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A importância da afetividade no trabalho do Orientador Educacional frente aos
conflitos escolares no Ensino Médio.1
Luciana da Silva Torturello de Carvalho2
Magali Fernandes3
Resumo:
O objetivo deste estudo é investigar sobre a importância da afetividade no
trabalho do Orientador Educacional nas escolas e nas resoluções dos conflitos
escolares. Para sua elaboração, a metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica,
fundamentada em estudiosos renomados como: Wallon (1995), Freire (2005), Osório e
Valle (2002), Grinspun (2001), dentre outros. A escolha por este tema justifica-se
porque vem ocorrendo muitas mudanças em nossa sociedade nas últimas décadas
e as mudanças educacionais nem sempre ocorrem no mesmo ritmo. Devido as
transformações sociais a escola vem enfrentando a cada dia mais conflitos.
Enfatizamos o Ensino Médio que coincide com a fase da adolescência que já é por
si só uma fase difícil, pois ocorrem muitas transformações biológicas, físicas e
psíquicas no ser humano, que esta deixando de ser criança adentrando na fase
adulta e destacamos o papel do Orientador Educacional que é um profissional
capacitado para intervir na resolução destes conflitos escolares. Constatamos que
quando este renomado profissional acrescenta a afetividade em sua prática diária
ela se torna mais eficaz e significativa auxiliando assim os alunos a entenderem
melhor seu papel na sociedade, a importância do aprendizado e melhorando
consequentemente a sua qualidade de vida escolar.
Palavras-chave: 1-Afetividade. 2-Orientador Educacional. 3-Conflitos escolares.
4-Ensino Médio
Abstract:
The aim of this study is to investigate about the importance of affectivity in
Educational Advisor worker in schools and in school children conflicts resolutions.
For its preparation, the methodology used was Bibliography Research, based in
renowned scholars such as: Wallon (1995), Freire (2005), Osorio and Valle (2002),
Grinspun (2001), among others. The choice of this theme is justified because many
1 O referido trabalho investiga A importância da afetividade no trabalho do Orientador Educacional
frente aos conflitos escolares no Ensino Médio.
2 Graduada em História (UGB) e Pedagogia (UNIRIO), Especialista em Psicopedagogia (UGB),
Gestão de Escola Pública (UFJF) e Educação a Distância (UCDB),Mestranda em Ciências da
Educação (USAL), Servidora Pública. E-mail lucianatorturello@terra.com.br
3 Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso.
2
changes have being occurring in our society in the latest decades and educational
changes haven’t occurred in the same way. Due to social transformations our
schools have been facing more conflicts each day. We emphasize High School levels
that match with adolescence’s phases that is by itself a hard phase, because it
occurs many biological, physical and psychic transformations in human beings, who
are leaving youth and entering into adult phase and thus, we highlight the role of the
Educational Advisor who is a qualified professional to interfere on the resolution of
these school children conflicts. We noted that when this renowned professional adds
the affectivity in his daily practice, he, himself, becomes more effective and significant
helping his students to understand better their role in society, the importance of
learning and improving consequently their quality of school life.
Key-words: 1 – Affectivity 2 - Educational Advisor 3 – School Conflicts 4 –
High School Levels
1-Introdução:
Este artigo busca demonstrar a importância da afetividade no trabalho do
Orientador Escolar, um profissional que desenvolve um trabalho muito importante na
equipe escolar, pois através de seu trabalho é possível aprofundar o
acompanhamento do aprendizado dos alunos, podendo assim auxiliá-los quando
necessário.
Em uma escola diariamente acontece muitos conflitos, até porque vivemos
em uma sociedade um tanto quanto violenta. A violência em todas as suas formas
nos é apresentada todos os dias, seja na falta de respeito ao próximo, na falta de
limites na educação dos jovens, na agressão física, verbal, dentre outras, ou seja,
vivemos uma época de grandes problemas sociais e os alunos refletem na escola
sua vivencia de mundo, o Orientador Educacional é um profissional que tem como
principal função conviver diretamente com o aluno e ajuda-lo a resolver seus
problemas, suas expectativas, enfim seus empasses diante de diversas questões
que surgem diariamente, para que a construção de seu aprendizado seja
significativa, vamos analisar neste trabalho o papel que a afetividade desempenha
neste relacionamento profissional e aluno na busca de uma relação saudável e
eficaz.
3
Para analise destas questões acima relacionadas foram utilizadas pesquisas
bibliográficas analisando o posicionamento de diversos autores, para entendermos o
desenvolvimento do ser humano e como a afetividade se faz importante nas
relações sociais, e sendo o ser humano um ser social, consequentemente seus
aprendizados se desenvolvem através da sua relação com o outro, com o meio e
com si mesmo.
Neste artigo primeiro vamos definir o que é afetividade, que por ser subjetivo
tem vários significados e se faz um pouco complexa para definir, neste sentido
vamos aprofundar o conceito através das fases do desenvolvimento humano e como
a afetividade e cognição estão sempre interligados sendo que em cada fase de
desenvolvimento uma sobressai a outra e assim veremos que na adolescência
fase/idade em que se encontram a maioria dos alunos que estão no Ensino Médio a
afetividade e que prevalece, e nesta fase também o ser humano passar por grandes
transformações biológicas, físicas e psíquicas. Assim o destaque para a afetividade
no trabalho do orientador educacional que trabalha diretamente com os
adolescentes que se encontram no Ensino Médio.
No segundo tópico refletiremos sobre a escola atual e os conflitos escolares,
que são muitos, as reclamações sobre as dificuldades vivenciadas pelas escolas
atualmente são múltiplas, devido a todas as transformações tecnológicas vividas
pela a sociedade, às novas composições familiares, as mudanças de valores, a
violência banalizada todos os dias pelos noticiários, a utilização de drogas, e nossos
alunos refletem na escola suas vivencias diárias na família e na sociedade, enfim as
transformações foram muitas em pouco tempo e podemos destacar que as
mudanças educacionais não acontecem na mesma rapidez, as escolas vão aos
poucos se adaptando as novas demandas sociais, e seus profissionais nem sempre
estão preparados para lidar com essas novas situações, e isso gera muitos conflitos
em nossas escolas, o Orientador Educacional precisa ser um profissional que esteja
sempre ampliando sua formação para que esteja preparado para orientar nossos
alunos que já precisam estar se preparando para o mercado de trabalho, assim uma
postura baseada no afeto e no diálogo muito colabora para a resolução de
problemas enfrentados diariamente pela escola.
4
E por último analisaremos o papel da afetividade no trabalho do Orientador
Escolar, a amplitude do trabalho deste profissional é grande, pois necessita observar
todo o desenvolvimento do aluno, assim como participar de toda demanda de
projetos escolares, é preciso ser um especialista nas relações interpessoais e agir
com afetividade e sensibilidade para ter um olhar diferenciado para as
peculiaridades individuais dos alunos, respeitando seus limites e auxiliando em seu
desenvolvimento escolar e pessoal, pois poderá ajudá-lo a ter novas perspectiva em
relação a vida, ao trabalho, auxiliando em suas escolhas profissionais, enfim
tornando melhor a vida do aluno e guiando seu crescimento profissional e pessoal,
para que ele ao terminar seu Ensino Médio esteja pronto para se inserir na
sociedade e buscar uma melhor qualidade de vida.
