O documento discute a produção de crônicas em sala de aula para facilitar a escrita dos alunos. A crônica é definida como uma narrativa curta sobre fatos do cotidiano que pode ser ficcionais ou reais, e ajuda os alunos a relatar temas de forma criativa. O professor deve incentivar diferentes tipos de textos para desenvolver as habilidades de escrita dos estudantes.
1. PRODUÇÃO TEXTUAL: CRÔNICA
∗
Alaídes Martins Sodré
RESUMO
Para combater o problema existente com relação a dificuldade enorme que têm os alunos em
produzir textos, faz-se necessário que lhes sejam abertos leques de diversidades textuais, para
que possa ler, conhecer e identificar-se com diferentes tipos de gêneros literários. A produção
textual na escola facilita ao aluno o uso adequado da língua materna, bem como a capacidade
de aprimorar a escrita e por meio dela revelar-se. Cabe ao professor ser o mediador da relação
aluno e escrita, oportunizando situações e meios que difundem os diversos tipos de texto no
meio escolar. O texto cronístico é atualmente o mais lido entre os brasileiros, difunde-se por
seu teor humorístico, aproximando o leitor das situações do dia-a-dia, possibilitando
proximidade e apreço pelo gênero. A crônica é uma narrativa de tipo variável, podendo ser
mais de caráter ficcional ou de caráter mais próximo à realidade, em que o autor narra fatos,
comentando e expondo o seu ponto de vista, e, isto facilita ao aluno, ao relatar sobre um
determinado tema que escreva, com mais facilidade e criatividade, buscando despertar o
interesse e a vontade de chegar ao final da leitura de forma prazerosa.
Palavras-chave: produção textual; escrita; escola; aluno; aprendizagem .
INTRODUÇÃO
"... a crônica é um comentário leve e breve sobre algum fato do cotidiano. Algo para
ser lido enquanto se toma o café da manhã, na feliz expressão de Fernando Sabino."
O presente artigo "A produção de crônicas em sala de aula" viabilizará ao aluno não
tão somente o reconhecimento da leitura em si, como forma de comunicação universal e
∗
Acadêmica do Curso de Letras – Supervisão Escolar da Universidade Luterana do Brasil – Campus Guaíba/RS
– Disciplina: Estratégias de Leitura em Língua Portuguesa, monitorada pela Professora Márcia Gil Wagner.
2. 2
decodificação de sinais, mas sobretudo a capacidade de distinguir diferentes formas da escrita
quanto a intenção do teor apresentado.
Referindo-se especificamente à forma narrativa CRÔNICA, o artigo visa em si
despertar no discente o interesse pelo gênero em foco, reconhecendo suas características,
identificando, apreciando-o, assim como deverá ser motivado e capacitado a produção textual
de crônicas.
Serão utilizadas técnicas de estímulos à produção de textos, inerentes ao gênero em
destaque, onde serão trabalhadas as características, estrutura, tipos, finalidade e autores
cronistas, objetivando a interação do aluno com a leitura e criação de crônicas para que,
através da mesma o leitor-autor torne-se capaz de expressar suas vivências cotidianas, causar
auto-reflexão assim como a outras pessoas, satirizando ou polemizando o dia-a-dia de cada
um.
1 JUSTIFICATIVA
O homem não vive só.
Necessita do universo que o circunda. Rodeado de pessoas, coisas e situações, está
atrelado à vivências múltiplas e diferenciáveis. Capaz de discernir, compreender e julgar os
fatos, os seres e a si mesmo, é o homem um ser singular na capacidade única que possui de
avaliar, criticar e expor seus pensamentos e atos por meio destas ou aquelas palavras.
A crônica tem a peculiar importância porque, em seu permeio, é dada ao indivíduo a
oportunidade de revelar sentimentos e opiniões, enfim identificar-se irônica ou poeticamente
com as circunstâncias que o envolvem no seu dia-a-dia.
Essa forma narrativa, tão pouco trabalhada e conseqüentemente menos familiar aos
alunos, tem sua relevante distinção e significado, pois permite ao aluno a possibilidade de
identificar-se e expressar-se, transcendendo muitas vezes, emoções repelidas e palavras não
3. 3
ditas. Em função dessas necessidades escolhemos o presente tema, visando divulgar e
explorar o gênero cronístico enriquecendo a capacidade de produção textual do aluno.
