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Campus universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001.
Faculdade de Ciências da Saúde
MONOGRAFIA
ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE
TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES,
NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL
MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE
DE 2019
Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso
Licenciatura: Enfermagem
Orientadora: Eurica Graça Rocha
Viana, Março de 2020
Campus universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001.
Faculdade de Ciências da Saúde
MONOGRAFIA
ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE
TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES,
NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL
MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE
DE 2019
Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso
Licenciatura: Enfermagem
iii
EPÍGRAFE
«Quando eu me transformar em Dragão, vou espalhar o meu
fogo
Em toda parte
Quer e seja Sul
Quer e seja Norte
Vou deixar de ser imaginário
Vou deixar de ser um sonhador
Vou deixar de ser apaixonado
Vou sentir mais amor
Quando eu me transformar em Dragão
Não vou pisar sobre chão
Não lembrarei do passado
Como se não tivesse Norte
Vou encher a minha boca com fogo
Desde que não haja morte
Serei culminante
Não serei tolerante
Quando eu me transformar em Dragão, um Dragão serei!»
(Barroso, 2015)
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais: Vasco António Barroso José e
Constância João Francisco, pela coragem e ensinamentos sobre o caminho do sucesso.
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, devo agradecer ao Supremo, pela força atribuída durante um
percurso que durou 4 anos, e, mesmo assim ainda continuo acreditando que irei mais avante
com a sua ajuda.
Agradeço aos meus pais, Vasco António Barroso e Constância João Francisco,
por confiarem em mim este tempo todo.
Votos de agradecimento aos meus irmãos de pai e mãe: Raimundo Vasco José,
Celso João José, Virgínia de Fátima José, Francisco Barroso José, Mariano José, Cláudio José
e Ruth José, pelo carinho.
Agradeço à minha Orientadora Eurica Graça Rocha por tudo pelo qual contribuiu
para atingir este grau muito importante para mim e minha família, pela força e confiança
depositada.
Aos meus professores (Nelito Barros, Adão Chimuanji, Lopes Tchivala, António
Sabalo, Eurica Rocha, Marlene Chitumba, Idalina Amaro, Crisóstomo Mulundo e João
Celestino), pelo contributo na minha formação no Ensino Superior e na realização deste
Trabalho de Fim de Curso.
Ninguém, caminha só! Durante a licenciatura, conheci amigos, colegas e até
irmãos (Cecília Joana, Marinela Ngunza, Soltinho Francisco, Belton Chicato, Joaquim
Francisco, Maura Neves, e Benor Congo), que sempre me apoiaram em todos os momentos,
com suas críticas, elogios e realizações, portanto, os meus calorosos agradecimentos.
Muito Obrigado!
vi
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do Regulamento de
Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original excepto onde indicado por
referência especial no texto.
Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo algum quaisquer
visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação
noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras.
Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA.
Assinatura: ________________________________________________________________
Data: _____/_____/__________
vii
ABREVIATURAS
AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
HBV: Vírus da Hepatite B
VIH: Vírus da Imunodeficiência Humana
OMS: Organização Mundial da Saúde
CDC: Controlo de Doenças Contagiosas
COPHI: Cases of Public Health Importance (Casos Importantes de Saúde Pública)
B.U. Medicina: Banco de Urgência de Medicina
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
ABNT: Associação Brasileira de Normas Tecnológicas
NBR: Norma Brasileira
OIT: Organização Internacional do Trabalho
UTI: Unidade de Tratamento Intensivo
SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
B.U: Banco de Urgência
CAP: Capítulo
CADERNO E: Caderno do Enfermeiro
viii
RESUMO
Objectivo: Conhecer as Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes,
nos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga, no II
Semestre de 2019. Método utilizado: Trata-se de um estudo Observacional, descritivo
transversal de abordagem quantitativa. Resultados obtidos: De acordo com os dados obtidos
sobre a faixa etária, os resultados mostram que 37% da amostra compreendem a faixa etária
entre os 30 e os 40 anos e 7% entre os 51 e os 60 anos. Sobre o sexo, os resultados mostram
que 90% correspondem ao sexo Feminino e 10% ao sexo Masculino. Relativo ao sexo por
faixa etária, os resultados mostram que 37% correspondem ao sexo feminino em faixa etária
compreendida entre os 30 e os 40 anos, e, na faixa etária entre os 51 e os 60 anos 3%
correspondem ao sexo masculino. Sobre a categoria profissional, os resultados mostram que,
70% são Técnicos de enfermagem e 3% bacharel. Concernente ao tempo de serviço, os
resultados mostra que 38% correspondem em menor ou igual a 5 anos de trabalho e 14% entre
os 11 e os 15 anos de trabalho. Sobre o Nível de conhecimento, os resultados mostram que,
44% apresentam um bom nível de conhecimento e 10% dos profissionais apresentam
conhecimento moderado. Relativamente as causas de acidentes de trabalho com materiais
perfuro-cortantes, os resultados mostram que, 23% dos acidentes foi por descontrolo
emocional e 3% devido a falhas na supervisão dos serviços. Conclusões: Concluiu-se que
80% dos profissionais de enfermagem sofrem acidentes e que as causas de acidentes de
trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital
Municipal de Viana – Capalanga foram o descontrolo emocional durante a realização dos
procedimentos, dupla jornada de trabalho, desgaste físico, despreparo profissional, descarte
incorrecto, reencape incorrecto, falhas na supervisão e desconhecimento e banalização dos
riscos.
Palavras-chave: Acidentes, causas, materiais perfuro-cortantes, enfermagem.
ix
ABSTRACT
Objective: To know the Causes of Work Accidents with Sharps, in the Nursing Professionals
of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga, in the 2nd Semester of 2019. Method used:
This is an observational, descriptive cross-sectional study of quantitative approach. Results:
According to the data obtained on the age group, the results show that 37% of the sample
comprised the age group between 30 and 40 years old and 7% between 51 and 60 years old.
Regarding gender, the results show that 90% correspond to females and 10% to males.
Regarding gender by age group, the results show that 37% correspond to females aged
between 30 and 40 years, and in the age group between 51 and 60 years 3% correspond to
males. About the professional category, the results show that, 70% are Nursing Technicians
and 3% Bachelor. Concerning length of service, the results show that 38% correspond to less
than or equal to 5 years of work and 14% between 11 and 15 years of work. Regarding the
level of knowledge, the results show that 44% have a good level of knowledge and 10% of
professionals have moderate knowledge. Regarding the causes of accidents at work with
sharps, the results show that 23% of the accidents were due to emotional uncontrollability and
3% due to failures in the supervision of services. Conclusions: It was concluded that 80% of
nursing professionals suffer accidents and that the causes of work accidents with sharps in the
nursing professionals of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga were the emotional lack
of control during the procedures, double shift work, physical wear, professional
unpreparedness, improper disposal, incorrect recapping, supervisory failures and ignorance
and trivialization of risks.
Keyword: Accidents, causes, sharps, nursing.
x
ÍNDICE
EPÍGRAFE................................................................................................................................iii
DEDICATÓRIA........................................................................................................................iv
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................v
DECLARAÇÃO DE AUTOR...................................................................................................vi
ABREVIATURAS ...................................................................................................................vii
RESUMO ................................................................................................................................viii
ABSTRACT ..............................................................................................................................ix
ÍNDICE DE TABELAS ...........................................................................................................xii
ÍNDICE DE FIGURAS ...........................................................................................................xiv
ÍNDICE DE QUADROS..........................................................................................................xv
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA........................................................................................2
OBJECTIVOS ............................................................................................................................2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.................................................................................................3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................................3
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.................................................................................................4
CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA.................................................5
1.1. MATERIAIS PERFURO-CORTANTES ....................................................................5
1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes .....................................................6
1.2. ACIDENTES DE TRABALHO...................................................................................9
1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de
enfermagem ..........................................................................................................................11
1.2.2. Principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de enfermagem ................................................................................................12
CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO..............................................15
2.1. MODOS DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................15
2.2.VARIÁVEIS ...............................................................................................................15
2.3. OBJECTO DE ESTUDO ...........................................................................................18
2.4. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO................................................................18
2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO...............................18
CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS............20
CONCLUSÕES ...............................................................................................................34
xi
RECOMENDAÇÕES .....................................................................................................36
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................37
APÊNDICE......................................................................................................................40
ANEXOS ..........................................................................................................................41
xii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem segundo a faixa etária ------------- 20
Tabela 2: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana
segundo o Sexo------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Tabela 3: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana
segundo a Faixa Etária por Sexo----------------------------------------------------------------------- 22
Tabela 4: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana
segundo a Categoria Profissional ---------------------------------------------------------------------- 23
Tabela 5: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem dos Hospital Municipal de Viana
segundo o Tempo de Serviço--------------------------------------------------------------------------- 24
Tabela 6: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana -
Capalanga segundo o Nível de Conhecimento------------------------------------------------------- 25
Tabela 7: Distribuição dos Porfissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana -
Capalanga segundo o Nº de profisionais acidentados e não acidentados ------------------------ 26
Tabela 8: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as etapas
de acidentes de trabalho. -------------------------------------------------------------------------------- 27
Tabela 9: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal Viana - Capalanga de acordo com o
Agente da lesão------------------------------------------------------------------------------------------- 28
Tabela 10: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortante em
profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Tipo de
Lesão------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
Tabela 11: Distribuição dos acidente de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região
do Corpo Afectado--------------------------------------------------------------------------------------- 30
xiii
Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas
de Acidentes com materiais perfuro-cortantes. ------------------------------------------------------ 31
Tabela 13: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo
por Categoria mais afectado por Acidentes de Trabalho. ------------------------------------------ 32
xiv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Apresentação gráfica da faixa etária dos profissionais de enfermagem..................20
Figura 2: Apresentação gráfica dos profissionais de enfermagem de acordo ao Sexo ...........21
Figura 3: Apresentação gráfica dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de
Viana segundo a categoria Profissional....................................................................................23
Figura 4: Apresentação gráfica do Tempo de serviço dos profissionais de Enfernagem do
Hospital Municipal de Viana - Capalanga................................................................................24
Figura 5: Apresenatção gráfica do Nível de conhecimento dos profissionais de Enfermagem
do Hospital Municipal de Viana - Capalanga...........................................................................25
Figura 6: Apresentação gráfica do nº de profissionais acidentados e não acidentados do
Hospital Municipal de Viana - Capalanga................................................................................26
Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga .....27
Figura 8: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Porfissionais de Enfermagem do Hospital Municipla de Viana - Capalanga de acordo ao
Agente da Lesão .......................................................................................................................28
Figura 9: Apresentação gráfica dos aidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem dos Hospital Municipal de Viana - Capalanga quanto ao Tipo de
Lesão.........................................................................................................................................29
Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes
em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a
Região do Corpo Afectado .......................................................................................................30
Figura 11: Exemplo de Materiais perfuro-cortantes .................................................................5
Figura 12: Exemplo de descarpack (caixa colectora) para materiais perfuro-cortantes ...........6
xv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1: Codificação das Variáveis em estudo. ...................................................................15
1
INTRODUÇÃO
Segundo Sarquis e Felli (2002), os acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes representam um risco para os trabalhadores das instituições hospitalares devido a
possibilidade de transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS ou HIV), as quais podem ser letais.
Os acidentes de trabalho são agravos identificados há muito tempo, embora não
hajam estatísticas quantitativas mundiais sobre essas ocorrências, os ferimentos nos dias
actuais têm causado um grande problema nos profissionais de saúde, sobre os Enfermeiros
devido à exposição de trabalho.
O profissional da saúde em sua prática diária está exposto a um risco maior de
adquirir determinadas infeções imunologicamente preveníveis, do que a população em geral.
(Sarquis & Felli, 2002)
As causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes é o motivo da
preocupação nos profissionais de saúde e a administração dos serviços hospitalares devido ao
elevado risco de contaminação de infeções por via sanguínea como as Hepatites e o VIH.
Segundo os autores, nos EUA mais de 50 trabalhadores de enfermagem que
sofreram acidentes com material perfuro-cortante contaminados pelo vírus do VIH, sendo
contaminados por essa infeção. Além desses, ainda há casos a serem investigados.
Os Profissionais de enfermagem, durante a assistência ao paciente estão expostos
a inúmeros riscos de acidentes, dentre eles, aqueles com materiais perfuro-cortantes, como
objectos físicos, mecânicos, biológicos e químicos, e embora se conheça os riscos, muitos
profissionais não dão a devida importância a esse tipo de acidente, deixando de fazer a
notificação e até mesmo o tratamento pós-acidente não dando relevância ao problema.
«No Brasil, mesmo não havendo estatísticas oficiais, achados semelhantes foram
descritos na literatura, apontando índice de acidentes por perfuro-cortantes de 30,17%.»
