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AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR,
A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL.
BELO HORIZONTE, 31 DE MAIO DE 2019 - ANO XXV - Nº 264
Site: www.jornalinconfidencia.com.br
E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br
TENTATIVAS DE
TOMADADOPODER
LÍCIO MACIEL
JOSÉ C. NASCIMENTO
São Paulo
Rio de Janeiro
Monumento Votivo
Brasileiro em Pistóia/Itália
AD PERPETUAM REI MEMORIAM
TURMA GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI - 2006
Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias
SOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADOR
25º ANIVERSÁRIO DA CRIAÇÃO DO GRUPO INCONFIDÊNCIA
OLDACK ESTEVES
26 de maio de 1994
Nesta data, não poderíamos deixar de ho-
menagear e de relembrar aqueles que fun-
daram este Grupo e dos articulistas que já nos
deixaram. Dos dez fundadores, são sete, a sa-
ber: Brigadeiro Mario Lott Guimarães, Coro-
néis Ewerton da Paixão Curado Fleury e An-
tonio Fernandes Silva, Juiz e tenente R/2 Wil-
son Veado (autor do nosso primeiro estatuto),
o engenheiro Randolfo Diniz Filho, o major
Paulo Vianna Clementino e o capitão de fraga-
ta Antônio Tenuta Filho.
Entre os articulistas, dos quais nos ga-
bamos de possuir os melhores do Brasil, par-
tiram: os generais Raymundo Negrão Torres,
Geraldo Luiz Nery da Silva, Hélio Ibiapina
Lima, Sergio Augusto de Avellar Coutinho e
José Saldanha Fábrega Loureiro (os primeiros
a denunciar o gramscismo e o Foro de São Pau-
lo); os coronéis Jarbas Passarinho (governa-
dor, senador e 4 vezes ministro), Rui Duarte
(Polainas e Charlateiras), Carlos Alberto
Brilhante Ustra (A Verdade Sufocada); o
advogado Huáscar Terra do Valle; o acadê-
mico, senador, deputado estadual e federal,
ministro Murilo Paulino Badaró; o jornalis-
ta Themístocles de Castro e
Silva; os capitães engenhei-
ro Gilberto Souza Gomes Job
e Vet FEB Divaldo Medrado
e a professora pedagoga e guia
de turismo Maria da Graça Lis-
boa Pereira da Silva. E o nos-
so chargista durante mais de
10anos,otenenteEdilsonFrei-
re, aos quais prestamos ho-
menagem.
E ainda, importantes
colaboradores como o capitão
Antonio Milton de Araújo Me-
lo, nosso primeiro tesoureiro
e organizador da contabilida-
de; o coronel Luiz Carlos de
Avellar Coutinho, representante em São Pau-
lo; os suboficiais da Aeronáutica, Haroldo Bre-
ga e José Luiz Dalla Vecchia, os coronéis Hen-
rique Carlos Guedes e Newton Meyer Azeve-
do, o capitão Carlos Frederico Fassheber e
com certeza alguns outros, que a memória não
nos permite recordar.
Lembramos ainda que durante esse pe-
ríodo editamos e lançamos os livros “Cader-
nos da Liberdade” de autoria do general Sergio
Augusto de Avellar Coutinho e “Médici, a
Verdadeira História” do general Agnaldo Del
Nero Augusto, prestigiamos e divulgamos o
lançamento do livro “1964 - Os bastidores da
Revolução em Uruguaiana/RS” de autoria do
Veterano FEB coronel Amerino Raposo Fi-
lho, além de diversos outros autores que vie-
ram a Belo Horizonte para a apresentação de
suas obras.
Apesar do sucesso alcançado e cum-
primentos/elogios recebidos, estamos hoje,
o Grupo e o Jornal vivendo uma difícil si-
tuação financeira. Não temos a quem recor-
rer e jamais recebemos quaisquer pixulecos.
Em consequência, abrimos uma página para
anúncios e enviamos correspondências para
todos aqueles que recebem o
Jornal como cortesia (alguns há
mais de 10 anos) e aos inadim-
plentes, solicitando que assi-
nem o Jornal e atualizem seus
pagamentos, caso contrário, se-
rão ou já foram excluídos.
Aguardamos ansiosos
uma pronta solução para essa
crise que envergonha e abala o
país. E não foi somente o PT que
corrompeu a sociedade brasilei-
ra, como também outros parti-
dos e empresários com suas de-
lações premiadas (premiadas mesmo com ab-
solvição aos crimes cometidos?). Lembramos
que quando da posse de Dilma como presi-
dente, foram “proibidas” pelo Comandante
do Exército, cumprindo ordens superiores,
manifestações sobre a Intentona Comunista e
o Movimento Revolucionário de 31 de Março
e suspensa a colaboração financeira enviada
durante mais de 10 anos pela FHE/Poupex.
Também os clubes Militar e de Aero-
náutica, deixaram de colaborar, sendo sus-
pensos seus artigos mensais publicados du-
rante muito, muito tempo no Inconfidência. E
até hoje, não mais se pronunciaram.
Não fomos ainda informados de onde
e de quem partiu a ordem da suspensão do
apoio financeiro da FHE/Poupex ao nosso
jornal e nem da devolução dos livros “Médici”
e “Cadernos da Liberdade” e das Revistas
Históricas “O Cruzeiro” e “Manchete”, que
eramvendidosnalojadaBibliex,localizadano
saguão do Quartel General, no Rio de Janeiro,
mediante pagamento de comissão. E também
a proibição(?) da divulgação das palestras /
formaturas acontecidas em 31 de março do
ano passado, em diversas guar-
nições. Felizmente o general
de Exército Hamilton Mourão,
quando ainda Chefe da SEF -
Secretaria de Economia e Fi-
nanças, concedeu inúmeras en-
trevistas e realizou diversas
solenidades e formaturas, hon-
rando e divulgando a verda-
deira História Militar e do Bra-
sil.
Sofremos um verdadei-
ro fogo amigo por defender os
maiores interesses da História
Pátria e do Exército de Caxias,
principalmente por conta do
ex-Comandante da 4ª Região
Militar, General de Divisão Henrique Martins
Nolasco Sobrinho, que “proibiu” a distribui-
ção do Inconfidência nas Organizações Mili-
tares sob seu comando e não relembrou em
2018, mais uma vez, a data histórica de 31 de
março iniciada em Juiz de Fora e nesta Guar-
nição em 1964.
E ainda fomos ameaçados de processos
por um senador, uma deputada estadual do
Rio de Janeiro, um deputado estadual de Mi-
nas Gerais e uma entidade de classe de BH,
que infelizmente não se concretizaram pois
seriam massacrados por nós.
Para encerrar, agradecemos ao Coronel
Ney Guimarães, Presidente do Círculo Mili-
tar/BH pelas constantes reuniões ali promo-
vidas, sem nada nos cobrar e a todos aqueles,
civis e militares, que colaboram conosco e
comparecem às nossas palestras, revoltados
com o que vinha acontecendo e pedindo cons-
tantemente uma intervenção militar. Infeliz-
mente era a situação que estivemos vivendo
graças à herança deixada pelos últimos gover-
nos petistas que desmoralizaram, assaltaram,
corromperam e traíram o nosso Brasil.
E por fim, em dezembro de 2018 lança-
mos na XLII Feira do Livro em
Uruguaiana/RSolivrodesteEditor
o 4º Grupo de Artilharia a Cavalo
(fotoaolado),comgrandesucesso,
apresentando a Verdadeira His-
tória Militar e do Brasil.
Gostaríamosaindalembrar
que o nosso Jornal/Grupo deve
ter sido o maior colaborador e pro-
pagandista das candidaturas e da
eleição de Bolsonaro e Hamil-
ton Mourão.
Brasil acima de tudo
Deus acima de todos.
8Nº 264 - Maio/2019 2
* A. C. Portinari
Greggio
* Economista
Publicado no Inconfidência,
nº 223 - Janeiro/2016
Avitória de Bolsonaro
foi uma revolução,
mas parece que quase nin-
guém entendeu a mensagem dos eleitores.
Revoluções são inevitáveis. Revoluções
construtivas só podem acontecer se forem
orientadas por uma teoria e conduzidas por
uma organização, segundo uma estraté-
gia. Quando não há teoria, organização e
estratégia, a revolução acontece de qual-
quer jeito, às vezes como catástrofe.
Pois bem: a revolução de 2018 acon-
teceu de qualquer jeito. Ao votar em
Bolsonaro, o povo disse NÃO à degenera-
ção geral do País. E Bolsonaro recebeu um
mandato em branco, sem definição da
sua missão nem instruções sobre como
cumpri-la. Para dificultar, ele e sua equi-
pe juraram cumprir a constituição de
1988. Essa é a contradição fundamen-
tal, pois se fizermos uma lista de tudo o
que os eleitores rejeitam, veremos
que se resume no espírito e nos prin-
cípios da constituição de 1988. O
povo não quer apenas austeridade, ho-
nestidade, transparência. O povo quer
derrogar a constituição de 1988, ou
seja, mudar tudo, principalmente o clima
geral de desmoralização e depravação
permitido e protegido por ela.
O governo de Bolsonaro, povoa-
do de militares, é uma tecnocracia com-
petente, mas sem élan revolucionário. Cor-
diais, conciliadores, desmentem a imagem
do militar truculento e golpista. Mas essa
mesma cordialidade faz a oligarquia derro-
tada perder o medo e ensaiar o mesmo jogo
de sempre, adaptado às novas condições.
O novo governo atravessa uma crise
de identidade. Assumiu o poder, mas ainda
não decidiu o que é. De facto, é um gover-
no revolucionário. De jure, é mais um go-
verno gerado sob a constituição de 1988.
Para entender o espírito do manda-
do outorgado pelo povo a Bolsonaro, te-
mos de examinar as reais razões pelas
quais foi eleito. Como deputado federal,
era membro do baixo clero. Em vez de pro-
tagonista do poder, preferia o papel de
antagonista do sistema. Não se compro-
E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:
DESADESADESADESADESATTTTTA OU CORA OU CORA OU CORA OU CORA OU CORTTTTTA O NÓ?A O NÓ?A O NÓ?A O NÓ?A O NÓ?
A vontade revolucionária do povo não pode ser ignorada nem enganada.
metia. Defendia as Forças Armadas, a Pá-
tria e a Família. Isso o colocava, automa-
ticamente, como principal inimigo do sis-
tema de poder da constituição de 1988.
A constituição de 1988 é um docu-
mento curioso. No preâmbulo, os consti-
tuintes anunciam:
Nós, representantes do povo brasi-
leiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado De-
mocrático, destinado a assegurar o exercí-
cio dos direitos sociais e individuais, a li-
berdade, a segurança, o bem-estar, o desen-
volvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade frater-
na, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solu-
ção pacífica das controvérsias… etc.
Toda essa longa algaravia podia ser
resumida:
Nós, políticos autonomeados como
assembleia constituinte, instituímos um
esquema para afirmar nosso poder e ne-
gar tudo o que o regime militar pensava,
dizia e fazia.
Tanto é verdade que, nesses trinta e
tantos anos de “democracia”, uma das prin-
cipais ocupações dos governos, da mídia e
da intelectualha foi falar mal dos militares
e da “ditadura”, ao mesmo tempo em que
roubavam e destruíam os fundamentos da
Nação. Erraram na combinação. A maioria
do público logo deduziu que, se os bandi-
dos odeiam o xerife, o xerife deve ser o mo-
cinho. Aos poucos cresceu na opinião
pública um curioso saudosismo do regime
militar. Curioso, porque a maioria jamais
vivera naquela época. Exigiam interven-
ção militar. Mas os líderes militares rejei-
tavam veementemente essa hipótese.
Que fazer? Resposta: eleger Bolso-
naro. Se os comandos das FFAA não ou-
savam, a eleição de um militar capaz de mo-
bilizá-las não podia ser impedida. Portan-
to, Bolsonaro polarizou o descontenta-
mento popular porque parecia ser o cami-
nho legal para a intervenção militar. Se
fosse apenas o caso de eleger
algum conservador ou direi-
tista, havia outros candida-
tos civis. Mas as raízes mili-
tares de Bolsonaro prevale-
ceram. O povo estava con-
vencido de que a força é o
único jeito de mudar tudo. Não
a violência, mas a força, capaz
de persuadir pela dissua-
são.
Mas, exatamente como
prevíamos em artigo publica-
do em janeiro de 2016, a oli-
garquia política fingiu que
engolia a vitória de Bolsona-
ro, mas desde o início passou
a conspirar para derrubá-lo, em conivên-
cia com a mídia.
Decidido a cumprir seu juramento
de cumprir a constituição de 1988, Bolso-
naro incorre no mesmo erro dos que ten-
taram desatar o lendário Nó Górdio. Para
os que não se lembram, aqui vai.
Num templo da cidade de Gordium,
na Ásia Menor havia um complicado nó
que ninguém conseguia desatar. Corria a
lenda de que o homem que o desatasse con-
quistaria a Ásia. Entrando com suas tropas
na cidade, Alexandre visitou o local. Exa-
minou o nó e compreendeu qual era o real
problema. Não era o nó, era o desafio.
Quem o aceitasse e tentasse desatar o nó
mostraria que acreditava na lenda. Só um
idiota poderia supor que a conquista da
Ásia dependia dum nó. Alexandre puxou a
espada e cortou. Em seguida, conquistou a
Ásia.
Essa história descreve bem a nossa
atual situação política. O Nó Górdio, no
caso, é a constituição com suas regras de
governo. Bolsonaro tenta desatá-la, e por
isso não consegue governar. Mas tam-
bém não pode cortar o nó.
O povo, cada vez mais impaciente,
exige medidas eficazes contra as quadri-
lhas no poder. Essas medidas implicariam
a derrogação, pela força, da constituição
de 1988. Ou seja, revolução. Se fosse ape-
nas um ato de força, seria facílimo. A ques-
tão é: e depois? Nem as FFAA, nem os que
exigem revolução nas ruas, têm a respos-
ta, pelo simples fato de que, diferente de
1964, em 2019 não existe doutrina revolu-
cionária, portanto não há resposta.
Cientes disso, os políticos e os man-
darins do STF se acham seguros e desafiam,
cinicamente, toda a Nação. Planejam des-
moralizar o governo, afastar Bolsonaro e,
com muito jeito, achar uma nova compo-
sição política, sem o petê (que se tornou
um estorvo e deve ser descartado), a qual
– quem sabe? – incluiria os militares. Seria
o seu mundo ideal, porque cooptaria o
seu maior adversário potencial, o enigmá-
tico fantasma que assombrou os gover-
nos civis por mais de trinta anos.
Isso tudo aconteceria na redoma de
Brasília. Mas nas ruas o povo continuaria
frustrado e, sem esperança de mudanças,
poderia reagir. É bom lembrar que esse po-
vo não é o mesmo que o PT mobilizava. É
a população ordeira e produtiva do Brasil,
os que trabalham, produzem, pagam im-
postos e sustentam o governo e o sistema
político.
Nesse enredo de drama, o papel críti-
co cabe às FFAA, responsáveis em última
instância pela garantia da Lei e da Ordem.
Que Lei e que Ordem? Não lhes cabe pergun-
tar, a resposta é óbvia: a da constituição de
1988 e do governo por ela legitimado. Inclu-
sive, e especialmente, a segurança e o bem-
estar dos caras do Congresso e os do STF.
Que abacaxi.
Alexandre corta o Nó Górdio. Pintura de Fedele Fischetti, século 17
QUE ACONTECERÁ SE BOLSONARO FOR ELEITO
Chegar à Presidência será difícil. Governar será muito, muito mais.
Tudo indica que Bolsonaro está surfando
uma curva exponencial ascendente.
Seus índices de preferência, embora inferio-
res a 10%, têm tudo para crescer em rápida
aceleração nos próximos dois anos, talvez
suficiente para garantir-lhe, cœteris paribus,
um terço ou mais dos votos, na pior das
hipóteses, ou a maioria absoluta, na me-
lhor. Há dois conjuntos de fatores a apon-
tar nessa direção: a catástrofe interna do
Brasil e a catástrofe internacional. Usa-
mos o termo catástrofe no sentido literal do
grego , “virada de cabeça
para baixo”. É isso mesmo o que acontece
com o Brasil e o mundo neste momento.
Como consequência formaram-se, em vári-
os países, vácuos políticos em que a popu-
lação rejeita todos os candidatos chapas-
brancas, inclusive das falsas oposições.
Nessas situações, líderes carismáticos e
descomprometidos como Bolsonaro têm
reais possibilidades de cavalgar o tsunami
e, passando por cima de esquemas, esperte-
zas e barreiras, chegar ao poder supremo.
Haja tsunami. Se Bolsonaro continu-
ar a crescer, todas as facções no poder se
unirão em pânico, desesperadas, dispostas
a tudo para barrar seu caminho. Manifesta-
ções de rua, terrorismo, pelegada sindical,
artistas, fefeleches, intelectualha, CNBB, ín-
dios, quilombeiros, xibungos e sapatonas,
ongues, todos juntos. Não vai faltar dinhei-
ro: do Primeiro Mundo, milhões de dólares
dessas fundações que financiam as ongues
e a quinta-coluna apátrida; e, é claro, do pró-
prio governo federal – apesar da Lava-Jato.
Desnecessário dizer que a mídia se engajará
mit dem Hand aufs Herz nessa campanha:
afinal, Bolsonaro representa tudo o que os
currupacos odeiam e temem na
vida.
Apesar de tudo, haverá
limites. Os adversários de Bolso-
naro terão de respeitar as regras
da Constituição de 1988. Talvez
tentem saídas pela tangente, como
emendas parlamentaristas ou ou-
tras improvisações. Mas, dividi-
do como está, em equilíbrio ins-
tável e enrascado na crise, o
sistema político terá dificul-
dade em articular-se para pu-
xadas de tapete. E, é claro, nem
cogitará de golpe de Estado, pois
não pode contar com as Forças
Armadas e as organizações polici-
ais para a aventura. Sem mencio-
nar que, sendo a constitui-
ção de 1988 a sua constitui-
ção, o instrumento criado
sob medida para garantir seu
poder, o sistema político dificilmente con-
sentirá em rasgá-la.
Em vez disso, mudará de estratégia.
Ao perceber que o jogo está perdido, acata-
rá o resultado e, dentro das normas da cons-
tituição, empossará solenemente Sua Ex-
celência, o Presidente Jair Bolsonaro. Mas,
enquanto isso, a conspiração para derrubá-
lo já terá sido articulada, de modo que o no-
vo Presidente, cercado de inimigos e com
seu governo infiltrado por agentes e in-
formantes hostis, assumirá um campo
minado.
A campanha eleitoral será di-
fícil, mas muito mais difícil será
governar. É improvável que Bol-
sonaro possa contar com apoio
no Congresso. Sem dúvida po-
derá eleger certo número de
novos deputados, mas
longe de constituir mai-
oria.
Não podendo con-
tar com o sistema políti-
co, é óbvio que o apoio terá
de vir de fora; e esse fato –
confronto entre ruas e gabine-
tes – já prenuncia instabi-
lidade.
A mais imediata
base de apoio do novo
governo serão os seus
eleitores, que denominaremos base elei-
toral. Entre esses, haverá duas classes:
os eleitores conscientes e os de ocasião.
Os conscientes têm capacidade de mo-
bilização e de auto-organização, e pode-
rão formar quadros políticos confiáveis,
que denominaremos estrutura política
civil.
Outra estrutura potencial de apoio
seria a Reserva das Forças Armadas. Nesse
aspecto, nenhum outro grupo se compara.
São irmãos de farda, cujas idéias, sentimen-
tos e ideais em tudo coincidem com Bol-
sonaro. Além de tudo, são competentes e
cultos; e grande número, cujas carreiras
foram prematuramente amputadas pelo cru-
el sistema de promoções, ainda está no auge
de suas capacidades. A esta estrutura, cha-
maremos Reserva mobilizada.
Haverá outros grupos, dependendo
do esforço dos organizadores: empresários,
vítimas do crime, religiosos, atiradores e –
por que não? – intelectuais e artistas.
Finalmente, uma instituição especi-
al, que não podemos chamar de apoio, mas
desempenhará papel decisivo no que vier
a acontecer: as próprias Forças Armadas.
Eis aí elenco resumido do drama.
Resta saber qual vai ser o enredo: fica tu-
do como está ou revolução? E Bolsonaro,
que papel pretende, e poderá, represen-
tar?
RespostasnopróximoINCONFIDÊNCIA.
N.R: Em janeiro de 2016, três anos atrás, o INCONFIDÊNCIA publicava o artigo "O QUE ACONTECERÁ SE BOLSONARO FOR ELEITO",
do mesmo autor, abaixo transcrito. Naquela ocasião ele já dava como certa a vitória de Bolsonaro e previa o que iria acontecer. Acredite se quiser!.
2
Nº 264 - Maio/2019 3
FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES: Brigadeiro Mário Lott Guimarães, Juiz Wilson Veado,
engenheiros Randolfo Diniz Filho e Geraldo Dirceu Oliveira, Coronéis Manoel
Magno Lisbôa, Antônio Fernandes Silva, Ewerton da Paixão Curado Fleury,
Carlos Claudio Miguez Suarez; Capitão de Fragata Antônio Tenuta Filho e
Major Paulo Viana Clementino
Ata de fundação, aprovação de estatuto
e posse da Primeira Diretoria do
"Grupo Inconfidência"
Autorizada
a reprodução
pelo criador:
OLDACK
ESTEVES
(publicado
no Estado
de Minas
em 1994)
OCongresso Nacional tem uma bancada sob sus-
peita formada por 26 deputados e cinco senado-
res de diversas tendências. Os integrantes da banca-
da barra pesada seriam 61 se fossem incluídos os
27 ex-deputados e três ex-senadores, de partidos e
ideologias diferentes, que têm apenas um ponto em
comum: todos respondem a processos criminais no
Supremo Tribunal Federal (STF) que, na maioria dos
casos, aguarda, há anos, licença da Câmara e do
Senado para levá-los ao banco dos réus.
São, em sua maioria, ex-prefeitos ou ex-gover-
N º 10 / 95 Belo Horizonte/MG Setembro/95
A IMPRENSA
NOTICIOU:
Congresso tem 31 parlamentares sob suspeita
CINCO SENADORES E 26 DEPUTADOS
ESTÃO PROCESSADOS
nadores que já respondiam inquéritos diversos e que,
quando eleitos, passaram a gozar de imunidade par-
lamentar e de foro especial. (JB 10/07/1995).
A LISTA DE ACUSAÇÕES
PROCURA-SE
Da referida lista, selecionamos os seguintes
parlamentares: José Sarney, José Sarney Filho, Él-
cio Álvares, Jaques Wagner, Luiz Gushiken, Romero
Jucá Filho, Moreira Franco
Publicado no Inconfidência nº 10 de setembro de 1995.
N.R.: Passaram-se quase 24 anos e são sempre os mesmos envolvidos em maracutaias
de corrupção e nada acontece com êles. É necessário acabar defiitivamente com o foro privi-
legiado em todos os níveis para que todos (não só os do PT) sejam julgados, condenados e pre-
sos, após devolver o que foi desviado/furtado. Mas quando acontecerá isso com os ministros que
temos hoje nos Judiciários?
○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○
Charge publicada há 16 anos em fevereiro,
de 2003, que continua válida e oportuna.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
DE MINAS GERAIS
VERGONHA NACIONAL
OLDACK ESTEVES
NR: Alguém acredita que o Ministério Público
de Minas Gerais, tomará as providências para a res-
tituição dos 200 milhões de reais (valor atualizado)
recebidos ilicitamente pelos parlamentares mineiros
na legislatura 1999/2002?
Com a palavra o Governador Romeu Zema.
Pela primeira vez em nossa história, o
governo foi montado sem ninguém
dar bola para políticos. Bolsonaro, desde
o início de sua campanha, afirmou que, se
chegasse lá, comandaria o país apoiado
por uma equipe técnica. E isto se concre-
tizou. Sem se preocupar como o mundo
político iria se comportar, sem sequer se
importar com sua opinião e muito menos
sem querer comprar sua simpatia através
da entrega de cargos na adminis-
tração ou mesmo dinheiro, foram
convocados notáveis de suas clas-
ses, profissões e ramos do saber.
Bolsonaro foi muito feliz na
escolha de militares que, além de
muito capacitados, são de sua in-
teira confiança. Quase todos fo-
ram seus contemporâneos na Aca-
demia Militar e amigos de longa
data. Ora, a novidade desagradou
a turma do “toma lá dá cá” que
passa até mal se tiver que votar
algo de graça. Por causa disso co-
mentam que o governo está para-
lisado e não consegue fazer nada
aguardando a falada reforma da
Previdência. Ledo engano, o go-
verno está agindo em vários seto-
res e tomando medidas saneado-
ras as mais diversas que, entretanto, não
são divulgadas pela mídia amestrada mas
apenas apresentadas nas redes sociais.
É claro que a esquerda é contra tudo
que possa ser feito visando a melhoria
de nosso país. Para os esquerdistas, me-
lhorar o Brasil significaajudarBolsonaro
a ser bem-sucedido, e este sucesso signi-
fica um desastre mortal para o partido
do presidiário mais honesto deste país.
O PT e seus puxadinhos perturbam muito
as votações, mas como não chegam a
20% da Câmara dos Deputados não são
os únicos responsáveis pela demora na
aprovação da já citada reforma.
Por que a demora? Demoram por-
que ainda insistem em obter cargos e
outras benesses do governo. Uma direto-
ria, uma superintendência, uma mamata
qualquer, mas qual o que, a quem pedir?
Chegaram a bolar uma espécie de Banco
O AVAIANOANO XX – nº 247 MAIO/2019
de Talentos para onde seriam enviados
os nomes daqueles que as “velhas rapo-
sas” querem empregar, e que seriam esco-
lhidos por critérios técnicos. Não colou.