Por isso, acreditamos ser imprescindível o despertar do gosto pela crônica em nossos
discentes e, objetivamos despertar esse apreço e interesse através desse projeto.
Visto que é a crônica um resgate das nossas vivências e o registro das múltiplas
situações que envolvem, quer seja o passado ou presente fragmentado, que revelam o
cotidiano com pequenos e grandes lances do dia-a-dia, instantâneos e cheios de
personalidades da nossa cultura multicolorida e plural.
"(...) seja um registro do passado, seja um flagrante do presente, a crônica é sempre
um resgate do tempo" (Ilka Laurito).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para combater o problema que existe com relação a dificuldade enorme que têm os
alunos em produzir textos, faz-se necessário que sejam-lhe abertos leques de diversidades
textuais, para que possa ler, conhecer e identificar-se com os diferentes tipos de gêneros
literários.
Cabe ao professor ser mediador da relação aluno e escrita, oportunizando situações e
meios que difundem os diversos tipos de texto no meio escolar.
O mundo que nos cerca exige que nos aperfeiçoemos como seres expressivos,
críticos e comunicativos.
A escrita possibilita ao indivíduo a inserção verídica no seu meio, manifestando suas
convicções ou mesmo falta delas.
A produção textual na escola facilita ao aluno o uso adequado da língua materna,
bem como a capacidade de aprimorar a escrita e por meio dela revelar-se.
4. 4
O texto cronístico é atualmente o mais lido entre os brasileiros, difunde-se por seu
teor humorístico, aproximando o leitor para as situações do dia-a-dia, causando proximidade e
apreço pelo gênero.
É demasiadamente importante que o aluno conheça e produza crônicas dentro ou fora
da escola, ampliando seu universo de produção textual, que facilitará a compreensão e
participação do mesmo no contexto no qual faz parte.
2.1 A PALAVRA "CRÔNICA"
Do grego chronikós, relativo a tempo (chrónos), pelo latim chronica, o vocábulo
"crônica" designava no início da era cristã uma lista ou relação de acontecimentos ordenados
cronologicamente.
Situada entre os anais e a história, tinha como função registrar os eventos sem
aprofundar-lhes as causas ou tentar interpretá-los. Atingiu o ápice depois do século XII,
graças a Frossart, na França, Geoffrey of Monmouth, na Inglaterra, Fernão Lopes em Portugal,
Alfonso X na Espanha, ao aproximar-se da história mostrando traços da ficção literária. Foi
na Renascença, que o termo "crônica" cedeu lugar a "história", finalizando, por conseguinte o
seu milenar sincretismo.
Ao longo do século XVI, o vocabulário ainda continuou a ser utilizado, no sentido
histórico, como, por exemplo, nas Chronicles of England, Scothand and Ireland (1577), de
Raphael Holenshad, ou nos chronecle plays, peças de teatro baseadas em assuntos verídicos,
como as de Shakespeare.
2.2 A HISTÓRIA E A ORIGEM DA CRÔNICA MODERNA
Com a ampla difusão da imprensa no século XIX, a crônica começa a ser empregada
nos jornais, propondo uma visão menos formal e histórica dos fatos, relatando de maneira
mais literária os acontecimentos do dia-a-dia. Sua primeira aparição se dá no Journal de
Débats publicados em Paris por Julien - Louis Geoffroy (1799). Encontrou vários paralelos,
inclusive no Brasil (1836) e que traduziam o termo francês por "folhetim" e, começa a ser
usado largamente por vários escritores também na acepção de "narrativa histórica", desde
5. 5
Alencar até Machado de Assis. Entre 1990 e 1920 a crônica alcança sua fase de esplendor,
principiando por João do Rio. Na década de 30, alcança larga difusão e aceitação com Rubem
Braga, seguido por Raquel de Queiróz, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade,
Henrique Pongetti, Paulo Mendes Campos e muitos outros.
