SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
FILOSOFIA 11.º ano
FILOSOFIA 11.º ano
Luís Rodrigues
Tipos de conhecimento
Tipos de conhecimento
Considere os seguintes enunciados:
1. Maria sabe nadar.
2. Maria conhece a Torre de Belém.
3. Maria sabe que a ponte Vasco da Gama é extensa.
FILOSOFIA 11.º ano
Tipos de conhecimento
Conhecimento prático
1. Maria sabe nadar.
Quando dizemos que Maria sabe nadar, referimo-nos a uma atividade
em que ela revela aptidões. É essa atividade que é objeto de
conhecimento. A este tipo de conhecimento dá-se o nome de
conhecimento prático ou saber fazer. Saber como fazer certas coisas –
cozinhar, saltar à vara, conduzir motociclos, etc. são outros exemplos.‒
FILOSOFIA 11.º ano
Tipos de conhecimento
Conhecimento por contacto
2. Maria conhece a Torre de Belém.
Este enunciado refere-se a um objeto concreto que Maria visitou e
observou diretamente em Belém. A este tipo de conhecimento dá-se o
nome de conhecimento por contacto.
Por contacto quer dizer que é necessário que Maria visite a Torre de
Belém. Não conhece a Torre de Belém se nunca lá tiver ido, limitando-
se, por exemplo, a ver uma reprodução fotográfica ou um vídeo.
FILOSOFIA 11.º ano
Tipos de conhecimento
Conhecimento proposicional
3. Maria sabe que a ponte Vasco da Gama é extensa.
Neste enunciado não nos estamos a referir a uma atividade ou a um
objeto (lugares, pessoas ou coisas). O objeto de conhecimento não é a
ponte Vasco da Gama, mas o que se afirma acerca dela. O objeto de
conhecimento é a proposição «A ponte Vasco da Gama é extensa».
Esta proposição é verdadeira. Mas nem todas as proposições são
verdadeiras. A proposição «O rio Tejo é inteiramente português» é
falsa. Só as proposições verdadeiras podem constituir conhecimento.
Haverá conhecimento proposicional se soubermos que certas
proposições são verdadeiras.
FILOSOFIA 11.º ano
Tipos de conhecimento
FILOSOFIA 11.º ano
TIPOS DE CONHECIMENTO
Conheciment
o prático
 
Conhecimento
por contacto
 
Conhecimento
proposicional
Capacidade  ou 
aptidão para fazer 
algo.  O  seu 
objeto  é  uma 
atividade.
 
Saber conduzir
uma moto.
Experiência  direta  de 
objetos,  factos  ou 
pessoas. O seu objeto 
são lugares, pessoas e 
coisas.
Conhecer
pessoalmente o papa.
Saber  que  certas 
proposições  são 
verdadeiras.  O  seu 
objeto  são  proposições 
verdadeiras.
«Ancara é a capital da
Turquia.»
Tipos de conhecimento

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoA definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoLuis De Sousa Rodrigues
 
Argumento_ontológico_Descartes
Argumento_ontológico_DescartesArgumento_ontológico_Descartes
Argumento_ontológico_DescartesIsabel Moura
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Descartes
Teorias Explicativas do Conhecimento - DescartesTeorias Explicativas do Conhecimento - Descartes
Teorias Explicativas do Conhecimento - DescartesJorge Barbosa
 
11º b final
11º b   final11º b   final
11º b finalj_sdias
 
David hume e a critica à causalidade
David hume e a critica à causalidadeDavid hume e a critica à causalidade
David hume e a critica à causalidadeFrancis Mary Rosa
 
A crença na ideia de conexão necessária
A crença na ideia de conexão necessáriaA crença na ideia de conexão necessária
A crença na ideia de conexão necessáriaLuis De Sousa Rodrigues
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaRafael Cristino
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - HumeTeorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - HumeJorge Barbosa
 
Juízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorJuízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorDanilo Pires
 
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoConhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoAntónio Padrão
 
Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1Jorge Barbosa
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantJorge Lopes
 
Crença verdadeira justificada - filosofia
Crença verdadeira justificada - filosofiaCrença verdadeira justificada - filosofia
Crença verdadeira justificada - filosofiaAMLDRP
 