Teve deputado que apelou para a
ignorância e pediu emprego até para
sua sogra na Itaipu. Outro falou aberta-
mente que não se interessa por talentos
mas que quer mesmo é emprego dos bons.
Como não estão conseguindo e nem
mesmo sabendo ao certo a quem pedir
as vantagens, resta retardar ou tentar
impedir a aprovação das medidas apre-
sentadas pelo governo.
Para alguns, ainda não caiu a fi-
cha de que a coisa mudou. Se fossem
mais atilados já teriam percebido que a
mão do governo é pesada e já se faz
sentir, apesar do pouco tempo de man-
do. Darei apenas um exemplo: a Caixa
Econômica Federal, trocou todos os
vice-presidentes, 38 dos 40 diretores e
mais de 60 dos 84 diretores regionais,
cargos estes que eram considerados pro-
priedade privada dos políticos.
O governo está indo muito bem,
trabalhando sem alarde. A reforma da Pre-
vidência, será aprovada, é só uma ques-
tão de tempo e aí o governo deslanchará
e colocará o Brasil no lugar que merece
entre as nações. A luta continua....
NR: Fazemos nossas as palavras do Cel Edu Campelo de Castro Lucas,
editor do “O Avaiano”Charge publicada há 25 anos continua válida!
“Brasil acima de tudo
Deus acima de todos”
A NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRA
3
8Nº 264 - Maio/2019 4
* Maria Lucia
Victor Barbosa
*Professora, escritora, socióloga, autora entre outros livros de "O Voto da Pobreza e a Pobreza do
Voto – a Ética da Malandragem", Editora Zahar e "América Latina – Em busca do Paraíso Perdido",
Editora Saraiva. - mlucia@sercomtel.com.br - www.maluvibar.blogspot.com.br
4
As mudanças con-
tidas nas espirais
do tempo apresentam
variados aspectos que
espelham o tipo de sociedade e o momen-
to histórico em que se inserem, mas a
essência do poder com seus embates,
ganâncias, vaidades, violências, trai-
ções, invejas é sempre o mesmo. Para
entender melhor o que afirmo, convido
aos possíveis leitores a uma volta ao
passado, onde estão as chaves da com-
preensão do presente.
AConstituiçãode1824incluiu,além
dos poderes Executivo, Legislativo e Ju-
diciário, o poder Moderador, que na ver-
dade transformava D. Pedro I em árbitro
supremo dos demais poderes, sem ne-
nhuma dependência dos mesmos, o que
não impedia que persistisse o clima de
empreguismo e de caça a títulos que sem-
pre fascinaram portugueses e brasileiros.
Entretanto, nem o poder Modera-
dor tornaria D. Pedro I imune ao fenô-
meno latente na América Latina: a in-
governabilidade. Isto porque, na medida
em que os maiores beneficiários dos altos
cargos eram portugueses, a corrente libe-
ral dos brasileiros passou a minar a auto-
ridade do imperador, retirando-lhe aos
poucos o apoio dos senhores territoriais.
A crise chegou ao auge quando ascendeu
o chamado “Gabinete dos Medalhões”,
acusado pelos liberais de ideologia abso-
lutista e de “portuguesismo”. A palavra
de ordem foi então obrigar D. Pedro I a
reintegrar o gabinete anterior. Como ele
GOVERNAR É MUITO COMPLICADO
se recusou, partiu-se para uma solução
pretorianista: foi pedida a intervenção
do brigadeiro Francisco de Lima e Silva,
que na verdade usou a diplomacia e não
a força.
Tudo terminou como se sabe e aqui
não se pretende entrar nos detalhes da
abdicação. O fato é que
na madrugada de 7 de
abril de 1831, ao impe-
rador que proclamara a
independência do Bra-
sil e que governara am-
parado pelo poder Mo-
derador, o grito de “in-
dependência ou morte”
deve ter parecido uma
reminiscência perdi-
da no tempo, a reboar
muito longe, sem res-
sonância junto ao po-
vo, sem força diante
dos novos detentores
do poder. D. Pedro aprendeu que no Bra-
sil governar é muito complicado.
Outros casos aconteceram a de-
monstrar a mesma coisa, mas voltemos ao
momento atual. Ficou claro na recente
eleição presidencial que a expressiva vi-
tória do candidato Jair Messias Bolso-
naro, que alcançou quase 58 milhões de
votos, se deveu entre outros fatores ao
cansaço cívico gerado pela cleptocracia
petista que reinou por quase 14 anos e
que, inclusive, levou o país à recessão.
Amparado por um pequeno partido, sem
recursos financeiros, praticamente sem
tempo de televisão, o candidato Bolsona-
ro se fortaleceu também com um discur-
so voltado para valores que a esquerda
destroçara.
Forças políticas desesperadas por
antever perda de poder chegaram a ten-
tar seu assassinato. Institutos de pes-
quisas erraram frago-
rosamente e decretaram
que era impossível tal
candidato ganhar. Mas o
sistema não conseguiu
evitar sua vitória, que
veio através do que cha-
mei de quinto poder, ou
seja, das mídias sociais,
sendo que uma de suas
promessas de campanha
foi não compactuar com o
toma-lá-dá-cá, prática
tão tradicional no Legis-
lativo e que ficou muito
evidenciada pelo men-
salão instituído no governo de Lula da
Silva, atualmente como presidiário.
Ao tomar posse o presidente Bol-
sonaro foi torpedeado por tudo que dis-
sesse e fizesse, ridicularizado, desrespei-
tado. Na verdade, seu começo de manda-
to foi confuso e a origem disso foram
influências externa e internas indevidas.
Além disso o Congresso, não como
instituição em si que com os demais pode-
res compõe o tripé da democracia, mas
com suas facções que não admitem perder
privilégios e benefícios pessoais, enges-
saram o Executivo. De lá e de parte da mí-
dia ressoam a palavra impeachment, ape-
sar do governo não ter chegado a cinco
meses. Dos seus alicerces fumegantes o
PT e demais partidos de esquerda ou não,
tramam a queda do presidente.
No momento se fala em parlamen-
tarismo branco. De fato, amordaçado
pelo Congresso, o presidente tem sofri-
do muitas derrotas no Legislativo que
resolveu comandar a revelia do Executi-
vo. É verdade que Bolsonaro conseguiu
vencer através da recente aprovação da
reforma administrativa, mas à custa da
derrota do ministro Sérgio Moro que per-
deu a Coaf para outro ministério. Aliás,
sua luta contra a violência, o crime or-
ganizado, a injustiça, tão vitoriosa en-
quanto foi juiz sucumbe agora no Con-
gresso e pela interferência de outras
instituições como a OAB, o que confir-
ma que no Brasil o crime compensa.
Estamos numa encruzilhada peri-
gosa e precisamos ser sustentados pelas
forças realmente democráticas e equili-
bradas que existem dentro do governo.
Como disse Joaquim Nabuco: “A fatalida-
de das revoluções é que sem os exaltados
não é possível fazê-las e com eles é impos-
sível governar”. De todo modo, o presi-
dente Bolsonaro está aprendendo rápido
que governar é muito complicado.
* Rodolpho
Heggendorn
Donner
* Coronel - Psicólogo
Estamos numa encruzilhada perigosa e precisamos ser sustentados pelas forças realmente
democráticas e equilibradas que existem dentro do governo.
D. Pedro aprendeu que
no Brasil governar é
muito complicado.
Dos seus alicerces
fumegantes o PT e
demais partidos de
esquerda ou não,
tramam a queda do
presidente.
De todo modo, o
presidente Bolsonaro
está aprendendo rápido
que governar é muito
complicado.
IMPORTANTE
1
2
3
O VELHO CABO CORNETEIRO
Nos pátios dos quar-
téis contam-se his-
tórias que vão além dos
tempos e até se tornam bons ensina-
mentos para os mais novos. Uma delas,
muito própria para os tempos atuais, é
a do cabo corneteiro. Sabe-se lá quan-
do e onde surgiu, mas sabe-se que nun-
ca lhe faltaram incontestes exemplos
para confirmar validade.
O velho cabo, há muitos anos na
ativa, era sempre consultado quando
um novo comandante assumia o coman-
do da unidade. Antigão respeitado, sem-
pre perfeito nos toques de corneta e
clarim, em conversas informais, comen-
tava, lembrava fatos, nomes e modos de
ser dos que por lá haviam passado no
comando da unidade. Dizia principal-
mente aos mais novos que não se pre-
ocupassem com recém-chegados que
falam demais, contam muitas vantagens
e fazem ameaças. Aquilo não duraria
muito. Em pouco tempo, ao se confron-
tarem com realidades bem diferentes
das que imaginavam e desejavam, bai-
xariam as cristas, iriam se ajustando aos
empecilhos e rejeições que encontra-
vam no dia-a-dia da tropa que coman-
davam. Mas, quando chegava um que
era de pouco falar, procurando bem co-
nhecer o quartel e seus subordinados,
perguntando muito mais do que res-
pondendo, sem exibir qualidades, aí,
sim, o cabo velho tratava de melhorar a
Temo que algo parecido esteja acontecendo com a chegada de Bolsonaro à presidência da
República. Traz-me preocupação sobre os rumos do governo.
apresentação pes-
soal e passava a
alertar a todos pa-
ra que bem cuidas-
sem de seus deve-
res, porque aque-
le, de fato, sabia
comandar.
Temo que al-
go parecido esteja
acontecendo com
a chegada de Bol-
sonaro à presidên-
cia da República.
Traz-me preocu-
pação sobre os ru-
mos do governo.
Ainda que procla-
mando as melho-
res intenções para
o bem do nosso
país, tem-se dei-
xado envolver em
muita falação des-
necessária, vulga-
ridades nas redes sociais, ameaças, im-
propriedades sociais e funcionais. Ex-
cessiva individualidade, dando pouca
importância ao que as guerras e os con-
frontos políticos têm ensinado sobre
não crer no poder de adversários. Como
exemplo, o marechal Rommel, ainda que
excepcional comandante, menosprezou
como imediata a esperada invasão mili-
tar dos exércitos aliados para os dias
seguintes, em razão
do mau tempo no
Canal da Mancha.
Deu no que deu, o
Dia D, início da
derrota nazista na
Segunda Guerra.
Então, meu caro
Bolsonaro - em
quem votei e pro-
curo apoiar - não
menospreze o po-
derdeadversários,
por ser o primeiro
passo para derro-
tas.
Muitos são os
cuidados a se ter
tambémnojogopo-
lítico. Um dos que
seaprendeemações
deconfrontoé nun-
ca dar as costas ao
adversário, mes-
mojulgando-omor-
to ou derrotado. Ouso lembrá-lo que
não só as esquerdas estão vivas e atu-
antes, sabendo bem aproveitar flancos
desprotegidos e adversários desaten-
tos. Naquela multidão que você cha-
mou de “idiotas úteis”, havia muita,
muita gente respeitável, distante de
política partidária, principalmente pro-
fessores, estudantes, mestres e douto-
res de profissões muito úteis ao desen-
volvimento cultural e científico do país.
Cientes e também preocupados com re-
centes atos do governo. Não apenas mas-
sa de manobra sindical com intenções
políticas. A cidadania honesta, o co-
nhecimento científico e a cultura social
não devem, não podem ser despreza-
dos. Têm poder para influenciar o rumo
político do governo.
Comandar é “co-mandar”, ou seja,
“mandar-com”, tal como ouvi e aprendi
com um dos melhores comandantes que
tive, o coronel Hoche Pulcherio, no iní-
cio da minha vida militar. Tendências
monocraticamente autoritárias só inte-
ressam aos que se suportam com dita-
duras, não raro tornando-se alvos de
humilhações públicas.
Voltando ao cabo corneteiro. Co-
nheci um que era protótipo da sabedoria
dos pátios de quartéis. Dominava trom-
petes e cornetas de fazer inveja a Louis
Armstrong. Olhos sempre vermelhos,
pouco me interessando se motivados por
noites mal dormidas ou álcool demais.
Sabia de cor todos os toques de corneta
e de clarim. Em meus serviços de oficial-
de-dia, sempre pedia que ele esquecesse
a corneta e executasse em toques de cla-
rim os magníficos de alvorada e de silên-
cio. Com emoção e saudade recordo fatos
da minha vida militar, como a que lhes
apresento sobre a incontestável sabedo-
ria do velho cabo corneteiro.
Nº 264 - Maio/2019 5
*Aileda
de Mattos Oliveira
*Professora Universitária, ESG/2010, Doutora em Língua Portuguesa, ADESG 2008,
Acadêmica Fundadora da Academia Brasiliera de Defesa e Membro do CEBRES e
Acadêmica AHIMTB - ailedamo@gmail.com
*Aristóteles
Drummond
* Jornalista - Vice- Presidente da ACM/RJ
aristotelesdrummond@mls.com.br
www.aristotelesdrummond.com.br
5
Ojogo começou
e, apesar de boas
jogadas, nada de con-
creto em termos de resultados, para
tranquilizar a torcida. Esta é a realida-
de nacional.
A economia patina, o desem-
prego não cede, os investimentos não
acontecem. As concessões vendidas
foram positivas, mas não se resolveu
as pendências que amarram o país,
como os casos dos acessos ao Rio na
Via Dutra – descida da serra e na
Washington Luís – e a nova subida da
serra. Notícias positivas, e pouco di-
vulgadas, é a ação intensiva do Exérci-
to para entregar o trecho caótico da
Cuiabá-Santarém ainda este ano.
O Ministério da Educação, que
perdeu cem dias, foi incapaz de,
pelo menos, restabelecer o nome do
Almirante Rademaker no pavilhão
da unidade do Pedro II de São Cris-
ESTÁ PASSANDO DA HORAA perda dos cem dias pode custar caro em termos das reformas. A sociedade está madura para aprovar eventuais sacrifícios
e não haverá parlamentar com coragem para dificultar a solução da crise – fora os radicais de sempre, e em minoria.
tóvão, no Rio, arrancado pelo ódio
ideológico. O ilustre brasileiro foi
aluno e ajudou o colégio.
A inexperiência em relação à
gestão pública imobiliza estados im-
portantes e em crise grave, como Mi-
nas Gerais e Rio de Janeiro, onde os
governantes, parece que muito bem-
intencionados, ainda não se integra-
ram com as forças vivas locais. Vi-
vem o chamado isolamento do poder.
É claro que, para que isso se perpe-
tue, não faltam os cortes, que histori-
camente levam gover-nantes a este
divórcio da sociedade.
O presidente tem um bom pro-
grama e uma boa equipe. Tem mos-
trado coragem ética e moral para co-
locar o interesse nacional acima de
qualquer ambição de caráter político
ou pessoal. Mas não pode repetir ca-
sos como o do preço do óleo diesel,
que derrubou as bolsas e as ações da
empresa em processo de recupera-
ção.
Mesmo na segurança pública,
clamor nacional, foi incapaz de
blindar os presídios dos sinais de
celulares, através dos quais os ban-
didos orientam ações de seus co-
mandados. E as polícias ainda não
receberam armas com laser, que tor-
na mais difícil a preocupante bala per-
dida.
A perda dos cem dias pode cus-
tar caro em termos das reformas. A
sociedade está madura para aprovar
eventuais sacrifícios e não haverá
parlamentar com coragem para difi-
cultar a solução da crise – fora os ra-
dicais de sempre, e em minoria.
Urge tornar, via proposta ao
Congresso, nosso Judiciário mais
célere e definir dúvidas como a po-
lêmica questão da pena em segunda
instância, que merece uma regula-
mentação. Condenado mais de uma
vez em segunda instância, ou res-
pondendo a mais processos seme-
lhantes, não pode aguardar recur-
sos em liberdade. Um réu primário,
sem outros processos, até poderia
sem estimular a impunidade. Pare-
ce claro.
Enfim, precisamos urgentemen-
te de respostas, de resultados, de mais
empregos, de desmontar uma estru-
tura de estatais que precisam ser de-
sidratadas, como é o caso da Petro-
bras. Mas temos de melhorar e sim-
plificar impostos, gerar ambiente fa-
vorável aos negócios, terminar a re-
forma trabalhista e apressar a da Pre-
vidência, indubitavelmente a mãe
das reformas. Sem ela, podemos ficar
parados, cumprindo o triste destino
de país agarrado ao erro.
Não há dúvidas de
que a visão de sua
presença é por demais desagradável, e
quem, por mero acaso, olhar para o chi-
leno Rodrigo Maia, vai relacioná-lo, de
imediato, àquelas velas das antigas em-
barcações, enfunadas pelo vento, con-
vexas, tal a empáfia do sujeito, que adap-
tou o jeitão de leão de chácara ao de
poderoso dono do espaço político naci-
onal. Sim, o poderoso bufão da perver-
tida Casa do Congresso brasileiro, do-
minada, há muitos e muitos anos pe-
los piores perfis que poderiam emer-
gir do submundo político, salvo as ex-
ceções de sempre. Ratos, ratazanas,
todos tão fornidos pela mãe corrup-
ção, como ainda não se teve conheci-
mento no mundo da chicana, em qual-
quer parte.
O Brasil, é certo, sempre foi uma
fonte de fatos inusitados, mas que eu
saiba, é único, no que diz respeito a
políticos, cujas atribuições são as de
legislar em favor do país, mas se esme-
ram em sabotá-lo em todas as votações
que o beneficiem. Paradoxo? Não! São
PRECISAMOS TIRÁ-LO DE LÁ
fatos de raiz, traidores inatos da pátria-
nação, por renderem-se, de corpo e al-
ma, à pátria-propina, e para esta, sim,
batalham, com sofreguidão, e pela qual
dão às suas miseráveis vidas na luta
pela conquista de mais e mais
milhões. Ocos, sem nada a
oferecer, em contraposição,
figuras mecanizadas, confi-
guradas para tão somente re-
ceber, captar, arrebanhar,
enriquecer. São esses os po-
líticos brasileiros, são a es-
ses que pagamos parte dos
tributos que poderiam satis-
fazer outras necessidades
urgentes.
Sarney, Collor, Fernando
Henrique, Lula, Dilma e Te-
mer, são os responsáveis por
envolverem o Brasil num abraço de
afogado, sufocando-o na onda cada
vez mais crescente da deterioração
política, não havendo registros de tais
proporções, nem na época colonial.
Paulatinamente, nesses governos, foi o
Congresso se transformando na Casa
da Barganha para que resolvessem, na
melhor forma de corporativismo, o en-
riquecimento ilícito em troca das apro-
vações de que o Executivo necessitava
para objetivos ocultos. Tudo era feito
na maciota, com a habilidade de pres-
tidigitadores.
Já disse, algumas vezes, que Lula,
embora preso, e Dilma, a guerrilheira
criminosa, não se sabe por que, ainda,
fora das grades, são dois grandes vito-
riosos porque atingiram, em cheio, o
foco principal, objetivo de suas gatu-
nas presenças no Executivo: destruir
todas as instituições brasileiras, pela
base. Daí, o Presidente Bolsonaro estar
sofrendo pressões violentas por não se
submeter às conversas ao pé do ouvi-
do, dos enfunados do Congresso, ór-
gão, que se existisse com essa cara, no
início do século XX, moça de família
não passava perto.
Os tempos são outros, a corrupção
verdejante das instituições nacionais
passou a ser lei entre seus membros,
levando a que várias gerações de polí-
ticos tenham se perdido, ética e moral-
mente pela promiscuidade dos concei-
tos de valores das duas Casas.
A higiene tem de começar e deve
começar de cima para baixo, com a de-
sinfecção do ambiente político do Con-
gresso, do STF, e das demais institui-
ções que estejam propositalmente sola-
pando o trabalho dos bons brasileiros.
O Brasil precisa se livrar dessa gente,
ou melhor, dessa gentalha!
Que seja breve a mudança do chi-
leno plutocrata para aquela instituição
similar à que preside, recebendo um
alojamento próximo ao do Eduardo Cu-
nha que, segundo notícias, disposto à
delação premiada, fará com que seu co-
lega, de milionárias gorjetas, venha-lhe
fazer companhia, o mais rápido do que
imagina, na ala sui generis dos ex-
presidentes de uma das Casas mais
desmoralizadas, entre outras, não me-
lhores, dos Três Poderes.
ESSA É A FOTO QUE EXPLICA
TODA A DESGRAÇA DO BRASIL
Os tempos são outros, a corrupção verdejante das instituições nacionais passou a ser lei entre seus membros, levando a que
várias gerações de políticos tenham se perdido, ética e moralmente pela promiscuidade dos conceitos de valores das duas Casas.
8Nº 264 - Maio/2019 66
Visite o Museu da FEB
Aberto ao público de 2ª a 6ª feira de 09:30 às 16:30 h.
Sábado / Domingo de 09:30 às 13:00 h.
Belo Horizonte - Rua Tupis, 723 - Centro
Agendamos visitas e palestras somente no Museu. Tel. (31) 3224-9891
Juiz de Fora - Rua Howian, 40 - Centro
São João Del Rei - Área do Círculo Militar - Centro
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www.anvfeb.com.br
Era 6 de maio de 1889. D Pedro II mal podia imagi-
nar, mas a Republica viria a ser proclamada em
mais alguns meses. Foi quando Thomaz Coelho, o
ultimo Ministro da Guerra do Imperio, inaugurou o
Imperial Collegio Militar.
Ficava no palacete da Baronesa de Itacurussá.
Quem vem pela São Francisco Xavier, ao cruzar os
portões subindo suave aléia, ladeada pelas palmeiras
imperiais, vai ter a uma praça, onde no alto pontifica
o atual Palacete Babilonia, nas terras da então Chacara
da Pedra da Babilonia, que ao lado se destaca na
paisagem.
Hoje, 31 de maio de 2019 , o tradicional e histó-
rico Colegio Militar do Rio de Janeiro abriu um espaço
cultural nas magnificas instalações daquele Palacete,
onde uma das salas leva o nome honrado de ilustre ex-
aluno - Oswaldo Aranha - Cidadão do Mundo, Herói
Nacional.
Filho do Alegrete, na planície do pampa rio-
grandense, antiga capital farroupilha da fronteira
oeste, berço de grandes combates históricos. Estu-
dou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tendo
integrado seu Esquadrão de Cavalaria, como o Aluno
511. Defendeu o governo no Rio Grande do Sul como
líder militar civil, tendo sido ferido gravemente em
combate com um tiro de fuzil, no combate de Seival-
zinho, próximo a Lavras do Sul, por pouco não tendo
perecido. Liderou no Rio Grande do Sul a Revolução
de 30, tendo participado do ataque ao QG da 3ª.
Região Militar. Foi da sua lavra o discurso onde o Bra-
sil declarou guerra ao Eixo, e a ele, como Presidente
da Assembleia-Geral da ONU, o Povo de Israel deve
o seu Estado.
Entre o publico estavam familiares de Oswaldo
Aranha, o filho Luiz Oswaldo Aranha, netos José
Oswaldo Aranha e Oswaldo Euclydes Aranha Neto,
e a sobrinha-neta Da. Lalá Aranha, professores, mi-
litares que servem no Colégio, antigos e atuais alunos
da Casa de Thomaz Coelho e membros da comunidade
judaica do Rio de Janeiro. Em suas palavras de sau-
dação, o Comandante do Colégio, Coronel do Quadro
de Material Bélico Himario Brandão Trinas, ele mes-
mo ex-aluno da Turma de 1986 e filho do ilustre mestre
do Colégio, Coronel Professor Himario de Lima das
Trinas, agradeceu aos colaboradores que tornaram
realidade o projeto do Espaço Cultural, entre os quais
a DPHCEX, as Professoras Patricia e Fabricia, o Sar-
gento Aquino e o Vereador Marcelo Arar, que na
ocasião entregou Moções de Louvor da Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro
ao Comandante e demais cola-
boradores.
O Comandante Cel Hi-
mario fez uma saudação espe-
cial ao Tenente Israel Rosen-
thal, 98, ex-combatente da FEB
- Força Expedicionaria Brasi-
leira, que cortou a fita inaugu-
ral e descerrou a placa de aber-
tura, após o canto dos Hinos
Nacionais do Brasil e de Isra-
el, este ultimo em homenagem
aos 71 anos da Independencia
do Estado de Israel, recordan-
do o antigo aluno Oswaldo
COLÉGIO MILITAR ABRE O ESPAÇO CULTURAL THOMAZ COELHO
E PRESTA HOMENAGEM AO ANTIGO ALUNO OSWALDO ARANHA* Israel Blajberg
Veterano Rosenthal e Cel Himario
descerram a placa do espaço cultural
Aspecto do público presente, em destaque
o Veterano Rosenthal
Maquete do colégio, com o Palacete ao centro
e a Pedra da Babilônia ao fundo
Coral da Escola Estadual Aleksander Henrik Laks
interpreta os Hinos Nacionais de Brasil e Israel
Daniel Mata Roque, José Oswaldo Aranha
(Neto de Oswaldo Aranha), Israel Blajberg
e Alberto Gomes Filho (Casa da FEB)
Leonardo Montanholi, José Oswaldo Aranha
(Neto de Oswaldo Aranha), Israel Blajberg
e Alberto Gomes Filho (Casa da FEB)
Veterano Rosenthal, representante da POUPEX, Cel Himario e Vereador Marcelo Arar
Israel Blajberg, D. Lalá Aranha (sobrinha-neta de
Oswaldo Aranha), Veterano Rosenthal e Luiz Oswaldo
Aranha (filho de Oswaldo Aranha)
Alexandre, Guia do Museu da Casa da FEB, com Veterano Rosenthal
Aranha que aos 29 de novembro de 1947 proclamou
da tribuna da ONU a Resolução de Partilha da Pales-
tina. O Coral da Escola Estadual que leva o nome do
sobrevivente do Holocausto Aleksander Henrik Laks
abrilhantou o evento, sob a regencia do Prof. Edi,
interpretando os hinos nacionais. O Museu da Casa
a FEB cedeu sua Exposição Itinerante para o evento,
contendo objetos originais da 2ª. Guerra Mundial.