A crônica foi se transformando e se afastou do seu conceito original, que acabou
levantando uma questão: a crônica seria uma expressão tipicamente brasileira? No Brasil a
crônica é um relato poético do real, localizada entre a cobertura jornalística e a narração
literária.
Seja qual for a sua origem, a crônica naturalizou-se brasileira, ou melhor, carioca: é
certo que há cronistas, e de mérito, em vários Estados onde a atividade jornalística manifesta
vibração algo mais do que noticiosa, é verdade também que, pelo volume, constância e
qualidade de seus cultores, a crônica parece um produto genuinamente carioca. A crônica tal
qual se desenvolveu entre nós parece não ter similar noutros literaturas, salvo por influência
de nossos escritores (como na moderna literatura portuguesa).
4.3 CONCEITO E ESTRUTURA
A crônica quase sempre é um texto curto com poucas personagens, que se inicia
quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer. Por isso a uma sintaxe lembra
alguma coisa desestruturada, solta, mais próxima da conversa entre dois amigos, do que
propriamente do texto escrito.
A crônica oscila, entre, a reportagem e a literatura, entre o relato impessoal, frio e
descolorido de um acontecimento trivial, e a recriação do cotidiano por meio da fantasia. No
primeiro caso, a crônica envelhece rapidamente e permanece aquém do território literário: na
verdade, a senexência precoce ou tardia de uma crônica decorre de seus débitos para com o
jornalismo stricto sensu.
A crônica deve estar voltada para o cotidiano efêmero e endereçar-se ao público de
jornal e revista, já é uma limitação; fruto de improviso, da resposta imediata ao acontecimento
que fere a retina do escritor ou lhe suscita reminiscências caladas no fundo da memória.
6. 6
2.4 CARACTERÍSTICAS
Em resumo as características da crônica são:
• Narra de forma artística e pessoal fatos colhidos no noticiário jornalístico e no
cotidiano;
• É geralmente um texto narrativo curto e leve, escrito com objetivo de divertir o
leitor e/ou levá-lo a refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos
humanos;
• O narrador pode ser do tipo observador ou personagem;
• Apresenta geralmente a variedade padrão informal, em linguagem simples e
direta, próximo do leitor, uma linguagem subjetiva e literária.
2.5 TIPOS DE CRÔNICA
A rigor, podemos falar na existência de três tipos de crônica, que muitas vezes se
confundem:
• Crônica e Ensaio;
• Crônica de Humor;
• Crônica lírica ou poética.
2.5.1 CRÔNICA E ENSAIO
A crônica e o ensaio caracterizam-se pela subjetividade, envolvem idêntico
movimento do "eu", mas enquanto o ensaio guarda sempre uma intenção, ainda que sob o
disfarce da informalidade, a crônica, ou repele a intencionalidade ou deixa de ser crônica.
A crônica goza, porém, da mesma liberdade do ensaio; não há dois cronistas iguais,
nem duas crônicas idênticas, seja porque a mutação permanente do cotidiano determina a
mobilidade do texto, seja porque a crônica registra a variação emocional do escritor.
7. 7
2.5.2 CRÔNICA DO HUMOR
Procura basicamente o riso, com certo registro irônico dos costumes. Apresenta-se,
como já vimos, tanto sob a forma de um comentário quanto de um relato curto, próximo do
conto.
2.5.3 CRÔNICA LÍRICA OU POÉTICA
Caracteriza-se pelo flagrante de aspectos sentimentais, nostálgicos ou de simples
beleza da vida urbana, especialmente do Rio de Janeiro. Seu maior expoente é Rubem Braga,
seguido por legítimos poetas-prosadores como Carlos Drummond de Andrade, Antônio
Maria, Paulo Mendes Campos e outros. Este tipo de comentário poético parece em desuso,
provavelmente devido à violência e a degradação na vida das grandes cidades brasileiras.
2.6 LINGUAGEM
O estilo em que se vaza o monodiálogo repercute todo o hibridismo da crônica:
direto, espontâneo, jornalístico, de imediata apreensão, nem por isso deixa de manusear todo o
arsenal metafórico que identifica as obras literárias.
A crônica repousa exclusivamente no estilo, e é por meio do estilo que se sustenta.