(Ruas, Santos, Barbosa, Belasco, & Bettencourt, 2012, p. 4)
Diante a realidade dos serviços de saúde do nosso país (Angola), e da forma como
estão distribuídos os turnos, carece de uma reflexão sobre as causas de acidentes de trabalho
com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem.
2
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Hoje, os serviços de qualquer sector, são exigidos à prestação das actividades com
a máxima qualidade possível, sem ter em conta os riscos e falta de informação para os
profissionais sobre biossegurança no trabalho.
Muitos são os trabalhadores de saúde, sobretudo os Enfermeiros que na sua vida
diária de trabalhado, têm passado por momentos difíceis em termos de socialização
profissional com os seus colegas na unidade sanitária, sendo um dos factores que podem
causar descontrolo na realização de determinados procedimentos que envolvam materiais
Perfuro-cortantes, podendo assim, culminar com um agravo.
Durante o período de estágio, identifiquei muitos problemas por parte dos
profissionais de enfermagem em termos de acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes. Políticas sobre a biossegurança no trabalho existem, mas, os métodos não são
implementados nas suas práticas diárias, por esta razão, optei na investigação deste tema que
tem a seguinte pergunta de partida:
Quais são as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes,
nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga, no II
Semestre de 2019?
OBJECTIVOS
Geral:
Conhecer as Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes,
nos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga, no II
Semestre de 2019.
Específicos:
Caracterizar os Profissionais de Enfermagem segundo a Faixa etária, sexo,
categoria profissional e tempo de serviço.
Identificar o Conhecimento dos Profissionais de enfermagem sobre técnicas
correctas de manuseamento dos materiais perfuro-cortantes.
Identificar a ocorrência de acidente por materiais perfuro-cortante nos
profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga.
Descrever as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes à
equipe de Enfermagem.
3
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Abordar esse tema vai aprimorar os conhecimentos dos profissionais de saúde
naquilo que tange os acidentes de trabalho que têm ocorrido nas unidades hospitalares. É de
grande importância, pois os materiais biológicos podem causar certas doenças infecciosas ao
indivíduo exposto a essa prática (profissional de saúde), daí a necessidade de prevenir,
estudando as principais causas que levam ao profissional acidentar-se com o material usado
por ele mesmo.
Outra grande importância é de contribuir para o desenvolvimento de estratégias
educativas, que visem reduzir a exposição dos profissionais de enfermagem aos diversos tipos
de materiais cortantes e perfurantes, e, reduzir a contaminação de doenças como VIH e
Hepatite B e também na implementação de cuidados na manipulação de materiais perfuro-
cortantes, além de estimular o uso adequado de equipamentos de protecção individual e
colectivo.
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo foi realizado no II Semestre de 2019, no Hospital Municipal de
Viana – Capalanga nas seguintes áreas: B.U. Medicina, Internamento de Medicina,
Internamento Puerpério e Sala de Parto. Para a realização da investigação e obtenção dos
dados, foi utilizado o Questionário com quatro questões estruturadas. Pesquisa que teve a
duração de uma semana (sete dias), e, só envolveu profissionais de enfermagem efectivos de
todas as categorias.
4
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
Acidente: «é o evento não programado nem planejado que resulta em lesão,
doença ou morte, dano ou outro tipo de perda» (Silveira, 2015, S/p.).
Trabalho: «actividade humana que, com o auxílio ou não de máquinas, se
caracteriza como factor essencial da produção de bens e serviços.» (Houaiss, 2007, S/p.)
Material: «conjunto de objectos e aparelhos, mobiliário, utensílios, aparelhos e
instrumentos que se usam numa construção, numa exploração e são utilizados nas
actividades que aí se realizam.» (Houaiss, 2007, S/p.)
Materiais Perfuro-cortantes: Segundo a Resolução nº 5/93 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente - (CONAMA), são considerados materiais perfuro-cortantes: as seringas,
agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material
pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes.
(Brasil, 2010, citado por Souza, 2011, p. 21)
Acidente de trabalho: «é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou instituição, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.»
(Silveira, 2015, S/p.)
5
CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
1.1. MATERIAIS PERFURO-CORTANTES
Os trabalhadores de enfermagem no cuidado e assistência ao paciente requerem o
manuseio e o descarte de materiais perfuro-cortantes diariamente. Esses objectos são
capazes de provocar cortes ou perfurações, assim exigindo medidas cuidadosas para seu
descarte e manuseio. (Dias, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 191).
Os instrumentos e/ou materiais perfuro-cortantes estão distribuídos em vários
sectores dos serviços hospitalares, podendo-se destacar como os principais materiais perfuro-
cortantes: Agulhas, bisturi, tesoura, ampolas de vidro, entre outros. Os materiais perfuro-
cortantes são objectos, dispositivos que quando mal empregados podem nos ferir, podendo
nos transmitir alguns patógenos transportados por objectos. (Moura, Deodato, & Gama, 2016)
Os perfuro-cortantes são considerados Resíduos Sólidos. São geradores desses resíduos
todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive
os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de
produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem actividades de
embalsamamento (tanatopraxia e somato-conservação), serviços de medicina legal,
drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa
na área da saúde, centro de controlo de zoonoses; distribuidores de produtos
farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores de materiais e controles para
diagnóstico invitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviço de acupunctura;
serviços de tatuagem, dentre outros similares. (Brasil, 2006, citado por Moura, Deodato,
& Gama, 2016, p. 192)
Os materiais perfuro-cortantes após a sua utilização tornam-se inutilizados para
outro fim, contribuindo na produção de lixos hospitalares e devem ser desprezados de forma
correcta.
Figura 11. Exemplo de Materiais perfuro-cortantes
Fonte: Adaptado de autor desconhecido
6
1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes
«É inegável que para o descarte seguro dos materiais perfuro-cortantes é
necessário a segregação ou separação apropriada dos resíduos, de acordo com a
classificação, ou seja, devem ser separados nos colectores correctos.» (Moura, Deodato, &
Gama, 2016, p. 193)
Segundo os autores acima citado, o descarte correcto dos materiais perfuro-
cortantes (cada resíduo no seu devido lugar e de forma separada), previne acidentes trabalho
por descuido ou engano.
Os materiais perfuro-cortantes descartados separadamente, no local de sua geração,
imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes
à ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros
referenciados na norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proibido o
esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. ((Brasil, 2004), citado por
(Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194)).
Os materiais perfuro-cortantes quando descartados em recipientes certos, rígidos e
resistentes a perfuração, ajudam na prevenção de acidentes por esses materiais. Quando
descartados após o seu uso, não devem ser reaproveitados para evitar contaminação.
É importante notar que a separação correcta dos materiais ou resíduos hospitalares
previne de certa forma acidentes ou agravos à saúde, não só para os profissionais de
enfermagem, como também a equipe de limpeza dos serviços hospitalares entre outros
profissionais que directa ou indirectamente estão ligados à equipa de saúde. (Sarquis & Felli,
2002)
Figura 12. Exemplo de descarpack (caixa colectora) para materiais perfuro-cortantes
Fonte: Adaptado de autor desconhecido
7
A identificação do grupo dos perfuro-cortantes indica o risco que os resíduos representam
o biológico. Assim, deve constar o símbolo de substância infectante constante na Norma
Brasileira (NBR) -7500 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com
rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de Resíduos
Perfuro-cortantes e os riscos adicionais, que pode ser o químico ou radiológico na sua
parede externa do colector. (Brasil, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p.
194)
É importante identificar bem cada colector de descarte para não haver engano e
possível acidente. O colector de descarte deve possuir rótulo de fundo branco com o desenho
que indica o tipo material que é armazenado,
«No momento do descarte dos perfuro-cortantes, as agulhas descartáveis devem
ser desprezadas juntamente com as seringas. É vedado à desconexão manual, assim como
não se deve quebrar, entortar ou recapear agulhas ou qualquer material perfuro-cortante
após o uso.» (Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194)
Após a utilização das agulhas, não devem ser reencapados, quebrada ou entortadas.
Assim que utilizar uma agulha deve-se utilizar o método de pesca se decidir recapear para o
descarte adequado caso use um colector não resistente a perfuração
«O ideal é um recipiente em cada enfermaria, permitindo que os perfuro-
cortantes sejam descartados no seu local de geração, imediatamente após o uso, evitando que
sejam reencapados e deslocados, com isso diminuindo os possíveis riscos de acidentes.»
(Brasil, 2004; Brasil, 2011; Souza et al., 2013, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p.
194).
Os recipientes de descartes devem estar próximos do local de assistência,
possibilitando o descarte imediato logo após a realização de um procedimento que envolva
material perfuro-cortante, para diminuir o risco de acidente de trabalho com materiais perfuro-
cortantes.
O colector distante das enfermarias obriga os profissionais a se deslocarem para desprezar
o material perfuro-cortante, tendo que transportar agulhas e seringas, e desviar de
obstáculos como os pacientes, outros colegas de trabalho, os leitos e familiares dos
pacientes. Assim, a falta de colectores próxima ao leito ou à área de realização de
procedimentos tem sido um motivo para o recapeamento de agulhas. Essa é considerada
uma prática de risco responsável por parte significativa de acidentes. (Rapparin, 2005;
Souza et al., 2013; Martins et al., 2014, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, pp.
194-195)
Um dos motivos que levam os profissionais de enfermagem a reencaparem as
agulhas são os colectores de descarte distantes das enfermarias, obrigando assim, o
8
profissional a deslocar-se para descartar um material perfuro-cortante. Prática de risco para
acidentes com materiais perfuro-cortantes nas unidades. Aconselha-se que os colectores
estejam próximos do local de assistência, aonde é realizado os procedimentos que envolvam
materiais perfurantes.
Actualmente, podemos encontrar em muitas unidades de saúde os colectores dos tipos
industrializados que apresentam todas as características padrão já descrita e os
improvisados, que geralmente são embalagens vazias reaproveitadas para essa finalidade
e não apresentam identificação de resíduos perfuro-cortantes. Ressalta-se ainda, que esses
colectores utilizados para o descarte são adaptações de caixas de remédios e embalagens
de produtos de limpeza (Sêcco; Robazzi, 2007; Souza et al., 2013, citados por Moura,
Deodato, & Gama, 2016, p. 195)
Hoje, nas unidades hospitalares os recipientes de descartes de materiais perfuro-
cortantes maioritariamente são improvisados pelos próprios profissionais, e, não são
devidamente sinalizados ou separados.
Segundo Souza et al., (2013) citado por Moura, Deodato, & Gama, (2016) em um
estudo realizado no Hospital de Macapá-AP, durante uma visita em todos os sectores da
unidade, foram observadas as condições dos colectores usados e identificando 48 recipientes,
dos quais 38 eram recipientes improvisados.
Nas unidades Hospitalares de Angola e outros países, também foram identificadas
essa prática, colectores de descartes improvisados e muitos deles, não resistente a perfuração,
o que torna um factor de risco para acidentes por picada.
Evidencia-se também, nos recipientes para perfuro-cortantes materiais não perfuro-
cortantes descartados, como gazes, algodão, embalagens plásticas, papel, luvas de
procedimento clínico e entre outros. Assim, sendo negligenciada a finalidade do
recipiente, o que diminui sua vida útil e consequente aumento do gasto com novas
embalagens (Martins et al., 2014, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 196)
Cada objecto de descarte, deve ter uma finalidade específica, bem sinalizados para
evitar mistura de resíduos hospitalares. Os materiais perfuro-cortantes devem ser separados no
descarte, num colector específico e rígido, resistente a perfuração. Outros resíduos deverão ser
desprezados noutros colectores.
Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções
devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos,
nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de microrganismos para outros
pacientes e ambientes. Todos os instrumentos reutilizados têm rotina de reprocessamento.
Verifique para que estes estejam limpos ou desinfectados/esterilizados adequadamente
antes do uso em outro paciente ou profissional. Confira se os materiais descartáveis de
9
uso único estão sendo realmente descartados e se em local apropriado. (Oppermann &
Pires, 2003, p. 10)
Durante o manuseamento de instrumentos e materiais com sangue e outros fluidos
corporais, o profissional deve usar os EPI’S para prevenir contaminação na pele e ainda
prevenir microrganismos na roupa.
«Com relação aos cuidados na manipulação e descarte dos resíduos perfuro-
cortantes deverão ser tomados em conjunto com o uso dos Equipamentos de Protecção
Individual que visam reduzir os riscos de exposição do profissional de saúde a agentes
biológicos» (LUCENA, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 196)
É necessário usar equipamentos de protecção individual para diminuir riscos de
possíveis acidentes com materiais perfuro-cortantes, além disso, a atenção e destreza, devem
ser capacidades desenvolvidas pelo profissional, evitando o descontrolo e acidente. Daí a
importância de se usar os equipamentos de protecção individual.
Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e
outros instrumentos de corte tenha cuidado para não se acidentar. A estes materiais
chamamos de instrumentos perfuro-cortantes. Eles devem ser descartados em caixas
apropriadas, rígidas e impermeáveis que devem ser colocado próximo à área em que os
materiais são usados. Nunca reencape agulha após o uso. Não remova com as mãos
agulhas usadas das seringas descartáveis e não as quebre ou entorte. Para a reutilização de
seringa anestésica descartável ou carpule, recape a agulha introduzindo-a no interior da
tampa e pressionando a tampa ao encontro da parede da bandeja clínica de forma a não
utilizar a mão neste procedimento. Seringas e agulhas reutilizáveis devem ser
transportadas para a área de limpeza e esterilização em caixa de inox ou bandeja.
(Oppermann & Pires, 2003, p. 10)
O profissional deve ter a máxima atenção ao manusear, limpar ou descartar
agulhas, lâminas de bisturi, tesouras entre outros instrumentos de corte para evitar acidentes
por esses materiais. Evitar o reencape de agulhas, nem remove-las, entortá-las ou quebrá-las
com as mãos. Em caso de reutilização de seringas e agulhas, deverá introduzir a tampa em
forma de pesca pressionando na bandeja sem utilizar as mãos como anteparo.
1.2. ACIDENTES DE TRABALHO
O trabalho é uma actividade fundamental nas condições de vida do homem. Produz efeito
positivo, quando é capaz de satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação
e de colaboração dos trabalhadores. Entretanto, ao realizá-lo, o homem expõe-se a
diversos riscos presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir directamente em
sua condição de saúde e bem-estar (Canini et al, 2000, citado por Ribeiro, Santos, Ebner,
& Oliveira, 2012)
10
Sendo o trabalho, uma prática fundamental nas condições de vida do homem,
deve-se evitar a exposição ao realizá-lo, usando equipamentos de protecção individual e
colectivo para o bem-estar e garantir condições de vida laboral. Para isso, é necessária a
colaboração dos profissionais e combater a distracção no local de serviço.
Acidentes de trabalho geram diversos prejuízos, que podem atingir o trabalhador,
empregador e governo. Os prejuízos são diversos, dentre eles: redução da produção em
função do não desenvolvimento das actividades inerentes ao cargo do acidentado;
dificuldade em realizar as actividades sociais; redução da renda familiar; traumas
irreparáveis nos trabalhadores; dentre outras consequências (Soares, 2008, citado por
Rodrigues, 2017, p. 37)
Quando um profissional se acidenta, os danos não sobressaem só para ele, a
família também sofre. Diminui o auto-estima de voltar a usar os instrumentos que pelo qual se
acidentou, a dificuldade de encarar o local de serviço aumentam, psicologicamente, o
profissional torna-se doente.
Segundo Monteiro (2012), citado por Rodrigues (2017), acidentes de trabalho é
um evento que ocorre de forma inesperada, mas com características bem definidas de espaço e
tempo, suas consequências são normalmente imediatas, mas os danos podem aparecer depois.
Segundo Ruiz, Barboza e Soler (2004), citado por Rodrigues, (2017, pp. 38-39) os
acidentes de trabalho na área de saúde, principalmente em hospitais são de grande
importância, uma vez que são diversos os agentes aos quais os trabalhadores estão
expostos, sendo eles: Físicos: nos quais se tem os ruídos, temperaturas, radiações;
mecânicos: nos quais estão presentes as contusões, fracturas, ferimentos cortantes, dentre
outros; químicos: que envolvem os processos de esterilização e desinfecção de materiais,
anestesias e medicamentos; ergonómicos: referentes principalmente aos esforços físicos
intensos, que envolvem o transporte manual de pacientes, posturas inadequadas;
biológicos: devido ao contacto com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e
materiais contaminados; psíquico: exposição à atenção permanente no trabalho,
supervisão com pressão, altos ritmos de trabalho e a repetitividade.
Existem vários factores que quando interagido nos podem causar acidentes, desde
os físicos aos mecânicos. Os ferimentos por objectos cortantes as vezes é decorrente devido a
falta de atenção e desgaste físico, por isso exige-se a máxima atenção e supervisão dos
serviços para evitarmos tais situações.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que ocorre anualmente cerca de
270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo, destes 2 milhões ocasionaram
óbito dos trabalhadores. Ainda segundo a OIT, o Brasil ocupa a quarta posição dos países
com maior número de acidentes fatais. (Zinet, 2012; citado por Rodrigues, 2017, p. 37)
11
1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de
enfermagem
Cada profissão tem seus riscos inerentes à natureza e ao ambiente do seu trabalho, que
podem causar acidentes ou doenças ocupacionais. Esses constantes riscos ocupacionais,
interferem de forma temporária ou permanente nas condições de saúde do trabalhador. As
actividades laborais exercidas por trabalhadores de enfermagem se constituem como
fonte de riscos ocupacionais, pois o ambiente de trabalho expõe esses trabalhadores a
uma variedade de riscos, como a riscos físicos, ergonómicos, químicos, psicossociais e
principalmente os biológicos (Almeida et al., 2009; Neves et al., 2011, citado por Moura,
Deodato, & Gama, 2016, p. 197)
A enfermagem é uma ciência baseada nos cuidados e atenção ao ser humano no
que tange as suas necessidades humanas básicas. Numa unidade hospitalar, ela é realizada
consoante os procedimentos que necessitam de instrumentos, muitos deles, os perfuro-
cortantes, o que lhe torna exposto a esses materiais. A falta de qualidade e supervisão nos
serviços de enfermagem, podem influenciar os trabalhadores de enfermagem para um
cometimento de agravo.
No Brasil, começaram a citar pesquisas sobre acidentes de trabalho com materiais
perfuro-cortantes na década de 70. Devido à relevância do tema, o interesse em pesquisar foi
crescendo gradualmente. Segundo autores, os acidentes mais frequentes ocorridos em
hospitais do Brasil, foram provocados por objectos ou materiais perfuro-cortantes, sendo os
profissionais de enfermagem os mais afectados a riscos ocupacionais. (Moura, Deodato, &
Gama, 2016)
Os profissionais de enfermagem, especialmente os técnicos e auxiliares de enfermagem,
estão envolvidos com objectos perfuro-cortantes continuamente durante a assistência
prestada aos pacientes, principalmente aqueles que estão em unidades de emergência,
como: unidade de terapia intensiva (UTI), pronto-socorro, centro cirúrgico, onde existe
uma alta rotatividade de procedimentos e mudança de materiais utilizados em cada
atendimento, favorecendo tais acidentes. (Souza, 2011, p. 22)
Num estudo realizado por Sarquis & Felli, (2002), identificaram o coeficiente de
risco em profissionais de enfermagem em todas as categorias, apontando os auxiliares e
técnicos médios de enfermagem com maior risco de cometer acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes. O auxiliar de enfermagem, realiza funções de administração de
medicamentos e assiste directamente o paciente, como também realiza procedimentos de
emergência e pensa-se como uma das causas que os levam a acidentar-se frequentemente.
12
Segundo o caderno E, do Curso Básico de Controlo de Infecção Hospitalar do
Brasil em 2000, o número de acidentes por materiais perfuro-cortantes são alarmantes e partes
destes acidentes são causados por resíduos cortantes. (Rodrigues, 2017)
Os acidentes de trabalho ocorrem em diversas etapas do manuseamento dos
materiais perfuro-cortantes sobretudo quando há condições inseguras, mas, quando os
resíduos são acondicionados e transportados de forma correcta, desde a sua origem até ao
destino final, os riscos de um agravo tornam-se menor. (Rodrigues, 2017)
Em estudo realizado por Castro e Farias (2009) referente às repercussões identificadas
pelos profissionais de enfermagem na sua saúde após o acidente, os mesmos relataram as
seguintes expressões: medo, desespero, preocupação, vergonha, incompetência,
incapacidade, ansiedade, insegurança, pânico, sensação ruim, dentre outras. (Rodrigues,
2017, p. 40)
As consequências dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes são
várias, desde os danos psicológicos ao isolamento social e profissional. Por isso, o
profissional acidentado deve ser bem seguido por uma equipa médica dos serviços internos de
acompanhamento ao profissional acidentado.
1.2.2. Principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes
em profissionais de enfermagem
Os materiais perfuro-cortantes comummente envolvidos nesses acidentes, são: seringas
descartáveis/agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, escalpes, lâminas de bisturis,
estiletes de cateteres intravenosos e agulhas para colectas de sangue. Entretanto os tipos
de acidentes ocorrem através de perfuração com agulhas durante punção venosa,
medicação subcutânea, durante soroterapia, perfuração com agulhas descartadas em
locais inapropriados, medicação intramuscular, corte com lâminas de bisturi, contacto
com sangue em mucosas ou em feridas (Marziale, Nishimura & Ferreira, 2004, Citado
por Souza, 2011, p. 22)
Os materiais envolvidos nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, são as
agulhas de sutura, agulhas para injecção, bisturis, entre outros. O profissional pode se acidentar antes
da realização de um procedimento, no momento da preparação de medicamentos, ao abrir uma ampola,
ao diluir uma substância. Pode ainda acidentar-se durante a realização de um procedimento que
envolva materiais perfuro-cortantes e após a realização desse procedimento, nesse caso ao descartar de
forma incorrecta as agulhas ou outro material perfuro-cortante.
São várias as causas deste evento, desde os emocionais aos desconhecimentos de técnicas
sobre biossegurança. Uma simples desatenção no ato de preparar a medicação, durante e após a
realização de um procedimento pode ser suficiente para chegar a este agravo. Muitos autores
13
identificaram a dupla jornada de trabalho nos profissionais acidentados, apontam como sendo uma das
causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes.
Para Costa (1996), citado por Machado e Henkes (2014, pp. 219-220) os factores
de risco para a ocorrência de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, tanto na
assistência directa como indirecta ao paciente são:
 Desconhecimento e banalização do risco;
 Ausência de treinamento e inexperiência dos profissionais;
 Falhas na supervisão;
 Despreparo profissional – formação deficiente;
 Ausência de grade curricular que contemple as formas de prevenção às exposições a
material biológico em: faculdade de medicina, enfermagem etc.;
 Dupla jornada de trabalho – causando sobrecarga de trabalho que pode potencializar os
riscos já existentes, além de causar desgastes físicos e mentais levando ao estresse
ocupacional.
 Impacto emocional – problemas pessoais;
 Falso senso de segurança;
 Ausência de método, organização e planeamento no trabalho;
 Layout incorrecto;
 Descontrole emocional frente às situações de emergência.
«A predominância do objecto perfuro-cortante como causa do acidente aparece
com um percentual significativo expresso por esses trabalhadores (53,70%).Esses dados vem
de encontro com a literatura que afirma ser o perfuro-cortante o objecto mais frequente nos
acidentes de trabalho.» (Sarquis & Felli, 2002, p. 227)
Para Sarquis e Felli (2002), os materiais perfuro-cortantes são a maior causa de
acidentes de trabalho nos Hospitais. Por outra, a forma como o profissional manipula os
instrumentos interferem significativamente neste evento, o excesso de trabalho, a má posição
corporal e o não uso de EPI’s, são outros factores que influenciam na ocorrência de acidentes
com materiais perfuro-cortantes.
Alguns autores afirmam que as principais causas de acidentes de trabalho, no que
se cita a comportamento são: a falta de organização do serviço, fatalidade, sobrecarga de
14
trabalho, falta de atenção. (Balsamo & Felli 2006, citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, 2012)
Conforme análise de um estudo que propõe que o número de ocorrências de acidentes de
trabalhos com perfuro cortantes não resulta apenas no baixo nível de formação dos
profissionais, mas também pela falta de treinamento, capacitação, recursos materiais e
cultura institucional (Rodrigues & Marziale, 2002). Porém autores acreditam que o grau
de qualificação influencie na ocorrência dos acidentes Ribeiro e Shimizu (2002, citado
por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, 2012, p. 2)
Segundo Alves, Passos e Tocantins (2009), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, (2012), na profissão de enfermagem, os acidentes com materiais perfuro-cortantes
ocorrem por falta de conhecimento sobre biossegurança, má administração das instituições,
desmotivação dos profissionais, instalações precárias e falta de atenção da enfermagem nos
procedimentos.