Mais procurados (20)

O problema da indução
O problema da induçãoO problema da indução
O problema da indução
 
A definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoA definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimento
 
Argumento_ontológico_Descartes
Argumento_ontológico_DescartesArgumento_ontológico_Descartes
Argumento_ontológico_Descartes
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Descartes
Teorias Explicativas do Conhecimento - DescartesTeorias Explicativas do Conhecimento - Descartes
Teorias Explicativas do Conhecimento - Descartes
 
11º b final
11º b   final11º b   final
11º b final
 
David hume e a critica à causalidade
David hume e a critica à causalidadeDavid hume e a critica à causalidade
David hume e a critica à causalidade
 
Popper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismoPopper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismo
 
As teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhnAs teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhn
 
A crença na ideia de conexão necessária
A crença na ideia de conexão necessáriaA crença na ideia de conexão necessária
A crença na ideia de conexão necessária
 
Tipos de argumentos indutivos
Tipos de argumentos indutivosTipos de argumentos indutivos
Tipos de argumentos indutivos
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - HumeTeorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
 
Juízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorJuízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valor
 
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoConhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de Kant
 
Crença verdadeira justificada - filosofia
Crença verdadeira justificada - filosofiaCrença verdadeira justificada - filosofia
Crença verdadeira justificada - filosofia
 
Da dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogitoDa dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogito
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 

Destaque

A falácia da petição de princípio
A falácia da petição de princípioA falácia da petição de princípio
A falácia da petição de princípioLuis De Sousa Rodrigues
 

Destaque (20)

O que somos e o que poderemos ser
O que somos e o que poderemos serO que somos e o que poderemos ser
O que somos e o que poderemos ser
 
O essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofiaO essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofia
 
A dedução de verdades
A dedução de verdadesA dedução de verdades
A dedução de verdades
 
Falácias
FaláciasFalácias
Falácias
 
Da dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogitoDa dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogito
 
A incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmasA incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmas
 
A falácia da petição de princípio
A falácia da petição de princípioA falácia da petição de princípio
A falácia da petição de princípio
 
O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2
 
A função da dúvida
A função da dúvidaA função da dúvida
A função da dúvida
 
As teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhnAs teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhn
 
Popper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismoPopper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismo
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
As críticas a kuhn
As críticas a kuhnAs críticas a kuhn
As críticas a kuhn
 
A escolha entre paradigmas
A escolha entre paradigmasA escolha entre paradigmas
A escolha entre paradigmas
 
A ciência normal e a extraordinária
A ciência normal e a extraordináriaA ciência normal e a extraordinária
A ciência normal e a extraordinária
 
A revolução científica
A revolução científicaA revolução científica
A revolução científica
 
Kuhn e a noção de paradigma
Kuhn e a noção de paradigmaKuhn e a noção de paradigma
Kuhn e a noção de paradigma
 
A escolha entre paradigmas
A escolha entre paradigmasA escolha entre paradigmas
A escolha entre paradigmas
 
A ciência normal e a extraordinária
A ciência normal e a extraordináriaA ciência normal e a extraordinária
A ciência normal e a extraordinária
 
A incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmasA incomensurabilidade dos paradigmas
A incomensurabilidade dos paradigmas
 

Mais de Luis De Sousa Rodrigues (20)

Unidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebroUnidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebro
 
Tipos de vinculação
Tipos de vinculaçãoTipos de vinculação
Tipos de vinculação
 
Tipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagemTipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagem
 
Teorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoçõesTeorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoções
 
Relações precoces
Relações precocesRelações precoces
Relações precoces
 
Raízes da vinculação
Raízes da vinculaçãoRaízes da vinculação
Raízes da vinculação
 
Processos conativos
Processos conativosProcessos conativos
Processos conativos
 
Perturbações da vinculação
Perturbações da vinculaçãoPerturbações da vinculação
Perturbações da vinculação
 
Perceção e gestalt
Perceção e gestaltPerceção e gestalt
Perceção e gestalt
 
Os processos emocionais
Os processos emocionaisOs processos emocionais
Os processos emocionais
 