2- A Afetividade
A palavra afetividade geralmente nos remete a palavra afeto, o ato de afetar
alguém através de alguma coisa, podemos ser afetados negativamente o que nos
causará mal estar e/ou positivamente que nos causará bem estar, e assim vamos
reagindo aos estímulos externos durante toda a vida. Sendo assim afetividade é a
peça primordial para o processo de desenvolvimento humano, pois durante toda a
vida vamos reagindo a estes estímulos e assim desenvolvendo nosso aprendizado.
O principal teórico que contribui muito para o estudo da importância da
afetividade na educação foi Henri Wallon, ele discorre sobre o desenvolvimento do
ser humano de forma completa não desvencilhando a razão da emoção, pois as
duas estão interligadas e se completam durante todo o desenvolvimento do ser
humano.
De acordo com a teoria psicogenética de Henri Wallon, o ser humano é um
ser completo, que não desenvolve seu aprendizado cognitivo isoladamente, e que
para analisar seu desenvolvimento precisamos levar em conta quatro campos
funcionais motor, afetivo, cognitivo e a pessoa, sendo pessoa o eu próprio e o ser
social, ou seja, o meio onde a pessoa esta inserida, pois grande parte do
desenvolvimento humano ocorre com as relações que as pessoas se desenvolvem
5
umas com as outras e com o meio em que vive, sendo assim através de suas
relações sociais.
Assim Wallon divide as fases de desenvolvimento humano em cinco fases
distintas onde o afetivo e o cognitivo vão alternando sua predominância, sendo o
primeiro Estágio Impulsivo Emocional (0-1 ano- predomínio afetivo), Estágio
Sensório-Motor e Projetivo, onde a criança explora o meio ambiente (1 a 3 anos –
predomínio cognitivo), Estágio do Personalismo, no qual a criança busca a
consciência do “eu” ( 3 a 6 anos – predomínio afetivo), Estágio Categorial, onde a
criança explora o mundo exterior através de muitos avanços intelectuais ( 6 a 11
anos - predomínio cognitivo) e por último o Estagio da Puberdade e da
Adolescência, que é marcado por grandes transformações físicas, biológicas e
emocionais (11 anos em diante – predomínio afetivo).
De acordo com o autor a afetividade e a cognição vão se alternando nas
diferentes fases de desenvolvimento e neste trabalho vamos dar ênfase à última das
fases o Estágio de Puberdade e da Adolescência que é a idade que se encontra a
maioria dos alunos que frequentam o Ensino Médio.
Nesta fase o predomínio é afetivo, e é nesta faixa etária que ocorre grandes
transformações físicas, biológicas e emocionais em uma pessoa, nesta fase os
adolescentes se encontram com muitas duvidas e incertezas, geralmente é uma
fase bem complicada para o adolescente e para as pessoas que se encontram em
torno dele, buscando compreender as mudanças de humor, as rebeldias, as novas
escolhas, enfim uma fase bem complicada.
A afetividade constitui um papel fundamental na formação da
inteligência, de forma a determinar os interesses e necessidades
individuais do indivíduo. Atribui-se às emoções um papel primordial
na formação da vida psíquica, um elo entre o social e o orgânico.
(WALLON, 1995, p.73)
Ainda de acordo com o autor as emoções são a externalização da afetividade
e se externam na forma de diversos sentimentos e encontram-se a flor da pele na
adolescência, nesta fase o adolescente busca sua firmação social e afetiva,
geralmente andam em grupos, e procuram ser aceitos pelos mesmos.
As emoções são a exteriorização da afetividade. (...) Nelas que
assentam os exercícios gregários, que são uma forma primitiva de
6
comunhão e de comunidade. As relações que elas tomam possíveis
afinam os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de
sociabilidade cada vez mais especializados. (WALLON, 1995, p.143)
A escola é um local de grande concentração de convívio social, pois o
adolescente passa grande parte de seu dia na escola. Os alunos na faixa de 15 a 17
anos, encontram-se geralmente no Ensino Médio, e a sua maioria estão vivendo as
transformações causadas pela fase da adolescência.
Na realidade sabemos que o primeiro grupo de convívio social de uma pessoa
é sua família, e é nela em que os primeiros convívios da criança se desenvolvem,
mas é na escola que esse convívio se enriquece devido às diversidades sociais
múltiplas que se concentram no espaço escolar.
Sendo assim o estudo da afetividade entre todos os envolvidos no processo
de ensino-aprendizado se faz necessário para que possamos identificar como os
alunos são afetados e afetam as pessoas que os cercam, como a afetividade
externada através de bons sentimentos podem acrescentar positivamente novas
possibilidades de aprendizado e de soluções de conflitos dentro das unidades
escolares. Assim também como analisar a falta de afeto positivo pode gerar
desinteresse e problemas de convívio social atrapalhando o processo de
aprendizagem e consequentemente o fracasso escolar.
Paulo Freire também destaca a importância do diálogo entre o ensinante e o
aprendente, a troca de experiências e a necessidade do aprendizado ser mutuo,
através do respeito das peculiaridades de cada pessoa envolvida no processo
educacional e destaca:
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que,
enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser
educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do
processo em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de
autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se,funcionalmente,
autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdade se não
contra elas.” (FREIRE, 2005, p. 79)
Sendo assim a afetividade se fortalece criando laços de confiança entre os
envolvidos no processo educacional, e o Orientador Educacional, precisa ter sua
prática permeada de afetividade para que consiga auxiliar seus orientados nas
resoluções de problemas diários, sejam eles de aprendizado, convivência, enfim
7
conflitos que vão surgindo no decorrer de seu desenvolvimento principalmente na
idade em que geralmente encontram-se no Ensino Médio, pois é uma fase de
desenvolvimento humano conflituosa.
Enfim Orientador Educacional tem como sua principal função acompanhar o
desenvolvimento dos alunos, sendo assim a afetividade desenvolvida no
relacionamento entre eles vai ser de grande importância, pois irá enriquecer a
confiança e respeito proporcionando oportunidades de crescimento mutuo.
3-A escola atual e seus conflitos
Atualmente nossa sociedade vive tempos de grandes transformações, o
conhecimento se multiplica em algumas horas, com a propagação da internet as
pessoas interagem com uma rapidez muito grande, conseguimos nos comunicar
com pessoas em qualquer parte do mundo sem fazermos grandes esforços, o
conhecimento esta disponível para quem quiser busca-lo na tela de nossos
smartphones, tabletes, notebooks, dentre outros.
