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1
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Universidade Fernando Pessoa
Frente Nacional de Libertação da Córsega
Criminologia
3º Ano
Docente:
Prof. Fontão Pereira
Discente:
Liliana Fonseca, nº 26289
2
Introdução
No âmbito da disciplina de Terrorismo, lecionada pelo Professor Fontão Pereira, foi
proposto aos alunos a elaboração de um trabalho escrito que incida sobre um grupo ou
atentado terrorista.
O terrorismo tem-se assumido como um fenómeno cada vez mais ameaçador e em
forte expansão por todo o mundo, conduzindo a uma crescente preocupação por parte
das autoridades, bem como da população. Todos os dias, os jornais e os diferentes
meios de comunicação são invadidos por notícias de atentados por toda a parte,
provocando milhares de vítimas inocentes e destruição de bens materiaias em grande
escala. Ao partilhar destas imagens o ser humano acaba por ter uma maior perceção de
um perigo iminente, que a qualquer momento pode ocorrer. Neste sentido, após uma
extensa pesquisa bibliográfica, considerei pertinente a realização de um trabalho sobre o
FNLC (Frente Nacional de Libertação da Córsega), sua história, seus elementos,
objetivos e atentados realizados com vista a alcançar a independência da Córsega.
Sendo que a Frente de Libertação Nacional da Córsega se traduz num movimento
político que defende a independência da Córsega da França. A FLNC é considerada
pelas autoridades um grupo terroista pela utilização de métodos violentos similares aos
da máfia italiana, como vinganças, sequestros, atentados. O fenómeno do terrorismo não
é recente, ele tem suas origens num passado longinquo, todavia atualmente o número
dos ataques terroristas aumentou, principalmente após o 11 de setembro, sem esquecer a
maior divulgação destes ataques através dos meios de comunicação, que lhes dão uma
maior projeção.
A escolha deste grupo terrorista recai sobre o facto deste grupo não ser muito
conhecido, bem como os seus atos terroristas, bem como pela ocultação da sua
identidade, pois são um grupo que atua sempre ocultado por um capuz. Neste sentido,
será ainda realizada uma análise crítica dos atos terroristas cometidos por este grupo e
das suas intenções e objetivos.
3
FNLC
História
O crescimento do terrorismo acompanha o fenómeno de globalização e cada vez o
ser humano se sente mais ameaçado, por isso urge a necessidade de se criarem
estratégias eficazes que proporcionem uma maior segurança ao indivíduo. Tal como o
refere Luís Conceição (2008), o clima de insegurança crescente exige a introdução de
novas medidas de segurança, aproveitando, por exemplo, os sistemas de segurança que
várias empresas produzem na actualidade. Se no passado existia já esta preocupação
relativamente à segurança, a mesma passou para a construção de edifícios em geral, de
forma a proporcionar uma melhor e maior protecção. O terrorismo define-se assim
como uma ação violenta, que usa a força, pode ser de cariz político ou religioso,
provoca medo, ameaça e é imprevisível. Esta é uma ação organizada, planeada em
função de um determinado objectivo, método de combate ou projecção mediática
(Fontão, 2013). US Departement of State (1996) acrescenta ainda que o terrorismo pode
ser entendido como um ato de violência premeditado e politicamente motivado,
praticado contra civis não armados, por grupos subnacionais ou agentes clandestinos,
cujo objectivo é influenciar uma audiência.