«Outro factor apresentado é que as origens dos acidentes podem vir acontecer
pela rapidez em que são realizados os procedimentos devido ao grande número de pacientes
e a gravidade do estado de saúde dos mesmos.» (Vieira; Pinheiro; Lima, 2007, citado por
Ribeiro, Santos, Ebner & Oliveira, 2012, p. 2)
Os autores supracitados, afirmam que muita das vezes o profissional se acidenta
devido à rapidez na realização das actividades, isso vê-se muito nos Bancos de Urgências,
devido à gravidade do estado de saúde dos utentes. Se o profissional não for treinado para
atender as necessidades dessa área, as consequências são os constantes acidentes.
15
CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
2.1. MODOS DE INVESTIGAÇÃO
Trata-se de um estudo Observacional, Descritivo Transversal de abordagem
quantitativa.
2.2.VARIÁVEIS
Variáveis qualitativas nominais: Sexo - (Masculino e Feminino)
Variáveis qualitativas Ordinais: Categoria profissional – (Auxiliar em
Enfermagem, Técnico Médio em Enfermagem, Bacharel em Enfermagem e Licenciado em
Enfermagem).
Variáveis Quantitativas Discretas: Faixa Etária – (19 – 29 anos, 30 – 40 anos,
41 – 50 anos, 51 – 60 anos e maior ou igual a 61 anos) e Tempo de serviço - (menos de 5 anos,
6 – 10 anos, 11 – 15 anos e igual ou superior a 16 anos)
Variável dependente: Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-
cortantes.
Variáveis independentes: Faixa etária (corresponde ao intervalo de idade aonde
o indivíduo se encontra, usei um intervalo de 10 (dez) anos), Sexo (masculino ou feminino),
Categoria Profissional: (Enfermeiro, Bacharel, Auxiliar e Técnico de Enfermagem), Tempo
de serviço (obtido através do tempo em que começou a trabalhar nesta profissão, Nível de
Conhecimento (obtido através dos critérios: Mau, Moderado, Bom e Excelente).
Codificação das variáveis envolvidas no estudo: Ver quadro 1.
Quadro 1: Codificação das Variáveis em estudo.
Código
Variáveis
Sexo
Masc Masculino
Fem Feminino
Faixa Etária
16
1 19 – 29 Anos
2 30 – 40 Ano
3 41 – 50 Anos
4 51 – 60 Anos
5 ≥ 61 Anos
Categoria Profissional
1 Auxiliar de Enfermagem
2 Técnico Médio de Enfermagem
3 Bacharel de Enfermagem
4 Enfermeiro
Tempo de Serviço
1 ≤ 5 Anos
2 6 – 10 Anos
3 11 – 15 Anos
4 ≥ 16 Anos
Conhecimento dos Profissionais sobre Técnicas correctas de manuseamento
dos materiais perfuro-cortantes.
A A separação correcta dos materiais perfuro-cortantes previne acidentes
ocupacionais como picadas de agulhas e cortes com bisturi.
B Os recipientes de descartes devem estar bem sinalizados para evitar mistura de
resíduos de saúde.
C Os recipientes de descartes devem estar próximo do local de assistência.
D Durante a realização dos procedimentos o profissional deve ter a máxima atenção.
E O profissional deve utilizar os dedos como anteparo durante a realização de
procedimento que envolvam materiais perfuro-cortantes
F As agulhas devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa
com as mãos.
G Não utilizar agulhas para fixar papeis.
H Todo material perfuro-cortante (agulha, seringas, scalp, lâminas de bisturi,
vidraria, entre outros), mesmo que esterilizados devem ser desprezados em
recipientes resistentes a perfuração e com tampa.
17
I Os recipientes específicos para descartes de materiais perfuro-cortantes não
devem ser preenchidos acima do limite 2/3 de sua capacidade total e devem ser
colocadas sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.
Identificação de ocorrência de Acidentes de Trabalho com Materiais
Perfuro-cortantes
A Antes do Procedimento
B Durante o Procedimento
C Após o Procedimento
1 Agentes da Lesão (agulhas, bisturi, cacos de vidro, tesouras e outros)
2 Tipo de Lesão (corte, picada, secreção com sangue e outros)
3 Região do Corpo afectado (palma da mão direita ou esquerda, olho, dedo e outro)
Causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes
A Desgaste físico
B Desconhecimento e banalização do risco
C Ausência de treinamento e inexperiência dos profissionais
D Falhas na supervisão
E Despreparo profissional – formação deficiente
F Ausência de grade curricular que contemple as formas de prevenção às
exposições a material biológico
G Dupla jornada de trabalho
H Sobrecarga de trabalho
I Falso senso de segurança
J Ausência de método, organização e planeamento no trabalho
K Descarte incorrecto
L Descontrole emocional frente às situações de emergência
M Reencape incorrecto
Fonte: elaborado pelo autor, 2019
18
2.3. OBJECTO DE ESTUDO
Universo: Profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana –
Capalanga.
População: Profissionais de enfermagem, do Hospital Municipal de Viana -
Capalanga que prestam assistência no B.U. Medicina (9 profissionais), Internamento de
Medicina (11 profissionais), Internamento Puerpério (10 profissionais) e Sala de Parto (14
profissionais), totalizando 44 profissionais de Enfermagem efectivos em todas as áreas citadas.
Amostra: Profissionais de enfermagem, do Hospital Municipal de Viana -
Capalanga que prestam assistência no B.U. Medicina (7 profissionais), Internamento de
Medicina (8 profissionais), Internamento Puerpério (7 profissionais) e Sala de Parto (8
profissionais), totalizando 30 profissionais de enfermagem efectivos que sofrem ou não
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes.
Método de Amostragem: para o presente estudo, foi usado a técnica de
amostragem não probabilística, a amostragem por conveniência (acidental).
Local de colheita: Hospital Municipal de Viana – Capalanga, nos seguintes
serviços: Banco de Urgências de Medicina, Internamento de Medicina, Sala de Parto e
Internamento Puerpério.
Critério de Inclusão: foram incluídos todos os Profissionais de enfermagem, do
Hospital Municipal de Viana - Capalanga que prestam assistência no Banco de Urgências de
Medicina, Internamento de Medicina, Sala de Parto e Internamento Puerpério que aceitaram
preencher o questionário.
2.4. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO
Para a realização da investigação e obtenção dos dados, foi utilizado um
Questionário com quatro questões fechadas.
2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado um Computador com o
sistema operativo Microsoft Windows 8 build, com os programas do pacote Microsoft Office
2007 (M.S. Word e M.S. PowerPoint), M.S. Excel 2016, onde, inicialmente criou-se uma base
de dados no programa Microsoft Excel 2016 onde é introduzida todas as variáveis
constituintes no questionário, no mesmo programa foram criadas tabelas e gráficos das
19
respectivas variáveis em que na qual devem automatizar a inserção dos dados. Posteriormente,
os resultados foram copiados do Excel 2016 e colados no programa Microsoft Word 2007.
Utilizou-se ainda os periféricos como a Pendrive para o armazenamento dos
ficheiros, um modem da movicel de Explorer a internet para a investigação científica,
telefones com dados de internet. Três lapiseiras (azul, preta e vermelha), Um caderno de
anotações. Alguma parte da matéria foi pesquisada por artigos em formato PDF, outros em
Revistas de Saúde conforme citado nas referências bibliográfica.
2.5.1. Análise dos dados e tabulação
Para a verificação e análise dos dados obtidos na colheita, usou-se a análise
estatística descritiva para o cálculo de percentagens das variáveis em estudo, utilizando
tabelas de frequência simples e a representação gráfica circular.
Para determinar o grau ou nível de conhecimento dos profissionais, utilizou-se
nove (9) afirmações e cada afirmação correcta tem a cotação de (2 pontos), incorrecta (– 2
pontos) e não sabe o certo (0 ponto), a terceira opção foi implementada para reduzir a escolha
aleatória. Foram corrigidas e avaliadas cada questionário e de cada indivíduo incluído no
estudo, e, o conhecimento foi determinado segundo os seguintes critérios: Mau (igual ou
menor a 4,5 pontos), Moderado (4,6 – 9 pontos), Bom (9,1 – 13,5 ponto) e Excelente (13,6 –
18 pontos).
20
CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS
RESULTADOS
Esta análise e interpretação dos resultados segundo Vaz-Freixo (2012), provém
dos resultados obtidos através das observações efectuadas e consiste na decomposição de um
todo nas suas partes com o propósito de se realizar descrição das relações entre elas.
Ainda segundo o mesmo autor, a apresentação de dados diferencia-se pela
natureza e especificidade dos próprios dados, consiste numa estruturação do conjunto de
informações que irão permitir que se extraiam conclusões que visam a análise e reflexão,
passando para a interpretação que culminará com a tomada de decisões. Sendo que esta
pesquisa culminou com os seguintes resultados:
Tabela 1: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem segundo a faixa etária
Faixa etária Frequência Percentagem
19 - 29 Anos 8 27%
30 - 40 Anos 11 37%
41 - 50 Anos 9 30%
51 - 60 Anos 2 7%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 1: Apresentação gráfica da faixa etária dos profissionais de enfermagem
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 1
De acordo com os dados obtidos sobre a faixa etária dos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 37% da amostra
19 - 29 Anos
27%
30 - 40 Anos
36%
41 - 50 Anos
30%
51 - 60 Anos
7%
21
compreendem a faixa etária dos 30 – 40 anos, 30% dos 41 – 50 anos, 27% dos 19 – 29 anos,
7% dos 51 – 60 anos e 0% maior ou igual a 60 anos.
Sarquis e Felli (2002), afirmam que a faixa etária mais propensa em acidentar-se é
a entre 19 – 29 anos. De acordo com essa afirmação, surge a ideia de que os jovens por serem
ainda novos nessa profissão e no seu crescimento como pessoa, a tendência são maiores em
relação a faixa dos 41 – 50 anos.
Muitos estudos realizados por autores, mostram que a faixa moda está entre 30 –
40 anos nos profissionais de enfermagem. Verifica-se neste estudo que os profissionais são na
sua maioria jovens e ainda têm muito para oferecer em termos de qualidade de assistência.
Mas os acidentes de trabalho também são frequentes nessas faixas jovens, caracterizado pelo
descontrolo emocional e desgaste físico. No entanto, a capacitação com planos de formação
contínua, devem albergar temas como este, para despertar o interesse da atenção o controlo
dos materiais na prestação e evitar acidentes por iatrogenias.
Tabela 2: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
segundo o Sexo
Sexo Frequência Percentagem
Masculino 3 10%
Feminino 27 90%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 2: Apresentação gráfica dos profissionais de enfermagem de acordo ao Sexo
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 2
De acordo com os dados obtidos sobre o sexo nos profissionais de enfermagem do
Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 90% correspondem ao sexo
Feminino e 10% ao sexo Masculino.
Masc
10%
Fem
90%
22
Estudos confirmam que a enfermagem é a profissão com mais profissionais de
sexo feminino, partindo na sua origem com a Florence Nightingale, sendo ela, feminino,
incentivou as restantes a praticarem nessa profissão, que podemos dizer, a mais lindas das
profissões. Verificamos a predominância do sexo Feminino e justifica-se pelo simples facto
de ser uma profissão representada por mulheres.
Tabela 3: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
segundo a Faixa Etária por Sexo
Faixa Etária Sexo Frequência Percentagem
41 - 50 Anos
Masculino 0 0%
Feminino 9 30%
19 - 29 Anos
Masculino 2 7%
Feminino 6 20%
51 - 60 Anos
Masculino 1 3%
Feminino 1 3%
30 - 40 Anos
Masculino 0 0%
Feminino 11 37%
Total
Masculino 3 10%
Feminino 27 90%
Total Geral 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
De acordo com os dados obtidos sobre o sexo por faixa etária dos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 37% correspondem
ao sexo feminino em faixa etária compreendida nos 30 – 40 anos, 30% correspondem ao sexo
feminino em faixa etária compreendida nos 41 – 50 anos, 20% corresponde ao sexo feminino
em faixa etária compreendida nos 19 – 29 anos, na mesma faixa etária 7% correspondem ao
sexo masculino, e, na faixa etária do 51 – 60 anos 3% correspondem ao sexo masculino e a
mesma percentagem para o sexo feminino.
Verifica-se que a faixa mais incidente está entre 30 – 40 anos, representado pelo
sexo feminino, a seguir da faixa entre os 41 – 50 anos também representados pelo sexo
feminino. Concordando com os resultados do estudo de (Sarquis & Felli, 2002).
Quanto mais jovem for o profissional, melhor na realização de suas actividades
devido a força física e agilidade. Esta juventude toda no estudo dá-se devido o facto de que o
concurso público realizou-se recentemente e os novos pupilos representam esta faixa.
