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MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
ESTUDOS DE CASO SOBRE RESTAURAÇÃO
TÉCNICAS RETROSPECTIVAS – RÉGIS EDUARDO MARTINS
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MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
HISTÓRICO
A velha senhora, assim como era carinhosamente chamada entre
alguns profissionais que trabalharam nesse projeto de restauro e
adaptação, foi inaugurada em 1865 - fruto da construção da
estrada de ferro “The São Paulo Railway Company” que ligava
Santos a Jundiaí.
A Estação da Luz foi o posto de passageiros mais importantes do
país e também servia de via de escoamento da produção de café
do interior para Santos, e que depois seguia para a Europa.
1
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
HISTÓRICO
A atual construção data de 1901 e foi construída nos moldes da
arquitetura inglesa. Sofreu diversas intervenções ao longo do
tempo, sendo a maior delas após um incêndio em 1946 que
destruiu a maior parte do prédio, restando intacta a ala oeste pelo
fato da torre do relógio ter funcionado como chaminé. Na ocasião
dessa reforma que durou de 1947 a 1951 foi feito o acréscimo
de um andar em concreto armado que alterou a volumetria e o
sistema construtivo original de alvenaria portante.
2
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
O tombamento do edifício é dado nas esferas federal (Iphan),
estadual (Condephaat) e municipal (Conpresp), segundo o
decreto-lei número 25 de novembro de 1937. Em março de 2006
passou a abrigar o Museu da Língua Portuguesa, ampliando as
funções para as quais não foi construída e, simultaneamente,
conservando a função de transporte por trilhos.
3
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
FICHA TÉCNICA
4
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
LOCALIZAÇÃO
5
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
O EDIFÍCIO
Pode-se definir a Estação da Luz com dois corpos: o da Estação,
com sua torre de relógio com 60 metros de altura em relação ao
nível dos trilhos e, o corpo da Gare, com suas plataformas de
embarque e desembarque de trens e uma cobertura que cobre
toda a extensão das plataformas.
6
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
ESTAÇÃO DA LUZ
7
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
O projeto de modernização da linha férrea levou as instalações
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM para
o subsolo e nos 3 andares antigamente usados como
escritórios administrativos é que se instalou o Museu da
Língua Portuguesa, propondo um novo uso que manterá a velha
senhora ativa por mais alguns anos.
8
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
No processo de intervenção, normalmente se evidencia em
primeiro lugar o que é proibido . No caso da Luz, não se poderia,
em igualdade de importância: interromper o fluxo de pedestres
e passageiros pelas três passarelas sobre o trem, na cota da
rua; interferir na arquitetura do saguão central, o espaço
articulador desse fluxo; e, ao menos em princípio, mudar
qualquer registro material, independentemente da escala, da
ala que ficou a salvo do incêndio de 1946.
9
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
A visitação transcorre de cima para baixo, já que “o projeto tem
essa posição intrigante, de o chão continuar sendo estação ”,
comentam os arquitetos. Possibilitar a movimentação de subida e
descida dos visitantes foi, assim, um dos desafios iniciais da
arquitetura. “O edifício era problemático porque, originalmente
ocupado por escritórios, possuía escadas e elevadores pequenos,
divididos em setores”, revela Pedro.
10
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
O percurso de visitação tem início no terceiro andar, sendo
necessária a instalação de grandes elevadores dentro das
quatro torres existentes - os novos elevadores surgiram como
alternativa para a circulação vertical, tanto pela capacidade de
passageiros (30 pessoas cada um) como pela área ocupada -
pequena se comparada, por exemplo, ao traçado de uma rampa.
O trajeto começa no auditório, onde se introduz o tema. Em
seguida, na Praça da Língua são apresentadas, numa tela de
nove metros, construções destacadas do idioma. Ao assistir às
projeções na praça, os visitantes passeiam por um espaço que
apresentam a abertura de lajes e a restauração das faces internas
dos telhados.