COLÉGIO MILITAR DO RIO DE JANEIRO
* iblajberg@poli.ufrj.br
Nº 264 - Maio/2019 7
P T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I S
QUE PARTIDO É ESSE?
PT - O PARTIDO MAIS CORRUPTO E MENTIROSO DA HISTÓRIA UNIVERSAL
7
Em julho de 2005, um assessor do então deputado estadual
José Nobre Guimarães (PT/CE) foi preso no aeroporto em
São Paulo pela Polícia Federal, com US$ 100 mil e R$ 200
mil escondidos na cueca e na mala.
O nobre deputado é irmão de José Genuíno (PT/SP) e foi
eleito deputado federal. Essa cueca do PT permanecerá
pendurada até o caso ser investigado e os corruPTos
julgados, condenados e presos.
Hoje é o líder do PT na Câmara de Deputados!
Não podia ser outro!
A EMISSORA QUE NÃO SE CANSA DE
REMAR CONTRA A CORRENTEZA!!!!
Manifestação ocorreu em Garanhuns,
a 27 km da cidade natal de Lula
8Nº 264 - Maio/2019 88
* Ipojuca
Pontes
* Ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista
do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores
brasileiros de todos os tempos.
Cel José Batista
Pinheiro
Ainformação é de que Luiz Carlos
Barreto (velho mamador dos cofres
públicos) se entrevistou com Osmar Terra
(deputado federal - MDB-RS), atual mi-
nistro da Cidadania, Desenvolvimento
Social, Esporte e Cultura. Trata-se de
um velho hábito do “metade” mafioso
LCB: sempre que pretende ampliar pri-
vilégios, o milionário cacique do cine-
ma tupiniquim ataca por cima, margina-
lizando conversas com intermediários
(quero dizer, gente do segundo escalão
burocrático). Embora se diga comunis-
ta, Barretão vai terminar bajulando Jair
Bolsonaro para fazer um filme sobre
como o Capitão chegou à presidência da
Republica, seguindo os mesmos cami-
nhos traçados para fazer “Lula, o Filho
do Brasil”, o mais oneroso fracasso do
cinema caboclo, um jogo de lobby que
custou muito caro aos cofres do Erário
segundo declarações do Antonio Palocci,
ex-ministro (abalisado) de Lula e Dilma.
Com efeito, há quase cinco déca-
das, conforme revelação à engajada
“Piauí”, Barreto usa uma “estratégia”
armada para achacar governos, que é a
seguinte: Cacá Diegues tece leguleios
sofistas em “jornal de prestígio”, cai-
tituando seus interesses em tom críti-
co. Logo em seguida, Barreto, “mexen-
do os pauzinhos”, parte para uma “en-
trevista governamental” com o minis-
tro da vez, oferecendo a “mão aliada”
em troca da concessão de mais verbas
e outros privilégios.
Pois bem: com um jogo assim, man-
jado e sujo, essa gente já torrou bilhões
de reais dos cofres públicos, alimentando
a vasta corporação parasitária com altas
somas em dinheiro extorquido da me-
renda escolar e do combate ao analfa-
betismo, da construção de casas popu-
lares, da compra de equipamentos e ar-
mas para manutenção da segurança pú-
blica e, o que é pior, do bolso exaurido do
contribuinte indefeso. O objetivo de tais
entrevistas ministeriais, repito, tem sido
o de arrombar os cofres da Viúva, em
geral para fazer filmes subversivos, ca-
ros, ruins e desprezados pelo público –
caso, por exemplo, do fracassado “ O
PERVERSO CINEMA DA MAMATA
(PARA OSMAR TERRA MEDITAR)
Grande Circo Místico”, do reincidente
Cacá Diegues, recusado pelo júri de
Cannes e pelo público brasileiro.
Muitobem.AentrevistadeBarretão
com Osmar Terra, sabe-se, foi para pedir
que o “ministro da vez” fizesse a Ancine
soltar rápido a grana da corporação, em-
bora soubesse que a agência do cinema
corrupto tivesse sido invadida pela Polí-
cia Federal na busca e apreensão de docu-
mentos fraudulentos e, mais grave ainda,
que o Tribunal de Contas
da União (TCU) tivesse
rejeitado as contas irre-
gulares de produções
bancadas com recursos
públicos – entre as quais
constavam as contas da
própria LCB, produtora
do cinematográfico Ca-
cique.
Antes de seguir adi-
ante, é preciso lembrar ao
leitor que as chamadas
“agências reguladoras”
foram implantadas no Brasil pelo profes-
sor de marxismo Fernando Henrique Car-
doso, vasilinoso social-democrata que
comprou a própria reeleição presidencial
e se tornou uma espécie de Anjo da Guar-
da de Lula, o Chacal. Na teoria, as agên-
cias, espécie de entidade de administra-
ção indireta, pretendem fiscalizar deter-
minadas atividades econômicas no País.
Na prática, no entanto, transformaram-se
em rechonchudos cabides de empregos
que nada fiscalizam, ou fiscalizam mal, de
ordinário em favor do próprio Estado ou
das corporações parasitárias à cata de pri-
vilégios, claro está, sempre adversas aos
interesses da da população vilipendiada.
No dito “encontro” com o minis-
tro da Cidadania, Barreto - que nos
arquivos do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro tem inúmeras ações judiciais
movidas pela Prefeitura do Rio, Banco
do Brasil, Banco do Estado do Ceará e o
falido Banco Nacional, além de um cipoal
de ações trabalhistas demandadas por
técnicos e atores – revelou eufórico que
Osmar Terra, no tempo da UFRJ, era “pró-
ximo do PCdoB e apaixonado pela palavra
de ordem do Cinema Novo, ‘uma câmara
na mão e uma ideia na cabeça”.
Se a melopeia enganosa de Barre-
to quer significar a adesão de Osmar Ter-
ra aos interesses predatórios do cor-
porativista-mor, estamos todos ferrados,
incluindo-se as deliberações tomadas
pelo TCU contra as irregularidades sis-
temáticas da Ancine, conivente com as
falcatruas da corporação parasitaria, e
o próprio trabalho da eficiente Polícia
Federal, atenta no com-
bate direto a apropriação
indébita dos recursos
públicos. Neste aspecto,
aliás, a conduta do mi-
nistro é ambígua, pois ao
mesmo tempo em que se
posiciona contra o uso
da maconha e o consu-
mo da droga, preciosida-
des apreciadas no ao
“meio” artístico, também
é capaz de votar pelo ar-
quivamento do proces-
so de corrupção passiva proposto con-
tra Michel Temer, sujeito que a falange
do PCdoB quer ver “por trás das gra-
des” por desvios de R$ bilhões.
De resto, a própria atitude de Terra
em reduzir a doação extravagante – pro-
veniente da extinta Lei “Roubanet” - de
R$ 60 milhões para R$ 1 milhão, destina-
dos ao financiamento de projetos ditos
culturais, não demonstra razoabilidade:
um milhão de reais é dinheiro pra burro.
Dá para remunerar mensalmente, na base
do salário mínimo, mil trabalhadores
que andam famintos por aí. Ou pagar,
no fim de cada mês, um milhão de traba-
lhadores quando a doação chega a casa
de R$ 1 bilhão de reais, em média o teto
de dinheiro dispensado anualmente pela
Lei permissiva a projetos do setor.
De minha parte, considero que o
principal problema da expansão cultu-
ral é a eliminação do analfabetismo.
Creio que investir na educação domici-
liar é a medida urgente, visto que a mo-
dalidade de aprender
com os pais, tutores e professores, a
chamada “homeschooling”, assume ca-
ráter oportuno e prático num País de
dimensão continental.
Outra alternativa: impulsionar,
com recursos sacados do desperdício
corporativista, a implantação nacional
do projeto do Ensino a Distância (EAD),
em expansão na China, Rússia e Esta-
dos Unidos, operado entre nós pela Se-
cretaria Nacional da Juventude em par-
ceria, ate agora, com 148 municípios do
interior do País. Trata-se de projeto es-
sencial para alfabetizar cerca de doze
milhões de analfabetos em idade esco-
lar, cuja materialização carece de pa-
rafernália composta por vídeos, aposti-
las, e-books, monitores e os indispen-
sáveis serviços da Internet.
Só que, enquanto falta dinheiro
para expansão do Ensino a Distância,
Cacá Diegues, “guru” da corporação in-
saciável, garante que ano passado fo-
ram produzidos 160 filmes de longa
metragem no Brasil, orçados, em con-
junto, na faixa de bilhões – filmes que,
salvo exceção, ninguém vai ver ou que
só circulam no noticiário da mídia ami-
ga e nos custosos festivais ideologica-
mente controlados.
PS 1 - Outro dia, ouvi a falácia de
que para cada real investido pelo go-
verno (irresponsável) na produção de
um filme, há o retorno de R$ 1,70. Então,
pra que dinheiro do contribuinte se o
negócio é rendoso?
PS 2 - Diz-se por aí que o sinistro
CelsoAmorim,oDiplomataVermelho,está
de partida para Portugal. Uma ótima notí-
cia! Vai logo, Amorim. Mas olha: fica por
lá mesmo, não arranja bilhete de volta.
No início dos anos 80, escrevi o
livro “Cinema Cativo”, esgotado, sobre a
desastrosa gestão de Amorim na Em-
brafilme. Sei bem do estou falando. Livro
lançado, o diplomata foi chutado da cor-
rupta estatal do cinema pelo general Ru-
bem Ludwig, então ministro da Educação.
Outro dia, ouvi a falácia de que para cada real investido pelo governo (irresponsável) na produção de
um filme, há o retorno de R$ 1,70. Então, pra que dinheiro do contribuinte se o negócio é rendoso?
Escrevemos sobre o FUSEX porque
temos interesse no assunto, mas as
informações de caráter administrativo do
sistema são todas de difícil acesso por
serem pouco divulgadas. Temos como
consulta apenas os livretos do DGP
(DCIPAS) e a Portaria do Ministério do
Exército de 1978 que o criou. Sabemos,
por ouvir dizer, que o sistema arrecada
mensalmente em torno de R$ 80 milhões
que são recolhidos pela Diretoria de Pa-
gamento do EB ao Tesouro Nacional do
Ministério da Fazenda (hoje, Ministério
da Economia) e este órgão deve conta-
bilizar essa receita ao título FUSEX, do
Comando do Exército. Contabilmente, os
recursos pertencem ao EB, mas o numerá-
rio, a massa de dinheiro pertence ao Mi-
nistério da Economia que o adiciona às
receitas da União. Daí em diante esse di-
nheiro passa a pertencer exclusivamente
àUnião,quefazusodelecomobemlheder
na telha. Mensalmente ou não (depen-
PASSANDO A LIMPO O FUSEX
dendo da vontade deles) são repassados
às OMS sem nenhum critério (não temos
acesso às quantias), podendo ser contin-
genciados e, quem sabe, aplicados até no
mercado de capitais. No final do Exercício
Financeiro, que termina sempre em de-
zembro de cada ano, o saldo é zerado, se
ainda o tiver. O superávit dessas prová-
veis aplicações fica com a União. No ano
seguinte começa tudo de novo, da estaca
zero. É assim que imaginamos o uso dos
recursos do FUSEX, pois não temos aces-
so a nenhuma informação oficial.
A conclusão a que chegamos, é
que se trata de um emaranhado contábil
generalizado. Esses preciosos recur-
sos destinados a reforçar o tratamento
médico hospitalar dos inativos e pensi-
onistas caem na vala comum quando
chegam às OMS, achamos que não há
critério para a sua utilização. Parece que
o aplicam desordenadamente (não te-
mos qualquer informação oficial), exce-
ção ao pagamento do pessoal militar de
saúde que é obrigação do Estado. Como
ele vai ser zerado no fim do ano, então,
as OMS devem gastar até ao último
centavo. E está corretíssimo se assim o
fizer, é dinheiro que caiu do Céu serve
para tudo. Em governos anteriores do
PT os ministros da Defesa eram todos
políticos civis amigos do Partido e es-
tavam apenas usufruindo das honrari-
as do cargo. No atual governo Bolso-
naro o Ministério da
Defesa passou para as
mãos dos militares o
que é óbvio e legítimo.
Então, está na hora da
classe militar se mobi-
lizar e tratar dos interesses gerais da
instituição. Passar a administração do
FUSEX para o Ministro da Defesa, que
poderá nomear uma Comissão de alto
nível para rever todas essas anomalias
financeiras que nos preocupam há 41
anos. Nada mais justo colocar tudo nos
trilhos. A receita do FUSEX é previsível
e não há inadimplência, basta ordenar e
disciplinar a despesa, aí ficará tudo nos
eixos. Temos gente capaz e gabaritada
nas Forças Armadas para transformar
essa esculhambação em um Plano de
Saúde eficiente e moderno, nos mes-
mos moldes ou melhor que os Planos
Civis que deram certo.
(Rio de Janeiro, 09.05.2019)
Pergunta ao ministro da Defesa:
De minha parte, considero
que o principal problema
da expansão cultural é a
eliminação do
analfabetismo.
***
Outra alternativa:
impulsionar, com recursos
sacados do desperdício
corporativista, a
implantação nacional do
projeto do Ensino a
Distância (EAD).
“ PARAONDE VAI O NOSSO DINHEIRO RECOLHIDO
PELO FUSEX? Quando será regulamentado?
Não estamos mais em governos petistas!”.
Nº 264 - Maio/2019 99
*Graça Salgueiro
* É jornalista independente, estudiosa do Foro de São Paulo e do regime castro-comunista e
de seus avanços na América Latina, especialmente em Cuba, Venezuela, Argentina e Brasil.
É articulista, revisora e tradutora do Mídia Sem Máscara e proprietária do blog Notalatina.
Éisso mesmo que vocês leram. O jornal
de esquerda americano, The New
York Times, através de uma matéria frau-
dulenta do jornalista Nicholas Casey,
acusou o Exército da Colômbia de co-
meter “assassinatos de pessoas ino-
centes” para cumprir um “cota mensal”,
pondo sob suspeição e investigação o
Ministro da Defesa e Comandante do
Exército, general Nicacio de Je-
sús Martínez Espinel. O presi-
dente Iván Duque, que é o Co-
mandante-em-Chefe das Forças
Armadas e da Polícia, em vez de
defender seus comandados e so-
licitar provas de tão grave acu-
sação, servil e covardemente aca-
tou - sem provas - essa afronta
criando uma comissão denomi-
nada de “excelência militar”.
Ocorre que tal comissão
não é composta por militares de
alta patente e com comprovado
conhecimento e experiência em
direito operacional, doutrina
militar de condução de tropas
em campanha, tomada de deci-
sões em combate, desenvolvi-
mento de situações intempestivas, de
planos táticos e estratégicos de guerra
regular ou irregular, mas três civis que
sequer prestaram o serviço militar obriga-
tório:umex-ministro,umex-presidenteda
Corte Constitucional e um ex-procura-
dor!
O NYT PÕE O EXÉRCITO DA COLÔMBIA
NO BANCO DOS RÉUS
Mas com que propósito isto foi
feito e quem está por trás de mentira tão
abjeta? Em 2016 Casey esteve na Co-
lômbia, não para fazer turismo mas nas
selvas, onde as FARC ainda mantinham
seus guerrilheiros e “negócios”. A de-
núncia foi feita pela senadora pelo parti-
do Centro Democrático (o mesmo do pre-
sidente Duque), María Fernanda Cabal,
que apresentou em seu artigo um foto do
tal “jornalista independente” sendo
conduzido em uma moto por um terro-
rista das FARC. Na matéria exibida no
jornal em 18 de maio pp., Casey afirma
que o general Nicacio mandava “in-
crementar o número de baixas” de in-
tegrantes das FARC, alegando ter ou-
vido a denúncia de oficiais do Exército
cujos nomes ladinamente não informa.
Ao ler a matéria do NYT e a res-
posta de Cabal, o senador democrata
Patrick Leahy “ordenou” que o gover-
no da Colômbia “exigisse” que a sena-
dora colombiana “se retratasse” peran-
te Casey e apresentasse provas de sua
denúncia, invertendo o
ônus da prova. Casey
que estava em Bogotá,
sem ter provas do que
afirmava, fugiu alegan-
do “estar em perigo” o
que, evidentemente é
mais uma farsa grotesca
à qual ele está acostu-
mado.
Com esse escân-
dalo o que Casey con-
seguiu foi desnudar que
há dinheiro da organiza-
ção Open Society Foun-
dations de George So-
ros, que estimula arti-
gos mentirosos como es-
se que servem a seus in-
teresses.Soros,juntocomosenadorLeahy,
querem a todo custo impedir a ajuda
militar que o governo dos Estados Uni-
dos oferecem à Colômbia desde os tem-
po de George W. Bush. Para isso eles
utilizam a Lei Leahy, criada em 1997,
para bloquear o fornecimento de equi-
pamentos e treinamento militar a um
país estrangeiro, com o pretexto de que
sua força pública comete “graves vio-
lações de direitos humanos”.
O objetivo desse plano urdido nas
sombras visa tirar o respaldo da Casa Bran-
ca e do Pentágono para deixar a Colôm-
bia a mercê do narco-terrorismo, sobre-
tudo das FARC e do ELN, para que o
pacto Santos-FARC dobre o país aos
seus caprichos, além de deixar a Colôm-
bia indefesa diante das ameaças e dos
ataques sistemáticos das ditaduras
venezuelana e nicaragüense.
Que isso sirva de lição para nós
também, pois nossos militares que hoje
ocupam cargos no governo vêm sendo
atacados de forma abjeta e vil, do mes-
mo modo sem prova alguma, por alguém
que vive fora do Brasil e está se lixando
para os rumos do país. Os comunistas
de todos os matizes e os lobos em pele
de cordeiro que vivem num universo
umbilical não dormem. Espero, sincera-
mente, que o presidente Bolsonaro seja
mais prudente que o presidente colombi-
ano, pois a experiência da farsesca “co-
missão da verdade” já deixou claro o que
esta gente pretende.
Major-general Nicacio de Jesús Martínez Espinel,
Comandante do Exército da Colômbia, alvo da fúria comunista
do jornal The New York Times
Foto: Luisa González (Reuters)
*Rayanne Gabrielle
da Silva
* Especialista em História Militar, licenciada
em História, graduanda em Administração e
professora da rede estadual de ensino do
Rio Grande do Norte.
Desde que o novo Ministro da Educa-
ção decidiu cortar verbas das Ciên-
cias Humanas, o desespero tomou con-
ta dos professores e alunos da área. Em
seguida, o mesmo ministro foi além e
afirmou que contingenciará – veja-se,
não é corte! – cerca de 30% da verba des-
tinada à educação, principalmente a que
afeta custeio das universidades e bol-
sas de pesquisa.
Instalou-se, assim, o caos, o Apo-
calipse científico. Os anunciadores do
fim dos tempos propagam, em alto e
bom som, a paralisação das universida-
des e institutos federais, o fim das pes-
quisas e dos investimentos, a desacele-
ração do avanço científico brasileiro.
De repente o ar-condicionado não fun-
ciona mais, as luzes estão apagadas e a
água passa por racionamento.
Muitos acusam (erroneamente) o
governo de estar “pesando a mão” e pra-
ticando “revanchismo” contra a classe
científica do país. No entanto, aqueles
que o afirmam não revelam ao público
em geral o que realmente são as univer-
sidades públicas no Brasil e suas estra-
nhas produções acadêmicas.
A seguir, farei um pequeno relato
do que vivenciei durante cerca de 5,5
anos dentro de uma universidade fede-
ral aqui no Estado do Rio Grande do
Norte. Entre as muitas coisas boas vivi-
das, as ruins prevalecem e me fazem
jamais querer retornar a uma instituição
dessas. Veja-se o porquê:
A FARSA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL –
Conheci pessoas de todos os ti-
pos e credos nesses locais. De fato, lá
você conhece o mundo e precisa tomar
cuidado para não cair nas tentações ruins
ofertadas por ele. Professores, alunos e
demais funcionários não estão isentos de
qualquer culpa: rola de tudo o que se pos-
sa imaginar, entre sexo, drogas, desvio de
verbas e superfaturamento de pesquisas,
perseguição ideológica e até ameaças.
Vi e sofri um
pouco de tudo, so-
brevivendo como
pude. Já me ofere-
ceram cigarro de
maconha como se
fosse algo natural.
Recebi propostas
sexuais, inclusive
de homens casa-
dos. Professores e
professoras já de-
ram em cima de
mim, até mesmo
dentro de sala de
aula, na frente de
todos. E isso não foi só comigo: várias
pessoas já passaram por essa situação.
Tive colegas que saíam com pro-
fessores casados em troca de bolsa. Por
falar nesta, existem alunos há sete, nove,
dez anos ou mais dentro dessas institui-
ções sobrevivendo às custas da universi-
dade por meio desses recursos. Muitos
desses alunos não buscam um emprego,
reprovam de propósito para permanecer
mais tempo dentro da universidade e mal
fazem um trabalho decente de pesquisa,
monitoria ou extensão (os tipos de bolsas
ofertadas). Trabalhei com uma em que os
demais bolsistas e até mesmo a coordena-
dora pedia para ficar “de olho” porque a
mesma já tinha fama de não fazer nada e
estava lá, recebendo como todo mundo.
Havia colegas que não precisa-
vam de qualquer tipo de auxílio da uni-
versidade, mas con-
seguiam, por meio
de falcatruas diver-
sas, obter um auxí-
lio-moradia,umauxí-
lio-alimentação,
transporte e até ócu-
los – isso mesmo.
Auxílio-óculos, para
aqueles que não têm
condições de com-
prar um. A universi-
dade não fazia uma
inspeção mais rigo-
rosa nesses tipos de
solicitações. Ape-
nas concedia. E quem recebia ria pelas
costas, triunfante.
Quanto às intervenções ditas “ar-
tísticas”, era comum, principalmente no
Centro de Ciências Humanas, alunos
ficarem nus e darem abraço coletivo no
prédio do centro. O pior é que eles mes-
mos faziam questão de colocar nas re-
des sociais. Em uma outra intervenção,
jogaram fezes humanas e sangue de
menstruação nas pare-
des de um departamen-
to. E disseram ser “arte”. Também posta-
ram nas redes.
A onda dos banheiros unissex re-
sultou em bizarrices nunca antes vistas.
Alunos mais “abertos” faziam manifesta-
ções para que todos os banheiros fossem
usados pelos dois sexos. Reencontrei um
colega na semana passada que afirmou
ter ficado preso em um dos banheiros
pelos manifestantes de modo a apoiar a
causa. Teve de ligar para um amigo para
ser resgatado. Até hoje, sei de alguns jo-
vens que moram em um desses banheiros.
Isso mesmo. Moram. No banheiro. Nin-
guém os usa, é claro, pois tornou-se a
casa dessa gente.
Por falar em banheiros, em casos de
solicitação de serviços de prostituição,
há uma verdadeira lista telefônica atrás
das portas, fora as “belas” mensagens co-
locadas por “filósofos” daquele local, co-
mo “a maconha cura” ou “as vaginas san-
gram”,seguidapelodesenhodeumacomo
descrita na frase. Afora os xingamentos a
professores, partidos políticos e até a
possíveis rivais dentro da instituição.
No próximo artigo, falarei sobre a
situação dos professores, dos partidos
políticos e do desperdício de recursos
dentro das universidades e de como na-
da é fiscalizado ou punido.
Espero, sinceramente, que o presidente Bolsonaro seja mais prudente que o presidente colombiano, pois a
experiência da farsesca "comissão da verdade" já deixou claro o que esta gente pretende.
“Performance artística"
em um dos centros acadêmicos
A seguir, farei um pequeno relato do que vivenciei durante cerca de 5,5 anos dentro
de uma universidade federal aqui no Estado do Rio Grande do Norte.
PARTE I
8Nº 264 - Maio/2019 10
Cel Osmar José
de Barros Ribeiro
* Coronel, Historiador Militar e Advogado msorianoneto@hotmail.com
(continua)
* Manoel Soriano Neto
“Árdua é a missão de desenvolver e defender a
Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos
antepassados em conquistá-la e mantê-la.”
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)
AMAZÔNIA – O GRANDE DESAFIO(XX)
Nos últimos artigos, abordamos o es-
cabroso megaprojeto ‘Corredor An-
des-Amazônia-Atlântico’ (conhecido por
‘Triplo A’ e outras denominações), uma
contínua e imensa faixa de terras amazô-
nicas, abrangendo inúmeras ‘Unidades
de Conservação’ (UC) e ‘Terras Indíge-
nas ‘ (TI). Para gáudio de radicais ambien-
talistas/indigenistas, tal corredor forma-
ria ‘a maior extensão de áreas protegidas
do planeta’. Urge lembrar que o governo
brasileiro, em boa hora, abortou essas
estapafúrdias intenções, atentatórias à
Soberania Nacional, sendo certo
que mais de 13% de nosso território
são destinados a Terras Indígenas
e mais de 12% são Unidades de
Conservação – um percentual su-
perior a um quarto da extensão ter-
ritorial do País!
Comentaremos, a seguir, ou-
tra ameaça à soberania da Amazô-
nia. Trata-se da realização, em outu-
bro próximo, no Vaticano, do ‘Sí-
nodo Pan-Amazônico’, promovido
pela Igreja Católica, cujos prepara-
tivos encontram-se em adiantado
estado de execução, e que visa à
discussão, em especial, acerca da
‘evangelização dos povos amazô-
nicos’. Oqueéum‘sínodo’?Segun-
do os léxicos, é uma “assembleia de
párocos e de outros padres, convo-
cada por ordem do seu prelado ou de
outro superior”, etc. O Conselho Mundial
de Igrejas (CMI), atrelado à ‘Teologia da
Libertação’, vem atuando no Brasil desde
a década de 1950 e foi responsável pela
criação do Conselho Indigenista Missi-
onário (Cimi) e do Instituto Socioam-
biental (ISA), umbilicalmente ligados a
ONGs nacionais e estrangeiras do am-
bientalismoeindigenismo.Em1952, fun-
dou-se a Conferência Nacional dos Bis-
pos do Brasil (CNBB), cujo primeiro se-
cretário-geral foi Dom Helder Câmara
(de 1952 a 1964). A CNBB, hoje, com 323
bispos, é a mais importante entidade da
Igreja Católica. Ela, ressalvadas honro-
sas exceções, sempre foi integrante da
denominada ‘esquerda clerical’; autopro-
clama-se de ’progressista’ e está compro-
metida com interesses indígenas, como o
da demarcação de suas terras. Os seus
principais organismos são o já menci-
onado Cimi, a Comissão Pastoral da Terra
(CPT) e a entidade Caritas. Durante os
governos militares, a Igreja - que ao ser
deflagrada a Revolução de 1964, apoiava
o ideário do Movimento -, afastou-se do
mesmo e grande parte dela passou a cerrar
fileiras, abertamente, com as esquerdas.