23
Tabela 4: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga
segundo a Categoria Profissional
Categorias Frequência Percentagem
Auxiliar 5 17%
Técnico 21 70%
Bacharel 1 3%
Enfermeiro 3 10%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 3: Apresentação gráfica dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana –
Capalanga segundo a categoria Profissional
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 4
De acordo com os dados obtidos sobre a categoria dos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 70% são Técnicos
médios de enfermagem, 17% auxiliar de enfermagem, 10% Enfermeiro e 3% bacharel.
Verifica-se maior incidência de Técnicos de enfermagem, estudo que vai de
acordo com a pesquisa de Machado & Henkes, (2018), realizado em 2013 no Hospital
Tramandai.
No estudo realizado por Sarquis e Felli (2002), constactou-se maior relevância de
auxiliares, mas ainda confirma-se nos dados obtidos neste estudo, realizado no Hospital
Municipal de Viana que a categoria auxiliar ainda se mantém, devido ao elevado número de
escolas técnicas e centros de formação profissional, em Angola,
Auxiliar
17%
Técnico
70%
Bacharel
3%
Enfermeiro
10%
24
Tabela 5: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana -Capalanga
segundo o Tempo de Serviço
Tempo de Serviço Frequência Percentagem
≤ 5 Anos 11 38%
6 - 10 Anos 6 21%
11 - 15 Anos 4 14%
≥ 16 Anos 8 28%
Total 29 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 4: Apresentação gráfica do Tempo de serviço dos profissionais de Enfermagem do Hospital
Municipal de Viana - Capalanga
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 5
De acordo com os dados obtidos sobre o tempo de serviço dos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 38% correspondem
em menor ou igual a 5 anos de trabalho, 27% maior ou igual a 16 anos de trabalho, 21% de 6
– 10 anos de trabalho e 14% dos 11 – 15 anos de trabalho.
Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini (2012), num artigo que relata o
índice de acidentes com Perfuro-cortantes, verificou-se que 60% dos profissionais
frequentavam o serviço em menor ou igual a 5 anos de trabalho.
Verifica-se que os profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana,
são recentes no serviço, que em termos de adaptação é um risco para o cometimento de erros
de trabalho, originando a um possível acidente. Estudos mostram que maior parte dos
profissionais acidentados têm um tempo de serviço menor de cinco (5) anos, corroborando
com o estudo do autor acima referido.
Menor de 5 Anos
38%
6 - 10 Anos
21%
11 - 15 Anos
14%
Maior de 16 Anos
27%
25
Tabela 6: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
segundo o Nível de Conhecimento
Nível de Conhecimento Frequência Percentagem
Mau 4 13%
Moderado 3 10%
Bom 13 43%
Excelente 10 33%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 5: Apresentação gráfica do Nível de conhecimento dos profissionais de Enfermagem do Hospital
Municipal de Viana - Capalanga
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 6
De acordo com os dados obtidos sobre o Nível de conhecimento dos profissionais
de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 44% apresentam
um bom nível de conhecimento, 33% apresentam um nível excelente de conhecimento, 13%
apresentam mau conhecimento e 10% dos profissionais apresentam conhecimento moderado.
Segundo Goiás (2003), citado por Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini
(2012), a capacitação dos profissionais é sempre essencial para a conscientização em a adoção
de práticas de seguranças, além de orientar quanto aos riscos que estão expostos e as medidas
que deverão adoptar na prevenção de acidentes.
Nota-se que maior parte dos profissionais apresentam um conhecimento bom a
nível das afirmações que lhes foram impostas com 44%, o que é positivo, a seguir verificamos
que 1/3 apresenta conhecimento excelente. Dados que me dão a entender que os profissionais
Mau
13%
Moderado
10%
Bom
44%
Excelente
33%
26
ainda estão frescos de conhecimentos, justifica-se o concurso público realizado recentemente
e a maioria destes são recém-enquadrados como técnicos de saúde.
Tabela 7: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
segundo o Nº de profissionais acidentados e não acidentados
Itens Frequência Percentagem
Acidentados 24 80%
Não Acidentados 6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 6: Apresentação gráfica do nº de profissionais acidentados e não acidentados do Hospital
Municipal de Viana - Capalanga
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 7
De acordo com os dados obtidos sobre o número de profissionais acidentados e
não acidentados dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os
resultados mostram que, 80% dos profissionais sofreram acidentes de trabalho com materiais
perfuro-cortantes e 20% não sofreram acidentes de trabalho.
No estudo realizado por Sarquis e Felli (2002), mostram que menor parte dos
profissionais sofrem acidentes, não quer dizer que seja positivo porque o positivo é não haver
acidentes de trabalho. Mas quando a maioria dos profissionais sofrem acidentes, a
preocupação é maior em relação ao facto anterior.
Verifica-se que os resultados dos profissionais acidentados são maiores que os
profissionais não acidentados, não corroborando com o estudo de Sarquis e Felli (2002).
Acidentados
80%
Não
Acidentados
20%
27
Quando há maior índice de acidentes de trabalho, deve-se fazer uma reflexão sobre este
assunto de modos que se façam prevenções para minimizar os acidentes. Nota-se que desde a
década de 2000, os acidentes de trabalho têm aumentado devido a falta de fiscalização nos
serviços sobre a biossegurança.
Tabela 8: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as etapas de acidentes de trabalho.
Etapas Frequência Percentagem
Antes do
Procedimento 9 30%
Durante o
Procedimento 9 30%
Após o
Procedimento 6 20%
Não sofreu
Acidente
6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 8
De acordo com os dados obtidos sobre as etapas de acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana,
os resultados mostram que 30% sofreram acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes antes do procedimento, igualmente 30% sofreram acidentes de trabalho com
Antes do
Procedimento
30%
Durante o
Procedimento
30%
Após o
Procedimento
20%
Não sofreu Acid
20%
28
materiais perfuro-cortantes durante o procedimento, 20% sofreram acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes após o procedimento e os outros 20% correspondem aos
profissionais que não sofreram quaisquer acidentes de trabalho.
Para Machado e Henkes (2018), em seus estudos sobre as etapas de ocorrência de
acidentes, confirmam que maior parte dos profissionais, se acidentam durante e após as
realização dos procedimentos de enfermagem.
Verifica-se que maior parte dos acidentes foram ocorridos antes e durante a
realização dos procedimentos, tendo como risco de contaminação e medo por parte dos
profissionais acidentar-se durante e após a realização dos procedimentos, concordando com o
estudos dos autores acima.
Tabela 9: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal Viana - Capalanga de acordo com o Agente da lesão
Agentes da
lesão
Frequência Percentagem
Agulhas 20 67%
Vidros 4 13%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 8: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga de acordo ao Agente da Lesão
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 9
De acordo com os dados obtidos sobre os agentes da lesão nos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 67% das lesões nos
Agulhas
67%
Vidros
13%
Não é o caso
20%
29
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes foram cometidos por agulhas, 13%
forma cometidos por cacos de vidro das ampolas e 20% correspondem aos indivíduos que não
se acidentaram.
Para Ferreira e Anjos (2001) citado por Machado e Henkes (2018), os materiais
perfuro-cortantes são responsáveis por graves acidentes, causando medo de contaminação aos
profissionais.
Constacta-se maior frequência dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes ocasionados por agulhas e cacos das ampolas. Sendo a seringa e agulhas elementos
utilizados nas práticas diárias do enfermeiro e técnicos de enfermagem, cabe proporcionar ao
profissional o treinamento desses materiais.
Tabela 10: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortante em profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Tipo de Lesão
Tipo de lesão Frequência Percentagem
Picada 19 64%
Corte 4 13%
Secreção com
sangue
1 3%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 9: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga quanto ao Tipo de Lesão
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 10
Picada
64%
Corte
13%
Secreção com
sangue
3%
Não é o caso
20%
30
De acordo com os dados obtidos sobre o tipo de lesão nos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 64% das lesões nos
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes foram por picadas, 13% foram por
cortes, 3% foram por secreções com sangue sendo que 20% corresponde aos indivíduos que
não sofreram acidente.
Segundo Sarquis e Felli (2002), os danos mais frequentes em acidentes nos
profissionais, são os provocados por materiais perfuro-cortantes. Concordando assim, com a
minha investigação.
Verificamos que os danos mais frequentes provocados pelos acidentes de trabalho
provocados por picadas e cortes, somando 77% por elementos perfuro-cortantes, facto que
leva-nos a reflectir na possível falta de treinamento na utilização desses materiais.
Tabela 11: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado
Região do corpo
afectado
Frequência Percentagem
Palma da mão direita ou
esquerda
9 30%
Dedo 15 50%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo
Afectado
Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 11
Palma da mão
direita ou
esquerda
30%
Dedo
50%
Não é o caso
20%
31
De acordo com os dados obtidos sobre a região do corpo afectada pelos acidentes
nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que,
50% dos profissionais sofreram acidentes nos Dedos, 30% na palama da mão direita ou
esquerda, sendo que, 20% corresponde aos indivíduos que não sofreram acidentes.
Verifica-se que a região do corpo mais afectado nos acidentes de trabalho é o
dedo, devido a sua utilidade na pega dos materiais e instrumentos de trabalho. A mão em si,
ajuda bastante na realização de nossas tarefas, quando há falta de atenção, desgaste físico e a
gente se acidenta, acabamos por nos ferir na região mais próxima do material perfuro-cortante.
Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas de Acidentes com materiais
perfuro-cortantes.
Causas de Acidente Frequência Percentagem
Desgaste físico 3 10%
Desconhecimento e
banalização do risco 1 3%
Reencape Incorrecto 1 3%
Falhas na supervisão 1 3%
Despreparo profissional 2 7%
Dupla jornada de trabalho 1 3%
Sobrecarga de trabalho 6 20%
Ausência de método 1 3%
Descarte incorrecto 1 3%
Descontrole emocional 7 23%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
De acordo com os dados obtidos sobre as causas de acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana,
os resultados mostram que, 23% dos acidentes foi por descontrole emocional, 20% dos
acidentes ocorreu devido a sobrecarga de trabalho, 10% ocorreram devido o desgaste físico,
7% ocorreram devido ao despreparo profissional, 3% ocorreram devido a dupla jornada de
trabalho, 3% ocorreram devido a reencape incorrecto, 3% devido ao descarte incorrecto, 3%
devido a falhas na supervisão dos serviços, 3% devido ao desconhecimento dos risco, sendo
que os 20% correspondem aos profissionais que não sofreram acidentes.
32
De acordo com Balsamo e Felli (2006), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, (2012), a falta de atenção, o desgaste físico e sobrecarga de trabalho, são as
principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. Associando a
resposta, desconrolo é falta de atenção, profissionais com dupla jornada de trabalho, têm
maior risco de descarga de trabalho e consequentemente maior risco de acidentar-se devido o
cansaço.
Verifica-se o predomínio das causas de acidentes de trabalho por materiais
perfuro-cortantes em Descontrolo emocional inerentes às actividades realizadas. Se o paciente
for agitado a possibilidade de atenção é maior, mas se haver descontrolo o risco de acidentar-
se torna-se maior ainda.
Tabela 13: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo por Categoria mais afectado
por Acidentes de Trabalho.
Etapas/Acidentes Sexo
Categoria Profissional
Total %
Auxiliar Enfermeiro Técnico Bacharel
Antes do
Procedimento
Masc 0 0 2 0 2 8%
Fem 0 1 6 0 7 29%
Durante o
Procedimento
Masc 0 0 0 0 0 0%
Fem 4 1 3 1 9 38%
Após o
Procedimento
Masc 0 0 0 0 0 0%
Fem 1 1 4 0 6 25%
Total
Masc 0 0 2 0 2 8%
Fem 5 3 13 1 22 92%
Subtotal 5 3 15 1 24 100%
Percentagem 21% 13% 63% 4% 100%
Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019
De acordo com os dados obtidos sobre sexo por categoria mais afectada por
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do
Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 63% dos profissionais acidentados
são da Técnicos médios de enfermagem, 21% dos afectado são Auxiliares de enfermagem,
13% dos profissionais afectados são Enfermeiros e 4% dos profissionais de enfermagem
acidentados são bacharel de enfermagem. Quanto ao sexo mais afectado por acidente de
trabalho com materiais perfuro-cortante, os resultados da pesquisa mostram que, 92% dos
acidentados são do sexo Feminino e 8% dos acidentados são do sexo masculino.
33
Segundo Sarquis e Felli (2002), as categorias com elevado índice de risco para
acidentes de trabalho são as categorias auxiliar e técnicos médios de enfermagem, devidas as
actividades realizadas por profissionais dessas categorias. Realizam administração de
medicamentos injectáveis e são envolvidos em procedimentos de risco nas emergências com
materiais perfuro-cortantes.