E juntamente com as mudanças tecnológicas as mudanças sociais também
vem ocorrendo em grande escala em nossa sociedade, de um modo geral
mudaram-se valores, as formas de organização familiar, as relações pais e filhos, o
papel da mulher – que a algum tempo já faz parte do mercado de trabalho. Com
tantas inovações, muitos problemas de cunho social também vieram à tona, a
sociedade está mais apressada, mais ocupada, mais violenta, aliás, a violência em
suas diferentes formas também tem aumentado muito e, principalmente, em
comunidades periféricas onde o tráfico de drogas, o desemprego, a gravidez na
adolescência, o alcoolismo, dentre outros problemas sociais tem tornado a vida
muito difícil para essa parte da população, e estes problemas sociais são refletidos
dentro das escolas, principalmente as pessoas que trabalham em escolas periféricas
convivem com as mazelas sociais são refletidas no ambiente escolar. “É provável
que em nenhum outro período da história humanidade tenham ocorrido tantas e tão
significativas mudanças nas relações familiares, e no comportamento humano em
geral, como em nossa época”. (Osório e Valle, 2002, pág.17)
As mudanças educacionais como sabemos ocorrem mais lentamente, sendo
assim nem sempre a escola consegue acompanhar as mudanças sociais e seus
profissionais também muito das vezes encontram-se despreparados para lidar com
8
certas demandas sociais. Se analisarmos, temos uma escola que se expande no
século XIX, uma geração de estudantes do século XXI, com a maioria de seus
profissionais formados no século XX, e assim enfrentamos muitas dificuldades.
E todas essas mudanças, inevitavelmente, vêm afetando o comportamento de
nossa sociedade, e os alunos refletem na escola o que vivenciam na sociedade,
então na escola as boas relações de convívio social são fundamentais para um
relacionamento saudável entre os pares, podemos destacar que a relação
interpessoal afetiva é fundamental para nosso convívio social, somos seres sociais e
precisamos nos relacionar com nosso meio e conquistar um sentimento de aceitação
pelo grupo ao qual convivemos é algo essencial para nossa convivência diária.
Diante dos fatos relatados acima a dificuldade do desenvolvimento do
trabalho escolar é grande, pois as brigas entre os pares, a falta de respeito com o
colega de classe e/ou com o professor, a falta de limite, a dificuldade de cumprir
regras, ausência da família da família na vida do adolescente que assim precisa
sozinho tomar suas decisões e fazer suas escolhas sem um adulto que possa
acompanha-lo e guia-lo pelos melhores caminhos, são alguns problemas presentes
diariamente nas unidades escolares de nosso país.
Outro problema que tem grande destaque é o interesse dos alunos pelo
estudo, vivemos em uma época de muitas informações e pouco aprendizado
significativo, como fazer para que este aluno retenha os conhecimentos de forma
significativa e satisfatória, como fazê-lo aprender a aprender, a escola nem sempre
consegue prender a atenção do aluno, consequentemente os resultados de
aprendizado nem sempre são satisfatórios.
As dificuldades enfrentadas pela escola atual são muitas, há necessidade de
muitas pesquisas e reflexões sobre o tema, de como criar novos ambientes de
aprendizagem para que os alunos se interessem mais, novas maneiras de se
relacionar, respeitando as diferenças individuais e valorizando os conhecimentos
prévios de cada pessoa inserida no processo de ensino-aprendizado e nunca se
esquecendo de respeitar as peculiaridades de cada escola que vão variar de acordo
com a localidade e região em que a mesma encontra-se inserida, porque através da
busca de novas estratégias de ensino e aprendizado pautadas nas novas
tecnologias e modernidades da vida atual, para que assim aos poucos a escola se
transforme em um local onde o aluno consiga adquirir um conhecimento significativo,
9
visando sua inserção social buscando a melhoria da sua qualidade de vida e uma
participação mais ativa na sociedade atual.
O Orientador Educacional na sua função deve se envolver em todas as
atividades da unidade escolar onde esta inserido, sendo assim precisa estar
atualizado e preparado com todas as transformações e mudanças relacionadas
acima, precisa ser um profissional que abandone preconceitos, para que juntamente
com toda a equipe escolar consiga lidar de forma natural com as novas perspectivas
sociais e escolares, ajudando o aluno a ser inserido de forma participativa e crítica
da sociedade atual.
4-O Orientador Educacional e a afetividade
O Orientador Educacional é um importante profissional no desenvolvimento
do trabalho escolar, infelizmente apesar de muitas escolas não contar com a
presença deste profissional, seu trabalho é de grande auxilio ao processo de ensino
aprendizado dos alunos. Infelizmente com toda a complexidade diária do
funcionamento de uma escola a presença do Orientador Escolar, é de grande
importância no auxilio ao desenvolvimento do processo de ensino aprendizado, pois
não tendo um Orientador Educacional para acompanhar o desenvolvimento escolar
dos alunos, esse acompanhamento se torna mais superficial, pois quem o faz
geralmente acumula outros afazeres e funções, como o orientador pedagógico, os
diretores escolares, e no caso da resolução de conflitos quem estiver na escola no
momento do ocorrido.
Nas escolas do estado do Rio de Janeiro o Orientador Educacional é um
membro da equipe diretiva e tem como principais funções focar no desenvolvimento
do aluno como um todo, para que seja garantida uma aprendizagem cognitiva,
psicológica, afetiva, moral, política, esportiva, dentre outras, acompanhar o
desenvolvimento e participação dos alunos nos projetos escolares, nas avaliações,
nas atividades propostas pelos professores, observar as mudanças de
comportamento, as agressividades, o isolamento, as dificuldades de aprendizagem
dos alunos, entrar em contato com as famílias e responsáveis dos alunos para
juntos auxiliarem no seu desenvolvimento, desenvolver trabalhos junto com os
professores em prol do aprendizado dos alunos, desenvolver trabalhos para
orientação profissional e participação social com os alunos, enfim muitas são as
10
atividades que precisam ser desenvolvidas pelo orientador educacional dentro de
uma escola. De acordo com Almeida:
Recentemente, o orientador passou a atuar de forma a tender os
estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um
contexto social, o que influência o processo de aprendizagem. [...] faz
menção que essa mudança tem a ver com a influência de teóricos
construtivistas, como Jean Piaget (1896 -1980), Lev Vygostky (1896
– 1934) e Henri Wallon (1879 – 1962), nos projetos pedagógicos das
escolas, cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento
o estudo científico das mudanças de comportamento, relacionados à
idade durante a vida de uma pessoa. (ALMEIDA, 2009, p.76)
Assim sendo há grande necessidade de uma formação solida e continuada do
profissional, pois o mesmo necessita de uma formação teórica e prática, para que
possa desenvolver um bom trabalho.
Muitas queixas aparecem diariamente nas escolas, sobre a violência e todas
as suas variações, a grande parte dos conflitos que surgem nas escolas são reflexos
dos problemas sociais, como citamos anteriormente, o aluno reflete na escola suas
vivencias sociais, e esses problemas vão variar de acordo com as peculiaridades
existentes na localidade onde a escola está inserida, da maneira como as famílias
acompanham e educam seus filhos, e o Orientador Educacional precisa estar atento
para essas peculiaridades, pois cada pessoa é única e precisa ser tratada como tal,
assim uma análise minuciosa do contexto num geral é fundamental para que se
possa entender melhor os conflitos e assim tentar amenizar a situação e resolvendo
os problemas que vão surgindo diariamente nas unidades escolares.