Cronista sem estilo parece incongruência, e aqui ele se distancia uma vez mais do repórter,
entendido o estilo como a linguagem, o idioleto, que exprime, nas suas especificidades, dada
cosmovisão; estilo não como mero arranjo sintático, mas como instrumento de certa visão do
mundo.
A mistura entre jornalismo e literatura leva o cronista a um freqüente impasse:
Para se constituir como texto artístico, o seu comentário sobre o cotidiano precisa
apresentar uma linguagem que transcenda a de mera informação. Ou seja, precisa de uma
linguagem menos denotativa e mais pessoal. Isso não significa elaboração muito sofisticada
ou pretensiosa. Significa que o estilo deve dar a impressão de naturalidade e a língua escrita
aproxima-se da fala.
8. 8
Nem sempre o cronista atinge o duplo alvo: fazer literatura e expressar-se com
simplicidade. Em função do grande público, é preciso buscar primeiramente a clareza e uma
dimensão de oralidade na escrita. Daí porque a crônica seja considerada por muitos críticos
um gênero menor: aquela vontade de forma que todo o grande artista possui termina
subjugada pela necessidade de ser acessível a todos.
Além disso, o cronista tem prazos para entregar seu material, não podendo nunca
deixar seu texto amadurecer. Mesmo assim, algum desses prosadores, que escrevem sob
pressão de horário rígidos, são capazes de alcançar uma linguagem literária de singular
beleza.
2.7 EVOLUÇÃO
A crônica teve um desenvolvimento específico no Brasil, não faltando historiadores
literários que lhe atribuem um caráter exclusivamente nacional. Com efeito, a crônica como a
entendemos, um pequeno comentário lírico ou irônico sobre tais fatos insignificantes, ou
ainda uma história curta de fundo humorístico, não é comum na imprensa de outros países.
Justifica-se assim a dimensão brasileira desse gênero menor.
A partir da era romântica, surgiu nos jornais do Rio de Janeiro um rodapé conhecido
como folhetim, (o mesmo nome atribuído aos romances que apareciam em capítulos nos
diários da época), onde um autor conhecido escrevia um artigo, comentando as questões do
dia, fossem as artísticas, fossem as sociais. José de Alencar e Machado de Assis, entre
outros, ocuparam este espaço de variedades, legítima matriz da crônica moderna. Alias,
Machado sintetizou com precisão o gênero que estava nascendo: Uma fusão admirável do
útil e do fútil, o sério consorciado com o frívolo...
Além dos maiores romancistas brasileiros do século XIX, também o poeta Olavo
Bilac tornou-se um adepto do comentário ligeiro acerca do cotidiano. Já no início do século
XX, Lima Barreto e João do Rio se destacam; o primeiro pelo tom caricatural e veemente de
suas crônicas; o segundo por se converter no porta-voz do espírito da "belle époque" carioca.
Mas foi a partir das décadas de 1940 e 1950, com as obras de Rubem Braga, Fernando
Sabino, Paulo Mendes Campos, Antônio Maria e outros que a crônica ganhou o status de
literatura, passando a receber especial estima do grande público.
9. 9
2.8 A PROXIMIDADE COM O CONTO
Nem só de comentários a respeito do dia-a-dia vive a crônica. Com relativa
freqüência, ela se aproxima do conto. O gosto pela história curta, pelo diálogo ágil, pela
narrativa de final imprevisto e surpreendente e a unidade de ação, tempo e espaço levam
vários cronistas à prática mais ou menos disfarçada do conto.
Fernando Sabino e Luís Fernando Veríssimo são expoentes dessa modalidade.
Vários dos trabalhos que publicam na imprensa apresentam personagens e situações ficcionais
próprias do gênero narrativo. Por exemplo, O homem nu, do primeiro, e a série Comédias da
vida privada, do segundo, são mais relatos do que comentários.
Diante de tal embrulho teórico, poderíamos considerar que o conto - ao contrário da
crônica-conto - não tem as limitações de linguagem, extensão e profundidade, exigidas pelos
jornais. Apresenta, pois, um grau maior de complexidade. Além disso, o conto, em estado
puro, visa normalmente ao dramático, enquanto a crônica-conto busca, de forma quase que
exclusiva, o humor e a sátira.