Nota-se também a preponderância do sexo feminino em termos de acidentes de
trabalho com materiais perfuro-cortantes, por ser, a enfermagem, uma profissão em que há
maior pessoal do sexo feminino.
Segundo Heiman (1994), citado por Sarquis e Felli (2002), o maior coeficiente de
risco está entre as mulheres devido o papel que elas ocupam na sociedade, onde têm de aturar
os filhos, da casa e vai o emprego, causando assim, acidentes no trabalho por expressão dos
desgastes físicos. Segundo o mesmo assume que a maioria dos profissionais de saúde pertence
ao sexo feminino.
Segundo Sousa (2002) citado por Pacheco (2012), 59,3% dos acidentes são
cometidos por Enfermeiros e 40,7% Auxiliares de enfermagem. Ainda explicitando, o autor
afirma que maior parte desses acidentes forma após a realização dos procedimentos o que
representa maior risco de contaminação de patógenos.
De acordo com a nossa pesquisa, nota-se maior percentagem nos Técnicos de
enfermagem, pode ser devido o elevado número de escolas de formação de técnicos de saúde
em Angola, principalmente na província de Luanda, como também o cancelamento de
formação de auxiliares de enfermagem, descordando com os resultados de Sousa em 2002.
34
CONCLUSÕES
O estudo foi realizado no Hospital Municipal de Viana – Capalanga baseando-se
no cumprimento do objectivo geral, em exploração desta, tive êxito e alcancei a resposta da
questão de partida. Os dados obtidos neste estudo, nos permitem concluir que os ferimentos
ou os acidentes podem ser ocasionados por diversos factores e isso representa um sério
problema para os profissionais desta unidade de trabalho.
Em relação aos resultados, conclui-se que 80% dos profissionais de enfermagem
sofrem acidentes e que as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos
profissionais de enfermagem do hospital Municipal de Viana – Capalanga foram o
descontrolo emocional durante a realização dos procedimentos, dupla jornada de trabalho,
desgaste físico, despreparo profissional, descarte incorrecto, reencape incorrecto, falhas na
supervisão e desconhecimento e banalização dos riscos. Conclui-se também que:
A faixa etária que mais sofreu acidente é a entre os 30 e os 40 anos com 37% de
profissionais acidentados.
A frequência de acidentes é maior entre as mulheres em relação aos homens, o
que é demonstrado pelo número elevado acidentadas com 90%.
A categoria dos Técnico médios de enfermagem foi a que mais sofreu acidente de
trabalho, com uma percentagem de 63% dos acidentes.
A maioria dos profissionais apresenta um tempo de serviço menor ou igual a 5
anos, com uma percentagem de 38% deles.
O nível de conhecimento sobre técnicas correctas de manuseio dos materiais
perfuro-cortantes é bom para a maioria dos profissionais de enfermagem com 43%.
80% Dos acidentes foram com objeto perfurantes e, destes, as agulhas de injeção
foram as mais frequentes (67%), sendo que 13%ocorrem com objetos cortantes. Tipo de lesão
mais frequente é a picada com 63% de 80% dos acidentes. A região do corpo mais afectado
nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes é o dedo representando 50% destes.
Os acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes representam um risco
grave de o profissional de enfermagem contrair doenças contagiosas com o VIH SIDA ou as
Hepatites, por isso, esse estudo indica, portanto, a necessidade de intervenções por parte das
35
instituições, do enfermeiro e dos trabalhadores que contemplem a organização/reorganização
de trabalho, no que diz respeito aos aspectos acima referidos.
A Prevenção parte da consciência do próprio profissional e da coordenação de
cada instituição. O elo entre o profissional e a direcção, deve fluir para que os reais problemas
sejam identificados e solucionados de modos a criar uma estratégia para a erradicação dos
acidentes com materiais perfuro-cortantes
36
RECOMENDAÇÕES
É inegável que os profissionais não sejam responsáveis por metade dos agravos
acontecidos, por descuido e a não colocação em prática do que diz a ciência. Além dos
resultados, ainda há muitos acidentes ocorrendo nesta unidade mas não são notificados,
portanto, recomenda-se aos directores desta unidade de serviço, que, apostem mais na
supervisão dos serviços de enfermagem e na capacitação dos profissionais no que tange a
biossegurança no trabalho.
Recomenda-se também a criação de protocolos para a notificação dos acidentes de
trabalho com materiais perfuro-cortantes e deverão ser arquivados na unidade, enviar a
estatística mensalmente na Repartição Municipal de Saúde e publicados no Ministério da
saúde, para que haja conhecimento prévio da situação vivenciada nos profissionais de saúde.
Como um futuro profissional de saúde, recomendo a criação de estratégias
educativas sobre a biossegurança no trabalho aos profissionais a partir dos profissionais ou
categorias mais afectados aos menos, de modos que se previnam posteriores desequilíbrios em
termos de má prática na realização de suas acções de trabalho.
37
BIBLIOGRAFIA
Barroso, J. (2015). Transformação Cognitiva. (JB, Ed.) Viana.
Clube-Hardware. (12 de Agosto de 2017). Apostila de Informática. Obtido em 10 de
Setembro de 2019, de www.clubedohardware.com.br
Figueiredo, J. D. (2017). Parecer Técnico Colectores de Descarte de Perfuro-Cortantes em
serviços de Saúde. São Paulo: Ministério do Trabalho.
Houaiss. (15 de Abril de 2007). Dicionário electrónico Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa,
Portugal, Portugal.
Lisboa, E. S., Melo, C. M., Bardella, J. B., Meirelles, M. M., & Bolentini, D. (5 de Setembro
de 2012). índecie de Acidentes com Perfuro-cortantes. p. 20.
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Perfuro-cortantes: Um estudo de caso da Empresa FHGV, Hospita Tramandai. Estudos de
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Atlas editora.
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Brasil: Universidade Feevale.
38
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dos Campos – SP, laryssa.stos@gmail.com.
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Profissional em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, 23-39.
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julho de 2012 na Cidade da Beira – República de Moçambique: Instituto Piaget.
39
Wiki. (05 de Agosto de 2019). Obtido em 07 de Setembro de 2019, de Wikipédia:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/hospital
40
APÊNDICE
Apêndice 1: Questionário de Pesquisa
Apêndice 2: Cronograma de actividades
41
ANEXOS
Anexo 1: Pré-Projecto de Investigação (TFC) Homologado e autorizado
Anexo 2: pedido de autorização de recolha de dados (CTFC)
Anexo 3: Solicitação autorizada pelo Hospital Municipal de Viana - Capalanga
Anexo 4: Carta de Resposta do Hospital Municipal de Viana – Capalanga (HMV)
Anexo 5: organigrama do hospital Municipal de Viana - capalanga (HMV)
Campus universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001.
Faculdade de Ciências da Saúde
MONOGRAFIA
ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE
TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES,
NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL
MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE
DE 2019
Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso
Licenciatura: Enfermagem

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  • 1. Campus universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001. Faculdade de Ciências da Saúde MONOGRAFIA ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES, NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE DE 2019 Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso Licenciatura: Enfermagem Orientadora: Eurica Graça Rocha Viana, Março de 2020
  • 2. Campus universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001. Faculdade de Ciências da Saúde MONOGRAFIA ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES, NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE DE 2019 Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso Licenciatura: Enfermagem
  • 3. iii EPÍGRAFE «Quando eu me transformar em Dragão, vou espalhar o meu fogo Em toda parte Quer e seja Sul Quer e seja Norte Vou deixar de ser imaginário Vou deixar de ser um sonhador Vou deixar de ser apaixonado Vou sentir mais amor Quando eu me transformar em Dragão Não vou pisar sobre chão Não lembrarei do passado Como se não tivesse Norte Vou encher a minha boca com fogo Desde que não haja morte Serei culminante Não serei tolerante Quando eu me transformar em Dragão, um Dragão serei!» (Barroso, 2015)
  • 4. iv DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais: Vasco António Barroso José e Constância João Francisco, pela coragem e ensinamentos sobre o caminho do sucesso.
  • 5. v AGRADECIMENTOS Primeiramente, devo agradecer ao Supremo, pela força atribuída durante um percurso que durou 4 anos, e, mesmo assim ainda continuo acreditando que irei mais avante com a sua ajuda. Agradeço aos meus pais, Vasco António Barroso e Constância João Francisco, por confiarem em mim este tempo todo. Votos de agradecimento aos meus irmãos de pai e mãe: Raimundo Vasco José, Celso João José, Virgínia de Fátima José, Francisco Barroso José, Mariano José, Cláudio José e Ruth José, pelo carinho. Agradeço à minha Orientadora Eurica Graça Rocha por tudo pelo qual contribuiu para atingir este grau muito importante para mim e minha família, pela força e confiança depositada. Aos meus professores (Nelito Barros, Adão Chimuanji, Lopes Tchivala, António Sabalo, Eurica Rocha, Marlene Chitumba, Idalina Amaro, Crisóstomo Mulundo e João Celestino), pelo contributo na minha formação no Ensino Superior e na realização deste Trabalho de Fim de Curso. Ninguém, caminha só! Durante a licenciatura, conheci amigos, colegas e até irmãos (Cecília Joana, Marinela Ngunza, Soltinho Francisco, Belton Chicato, Joaquim Francisco, Maura Neves, e Benor Congo), que sempre me apoiaram em todos os momentos, com suas críticas, elogios e realizações, portanto, os meus calorosos agradecimentos. Muito Obrigado!
  • 6. vi DECLARAÇÃO DE AUTOR Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do Regulamento de Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original excepto onde indicado por referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo algum quaisquer visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA. Assinatura: ________________________________________________________________ Data: _____/_____/__________
  • 7. vii ABREVIATURAS AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida HBV: Vírus da Hepatite B VIH: Vírus da Imunodeficiência Humana OMS: Organização Mundial da Saúde CDC: Controlo de Doenças Contagiosas COPHI: Cases of Public Health Importance (Casos Importantes de Saúde Pública) B.U. Medicina: Banco de Urgência de Medicina CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente ABNT: Associação Brasileira de Normas Tecnológicas NBR: Norma Brasileira OIT: Organização Internacional do Trabalho UTI: Unidade de Tratamento Intensivo SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida B.U: Banco de Urgência CAP: Capítulo CADERNO E: Caderno do Enfermeiro
  • 8. viii RESUMO Objectivo: Conhecer as Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes, nos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga, no II Semestre de 2019. Método utilizado: Trata-se de um estudo Observacional, descritivo transversal de abordagem quantitativa. Resultados obtidos: De acordo com os dados obtidos sobre a faixa etária, os resultados mostram que 37% da amostra compreendem a faixa etária entre os 30 e os 40 anos e 7% entre os 51 e os 60 anos. Sobre o sexo, os resultados mostram que 90% correspondem ao sexo Feminino e 10% ao sexo Masculino. Relativo ao sexo por faixa etária, os resultados mostram que 37% correspondem ao sexo feminino em faixa etária compreendida entre os 30 e os 40 anos, e, na faixa etária entre os 51 e os 60 anos 3% correspondem ao sexo masculino. Sobre a categoria profissional, os resultados mostram que, 70% são Técnicos de enfermagem e 3% bacharel. Concernente ao tempo de serviço, os resultados mostra que 38% correspondem em menor ou igual a 5 anos de trabalho e 14% entre os 11 e os 15 anos de trabalho. Sobre o Nível de conhecimento, os resultados mostram que, 44% apresentam um bom nível de conhecimento e 10% dos profissionais apresentam conhecimento moderado. Relativamente as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, os resultados mostram que, 23% dos acidentes foi por descontrolo emocional e 3% devido a falhas na supervisão dos serviços. Conclusões: Concluiu-se que 80% dos profissionais de enfermagem sofrem acidentes e que as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga foram o descontrolo emocional durante a realização dos procedimentos, dupla jornada de trabalho, desgaste físico, despreparo profissional, descarte incorrecto, reencape incorrecto, falhas na supervisão e desconhecimento e banalização dos riscos. Palavras-chave: Acidentes, causas, materiais perfuro-cortantes, enfermagem.
  • 9. ix ABSTRACT Objective: To know the Causes of Work Accidents with Sharps, in the Nursing Professionals of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga, in the 2nd Semester of 2019. Method used: This is an observational, descriptive cross-sectional study of quantitative approach. Results: According to the data obtained on the age group, the results show that 37% of the sample comprised the age group between 30 and 40 years old and 7% between 51 and 60 years old. Regarding gender, the results show that 90% correspond to females and 10% to males. Regarding gender by age group, the results show that 37% correspond to females aged between 30 and 40 years, and in the age group between 51 and 60 years 3% correspond to males. About the professional category, the results show that, 70% are Nursing Technicians and 3% Bachelor. Concerning length of service, the results show that 38% correspond to less than or equal to 5 years of work and 14% between 11 and 15 years of work. Regarding the level of knowledge, the results show that 44% have a good level of knowledge and 10% of professionals have moderate knowledge. Regarding the causes of accidents at work with sharps, the results show that 23% of the accidents were due to emotional uncontrollability and 3% due to failures in the supervision of services. Conclusions: It was concluded that 80% of nursing professionals suffer accidents and that the causes of work accidents with sharps in the nursing professionals of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga were the emotional lack of control during the procedures, double shift work, physical wear, professional unpreparedness, improper disposal, incorrect recapping, supervisory failures and ignorance and trivialization of risks. Keyword: Accidents, causes, sharps, nursing.