A Córsega é uma ilha do Meditterrâneo, situada a 82 quilómetros a leste da Itália e a
200 quilómetros de Nice ou Toulon, na costa mediterrânea francesa (Hutter, L. M. Esta
ilha ocupa uma posição antagónica no espaço geográfico francês, pois não é uma
continuidade do território francês, encontrando-se relativamente próxima do país, sendo
esta localização e a luta pela sua dependência o motivo da exsitência do FNLC e seus
atentados (Jean-Louis Fabiani, 2003). O FNLC é um grupo terrorista criado no dia 5 de
maio de 1976 cujos elementos são naturais da Córsega. Em 5 de maio de 1976, a FLNC
anunciava sua criação, reivindicando a autoria de vinte e um atentados cometidos na
noite anterior. Contudo, o recurso a este modo de ação é anterior à sua criação, vísivel
através do que ocorreu em 1964, quando a Sociedade de Economia Mista pela
Valorização da Córsega se tornou símbolo da desapropriação fundiária e foi
transformada em alvo. Tal aconteceu, devido à venda de terras a recém-chegados para
mudar a escala da prática agrícola, o que vai conduzir ao descontentamento popular. Por
conseguinte, em 1968, os bens e as propriedades pertencentes aos repatriados de países
do Norte da África são atacados por bombas caseiras, sendo estas as origens dos ataques
do FNLC atualmente (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006). Todos os grupos que
4
sempre lutaram pelos interesses da Ilha da Córsega tinham um objetivo comum, a sua
independência e autonomia, por isso, são assínaláveis vários momentos ao longo da
história compreendida entre 1959 a 1973. Inicialmente, lutaram contram a supressão da
única ferrovia da ilha, depois lutaram contra a instalação de um centro de experiências
nucleares subterraneas nas imediaçãoes de Calvi, foram contra o restabelecimento de
repatriads franceses provenientes da Argélia, contra o tráfego de vinhos da Córsega em
detrimento da economia da região, defendendo assim, desde sempre, os interesses da
própria terra, reinvidicando um estatuto especial para a Ilha. Lutando sempre pela
autonomia administrativa, pela instalação de uma Universidade, pelo ensino obrigatório
da língua corsa, por mais empregos, pela substituição de funcinários franceses por
corsos e pelo reconhecimento dos movimentos nacionas do povo corso. O governo
francês nem sempre respondeu às reinvindicações e quando o fez, foi apenas em parte.
A França ainda chegou a admitir a possibilidade de conceder uma certa autonomia à
Córsega, mas o povo corso considerou os projetos para a ilha insuficientes. Pouco
tempo depois da sua formação, em meados de 1979, a imprensa divulgou informações
referentes a quinze atentados ocorridos em Paris e na Córsega, reivindicados pela Frente
Nacional da Libertação da Córsega, devido a um processo instaurado pela Corte de
Segurança em Paris, contra elementos da FNLC, sendo que um mês depois o Tribunal
de França condena a prisão 17 separatistas e um militande da Frente Nacional da
Libertação da Córsega (Hutter, L. M. A destruição do bem material é um dos modos de
expressão deste grupo, mas nem todos os elementos seguem esta via para exprimir seu
desacordo, alguns homens da FNLC também se exprimem sem violência (Ceccaldi, F.-
M. & Pesteil, F. A, 2006). Alguns corsos utilizam greves para chamar atenção, tal como
aconteceu, por exemplo, em 1980 quando foi decretada uma greve geral na ilha (Hutter,
L. M.. Do mesmo modo, um ato de destruição reivindicado pela FLNC conduz aos
locais apenas poucos homens: o comando (grupo restrito, que age em nome do coletivo
com a reputação de representar a FLNC) (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006). A
Frente de Libertação da Córsega visa a independência da Córsega, atuando sobretudo na
ilha, atacando essencialmente edifícios símbolos de dominação e não pessoas, como por
exemplo, bancos, edifícios do governo, instalações militares e só em 2011 rerivindicou
ter cometido 38 ataques à bomba (Fontão, 2013). A necessidade de organizar os
homens, os meios e a luta é frequentemente apresentada como estando na origem da
FLNC (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006).
5
Atentados
Um atentado traduz-se num ato de violência que tem por objetivo causar destruição
em bens materiais ou mesmo atentar contra a vida humana, possuindo uma motivação
ideológica de carácter religioso, político ou até moral. O atentado é assim a forma de
expressão de um determinado grupo terrorista, que por meios violentos procurar
espelhar os seus ideias e lutar pelos seus objetivos, de forma a alcançar os seus
prossupostos. É neste sentido que o FNLC procura lutar pela independência da Ilha da
Córsega, através da destruição de edifícios, da ameaça, de explosões, tendo provocado a
morte a dezenas de vítimas inocentes. Até aos dias de hoje, este grupo não aceita
pertencer à França e, por isso, constituiu esta Frente de Libertação Nacional, com o
intuito de alcançar a sua autonomia e o reconhecimento do povo corso pela lura armada.