Vários bispos, padres e religiosos se man-
comunaram com notórios subversivos,
como o terrorista Carlos Marighella e par-
ticiparam de manifestações de rua lidera-
das por estudantes e comunistas. Nelson
Rodrigues, com a sua ferina ironia, os
tachava de ‘padres de passeata e freiras
de minissaia’... À época, bispos como
dom Antônio de Castro Mayer, de Cam-
pos(RJ)edomGeraldodeProençaSigaud,
deDiamantina(MG),eintelectuais, como
o Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, conde-
naram, vigorosamente, essa participa-
ção de católicos junto a seguidores de
uma ideologia materialista e ateia.
A CNBB elegeu, no início de maio,
em Aparecida (SP), a sua diretoria para o
período 2019-2023. Esta diretoria, cujo
presidente é dom Walmor Oliveira de
Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte,
secretariado por dom Joel Portella Amado
(RJ), tida como moderada, não agradou à
ala conservadora da Conferência. Des-
tarte, persistirão as acerbas críticas con-
tra o governo, por causa da ‘reforma da
previdência’, do ‘corte de verbas para a
educação’, da ‘ameaça a terras indíge-
nas’, do ‘porte de armas’ etc. Atualmente,
alguns prelados esquerdófilos dizem-se
bastante incomodados com o acompa-
nhamento, pelos órgãos de inteligência,
do Sínodo ora em comento.
Aesperança, nascida do resultado
das eleições de outubro de 2018
deveria trazer, esperavam todos, a mu-
dança dos usos e costumes políticos.
Afinal, lutando contra os grandes par-
tidos, desacreditado pelos institutos de
pesquisa, sem dinheiro e sem marque-
teiros, combatido quase abertamente pe-
la e na imprensa, muitas vezes ridicula-
rizado por analistas e comentaristas de
televisão, quase morto por um ex-mili-
tante do PSOL, o candidato que jamais
ganharia as eleições fosse qual fosse o
adversário, foi eleito com larga e indis-
cutível vantagem. E, na esteira da vitó-
ria do candidato Bolsonaro, veio a re-
novação de boa parte da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal.
Mas tudo o que é bom dura pou-
co, diz a sabedoria popular. A euforia
de largas parcelas do eleitorado esfriou
e logo os donatários da Capitania Bra-
sil, estruturados no grupo partidário co-
nhecido como Centrão, reformulou suas
linhas de ação, recrutou parte dos recém-
eleitos e voltou a dar as cartas no Con-
gresso Nacional. Uma pequena amos-
tra do seu poder foi conseguir a recri-
ação de dois ministérios que haviam
sido extintos. Embora tenha aberto mão
dessa exigência, muito espertamente,
retirou o COAF das mãos do ministro
da Justiça, jogando-o no colo do minis-
tro da Economia. Agora, mais anima-
dos com seus pretensos êxitos, falam
num projeto de Reforma Tributária e lan-
çam, na imprensa, a existência de um
“parlamentarismo branco” que, tradu-
zindo em miúdos, nada mais é que uma
tentativa de reduzir o Executivo a mera
figura decorativa, a reboque dos atos do
Congresso..
A maior parte dos meios de co-
municação voltou-se, desde o início,
contra o governo eleito. Afinal, por-
ta-voz de grupos, políticos ou não, o
corte das verbas de propaganda go-
vernamental e a dificuldade em con-
seguir “furos”, fez com que apenas
vissem limitações e erros na escolha
de ministros, falhas gritantes na ação
política e, à falta de outros assuntos,
a “incompetência e a inapetência” do
A DISPUTA REAL
presidente para o exercício das suas
funções.
Por seu turno, o Supremo Tribu-
nal Federal (STF), também apron-
tou. No mesmo dia em que o ex-pre-
sidente Michel Temer foi preso pela
segunda vez, acusado de chefiar uma
organização criminosa, o STF validou
o decreto de indulto natalino de 2018
assinado pelo mesmo, beneficiando
condenados por crimes como corrup-
ção, formação de quadrilha, tráfico
de influência e outros do mesmo nai-
pe. Isso, sem falar em gastos naba-
bescos tais como a compra de carros
blindados, substituição de equipamen-
tos da TV Justiça, de redes telefôni-
cas, festas gastronômicas regadas a
vinhos com prêmios internacionais,
etc.
Acostumados a seguidos “gover-
nos de coalizão”, políticos, sindicalis-
tas, grandes empresários et caterva,
com as exceções de praxe e que sem-
pre existem, desde antes das eleições
e depois delas, puseram-se a debla-
terar contra um candidato que deixa-
ra clara a sua intenção de passar o
Brasil a limpo. Até hoje, as ações go-
vernamentais são criticadas por ana-
listas políticos, comentaristas e ou-
tros “istas”, questionadas no Congres-
so e na Justiça, apontadas como inú-
teis, redundantes e/ou contrárias aos
interesses de estrangeiros mantene-
dores de ONGs e quejandos.
O governo não é infalível, sem
dúvida. Mas ninguém pode dizer que,
entre acertos (muitos) e erros (poucos),
esteja a serviço daqueles que sem-
pre souberam servir-se do Brasil en-
quanto fingiam servir ao Brasil. Ou
aceitamos sacrifícios passageiros ou
caminharemos para a desordem or-
çamentária, política e social, para o
caos vivido pela Venezuela e que ame-
aça a Argentina. No limite, com conse-
quências imprevisíveis, para a ruptura
da ordem institucional.
Eis aí, sem rodeios, a disputa real,
aquela travada pelos que tem por norte
servir ao Brasil e os que desejam con-
tinuar servindo-se do Brasil.
O governo não é infalível, sem dúvida. Mas
ninguém pode dizer que, entre acertos (muitos) e
erros (poucos), esteja a serviço daqueles que
sempre souberam servir-se do Brasil enquanto
fingiam servir ao Brasil.
FIZEMOS
ONTEM!
FAREMOS
SEMPRE!
VICENTE LIMONGI NETTO*
Brasilía/DF
* Jornalista. Trabalhou no O Globo, Última Hora de Brasília, TV-Brasilia, Ministério da Justiça,
Confederação Nacional da Agricultura, Universidade de Brasília, Senado Federal e Suframa. Tem face e
blog. É sócio da ABI há 50 anos. É servidor aposentado do Senado. (limonginetto@hotmail.com)
O VERDADEIRO BOLSONARO
Estranhei e lamentei. Demorou, mas veio. A boa, merecida e firme resposta
do presidente Bolsonaro ao abusado beócio prefeito de Nova Iorque,
De Blasio: " É um bobalhão, paspalhão e fanfarrão". Bolsonaro acrescentou
ironizando: "Se tivesse o PSOL lá, seria o partido dele". (14/05)
EM CANA NOVAMENTE
José Dirceu de volta à cadeia. A Justiça tarda, mas geralmente não falha.
Fórum Estadão (18/05)
AS RAZÕES DE TANTAS BESTEIRAS
Jorge Kajuru revelou que tem dois conselheiros sensacionais: Cristovam
Buarque e Pedro Simon. Explica-se, então, porque o espalhafatoso, bolorento
e prolixo senador fala tanta besteira.
Só aceita que Adélio
Bispoéinimputável,quem
acredita que ele agiu so-
zinho e é burro. Fez curso
de tiro,criaram álibi de
presença na Câmara dos
Deputados para ele, além
de tantas mortes aconte-
ceram na pensão de Juiz
de Fora.Tem que conti-
nuar investigando!
TANIA TAVARES
São Paulo/SP
ADÉLIO BISPO DE OLIVEIRA
NR: Se o Adélio foi reconhecido como doido, porque não foi dar a facada no Lula?
Nº 264 - Maio/2019 11
MARCO ANTÔNIO FELÍCIO
General de Brigada - PhD em Ciência Política e Estratégia
marco.felicio@yahoo.com
O Tempo 31/05
* Hamilton Bonat
(*) General da Reserva, ocupa a Cadeira
número 19 da Academia de Letras José de
Alencar/Curitiba/PR
Napoleão e seu
cavalo parti-
ciparam, juntos,
de inúmeras ba-
talhas. Napoleão
retornou a Paris
e tornou-se Im-
perador. Seu cavalo, porém, continuou
cavalo.
Isso nos mostra que as experiên-
cias de vida não são tão determinan-
tes assim. Quem nasceu cavalo, mor-
rerá cavalo.
Ora, se um cavalo não consegue
aprender com a própria experiên-
cia, quem dirá com as experiências
alheias.
Exemplo gritante nos dão os co-
munistas. Se autoproclamam pro-
gressistas, embora defendam pensa-
mentos contidos em O Capital, um
conjunto de livros, velhos de mais de
O CAVALO DE NAPOLEÃO
250 anos. É necessário frisar que seu
autor – Karl Marx – nunca foi muito
chegado ao trabalho. Casou-se com
uma burguesa, que o sustentou a vi-
da toda.
Mais do que isso, as ultrapassa-
das soluções que prega não deram
certo em lugar algum. O caso mais
emblemático foi o da União Soviéti-
ca, que desmoronou sobre si mesma,
levando com ela a ilha de Cuba, a quem
dava sustentação. Tudo isso após 70
anos de opressivas ditaduras, com mi-
lhões de mortes.
O modelo mais recente é o vene-
zuelano. Um dos países mais ricos da
América Latina, a Venezuela teve sua
economia arrasada e, além de inúmeros
cidadãos mortos, viu quase 3,5 mi-
lhões deles (seriam todos burgueses?)
fugirem do país. Só o Brasil acolheu
cerca de 100 mil refugiados.
Antes que alguém cite a China
como exemplo bem sucedido de co-
munismo, lembro que ela só evoluiu
após Mao Tsé Tung, que, com a sua
Revolução Cultural, assassinou milha-
res de pensadores e professores. Deng
Xiaoping teve que esperar que ele mor-
resse para, só então, promover as re-
formas necessárias ao desenvolvimen-
to chinês. Diga-se, de passagem, que,
nos dias de hoje, a China pratica um
capitalismo dos mais selvagens.
Portanto, é de admirar que em
nossas universidades públicas, des-
de as reitorias até os corpos docen-
tes, pregue-se abertamente um regi-
me com um histórico desses. Mais ain-
da, que não se admita qualquer ideia
contrária.
Sentem-se, assim, os alunos, re-
féns, impedidos de expressar-se. Mui-
tos deles, por temor, sentiram-se obri-
gados a participar dos protestos con-
tra o contingenciamento dos recursos
para o ministério da Educação, que
atingiram, também, os demais minis-
térios.
A questão que se impõe é por
que será que, quando os governos an-
teriores, responsáveis pela atual cri-
se econômica do país, cortaram re-
cursos muito maiores, nenhum reitor
protestou?
Claro que nossos professores
nunca passaram pela triste experiên-
cia de viver em um país comunista.
Se o tivessem, provavelmente não se
comportariam como o cavalo de Na-
poleão. Mesmo assim, bem que po-
deriam aprender com as experiên-
cias alheias. Mas tem algo que os
impede…
“Contribuir para a defesa da Democracia e da liberdade, traduzindo um País com projeção de poder e soberano, deve ser o nosso NORTE!
Os jornais estão repletos de notícias
a respeito de um pacto entre os
três poderes da República, afim de que,
unidos, superando diferenças, possam
ter aprovados os decretos e leis neces-
sários ao soerguimento do País, tradu-
zindo reformas essenciais,
Visam tais reformas erradicar o
atoleiro político, econômico e social,
beirando a falência total, após trinta e
quatro anos de desgoverno e de vasta
corrupção, permeando a República.
Para milhões de pobres, miserá-
veis e desempregados, sem saber o que
terão para dar aos seus filhos no café
da manhã, não cabe a hipocrisia de pre-
tensos idealistas, afirmando que os
poderes da República estão funcionan-
do em harmonia e com independên-
cia, segundo sistema de freios e con-
trapesos. Que temos saudável Demo-
cracia representativa.
A comprovar, não é o que afirmam,
os hipócritas, aquilo que se extrai da lei-
tura dos jornais matinais, longe do que
ocorre na ilha da fantasia.
E o que significa a palavra pac-
to? 1. ajuste, contrato, convenção en-
tre duas ou mais pessoas; 2. Consti-
tuição que rege certos Estados con-
federados (p.ex., Suíça). Semelhan-
tes: Acordo, ajuste, aliança, arranjo,
coalizão, combinação.
Entretanto, em relação ao Bra-
sil, apesar da grave crise e da Demo-
cracia capenga que vivemos, vige a nos-
sa Lei Magna, dispensando tal pacto,
pois, além de estabelecer a estrutura
do Estado, define os deveres e fun-
ções de cada um de seus integrantes e
como devem se relacionar.
Assim, o Título III, do art. 18 ao
43, define a organização do Estado e o
Título IV, do art. 44 ao art 47, estipula
a organização dos poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Estabelece atri-
buições e responsabilidades de seus
respectivos integrantes.
Cabe ao Congresso Nacional, com
DEMOCRACIA,
A DITADURA DA LEI
a sanção do presidente da República
(PR), não exigida esta para o especi-
ficado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de compe-
tência da União. O Poder Executivo
cabe ao PR, cujas atribuições e res-
ponsabilidades estão delineadas nos
art.85, 86 e 87.
O Poder Judiciário tem as atribui-
ções e responsabilidades estabeleci-
das do art. 92 ao art.134, incluso o STF,
competindo, a Este, a guarda da Cons-
tituição, processar e julgar, originaria-
mente, bem como o Ministério Público
cuja responsabilidade é a defesa da
Ordem Jurídica, do Re-
gime Democrático e dos
interesses sociais e in-
dividuais indisponíveis.
Há que ressaltar o
Título I, dos Princípios
Fundamentais, Cap. V
parágrafo único: Todo
o poder emana do povo,
que o exerce por meio
de representantes elei-
tos ou diretamente, nos
termos desta Consti-
tuição. Art, 2: São Po-
deres da União, inde-
pendentes e harmôni-
cos entre si, o Legisla-
tivo, o Executivo e o
Judiciário.
Há que acrescer
que os poderes devem
contribuir para a consecução dos obje-
tivos fundamentais da República Fede-
rativa do Brasil, entre eles, o de cons-
truir uma sociedade livre, justa e soli-
dária; garantir o desenvolvimento na-
cional, erradicar a pobreza, a margina-
lização e reduzir as desigualdades soci-
ais e regionais.
Então, por qual razão a necessi-
dade de um pacto político entre os pre-
sidentes do Executivo, do Senado, da
Câmara e do Judiciário, se não podem
fazer ou deixar de fazer nada além do
que já consta de um legal pacto nacio-
nal, maior, que é a Constituição Fede-
ral?
Esta não corresponde às necessi-
dades de governança do País? Ao Regi-
me Republicano e Democrático? Há
necessidade de se politizar o Judiciário
e de se judicializar o Congresso?
Onde estão a consciência políti-
ca, o sentimento patriótico e a respon-
sabilidade para com a Nação, dos que a
representam, no momento em que de-
vem abandonar seus privilégios, inte-
resses individuais e partidários bem
como o viés ideológico destrutivo e bus-
car o bem comum, um dos objetivos
nacionais?
Nação em grave turbulência, a
beira da falência, 25 milhões de de-
sempregados, insegurança, PIB em
queda, recessão a vista, Educação e
Saúde em crise, infra-estrutura dete-
riorada.
De mais a mais, qual a liderança
popular, ou no STF, que exerce Tof-
foli,? Rodrigo Maia e Alcolumbre po-
demrepresentaraunanimidade do Con-
gresso com todas as suas sucessivas
desavenças internas? A enfatizar que,
embora o forte apoio popular, o Presi-
dente Bolsonaro tem grande oposição
no Congresso e nas ruas.
Chega-se á conclusão de que de-
vemos mudar a Constituição, se há a
necessidade de um novo pacto para se
buscar as soluções adequadas à resolu-
ção da intensa crise.
Depreende-se que não há a neces-
sária harmonia entre os poderes.
Que a Democracia representativa
não está funcionando, como deveria,
em face das transformações rápidas que
a Nação aguarda e que, a cada dia, as vê
mais longe.
O Presidente não tem o
apoio de que necessita para
as reformas profundas que
lhe darão governança, inclu-
sive, para a mudança de prá-
ticas políticas que levaram o
País à situação atual.
Solução?
A decisão esta nas mãos
do PR, também, Chefe Su-
premo das Forças Armadas:
Artigo 142 da Constituição:
“As Forças Armadas,...sob a
autoridade suprema do Presi-
dente da República, destinam-
se à defesa da Pátria e à ga-
rantia dos poderes constitu-
cionais e, por qualquer des-
tes, da lei e da ordem.”
“A atuação, quando ne-
cessária, intervencionista das FFAA,
preconizada pelo artigo acima, é re-
forçada pelo denominado “Regime
Constitucional de Crises”, consubstan-
ciado pelo Título 5 da Constituição
Federal.
Tal Regime direciona às FFAA
para que intervenham, restabelecendo
a garantia aos poderes constitucionais,
mesmo que o Poder Executivo esteja
em xeque.
Assim é! A Democracia
é a Ditadura da Lei!
8Nº 264 - Maio/2019 12
* Luís Mauro
Ferreira Gomes
O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa,
Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro Efetivo do
Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
Na Primeira Parte deste artigo, preve-
nimos os nossos leitores do risco de
decepção, por não ser possível o Gover-
no resolver os graves problemas brasilei-
ros em curto prazo, já que o Presidente
Bolsonaro enfrentaria grandes dificul-
dades e sofreria sérias ameaças das for-
ças derrotadas politicamente.
Advertimos, também, de que as
forças mais poderosas contra o novo
Governo estariam no Congresso e no
Judiciário, e que o grande desafio seria
manter boas relações com ambos, mas
sem se deixar neutralizar por eles.
Ainda na Primeira Parte, chamamos
a atenção para a ameaça representada
pela possível eleição para as Presidências
da Câmara e do Senado de dois suspeitos
de corrupção, representantes clássicos
da velha política, totalmente rejeitada
pelos eleitores que sufragaram Jair Bol-
sonaro, em outubro do ano passado.
No Senado Federal, um esforço
muito bem desenvolvido evitou o mal
maior, a eleição de Renan Calheiros, que,
sem dúvida, criaria grande dificuldade
para o Governo. Infelizmente, na Câmara
dos Deputados, permitiu-se a vitória de
Rodrigo Maia, que já começou o mesmo
jogo retórico, usado contra o, então, Pre-
sidente Temer, ao dizer apoiar as Refor-
mas, mas apresentar, publicamente, pe-
quenos contratempos, atribuindo-os à
falta de coordenação do Governo. É pos-
sível que a Reforma da Previdência seja
aprovada, ainda que desfigurada, mas as
demais pautas-compromisso do Presiden-
te da República encontrarão, no Presi-
dente da Câmara, uma enorme barreira.
Na Segunda Parte, insistimos em
que o Supremo Tribunal Federal, o Con-
gresso Nacional e os meios de comuni-
cação representam séria ameaça aos ob-
jetivos programáticos do Governo.
Manifestamos,também,nossapreo-
cupação com o perigo que vem de su-
postos aliados, que usam a Imprensa
para resolver divergências internas ou
atingir objetivos pessoais em detrimen-
to dos institucionais, o co-
nhecido “fogo amigo”.
Na Terceira Parte, abor-
damos o risco de cair-se em
algumas armadilhas coloca-
das pela oposição de esquer-
da e, infelizmente, também,
por alguns membros do pró-
prio Governo.
O Presidente não se po-
de deixar circunscrever, ape-
nas, à Reforma da Previdên-
cia, como querem forçá-lo a
fazer. Ele foi eleito para executar uma
extensa pauta conservadora, da qual a
tal Reforma é apenas um dos itens da
recuperação econômica.
Igualmente, os integrantes do Go-
vernos e seus apoiadores não podem
sucumbir à tentação de fazer conces-
sões à oposição de esquerda, acolhen-
do algumas de suas bandeiras e alguns
de seus chavões mais caros. O melhor
argumento para defender a Reforma da
Previdência, por exemplo, não é estimu-
lar a abominável luta de classes, dizen-
do que ela “terminará com a injustiça de
tirar dinheiro dos pobres para pagar a
aposentadoria dos ricos” e que acabará
com os privilégios dos que “trabalham
muito pouco e aposentam-se muito cedo,
CAMINHO ACIDENTADO, MAS CERTO E ÚNICO
Quarta e Última Parte
ganhando muito mais”, em benefício dos
que “trabalham muito e aposentam-se
muito tarde, ganhando muito pouco”.
Discurso mais eficiente seria afirmar-se
que os governos esquerdistas do PT le-
varam o Brasil à bancarrota, que, não
somente desviaram todos os valores acu-
mulados pelos trabalhadores para suas
futuras aposentadorias, como extravia-
ram todos os recursos em caixa, e, ainda,
sacaram todas as receitas futuras de
várias gerações, endividando o País, a
ponto de inviabilizar seu funcionamen-
to. Não se está a fazer
a Reforma, porque se
quer, mas porque não
há outra opção.
Fazer afagos aos
esquerdistas deles não
conseguirá novos apoi-
os, mas afastará os elei-
tores tradicionais que
respaldam o Governo.
Também fizemos
algumas considera-
ções sobre o Sistema
de Proteção Social dos Militares.
Nesta quarta e última parte, pro-
curaremo-nos concentrar tão somente
nas verdadeiras ameaças ao Governo
Bolsonaro, aquelas poucas que, por sua
gravidade, tornam todas as demais ir-
relevantes.
Elas se concentram no Poder Ju-
diciário, no Congresso Nacional e entre
os falsos amigos.
O Poder Judiciário, além de sua tra-
dicional ineficiência, está infiltrado de
militantes políticos em todos os níveis, o
que leva a sentenças justas ou contami-
nadas ideologicamente, conforme o Juiz,
oDesembargador ou o Ministro Relator.
Os partidos de oposição têm-se servi-
do muito disso, recorrendo contra tudo
o que o Presidente Bolsonaro faz ou
tenta fazer, na esperança de que seja
sorteado um Relator favorável. É indis-
pensável que os políticos que apoiam o
governo façam o mesmo, saturando o
Poder Judiciário, seja recorrendo con-
tra todas as iniciativas da oposição, se-
ja iniciando novas ações.
Pelo pouco tempo transcorrido
desde a posse, o Supremo Tribunal Fe-
deral ainda não teve um protagonismo
muito grande nos recursos contra as
ações do Governo Bolsonaro, mas, ana-
lisando-se o comportamento de um núme-
ro não muito definido, mas próximo de
metade dos seus onze ministros em
casos anteriores, pode-se estimar que,
sem dúvida, o STF começará a criar sé-
rias dificuldades em um futuro próximo.
A oposição ao governo, constituí-
da das forças ditas de esquerda, está mui-
to enfraquecida e se tornou inoperante,
incapaz de, por si só, criar qualquer emba-
raço ao Governo, por ter poucos votos no
Congresso e não conseguir mais empol-
gar o povo, porquanto insiste em seu dis-
curso antigo, com as mesmas propostas
já rejeitadas pelo eleitor ao eleger Bol-
sonaro. Contudo, ela se torna perigosa ao
contar com o apoio de legendas, que nada
ou muito pouco têm de esquerda, mas
votam com ela, contra o governo, para
chantageá-lo, por interesses pessoais ou
grupais, geralmente relacionados com
corrupção ou com motivações eleitorais.
Essas legendas agrupam-se no que se
convencionou cha-
mar de “Centrão”.
Na nossa ava-
liação, quem orienta
e coordena as ações
do Centrão é o Presi-
dente da Câmara, o
Deputado Rodrigo
Maia, sobre quem já
havíamos alertado na
Primeira Parte deste
Artigo.
O Presidente
do Senado, parece-nos seguir Rodrigo
Maia, com mais moderação e discrição.
Quanto ao “fogo amigo”, atual-
mente, sua principal fonte tem sido o
Senhor Olavo Luiz Pimentel de Carva-
lho, que se dizia filósofo, depois, pro-
fessor de filosofia, para virar “ideó-
logo” e, finalmente, “guru” (uns dizem
até que ele é “astrólogo”).
Nós o conhecemos muito bem, pe-
las bobagens que escreve e diz, entre-
meadas de afirmações interessantes, que
servem para enganar, as pessoas e en-
cantá-las, às vezes, no primeiro contato.
Em seus primeiros artigos, geral-
mente, começava por desenvolver ideias
logicamente encadeadas, deixando a im-
pressão de que se tratava de um texto
importante, para, logo, destruir tudo, em
um simples parágrafo, com uma grande
sandice, o que nos levou ao desinteresse
completo pelos seus escritos.
Logo, ele viria a mostrar sua outra
face, a agressivida-
degratuita.Certavez,
disse que a Escola
Superior de Guerra
era um antro de co-
munistas, e citou, en-
tre eles, o Gen. Nery
eoCel.Cambeses.Co-
nhecíamos os dois
militares e nenhum
deles era comunis-
ta, o que nos levou a
contestar a acusa-
ção irresponsável.
Para nossa surpresa, apareceram
alguns correspondentes ingênuos em
defesa do “filosofo”, mesmo reconhe-
cendo que ele havia errado “desta vez”.