Como já citado anteriormente a fase da adolescência já por si só é uma fase
muito conflituosa, pois nesta fase acontece na pessoa muitas mudanças físicas,
biológicas, e emocionais, e como observamos acima de acordo com o autor Henri
Wallon há predominância de afetividade nesta fase desenvolvimento do ser humano.
O adolescente passa muitas horas na escola, assim há necessidade de um
maior entendimento em relação a estas transformações, por parte dos profissionais
da educação, pois os conflitos são muitos e a partir de uma base teórica
conseguimos analisar melhor os acontecimentos na prática. O Orientador
Educacional deve observar a necessidade de trazer as famílias e responsáveis para
que fiquem mais próximo do desenvolvimento escolar de seus filho, pois de acordo
com a nova dinâmica da vida moderna os pais nem sempre tem muito tempo para
acompanhar a vida escolar de seus filhos e muitos conflitos conseguem ser
11
desvendados quando temos conhecimento das famílias, e da comunidade onde esta
inserida a unidade escolar, porque os alunos refletem na escola as vivencias de seu
meio social, cultural e econômico. Podemos destacar:
O orientador educacional deve procurar se envolver com a
comunidade, resgatando sua realidade sócio-econômica e cultural
como meio de contribuir para a adequação curricular, tendo em vista
a transformação da escola e da sociedade. A organização da escola
deve contemplar, através de seu próprio espaço físico, os interesses
e necessidades da comunidade, fazendo que ela seja participante do
projeto político-pedagógico que deseja desenvolver. A Orientação
deve trabalhar com um planejamento participativo, sempre voltado
para uma concepção crítica. Um diálogo entre as comunidades das
disciplinas teóricas e das disciplinas práticas permitirá a busca dessa
concepção crítica. (GRINSPUN, 2001,pág 109)
Sendo assim o Orientador Educacional precisa ser um profissional que além
de um solido conhecimento teórico e prático precisa desenvolver suas habilidades
de se relacionar com o público, ou seja precisa ter boas práticas de relações
interpessoais, para que possa conseguir atingir seus objetivos de auxiliar a equipe
diretiva em que está inserido, participar dos projetos escolares, e principalmente
atingir seu principal objetivo que é de auxiliar seus alunos a alcançar resultados
eficazes em seu desenvolvimento escolar e seu preparo para inserção na
sociedade. Trabalho do orientador deve: Explicar as contradições a partir de uma
realidade concreta, promovendo as articulações necessárias, as mediações
possíveis, para que possamos ter uma educação mais justa, mais solidária e
democrática. (GRINSPUN, 2002, p.30)
Uma prática pautada na afetividade e no diálogo é a base para que o
desenvolvimento do trabalho do orientador educacional tenha sucesso, pois hoje
vivemos tempos em que nem sempre as pessoas param para ouvirem umas as
outras, falta diálogo na família, entre os pares, e na sociedade em geral, a melhor
maneira de resolvermos qualquer tipo de conflito e com diálogo e só conseguimos
nos atentar para importância do diálogo, quando temos uma vida cheia de afeto e
empatia pelo outro. A escola precisa ser um local de aprendizado e alegria como nos
destaca Rubem Alves:
Os técnicos em educação desenvolveram métodos de avaliar a
aprendizagem e, baseados em seus resultados, classificam os
alunos. Mas ninguém jamais pensou em avaliar a alegria dos
12
estudantes – mesmo porque não há métodos objetivos para tal.
Porque a alegria é uma condição interior,uma experiência de riqueza
e liberdade de pensamentos e sentimentos.A educação, fascinada
pelo conhecimento do mundo, esqueceu-se de que sua vocação é
despertar o potencial único que jaz adormecido em cada estudante: a
alegria.(ALVES, 2000, p. 19)
No Ensino Médio o aluno encontra-se adentrando em sua vida adulta, não é
mais uma criança e precisa ser ouvido e aprender a ouvir o outro, qualidades que
precisam ser reforçadas através da prática diária de todos os envolvidos no
processo educativo e torna-se um dos mais importantes requisitos no papel do
Orientador Educacional, pois este aluno precisa estar pronto para ingressar no
mercado de trabalho, assim é primordial incentivar e proporcionar um convívio
saudável, através da prática do diálogo, do afeto em prol ao desenvolvimento do
aprendizado significativo para que nossos alunos consigam ter a perspectiva de
uma sociedade mais justa e igualitária.
5-Considerações Finais
Atualmente muito ouvimos falar sobre as dificuldades enfrentadas pela escola
e pelos profissionais de educação realmente são muitas, os alunos refletem no
ambiente escolar as dificuldades e vivencias da sociedade onde estão inseridos, e
como observamos todos os dias através de livros, jornais, revistas e noticiários,
nossa sociedade encontra-se muito violenta. As transformações das últimas
décadas trouxeram muitas mudanças.
As novas tecnologias proporcionaram muitas coisas boas, conseguimos nos
comunicar com uma maior facilidade com pessoas em qualquer lugar do globo
terrestre, mas mudaram-se também valores, formas de se viver, reformularam-se as
famílias, enfim nem todas as mudanças trazem somente benefícios, as famílias hoje
estão mais distantes da educação de seus filhos, às vezes temos a impressão de
que estão ausentes mesmo.
A escola é uma instituição que busca diariamente se apropriar das
transformações sociais, mas sabemos que as mudanças educacionais acontecem
mais lentamente, levamos anos para fazermos modificações nos sistemas escolares
e muitos outros para colhermos bons resultados ou não.
13
O aluno do Ensino Médio geralmente se encontra na fase da adolescência e
já é por si só uma fase complicada, pois busca-se uma firmação como pessoa, deixa
a criança para trás e já se visualiza a vida adulta, assim a necessidade do
profissional ter todo um jeito especial, afetuoso de analisar e lidar com os conflitos
que surgem principalmente nesta faixa etária dos alunos, pois eles vão influenciar
também no seu desempenho acadêmico.
O Orientador Educacional é um profissional muito importante na equipe
escolar, pois as escolas precisam de um profissional com formação continua para se
dedicar exclusivamente a observar e auxiliar o desenvolvimento dos estudantes, em
suas inseguranças e dificuldades em relação ao estudo e a sua preparação para
viver em sociedade.
Somos seres sociais e a afetividade está presente em nossos atos, sendo
assim o Orientador Educacional precisa pautar seu trabalho na afetividade e no
diálogo para que possa obter melhores resultados, como já citamos acima, a escola
é uma instituição social onde as diferenças múltiplas convivem lado a lado e para
que seja um convívio produtivo precisamos cultivar a alegria e o respeito mutuo
entre os pares para que o aprendizado possa acontecer de forma significativa,
sendo assim no desenvolvimento do trabalho do Orientador Educacional a
afetividade é peça primordial, para que assim ele seja capaz de intervir de forma
eficaz na resolução dos problemas que surgem diariamente nas escolas onde atua.
Referencias bibliográficas:
ALMEIDA, Daniela. O mediador da escola. NOVA ESCOLA. Editora Abril. Ano XXIV.
Nº220. Março de 2009. Ministério da Educação FNDE.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Henri Wallon:
Psicologia e Educação. 7ª ed. São Paulo: Loyola, 2004.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. A constituição da
pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 10º ed. São Paulo: Papirus, 2000.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 6º ed. São Paulo:Gente,2001.