Após a sua formação a 5 de maio de 1976 Entre os seus atos violentos constam uma
explosão no aeroporto de Ajaccio, que vitimou uma pessoa e deixou oito feridas,
justamente depois da chegada do presidente Valéry Giscard d’Estaing, a 16 de abril de
1981; um «imposto revolucionário» aplicado pelo FNLC a 24 de dezembro de 1982; o
assassinato do secretário geral do departamento da “Haute-Corse” (Alta Córsega),
Pierre-Jean Massimi, a 13 de Setembro de 1983; a explosão de uma bomba na prefeitura
de Bordéus, sob o mandato de Alain Juppé, que também era primeiro-ministro francês,
que causou vários danos no prédio; o assassinato de Jean-Michel Rossi, fundador do
FLNC na Ilha Russa (Alta Corsica) em seguida de um acerto de contas (1). Mais
recentemente, um complexo turístico do litoral oeste de Córsega foi alvo de um novo
atentado com bombas de forte potência, mas que não deixou feridos, a 4 de março de
2006. O atentado aconteceu durante o dia, o que não é comum em ataques contra alvos
imobiliários ou turísticos da ilha e os três homens responsáveis pelo ataque estavam
armados e usavam capuzes. Os artefatos explosivos destruíram vários chalés não
ocupados e num dos muros do condomínio foi encontrada a seguinte mensagem: "A
razão é nossa força". Em janeiro de 2005, este grupo havia lançado um carro-bomba
contra uma das entradas do mesmo complexo turístico, mas o veículo não chegou a
explodir (2). Também sete supermercados corsos são bombardeados a 10 de Setembro
de 2012. A FLNC reivindica pouco depois destes atentados, justificando-os pelo direito
das lutas sociais e sindicais do povo corso face aos múltiplos intermediários do
colonialismo francês na Córsega; a explosão de vinte bombas que provocam a
destruição de residências secundárias nos quatro cantos da ilha a 7 de Setembro de
6
2012. A FLCN (União dos combatentes) reivindica a onda de ataques alguns dias mais
tarde, justificando estes atentados pela sua vontade de lutar contra a especulação
imobiliária (1). Este grupo armado transforma aquela que é conhecida pela ilha da
beleza, na ilha rebelde da França, onde desde os anos 70 do século XX actua um
separatismo e um banditismo que opera na tentativa de conquistar a sua independência.
7
Análise crítica
Um atentado terrorista é um ato de extrema violência, que põe em causa a violação
dos direitos humanos, da vida humana e da vida em sociedade. Estes atos conduzem o
ser humano a reflectir sobre o que move certos indivíduos a agir de forma tão violenta.
Existe assim dois lados diferentes perante esta situação, o atentado visto por quem o
comete e o atentado visto pela vítima. Apesar de não ser da forma mais correta, a
verdade é que a violência utilizada é vista como a única forma de alcáçar os objectivos
pretendidos, no caso do FNLC, a luta pela liberdade.
A motivação do terrorismo exercido pelo grupo da Frente de Libertação da Córsega,
abordado neste trabalho traduz-se em ideais nacionalistas, querendo eles a
independência e uma maior autonomia para a sua ilha, sendo estes ataques dirigidos
sobretudo a edifícios governamentais e não a pessoas. O que nos conduz a uma reflexão
e a questionar se este grupo é verdadeiramente um grupo de terrorismo? Ou um grupo
que luta pela liberdade do seu povo? Será que os cidadãos corsos não têm o direito de
lutar pela independência “germinando” o seu próprio País a sua própria Nação? Ou
então, existirá alguma outra solução mais pacífica, que conduza ao resultado desejado?