No entanto, esta diferenciação só é perceptível aos alunos com a leitura contínua de
contos e de crônicas, tornando-se desnecessário o estabelecimento de uma rígida fronteira
conceitual entre ambos.
2.9 A CRÔNICA NO INICIO DO SÉCULO XX: INOVAÇÕES
Nas duas primeiras décadas do século XX, o leitor brasileiro passa a dispor de um
número cada vez maior de jornais e revistas em circulação, que lhe oferecem, entre outros
entretenimentos, a crônica - que então já deixara de ser designada como "folhetim". Esse
leitor é figura rara, pois o analfabetismo continua separado dos períodos e dos livros a imensa
maioria da população. Ainda assim, há um crescimento do público leitor que possibilita o
surgimento de jornais e revistas cada vez mais coloridos e bonitos, devido ao progresso e ao
barateamento da tecnologia da impressão.
Nesse cenário, a crônica começa a consolidar-se como gênero literário no Brasil. No
Rio de Janeiro, nossa capital à época, autores hoje considerados conservadores, como Olavo
10. 10
Bilac, Coelho Neto e Humberto de Campos, entretêm leitores e convivem (nem sempre
harmoniosamente, claro) com cronistas hoje tidos como inovadores, João do Rio e Lima
Barreto, entre eles. Não é por acaso que no Rio se concentram os cronistas mais clamados;
também lá estão os grandes jornais e a vida intelectual efervesce, atraindo artistas e escritores
de todo o pais - inclusive Coelho Neto e Humberto de Campos, ambos maranhenses.
2.10 A CRÔNICA ATUAL
Da década de 1960 em diante, a crônica multiplica-se nas revistas e jornais que são,
juntamente com livros, impressos em tiragens recordes. O público leitor amplia-se
enormemente, mas a censura dos tempos de regime militar muitas vezes impedi a liberdade de
expressão dos escritores e jornalistas brasileiros e impõe barreiras, como observamos em
Crônica: Jornalismo e Política. A partir dos anos 80, finda a ditadura e dados os primeiros
passos do Brasil rumo à globalização, a indústria cultural explode e com ela a tiragem dos
periódicos.
Há hoje no Brasil por volta de 400 jornais diários, com cerca de 8 milhões de
exemplares diários durante a semana e 12 milhões aos domingos - o que é, ainda, um número
pequeno, dado o tamanho da população. A segmentação do mercado foi surgir periódicos
cada vez mais especializados; há revistas de divulgação cientifica, moda e beleza, esportes,
jogos virtuais, artesanato, pornografia, educação, turismo, entre dezenas e dezenas de
assuntos. Esses periódicos segmentados ou genéricos abrigam cronistas que abordam de
problemas sociais e receitas culinárias, passando por diversão, sexo, economia, psicologia,
humor, filosofia.
A crônica é celebrada como um dos gêneros mais lidos pelo brasileiro, e os estudos a
seu respeito proliferam. Autores como Luís Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro e
Ignácio de Loyola Brandão, para destacar apenas alguns dos mais notáveis, atingiram alto
grau de popularidade e de aprovação da crítica. Também são, como muitos de seus colegas
cronistas de circulação nacional: ainda que Veríssimo viva no Rio Grande do Sul, Ubaldo
divida o tempo entre Bahia e Rio de Janeiro e Loyola mora em São Paulo, suas crônicas são
publicadas em jornais e revistas de todo o Brasil. Esse fenômeno, que engatinhava no século
XIX, atinge agora escala inédita, e transforma o texto do cronista, observador dos fatos de um
particular cotidiano, em produto recebido por um público diversificado.
11. 11
Além dos impressos, há os periódicos eletrônicos, que se popularizam no Brasil a
partir dos anos 90. Na democrática (aos que ela têm acesso) web, convivem cronistas
consagrados, em versão online de grandes jornais; e cronistas iniciantes, que criam os
próprios espaços virtuais e procuram conquistar leitores pelo novíssimo e-mail ou pelo velho
boca a boca. A crônica moderna, nascida de inovações tecnológicas que proporcionam a
produção de jornais em larga escala, vive nova revolução. Mas é bom lembrar que, antes do
computador, vieram o rádio e a televisão, veículos freqüentes de crônicas.