Estavam tão cegos, que não viram que
ele errava sempre.
Passamos a ignorá-lo, por imagi-
narmos que acabaria por destruir-se a si
mesmo, sem deixar de acompanhá-lo,
silenciosamente, por vislumbramos seu
perigo potencial. Não foi preciso observá-
lo por muito tempo para percebermos
que ele parecia ser um psicopata, e que
tinha muito mais semelhanças, com um
assassino em série, do
que diferenças.
Não é, portanto,
um assassino que sai
por aí, matando os ou-
tros, mas é um iconoclasta, que tenta
destruir a reputação dos que não lhe
são simpáticos ou que lhe criticam a
arrogância e se recusam a ser seus “dis-
cípulos”. Em represália, objetiva matá-
los social e politicamente, em razão de
sua mente perturbada pelo narcisismo.
Ele não busca a impunidade, pro-
tegendo-se no anonimato, como os as-
sassinos em série, ao contrário, procu-
ra os holofotes para alumiar seu ego
injustificadamente grande, mas sobre-
vive resguardado pelo escudo protetor
com que o blindam seus seguidores fa-
náticos. Ainda assim, ele se esconde,
mas atrás de uma escrivaninha na Virgí-
nia, bem longe de suas vítimas e de quem
quer que queira investigá-lo.
É verdade que ele seduz as pesso-
as à primeira vista, principalmente as
mais jovens, que com ele se identificam
pela linguagem vulgar, que interpretam
como informal, assim como algumas pes-
soas mais experientes, que, desespera-
das diante de uma situação política ca-
ótica para a qual não vislumbram saída,
passam a idolatrar o primeiro idiota que
vocifera contra tal condição.
A vantagem desse possível re-
crutamento de adeptos para a causa con-
servadora é fartamente superada pela
desagregação que causa no meio em
que atua.
Apesar do falso discurso conser-
vador, ele não se comporta como tal,
sabendo-se que sua vida pessoal não é
nem um pouco recomendável. Para con-
firmação, basta consultar a troca de men-
sagens com sua filha, no Facebook ou
pesquisar sobre ela no Google.
Ele não é um intelectual muito
culto e corajoso, senão uma pessoa in-
sana, extravagante, além de muito vul-
gar e grosseira.
Seria muito conveniente identifi-
car-se quem financia sua permanência
nos Estados Unidos
Em resumo, Olavo de Carvalho faz
muito mais mal do que bem àqueles a
quem diz apoiar.
Dessas considerações, podemos
concluir que, em números simbólicos,
um terço das dificuldades relevantes
que o Governo Bolsonaro enfrenta e
enfrentará já está sendo criado pelo
Presidente da Câmara, o Deputado Ro-
drigo Maia, e por seus liderados, outro
terço, pelo dito “guru” Olavo de Carva-
lho e por seus seguidores e, finalmente,
o terceiro terço das dificuldades será,
brevemente criado, pelo STF, por meio
de seus ministros militantes políticos.
As demais dificuldades são admi-
nistráveis.
Tudo isso faz-nos lembrar da fra-
se atribuída ao naturalista e botânico
francês Auguste de Saint-Hilaire, que,
se não foi verdadeira para as formigas,
aplica-se muito bem a certos seres hu-
manos:
“Ou o Brasil acaba com a saúva ou
a saúva acaba com o Brasil”.
Tudo isso faz-nos lembrar
da frase atribuída ao
naturalista e botânico
francês Auguste de Saint-
Hilaire, que, se não foi
verdadeira para as
formigas, aplica-se muito
bem a certos seres
humanos: “Ou o Brasil
acaba com a saúva ou a
saúva acaba com o Brasil”.
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  • 1. AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR, A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL. BELO HORIZONTE, 31 DE MAIO DE 2019 - ANO XXV - Nº 264 Site: www.jornalinconfidencia.com.br E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br TENTATIVAS DE TOMADADOPODER LÍCIO MACIEL JOSÉ C. NASCIMENTO São Paulo Rio de Janeiro Monumento Votivo Brasileiro em Pistóia/Itália AD PERPETUAM REI MEMORIAM TURMA GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI - 2006 Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias SOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADORSOLDADO E PACIFICADOR 25º ANIVERSÁRIO DA CRIAÇÃO DO GRUPO INCONFIDÊNCIA OLDACK ESTEVES 26 de maio de 1994 Nesta data, não poderíamos deixar de ho- menagear e de relembrar aqueles que fun- daram este Grupo e dos articulistas que já nos deixaram. Dos dez fundadores, são sete, a sa- ber: Brigadeiro Mario Lott Guimarães, Coro- néis Ewerton da Paixão Curado Fleury e An- tonio Fernandes Silva, Juiz e tenente R/2 Wil- son Veado (autor do nosso primeiro estatuto), o engenheiro Randolfo Diniz Filho, o major Paulo Vianna Clementino e o capitão de fraga- ta Antônio Tenuta Filho. Entre os articulistas, dos quais nos ga- bamos de possuir os melhores do Brasil, par- tiram: os generais Raymundo Negrão Torres, Geraldo Luiz Nery da Silva, Hélio Ibiapina Lima, Sergio Augusto de Avellar Coutinho e José Saldanha Fábrega Loureiro (os primeiros a denunciar o gramscismo e o Foro de São Pau- lo); os coronéis Jarbas Passarinho (governa- dor, senador e 4 vezes ministro), Rui Duarte (Polainas e Charlateiras), Carlos Alberto Brilhante Ustra (A Verdade Sufocada); o advogado Huáscar Terra do Valle; o acadê- mico, senador, deputado estadual e federal, ministro Murilo Paulino Badaró; o jornalis- ta Themístocles de Castro e Silva; os capitães engenhei- ro Gilberto Souza Gomes Job e Vet FEB Divaldo Medrado e a professora pedagoga e guia de turismo Maria da Graça Lis- boa Pereira da Silva. E o nos- so chargista durante mais de 10anos,otenenteEdilsonFrei- re, aos quais prestamos ho- menagem. E ainda, importantes colaboradores como o capitão Antonio Milton de Araújo Me- lo, nosso primeiro tesoureiro e organizador da contabilida- de; o coronel Luiz Carlos de Avellar Coutinho, representante em São Pau- lo; os suboficiais da Aeronáutica, Haroldo Bre- ga e José Luiz Dalla Vecchia, os coronéis Hen- rique Carlos Guedes e Newton Meyer Azeve- do, o capitão Carlos Frederico Fassheber e com certeza alguns outros, que a memória não nos permite recordar. Lembramos ainda que durante esse pe- ríodo editamos e lançamos os livros “Cader- nos da Liberdade” de autoria do general Sergio Augusto de Avellar Coutinho e “Médici, a Verdadeira História” do general Agnaldo Del Nero Augusto, prestigiamos e divulgamos o lançamento do livro “1964 - Os bastidores da Revolução em Uruguaiana/RS” de autoria do Veterano FEB coronel Amerino Raposo Fi- lho, além de diversos outros autores que vie- ram a Belo Horizonte para a apresentação de suas obras. Apesar do sucesso alcançado e cum- primentos/elogios recebidos, estamos hoje, o Grupo e o Jornal vivendo uma difícil si- tuação financeira. Não temos a quem recor- rer e jamais recebemos quaisquer pixulecos. Em consequência, abrimos uma página para anúncios e enviamos correspondências para todos aqueles que recebem o Jornal como cortesia (alguns há mais de 10 anos) e aos inadim- plentes, solicitando que assi- nem o Jornal e atualizem seus pagamentos, caso contrário, se- rão ou já foram excluídos. Aguardamos ansiosos uma pronta solução para essa crise que envergonha e abala o país. E não foi somente o PT que corrompeu a sociedade brasilei- ra, como também outros parti- dos e empresários com suas de- lações premiadas (premiadas mesmo com ab- solvição aos crimes cometidos?). Lembramos que quando da posse de Dilma como presi- dente, foram “proibidas” pelo Comandante do Exército, cumprindo ordens superiores, manifestações sobre a Intentona Comunista e o Movimento Revolucionário de 31 de Março e suspensa a colaboração financeira enviada durante mais de 10 anos pela FHE/Poupex. Também os clubes Militar e de Aero- náutica, deixaram de colaborar, sendo sus- pensos seus artigos mensais publicados du- rante muito, muito tempo no Inconfidência. E até hoje, não mais se pronunciaram. Não fomos ainda informados de onde e de quem partiu a ordem da suspensão do apoio financeiro da FHE/Poupex ao nosso jornal e nem da devolução dos livros “Médici” e “Cadernos da Liberdade” e das Revistas Históricas “O Cruzeiro” e “Manchete”, que eramvendidosnalojadaBibliex,localizadano saguão do Quartel General, no Rio de Janeiro, mediante pagamento de comissão. E também a proibição(?) da divulgação das palestras / formaturas acontecidas em 31 de março do ano passado, em diversas guar- nições. Felizmente o general de Exército Hamilton Mourão, quando ainda Chefe da SEF - Secretaria de Economia e Fi- nanças, concedeu inúmeras en- trevistas e realizou diversas solenidades e formaturas, hon- rando e divulgando a verda- deira História Militar e do Bra- sil. Sofremos um verdadei- ro fogo amigo por defender os maiores interesses da História Pátria e do Exército de Caxias, principalmente por conta do ex-Comandante da 4ª Região Militar, General de Divisão Henrique Martins Nolasco Sobrinho, que “proibiu” a distribui- ção do Inconfidência nas Organizações Mili- tares sob seu comando e não relembrou em 2018, mais uma vez, a data histórica de 31 de março iniciada em Juiz de Fora e nesta Guar- nição em 1964. E ainda fomos ameaçados de processos por um senador, uma deputada estadual do Rio de Janeiro, um deputado estadual de Mi- nas Gerais e uma entidade de classe de BH, que infelizmente não se concretizaram pois seriam massacrados por nós. Para encerrar, agradecemos ao Coronel Ney Guimarães, Presidente do Círculo Mili- tar/BH pelas constantes reuniões ali promo- vidas, sem nada nos cobrar e a todos aqueles, civis e militares, que colaboram conosco e comparecem às nossas palestras, revoltados com o que vinha acontecendo e pedindo cons- tantemente uma intervenção militar. Infeliz- mente era a situação que estivemos vivendo graças à herança deixada pelos últimos gover- nos petistas que desmoralizaram, assaltaram, corromperam e traíram o nosso Brasil. E por fim, em dezembro de 2018 lança- mos na XLII Feira do Livro em Uruguaiana/RSolivrodesteEditor o 4º Grupo de Artilharia a Cavalo (fotoaolado),comgrandesucesso, apresentando a Verdadeira His- tória Militar e do Brasil. Gostaríamosaindalembrar que o nosso Jornal/Grupo deve ter sido o maior colaborador e pro- pagandista das candidaturas e da eleição de Bolsonaro e Hamil- ton Mourão. Brasil acima de tudo Deus acima de todos.
  • 2. 8Nº 264 - Maio/2019 2 * A. C. Portinari Greggio * Economista Publicado no Inconfidência, nº 223 - Janeiro/2016 Avitória de Bolsonaro foi uma revolução, mas parece que quase nin- guém entendeu a mensagem dos eleitores. Revoluções são inevitáveis. Revoluções construtivas só podem acontecer se forem orientadas por uma teoria e conduzidas por uma organização, segundo uma estraté- gia. Quando não há teoria, organização e estratégia, a revolução acontece de qual- quer jeito, às vezes como catástrofe. Pois bem: a revolução de 2018 acon- teceu de qualquer jeito. Ao votar em Bolsonaro, o povo disse NÃO à degenera- ção geral do País. E Bolsonaro recebeu um mandato em branco, sem definição da sua missão nem instruções sobre como cumpri-la. Para dificultar, ele e sua equi- pe juraram cumprir a constituição de 1988. Essa é a contradição fundamen- tal, pois se fizermos uma lista de tudo o que os eleitores rejeitam, veremos que se resume no espírito e nos prin- cípios da constituição de 1988. O povo não quer apenas austeridade, ho- nestidade, transparência. O povo quer derrogar a constituição de 1988, ou seja, mudar tudo, principalmente o clima geral de desmoralização e depravação permitido e protegido por ela. O governo de Bolsonaro, povoa- do de militares, é uma tecnocracia com- petente, mas sem élan revolucionário. Cor- diais, conciliadores, desmentem a imagem do militar truculento e golpista. Mas essa mesma cordialidade faz a oligarquia derro- tada perder o medo e ensaiar o mesmo jogo de sempre, adaptado às novas condições. O novo governo atravessa uma crise de identidade. Assumiu o poder, mas ainda não decidiu o que é. De facto, é um gover- no revolucionário. De jure, é mais um go- verno gerado sob a constituição de 1988. Para entender o espírito do manda- do outorgado pelo povo a Bolsonaro, te- mos de examinar as reais razões pelas quais foi eleito. Como deputado federal, era membro do baixo clero. Em vez de pro- tagonista do poder, preferia o papel de antagonista do sistema. Não se compro- E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO:E AGORA, PRESIDENTE BOLSONARO: DESADESADESADESADESATTTTTA OU CORA OU CORA OU CORA OU CORA OU CORTTTTTA O NÓ?A O NÓ?A O NÓ?A O NÓ?A O NÓ? A vontade revolucionária do povo não pode ser ignorada nem enganada. metia. Defendia as Forças Armadas, a Pá- tria e a Família. Isso o colocava, automa- ticamente, como principal inimigo do sis- tema de poder da constituição de 1988. A constituição de 1988 é um docu- mento curioso. No preâmbulo, os consti- tuintes anunciam: Nós, representantes do povo brasi- leiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado De- mocrático, destinado a assegurar o exercí- cio dos direitos sociais e individuais, a li- berdade, a segurança, o bem-estar, o desen- volvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater- na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solu- ção pacífica das controvérsias… etc. Toda essa longa algaravia podia ser resumida: Nós, políticos autonomeados como assembleia constituinte, instituímos um esquema para afirmar nosso poder e ne- gar tudo o que o regime militar pensava, dizia e fazia. Tanto é verdade que, nesses trinta e tantos anos de “democracia”, uma das prin- cipais ocupações dos governos, da mídia e da intelectualha foi falar mal dos militares e da “ditadura”, ao mesmo tempo em que roubavam e destruíam os fundamentos da Nação. Erraram na combinação. A maioria do público logo deduziu que, se os bandi- dos odeiam o xerife, o xerife deve ser o mo- cinho. Aos poucos cresceu na opinião pública um curioso saudosismo do regime militar. Curioso, porque a maioria jamais vivera naquela época. Exigiam interven- ção militar. Mas os líderes militares rejei- tavam veementemente essa hipótese. Que fazer? Resposta: eleger Bolso- naro. Se os comandos das FFAA não ou- savam, a eleição de um militar capaz de mo- bilizá-las não podia ser impedida. Portan- to, Bolsonaro polarizou o descontenta- mento popular porque parecia ser o cami- nho legal para a intervenção militar. Se fosse apenas o caso de eleger algum conservador ou direi- tista, havia outros candida- tos civis. Mas as raízes mili- tares de Bolsonaro prevale- ceram. O povo estava con- vencido de que a força é o único jeito de mudar tudo. Não a violência, mas a força, capaz de persuadir pela dissua- são. Mas, exatamente como prevíamos em artigo publica- do em janeiro de 2016, a oli- garquia política fingiu que engolia a vitória de Bolsona- ro, mas desde o início passou a conspirar para derrubá-lo, em conivên- cia com a mídia. Decidido a cumprir seu juramento de cumprir a constituição de 1988, Bolso- naro incorre no mesmo erro dos que ten- taram desatar o lendário Nó Górdio. Para os que não se lembram, aqui vai. Num templo da cidade de Gordium, na Ásia Menor havia um complicado nó que ninguém conseguia desatar. Corria a lenda de que o homem que o desatasse con- quistaria a Ásia. Entrando com suas tropas na cidade, Alexandre visitou o local. Exa- minou o nó e compreendeu qual era o real problema. Não era o nó, era o desafio. Quem o aceitasse e tentasse desatar o nó mostraria que acreditava na lenda. Só um idiota poderia supor que a conquista da Ásia dependia dum nó. Alexandre puxou a espada e cortou. Em seguida, conquistou a Ásia. Essa história descreve bem a nossa atual situação política. O Nó Górdio, no caso, é a constituição com suas regras de governo. Bolsonaro tenta desatá-la, e por isso não consegue governar. Mas tam- bém não pode cortar o nó. O povo, cada vez mais impaciente, exige medidas eficazes contra as quadri- lhas no poder. Essas medidas implicariam a derrogação, pela força, da constituição de 1988. Ou seja, revolução. Se fosse ape- nas um ato de força, seria facílimo. A ques- tão é: e depois? Nem as FFAA, nem os que exigem revolução nas ruas, têm a respos- ta, pelo simples fato de que, diferente de 1964, em 2019 não existe doutrina revolu- cionária, portanto não há resposta. Cientes disso, os políticos e os man- darins do STF se acham seguros e desafiam, cinicamente, toda a Nação. Planejam des- moralizar o governo, afastar Bolsonaro e, com muito jeito, achar uma nova compo- sição política, sem o petê (que se tornou um estorvo e deve ser descartado), a qual – quem sabe? – incluiria os militares. Seria o seu mundo ideal, porque cooptaria o seu maior adversário potencial, o enigmá- tico fantasma que assombrou os gover- nos civis por mais de trinta anos. Isso tudo aconteceria na redoma de Brasília. Mas nas ruas o povo continuaria frustrado e, sem esperança de mudanças, poderia reagir. É bom lembrar que esse po- vo não é o mesmo que o PT mobilizava. É a população ordeira e produtiva do Brasil, os que trabalham, produzem, pagam im- postos e sustentam o governo e o sistema político. Nesse enredo de drama, o papel críti- co cabe às FFAA, responsáveis em última instância pela garantia da Lei e da Ordem. Que Lei e que Ordem? Não lhes cabe pergun- tar, a resposta é óbvia: a da constituição de 1988 e do governo por ela legitimado. Inclu- sive, e especialmente, a segurança e o bem- estar dos caras do Congresso e os do STF. Que abacaxi. Alexandre corta o Nó Górdio. Pintura de Fedele Fischetti, século 17 QUE ACONTECERÁ SE BOLSONARO FOR ELEITO Chegar à Presidência será difícil. Governar será muito, muito mais. Tudo indica que Bolsonaro está surfando uma curva exponencial ascendente. Seus índices de preferência, embora inferio- res a 10%, têm tudo para crescer em rápida aceleração nos próximos dois anos, talvez suficiente para garantir-lhe, cœteris paribus, um terço ou mais dos votos, na pior das hipóteses, ou a maioria absoluta, na me- lhor. Há dois conjuntos de fatores a apon- tar nessa direção: a catástrofe interna do Brasil e a catástrofe internacional. Usa- mos o termo catástrofe no sentido literal do grego , “virada de cabeça para baixo”. É isso mesmo o que acontece com o Brasil e o mundo neste momento. Como consequência formaram-se, em vári- os países, vácuos políticos em que a popu- lação rejeita todos os candidatos chapas- brancas, inclusive das falsas oposições. Nessas situações, líderes carismáticos e descomprometidos como Bolsonaro têm reais possibilidades de cavalgar o tsunami e, passando por cima de esquemas, esperte- zas e barreiras, chegar ao poder supremo. Haja tsunami. Se Bolsonaro continu- ar a crescer, todas as facções no poder se unirão em pânico, desesperadas, dispostas a tudo para barrar seu caminho. Manifesta- ções de rua, terrorismo, pelegada sindical, artistas, fefeleches, intelectualha, CNBB, ín- dios, quilombeiros, xibungos e sapatonas, ongues, todos juntos. Não vai faltar dinhei- ro: do Primeiro Mundo, milhões de dólares dessas fundações que financiam as ongues e a quinta-coluna apátrida; e, é claro, do pró- prio governo federal – apesar da Lava-Jato. Desnecessário dizer que a mídia se engajará mit dem Hand aufs Herz nessa campanha: afinal, Bolsonaro representa tudo o que os currupacos odeiam e temem na vida. Apesar de tudo, haverá limites. Os adversários de Bolso- naro terão de respeitar as regras da Constituição de 1988. Talvez tentem saídas pela tangente, como emendas parlamentaristas ou ou- tras improvisações. Mas, dividi- do como está, em equilíbrio ins- tável e enrascado na crise, o sistema político terá dificul- dade em articular-se para pu- xadas de tapete. E, é claro, nem cogitará de golpe de Estado, pois não pode contar com as Forças Armadas e as organizações polici- ais para a aventura. Sem mencio- nar que, sendo a constitui- ção de 1988 a sua constitui- ção, o instrumento criado sob medida para garantir seu poder, o sistema político dificilmente con- sentirá em rasgá-la. Em vez disso, mudará de estratégia. Ao perceber que o jogo está perdido, acata- rá o resultado e, dentro das normas da cons- tituição, empossará solenemente Sua Ex- celência, o Presidente Jair Bolsonaro. Mas, enquanto isso, a conspiração para derrubá- lo já terá sido articulada, de modo que o no- vo Presidente, cercado de inimigos e com seu governo infiltrado por agentes e in- formantes hostis, assumirá um campo minado. A campanha eleitoral será di- fícil, mas muito mais difícil será governar. É improvável que Bol- sonaro possa contar com apoio no Congresso. Sem dúvida po- derá eleger certo número de novos deputados, mas longe de constituir mai- oria. Não podendo con- tar com o sistema políti- co, é óbvio que o apoio terá de vir de fora; e esse fato – confronto entre ruas e gabine- tes – já prenuncia instabi- lidade. A mais imediata base de apoio do novo governo serão os seus eleitores, que denominaremos base elei- toral. Entre esses, haverá duas classes: os eleitores conscientes e os de ocasião. Os conscientes têm capacidade de mo- bilização e de auto-organização, e pode- rão formar quadros políticos confiáveis, que denominaremos estrutura política civil. Outra estrutura potencial de apoio seria a Reserva das Forças Armadas. Nesse aspecto, nenhum outro grupo se compara. São irmãos de farda, cujas idéias, sentimen- tos e ideais em tudo coincidem com Bol- sonaro. Além de tudo, são competentes e cultos; e grande número, cujas carreiras foram prematuramente amputadas pelo cru- el sistema de promoções, ainda está no auge de suas capacidades. A esta estrutura, cha- maremos Reserva mobilizada. Haverá outros grupos, dependendo do esforço dos organizadores: empresários, vítimas do crime, religiosos, atiradores e – por que não? – intelectuais e artistas. Finalmente, uma instituição especi- al, que não podemos chamar de apoio, mas desempenhará papel decisivo no que vier a acontecer: as próprias Forças Armadas. Eis aí elenco resumido do drama. Resta saber qual vai ser o enredo: fica tu- do como está ou revolução? E Bolsonaro, que papel pretende, e poderá, represen- tar? RespostasnopróximoINCONFIDÊNCIA. N.R: Em janeiro de 2016, três anos atrás, o INCONFIDÊNCIA publicava o artigo "O QUE ACONTECERÁ SE BOLSONARO FOR ELEITO", do mesmo autor, abaixo transcrito. Naquela ocasião ele já dava como certa a vitória de Bolsonaro e previa o que iria acontecer. Acredite se quiser!. 2