No que concerne aos direitos dos cidadãos, todos temos o direito e o dever de lutar
por aquilo que acreditamos e que achamos ser melhor para o nosso bem estar, ou até o
bem estar da nossa sociedade. Todavia, devemos fazê-lo com dignidade, pois a nossa
liberdade acaba quando começa a liberdade do próximo, ou seja, todos nós temos o
direito de lutar pelo bem do nosso povo, mas sempre tendo em vista a opinião dos
outros cidadãos e respeitando o seu espaço. Assim, como foi defendido formalmente na
Carta das Nações Unidas de 1945 não devemos esquecer a liberdade que cada povo, um
dado território ou grupo nacional tem, de determinar o seu próprio estatuto político e
decidir como serão governados, sem qualquer influência de um país estrangeiro. Sendo
que um povo engloba características comuns como a linguagem, a história, a cultura,
entre outros elementos, que a Córsega possui bem diferente da França e que deseja
preservar. Deste modo, os cidadãos corsos têm diversos motivos para desejar a
independência da França e lutar pela liberdade do seu povo e pelo direito à auto
determinação, contudo devem evitar a utilização de meios de extrema violência,
destruindo edifícios, causando o medo à população, aniquilando a ordem pública e
prejudicando vítimas inocentes. Todos aqueles que sentem o ímpeto de lutar, seja pela
liberdade do povo, seja pelos seus direitos, devem lutar de uma forma democrática,
8
através da justiça, das leis, fazendo valer seus direitos, respeitando a liberdade que todos
possuímos, sem atentar contra a vida e bens de ninguém. Desta forma, e para que haja
uma diminuição destes atentados, são criadas estratégias de segurança e de prevenção,
por exemplo, o cuidado com a construção de edifícios governamentais, o cuidado com a
segurança nos aeroportos, o passar a revista a todos aqueles que viajem, bem como, a
cooperação internacional entre policias., que têm desempenhado um papel fulcral na
vigilância e defesa de todos os cidadãos.
9
Conclusão
O fenómeno do terrorismo cada vez mais crescente e violento é uma constante na
sociedade actual e é a forma encontrada pelos grupos terroristas de alcançar a
concretização dos seus ideais.
Os ataques terroristas implicam o uso de violência, formalizada através de ataques a
edifícios, população ou instalações governativas, de forma a provocar o medo e a forçar
as entidades detentoras de poder a aceitar as reivindicações dos grupos armados
responsáveis pelos atentados. Contudo, estes ataques implicam inevitavelmente a
destruição de edifícios e a morte de vítimas inocentes, que não têm a oportunidade de se
defender. Sendo que o terrorismo não é visto da mesma forma por todos os cidadãos,
existindo aqueles que apoiam e dão seu contributo para a formalização dos ataques
terroristas, aqueles que se tornam cúmplices destes grupos armados e partilham
informação confidencial e aqueles que lutam determinantemente para a nossa segurança
e procuram reduzir ou até mesmo findar com estes grupos armados.
Contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer, porque não é uma tarefa fácil
lutar contra indivíduos movidos pela sede de poder, por ideais religiosos ou políticos ou
até mesmo pelo sonho de liberdade do seu povo ou país. Pois, eles crêem que as suas
acções são corretas e justificáveis perante a injustiça que acreditam reger a sociedade
actual.
10
Bibliografia
Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F., (2006). A constituição da Frente de Libertação
Nacional da Córsega e o uso da propaganda armada. Revista de Ciências Sociais V.37
N. 1 p. 5-17.
Conceição, L. ( 2008). Proteção e segurança de edifícios face a ataques terroristas.
Tese de Mestrado em Engenharia Militar, Lisboa.
Fabiani, J.-L., (2003). A Córsega ou as servidões da autenticidade. Sociologias.
Porto Alegre, ano 5, nº 9, jan/jun 2003, p. 354-368.
Harguindéguy, J.-B.,(2007) Acción colectiva y enseñanza de las lenguas regionales
en Francia (1951-2006). Una primera aproximación. Revista Española de Ciencia
Política. Núm. 16, Abril 2007, pp. 89-108
Hutte, L. M., (1982). Córsega: uma tentativa de análise. Revista Brasileira de
História. São Paulo, p. 45-78.
Loyer, B., (2006). Francia y España: diferentes significados del concepto de
unidad. Revista Internacional de Pensamento Político. I Época · Vol. 2, pp. 15-36 ·
ISSN 1885-589X.
Pereira, F. (2013). Diapositivos cedidos em sala de aula.