3 METODOLOGIA
Para a elaboração do presente artigo foram necessárias pesquisas na internet sobre o
gênero crônicas. Pesquisamos sobre características, tipos, linguagem, evolução, títulos de CDs
com crônicas e autores cronistas, que serviram como elementos na elaboração dos encontros e
para o referencial teórico.
Foram pesquisados livros, jornais e polígrafo da disciplina de Produção Textual.
Nos materiais pesquisados encontramos subsídios necessários para a composição
deste projeto.
Os encontros que fazem parte deste projeto, foram planejados de forma progressiva,
com uso de crônicas selecionadas, ora fazendo com os alunos a leitura, ora instigando-os a ler,
refletir e produzir seu próprio texto juntamente com os colegas da classe.
Utilizando-nos de diversos recursos didáticos como recortes, lâminas, doces, Cd,
material xerocado, MUC, aparelho de som, livros, enciclopédias que serviram nas técnicas
aplicadas para estimular o gosto pela crônica como também a criatividade na produção de
crônicas.
12. 12
CONCLUSÃO
Através da escrita o aluno manifesta-se como ser pensante, crítico, ativo, emocional e
intelectual.
Expõe-se por meio das palavras que escreve, transparece como indivíduo singular
pela forma que exprime, manifestando sua personalidade, preferências e bagagens emocionais
e socioculturais.
É portanto através da escrita que o aluno desenvolverá a capacidade de expressar-se
como um todo.
O gosto pela escrita dar-se-á através da utilização diversificada, criativa e adequada
de técnicas e recursos que deverão motivar o aluno à escrita de textos.
O professor terá a imprescindível função de motivar o aluno à produção textual
gerando o conhecimento e aplicação adequada da linguagem.
O professor deverá utilizar-se de diversos métodos para facilitar a manifestação
escrita e motivar o aluno a produzir textos, transformando seu aluno num ser capaz de refletir,
manifestar-se, de argumentar, reagir, de raciocinar e tornar-se agente causador de mudanças,
por meio do conhecimento e aplicação da escrita, no meio em que vive.
Ao trabalhar o gênero CRÔNICA com os alunos, podemos concluir que é de grande
relevância a circulação e exploração deste gênero no meio escolar, já que trata de situações
muito semelhantes àquelas vivenciadas por cada um, cotidianamente. O conhecimento de
gênero, bem como sua produção, estimulará no aluno o gosto, a compreensão e até mesmo a
capacidade de expressar-se por meio das crônicas.
13. 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO, Helena Nagamene; MECHELELI, Guaraciaba (org.). Aprender e ensinar com
textos didáticos e paradidáticos. 12.ed. São Paulo: Cortez, 1998.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira. São
Paulo: Atual, 2000.
____________. Português: linguagens. 2.ed. São Paulo: Atual, 2002.
CHLAPPINI, Ligia (org.). Aprender e ensinar com textos. São Paulo: Cortez, 1997.
GONÇALVES, Maria Sílvia; RIOS, Rosana. Português em outras palavras. São Paulo:
Scipione, 1997.
LAYOLO, Marisa et al. Crônica na sala de aula: material de apoio ao professor. São Paulo:
Itaú Cultural, 2004.
LUFT, Celso Pedro et al. Novo manual de português, gramática, ortografia oficial,
redação, literatura, textos. 17.ed. São Paulo: Globo, 1991.
_____________. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2000.
MASSAUD, Moisés. A criação literária: prosa II. 16.ed. São Paulo: Cultrix.
PRATES, Marilda. Encontro e reencontro em Língua Portuguesa: reflexão e ação. São
Paulo: Moderna, 1998.
SÁ, Jorge de. A crônica. 6.ed. São Paulo: Ática, 2001.
WAGNER, Márcia Gil. Polígrafo de estratégias de leitura em Língua Portuguesa.
www.escolavesper.com.br
www.graudez.com.br/literatura/funling.htm
www.itaucultural.org.br. Acesso em junho.2004