiro ( figura 75 ) pode observar-se
uma falha com direcção
N35ºW que evidencia
estrias de uma última
movimentação sub-
horizontal ( figura 76 ) .
No granito sobre o qual
assenta a capela, granito
de Seia, observam-se
fenocristais de feldspato
orientados segundo a
direcção N35ºW ( figura
77 ) .
As paredes da ca-
pela mostram alguma variedade de granitos da região e constituem,
por isso, um bom recurso didáctico. Nelas é possível encontrar granito com diferenciação pegmatítica,
onde são visíveis minerais de quartzo e turmalina ( f igura 78-A ) , com encraves micáceos ( figura 78-
B ) , com epídoto ( figura 78-C ) , com indícios de ferritização, granito aplítico com restitos ( figura78-D )
e, mais abundantemente, o granito de Seia. Mas, nestas paredes apare-
cem também epissienitos
( f igura 78-E ) .
Fig.75
Fig.77
Fig.76
Fig.78-A
Fig.78-EFig.78-DFig.78-C
Fig.78-B
189

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  • 1. Senhora do Espinheiro LIG 1 Da Senhora do Espinheiro avista-se uma vasta superfície de aplanamento cor- respondente à planície do Mondego ( f igura 68 ) , na qual se podem identificar diversas povoações do Concelho de Seia e, a maior distân- cia, as cidades de Gouveia, Nelas, Mangualde e Viseu. Esta superfície de aplanamento está delimita- da, no horizonte, pelas Serras de Montemuro e do Caramulo com o seu Caramulinho. Este local, situado a uma altitude de 1000m, eleva-se rapidamente a partir do sopé através de um acentuado desnível que traduz uma escarpa de falha. Neste local, próximo da capela da Senhora do Espinheiro são visíveis penhas e caos de blocos ( f igura 69 ) . Contudo, estas morfologias da pai- sagem granítica sobressaem em toda a área en- volvente a este local podendo identificar-se tam- bém alguns nobins ( figura 70 ) . O granito aqui aflorante ( figura 71 ) faz parte da fácies do Granito de Seia. Trata-se de um granito essencialmente biotítico, com alguma moscovite, porfiróide, de grão grosseiro e em que os fenocristais de feldspato têm, por vezes, gran- de desenvolvimento. Em alguns locais, os feno- cristais estão orientados, evidenciando a direc- ção do fluxo magmático. Fig.68 Fig.69 Fig.71 185 Fig.70
  • 2. LIG 1 Do lado da estrada oposto ao da Capela observa-se um afloramento granítico de grão grosseiro ( figura 72 ) atravessado por um filão aplítico, subvertical, cuja direcção é N70ºW ( f igura 73 ) . No afloramento são visíveis falhas con- jugadas, subverticais, umas com direcção N35º a 40º E e outras com direcção N85º W ( figura 74-A e sua representação esquemática na figura 74-B ) . As falhas com direcção N85ºW apre- sentam superfícies curvas ( f igura 74 ) devidas ao sistema de falhas N35º a 40ºE que , sendo mais recente, as cortou e as deformou através do seu movimento esquerdo. A acção destas falhas cisalhantes terá desenvolvido fracturas de tracção onde se instalou o filão aplítico. Fig.72 Fig.73 Fig.74-A Fig.74-B 187
  • 3. LIG 1 Na base da Capela da Senhora do Espinheiro ( figura 75 ) pode observar-se uma falha com direcção N35ºW que evidencia estrias de uma última movimentação sub- horizontal ( figura 76 ) . No granito sobre o qual assenta a capela, granito de Seia, observam-se fenocristais de feldspato orientados segundo a direcção N35ºW ( figura 77 ) . As paredes da ca- pela mostram alguma variedade de granitos da região e constituem, por isso, um bom recurso didáctico. Nelas é possível encontrar granito com diferenciação pegmatítica, onde são visíveis minerais de quartzo e turmalina ( f igura 78-A ) , com encraves micáceos ( figura 78- B ) , com epídoto ( figura 78-C ) , com indícios de ferritização, granito aplítico com restitos ( figura78-D ) e, mais abundantemente, o granito de Seia. Mas, nestas paredes apare- cem também epissienitos ( f igura 78-E ) . Fig.75 Fig.77 Fig.76 Fig.78-A Fig.78-EFig.78-DFig.78-C Fig.78-B 189