14
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 49º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2005.
GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento
infantil. 5. ed. Petrópolis, Vozes, 1995.
GRISPUN, Mírian P. S. Zippin. A Orientação Educacional: Conflito de paradigmas e
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SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997.
OSORIO, L.C.,& VALLE, M.E.P.Terapia de família, novas tendências. Porto
Alegre.Artmed,2002.
WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão Europeia do
Livro, 1995a.
WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1995b.

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A importância da afetividade no trabalho do Orientador

  • 1. A importância da afetividade no trabalho do Orientador Educacional frente aos conflitos escolares no Ensino Médio.1 Luciana da Silva Torturello de Carvalho2 Magali Fernandes3 Resumo: O objetivo deste estudo é investigar sobre a importância da afetividade no trabalho do Orientador Educacional nas escolas e nas resoluções dos conflitos escolares. Para sua elaboração, a metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, fundamentada em estudiosos renomados como: Wallon (1995), Freire (2005), Osório e Valle (2002), Grinspun (2001), dentre outros. A escolha por este tema justifica-se porque vem ocorrendo muitas mudanças em nossa sociedade nas últimas décadas e as mudanças educacionais nem sempre ocorrem no mesmo ritmo. Devido as transformações sociais a escola vem enfrentando a cada dia mais conflitos. Enfatizamos o Ensino Médio que coincide com a fase da adolescência que já é por si só uma fase difícil, pois ocorrem muitas transformações biológicas, físicas e psíquicas no ser humano, que esta deixando de ser criança adentrando na fase adulta e destacamos o papel do Orientador Educacional que é um profissional capacitado para intervir na resolução destes conflitos escolares. Constatamos que quando este renomado profissional acrescenta a afetividade em sua prática diária ela se torna mais eficaz e significativa auxiliando assim os alunos a entenderem melhor seu papel na sociedade, a importância do aprendizado e melhorando consequentemente a sua qualidade de vida escolar. Palavras-chave: 1-Afetividade. 2-Orientador Educacional. 3-Conflitos escolares. 4-Ensino Médio Abstract: The aim of this study is to investigate about the importance of affectivity in Educational Advisor worker in schools and in school children conflicts resolutions. For its preparation, the methodology used was Bibliography Research, based in renowned scholars such as: Wallon (1995), Freire (2005), Osorio and Valle (2002), Grinspun (2001), among others. The choice of this theme is justified because many 1 O referido trabalho investiga A importância da afetividade no trabalho do Orientador Educacional frente aos conflitos escolares no Ensino Médio. 2 Graduada em História (UGB) e Pedagogia (UNIRIO), Especialista em Psicopedagogia (UGB), Gestão de Escola Pública (UFJF) e Educação a Distância (UCDB),Mestranda em Ciências da Educação (USAL), Servidora Pública. E-mail lucianatorturello@terra.com.br 3 Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso.
  • 2. 2 changes have being occurring in our society in the latest decades and educational changes haven’t occurred in the same way. Due to social transformations our schools have been facing more conflicts each day. We emphasize High School levels that match with adolescence’s phases that is by itself a hard phase, because it occurs many biological, physical and psychic transformations in human beings, who are leaving youth and entering into adult phase and thus, we highlight the role of the Educational Advisor who is a qualified professional to interfere on the resolution of these school children conflicts. We noted that when this renowned professional adds the affectivity in his daily practice, he, himself, becomes more effective and significant helping his students to understand better their role in society, the importance of learning and improving consequently their quality of school life. Key-words: 1 – Affectivity 2 - Educational Advisor 3 – School Conflicts 4 – High School Levels 1-Introdução: Este artigo busca demonstrar a importância da afetividade no trabalho do Orientador Escolar, um profissional que desenvolve um trabalho muito importante na equipe escolar, pois através de seu trabalho é possível aprofundar o acompanhamento do aprendizado dos alunos, podendo assim auxiliá-los quando necessário. Em uma escola diariamente acontece muitos conflitos, até porque vivemos em uma sociedade um tanto quanto violenta. A violência em todas as suas formas nos é apresentada todos os dias, seja na falta de respeito ao próximo, na falta de limites na educação dos jovens, na agressão física, verbal, dentre outras, ou seja, vivemos uma época de grandes problemas sociais e os alunos refletem na escola sua vivencia de mundo, o Orientador Educacional é um profissional que tem como principal função conviver diretamente com o aluno e ajuda-lo a resolver seus problemas, suas expectativas, enfim seus empasses diante de diversas questões que surgem diariamente, para que a construção de seu aprendizado seja significativa, vamos analisar neste trabalho o papel que a afetividade desempenha neste relacionamento profissional e aluno na busca de uma relação saudável e eficaz.
  • 3. 3 Para analise destas questões acima relacionadas foram utilizadas pesquisas bibliográficas analisando o posicionamento de diversos autores, para entendermos o desenvolvimento do ser humano e como a afetividade se faz importante nas relações sociais, e sendo o ser humano um ser social, consequentemente seus aprendizados se desenvolvem através da sua relação com o outro, com o meio e com si mesmo. Neste artigo primeiro vamos definir o que é afetividade, que por ser subjetivo tem vários significados e se faz um pouco complexa para definir, neste sentido vamos aprofundar o conceito através das fases do desenvolvimento humano e como a afetividade e cognição estão sempre interligados sendo que em cada fase de desenvolvimento uma sobressai a outra e assim veremos que na adolescência fase/idade em que se encontram a maioria dos alunos que estão no Ensino Médio a afetividade e que prevalece, e nesta fase também o ser humano passar por grandes transformações biológicas, físicas e psíquicas. Assim o destaque para a afetividade no trabalho do orientador educacional que trabalha diretamente com os adolescentes que se encontram no Ensino Médio. No segundo tópico refletiremos sobre a escola atual e os conflitos escolares, que são muitos, as reclamações sobre as dificuldades vivenciadas pelas escolas atualmente são múltiplas, devido a todas as transformações tecnológicas vividas pela a sociedade, às novas composições familiares, as mudanças de valores, a violência banalizada todos os dias pelos noticiários, a utilização de drogas, e nossos alunos refletem na escola suas vivencias diárias na família e na sociedade, enfim as transformações foram muitas em pouco tempo e podemos destacar que as mudanças educacionais não acontecem na mesma rapidez, as escolas vão aos poucos se adaptando as novas demandas sociais, e seus profissionais nem sempre estão preparados para lidar com essas novas situações, e isso gera muitos conflitos em nossas escolas, o Orientador Educacional precisa ser um profissional que esteja sempre ampliando sua formação para que esteja preparado para orientar nossos alunos que já precisam estar se preparando para o mercado de trabalho, assim uma postura baseada no afeto e no diálogo muito colabora para a resolução de problemas enfrentados diariamente pela escola.