11
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
12
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
13
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A INTERVENÇÃO
No segundo andar fica a Grande Galeria (6 x 120 metros), um
túnel escuro concebido para a projeção de imagens, localizado
junto à fachada posterior - transformando espaços labirínticos e
isolados, ainda que originais, em uma extensa sala que percorre
todo o comprimento da edificação. Além da Galeria de
Influências e o Beco das Palavras.
No primeiro andar, há uma sala de exposições temporárias e a
parte administrativa.
Por fim, no térreo, além do saguão restaurado tal como o original,
há loja, livraria e café nos saguões laterais.
14
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
15
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
16
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
17
PAVIMENTO TÉRREO
Considerando o caráter público do piso térreo, o fluxo intenso de
passageiros no corpo central da edificação onde se dá o acesso
aos trens que possibilita o passagem transversal pelos pedestres
conectando a praça da luz a Rua Cásper Líbero. Os acessos ao
museu se dão através de dois pátios simétricos cobertos por
aço e vidro, onde existiam pátios de carga, que constituem a
única intervenção visível externamente.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Também no térreo, foram previstas a instalação da loja, livraria e
do café nos saguões laterais, estes serviços foram pensados
para atender à cidade e ao museu de forma simultânea, mantendo
ativo o fluxo transversal pelas passarelas sobre a linha do trem.
18
PAVIMENTO TÉRREO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A chegada neste pavimento se dá em um piso elevado ao existente
de cerca de 1,10m que possibilita a entrada alta no auditório,
resolvendo a curva de visibilidade do mesmo, sendo que o nível
original é devolvido no espaço seguinte, que é a praça da língua.
Seguindo o percurso do visitante, após a praça da língua ele é
convidado a retornar ao foyer através de um corredor lateral e
descer pela mesma prumada de elevadores para desembarcar no
segundo andar .
19
PLANTA 3º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Com um pé direito baixo, de 2,67m sob as vigas da ala central e
pequenas, mas desastrosas aberturas na fachada para as janelas
que atendiam os escritórios até então instalados ali, este se
mostrou o pavimento ideal para montar um grande corredor
expositivo de 120m de comprimento chamado Grande Galeria.
20
PLANTA 2º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Essa configuração foi possível a partir de 3 ações:
1. fechamento das janelas da fachada, o que também ajudou a
recompor o equilíbrio compositivo da mesma;
2. retirada parcial de espessas alvenarias que dividem as 3 alas,
que possibilitou trazer para dentro do edifício a sensação da
escala do trem com a leitura pelo visitante do comprimento do
prédio de ponta a ponta;
3. Criação do suporte museográfico chamado de painel “c” que
corta o prédio em toda sua extensão e resolve de forma integrada
várias demandas, como a superfície contínua de projeção, a
estanqueidade sonora e lumínica das janelas voltadas para a gare
dos trens e o abrigo de instalações de elétrica, lógica e de ar-
condicionado para atender todo o pavimento sem impactar no
prédio existente.
21
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Na metade da Grande Galeria o visitante é surpreendido por uma
pequena praça, chamada Galeria de Influências, que se abre
dando um respiro ao percurso. Neste ambiente, totens interativos,
vitrines de objetos, que são o único acervo físico do museu, e um
painel da linha do tempo contam sobre as principais línguas que
influenciaram a formação da língua portuguesa.
22
PLANTA 2º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
O percurso continua pelo segundo trecho da Grande Galeria e, ao
final, se chega ao foyer dos elevadores da ala oeste e ao Beco de
Palavras - que é um jogo que une interação e aprendizagem,
onde o movimento das mãos captado por sensores, consegue
interagir com a projeção.
