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Se me pedissem para escrever sobre casamento, eu diria que
ele se divide em dois tipos: o exclusivo e o inclusivo.
O casamento exclusivo, de modo geral, começa com uma
sensação muito boa. Corpo e mente celebram a presença do
amor com manifestações físicas e psicológicas. As sensações
que o amor provoca são reconhecidas - e desejadas - por
muitos de nós.
Porém, o casamento exclusivo se aproveita desta condição e
leva os cônjuges a acreditar que precisam ser a razão da
existência um do outro. Fonte exclusiva de prazer mútuo.
O casamento exclusivo privilegia a relação conjugal em
detrimento de outras formas de relacionamento, como a
amizade, o coleguismo, o parentesco, ou a vizinhança,
exigindo status de exclusividade relacional, em que um
cônjuge tem que ser “tudo para o outro”.
Isto requer, logicamente, parceiros que olhem somente um
para o outro, que esperem encontrar um no outro a totalidade
que necessitam, para que dela retirem os fundamentos para a
existência conjunta.
O casamento exclusivo é o mais facilmente encontrado por aí.
Você o encontra nas artes, na poesia, nas novelas, nos
romances, nas peças publicitárias, na música.
Como por exemplo, no Samba em Prelúdio, esta belíssima
canção composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes:
Eu sem você não tenho porquê / porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz / jardim sem luar / luar sem amor / amor sem se dar
Eu sem você / sou só desamor / um barco sem mar / um campo sem flor
Tristeza que vai / tristeza que vem / Sem você meu amor eu não sou ninguém
Casamentos
No casamento
“exclusivo”, os
parceiros passam
a acreditar que
devem ser razão
da existência um
do outro, fonte
exclusiva de
prazer e
realização
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
João David C. Mendonça
Psicólogo - CRP 12/07
Whatsapp (48) 999-81-3821
Email: psicojd@gmail.com
REAUTORIA é uma
publicação mensal
associada ao consultório
de psicologia de João
David C. Mendonça.
N° 03 - junho/2017
Sem a pessoa amada, o poeta não é ninguém. Nada mais tem
valor. Poeticamente falando, é uma ideia linda. Mas
experimente transportá-la para sua vida conjugal. É problema
na certa. Afinal, você não será tudo para o outro o tempo
inteiro, e vice-versa. O casamento exclusivo impõe um peso
que fica muito difícil para qualquer relação suportar.
O casamento inclusivo, por sua vez, só se encontra nos casais
amadurecidos pela experiência da conjugalidade. O
casamento inclusivo compreende que embora haja muitas
coisas que só podem ser alcançadas dentro do casamento, há
também muitas outras que podem ser alcançadas fora dele.
O casamento inclusivo reconhece a conjugalidade como
espaço de desenvolvimento das identidades de cada
parceiro. Nele, as imperfeições fazem parte do processo, e as
conexões não se dão apenas nos momentos bons. No
casamento inclusivo, cada parceiro sente-se incluído na
história do outro, sem ter que carregar o peso de ser a razão da
vida do outro, ou esperar que o outro seja a razão de sua
existência.
Libertos da expectativa de ser tudo para o outro, podemos
desfrutar, embora não o tempo todo, a agradável sensação
de ser uma luz na chama de outra vida, um luar no jardim de
outra pessoa. Aí sim podemos ouvir, abraçadinhos, Vinícius de
Moraes.
João David C Mendonça
No casamento
“inclusivo”, a
conjugalidade
torna-se espaço de
desenvolvimento
das identidades de
cada cônjuge,
onde cada um está
incluído na história
do outro sem ter
que carregar o peso
de ser a única
‘razão de viver’ do
seu parceiro
12 de junho é um dia bom para lembrar que a conjugalidade não é a única forma
legítima de relacionamento. Esse pensamento, que privilegia a relação a dois como
sendo mais importante que outros tipos de relação, alimenta a falsa ideia de que fora
desse formato a pessoa não pode ser feliz e cria a ilusão de que é apenas na outra
pessoa que alguém poderá encontrar o abastecimento de sua identidade. É uma
idealização que nem sempre condiz com a realidade, pois é muitas vezes dentro do
espaço da conjugalidade - ou de um namoro - que se encontram os maiores
sofrimentos, frustrações e traições.