Webgrafia
1- http://portaldejornalismo-rj.espm.br/?p=4595
2- http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u93226.shtml

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FNLC: A história e os atentados do grupo terrorista pela independência da Córsega

  • 1. 1 Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Universidade Fernando Pessoa Frente Nacional de Libertação da Córsega Criminologia 3º Ano Docente: Prof. Fontão Pereira Discente: Liliana Fonseca, nº 26289
  • 2. 2 Introdução No âmbito da disciplina de Terrorismo, lecionada pelo Professor Fontão Pereira, foi proposto aos alunos a elaboração de um trabalho escrito que incida sobre um grupo ou atentado terrorista. O terrorismo tem-se assumido como um fenómeno cada vez mais ameaçador e em forte expansão por todo o mundo, conduzindo a uma crescente preocupação por parte das autoridades, bem como da população. Todos os dias, os jornais e os diferentes meios de comunicação são invadidos por notícias de atentados por toda a parte, provocando milhares de vítimas inocentes e destruição de bens materiaias em grande escala. Ao partilhar destas imagens o ser humano acaba por ter uma maior perceção de um perigo iminente, que a qualquer momento pode ocorrer. Neste sentido, após uma extensa pesquisa bibliográfica, considerei pertinente a realização de um trabalho sobre o FNLC (Frente Nacional de Libertação da Córsega), sua história, seus elementos, objetivos e atentados realizados com vista a alcançar a independência da Córsega. Sendo que a Frente de Libertação Nacional da Córsega se traduz num movimento político que defende a independência da Córsega da França. A FLNC é considerada pelas autoridades um grupo terroista pela utilização de métodos violentos similares aos da máfia italiana, como vinganças, sequestros, atentados. O fenómeno do terrorismo não é recente, ele tem suas origens num passado longinquo, todavia atualmente o número dos ataques terroristas aumentou, principalmente após o 11 de setembro, sem esquecer a maior divulgação destes ataques através dos meios de comunicação, que lhes dão uma maior projeção. A escolha deste grupo terrorista recai sobre o facto deste grupo não ser muito conhecido, bem como os seus atos terroristas, bem como pela ocultação da sua identidade, pois são um grupo que atua sempre ocultado por um capuz. Neste sentido, será ainda realizada uma análise crítica dos atos terroristas cometidos por este grupo e das suas intenções e objetivos.
  • 3. 3 FNLC História O crescimento do terrorismo acompanha o fenómeno de globalização e cada vez o ser humano se sente mais ameaçado, por isso urge a necessidade de se criarem estratégias eficazes que proporcionem uma maior segurança ao indivíduo. Tal como o refere Luís Conceição (2008), o clima de insegurança crescente exige a introdução de novas medidas de segurança, aproveitando, por exemplo, os sistemas de segurança que várias empresas produzem na actualidade. Se no passado existia já esta preocupação relativamente à segurança, a mesma passou para a construção de edifícios em geral, de forma a proporcionar uma melhor e maior protecção. O terrorismo define-se assim como uma ação violenta, que usa a força, pode ser de cariz político ou religioso, provoca medo, ameaça e é imprevisível. Esta é uma ação organizada, planeada em função de um determinado objectivo, método de combate ou projecção mediática (Fontão, 2013). US Departement of State (1996) acrescenta ainda que o terrorismo pode ser entendido como um ato de violência premeditado e politicamente motivado, praticado contra civis não armados, por grupos subnacionais ou agentes clandestinos, cujo objectivo é influenciar uma audiência. A Córsega é uma ilha do Meditterrâneo, situada a 82 quilómetros a leste da Itália e a 200 quilómetros de Nice ou Toulon, na costa mediterrânea francesa (Hutter, L. M. Esta ilha ocupa uma posição antagónica no espaço geográfico