23
PLANTA 2º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Em projeto, a saída seria feita pelo elevadores dessa ala que
poderiam descer diretamente ao térreo desembarcando os
visitantes no pátio oeste. Porém, eles nunca foram ativados e
hoje os visitantes retornam pela grande galeria até a extremidade
oposta para ganhar a saída utilizando os mesmos elevadores da
entrada ou a escada de segurança. Este percurso que coloca a
saída no extremo oposto da entrada, gerou muita reflexão no
desenvolvimento do projeto: existem impactos como o controle de
acesso desse pátio pela equipe de operação do museu e o
retorno do visitante ao pátio de entrada, caso este tenha deixado
seus pertences no guarda-volumes. De qualquer forma, a não
adoção desse percurso prejudicou a circulação interna. pois criou
um contra fluxo não previsto no segundo pavimento e uma
demanda dupla para os elevadores da ala leste.
24
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Na ala leste deste pavimento localiza-se a sala de exposições
temporárias. Este espaço foi configurado com a retirada de
alvenarias não portantes e divisórias, deixando visível a estrutura
de pilares e vigas de concreto. Os serviços ficaram concentrados
em um único bloco .
25
PLANTA 1º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
A ala oeste destaca-se de todo conjunto expositivo por se tratar da
parte do prédio que não foi atingida pelo incêndio e preserva
quase na íntegra os elementos originais da construção de 1901. A
estrutura de alvenaria portante de tijolos de barro, pisos e forro de
madeira, janelas de pinho de riga e paredes com pinturas
artísticas decorativas são alguns desses elementos que foram
preservados.
26
PLANTA 1º PAVIMENTO
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
O presidente do Iphan na época, Antônio Arantes, convocou
profissionais reconhecidos na área, como o carioca Glauco Campelo
e o paulista Carlos Lemos para um parecer em relação à proposta de
Paulo e Pedro Mendes da Rocha: “Grande parte dos técnicos é
visceralmente contrária à intervenção em bens tombados, e o
projeto interferia muito na edificação original . Mas o importante é
que não se prejudiquem os espaços essenciais, que efetivamente
caracterizam o edifício, como a gare e a torre do relógio, por
exemplo. Fomos favoráveis à mudança porque o tombamento não
pode significar a mumificação ”, relata Carlos Lemos.
27
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
Pedro enfatiza: “Não se pode tocar o prédio só um pouquinho, sob
pena de não se fazer uma boa intervenção. Nossa preocupação foi
sempre a de constituir, além do passado, o patrimônio do
amanhã ”.
28
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc
“RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar
um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo
em um estado completo que pode não ter existido nunca em um
dado momento."
Posição oposta à de Ruskin: faz pesadas críticas às restaurações
e pregava absoluto respeito pela matéria original, que levava em
conta as transformações feitas em uma obra no decorrer do
tempo, sendo a atitude de tomar simples trabalhos de
conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura
contemplação.
29
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc
“RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar
um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo
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conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura
contemplação.
30
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc
A reutilização do edifício para sua sobrevivência.
Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um
espírito da qual ela é suporte.
Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter
sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente
por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais
perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro,
em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição
mais longa do que a já decorrida.
31
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
TEORIA DE RESTAURAÇÃO
Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc
A reutilização do edifício para sua sobrevivência.
Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um
espírito da qual ela é suporte.
Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter
sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente
por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais
perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro,
em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição
mais longa do que a já decorrida.
32
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
CONCLUSÃO
Segundo Viollet-le-Duc, o profissional não deve seguir uma
conduta rígida e absoluta no que desrespeito às decisões a
serem tomadas diante de dificuldades comuns no processo da
restauração. Escolhas severas podem apresentar riscos à
obras, porém, tais dificuldades não estão limitadas a fatos
materiais uma vez que os edifícios restaurados devem ter
uma destinação e, o melhor meio de conservação de um
edifício é exatamente dar-lhe uma destinação.
33
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
CONCLUSÃO
A museografia procurou dialogar com o ambiente construído e
com as novas intervenções propostas tirando proveito, por
exemplo, das projeções no telhado da praça da língua ou
construindo o painel de projeções em toda extensão da grande
galeria do segundo pavimento.