  • 4. 4 E por último analisaremos o papel da afetividade no trabalho do Orientador Escolar, a amplitude do trabalho deste profissional é grande, pois necessita observar todo o desenvolvimento do aluno, assim como participar de toda demanda de projetos escolares, é preciso ser um especialista nas relações interpessoais e agir com afetividade e sensibilidade para ter um olhar diferenciado para as peculiaridades individuais dos alunos, respeitando seus limites e auxiliando em seu desenvolvimento escolar e pessoal, pois poderá ajudá-lo a ter novas perspectiva em relação a vida, ao trabalho, auxiliando em suas escolhas profissionais, enfim tornando melhor a vida do aluno e guiando seu crescimento profissional e pessoal, para que ele ao terminar seu Ensino Médio esteja pronto para se inserir na sociedade e buscar uma melhor qualidade de vida. 2- A Afetividade A palavra afetividade geralmente nos remete a palavra afeto, o ato de afetar alguém através de alguma coisa, podemos ser afetados negativamente o que nos causará mal estar e/ou positivamente que nos causará bem estar, e assim vamos reagindo aos estímulos externos durante toda a vida. Sendo assim afetividade é a peça primordial para o processo de desenvolvimento humano, pois durante toda a vida vamos reagindo a estes estímulos e assim desenvolvendo nosso aprendizado. O principal teórico que contribui muito para o estudo da importância da afetividade na educação foi Henri Wallon, ele discorre sobre o desenvolvimento do ser humano de forma completa não desvencilhando a razão da emoção, pois as duas estão interligadas e se completam durante todo o desenvolvimento do ser humano. De acordo com a teoria psicogenética de Henri Wallon, o ser humano é um ser completo, que não desenvolve seu aprendizado cognitivo isoladamente, e que para analisar seu desenvolvimento precisamos levar em conta quatro campos funcionais motor, afetivo, cognitivo e a pessoa, sendo pessoa o eu próprio e o ser social, ou seja, o meio onde a pessoa esta inserida, pois grande parte do desenvolvimento humano ocorre com as relações que as pessoas se desenvolvem
  • 5. 5 umas com as outras e com o meio em que vive, sendo assim através de suas relações sociais. Assim Wallon divide as fases de desenvolvimento humano em cinco fases distintas onde o afetivo e o cognitivo vão alternando sua predominância, sendo o primeiro Estágio Impulsivo Emocional (0-1 ano- predomínio afetivo), Estágio Sensório-Motor e Projetivo, onde a criança explora o meio ambiente (1 a 3 anos – predomínio cognitivo), Estágio do Personalismo, no qual a criança busca a consciência do “eu” ( 3 a 6 anos – predomínio afetivo), Estágio Categorial, onde a criança explora o mundo exterior através de muitos avanços intelectuais ( 6 a 11 anos - predomínio cognitivo) e por último o Estagio da Puberdade e da Adolescência, que é marcado por grandes transformações físicas, biológicas e emocionais (11 anos em diante – predomínio afetivo). De acordo com o autor a afetividade e a cognição vão se alternando nas diferentes fases de desenvolvimento e neste trabalho vamos dar ênfase à última das fases o Estágio de Puberdade e da Adolescência que é a idade que se encontra a maioria dos alunos que frequentam o Ensino Médio. Nesta fase o predomínio é afetivo, e é nesta faixa etária que ocorre grandes transformações físicas, biológicas e emocionais em uma pessoa, nesta fase os adolescentes se encontram com muitas duvidas e incertezas, geralmente é uma fase bem complicada para o adolescente e para as pessoas que se encontram em torno dele, buscando compreender as mudanças de humor, as rebeldias, as novas escolhas, enfim uma fase bem complicada. A afetividade constitui um papel fundamental na formação da inteligência, de forma a determinar os interesses e necessidades individuais do indivíduo. Atribui-se às emoções um papel primordial na formação da vida psíquica, um elo entre o social e o orgânico. (WALLON, 1995, p.73) Ainda de acordo com o autor as emoções são a externalização da afetividade e se externam na forma de diversos sentimentos e encontram-se a flor da pele na adolescência, nesta fase o adolescente busca sua firmação social e afetiva, geralmente andam em grupos, e procuram ser aceitos pelos mesmos. As emoções são a exteriorização da afetividade. (...) Nelas que assentam os exercícios gregários, que são uma forma primitiva de
  • 6. 6 comunhão e de comunidade. As relações que elas tomam possíveis afinam os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados. (WALLON, 1995, p.143) A escola é um local de grande concentração de convívio social, pois o adolescente passa grande parte de seu dia na escola. Os alunos na faixa de 15 a 17 anos, encontram-se geralmente no Ensino Médio, e a sua maioria estão vivendo as transformações causadas pela fase da adolescência. Na realidade sabemos que o primeiro grupo de convívio social de uma pessoa é sua família, e é nela em que os primeiros convívios da criança se desenvolvem, mas é na escola que esse convívio se enriquece devido às diversidades sociais múltiplas que se concentram no espaço escolar. Sendo assim o estudo da afetividade entre todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizado se faz necessário para que possamos identificar como os alunos são afetados e afetam as pessoas que os cercam, como a afetividade externada através de bons sentimentos podem acrescentar positivamente novas possibilidades de aprendizado e de soluções de conflitos dentro das unidades escolares. Assim também como analisar a falta de afeto positivo pode gerar desinteresse e problemas de convívio social atrapalhando o processo de aprendizagem e consequentemente o fracasso escolar. Paulo Freire também destaca a importância do diálogo entre o ensinante e o aprendente, a troca de experiências e a necessidade do aprendizado ser mutuo, através do respeito das peculiaridades de cada pessoa envolvida no processo educacional e destaca: Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se,funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdade se não contra elas.” (FREIRE, 2005, p. 79) Sendo assim a afetividade se fortalece criando laços de confiança entre os envolvidos no processo educacional, e o Orientador Educacional, precisa ter sua prática permeada de afetividade para que consiga auxiliar seus orientados nas resoluções de problemas diários, sejam eles de aprendizado, convivência, enfim
  • 7. 7 conflitos que vão surgindo no decorrer de seu desenvolvimento principalmente na idade em que geralmente encontram-se no Ensino Médio, pois é uma fase de desenvolvimento humano conflituosa. Enfim Orientador Educacional tem como sua principal função acompanhar o desenvolvimento dos alunos, sendo assim a afetividade desenvolvida no relacionamento entre eles vai ser de grande importância, pois irá enriquecer a confiança e respeito proporcionando oportunidades de crescimento mutuo. 3-A escola atual e seus conflitos Atualmente nossa sociedade vive tempos de grandes transformações, o conhecimento se multiplica em algumas horas, com a propagação da internet as pessoas interagem com uma rapidez muito grande, conseguimos nos comunicar com pessoas em qualquer parte do mundo sem fazermos grandes esforços, o conhecimento esta disponível para quem quiser busca-lo na tela de nossos smartphones, tabletes, notebooks, dentre outros. E juntamente com as mudanças tecnológicas as mudanças sociais também vem ocorrendo em grande escala em nossa sociedade, de um modo geral mudaram-se valores, as formas de organização familiar, as relações pais e filhos, o papel da mulher – que a algum tempo já faz parte do mercado de trabalho. Com tantas inovações, muitos problemas de cunho social também vieram à tona, a sociedade está mais apressada, mais ocupada, mais violenta, aliás, a violência em suas diferentes formas também tem aumentado muito e, principalmente, em comunidades periféricas onde o tráfico de drogas, o desemprego, a gravidez na adolescência, o alcoolismo, dentre outros problemas sociais tem tornado a vida muito difícil para essa parte da população, e estes problemas sociais são refletidos dentro das escolas, principalmente as pessoas que trabalham em escolas periféricas convivem com as mazelas sociais são refletidas no ambiente escolar. “É provável que em nenhum outro período da história humanidade tenham ocorrido tantas e tão significativas mudanças nas relações familiares, e no comportamento humano em geral, como em nossa época”. (Osório e Valle, 2002, pág.17) As mudanças educacionais como sabemos ocorrem mais lentamente, sendo assim nem sempre a escola consegue acompanhar as mudanças sociais e seus profissionais também muito das vezes encontram-se despreparados para lidar com