francês, pois não é uma continuidade do território francês, encontrando-se relativamente próxima do país, sendo esta localização e a luta pela sua dependência o motivo da exsitência do FNLC e seus atentados (Jean-Louis Fabiani, 2003). O FNLC é um grupo terrorista criado no dia 5 de maio de 1976 cujos elementos são naturais da Córsega. Em 5 de maio de 1976, a FLNC anunciava sua criação, reivindicando a autoria de vinte e um atentados cometidos na noite anterior. Contudo, o recurso a este modo de ação é anterior à sua criação, vísivel através do que ocorreu em 1964, quando a Sociedade de Economia Mista pela Valorização da Córsega se tornou símbolo da desapropriação fundiária e foi transformada em alvo. Tal aconteceu, devido à venda de terras a recém-chegados para mudar a escala da prática agrícola, o que vai conduzir ao descontentamento popular. Por conseguinte, em 1968, os bens e as propriedades pertencentes aos repatriados de países do Norte da África são atacados por bombas caseiras, sendo estas as origens dos ataques do FNLC atualmente (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006). Todos os grupos que
  • 4. 4 sempre lutaram pelos interesses da Ilha da Córsega tinham um objetivo comum, a sua independência e autonomia, por isso, são assínaláveis vários momentos ao longo da história compreendida entre 1959 a 1973. Inicialmente, lutaram contram a supressão da única ferrovia da ilha, depois lutaram contra a instalação de um centro de experiências nucleares subterraneas nas imediaçãoes de Calvi, foram contra o restabelecimento de repatriads franceses provenientes da Argélia, contra o tráfego de vinhos da Córsega em detrimento da economia da região, defendendo assim, desde sempre, os interesses da própria terra, reinvidicando um estatuto especial para a Ilha. Lutando sempre pela autonomia administrativa, pela instalação de uma Universidade, pelo ensino obrigatório da língua corsa, por mais empregos, pela substituição de funcinários franceses por corsos e pelo reconhecimento dos movimentos nacionas do povo corso. O governo francês nem sempre respondeu às reinvindicações e quando o fez, foi apenas em parte. A França ainda chegou a admitir a possibilidade de conceder uma certa autonomia à Córsega, mas o povo corso considerou os projetos para a ilha insuficientes. Pouco tempo depois da sua formação, em meados de 1979, a imprensa divulgou informações referentes a quinze atentados ocorridos em Paris e na Córsega, reivindicados pela Frente Nacional da Libertação da Córsega, devido a um processo instaurado pela Corte de Segurança em Paris, contra elementos da FNLC, sendo que um mês depois o Tribunal de França condena a prisão 17 separatistas e um militande da Frente Nacional da Libertação da Córsega (Hutter, L. M. A destruição do bem material é um dos modos de expressão deste grupo, mas nem todos os elementos seguem esta via para exprimir seu desacordo, alguns homens da FNLC também se exprimem sem violência (Ceccaldi, F.- M. & Pesteil, F. A, 2006). Alguns corsos utilizam greves para chamar atenção, tal como aconteceu, por exemplo, em 1980 quando foi decretada uma greve geral na ilha (Hutter, L. M.. Do mesmo modo, um ato de destruição reivindicado pela FLNC conduz aos locais apenas poucos homens: o comando (grupo restrito, que age em nome do coletivo com a reputação de representar a FLNC) (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006). A Frente de Libertação da Córsega visa a independência da Córsega, atuando sobretudo na ilha, atacando essencialmente edifícios símbolos de dominação e não pessoas, como por exemplo, bancos, edifícios do governo, instalações militares e só em 2011 rerivindicou ter cometido 38 ataques à bomba (Fontão, 2013). A necessidade de organizar os homens, os meios e a luta é frequentemente apresentada como estando na origem da FLNC (Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F. A, 2006).