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  • 1. Se me pedissem para escrever sobre casamento, eu diria que ele se divide em dois tipos: o exclusivo e o inclusivo. O casamento exclusivo, de modo geral, começa com uma sensação muito boa. Corpo e mente celebram a presença do amor com manifestações físicas e psicológicas. As sensações que o amor provoca são reconhecidas - e desejadas - por muitos de nós. Porém, o casamento exclusivo se aproveita desta condição e leva os cônjuges a acreditar que precisam ser a razão da existência um do outro. Fonte exclusiva de prazer mútuo. O casamento exclusivo privilegia a relação conjugal em detrimento de outras formas de relacionamento, como a amizade, o coleguismo, o parentesco, ou a vizinhança, exigindo status de exclusividade relacional, em que um cônjuge tem que ser “tudo para o outro”. Isto requer, logicamente, parceiros que olhem somente um para o outro, que esperem encontrar um no outro a totalidade que necessitam, para que dela retirem os fundamentos para a existência conjunta. O casamento exclusivo é o mais facilmente encontrado por aí. Você o encontra nas artes, na poesia, nas novelas, nos romances, nas peças publicitárias, na música. Como por exemplo, no Samba em Prelúdio, esta belíssima canção composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes: Eu sem você não tenho porquê / porque sem você não sei nem chorar Sou chama sem luz / jardim sem luar / luar sem amor / amor sem se dar Eu sem você / sou só desamor / um barco sem mar / um campo sem flor Tristeza que vai / tristeza que vem / Sem você meu amor eu não sou ninguém Casamentos No casamento “exclusivo”, os parceiros passam a acreditar que devem ser razão da existência um do outro, fonte exclusiva de prazer e realização CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA João David C. Mendonça Psicólogo - CRP 12/07 Whatsapp (48) 999-81-3821 Email: psicojd@gmail.com REAUTORIA é uma publicação mensal associada ao consultório de psicologia de João David C. Mendonça. N° 03 - junho/2017
  • 2. Sem a pessoa amada, o poeta não é ninguém. Nada mais tem valor. Poeticamente falando, é uma ideia linda. Mas experimente transportá-la para sua vida conjugal. É problema na certa. Afinal, você não será tudo para o outro o tempo inteiro, e vice-versa. O casamento exclusivo impõe um peso que fica muito difícil para qualquer relação suportar. O casamento inclusivo, por sua vez, só se encontra nos casais amadurecidos pela experiência da conjugalidade. O casamento inclusivo compreende que embora haja muitas coisas que só podem ser alcançadas dentro do casamento, há também muitas outras que podem ser alcançadas fora dele. O casamento inclusivo reconhece a conjugalidade como espaço de desenvolvimento das identidades de cada parceiro. Nele, as imperfeições fazem parte do processo, e as conexões não se dão apenas nos momentos bons. No casamento inclusivo, cada parceiro sente-se incluído na história do outro, sem ter que carregar o peso de ser a razão da vida do outro, ou esperar que o outro seja a razão de sua existência. Libertos da expectativa de ser tudo para o outro, podemos desfrutar, embora não o tempo todo, a agradável sensação de ser uma luz na chama de outra vida, um luar no jardim de outra pessoa. Aí sim podemos ouvir, abraçadinhos, Vinícius de Moraes. João David C Mendonça No casamento “inclusivo”, a conjugalidade torna-se espaço de desenvolvimento das identidades de cada cônjuge, onde cada um está incluído na história do outro sem ter que carregar o peso de ser a única ‘razão de viver’ do seu parceiro 12 de junho é um dia bom para lembrar que a conjugalidade não é a única forma legítima de relacionamento. Esse pensamento, que privilegia a relação a dois como sendo mais importante que outros tipos de relação, alimenta a falsa ideia de que fora desse formato a pessoa não pode ser feliz e cria a ilusão de que é apenas na outra pessoa que alguém poderá encontrar o abastecimento de sua identidade. É uma idealização que nem sempre condiz com a realidade, pois é muitas vezes dentro do espaço da conjugalidade - ou de um namoro - que se encontram os maiores sofrimentos, frustrações e traições. Sobre o dia dos namorados