  • 8. 8 certas demandas sociais. Se analisarmos, temos uma escola que se expande no século XIX, uma geração de estudantes do século XXI, com a maioria de seus profissionais formados no século XX, e assim enfrentamos muitas dificuldades. E todas essas mudanças, inevitavelmente, vêm afetando o comportamento de nossa sociedade, e os alunos refletem na escola o que vivenciam na sociedade, então na escola as boas relações de convívio social são fundamentais para um relacionamento saudável entre os pares, podemos destacar que a relação interpessoal afetiva é fundamental para nosso convívio social, somos seres sociais e precisamos nos relacionar com nosso meio e conquistar um sentimento de aceitação pelo grupo ao qual convivemos é algo essencial para nossa convivência diária. Diante dos fatos relatados acima a dificuldade do desenvolvimento do trabalho escolar é grande, pois as brigas entre os pares, a falta de respeito com o colega de classe e/ou com o professor, a falta de limite, a dificuldade de cumprir regras, ausência da família da família na vida do adolescente que assim precisa sozinho tomar suas decisões e fazer suas escolhas sem um adulto que possa acompanha-lo e guia-lo pelos melhores caminhos, são alguns problemas presentes diariamente nas unidades escolares de nosso país. Outro problema que tem grande destaque é o interesse dos alunos pelo estudo, vivemos em uma época de muitas informações e pouco aprendizado significativo, como fazer para que este aluno retenha os conhecimentos de forma significativa e satisfatória, como fazê-lo aprender a aprender, a escola nem sempre consegue prender a atenção do aluno, consequentemente os resultados de aprendizado nem sempre são satisfatórios. As dificuldades enfrentadas pela escola atual são muitas, há necessidade de muitas pesquisas e reflexões sobre o tema, de como criar novos ambientes de aprendizagem para que os alunos se interessem mais, novas maneiras de se relacionar, respeitando as diferenças individuais e valorizando os conhecimentos prévios de cada pessoa inserida no processo de ensino-aprendizado e nunca se esquecendo de respeitar as peculiaridades de cada escola que vão variar de acordo com a localidade e região em que a mesma encontra-se inserida, porque através da busca de novas estratégias de ensino e aprendizado pautadas nas novas tecnologias e modernidades da vida atual, para que assim aos poucos a escola se transforme em um local onde o aluno consiga adquirir um conhecimento significativo,
  • 9. 9 visando sua inserção social buscando a melhoria da sua qualidade de vida e uma participação mais ativa na sociedade atual. O Orientador Educacional na sua função deve se envolver em todas as atividades da unidade escolar onde esta inserido, sendo assim precisa estar atualizado e preparado com todas as transformações e mudanças relacionadas acima, precisa ser um profissional que abandone preconceitos, para que juntamente com toda a equipe escolar consiga lidar de forma natural com as novas perspectivas sociais e escolares, ajudando o aluno a ser inserido de forma participativa e crítica da sociedade atual. 4-O Orientador Educacional e a afetividade O Orientador Educacional é um importante profissional no desenvolvimento do trabalho escolar, infelizmente apesar de muitas escolas não contar com a presença deste profissional, seu trabalho é de grande auxilio ao processo de ensino aprendizado dos alunos. Infelizmente com toda a complexidade diária do funcionamento de uma escola a presença do Orientador Escolar, é de grande importância no auxilio ao desenvolvimento do processo de ensino aprendizado, pois não tendo um Orientador Educacional para acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos, esse acompanhamento se torna mais superficial, pois quem o faz geralmente acumula outros afazeres e funções, como o orientador pedagógico, os diretores escolares, e no caso da resolução de conflitos quem estiver na escola no momento do ocorrido. Nas escolas do estado do Rio de Janeiro o Orientador Educacional é um membro da equipe diretiva e tem como principais funções focar no desenvolvimento do aluno como um todo, para que seja garantida uma aprendizagem cognitiva, psicológica, afetiva, moral, política, esportiva, dentre outras, acompanhar o desenvolvimento e participação dos alunos nos projetos escolares, nas avaliações, nas atividades propostas pelos professores, observar as mudanças de comportamento, as agressividades, o isolamento, as dificuldades de aprendizagem dos alunos, entrar em contato com as famílias e responsáveis dos alunos para juntos auxiliarem no seu desenvolvimento, desenvolver trabalhos junto com os professores em prol do aprendizado dos alunos, desenvolver trabalhos para orientação profissional e participação social com os alunos, enfim muitas são as
  • 10. 10 atividades que precisam ser desenvolvidas pelo orientador educacional dentro de uma escola. De acordo com Almeida: Recentemente, o orientador passou a atuar de forma a tender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto social, o que influência o processo de aprendizagem. [...] faz menção que essa mudança tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget (1896 -1980), Lev Vygostky (1896 – 1934) e Henri Wallon (1879 – 1962), nos projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento o estudo científico das mudanças de comportamento, relacionados à idade durante a vida de uma pessoa. (ALMEIDA, 2009, p.76) Assim sendo há grande necessidade de uma formação solida e continuada do profissional, pois o mesmo necessita de uma formação teórica e prática, para que possa desenvolver um bom trabalho. Muitas queixas aparecem diariamente nas escolas, sobre a violência e todas as suas variações, a grande parte dos conflitos que surgem nas escolas são reflexos dos problemas sociais, como citamos anteriormente, o aluno reflete na escola suas vivencias sociais, e esses problemas vão variar de acordo com as peculiaridades existentes na localidade onde a escola está inserida, da maneira como as famílias acompanham e educam seus filhos, e o Orientador Educacional precisa estar atento para essas peculiaridades, pois cada pessoa é única e precisa ser tratada como tal, assim uma análise minuciosa do contexto num geral é fundamental para que se possa entender melhor os conflitos e assim tentar amenizar a situação e resolvendo os problemas que vão surgindo diariamente nas unidades escolares. Como já citado anteriormente a fase da adolescência já por si só é uma fase muito conflituosa, pois nesta fase acontece na pessoa muitas mudanças físicas, biológicas, e emocionais, e como observamos acima de acordo com o autor Henri Wallon há predominância de afetividade nesta fase desenvolvimento do ser humano. O adolescente passa muitas horas na escola, assim há necessidade de um maior entendimento em relação a estas transformações, por parte dos profissionais da educação, pois os conflitos são muitos e a partir de uma base teórica conseguimos analisar melhor os acontecimentos na prática. O Orientador Educacional deve observar a necessidade de trazer as famílias e responsáveis para que fiquem mais próximo do desenvolvimento escolar de seus filho, pois de acordo com a nova dinâmica da vida moderna os pais nem sempre tem muito tempo para acompanhar a vida escolar de seus filhos e muitos conflitos conseguem ser