  • 3. Nº 264 - Maio/2019 3 FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES:FUNDADORES: Brigadeiro Mário Lott Guimarães, Juiz Wilson Veado, engenheiros Randolfo Diniz Filho e Geraldo Dirceu Oliveira, Coronéis Manoel Magno Lisbôa, Antônio Fernandes Silva, Ewerton da Paixão Curado Fleury, Carlos Claudio Miguez Suarez; Capitão de Fragata Antônio Tenuta Filho e Major Paulo Viana Clementino Ata de fundação, aprovação de estatuto e posse da Primeira Diretoria do "Grupo Inconfidência" Autorizada a reprodução pelo criador: OLDACK ESTEVES (publicado no Estado de Minas em 1994) OCongresso Nacional tem uma bancada sob sus- peita formada por 26 deputados e cinco senado- res de diversas tendências. Os integrantes da banca- da barra pesada seriam 61 se fossem incluídos os 27 ex-deputados e três ex-senadores, de partidos e ideologias diferentes, que têm apenas um ponto em comum: todos respondem a processos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) que, na maioria dos casos, aguarda, há anos, licença da Câmara e do Senado para levá-los ao banco dos réus. São, em sua maioria, ex-prefeitos ou ex-gover- N º 10 / 95 Belo Horizonte/MG Setembro/95 A IMPRENSA NOTICIOU: Congresso tem 31 parlamentares sob suspeita CINCO SENADORES E 26 DEPUTADOS ESTÃO PROCESSADOS nadores que já respondiam inquéritos diversos e que, quando eleitos, passaram a gozar de imunidade par- lamentar e de foro especial. (JB 10/07/1995). A LISTA DE ACUSAÇÕES PROCURA-SE Da referida lista, selecionamos os seguintes parlamentares: José Sarney, José Sarney Filho, Él- cio Álvares, Jaques Wagner, Luiz Gushiken, Romero Jucá Filho, Moreira Franco Publicado no Inconfidência nº 10 de setembro de 1995. N.R.: Passaram-se quase 24 anos e são sempre os mesmos envolvidos em maracutaias de corrupção e nada acontece com êles. É necessário acabar defiitivamente com o foro privi- legiado em todos os níveis para que todos (não só os do PT) sejam julgados, condenados e pre- sos, após devolver o que foi desviado/furtado. Mas quando acontecerá isso com os ministros que temos hoje nos Judiciários? ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ Charge publicada há 16 anos em fevereiro, de 2003, que continua válida e oportuna. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS VERGONHA NACIONAL OLDACK ESTEVES NR: Alguém acredita que o Ministério Público de Minas Gerais, tomará as providências para a res- tituição dos 200 milhões de reais (valor atualizado) recebidos ilicitamente pelos parlamentares mineiros na legislatura 1999/2002? Com a palavra o Governador Romeu Zema. Pela primeira vez em nossa história, o governo foi montado sem ninguém dar bola para políticos. Bolsonaro, desde o início de sua campanha, afirmou que, se chegasse lá, comandaria o país apoiado por uma equipe técnica. E isto se concre- tizou. Sem se preocupar como o mundo político iria se comportar, sem sequer se importar com sua opinião e muito menos sem querer comprar sua simpatia através da entrega de cargos na adminis- tração ou mesmo dinheiro, foram convocados notáveis de suas clas- ses, profissões e ramos do saber. Bolsonaro foi muito feliz na escolha de militares que, além de muito capacitados, são de sua in- teira confiança. Quase todos fo- ram seus contemporâneos na Aca- demia Militar e amigos de longa data. Ora, a novidade desagradou a turma do “toma lá dá cá” que passa até mal se tiver que votar algo de graça. Por causa disso co- mentam que o governo está para- lisado e não consegue fazer nada aguardando a falada reforma da Previdência. Ledo engano, o go- verno está agindo em vários seto- res e tomando medidas saneado- ras as mais diversas que, entretanto, não são divulgadas pela mídia amestrada mas apenas apresentadas nas redes sociais. É claro que a esquerda é contra tudo que possa ser feito visando a melhoria de nosso país. Para os esquerdistas, me- lhorar o Brasil significaajudarBolsonaro a ser bem-sucedido, e este sucesso signi- fica um desastre mortal para o partido do presidiário mais honesto deste país. O PT e seus puxadinhos perturbam muito as votações, mas como não chegam a 20% da Câmara dos Deputados não são os únicos responsáveis pela demora na aprovação da já citada reforma. Por que a demora? Demoram por- que ainda insistem em obter cargos e outras benesses do governo. Uma direto- ria, uma superintendência, uma mamata qualquer, mas qual o que, a quem pedir? Chegaram a bolar uma espécie de Banco O AVAIANOANO XX – nº 247 MAIO/2019 de Talentos para onde seriam enviados os nomes daqueles que as “velhas rapo- sas” querem empregar, e que seriam esco- lhidos por critérios técnicos. Não colou. Teve deputado que apelou para a ignorância e pediu emprego até para sua sogra na Itaipu. Outro falou aberta- mente que não se interessa por talentos mas que quer mesmo é emprego dos bons. Como não estão conseguindo e nem mesmo sabendo ao certo a quem pedir as vantagens, resta retardar ou tentar impedir a aprovação das medidas apre- sentadas pelo governo. Para alguns, ainda não caiu a fi- cha de que a coisa mudou. Se fossem mais atilados já teriam percebido que a mão do governo é pesada e já se faz sentir, apesar do pouco tempo de man- do. Darei apenas um exemplo: a Caixa Econômica Federal, trocou todos os vice-presidentes, 38 dos 40 diretores e mais de 60 dos 84 diretores regionais, cargos estes que eram considerados pro- priedade privada dos políticos. O governo está indo muito bem, trabalhando sem alarde. A reforma da Pre- vidência, será aprovada, é só uma ques- tão de tempo e aí o governo deslanchará e colocará o Brasil no lugar que merece entre as nações. A luta continua.... NR: Fazemos nossas as palavras do Cel Edu Campelo de Castro Lucas, editor do “O Avaiano”Charge publicada há 25 anos continua válida! “Brasil acima de tudo Deus acima de todos” A NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRAA NOSSA BANDEIRA 3
  • 4. 8Nº 264 - Maio/2019 4 * Maria Lucia Victor Barbosa *Professora, escritora, socióloga, autora entre outros livros de "O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem", Editora Zahar e "América Latina – Em busca do Paraíso Perdido", Editora Saraiva. - mlucia@sercomtel.com.br - www.maluvibar.blogspot.com.br 4 As mudanças con- tidas nas espirais do tempo apresentam variados aspectos que espelham o tipo de sociedade e o momen- to histórico em que se inserem, mas a essência do poder com seus embates, ganâncias, vaidades, violências, trai- ções, invejas é sempre o mesmo. Para entender melhor o que afirmo, convido aos possíveis leitores a uma volta ao passado, onde estão as chaves da com- preensão do presente. AConstituiçãode1824incluiu,além dos poderes Executivo, Legislativo e Ju- diciário, o poder Moderador, que na ver- dade transformava D. Pedro I em árbitro supremo dos demais poderes, sem ne- nhuma dependência dos mesmos, o que não impedia que persistisse o clima de empreguismo e de caça a títulos que sem- pre fascinaram portugueses e brasileiros. Entretanto, nem o poder Modera- dor tornaria D. Pedro I imune ao fenô- meno latente na América Latina: a in- governabilidade. Isto porque, na medida em que os maiores beneficiários dos altos cargos eram portugueses, a corrente libe- ral dos brasileiros passou a minar a auto- ridade do imperador, retirando-lhe aos poucos o apoio dos senhores territoriais. A crise chegou ao auge quando ascendeu o chamado “Gabinete dos Medalhões”, acusado pelos liberais de ideologia abso- lutista e de “portuguesismo”. A palavra de ordem foi então obrigar D. Pedro I a reintegrar o gabinete anterior. Como ele GOVERNAR É MUITO COMPLICADO se recusou, partiu-se para uma solução pretorianista: foi pedida a intervenção do brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que na verdade usou a diplomacia e não a força. Tudo terminou como se sabe e aqui não se pretende entrar nos detalhes da abdicação. O fato é que na madrugada de 7 de abril de 1831, ao impe- rador que proclamara a independência do Bra- sil e que governara am- parado pelo poder Mo- derador, o grito de “in- dependência ou morte” deve ter parecido uma reminiscência perdi- da no tempo, a reboar muito longe, sem res- sonância junto ao po- vo, sem força diante dos novos detentores do poder. D. Pedro aprendeu que no Bra- sil governar é muito complicado. Outros casos aconteceram a de- monstrar a mesma coisa, mas voltemos ao momento atual. Ficou claro na recente eleição presidencial que a expressiva vi- tória do candidato Jair Messias Bolso- naro, que alcançou quase 58 milhões de votos, se deveu entre outros fatores ao cansaço cívico gerado pela cleptocracia petista que reinou por quase 14 anos e que, inclusive, levou o país à recessão. Amparado por um pequeno partido, sem recursos financeiros, praticamente sem tempo de televisão, o candidato Bolsona- ro se fortaleceu também com um discur- so voltado para valores que a esquerda destroçara. Forças políticas desesperadas por antever perda de poder chegaram a ten- tar seu assassinato. Institutos de pes- quisas erraram frago- rosamente e decretaram que era impossível tal candidato ganhar. Mas o sistema não conseguiu evitar sua vitória, que veio através do que cha- mei de quinto poder, ou seja, das mídias sociais, sendo que uma de suas promessas de campanha foi não compactuar com o toma-lá-dá-cá, prática tão tradicional no Legis- lativo e que ficou muito evidenciada pelo men- salão instituído no governo de Lula da Silva, atualmente como presidiário. Ao tomar posse o presidente Bol- sonaro foi torpedeado por tudo que dis- sesse e fizesse, ridicularizado, desrespei- tado. Na verdade, seu começo de manda- to foi confuso e a origem disso foram influências externa e internas indevidas. Além disso o Congresso, não como instituição em si que com os demais pode- res compõe o tripé da democracia, mas com suas facções que não admitem perder privilégios e benefícios pessoais, enges- saram o Executivo. De lá e de parte da mí- dia ressoam a palavra impeachment, ape- sar do governo não ter chegado a cinco meses. Dos seus alicerces fumegantes o PT e demais partidos de esquerda ou não, tramam a queda do presidente. No momento se fala em parlamen- tarismo branco. De fato, amordaçado pelo Congresso, o presidente tem sofri- do muitas derrotas no Legislativo que resolveu comandar a revelia do Executi- vo. É verdade que Bolsonaro conseguiu vencer através da recente aprovação da reforma administrativa, mas à custa da derrota do ministro Sérgio Moro que per- deu a Coaf para outro ministério. Aliás, sua luta contra a violência, o crime or- ganizado, a injustiça, tão vitoriosa en- quanto foi juiz sucumbe agora no Con- gresso e pela interferência de outras instituições como a OAB, o que confir- ma que no Brasil o crime compensa. Estamos numa encruzilhada peri- gosa e precisamos ser sustentados pelas forças realmente democráticas e equili- bradas que existem dentro do governo. Como disse Joaquim Nabuco: “A fatalida- de das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é impos- sível governar”. De todo modo, o presi- dente Bolsonaro está aprendendo rápido que governar é muito complicado. * Rodolpho Heggendorn Donner * Coronel - Psicólogo Estamos numa encruzilhada perigosa e precisamos ser sustentados pelas forças realmente democráticas e equilibradas que existem dentro do governo. D. Pedro aprendeu que no Brasil governar é muito complicado. Dos seus alicerces fumegantes o PT e demais partidos de esquerda ou não, tramam a queda do presidente. De todo modo, o presidente Bolsonaro está aprendendo rápido que governar é muito complicado. IMPORTANTE 1 2 3 O VELHO CABO CORNETEIRO Nos pátios dos quar- téis contam-se his- tórias que vão além dos tempos e até se tornam bons ensina- mentos para os mais novos. Uma delas, muito própria para os tempos atuais, é a do cabo corneteiro. Sabe-se lá quan- do e onde surgiu, mas sabe-se que nun- ca lhe faltaram incontestes exemplos para confirmar validade. O velho cabo, há muitos anos na ativa, era sempre consultado quando um novo comandante assumia o coman- do da unidade. Antigão respeitado, sem- pre perfeito nos toques de corneta e clarim, em conversas informais, comen- tava, lembrava fatos, nomes e modos de ser dos que por lá haviam passado no comando da unidade. Dizia principal- mente aos mais novos que não se pre- ocupassem com recém-chegados que falam demais, contam muitas vantagens e fazem ameaças. Aquilo não duraria muito. Em pouco tempo, ao se confron- tarem com realidades bem diferentes das que imaginavam e desejavam, bai- xariam as cristas, iriam se ajustando aos empecilhos e rejeições que encontra- vam no dia-a-dia da tropa que coman- davam. Mas, quando chegava um que era de pouco falar, procurando bem co- nhecer o quartel e seus subordinados, perguntando muito mais do que res- pondendo, sem exibir qualidades, aí, sim, o cabo velho tratava de melhorar a Temo que algo parecido esteja acontecendo com a chegada de Bolsonaro à presidência da República. Traz-me preocupação sobre os rumos do governo. apresentação pes- soal e passava a alertar a todos pa- ra que bem cuidas- sem de seus deve- res, porque aque- le, de fato, sabia comandar. Temo que al- go parecido esteja acontecendo com a chegada de Bol- sonaro à presidên- cia da República. Traz-me preocu- pação sobre os ru- mos do governo. Ainda que procla- mando as melho- res intenções para o bem do nosso país, tem-se dei- xado envolver em muita falação des- necessária, vulga- ridades nas redes sociais, ameaças, im- propriedades sociais e funcionais. Ex- cessiva individualidade, dando pouca importância ao que as guerras e os con- frontos políticos têm ensinado sobre não crer no poder de adversários. Como exemplo, o marechal Rommel, ainda que excepcional comandante, menosprezou como imediata a esperada invasão mili- tar dos exércitos aliados para os dias seguintes, em razão do mau tempo no Canal da Mancha. Deu no que deu, o Dia D, início da derrota nazista na Segunda Guerra. Então, meu caro Bolsonaro - em quem votei e pro- curo apoiar - não menospreze o po- derdeadversários, por ser o primeiro passo para derro- tas. Muitos são os cuidados a se ter tambémnojogopo- lítico. Um dos que seaprendeemações deconfrontoé nun- ca dar as costas ao adversário, mes- mojulgando-omor- to ou derrotado. Ouso lembrá-lo que não só as esquerdas estão vivas e atu- antes, sabendo bem aproveitar flancos desprotegidos e adversários desaten- tos. Naquela multidão que você cha- mou de “idiotas úteis”, havia muita, muita gente respeitável, distante de política partidária, principalmente pro- fessores, estudantes, mestres e douto- res de profissões muito úteis ao desen- volvimento cultural e científico do país. Cientes e também preocupados com re- centes atos do governo. Não apenas mas- sa de manobra sindical com intenções políticas. A cidadania honesta, o co- nhecimento científico e a cultura social não devem, não podem ser despreza- dos. Têm poder para influenciar o rumo político do governo. Comandar é “co-mandar”, ou seja, “mandar-com”, tal como ouvi e aprendi com um dos melhores comandantes que tive, o coronel Hoche Pulcherio, no iní- cio da minha vida militar. Tendências monocraticamente autoritárias só inte- ressam aos que se suportam com dita- duras, não raro tornando-se alvos de humilhações públicas. Voltando ao cabo corneteiro. Co- nheci um que era protótipo da sabedoria dos pátios de quartéis. Dominava trom- petes e cornetas de fazer inveja a Louis Armstrong. Olhos sempre vermelhos, pouco me interessando se motivados por noites mal dormidas ou álcool demais. Sabia de cor todos os toques de corneta e de clarim. Em meus serviços de oficial- de-dia, sempre pedia que ele esquecesse a corneta e executasse em toques de cla- rim os magníficos de alvorada e de silên- cio. Com emoção e saudade recordo fatos da minha vida militar, como a que lhes apresento sobre a incontestável sabedo- ria do velho cabo corneteiro.
  • 5. Nº 264 - Maio/2019 5 *Aileda de Mattos Oliveira *Professora Universitária, ESG/2010, Doutora em Língua Portuguesa, ADESG 2008, Acadêmica Fundadora da Academia Brasiliera de Defesa e Membro do CEBRES e Acadêmica AHIMTB - ailedamo@gmail.com *Aristóteles Drummond * Jornalista - Vice- Presidente da ACM/RJ aristotelesdrummond@mls.com.br www.aristotelesdrummond.com.br 5 Ojogo começou e, apesar de boas jogadas, nada de con- creto em termos de resultados, para tranquilizar a torcida. Esta é a realida- de nacional. A economia patina, o desem- prego não cede, os investimentos não acontecem. As concessões vendidas foram positivas, mas não se resolveu as pendências que amarram o país, como os casos dos acessos ao Rio na Via Dutra – descida da serra e na Washington Luís – e a nova subida da serra. Notícias positivas, e pouco di- vulgadas, é a ação intensiva do Exérci- to para entregar o trecho caótico da Cuiabá-Santarém ainda este ano. O Ministério da Educação, que perdeu cem dias, foi incapaz de, pelo menos, restabelecer o nome do Almirante Rademaker no pavilhão da unidade do Pedro II de São Cris- ESTÁ PASSANDO DA HORAA perda dos cem dias pode custar caro em termos das reformas. A sociedade está madura para aprovar eventuais sacrifícios e não haverá parlamentar com coragem para dificultar a solução da crise – fora os radicais de sempre, e em minoria. tóvão, no Rio, arrancado pelo ódio ideológico. O ilustre brasileiro foi aluno e ajudou o colégio. A inexperiência em relação à gestão pública imobiliza estados im- portantes e em crise grave, como Mi- nas Gerais e Rio de Janeiro, onde os governantes, parece que muito bem- intencionados, ainda não se integra- ram com as forças vivas locais. Vi- vem o chamado isolamento do poder. É claro que, para que isso se perpe- tue, não faltam os cortes, que histori- camente levam gover-nantes a este divórcio da sociedade. O presidente tem um bom pro- grama e uma boa equipe. Tem mos- trado coragem ética e moral para co- locar o interesse nacional acima de qualquer ambição de caráter político ou pessoal. Mas não pode repetir ca- sos como o do preço do óleo diesel, que derrubou as bolsas e as ações da empresa em processo de recupera- ção. Mesmo na segurança pública, clamor nacional, foi incapaz de blindar os presídios dos sinais de celulares, através dos quais os ban- didos orientam ações de seus co- mandados. E as polícias ainda não receberam armas com laser, que tor- na mais difícil a preocupante bala per- dida. A perda dos cem dias pode cus- tar caro em termos das reformas. A sociedade está madura para aprovar eventuais sacrifícios e não haverá parlamentar com coragem para difi- cultar a solução da crise – fora os ra- dicais de sempre, e em minoria. Urge tornar, via proposta ao Congresso, nosso Judiciário mais célere e definir dúvidas como a po- lêmica questão da pena em segunda instância, que merece uma regula- mentação. Condenado mais de uma vez em segunda instância, ou res- pondendo a mais processos seme- lhantes, não pode aguardar recur- sos em liberdade. Um réu primário, sem outros processos, até poderia sem estimular a impunidade. Pare- ce claro. Enfim, precisamos urgentemen- te de respostas, de resultados, de mais empregos, de desmontar uma estru- tura de estatais que precisam ser de- sidratadas, como é o caso da Petro- bras. Mas temos de melhorar e sim- plificar impostos, gerar ambiente fa- vorável aos negócios, terminar a re- forma trabalhista e apressar a da Pre- vidência, indubitavelmente a mãe das reformas. Sem ela, podemos ficar parados, cumprindo o triste destino de país agarrado ao erro. Não há dúvidas de que a visão de sua presença é por demais desagradável, e quem, por mero acaso, olhar para o chi- leno Rodrigo Maia, vai relacioná-lo, de imediato, àquelas velas das antigas em- barcações, enfunadas pelo vento, con- vexas, tal a empáfia do sujeito, que adap- tou o jeitão de leão de chácara ao de poderoso dono do espaço político naci- onal. Sim, o poderoso bufão da perver- tida Casa do Congresso brasileiro, do- minada, há muitos e muitos anos pe- los piores perfis que poderiam emer- gir do submundo político, salvo as ex- ceções de sempre. Ratos, ratazanas, todos tão fornidos pela mãe corrup- ção, como ainda não se teve conheci- mento no mundo da chicana, em qual- quer parte. O Brasil, é certo, sempre foi uma fonte de fatos inusitados, mas que eu saiba, é único, no que diz respeito a políticos, cujas atribuições são as de legislar em favor do país, mas se esme- ram em sabotá-lo em todas as votações que o beneficiem. Paradoxo? Não! São PRECISAMOS TIRÁ-LO DE LÁ fatos de raiz, traidores inatos da pátria- nação, por renderem-se, de corpo e al- ma, à pátria-propina, e para esta, sim, batalham, com sofreguidão, e pela qual dão às suas miseráveis vidas na luta pela conquista de mais e mais milhões. Ocos, sem nada a oferecer, em contraposição, figuras mecanizadas, confi- guradas para tão somente re- ceber, captar, arrebanhar, enriquecer. São esses os po- líticos brasileiros, são a es- ses que pagamos parte dos tributos que poderiam satis- fazer outras necessidades urgentes. Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Te- mer, são os responsáveis por envolverem o Brasil num abraço de afogado, sufocando-o na onda cada vez mais crescente da deterioração política, não havendo registros de tais proporções, nem na época colonial. Paulatinamente, nesses governos, foi o Congresso se transformando na Casa da Barganha para que resolvessem, na melhor forma de corporativismo, o en- riquecimento ilícito em troca das apro- vações de que o Executivo necessitava para objetivos ocultos. Tudo era feito na maciota, com a habilidade de pres- tidigitadores. Já disse, algumas vezes, que Lula, embora preso, e Dilma, a guerrilheira criminosa, não se sabe por que, ainda, fora das grades, são dois grandes vito- riosos porque atingiram, em cheio, o foco principal, objetivo de suas gatu- nas presenças no Executivo: destruir todas as instituições brasileiras, pela base. Daí, o Presidente Bolsonaro estar sofrendo pressões violentas por não se submeter às conversas ao pé do ouvi- do, dos enfunados do Congresso, ór- gão, que se existisse com essa cara, no início do século XX, moça de família não passava perto. Os tempos são outros, a corrupção verdejante das instituições nacionais passou a ser lei entre seus membros, levando a que várias gerações de polí- ticos tenham se perdido, ética e moral- mente pela promiscuidade dos concei- tos de valores das duas Casas. A higiene tem de começar e deve começar de cima para baixo, com a de- sinfecção do ambiente político do Con- gresso, do STF, e das demais institui- ções que estejam propositalmente sola- pando o trabalho dos bons brasileiros. O Brasil precisa se livrar dessa gente, ou melhor, dessa gentalha! Que seja breve a mudança do chi- leno plutocrata para aquela instituição similar à que preside, recebendo um alojamento próximo ao do Eduardo Cu- nha que, segundo notícias, disposto à delação premiada, fará com que seu co- lega, de milionárias gorjetas, venha-lhe fazer companhia, o mais rápido do que imagina, na ala sui generis dos ex- presidentes de uma das Casas mais desmoralizadas, entre outras, não me- lhores, dos Três Poderes. ESSA É A FOTO QUE EXPLICA TODA A DESGRAÇA DO BRASIL Os tempos são outros, a corrupção verdejante das instituições nacionais passou a ser lei entre seus membros, levando a que várias gerações de políticos tenham se perdido, ética e moralmente pela promiscuidade dos conceitos de valores das duas Casas.