Do ponto de vista do restauro, o resultado final parece
harmonioso, na medida em que se entende que este faz parte da
arquitetura em um esforço conjunto de propor o menor impacto
possível no bem tombado, mas também de integrar o monumento
histórico à nova intervenção, com o objetivo de devolver o
patrimônio à sociedade de forma que seja usufruído com as
necessidades e expectativas atuais.
34
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
REFERÊNCIAS
GOOGLE EARTH. Programa de visualização de imagens via satélite.
Europa Technologies 2007 / Digital Globe, 2007.
KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do ferro e arquitetura
ferroviária em São Paulo: reflexões sobre a sua preservação. São
Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secretaria da Cultura, 1998.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA, Museu da Língua Portuguesa,
Estação da Luz. Disponível em: <
www.museudalinguaportuguesa.org.br>. Acesso em abril de 2014.
35
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
REFERÊNCIAS
SPINAZZOLA, Eduardo. Fundação Para a Pesquisa Ambiental –
Universidade de São Paulo Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Universidade Mackenzie. Museu da língua portuguesa -
Projeto de adaptação e restauro da estação da luz. Disponível em:
<http://arquimuseus.arq.br/anais-seminario_2010/eixo_iii/p3-
15_eduardo_spinazzola.pdf>. Acesso em: 14/05/2014.
VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel; DOURADO, Odete (apres. e
trad.). Restauro. Salvador: Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo/UFBA, 1996.
VARGAS, Heliana Comin; CASTILHO, Ana Luisa Howard de.
Intervenções em Centros Urbanos: objetivos, estratégias e
resultados. São Paulo: Manole, 2006.
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A restauração da Estação da Luz para abrigar o Museu da Língua Portuguesa

  • 1. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA ESTUDOS DE CASO SOBRE RESTAURAÇÃO TÉCNICAS RETROSPECTIVAS – RÉGIS EDUARDO MARTINS Fellipe Lucas Jéssica Lucas Rafael Soares
  • 2. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA HISTÓRICO A velha senhora, assim como era carinhosamente chamada entre alguns profissionais que trabalharam nesse projeto de restauro e adaptação, foi inaugurada em 1865 - fruto da construção da estrada de ferro “The São Paulo Railway Company” que ligava Santos a Jundiaí. A Estação da Luz foi o posto de passageiros mais importantes do país e também servia de via de escoamento da produção de café do interior para Santos, e que depois seguia para a Europa. 1
  • 3. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA HISTÓRICO A atual construção data de 1901 e foi construída nos moldes da arquitetura inglesa. Sofreu diversas intervenções ao longo do tempo, sendo a maior delas após um incêndio em 1946 que destruiu a maior parte do prédio, restando intacta a ala oeste pelo fato da torre do relógio ter funcionado como chaminé. Na ocasião dessa reforma que durou de 1947 a 1951 foi feito o acréscimo de um andar em concreto armado que alterou a volumetria e o sistema construtivo original de alvenaria portante. 2
  • 4. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA O tombamento do edifício é dado nas esferas federal (Iphan), estadual (Condephaat) e municipal (Conpresp), segundo o decreto-lei número 25 de novembro de 1937. Em março de 2006 passou a abrigar o Museu da Língua Portuguesa, ampliando as funções para as quais não foi construída e, simultaneamente, conservando a função de transporte por trilhos. 3
  • 5. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA FICHA TÉCNICA 4
  • 6. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA LOCALIZAÇÃO 5