  • 5. 5 Atentados Um atentado traduz-se num ato de violência que tem por objetivo causar destruição em bens materiais ou mesmo atentar contra a vida humana, possuindo uma motivação ideológica de carácter religioso, político ou até moral. O atentado é assim a forma de expressão de um determinado grupo terrorista, que por meios violentos procurar espelhar os seus ideias e lutar pelos seus objetivos, de forma a alcançar os seus prossupostos. É neste sentido que o FNLC procura lutar pela independência da Ilha da Córsega, através da destruição de edifícios, da ameaça, de explosões, tendo provocado a morte a dezenas de vítimas inocentes. Até aos dias de hoje, este grupo não aceita pertencer à França e, por isso, constituiu esta Frente de Libertação Nacional, com o intuito de alcançar a sua autonomia e o reconhecimento do povo corso pela lura armada. Após a sua formação a 5 de maio de 1976 Entre os seus atos violentos constam uma explosão no aeroporto de Ajaccio, que vitimou uma pessoa e deixou oito feridas, justamente depois da chegada do presidente Valéry Giscard d’Estaing, a 16 de abril de 1981; um «imposto revolucionário» aplicado pelo FNLC a 24 de dezembro de 1982; o assassinato do secretário geral do departamento da “Haute-Corse” (Alta Córsega), Pierre-Jean Massimi, a 13 de Setembro de 1983; a explosão de uma bomba na prefeitura de Bordéus, sob o mandato de Alain Juppé, que também era primeiro-ministro francês, que causou vários danos no prédio; o assassinato de Jean-Michel Rossi, fundador do FLNC na Ilha Russa (Alta Corsica) em seguida de um acerto de contas (1). Mais recentemente, um complexo turístico do litoral oeste de Córsega foi alvo de um novo atentado com bombas de forte potência, mas que não deixou feridos, a 4 de março de 2006. O atentado aconteceu durante o dia, o que não é comum em ataques contra alvos imobiliários ou turísticos da ilha e os três homens responsáveis pelo ataque estavam armados e usavam capuzes. Os artefatos explosivos destruíram vários chalés não ocupados e num dos muros do condomínio foi encontrada a seguinte mensagem: "A razão é nossa força". Em janeiro de 2005, este grupo havia lançado um carro-bomba contra uma das entradas do mesmo complexo turístico, mas o veículo não chegou a explodir (2). Também sete supermercados corsos são bombardeados a 10 de Setembro de 2012. A FLNC reivindica pouco depois destes atentados, justificando-os pelo direito das lutas sociais e sindicais do povo corso face aos múltiplos intermediários do colonialismo francês na Córsega; a explosão de vinte bombas que provocam a destruição de residências secundárias nos quatro cantos da ilha a 7 de Setembro de
  • 6. 6 2012. A FLCN (União dos combatentes) reivindica a onda de ataques alguns dias mais tarde, justificando estes atentados pela sua vontade de lutar contra a especulação imobiliária (1). Este grupo armado transforma aquela que é conhecida pela ilha da beleza, na ilha rebelde da França, onde desde os anos 70 do século XX actua um separatismo e um banditismo que opera na tentativa de conquistar a sua independência.
  • 7. 7 Análise crítica Um atentado terrorista é um ato de extrema violência, que põe em causa a violação dos direitos humanos, da vida humana e da vida em sociedade. Estes atos conduzem o ser humano a reflectir sobre o que move certos indivíduos a agir de forma tão violenta. Existe assim dois lados diferentes perante esta situação, o atentado visto por quem o comete e o atentado visto pela vítima. Apesar de não ser da forma mais correta, a verdade é que a violência utilizada é vista como a única forma de alcáçar os objectivos pretendidos, no caso do FNLC, a luta pela liberdade. A motivação do terrorismo exercido pelo grupo da Frente de Libertação da Córsega, abordado neste trabalho traduz-se em ideais nacionalistas, querendo eles a independência e uma maior autonomia para a sua ilha, sendo estes ataques dirigidos sobretudo a edifícios governamentais e não a pessoas. O que nos conduz a uma reflexão e a questionar se este grupo é verdadeiramente um grupo de terrorismo? Ou um grupo que luta pela liberdade do seu povo? Será que os cidadãos corsos não têm o direito de lutar pela independência “germinando” o seu próprio País a sua própria Nação? Ou então, existirá alguma outra solução mais pacífica, que conduza ao resultado desejado? No que concerne aos direitos dos cidadãos, todos temos o direito e o dever de lutar por