  • 6. 8Nº 264 - Maio/2019 66 Visite o Museu da FEB Aberto ao público de 2ª a 6ª feira de 09:30 às 16:30 h. Sábado / Domingo de 09:30 às 13:00 h. Belo Horizonte - Rua Tupis, 723 - Centro Agendamos visitas e palestras somente no Museu. Tel. (31) 3224-9891 Juiz de Fora - Rua Howian, 40 - Centro São João Del Rei - Área do Círculo Militar - Centro PRESTIGIE NOSSOS VETERANOS COM A SUA VISITA www.anvfeb.com.br Era 6 de maio de 1889. D Pedro II mal podia imagi- nar, mas a Republica viria a ser proclamada em mais alguns meses. Foi quando Thomaz Coelho, o ultimo Ministro da Guerra do Imperio, inaugurou o Imperial Collegio Militar. Ficava no palacete da Baronesa de Itacurussá. Quem vem pela São Francisco Xavier, ao cruzar os portões subindo suave aléia, ladeada pelas palmeiras imperiais, vai ter a uma praça, onde no alto pontifica o atual Palacete Babilonia, nas terras da então Chacara da Pedra da Babilonia, que ao lado se destaca na paisagem. Hoje, 31 de maio de 2019 , o tradicional e histó- rico Colegio Militar do Rio de Janeiro abriu um espaço cultural nas magnificas instalações daquele Palacete, onde uma das salas leva o nome honrado de ilustre ex- aluno - Oswaldo Aranha - Cidadão do Mundo, Herói Nacional. Filho do Alegrete, na planície do pampa rio- grandense, antiga capital farroupilha da fronteira oeste, berço de grandes combates históricos. Estu- dou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tendo integrado seu Esquadrão de Cavalaria, como o Aluno 511. Defendeu o governo no Rio Grande do Sul como líder militar civil, tendo sido ferido gravemente em combate com um tiro de fuzil, no combate de Seival- zinho, próximo a Lavras do Sul, por pouco não tendo perecido. Liderou no Rio Grande do Sul a Revolução de 30, tendo participado do ataque ao QG da 3ª. Região Militar. Foi da sua lavra o discurso onde o Bra- sil declarou guerra ao Eixo, e a ele, como Presidente da Assembleia-Geral da ONU, o Povo de Israel deve o seu Estado. Entre o publico estavam familiares de Oswaldo Aranha, o filho Luiz Oswaldo Aranha, netos José Oswaldo Aranha e Oswaldo Euclydes Aranha Neto, e a sobrinha-neta Da. Lalá Aranha, professores, mi- litares que servem no Colégio, antigos e atuais alunos da Casa de Thomaz Coelho e membros da comunidade judaica do Rio de Janeiro. Em suas palavras de sau- dação, o Comandante do Colégio, Coronel do Quadro de Material Bélico Himario Brandão Trinas, ele mes- mo ex-aluno da Turma de 1986 e filho do ilustre mestre do Colégio, Coronel Professor Himario de Lima das Trinas, agradeceu aos colaboradores que tornaram realidade o projeto do Espaço Cultural, entre os quais a DPHCEX, as Professoras Patricia e Fabricia, o Sar- gento Aquino e o Vereador Marcelo Arar, que na ocasião entregou Moções de Louvor da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro ao Comandante e demais cola- boradores. O Comandante Cel Hi- mario fez uma saudação espe- cial ao Tenente Israel Rosen- thal, 98, ex-combatente da FEB - Força Expedicionaria Brasi- leira, que cortou a fita inaugu- ral e descerrou a placa de aber- tura, após o canto dos Hinos Nacionais do Brasil e de Isra- el, este ultimo em homenagem aos 71 anos da Independencia do Estado de Israel, recordan- do o antigo aluno Oswaldo COLÉGIO MILITAR ABRE O ESPAÇO CULTURAL THOMAZ COELHO E PRESTA HOMENAGEM AO ANTIGO ALUNO OSWALDO ARANHA* Israel Blajberg Veterano Rosenthal e Cel Himario descerram a placa do espaço cultural Aspecto do público presente, em destaque o Veterano Rosenthal Maquete do colégio, com o Palacete ao centro e a Pedra da Babilônia ao fundo Coral da Escola Estadual Aleksander Henrik Laks interpreta os Hinos Nacionais de Brasil e Israel Daniel Mata Roque, José Oswaldo Aranha (Neto de Oswaldo Aranha), Israel Blajberg e Alberto Gomes Filho (Casa da FEB) Leonardo Montanholi, José Oswaldo Aranha (Neto de Oswaldo Aranha), Israel Blajberg e Alberto Gomes Filho (Casa da FEB) Veterano Rosenthal, representante da POUPEX, Cel Himario e Vereador Marcelo Arar Israel Blajberg, D. Lalá Aranha (sobrinha-neta de Oswaldo Aranha), Veterano Rosenthal e Luiz Oswaldo Aranha (filho de Oswaldo Aranha) Alexandre, Guia do Museu da Casa da FEB, com Veterano Rosenthal Aranha que aos 29 de novembro de 1947 proclamou da tribuna da ONU a Resolução de Partilha da Pales- tina. O Coral da Escola Estadual que leva o nome do sobrevivente do Holocausto Aleksander Henrik Laks abrilhantou o evento, sob a regencia do Prof. Edi, interpretando os hinos nacionais. O Museu da Casa a FEB cedeu sua Exposição Itinerante para o evento, contendo objetos originais da 2ª. Guerra Mundial. COLÉGIO MILITAR DO RIO DE JANEIRO * iblajberg@poli.ufrj.br
  • 7. Nº 264 - Maio/2019 7 P T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I SP T N U N C A M A I S QUE PARTIDO É ESSE? PT - O PARTIDO MAIS CORRUPTO E MENTIROSO DA HISTÓRIA UNIVERSAL 7 Em julho de 2005, um assessor do então deputado estadual José Nobre Guimarães (PT/CE) foi preso no aeroporto em São Paulo pela Polícia Federal, com US$ 100 mil e R$ 200 mil escondidos na cueca e na mala. O nobre deputado é irmão de José Genuíno (PT/SP) e foi eleito deputado federal. Essa cueca do PT permanecerá pendurada até o caso ser investigado e os corruPTos julgados, condenados e presos. Hoje é o líder do PT na Câmara de Deputados! Não podia ser outro! A EMISSORA QUE NÃO SE CANSA DE REMAR CONTRA A CORRENTEZA!!!! Manifestação ocorreu em Garanhuns, a 27 km da cidade natal de Lula
  • 8. 8Nº 264 - Maio/2019 88 * Ipojuca Pontes * Ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos. Cel José Batista Pinheiro Ainformação é de que Luiz Carlos Barreto (velho mamador dos cofres públicos) se entrevistou com Osmar Terra (deputado federal - MDB-RS), atual mi- nistro da Cidadania, Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura. Trata-se de um velho hábito do “metade” mafioso LCB: sempre que pretende ampliar pri- vilégios, o milionário cacique do cine- ma tupiniquim ataca por cima, margina- lizando conversas com intermediários (quero dizer, gente do segundo escalão burocrático). Embora se diga comunis- ta, Barretão vai terminar bajulando Jair Bolsonaro para fazer um filme sobre como o Capitão chegou à presidência da Republica, seguindo os mesmos cami- nhos traçados para fazer “Lula, o Filho do Brasil”, o mais oneroso fracasso do cinema caboclo, um jogo de lobby que custou muito caro aos cofres do Erário segundo declarações do Antonio Palocci, ex-ministro (abalisado) de Lula e Dilma. Com efeito, há quase cinco déca- das, conforme revelação à engajada “Piauí”, Barreto usa uma “estratégia” armada para achacar governos, que é a seguinte: Cacá Diegues tece leguleios sofistas em “jornal de prestígio”, cai- tituando seus interesses em tom críti- co. Logo em seguida, Barreto, “mexen- do os pauzinhos”, parte para uma “en- trevista governamental” com o minis- tro da vez, oferecendo a “mão aliada” em troca da concessão de mais verbas e outros privilégios. Pois bem: com um jogo assim, man- jado e sujo, essa gente já torrou bilhões de reais dos cofres públicos, alimentando a vasta corporação parasitária com altas somas em dinheiro extorquido da me- renda escolar e do combate ao analfa- betismo, da construção de casas popu- lares, da compra de equipamentos e ar- mas para manutenção da segurança pú- blica e, o que é pior, do bolso exaurido do contribuinte indefeso. O objetivo de tais entrevistas ministeriais, repito, tem sido o de arrombar os cofres da Viúva, em geral para fazer filmes subversivos, ca- ros, ruins e desprezados pelo público – caso, por exemplo, do fracassado “ O PERVERSO CINEMA DA MAMATA (PARA OSMAR TERRA MEDITAR) Grande Circo Místico”, do reincidente Cacá Diegues, recusado pelo júri de Cannes e pelo público brasileiro. Muitobem.AentrevistadeBarretão com Osmar Terra, sabe-se, foi para pedir que o “ministro da vez” fizesse a Ancine soltar rápido a grana da corporação, em- bora soubesse que a agência do cinema corrupto tivesse sido invadida pela Polí- cia Federal na busca e apreensão de docu- mentos fraudulentos e, mais grave ainda, que o Tribunal de Contas da União (TCU) tivesse rejeitado as contas irre- gulares de produções bancadas com recursos públicos – entre as quais constavam as contas da própria LCB, produtora do cinematográfico Ca- cique. Antes de seguir adi- ante, é preciso lembrar ao leitor que as chamadas “agências reguladoras” foram implantadas no Brasil pelo profes- sor de marxismo Fernando Henrique Car- doso, vasilinoso social-democrata que comprou a própria reeleição presidencial e se tornou uma espécie de Anjo da Guar- da de Lula, o Chacal. Na teoria, as agên- cias, espécie de entidade de administra- ção indireta, pretendem fiscalizar deter- minadas atividades econômicas no País. Na prática, no entanto, transformaram-se em rechonchudos cabides de empregos que nada fiscalizam, ou fiscalizam mal, de ordinário em favor do próprio Estado ou das corporações parasitárias à cata de pri- vilégios, claro está, sempre adversas aos interesses da da população vilipendiada. No dito “encontro” com o minis- tro da Cidadania, Barreto - que nos arquivos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tem inúmeras ações judiciais movidas pela Prefeitura do Rio, Banco do Brasil, Banco do Estado do Ceará e o falido Banco Nacional, além de um cipoal de ações trabalhistas demandadas por técnicos e atores – revelou eufórico que Osmar Terra, no tempo da UFRJ, era “pró- ximo do PCdoB e apaixonado pela palavra de ordem do Cinema Novo, ‘uma câmara na mão e uma ideia na cabeça”. Se a melopeia enganosa de Barre- to quer significar a adesão de Osmar Ter- ra aos interesses predatórios do cor- porativista-mor, estamos todos ferrados, incluindo-se as deliberações tomadas pelo TCU contra as irregularidades sis- temáticas da Ancine, conivente com as falcatruas da corporação parasitaria, e o próprio trabalho da eficiente Polícia Federal, atenta no com- bate direto a apropriação indébita dos recursos públicos. Neste aspecto, aliás, a conduta do mi- nistro é ambígua, pois ao mesmo tempo em que se posiciona contra o uso da maconha e o consu- mo da droga, preciosida- des apreciadas no ao “meio” artístico, também é capaz de votar pelo ar- quivamento do proces- so de corrupção passiva proposto con- tra Michel Temer, sujeito que a falange do PCdoB quer ver “por trás das gra- des” por desvios de R$ bilhões. De resto, a própria atitude de Terra em reduzir a doação extravagante – pro- veniente da extinta Lei “Roubanet” - de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão, destina- dos ao financiamento de projetos ditos culturais, não demonstra razoabilidade: um milhão de reais é dinheiro pra burro. Dá para remunerar mensalmente, na base do salário mínimo, mil trabalhadores que andam famintos por aí. Ou pagar, no fim de cada mês, um milhão de traba- lhadores quando a doação chega a casa de R$ 1 bilhão de reais, em média o teto de dinheiro dispensado anualmente pela Lei permissiva a projetos do setor. De minha parte, considero que o principal problema da expansão cultu- ral é a eliminação do analfabetismo. Creio que investir na educação domici- liar é a medida urgente, visto que a mo- dalidade de aprender com os pais, tutores e professores, a chamada “homeschooling”, assume ca- ráter oportuno e prático num País de dimensão continental. Outra alternativa: impulsionar, com recursos sacados do desperdício corporativista, a implantação nacional do projeto do Ensino a Distância (EAD), em expansão na China, Rússia e Esta- dos Unidos, operado entre nós pela Se- cretaria Nacional da Juventude em par- ceria, ate agora, com 148 municípios do interior do País. Trata-se de projeto es- sencial para alfabetizar cerca de doze milhões de analfabetos em idade esco- lar, cuja materialização carece de pa- rafernália composta por vídeos, aposti- las, e-books, monitores e os indispen- sáveis serviços da Internet. Só que, enquanto falta dinheiro para expansão do Ensino a Distância, Cacá Diegues, “guru” da corporação in- saciável, garante que ano passado fo- ram produzidos 160 filmes de longa metragem no Brasil, orçados, em con- junto, na faixa de bilhões – filmes que, salvo exceção, ninguém vai ver ou que só circulam no noticiário da mídia ami- ga e nos custosos festivais ideologica- mente controlados. PS 1 - Outro dia, ouvi a falácia de que para cada real investido pelo go- verno (irresponsável) na produção de um filme, há o retorno de R$ 1,70. Então, pra que dinheiro do contribuinte se o negócio é rendoso? PS 2 - Diz-se por aí que o sinistro CelsoAmorim,oDiplomataVermelho,está de partida para Portugal. Uma ótima notí- cia! Vai logo, Amorim. Mas olha: fica por lá mesmo, não arranja bilhete de volta. No início dos anos 80, escrevi o livro “Cinema Cativo”, esgotado, sobre a desastrosa gestão de Amorim na Em- brafilme. Sei bem do estou falando. Livro lançado, o diplomata foi chutado da cor- rupta estatal do cinema pelo general Ru- bem Ludwig, então ministro da Educação. Outro dia, ouvi a falácia de que para cada real investido pelo governo (irresponsável) na produção de um filme, há o retorno de R$ 1,70. Então, pra que dinheiro do contribuinte se o negócio é rendoso? Escrevemos sobre o FUSEX porque temos interesse no assunto, mas as informações de caráter administrativo do sistema são todas de difícil acesso por serem pouco divulgadas. Temos como consulta apenas os livretos do DGP (DCIPAS) e a Portaria do Ministério do Exército de 1978 que o criou. Sabemos, por ouvir dizer, que o sistema arrecada mensalmente em torno de R$ 80 milhões que são recolhidos pela Diretoria de Pa- gamento do EB ao Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (hoje, Ministério da Economia) e este órgão deve conta- bilizar essa receita ao título FUSEX, do Comando do Exército. Contabilmente, os recursos pertencem ao EB, mas o numerá- rio, a massa de dinheiro pertence ao Mi- nistério da Economia que o adiciona às receitas da União. Daí em diante esse di- nheiro passa a pertencer exclusivamente àUnião,quefazusodelecomobemlheder na telha. Mensalmente ou não (depen- PASSANDO A LIMPO O FUSEX dendo da vontade deles) são repassados às OMS sem nenhum critério (não temos acesso às quantias), podendo ser contin- genciados e, quem sabe, aplicados até no mercado de capitais. No final do Exercício Financeiro, que termina sempre em de- zembro de cada ano, o saldo é zerado, se ainda o tiver. O superávit dessas prová- veis aplicações fica com a União. No ano seguinte começa tudo de novo, da estaca zero. É assim que imaginamos o uso dos recursos do FUSEX, pois não temos aces- so a nenhuma informação oficial. A conclusão a que chegamos, é que se trata de um emaranhado contábil generalizado. Esses preciosos recur- sos destinados a reforçar o tratamento médico hospitalar dos inativos e pensi- onistas caem na vala comum quando chegam às OMS, achamos que não há critério para a sua utilização. Parece que o aplicam desordenadamente (não te- mos qualquer informação oficial), exce- ção ao pagamento do pessoal militar de saúde que é obrigação do Estado. Como ele vai ser zerado no fim do ano, então, as OMS devem gastar até ao último centavo. E está corretíssimo se assim o fizer, é dinheiro que caiu do Céu serve para tudo. Em governos anteriores do PT os ministros da Defesa eram todos políticos civis amigos do Partido e es- tavam apenas usufruindo das honrari- as do cargo. No atual governo Bolso- naro o Ministério da Defesa passou para as mãos dos militares o que é óbvio e legítimo. Então, está na hora da classe militar se mobi- lizar e tratar dos interesses gerais da instituição. Passar a administração do FUSEX para o Ministro da Defesa, que poderá nomear uma Comissão de alto nível para rever todas essas anomalias financeiras que nos preocupam há 41 anos. Nada mais justo colocar tudo nos trilhos. A receita do FUSEX é previsível e não há inadimplência, basta ordenar e disciplinar a despesa, aí ficará tudo nos eixos. Temos gente capaz e gabaritada nas Forças Armadas para transformar essa esculhambação em um Plano de Saúde eficiente e moderno, nos mes- mos moldes ou melhor que os Planos Civis que deram certo. (Rio de Janeiro, 09.05.2019) Pergunta ao ministro da Defesa: De minha parte, considero que o principal problema da expansão cultural é a eliminação do analfabetismo. *** Outra alternativa: impulsionar, com recursos sacados do desperdício corporativista, a implantação nacional do projeto do Ensino a Distância (EAD). “ PARAONDE VAI O NOSSO DINHEIRO RECOLHIDO PELO FUSEX? Quando será regulamentado? Não estamos mais em governos petistas!”.
  • 9. Nº 264 - Maio/2019 99 *Graça Salgueiro * É jornalista independente, estudiosa do Foro de São Paulo e do regime castro-comunista e de seus avanços na América Latina, especialmente em Cuba, Venezuela, Argentina e Brasil. É articulista, revisora e tradutora do Mídia Sem Máscara e proprietária do blog Notalatina. Éisso mesmo que vocês leram. O jornal de esquerda americano, The New York Times, através de uma matéria frau- dulenta do jornalista Nicholas Casey, acusou o Exército da Colômbia de co- meter “assassinatos de pessoas ino- centes” para cumprir um “cota mensal”, pondo sob suspeição e investigação o Ministro da Defesa e Comandante do Exército, general Nicacio de Je- sús Martínez Espinel. O presi- dente Iván Duque, que é o Co- mandante-em-Chefe das Forças Armadas e da Polícia, em vez de defender seus comandados e so- licitar provas de tão grave acu- sação, servil e covardemente aca- tou - sem provas - essa afronta criando uma comissão denomi- nada de “excelência militar”. Ocorre que tal comissão não é composta por militares de alta patente e com comprovado conhecimento e experiência em direito operacional, doutrina militar de condução de tropas em campanha, tomada de deci- sões em combate, desenvolvi- mento de situações intempestivas, de planos táticos e estratégicos de guerra regular ou irregular, mas três civis que sequer prestaram o serviço militar obriga- tório:umex-ministro,umex-presidenteda Corte Constitucional e um ex-procura- dor! O NYT PÕE O EXÉRCITO DA COLÔMBIA NO BANCO DOS RÉUS Mas com que propósito isto foi feito e quem está por trás de mentira tão abjeta? Em 2016 Casey esteve na Co- lômbia, não para fazer turismo mas nas selvas, onde as FARC ainda mantinham seus guerrilheiros e “negócios”. A de- núncia foi feita pela senadora pelo parti- do Centro Democrático (o mesmo do pre- sidente Duque), María Fernanda Cabal, que apresentou em seu artigo um foto do tal “jornalista independente” sendo conduzido em uma moto por um terro- rista das FARC. Na matéria exibida no jornal em 18 de maio pp., Casey afirma que o general Nicacio mandava “in- crementar o número de baixas” de in- tegrantes das FARC, alegando ter ou- vido a denúncia de oficiais do Exército cujos nomes ladinamente não informa. Ao ler a matéria do NYT e a res- posta de Cabal, o senador democrata Patrick Leahy “ordenou” que o gover- no da Colômbia “exigisse” que a sena- dora colombiana “se retratasse” peran- te Casey e apresentasse provas de sua denúncia, invertendo o ônus da prova. Casey que estava em Bogotá, sem ter provas do que afirmava, fugiu alegan- do “estar em perigo” o que, evidentemente é mais uma farsa grotesca à qual ele está acostu- mado. Com esse escân- dalo o que Casey con- seguiu foi desnudar que há dinheiro da organiza- ção Open Society Foun- dations de George So- ros, que estimula arti- gos mentirosos como es- se que servem a seus in- teresses.Soros,juntocomosenadorLeahy, querem a todo custo impedir a ajuda militar que o governo dos Estados Uni- dos oferecem à Colômbia desde os tem- po de George W. Bush. Para isso eles utilizam a Lei Leahy, criada em 1997, para bloquear o fornecimento de equi- pamentos e treinamento militar a um país estrangeiro, com o pretexto de que sua força pública comete “graves vio- lações de direitos humanos”. O objetivo desse plano urdido nas sombras visa tirar o respaldo da Casa Bran- ca e do Pentágono para deixar a Colôm- bia a mercê do narco-terrorismo, sobre- tudo das FARC e do ELN, para que o pacto Santos-FARC dobre o país aos seus caprichos, além de deixar a Colôm- bia indefesa diante das ameaças e dos ataques sistemáticos das ditaduras venezuelana e nicaragüense. Que isso sirva de lição para nós também, pois nossos militares que hoje ocupam cargos no governo vêm sendo atacados de forma abjeta e vil, do mes- mo modo sem prova alguma, por alguém que vive fora do Brasil e está se lixando para os rumos do país. Os comunistas de todos os matizes e os lobos em pele de cordeiro que vivem num universo umbilical não dormem. Espero, sincera- mente, que o presidente Bolsonaro seja mais prudente que o presidente colombi- ano, pois a experiência da farsesca “co- missão da verdade” já deixou claro o que esta gente pretende. Major-general Nicacio de Jesús Martínez Espinel, Comandante do Exército da Colômbia, alvo da fúria comunista do jornal The New York Times Foto: Luisa González (Reuters) *Rayanne Gabrielle da Silva * Especialista em História Militar, licenciada em História, graduanda em Administração e professora da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte. Desde que o novo Ministro da Educa- ção decidiu cortar verbas das Ciên- cias Humanas, o desespero tomou con- ta dos professores e alunos da área. Em seguida, o mesmo ministro foi além e afirmou que contingenciará – veja-se, não é corte! – cerca de 30% da verba des- tinada à educação, principalmente a que afeta custeio das universidades e bol- sas de pesquisa. Instalou-se, assim, o caos, o Apo- calipse científico. Os anunciadores do fim dos tempos propagam, em alto e bom som, a paralisação das universida- des e institutos federais, o fim das pes- quisas e dos investimentos, a desacele- ração do avanço científico brasileiro. De repente o ar-condicionado não fun- ciona mais, as luzes estão apagadas e a água passa por racionamento. Muitos acusam (erroneamente) o governo de estar “pesando a mão” e pra- ticando “revanchismo” contra a classe científica do país. No entanto, aqueles que o afirmam não revelam ao público em geral o que realmente são as univer- sidades públicas no Brasil e suas estra- nhas produções acadêmicas. A seguir, farei um pequeno relato do que vivenciei durante cerca de 5,5 anos dentro de uma universidade fede- ral aqui no Estado do Rio Grande do Norte. Entre as muitas coisas boas vivi- das, as ruins prevalecem e me fazem jamais querer retornar a uma instituição dessas. Veja-se o porquê: A FARSA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO BRASIL – Conheci pessoas de todos os ti- pos e credos nesses locais. De fato, lá você conhece o mundo e precisa tomar cuidado para não cair nas tentações ruins ofertadas por ele. Professores, alunos e demais funcionários não estão isentos de qualquer culpa: rola de tudo o que se pos- sa imaginar, entre sexo, drogas, desvio de verbas e superfaturamento de pesquisas, perseguição ideológica e até ameaças. Vi e sofri um pouco de tudo, so- brevivendo como pude. Já me ofere- ceram cigarro de maconha como se fosse algo natural. Recebi propostas sexuais, inclusive de homens casa- dos. Professores e professoras já de- ram em cima de mim, até mesmo dentro de sala de aula, na frente de todos. E isso não foi só comigo: várias pessoas já passaram por essa situação. Tive colegas que saíam com pro- fessores casados em troca de bolsa. Por falar nesta, existem alunos há sete, nove, dez anos ou mais dentro dessas institui- ções sobrevivendo às custas da universi- dade por meio desses recursos. Muitos desses alunos não buscam um emprego, reprovam de propósito para permanecer mais tempo dentro da universidade e mal fazem um trabalho decente de pesquisa, monitoria ou extensão (os tipos de bolsas ofertadas). Trabalhei com uma em que os demais bolsistas e até mesmo a coordena- dora pedia para ficar “de olho” porque a mesma já tinha fama de não fazer nada e estava lá, recebendo como todo mundo. Havia colegas que não precisa- vam de qualquer tipo de auxílio da uni- versidade, mas con- seguiam, por meio de falcatruas diver- sas, obter um auxí- lio-moradia,umauxí- lio-alimentação, transporte e até ócu- los – isso mesmo. Auxílio-óculos, para aqueles que não têm condições de com- prar um. A universi- dade não fazia uma inspeção mais rigo- rosa nesses tipos de solicitações. Ape- nas concedia. E quem recebia ria pelas costas, triunfante. Quanto às intervenções ditas “ar- tísticas”, era comum, principalmente no Centro de Ciências Humanas, alunos ficarem nus e darem abraço coletivo no prédio do centro. O pior é que eles mes- mos faziam questão de colocar nas re- des sociais. Em uma outra intervenção, jogaram fezes humanas e sangue de menstruação nas pare- des de um departamen- to. E disseram ser “arte”. Também posta- ram nas redes. A onda dos banheiros unissex re- sultou em bizarrices nunca antes vistas. Alunos mais “abertos” faziam manifesta- ções para que todos os banheiros fossem usados pelos dois sexos. Reencontrei um colega na semana passada que afirmou ter ficado preso em um dos banheiros pelos manifestantes de modo a apoiar a causa. Teve de ligar para um amigo para ser resgatado. Até hoje, sei de alguns jo- vens que moram em um desses banheiros. Isso mesmo. Moram. No banheiro. Nin- guém os usa, é claro, pois tornou-se a casa dessa gente. Por falar em banheiros, em casos de solicitação de serviços de prostituição, há uma verdadeira lista telefônica atrás das portas, fora as “belas” mensagens co- locadas por “filósofos” daquele local, co- mo “a maconha cura” ou “as vaginas san- gram”,seguidapelodesenhodeumacomo descrita na frase. Afora os xingamentos a professores, partidos políticos e até a possíveis rivais dentro da instituição. No próximo artigo, falarei sobre a situação dos professores, dos partidos políticos e do desperdício de recursos dentro das universidades e de como na- da é fiscalizado ou punido. Espero, sinceramente, que o presidente Bolsonaro seja mais prudente que o presidente colombiano, pois a experiência da farsesca "comissão da verdade" já deixou claro o que esta gente pretende. “Performance artística" em um dos centros acadêmicos A seguir, farei um pequeno relato do que vivenciei durante cerca de 5,5 anos dentro de uma universidade federal aqui no Estado do Rio Grande do Norte. PARTE I
  • 10. 8Nº 264 - Maio/2019 10 Cel Osmar José de Barros Ribeiro * Coronel, Historiador Militar e Advogado msorianoneto@hotmail.com (continua) * Manoel Soriano Neto “Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.” General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970) AMAZÔNIA – O GRANDE DESAFIO(XX) Nos últimos artigos, abordamos o es- cabroso megaprojeto ‘Corredor An- des-Amazônia-Atlântico’ (conhecido por ‘Triplo A’ e outras denominações), uma contínua e imensa faixa de terras amazô- nicas, abrangendo inúmeras ‘Unidades de Conservação’ (UC) e ‘Terras Indíge- nas ‘ (TI). Para gáudio de radicais ambien- talistas/indigenistas, tal corredor forma- ria ‘a maior extensão de áreas protegidas do planeta’. Urge lembrar que o governo brasileiro, em boa hora, abortou essas estapafúrdias intenções, atentatórias à Soberania Nacional, sendo certo que mais de 13% de nosso território são destinados a Terras Indígenas e mais de 12% são Unidades de Conservação – um percentual su- perior a um quarto da extensão ter- ritorial do País! Comentaremos, a seguir, ou- tra ameaça à soberania da Amazô- nia. Trata-se da realização, em outu- bro próximo, no Vaticano, do ‘Sí- nodo Pan-Amazônico’, promovido pela Igreja Católica, cujos prepara- tivos encontram-se em adiantado estado de execução, e que visa à discussão, em especial, acerca da ‘evangelização dos povos amazô- nicos’. Oqueéum‘sínodo’?Segun- do os léxicos, é uma “assembleia de párocos e de outros padres, convo- cada por ordem do seu prelado ou de outro superior”, etc. O Conselho Mundial de Igrejas (CMI), atrelado à ‘Teologia da Libertação’, vem atuando no Brasil desde a década de 1950 e foi responsável pela criação do Conselho Indigenista Missi- onário (Cimi) e do Instituto Socioam- biental (ISA), umbilicalmente ligados a ONGs nacionais e estrangeiras do am- bientalismoeindigenismo.Em1952, fun- dou-se a Conferência Nacional dos Bis- pos do Brasil (CNBB), cujo primeiro se- cretário-geral foi Dom Helder Câmara (de 1952 a 1964). A CNBB, hoje, com 323 bispos, é a mais importante entidade da Igreja Católica. Ela, ressalvadas honro- sas exceções, sempre foi integrante da denominada ‘esquerda clerical’; autopro- clama-se de ’progressista’ e está compro- metida com interesses indígenas, como o da demarcação de suas terras. Os seus principais organismos são o já menci- onado Cimi, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a entidade Caritas. Durante os governos militares, a Igreja - que ao ser deflagrada a Revolução de 1964, apoiava o ideário do Movimento -, afastou-se do mesmo e grande parte dela passou a cerrar fileiras, abertamente, com as esquerdas. Vários bispos, padres e religiosos se man- comunaram com notórios subversivos, como o terrorista Carlos Marighella e par- ticiparam de manifestações de rua lidera- das por estudantes e comunistas. Nelson Rodrigues, com a sua ferina ironia, os tachava de ‘padres de passeata e freiras de minissaia’... À época, bispos como dom Antônio de Castro Mayer, de Cam- pos(RJ)edomGeraldodeProençaSigaud, deDiamantina(MG),eintelectuais, como o Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, conde- naram, vigorosamente, essa participa- ção de católicos junto a seguidores de uma ideologia materialista e ateia. A CNBB elegeu, no início de maio, em Aparecida (SP), a sua diretoria para o período 2019-2023. Esta diretoria, cujo presidente é dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, secretariado por dom Joel Portella Amado (RJ), tida como moderada, não agradou à ala conservadora da Conferência. Des- tarte, persistirão as acerbas críticas con- tra o governo, por causa da ‘reforma da previdência’, do ‘corte de verbas para a educação’, da ‘ameaça a terras indíge- nas’, do ‘porte de armas’ etc. Atualmente, alguns prelados esquerdófilos dizem-se bastante incomodados com o acompa- nhamento, pelos órgãos de inteligência, do Sínodo ora em comento. Aesperança, nascida do resultado das eleições de outubro de 2018 deveria trazer, esperavam todos, a mu- dança dos usos e costumes políticos. Afinal, lutando contra os grandes par- tidos, desacreditado pelos institutos de pesquisa, sem dinheiro e sem marque- teiros, combatido quase abertamente pe- la e na imprensa, muitas vezes ridicula- rizado por analistas e comentaristas de televisão, quase morto por um ex-mili- tante do PSOL, o candidato que jamais ganharia as eleições fosse qual fosse o adversário, foi eleito com larga e indis- cutível vantagem. E, na esteira da vitó- ria do candidato Bolsonaro, veio a re- novação de boa parte da Câmara dos De- putados e do Senado Federal. Mas tudo o que é bom dura pou- co, diz a sabedoria popular. A euforia de largas parcelas do eleitorado esfriou e logo os donatários da Capitania Bra- sil, estruturados no grupo partidário co- nhecido como Centrão, reformulou suas linhas de ação, recrutou parte dos recém- eleitos e voltou a dar as cartas no Con- gresso Nacional. Uma pequena amos- tra do seu poder foi conseguir a recri- ação de dois ministérios que haviam sido extintos. Embora tenha aberto mão dessa exigência, muito espertamente, retirou o COAF das mãos do ministro da Justiça, jogando-o no colo do minis- tro da Economia. Agora, mais anima- dos com seus pretensos êxitos, falam num projeto de Reforma Tributária e lan- çam, na imprensa, a existência de um “parlamentarismo branco” que, tradu- zindo em miúdos, nada mais é que uma tentativa de reduzir o Executivo a mera figura decorativa, a reboque dos atos do Congresso.. A maior parte dos meios de co- municação voltou-se, desde o início, contra o governo eleito. Afinal, por- ta-voz de grupos, políticos ou não, o corte das verbas de propaganda go- vernamental e a dificuldade em con- seguir “furos”, fez com que apenas vissem limitações e erros na escolha de ministros, falhas gritantes na ação política e, à falta de outros assuntos, a “incompetência e a inapetência” do A DISPUTA REAL presidente para o exercício das suas funções. Por seu turno, o Supremo Tribu- nal Federal (STF), também apron- tou. No mesmo dia em que o ex-pre- sidente Michel Temer foi preso pela segunda vez, acusado de chefiar uma organização criminosa, o STF validou o decreto de indulto natalino de 2018 assinado pelo mesmo, beneficiando condenados por crimes como corrup- ção, formação de quadrilha, tráfico de influência e outros do mesmo nai- pe. Isso, sem falar em gastos naba- bescos tais como a compra de carros blindados, substituição de equipamen- tos da TV Justiça, de redes telefôni- cas, festas gastronômicas regadas a vinhos com prêmios internacionais, etc. Acostumados a seguidos “gover- nos de coalizão”, políticos, sindicalis- tas, grandes empresários et caterva, com as exceções de praxe e que sem- pre existem, desde antes das eleições e depois delas, puseram-se a debla- terar contra um candidato que deixa- ra clara a sua intenção de passar o Brasil a limpo. Até hoje, as ações go- vernamentais são criticadas por ana- listas políticos, comentaristas e ou- tros “istas”, questionadas no Congres- so e na Justiça, apontadas como inú- teis, redundantes e/ou contrárias aos interesses de estrangeiros mantene- dores de ONGs e quejandos. O governo não é infalível, sem dúvida. Mas ninguém pode dizer que, entre acertos (muitos) e erros (poucos), esteja a serviço daqueles que sem- pre souberam servir-se do Brasil en- quanto fingiam servir ao Brasil. Ou aceitamos sacrifícios passageiros ou caminharemos para a desordem or- çamentária, política e social, para o caos vivido pela Venezuela e que ame- aça a Argentina. No limite, com conse- quências imprevisíveis, para a ruptura da ordem institucional. Eis aí, sem rodeios, a disputa real, aquela travada pelos que tem por norte servir ao Brasil e os que desejam con- tinuar servindo-se do Brasil. O governo não é infalível, sem dúvida. Mas ninguém pode dizer que, entre acertos (muitos) e erros (poucos), esteja a serviço daqueles que sempre souberam servir-se do Brasil enquanto fingiam servir ao Brasil. FIZEMOS ONTEM! FAREMOS SEMPRE! VICENTE LIMONGI NETTO* Brasilía/DF * Jornalista. Trabalhou no O Globo, Última Hora de Brasília, TV-Brasilia, Ministério da Justiça, Confederação Nacional da Agricultura, Universidade de Brasília, Senado Federal e Suframa. Tem face e blog. É sócio da ABI há 50 anos. É servidor aposentado do Senado. (limonginetto@hotmail.com) O VERDADEIRO BOLSONARO Estranhei e lamentei. Demorou, mas veio. A boa, merecida e firme resposta do presidente Bolsonaro ao abusado beócio prefeito de Nova Iorque, De Blasio: " É um bobalhão, paspalhão e fanfarrão". Bolsonaro acrescentou ironizando: "Se tivesse o PSOL lá, seria o partido dele". (14/05) EM CANA NOVAMENTE José Dirceu de volta à cadeia. A Justiça tarda, mas geralmente não falha. Fórum Estadão (18/05) AS RAZÕES DE TANTAS BESTEIRAS Jorge Kajuru revelou que tem dois conselheiros sensacionais: Cristovam Buarque e Pedro Simon. Explica-se, então, porque o espalhafatoso, bolorento e prolixo senador fala tanta besteira. Só aceita que Adélio Bispoéinimputável,quem acredita que ele agiu so- zinho e é burro. Fez curso de tiro,criaram álibi de presença na Câmara dos Deputados para ele, além de tantas mortes aconte- ceram na pensão de Juiz de Fora.Tem que conti- nuar investigando! TANIA TAVARES São Paulo/SP ADÉLIO BISPO DE OLIVEIRA NR: Se o Adélio foi reconhecido como doido, porque não foi dar a facada no Lula?