  • 7. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA O EDIFÍCIO Pode-se definir a Estação da Luz com dois corpos: o da Estação, com sua torre de relógio com 60 metros de altura em relação ao nível dos trilhos e, o corpo da Gare, com suas plataformas de embarque e desembarque de trens e uma cobertura que cobre toda a extensão das plataformas. 6
  • 8. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA ESTAÇÃO DA LUZ 7
  • 9. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO O projeto de modernização da linha férrea levou as instalações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM para o subsolo e nos 3 andares antigamente usados como escritórios administrativos é que se instalou o Museu da Língua Portuguesa, propondo um novo uso que manterá a velha senhora ativa por mais alguns anos. 8
  • 10. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO No processo de intervenção, normalmente se evidencia em primeiro lugar o que é proibido . No caso da Luz, não se poderia, em igualdade de importância: interromper o fluxo de pedestres e passageiros pelas três passarelas sobre o trem, na cota da rua; interferir na arquitetura do saguão central, o espaço articulador desse fluxo; e, ao menos em princípio, mudar qualquer registro material, independentemente da escala, da ala que ficou a salvo do incêndio de 1946. 9
  • 11. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO A visitação transcorre de cima para baixo, já que “o projeto tem essa posição intrigante, de o chão continuar sendo estação ”, comentam os arquitetos. Possibilitar a movimentação de subida e descida dos visitantes foi, assim, um dos desafios iniciais da arquitetura. “O edifício era problemático porque, originalmente ocupado por escritórios, possuía escadas e elevadores pequenos, divididos em setores”, revela Pedro. 10
  • 12. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO O percurso de visitação tem início no terceiro andar, sendo necessária a instalação de grandes elevadores dentro das quatro torres existentes - os novos elevadores surgiram como alternativa para a circulação vertical, tanto pela capacidade de passageiros (30 pessoas cada um) como pela área ocupada - pequena se comparada, por exemplo, ao traçado de uma rampa. O trajeto começa no auditório, onde se introduz o tema. Em seguida, na Praça da Língua são apresentadas, numa tela de nove metros, construções destacadas do idioma. Ao assistir às projeções na praça, os visitantes passeiam por um espaço que apresentam a abertura de lajes e a restauração das faces internas dos telhados. 11
  • 13. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO 12
  • 14. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO 13
  • 15. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A INTERVENÇÃO No segundo andar fica a Grande Galeria (6 x 120 metros), um túnel escuro concebido para a projeção de imagens, localizado junto à fachada posterior - transformando espaços labirínticos e isolados, ainda que originais, em uma extensa sala que percorre todo o comprimento da edificação. Além da Galeria de Influências e o Beco das Palavras. No primeiro andar, há uma sala de exposições temporárias e a parte administrativa. Por fim, no térreo, além do saguão restaurado tal como o original, há loja, livraria e café nos saguões laterais. 14
  • 16. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA 15
  • 17. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA 16
  • 18. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA 17 PAVIMENTO TÉRREO Considerando o caráter público do piso térreo, o fluxo intenso de passageiros no corpo central da edificação onde se dá o acesso aos trens que possibilita o passagem transversal pelos pedestres conectando a praça da luz a Rua Cásper Líbero. Os acessos ao museu se dão através de dois pátios simétricos cobertos por aço e vidro, onde existiam pátios de carga, que constituem a única intervenção visível externamente.