  • 10. x ÍNDICE EPÍGRAFE................................................................................................................................iii DEDICATÓRIA........................................................................................................................iv AGRADECIMENTOS...............................................................................................................v DECLARAÇÃO DE AUTOR...................................................................................................vi ABREVIATURAS ...................................................................................................................vii RESUMO ................................................................................................................................viii ABSTRACT ..............................................................................................................................ix ÍNDICE DE TABELAS ...........................................................................................................xii ÍNDICE DE FIGURAS ...........................................................................................................xiv ÍNDICE DE QUADROS..........................................................................................................xv INTRODUÇÃO ........................................................................................................................1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA........................................................................................2 OBJECTIVOS ............................................................................................................................2 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.................................................................................................3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................................3 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.................................................................................................4 CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA.................................................5 1.1. MATERIAIS PERFURO-CORTANTES ....................................................................5 1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes .....................................................6 1.2. ACIDENTES DE TRABALHO...................................................................................9 1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem ..........................................................................................................................11 1.2.2. Principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem ................................................................................................12 CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO..............................................15 2.1. MODOS DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................15 2.2.VARIÁVEIS ...............................................................................................................15 2.3. OBJECTO DE ESTUDO ...........................................................................................18 2.4. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO................................................................18 2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO...............................18 CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS............20 CONCLUSÕES ...............................................................................................................34
  • 12. xii ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem segundo a faixa etária ------------- 20 Tabela 2: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana segundo o Sexo------------------------------------------------------------------------------------------- 21 Tabela 3: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana segundo a Faixa Etária por Sexo----------------------------------------------------------------------- 22 Tabela 4: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana segundo a Categoria Profissional ---------------------------------------------------------------------- 23 Tabela 5: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem dos Hospital Municipal de Viana segundo o Tempo de Serviço--------------------------------------------------------------------------- 24 Tabela 6: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Nível de Conhecimento------------------------------------------------------- 25 Tabela 7: Distribuição dos Porfissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Nº de profisionais acidentados e não acidentados ------------------------ 26 Tabela 8: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as etapas de acidentes de trabalho. -------------------------------------------------------------------------------- 27 Tabela 9: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal Viana - Capalanga de acordo com o Agente da lesão------------------------------------------------------------------------------------------- 28 Tabela 10: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortante em profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Tipo de Lesão------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Tabela 11: Distribuição dos acidente de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado--------------------------------------------------------------------------------------- 30
  • 13. xiii Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas de Acidentes com materiais perfuro-cortantes. ------------------------------------------------------ 31 Tabela 13: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo por Categoria mais afectado por Acidentes de Trabalho. ------------------------------------------ 32
  • 14. xiv ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Apresentação gráfica da faixa etária dos profissionais de enfermagem..................20 Figura 2: Apresentação gráfica dos profissionais de enfermagem de acordo ao Sexo ...........21 Figura 3: Apresentação gráfica dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana segundo a categoria Profissional....................................................................................23 Figura 4: Apresentação gráfica do Tempo de serviço dos profissionais de Enfernagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga................................................................................24 Figura 5: Apresenatção gráfica do Nível de conhecimento dos profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga...........................................................................25 Figura 6: Apresentação gráfica do nº de profissionais acidentados e não acidentados do Hospital Municipal de Viana - Capalanga................................................................................26 Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro- cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga .....27 Figura 8: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Porfissionais de Enfermagem do Hospital Municipla de Viana - Capalanga de acordo ao Agente da Lesão .......................................................................................................................28 Figura 9: Apresentação gráfica dos aidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem dos Hospital Municipal de Viana - Capalanga quanto ao Tipo de Lesão.........................................................................................................................................29 Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado .......................................................................................................30 Figura 11: Exemplo de Materiais perfuro-cortantes .................................................................5 Figura 12: Exemplo de descarpack (caixa colectora) para materiais perfuro-cortantes ...........6
  • 15. xv ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Codificação das Variáveis em estudo. ...................................................................15
  • 16. 1 INTRODUÇÃO Segundo Sarquis e Felli (2002), os acidentes de trabalho com materiais perfuro- cortantes representam um risco para os trabalhadores das instituições hospitalares devido a possibilidade de transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS ou HIV), as quais podem ser letais. Os acidentes de trabalho são agravos identificados há muito tempo, embora não hajam estatísticas quantitativas mundiais sobre essas ocorrências, os ferimentos nos dias actuais têm causado um grande problema nos profissionais de saúde, sobre os Enfermeiros devido à exposição de trabalho. O profissional da saúde em sua prática diária está exposto a um risco maior de adquirir determinadas infeções imunologicamente preveníveis, do que a população em geral. (Sarquis & Felli, 2002) As causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes é o motivo da preocupação nos profissionais de saúde e a administração dos serviços hospitalares devido ao elevado risco de contaminação de infeções por via sanguínea como as Hepatites e o VIH. Segundo os autores, nos EUA mais de 50 trabalhadores de enfermagem que sofreram acidentes com material perfuro-cortante contaminados pelo vírus do VIH, sendo contaminados por essa infeção. Além desses, ainda há casos a serem investigados. Os Profissionais de enfermagem, durante a assistência ao paciente estão expostos a inúmeros riscos de acidentes, dentre eles, aqueles com materiais perfuro-cortantes, como objectos físicos, mecânicos, biológicos e químicos, e embora se conheça os riscos, muitos profissionais não dão a devida importância a esse tipo de acidente, deixando de fazer a notificação e até mesmo o tratamento pós-acidente não dando relevância ao problema. «No Brasil, mesmo não havendo estatísticas oficiais, achados semelhantes foram descritos na literatura, apontando índice de acidentes por perfuro-cortantes de 30,17%.» (Ruas, Santos, Barbosa, Belasco, & Bettencourt, 2012, p. 4) Diante a realidade dos serviços de saúde do nosso país (Angola), e da forma como estão distribuídos os turnos, carece de uma reflexão sobre as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem.
  • 17. 2 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Hoje, os serviços de qualquer sector, são exigidos à prestação das actividades com a máxima qualidade possível, sem ter em conta os riscos e falta de informação para os profissionais sobre biossegurança no trabalho. Muitos são os trabalhadores de saúde, sobretudo os Enfermeiros que na sua vida diária de trabalhado, têm passado por momentos difíceis em termos de socialização profissional com os seus colegas na unidade sanitária, sendo um dos factores que podem causar descontrolo na realização de determinados procedimentos que envolvam materiais Perfuro-cortantes, podendo assim, culminar com um agravo. Durante o período de estágio, identifiquei muitos problemas por parte dos profissionais de enfermagem em termos de acidentes de trabalho com materiais perfuro- cortantes. Políticas sobre a biossegurança no trabalho existem, mas, os métodos não são implementados nas suas práticas diárias, por esta razão, optei na investigação deste tema que tem a seguinte pergunta de partida: Quais são as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga, no II Semestre de 2019? OBJECTIVOS Geral: Conhecer as Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes, nos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga, no II Semestre de 2019. Específicos: Caracterizar os Profissionais de Enfermagem segundo a Faixa etária, sexo, categoria profissional e tempo de serviço. Identificar o Conhecimento dos Profissionais de enfermagem sobre técnicas correctas de manuseamento dos materiais perfuro-cortantes. Identificar a ocorrência de acidente por materiais perfuro-cortante nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga. Descrever as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes à equipe de Enfermagem.
  • 18. 3 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO Abordar esse tema vai aprimorar os conhecimentos dos profissionais de saúde naquilo que tange os acidentes de trabalho que têm ocorrido nas unidades hospitalares. É de grande importância, pois os materiais biológicos podem causar certas doenças infecciosas ao indivíduo exposto a essa prática (profissional de saúde), daí a necessidade de prevenir, estudando as principais causas que levam ao profissional acidentar-se com o material usado por ele mesmo. Outra grande importância é de contribuir para o desenvolvimento de estratégias educativas, que visem reduzir a exposição dos profissionais de enfermagem aos diversos tipos de materiais cortantes e perfurantes, e, reduzir a contaminação de doenças como VIH e Hepatite B e também na implementação de cuidados na manipulação de materiais perfuro- cortantes, além de estimular o uso adequado de equipamentos de protecção individual e colectivo. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO O presente estudo foi realizado no II Semestre de 2019, no Hospital Municipal de Viana – Capalanga nas seguintes áreas: B.U. Medicina, Internamento de Medicina, Internamento Puerpério e Sala de Parto. Para a realização da investigação e obtenção dos dados, foi utilizado o Questionário com quatro questões estruturadas. Pesquisa que teve a duração de uma semana (sete dias), e, só envolveu profissionais de enfermagem efectivos de todas as categorias.
  • 19. 4 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS Acidente: «é o evento não programado nem planejado que resulta em lesão, doença ou morte, dano ou outro tipo de perda» (Silveira, 2015, S/p.). Trabalho: «actividade humana que, com o auxílio ou não de máquinas, se caracteriza como factor essencial da produção de bens e serviços.» (Houaiss, 2007, S/p.) Material: «conjunto de objectos e aparelhos, mobiliário, utensílios, aparelhos e instrumentos que se usam numa construção, numa exploração e são utilizados nas actividades que aí se realizam.» (Houaiss, 2007, S/p.) Materiais Perfuro-cortantes: Segundo a Resolução nº 5/93 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - (CONAMA), são considerados materiais perfuro-cortantes: as seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes. (Brasil, 2010, citado por Souza, 2011, p. 21) Acidente de trabalho: «é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou instituição, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.» (Silveira, 2015, S/p.)