aquilo que acreditamos e que achamos ser melhor para o nosso bem estar, ou até o bem estar da nossa sociedade. Todavia, devemos fazê-lo com dignidade, pois a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do próximo, ou seja, todos nós temos o direito de lutar pelo bem do nosso povo, mas sempre tendo em vista a opinião dos outros cidadãos e respeitando o seu espaço. Assim, como foi defendido formalmente na Carta das Nações Unidas de 1945 não devemos esquecer a liberdade que cada povo, um dado território ou grupo nacional tem, de determinar o seu próprio estatuto político e decidir como serão governados, sem qualquer influência de um país estrangeiro. Sendo que um povo engloba características comuns como a linguagem, a história, a cultura, entre outros elementos, que a Córsega possui bem diferente da França e que deseja preservar. Deste modo, os cidadãos corsos têm diversos motivos para desejar a independência da França e lutar pela liberdade do seu povo e pelo direito à auto determinação, contudo devem evitar a utilização de meios de extrema violência, destruindo edifícios, causando o medo à população, aniquilando a ordem pública e prejudicando vítimas inocentes. Todos aqueles que sentem o ímpeto de lutar, seja pela liberdade do povo, seja pelos seus direitos, devem lutar de uma forma democrática,
  • 8. 8 através da justiça, das leis, fazendo valer seus direitos, respeitando a liberdade que todos possuímos, sem atentar contra a vida e bens de ninguém. Desta forma, e para que haja uma diminuição destes atentados, são criadas estratégias de segurança e de prevenção, por exemplo, o cuidado com a construção de edifícios governamentais, o cuidado com a segurança nos aeroportos, o passar a revista a todos aqueles que viajem, bem como, a cooperação internacional entre policias., que têm desempenhado um papel fulcral na vigilância e defesa de todos os cidadãos.
  • 9. 9 Conclusão O fenómeno do terrorismo cada vez mais crescente e violento é uma constante na sociedade actual e é a forma encontrada pelos grupos terroristas de alcançar a concretização dos seus ideais. Os ataques terroristas implicam o uso de violência, formalizada através de ataques a edifícios, população ou instalações governativas, de forma a provocar o medo e a forçar as entidades detentoras de poder a aceitar as reivindicações dos grupos armados responsáveis pelos atentados. Contudo, estes ataques implicam inevitavelmente a destruição de edifícios e a morte de vítimas inocentes, que não têm a oportunidade de se defender. Sendo que o terrorismo não é visto da mesma forma por todos os cidadãos, existindo aqueles que apoiam e dão seu contributo para a formalização dos ataques terroristas, aqueles que se tornam cúmplices destes grupos armados e partilham informação confidencial e aqueles que lutam determinantemente para a nossa segurança e procuram reduzir ou até mesmo findar com estes grupos armados. Contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer, porque não é uma tarefa fácil lutar contra indivíduos movidos pela sede de poder, por ideais religiosos ou políticos ou até mesmo pelo sonho de liberdade do seu povo ou país. Pois, eles crêem que as suas acções são corretas e justificáveis perante a injustiça que acreditam reger a sociedade actual.
  • 10. 10 Bibliografia Ceccaldi, F.-M. & Pesteil, F., (2006). A constituição da Frente de Libertação Nacional da Córsega e o uso da propaganda armada. Revista de Ciências Sociais V.37 N. 1 p. 5-17. Conceição, L. ( 2008). Proteção e segurança de edifícios face a ataques terroristas. Tese de Mestrado em Engenharia Militar, Lisboa. Fabiani, J.-L., (2003). A Córsega ou as servidões da autenticidade. Sociologias. Porto Alegre, ano 5, nº 9, jan/jun 2003, p. 354-368. Harguindéguy, J.-B.,(2007) Acción colectiva y enseñanza de las lenguas regionales en Francia (1951-2006). Una primera aproximación. Revista Española de Ciencia Política. Núm. 16, Abril 2007, pp. 89-108 Hutte, L. M., (1982). Córsega: uma tentativa de análise. Revista Brasileira de História. São Paulo, p. 45-78. Loyer, B., (2006). Francia y España: diferentes significados del concepto de unidad. Revista Internacional de Pensamento Político. I Época · Vol. 2, pp. 15-36 · ISSN 1885-589X. Pereira, F. (2013). Diapositivos cedidos em sala de aula. Webgrafia 1- http://portaldejornalismo-rj.espm.br/?p=4595 2- http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u93226.shtml