  • 11. 11 desvendados quando temos conhecimento das famílias, e da comunidade onde esta inserida a unidade escolar, porque os alunos refletem na escola as vivencias de seu meio social, cultural e econômico. Podemos destacar: O orientador educacional deve procurar se envolver com a comunidade, resgatando sua realidade sócio-econômica e cultural como meio de contribuir para a adequação curricular, tendo em vista a transformação da escola e da sociedade. A organização da escola deve contemplar, através de seu próprio espaço físico, os interesses e necessidades da comunidade, fazendo que ela seja participante do projeto político-pedagógico que deseja desenvolver. A Orientação deve trabalhar com um planejamento participativo, sempre voltado para uma concepção crítica. Um diálogo entre as comunidades das disciplinas teóricas e das disciplinas práticas permitirá a busca dessa concepção crítica. (GRINSPUN, 2001,pág 109) Sendo assim o Orientador Educacional precisa ser um profissional que além de um solido conhecimento teórico e prático precisa desenvolver suas habilidades de se relacionar com o público, ou seja precisa ter boas práticas de relações interpessoais, para que possa conseguir atingir seus objetivos de auxiliar a equipe diretiva em que está inserido, participar dos projetos escolares, e principalmente atingir seu principal objetivo que é de auxiliar seus alunos a alcançar resultados eficazes em seu desenvolvimento escolar e seu preparo para inserção na sociedade. Trabalho do orientador deve: Explicar as contradições a partir de uma realidade concreta, promovendo as articulações necessárias, as mediações possíveis, para que possamos ter uma educação mais justa, mais solidária e democrática. (GRINSPUN, 2002, p.30) Uma prática pautada na afetividade e no diálogo é a base para que o desenvolvimento do trabalho do orientador educacional tenha sucesso, pois hoje vivemos tempos em que nem sempre as pessoas param para ouvirem umas as outras, falta diálogo na família, entre os pares, e na sociedade em geral, a melhor maneira de resolvermos qualquer tipo de conflito e com diálogo e só conseguimos nos atentar para importância do diálogo, quando temos uma vida cheia de afeto e empatia pelo outro. A escola precisa ser um local de aprendizado e alegria como nos destaca Rubem Alves: Os técnicos em educação desenvolveram métodos de avaliar a aprendizagem e, baseados em seus resultados, classificam os alunos. Mas ninguém jamais pensou em avaliar a alegria dos
  • 12. 12 estudantes – mesmo porque não há métodos objetivos para tal. Porque a alegria é uma condição interior,uma experiência de riqueza e liberdade de pensamentos e sentimentos.A educação, fascinada pelo conhecimento do mundo, esqueceu-se de que sua vocação é despertar o potencial único que jaz adormecido em cada estudante: a alegria.(ALVES, 2000, p. 19) No Ensino Médio o aluno encontra-se adentrando em sua vida adulta, não é mais uma criança e precisa ser ouvido e aprender a ouvir o outro, qualidades que precisam ser reforçadas através da prática diária de todos os envolvidos no processo educativo e torna-se um dos mais importantes requisitos no papel do Orientador Educacional, pois este aluno precisa estar pronto para ingressar no mercado de trabalho, assim é primordial incentivar e proporcionar um convívio saudável, através da prática do diálogo, do afeto em prol ao desenvolvimento do aprendizado significativo para que nossos alunos consigam ter a perspectiva de uma sociedade mais justa e igualitária. 5-Considerações Finais Atualmente muito ouvimos falar sobre as dificuldades enfrentadas pela escola e pelos profissionais de educação realmente são muitas, os alunos refletem no ambiente escolar as dificuldades e vivencias da sociedade onde estão inseridos, e como observamos todos os dias através de livros, jornais, revistas e noticiários, nossa sociedade encontra-se muito violenta. As transformações das últimas décadas trouxeram muitas mudanças. As novas tecnologias proporcionaram muitas coisas boas, conseguimos nos comunicar com uma maior facilidade com pessoas em qualquer lugar do globo terrestre, mas mudaram-se também valores, formas de se viver, reformularam-se as famílias, enfim nem todas as mudanças trazem somente benefícios, as famílias hoje estão mais distantes da educação de seus filhos, às vezes temos a impressão de que estão ausentes mesmo. A escola é uma instituição que busca diariamente se apropriar das transformações sociais, mas sabemos que as mudanças educacionais acontecem mais lentamente, levamos anos para fazermos modificações nos sistemas escolares e muitos outros para colhermos bons resultados ou não.
  • 13. 13 O aluno do Ensino Médio geralmente se encontra na fase da adolescência e já é por si só uma fase complicada, pois busca-se uma firmação como pessoa, deixa a criança para trás e já se visualiza a vida adulta, assim a necessidade do profissional ter todo um jeito especial, afetuoso de analisar e lidar com os conflitos que surgem principalmente nesta faixa etária dos alunos, pois eles vão influenciar também no seu desempenho acadêmico. O Orientador Educacional é um profissional muito importante na equipe escolar, pois as escolas precisam de um profissional com formação continua para se dedicar exclusivamente a observar e auxiliar o desenvolvimento dos estudantes, em suas inseguranças e dificuldades em relação ao estudo e a sua preparação para viver em sociedade. Somos seres sociais e a afetividade está presente em nossos atos, sendo assim o Orientador Educacional precisa pautar seu trabalho na afetividade e no diálogo para que possa obter melhores resultados, como já citamos acima, a escola é uma instituição social onde as diferenças múltiplas convivem lado a lado e para que seja um convívio produtivo precisamos cultivar a alegria e o respeito mutuo entre os pares para que o aprendizado possa acontecer de forma significativa, sendo assim no desenvolvimento do trabalho do Orientador Educacional a afetividade é peça primordial, para que assim ele seja capaz de intervir de forma eficaz na resolução dos problemas que surgem diariamente nas escolas onde atua. Referencias bibliográficas: ALMEIDA, Daniela. O mediador da escola. NOVA ESCOLA. Editora Abril. Ano XXIV. Nº220. Março de 2009. Ministério da Educação FNDE. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Henri Wallon: Psicologia e Educação. 7ª ed. São Paulo: Loyola, 2004. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. A constituição da pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2004. ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 10º ed. São Paulo: Papirus, 2000. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 6º ed. São Paulo:Gente,2001.
  • 14. 14 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 49º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2005. GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 5. ed. Petrópolis, Vozes, 1995. GRISPUN, Mírian P. S. Zippin. A Orientação Educacional: Conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001. SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997. OSORIO, L.C.,& VALLE, M.E.P.Terapia de família, novas tendências. Porto Alegre.Artmed,2002. WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1995a. WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1995b.