  • 11. Nº 264 - Maio/2019 11 MARCO ANTÔNIO FELÍCIO General de Brigada - PhD em Ciência Política e Estratégia marco.felicio@yahoo.com O Tempo 31/05 * Hamilton Bonat (*) General da Reserva, ocupa a Cadeira número 19 da Academia de Letras José de Alencar/Curitiba/PR Napoleão e seu cavalo parti- ciparam, juntos, de inúmeras ba- talhas. Napoleão retornou a Paris e tornou-se Im- perador. Seu cavalo, porém, continuou cavalo. Isso nos mostra que as experiên- cias de vida não são tão determinan- tes assim. Quem nasceu cavalo, mor- rerá cavalo. Ora, se um cavalo não consegue aprender com a própria experiên- cia, quem dirá com as experiências alheias. Exemplo gritante nos dão os co- munistas. Se autoproclamam pro- gressistas, embora defendam pensa- mentos contidos em O Capital, um conjunto de livros, velhos de mais de O CAVALO DE NAPOLEÃO 250 anos. É necessário frisar que seu autor – Karl Marx – nunca foi muito chegado ao trabalho. Casou-se com uma burguesa, que o sustentou a vi- da toda. Mais do que isso, as ultrapassa- das soluções que prega não deram certo em lugar algum. O caso mais emblemático foi o da União Soviéti- ca, que desmoronou sobre si mesma, levando com ela a ilha de Cuba, a quem dava sustentação. Tudo isso após 70 anos de opressivas ditaduras, com mi- lhões de mortes. O modelo mais recente é o vene- zuelano. Um dos países mais ricos da América Latina, a Venezuela teve sua economia arrasada e, além de inúmeros cidadãos mortos, viu quase 3,5 mi- lhões deles (seriam todos burgueses?) fugirem do país. Só o Brasil acolheu cerca de 100 mil refugiados. Antes que alguém cite a China como exemplo bem sucedido de co- munismo, lembro que ela só evoluiu após Mao Tsé Tung, que, com a sua Revolução Cultural, assassinou milha- res de pensadores e professores. Deng Xiaoping teve que esperar que ele mor- resse para, só então, promover as re- formas necessárias ao desenvolvimen- to chinês. Diga-se, de passagem, que, nos dias de hoje, a China pratica um capitalismo dos mais selvagens. Portanto, é de admirar que em nossas universidades públicas, des- de as reitorias até os corpos docen- tes, pregue-se abertamente um regi- me com um histórico desses. Mais ain- da, que não se admita qualquer ideia contrária. Sentem-se, assim, os alunos, re- féns, impedidos de expressar-se. Mui- tos deles, por temor, sentiram-se obri- gados a participar dos protestos con- tra o contingenciamento dos recursos para o ministério da Educação, que atingiram, também, os demais minis- térios. A questão que se impõe é por que será que, quando os governos an- teriores, responsáveis pela atual cri- se econômica do país, cortaram re- cursos muito maiores, nenhum reitor protestou? Claro que nossos professores nunca passaram pela triste experiên- cia de viver em um país comunista. Se o tivessem, provavelmente não se comportariam como o cavalo de Na- poleão. Mesmo assim, bem que po- deriam aprender com as experiên- cias alheias. Mas tem algo que os impede… “Contribuir para a defesa da Democracia e da liberdade, traduzindo um País com projeção de poder e soberano, deve ser o nosso NORTE! Os jornais estão repletos de notícias a respeito de um pacto entre os três poderes da República, afim de que, unidos, superando diferenças, possam ter aprovados os decretos e leis neces- sários ao soerguimento do País, tradu- zindo reformas essenciais, Visam tais reformas erradicar o atoleiro político, econômico e social, beirando a falência total, após trinta e quatro anos de desgoverno e de vasta corrupção, permeando a República. Para milhões de pobres, miserá- veis e desempregados, sem saber o que terão para dar aos seus filhos no café da manhã, não cabe a hipocrisia de pre- tensos idealistas, afirmando que os poderes da República estão funcionan- do em harmonia e com independên- cia, segundo sistema de freios e con- trapesos. Que temos saudável Demo- cracia representativa. A comprovar, não é o que afirmam, os hipócritas, aquilo que se extrai da lei- tura dos jornais matinais, longe do que ocorre na ilha da fantasia. E o que significa a palavra pac- to? 1. ajuste, contrato, convenção en- tre duas ou mais pessoas; 2. Consti- tuição que rege certos Estados con- federados (p.ex., Suíça). Semelhan- tes: Acordo, ajuste, aliança, arranjo, coalizão, combinação. Entretanto, em relação ao Bra- sil, apesar da grave crise e da Demo- cracia capenga que vivemos, vige a nos- sa Lei Magna, dispensando tal pacto, pois, além de estabelecer a estrutura do Estado, define os deveres e fun- ções de cada um de seus integrantes e como devem se relacionar. Assim, o Título III, do art. 18 ao 43, define a organização do Estado e o Título IV, do art. 44 ao art 47, estipula a organização dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Estabelece atri- buições e responsabilidades de seus respectivos integrantes. Cabe ao Congresso Nacional, com DEMOCRACIA, A DITADURA DA LEI a sanção do presidente da República (PR), não exigida esta para o especi- ficado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de compe- tência da União. O Poder Executivo cabe ao PR, cujas atribuições e res- ponsabilidades estão delineadas nos art.85, 86 e 87. O Poder Judiciário tem as atribui- ções e responsabilidades estabeleci- das do art. 92 ao art.134, incluso o STF, competindo, a Este, a guarda da Cons- tituição, processar e julgar, originaria- mente, bem como o Ministério Público cuja responsabilidade é a defesa da Ordem Jurídica, do Re- gime Democrático e dos interesses sociais e in- dividuais indisponíveis. Há que ressaltar o Título I, dos Princípios Fundamentais, Cap. V parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes elei- tos ou diretamente, nos termos desta Consti- tuição. Art, 2: São Po- deres da União, inde- pendentes e harmôni- cos entre si, o Legisla- tivo, o Executivo e o Judiciário. Há que acrescer que os poderes devem contribuir para a consecução dos obje- tivos fundamentais da República Fede- rativa do Brasil, entre eles, o de cons- truir uma sociedade livre, justa e soli- dária; garantir o desenvolvimento na- cional, erradicar a pobreza, a margina- lização e reduzir as desigualdades soci- ais e regionais. Então, por qual razão a necessi- dade de um pacto político entre os pre- sidentes do Executivo, do Senado, da Câmara e do Judiciário, se não podem fazer ou deixar de fazer nada além do que já consta de um legal pacto nacio- nal, maior, que é a Constituição Fede- ral? Esta não corresponde às necessi- dades de governança do País? Ao Regi- me Republicano e Democrático? Há necessidade de se politizar o Judiciário e de se judicializar o Congresso? Onde estão a consciência políti- ca, o sentimento patriótico e a respon- sabilidade para com a Nação, dos que a representam, no momento em que de- vem abandonar seus privilégios, inte- resses individuais e partidários bem como o viés ideológico destrutivo e bus- car o bem comum, um dos objetivos nacionais? Nação em grave turbulência, a beira da falência, 25 milhões de de- sempregados, insegurança, PIB em queda, recessão a vista, Educação e Saúde em crise, infra-estrutura dete- riorada. De mais a mais, qual a liderança popular, ou no STF, que exerce Tof- foli,? Rodrigo Maia e Alcolumbre po- demrepresentaraunanimidade do Con- gresso com todas as suas sucessivas desavenças internas? A enfatizar que, embora o forte apoio popular, o Presi- dente Bolsonaro tem grande oposição no Congresso e nas ruas. Chega-se á conclusão de que de- vemos mudar a Constituição, se há a necessidade de um novo pacto para se buscar as soluções adequadas à resolu- ção da intensa crise. Depreende-se que não há a neces- sária harmonia entre os poderes. Que a Democracia representativa não está funcionando, como deveria, em face das transformações rápidas que a Nação aguarda e que, a cada dia, as vê mais longe. O Presidente não tem o apoio de que necessita para as reformas profundas que lhe darão governança, inclu- sive, para a mudança de prá- ticas políticas que levaram o País à situação atual. Solução? A decisão esta nas mãos do PR, também, Chefe Su- premo das Forças Armadas: Artigo 142 da Constituição: “As Forças Armadas,...sob a autoridade suprema do Presi- dente da República, destinam- se à defesa da Pátria e à ga- rantia dos poderes constitu- cionais e, por qualquer des- tes, da lei e da ordem.” “A atuação, quando ne- cessária, intervencionista das FFAA, preconizada pelo artigo acima, é re- forçada pelo denominado “Regime Constitucional de Crises”, consubstan- ciado pelo Título 5 da Constituição Federal. Tal Regime direciona às FFAA para que intervenham, restabelecendo a garantia aos poderes constitucionais, mesmo que o Poder Executivo esteja em xeque. Assim é! A Democracia é a Ditadura da Lei!
  • 12. 8Nº 264 - Maio/2019 12 * Luís Mauro Ferreira Gomes O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa, Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro Efetivo do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Na Primeira Parte deste artigo, preve- nimos os nossos leitores do risco de decepção, por não ser possível o Gover- no resolver os graves problemas brasilei- ros em curto prazo, já que o Presidente Bolsonaro enfrentaria grandes dificul- dades e sofreria sérias ameaças das for- ças derrotadas politicamente. Advertimos, também, de que as forças mais poderosas contra o novo Governo estariam no Congresso e no Judiciário, e que o grande desafio seria manter boas relações com ambos, mas sem se deixar neutralizar por eles. Ainda na Primeira Parte, chamamos a atenção para a ameaça representada pela possível eleição para as Presidências da Câmara e do Senado de dois suspeitos de corrupção, representantes clássicos da velha política, totalmente rejeitada pelos eleitores que sufragaram Jair Bol- sonaro, em outubro do ano passado. No Senado Federal, um esforço muito bem desenvolvido evitou o mal maior, a eleição de Renan Calheiros, que, sem dúvida, criaria grande dificuldade para o Governo. Infelizmente, na Câmara dos Deputados, permitiu-se a vitória de Rodrigo Maia, que já começou o mesmo jogo retórico, usado contra o, então, Pre- sidente Temer, ao dizer apoiar as Refor- mas, mas apresentar, publicamente, pe- quenos contratempos, atribuindo-os à falta de coordenação do Governo. É pos- sível que a Reforma da Previdência seja aprovada, ainda que desfigurada, mas as demais pautas-compromisso do Presiden- te da República encontrarão, no Presi- dente da Câmara, uma enorme barreira. Na Segunda Parte, insistimos em que o Supremo Tribunal Federal, o Con- gresso Nacional e os meios de comuni- cação representam séria ameaça aos ob- jetivos programáticos do Governo. Manifestamos,também,nossapreo- cupação com o perigo que vem de su- postos aliados, que usam a Imprensa para resolver divergências internas ou atingir objetivos pessoais em detrimen- to dos institucionais, o co- nhecido “fogo amigo”. Na Terceira Parte, abor- damos o risco de cair-se em algumas armadilhas coloca- das pela oposição de esquer- da e, infelizmente, também, por alguns membros do pró- prio Governo. O Presidente não se po- de deixar circunscrever, ape- nas, à Reforma da Previdên- cia, como querem forçá-lo a fazer. Ele foi eleito para executar uma extensa pauta conservadora, da qual a tal Reforma é apenas um dos itens da recuperação econômica. Igualmente, os integrantes do Go- vernos e seus apoiadores não podem sucumbir à tentação de fazer conces- sões à oposição de esquerda, acolhen- do algumas de suas bandeiras e alguns de seus chavões mais caros. O melhor argumento para defender a Reforma da Previdência, por exemplo, não é estimu- lar a abominável luta de classes, dizen- do que ela “terminará com a injustiça de tirar dinheiro dos pobres para pagar a aposentadoria dos ricos” e que acabará com os privilégios dos que “trabalham muito pouco e aposentam-se muito cedo, CAMINHO ACIDENTADO, MAS CERTO E ÚNICO Quarta e Última Parte ganhando muito mais”, em benefício dos que “trabalham muito e aposentam-se muito tarde, ganhando muito pouco”. Discurso mais eficiente seria afirmar-se que os governos esquerdistas do PT le- varam o Brasil à bancarrota, que, não somente desviaram todos os valores acu- mulados pelos trabalhadores para suas futuras aposentadorias, como extravia- ram todos os recursos em caixa, e, ainda, sacaram todas as receitas futuras de várias gerações, endividando o País, a ponto de inviabilizar seu funcionamen- to. Não se está a fazer a Reforma, porque se quer, mas porque não há outra opção. Fazer afagos aos esquerdistas deles não conseguirá novos apoi- os, mas afastará os elei- tores tradicionais que respaldam o Governo. Também fizemos algumas considera- ções sobre o Sistema de Proteção Social dos Militares. Nesta quarta e última parte, pro- curaremo-nos concentrar tão somente nas verdadeiras ameaças ao Governo Bolsonaro, aquelas poucas que, por sua gravidade, tornam todas as demais ir- relevantes. Elas se concentram no Poder Ju- diciário, no Congresso Nacional e entre os falsos amigos. O Poder Judiciário, além de sua tra- dicional ineficiência, está infiltrado de militantes políticos em todos os níveis, o que leva a sentenças justas ou contami- nadas ideologicamente, conforme o Juiz, oDesembargador ou o Ministro Relator. Os partidos de oposição têm-se servi- do muito disso, recorrendo contra tudo o que o Presidente Bolsonaro faz ou tenta fazer, na esperança de que seja sorteado um Relator favorável. É indis- pensável que os políticos que apoiam o governo façam o mesmo, saturando o Poder Judiciário, seja recorrendo con- tra todas as iniciativas da oposição, se- ja iniciando novas ações. Pelo pouco tempo transcorrido desde a posse, o Supremo Tribunal Fe- deral ainda não teve um protagonismo muito grande nos recursos contra as ações do Governo Bolsonaro, mas, ana- lisando-se o comportamento de um núme- ro não muito definido, mas próximo de metade dos seus onze ministros em casos anteriores, pode-se estimar que, sem dúvida, o STF começará a criar sé- rias dificuldades em um futuro próximo. A oposição ao governo, constituí- da das forças ditas de esquerda, está mui- to enfraquecida e se tornou inoperante, incapaz de, por si só, criar qualquer emba- raço ao Governo, por ter poucos votos no Congresso e não conseguir mais empol- gar o povo, porquanto insiste em seu dis- curso antigo, com as mesmas propostas já rejeitadas pelo eleitor ao eleger Bol- sonaro. Contudo, ela se torna perigosa ao contar com o apoio de legendas, que nada ou muito pouco têm de esquerda, mas votam com ela, contra o governo, para chantageá-lo, por interesses pessoais ou grupais, geralmente relacionados com corrupção ou com motivações eleitorais. Essas legendas agrupam-se no que se convencionou cha- mar de “Centrão”. Na nossa ava- liação, quem orienta e coordena as ações do Centrão é o Presi- dente da Câmara, o Deputado Rodrigo Maia, sobre quem já havíamos alertado na Primeira Parte deste Artigo. O Presidente do Senado, parece-nos seguir Rodrigo Maia, com mais moderação e discrição. Quanto ao “fogo amigo”, atual- mente, sua principal fonte tem sido o Senhor Olavo Luiz Pimentel de Carva- lho, que se dizia filósofo, depois, pro- fessor de filosofia, para virar “ideó- logo” e, finalmente, “guru” (uns dizem até que ele é “astrólogo”). Nós o conhecemos muito bem, pe- las bobagens que escreve e diz, entre- meadas de afirmações interessantes, que servem para enganar, as pessoas e en- cantá-las, às vezes, no primeiro contato. Em seus primeiros artigos, geral- mente, começava por desenvolver ideias logicamente encadeadas, deixando a im- pressão de que se tratava de um texto importante, para, logo, destruir tudo, em um simples parágrafo, com uma grande sandice, o que nos levou ao desinteresse completo pelos seus escritos. Logo, ele viria a mostrar sua outra face, a agressivida- degratuita.Certavez, disse que a Escola Superior de Guerra era um antro de co- munistas, e citou, en- tre eles, o Gen. Nery eoCel.Cambeses.Co- nhecíamos os dois militares e nenhum deles era comunis- ta, o que nos levou a contestar a acusa- ção irresponsável. Para nossa surpresa, apareceram alguns correspondentes ingênuos em defesa do “filosofo”, mesmo reconhe- cendo que ele havia errado “desta vez”. Estavam tão cegos, que não viram que ele errava sempre. Passamos a ignorá-lo, por imagi- narmos que acabaria por destruir-se a si mesmo, sem deixar de acompanhá-lo, silenciosamente, por vislumbramos seu perigo potencial. Não foi preciso observá- lo por muito tempo para percebermos que ele parecia ser um psicopata, e que tinha muito mais semelhanças, com um assassino em série, do que diferenças. Não é, portanto, um assassino que sai por aí, matando os ou- tros, mas é um iconoclasta, que tenta destruir a reputação dos que não lhe são simpáticos ou que lhe criticam a arrogância e se recusam a ser seus “dis- cípulos”. Em represália, objetiva matá- los social e politicamente, em razão de sua mente perturbada pelo narcisismo. Ele não busca a impunidade, pro- tegendo-se no anonimato, como os as- sassinos em série, ao contrário, procu- ra os holofotes para alumiar seu ego injustificadamente grande, mas sobre- vive resguardado pelo escudo protetor com que o blindam seus seguidores fa- náticos. Ainda assim, ele se esconde, mas atrás de uma escrivaninha na Virgí- nia, bem longe de suas vítimas e de quem quer que queira investigá-lo. É verdade que ele seduz as pesso- as à primeira vista, principalmente as mais jovens, que com ele se identificam pela linguagem vulgar, que interpretam como informal, assim como algumas pes- soas mais experientes, que, desespera- das diante de uma situação política ca- ótica para a qual não vislumbram saída, passam a idolatrar o primeiro idiota que vocifera contra tal condição. A vantagem desse possível re- crutamento de adeptos para a causa con- servadora é fartamente superada pela desagregação que causa no meio em que atua. Apesar do falso discurso conser- vador, ele não se comporta como tal, sabendo-se que sua vida pessoal não é nem um pouco recomendável. Para con- firmação, basta consultar a troca de men- sagens com sua filha, no Facebook ou pesquisar sobre ela no Google. Ele não é um intelectual muito culto e corajoso, senão uma pessoa in- sana, extravagante, além de muito vul- gar e grosseira. Seria muito conveniente identifi- car-se quem financia sua permanência nos Estados Unidos Em resumo, Olavo de Carvalho faz muito mais mal do que bem àqueles a quem diz apoiar. Dessas considerações, podemos concluir que, em números simbólicos, um terço das dificuldades relevantes que o Governo Bolsonaro enfrenta e enfrentará já está sendo criado pelo Presidente da Câmara, o Deputado Ro- drigo Maia, e por seus liderados, outro terço, pelo dito “guru” Olavo de Carva- lho e por seus seguidores e, finalmente, o terceiro terço das dificuldades será, brevemente criado, pelo STF, por meio de seus ministros militantes políticos. As demais dificuldades são admi- nistráveis. Tudo isso faz-nos lembrar da fra- se atribuída ao naturalista e botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, que, se não foi verdadeira para as formigas, aplica-se muito bem a certos seres hu- manos: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Tudo isso faz-nos lembrar da frase atribuída ao naturalista e botânico francês Auguste de Saint- Hilaire, que, se não foi verdadeira para as formigas, aplica-se muito bem a certos seres humanos: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”.