Os grupos
Os gruposOs grupos
Os grupos
 
O sistema nervoso
O sistema nervosoO sistema nervoso
O sistema nervoso
 
O que nos torna humanos
O que nos torna humanosO que nos torna humanos
O que nos torna humanos
 
Maslow e a motivação
Maslow e a motivaçãoMaslow e a motivação
Maslow e a motivação
 
Lateralidade cerebral
Lateralidade cerebralLateralidade cerebral
Lateralidade cerebral
 
Freud 9
Freud 9Freud 9
Freud 9
 
Freud 8
Freud 8Freud 8
Freud 8
 
Freud 7
Freud 7Freud 7
Freud 7
 
Freud 6
Freud 6Freud 6
Freud 6
 
Freud 5
Freud 5Freud 5
Freud 5
 

Tipos de conhecimento

  • 1. FILOSOFIA 11.º ano FILOSOFIA 11.º ano Luís Rodrigues Tipos de conhecimento
  • 2. Tipos de conhecimento Considere os seguintes enunciados: 1. Maria sabe nadar. 2. Maria conhece a Torre de Belém. 3. Maria sabe que a ponte Vasco da Gama é extensa. FILOSOFIA 11.º ano Tipos de conhecimento
  • 3. Conhecimento prático 1. Maria sabe nadar. Quando dizemos que Maria sabe nadar, referimo-nos a uma atividade em que ela revela aptidões. É essa atividade que é objeto de conhecimento. A este tipo de conhecimento dá-se o nome de conhecimento prático ou saber fazer. Saber como fazer certas coisas – cozinhar, saltar à vara, conduzir motociclos, etc. são outros exemplos.‒ FILOSOFIA 11.º ano Tipos de conhecimento
  • 4. Conhecimento por contacto 2. Maria conhece a Torre de Belém. Este enunciado refere-se a um objeto concreto que Maria visitou e observou diretamente em Belém. A este tipo de conhecimento dá-se o nome de conhecimento por contacto. Por contacto quer dizer que é necessário que Maria visite a Torre de Belém. Não conhece a Torre de Belém se nunca lá tiver ido, limitando- se, por exemplo, a ver uma reprodução fotográfica ou um vídeo. FILOSOFIA 11.º ano Tipos de conhecimento
  • 5. Conhecimento proposicional 3. Maria sabe que a ponte Vasco da Gama é extensa. Neste enunciado não nos estamos a referir a uma atividade ou a um objeto (lugares, pessoas ou coisas). O objeto de conhecimento não é a ponte Vasco da Gama, mas o que se afirma acerca dela. O objeto de conhecimento é a proposição «A ponte Vasco da Gama é extensa». Esta proposição é verdadeira. Mas nem todas as proposições são verdadeiras. A proposição «O rio Tejo é inteiramente português» é falsa. Só as proposições verdadeiras podem constituir conhecimento. Haverá conhecimento proposicional se soubermos que certas proposições são verdadeiras. FILOSOFIA 11.º ano Tipos de conhecimento
  • 6. FILOSOFIA 11.º ano TIPOS DE CONHECIMENTO Conheciment o prático   Conhecimento por contacto   Conhecimento proposicional Capacidade  ou  aptidão para fazer  algo.  O  seu  objeto  é  uma  atividade.   Saber conduzir uma moto. Experiência  direta  de  objetos,  factos  ou  pessoas. O seu objeto  são lugares, pessoas e  coisas. Conhecer pessoalmente o papa. Saber  que  certas  proposições  são  verdadeiras.  O  seu  objeto  são  proposições  verdadeiras. «Ancara é a capital da Turquia.» Tipos de conhecimento
  • 7. FILOSOFIA 11.º ano TIPOS DE CONHECIMENTO Conheciment o prático   Conhecimento por contacto   Conhecimento proposicional Capacidade  ou  aptidão para fazer  algo.  O  seu  objeto  é  uma  atividade.   Saber conduzir uma moto. Experiência  direta  de  objetos,  factos  ou  pessoas. O seu objeto  são lugares, pessoas e  coisas. Conhecer pessoalmente o papa. Saber  que  certas  proposições  são  verdadeiras.  O  seu  objeto  são  proposições  verdadeiras. «Ancara é a capital da Turquia.» Tipos de conhecimento