  • 19. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Também no térreo, foram previstas a instalação da loja, livraria e do café nos saguões laterais, estes serviços foram pensados para atender à cidade e ao museu de forma simultânea, mantendo ativo o fluxo transversal pelas passarelas sobre a linha do trem. 18 PAVIMENTO TÉRREO
  • 20. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A chegada neste pavimento se dá em um piso elevado ao existente de cerca de 1,10m que possibilita a entrada alta no auditório, resolvendo a curva de visibilidade do mesmo, sendo que o nível original é devolvido no espaço seguinte, que é a praça da língua. Seguindo o percurso do visitante, após a praça da língua ele é convidado a retornar ao foyer através de um corredor lateral e descer pela mesma prumada de elevadores para desembarcar no segundo andar . 19 PLANTA 3º PAVIMENTO
  • 21. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Com um pé direito baixo, de 2,67m sob as vigas da ala central e pequenas, mas desastrosas aberturas na fachada para as janelas que atendiam os escritórios até então instalados ali, este se mostrou o pavimento ideal para montar um grande corredor expositivo de 120m de comprimento chamado Grande Galeria. 20 PLANTA 2º PAVIMENTO
  • 22. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Essa configuração foi possível a partir de 3 ações: 1. fechamento das janelas da fachada, o que também ajudou a recompor o equilíbrio compositivo da mesma; 2. retirada parcial de espessas alvenarias que dividem as 3 alas, que possibilitou trazer para dentro do edifício a sensação da escala do trem com a leitura pelo visitante do comprimento do prédio de ponta a ponta; 3. Criação do suporte museográfico chamado de painel “c” que corta o prédio em toda sua extensão e resolve de forma integrada várias demandas, como a superfície contínua de projeção, a estanqueidade sonora e lumínica das janelas voltadas para a gare dos trens e o abrigo de instalações de elétrica, lógica e de ar- condicionado para atender todo o pavimento sem impactar no prédio existente. 21
  • 23. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Na metade da Grande Galeria o visitante é surpreendido por uma pequena praça, chamada Galeria de Influências, que se abre dando um respiro ao percurso. Neste ambiente, totens interativos, vitrines de objetos, que são o único acervo físico do museu, e um painel da linha do tempo contam sobre as principais línguas que influenciaram a formação da língua portuguesa. 22 PLANTA 2º PAVIMENTO
  • 24. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA O percurso continua pelo segundo trecho da Grande Galeria e, ao final, se chega ao foyer dos elevadores da ala oeste e ao Beco de Palavras - que é um jogo que une interação e aprendizagem, onde o movimento das mãos captado por sensores, consegue interagir com a projeção. 23 PLANTA 2º PAVIMENTO
  • 25. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Em projeto, a saída seria feita pelo elevadores dessa ala que poderiam descer diretamente ao térreo desembarcando os visitantes no pátio oeste. Porém, eles nunca foram ativados e hoje os visitantes retornam pela grande galeria até a extremidade oposta para ganhar a saída utilizando os mesmos elevadores da entrada ou a escada de segurança. Este percurso que coloca a saída no extremo oposto da entrada, gerou muita reflexão no desenvolvimento do projeto: existem impactos como o controle de acesso desse pátio pela equipe de operação do museu e o retorno do visitante ao pátio de entrada, caso este tenha deixado seus pertences no guarda-volumes. De qualquer forma, a não adoção desse percurso prejudicou a circulação interna. pois criou um contra fluxo não previsto no segundo pavimento e uma demanda dupla para os elevadores da ala leste. 24
  • 26. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Na ala leste deste pavimento localiza-se a sala de exposições temporárias. Este espaço foi configurado com a retirada de alvenarias não portantes e divisórias, deixando visível a estrutura de pilares e vigas de concreto. Os serviços ficaram concentrados em um único bloco . 25 PLANTA 1º PAVIMENTO
  • 27. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA A ala oeste destaca-se de todo conjunto expositivo por se tratar da parte do prédio que não foi atingida pelo incêndio e preserva quase na íntegra os elementos originais da construção de 1901. A estrutura de alvenaria portante de tijolos de barro, pisos e forro de madeira, janelas de pinho de riga e paredes com pinturas artísticas decorativas são alguns desses elementos que foram preservados. 26 PLANTA 1º PAVIMENTO
  • 28. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO O presidente do Iphan na época, Antônio Arantes, convocou profissionais reconhecidos na área, como o carioca Glauco Campelo e o paulista Carlos Lemos para um parecer em relação à proposta de Paulo e Pedro Mendes da Rocha: “Grande parte dos técnicos é visceralmente contrária à intervenção em bens tombados, e o projeto interferia muito na edificação original . Mas o importante é que não se prejudiquem os espaços essenciais, que efetivamente caracterizam o edifício, como a gare e a torre do relógio, por exemplo. Fomos favoráveis à mudança porque o tombamento não pode significar a mumificação ”, relata Carlos Lemos. 27
  • 29. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO Pedro enfatiza: “Não se pode tocar o prédio só um pouquinho, sob pena de não se fazer uma boa intervenção. Nossa preocupação foi sempre a de constituir, além do passado, o patrimônio do amanhã ”. 28
  • 30. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc “RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento." Posição oposta à de Ruskin: faz pesadas críticas às restaurações e pregava absoluto respeito pela matéria original, que levava em conta as transformações feitas em uma obra no decorrer do tempo, sendo a atitude de tomar simples trabalhos de conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura contemplação. 29
  • 31. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO Conceito de Restauração segundo Viollet-le-duc “RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento." Posição oposta à de Ruskin: faz pesadas críticas às restaurações e pregava absoluto respeito pela matéria original, que levava em conta as transformações feitas em uma obra no decorrer do tempo, sendo a atitude de tomar simples trabalhos de conservação, para evitar degradações, ou, até mesmo a de pura contemplação. 30
  • 32. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc A reutilização do edifício para sua sobrevivência. Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um espírito da qual ela é suporte. Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro, em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição mais longa do que a já decorrida. 31
  • 33. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA TEORIA DE RESTAURAÇÃO Conceito de Restauração segundo Viollet-le-Duc A reutilização do edifício para sua sobrevivência. Restaurar não é apenas uma conservação da matéria, mas de um espírito da qual ela é suporte. Nas restaurações, há uma condição dominante que se deve ter sempre em mente. É a de substituir toda parte retirada somente por materiais melhores e por meios mais eficazes ou mais perfeitos. É necessário que o edifício restaurado tenha no futuro, em consequência da operação à qual foi submetido, uma fruição mais longa do que a já decorrida. 32
  • 34. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA CONCLUSÃO Segundo Viollet-le-Duc, o profissional não deve seguir uma conduta rígida e absoluta no que desrespeito às decisões a serem tomadas diante de dificuldades comuns no processo da restauração. Escolhas severas podem apresentar riscos à obras, porém, tais dificuldades não estão limitadas a fatos materiais uma vez que os edifícios restaurados devem ter uma destinação e, o melhor meio de conservação de um edifício é exatamente dar-lhe uma destinação. 33
  • 35. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA CONCLUSÃO A museografia procurou dialogar com o ambiente construído e com as novas intervenções propostas tirando proveito, por exemplo, das projeções no telhado da praça da língua ou construindo o painel de projeções em toda extensão da grande galeria do segundo pavimento. Do ponto de vista do restauro, o resultado final parece harmonioso, na medida em que se entende que este faz parte da arquitetura em um esforço conjunto de propor o menor impacto possível no bem tombado, mas também de integrar o monumento histórico à nova intervenção, com o objetivo de devolver o patrimônio à sociedade de forma que seja usufruído com as necessidades e expectativas atuais. 34
  • 36. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA REFERÊNCIAS GOOGLE EARTH. Programa de visualização de imagens via satélite. Europa Technologies 2007 / Digital Globe, 2007. KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo: reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secretaria da Cultura, 1998. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA, Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz. Disponível em: < www.museudalinguaportuguesa.org.br>. Acesso em abril de 2014. 35
  • 37. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA REFERÊNCIAS SPINAZZOLA, Eduardo. Fundação Para a Pesquisa Ambiental – Universidade de São Paulo Graduação em Arquitetura e Urbanismo Universidade Mackenzie. Museu da língua portuguesa - Projeto de adaptação e restauro da estação da luz. Disponível em: <http://arquimuseus.arq.br/anais-seminario_2010/eixo_iii/p3- 15_eduardo_spinazzola.pdf>. Acesso em: 14/05/2014. VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel; DOURADO, Odete (apres. e trad.). Restauro. Salvador: Mestrado em Arquitetura e Urbanismo/UFBA, 1996. VARGAS, Heliana Comin; CASTILHO, Ana Luisa Howard de. Intervenções em Centros Urbanos: objetivos, estratégias e resultados. São Paulo: Manole, 2006. 36