  • 20. 5 CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA 1.1. MATERIAIS PERFURO-CORTANTES Os trabalhadores de enfermagem no cuidado e assistência ao paciente requerem o manuseio e o descarte de materiais perfuro-cortantes diariamente. Esses objectos são capazes de provocar cortes ou perfurações, assim exigindo medidas cuidadosas para seu descarte e manuseio. (Dias, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 191). Os instrumentos e/ou materiais perfuro-cortantes estão distribuídos em vários sectores dos serviços hospitalares, podendo-se destacar como os principais materiais perfuro- cortantes: Agulhas, bisturi, tesoura, ampolas de vidro, entre outros. Os materiais perfuro- cortantes são objectos, dispositivos que quando mal empregados podem nos ferir, podendo nos transmitir alguns patógenos transportados por objectos. (Moura, Deodato, & Gama, 2016) Os perfuro-cortantes são considerados Resíduos Sólidos. São geradores desses resíduos todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem actividades de embalsamamento (tanatopraxia e somato-conservação), serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controlo de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores de materiais e controles para diagnóstico invitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviço de acupunctura; serviços de tatuagem, dentre outros similares. (Brasil, 2006, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 192) Os materiais perfuro-cortantes após a sua utilização tornam-se inutilizados para outro fim, contribuindo na produção de lixos hospitalares e devem ser desprezados de forma correcta. Figura 11. Exemplo de Materiais perfuro-cortantes Fonte: Adaptado de autor desconhecido
  • 21. 6 1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes «É inegável que para o descarte seguro dos materiais perfuro-cortantes é necessário a segregação ou separação apropriada dos resíduos, de acordo com a classificação, ou seja, devem ser separados nos colectores correctos.» (Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 193) Segundo os autores acima citado, o descarte correcto dos materiais perfuro- cortantes (cada resíduo no seu devido lugar e de forma separada), previne acidentes trabalho por descuido ou engano. Os materiais perfuro-cortantes descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. ((Brasil, 2004), citado por (Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194)). Os materiais perfuro-cortantes quando descartados em recipientes certos, rígidos e resistentes a perfuração, ajudam na prevenção de acidentes por esses materiais. Quando descartados após o seu uso, não devem ser reaproveitados para evitar contaminação. É importante notar que a separação correcta dos materiais ou resíduos hospitalares previne de certa forma acidentes ou agravos à saúde, não só para os profissionais de enfermagem, como também a equipe de limpeza dos serviços hospitalares entre outros profissionais que directa ou indirectamente estão ligados à equipa de saúde. (Sarquis & Felli, 2002) Figura 12. Exemplo de descarpack (caixa colectora) para materiais perfuro-cortantes Fonte: Adaptado de autor desconhecido
  • 22. 7 A identificação do grupo dos perfuro-cortantes indica o risco que os resíduos representam o biológico. Assim, deve constar o símbolo de substância infectante constante na Norma Brasileira (NBR) -7500 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de Resíduos Perfuro-cortantes e os riscos adicionais, que pode ser o químico ou radiológico na sua parede externa do colector. (Brasil, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194) É importante identificar bem cada colector de descarte para não haver engano e possível acidente. O colector de descarte deve possuir rótulo de fundo branco com o desenho que indica o tipo material que é armazenado, «No momento do descarte dos perfuro-cortantes, as agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas. É vedado à desconexão manual, assim como não se deve quebrar, entortar ou recapear agulhas ou qualquer material perfuro-cortante após o uso.» (Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194) Após a utilização das agulhas, não devem ser reencapados, quebrada ou entortadas. Assim que utilizar uma agulha deve-se utilizar o método de pesca se decidir recapear para o descarte adequado caso use um colector não resistente a perfuração «O ideal é um recipiente em cada enfermaria, permitindo que os perfuro- cortantes sejam descartados no seu local de geração, imediatamente após o uso, evitando que sejam reencapados e deslocados, com isso diminuindo os possíveis riscos de acidentes.» (Brasil, 2004; Brasil, 2011; Souza et al., 2013, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 194). Os recipientes de descartes devem estar próximos do local de assistência, possibilitando o descarte imediato logo após a realização de um procedimento que envolva material perfuro-cortante, para diminuir o risco de acidente de trabalho com materiais perfuro- cortantes. O colector distante das enfermarias obriga os profissionais a se deslocarem para desprezar o material perfuro-cortante, tendo que transportar agulhas e seringas, e desviar de obstáculos como os pacientes, outros colegas de trabalho, os leitos e familiares dos pacientes. Assim, a falta de colectores próxima ao leito ou à área de realização de procedimentos tem sido um motivo para o recapeamento de agulhas. Essa é considerada uma prática de risco responsável por parte significativa de acidentes. (Rapparin, 2005; Souza et al., 2013; Martins et al., 2014, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, pp. 194-195) Um dos motivos que levam os profissionais de enfermagem a reencaparem as agulhas são os colectores de descarte distantes das enfermarias, obrigando assim, o
  • 23. 8 profissional a deslocar-se para descartar um material perfuro-cortante. Prática de risco para acidentes com materiais perfuro-cortantes nas unidades. Aconselha-se que os colectores estejam próximos do local de assistência, aonde é realizado os procedimentos que envolvam materiais perfurantes. Actualmente, podemos encontrar em muitas unidades de saúde os colectores dos tipos industrializados que apresentam todas as características padrão já descrita e os improvisados, que geralmente são embalagens vazias reaproveitadas para essa finalidade e não apresentam identificação de resíduos perfuro-cortantes. Ressalta-se ainda, que esses colectores utilizados para o descarte são adaptações de caixas de remédios e embalagens de produtos de limpeza (Sêcco; Robazzi, 2007; Souza et al., 2013, citados por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 195) Hoje, nas unidades hospitalares os recipientes de descartes de materiais perfuro- cortantes maioritariamente são improvisados pelos próprios profissionais, e, não são devidamente sinalizados ou separados. Segundo Souza et al., (2013) citado por Moura, Deodato, & Gama, (2016) em um estudo realizado no Hospital de Macapá-AP, durante uma visita em todos os sectores da unidade, foram observadas as condições dos colectores usados e identificando 48 recipientes, dos quais 38 eram recipientes improvisados. Nas unidades Hospitalares de Angola e outros países, também foram identificadas essa prática, colectores de descartes improvisados e muitos deles, não resistente a perfuração, o que torna um factor de risco para acidentes por picada. Evidencia-se também, nos recipientes para perfuro-cortantes materiais não perfuro- cortantes descartados, como gazes, algodão, embalagens plásticas, papel, luvas de procedimento clínico e entre outros. Assim, sendo negligenciada a finalidade do recipiente, o que diminui sua vida útil e consequente aumento do gasto com novas embalagens (Martins et al., 2014, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 196) Cada objecto de descarte, deve ter uma finalidade específica, bem sinalizados para evitar mistura de resíduos hospitalares. Os materiais perfuro-cortantes devem ser separados no descarte, num colector específico e rígido, resistente a perfuração. Outros resíduos deverão ser desprezados noutros colectores. Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos, nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de microrganismos para outros pacientes e ambientes. Todos os instrumentos reutilizados têm rotina de reprocessamento. Verifique para que estes estejam limpos ou desinfectados/esterilizados adequadamente antes do uso em outro paciente ou profissional. Confira se os materiais descartáveis de
  • 24. 9 uso único estão sendo realmente descartados e se em local apropriado. (Oppermann & Pires, 2003, p. 10) Durante o manuseamento de instrumentos e materiais com sangue e outros fluidos corporais, o profissional deve usar os EPI’S para prevenir contaminação na pele e ainda prevenir microrganismos na roupa. «Com relação aos cuidados na manipulação e descarte dos resíduos perfuro- cortantes deverão ser tomados em conjunto com o uso dos Equipamentos de Protecção Individual que visam reduzir os riscos de exposição do profissional de saúde a agentes biológicos» (LUCENA, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 196) É necessário usar equipamentos de protecção individual para diminuir riscos de possíveis acidentes com materiais perfuro-cortantes, além disso, a atenção e destreza, devem ser capacidades desenvolvidas pelo profissional, evitando o descontrolo e acidente. Daí a importância de se usar os equipamentos de protecção individual. Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros instrumentos de corte tenha cuidado para não se acidentar. A estes materiais chamamos de instrumentos perfuro-cortantes. Eles devem ser descartados em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis que devem ser colocado próximo à área em que os materiais são usados. Nunca reencape agulha após o uso. Não remova com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis e não as quebre ou entorte. Para a reutilização de seringa anestésica descartável ou carpule, recape a agulha introduzindo-a no interior da tampa e pressionando a tampa ao encontro da parede da bandeja clínica de forma a não utilizar a mão neste procedimento. Seringas e agulhas reutilizáveis devem ser transportadas para a área de limpeza e esterilização em caixa de inox ou bandeja. (Oppermann & Pires, 2003, p. 10) O profissional deve ter a máxima atenção ao manusear, limpar ou descartar agulhas, lâminas de bisturi, tesouras entre outros instrumentos de corte para evitar acidentes por esses materiais. Evitar o reencape de agulhas, nem remove-las, entortá-las ou quebrá-las com as mãos. Em caso de reutilização de seringas e agulhas, deverá introduzir a tampa em forma de pesca pressionando na bandeja sem utilizar as mãos como anteparo. 1.2. ACIDENTES DE TRABALHO O trabalho é uma actividade fundamental nas condições de vida do homem. Produz efeito positivo, quando é capaz de satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação e de colaboração dos trabalhadores. Entretanto, ao realizá-lo, o homem expõe-se a diversos riscos presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir directamente em sua condição de saúde e bem-estar (Canini et al, 2000, citado por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, 2012)
  • 25. 10 Sendo o trabalho, uma prática fundamental nas condições de vida do homem, deve-se evitar a exposição ao realizá-lo, usando equipamentos de protecção individual e colectivo para o bem-estar e garantir condições de vida laboral. Para isso, é necessária a colaboração dos profissionais e combater a distracção no local de serviço. Acidentes de trabalho geram diversos prejuízos, que podem atingir o trabalhador, empregador e governo. Os prejuízos são diversos, dentre eles: redução da produção em função do não desenvolvimento das actividades inerentes ao cargo do acidentado; dificuldade em realizar as actividades sociais; redução da renda familiar; traumas irreparáveis nos trabalhadores; dentre outras consequências (Soares, 2008, citado por Rodrigues, 2017, p. 37) Quando um profissional se acidenta, os danos não sobressaem só para ele, a família também sofre. Diminui o auto-estima de voltar a usar os instrumentos que pelo qual se acidentou, a dificuldade de encarar o local de serviço aumentam, psicologicamente, o profissional torna-se doente. Segundo Monteiro (2012), citado por Rodrigues (2017), acidentes de trabalho é um evento que ocorre de forma inesperada, mas com características bem definidas de espaço e tempo, suas consequências são normalmente imediatas, mas os danos podem aparecer depois. Segundo Ruiz, Barboza e Soler (2004), citado por Rodrigues, (2017, pp. 38-39) os acidentes de trabalho na área de saúde, principalmente em hospitais são de grande importância, uma vez que são diversos os agentes aos quais os trabalhadores estão expostos, sendo eles: Físicos: nos quais se tem os ruídos, temperaturas, radiações; mecânicos: nos quais estão presentes as contusões, fracturas, ferimentos cortantes, dentre outros; químicos: que envolvem os processos de esterilização e desinfecção de materiais, anestesias e medicamentos; ergonómicos: referentes principalmente aos esforços físicos intensos, que envolvem o transporte manual de pacientes, posturas inadequadas; biológicos: devido ao contacto com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e materiais contaminados; psíquico: exposição à atenção permanente no trabalho, supervisão com pressão, altos ritmos de trabalho e a repetitividade. Existem vários factores que quando interagido nos podem causar acidentes, desde os físicos aos mecânicos. Os ferimentos por objectos cortantes as vezes é decorrente devido a falta de atenção e desgaste físico, por isso exige-se a máxima atenção e supervisão dos serviços para evitarmos tais situações. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que ocorre anualmente cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo, destes 2 milhões ocasionaram óbito dos trabalhadores. Ainda segundo a OIT, o Brasil ocupa a quarta posição dos países com maior número de acidentes fatais. (Zinet, 2012; citado por Rodrigues, 2017, p. 37)
  • 26. 11 1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem Cada profissão tem seus riscos inerentes à natureza e ao ambiente do seu trabalho, que podem causar acidentes ou doenças ocupacionais. Esses constantes riscos ocupacionais, interferem de forma temporária ou permanente nas condições de saúde do trabalhador. As actividades laborais exercidas por trabalhadores de enfermagem se constituem como fonte de riscos ocupacionais, pois o ambiente de trabalho expõe esses trabalhadores a uma variedade de riscos, como a riscos físicos, ergonómicos, químicos, psicossociais e principalmente os biológicos (Almeida et al., 2009; Neves et al., 2011, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p. 197) A enfermagem é uma ciência baseada nos cuidados e atenção ao ser humano no que tange as suas necessidades humanas básicas. Numa unidade hospitalar, ela é realizada consoante os procedimentos que necessitam de instrumentos, muitos deles, os perfuro- cortantes, o que lhe torna exposto a esses materiais. A falta de qualidade e supervisão nos serviços de enfermagem, podem influenciar os trabalhadores de enfermagem para um cometimento de agravo. No Brasil, começaram a citar pesquisas sobre acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes na década de 70. Devido à relevância do tema, o interesse em pesquisar foi crescendo gradualmente. Segundo autores, os acidentes mais frequentes ocorridos em hospitais do Brasil, foram provocados por objectos ou materiais perfuro-cortantes, sendo os profissionais de enfermagem os mais afectados a riscos ocupacionais. (Moura, Deodato, & Gama, 2016) Os profissionais de enfermagem, especialmente os técnicos e auxiliares de enfermagem, estão envolvidos com objectos perfuro-cortantes continuamente durante a assistência prestada aos pacientes, principalmente aqueles que estão em unidades de emergência, como: unidade de terapia intensiva (UTI), pronto-socorro, centro cirúrgico, onde existe uma alta rotatividade de procedimentos e mudança de materiais utilizados em cada atendimento, favorecendo tais acidentes. (Souza, 2011, p. 22) Num estudo realizado por Sarquis & Felli, (2002), identificaram o coeficiente de risco em profissionais de enfermagem em todas as categorias, apontando os auxiliares e técnicos médios de enfermagem com maior risco de cometer acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. O auxiliar de enfermagem, realiza funções de administração de medicamentos e assiste directamente o paciente, como também realiza procedimentos de emergência e pensa-se como uma das causas que os levam a acidentar-se frequentemente.
  • 27. 12 Segundo o caderno E, do Curso Básico de Controlo de Infecção Hospitalar do Brasil em 2000, o número de acidentes por materiais perfuro-cortantes são alarmantes e partes destes acidentes são causados por resíduos cortantes. (Rodrigues, 2017) Os acidentes de trabalho ocorrem em diversas etapas do manuseamento dos materiais perfuro-cortantes sobretudo quando há condições inseguras, mas, quando os resíduos são acondicionados e transportados de forma correcta, desde a sua origem até ao destino final, os riscos de um agravo tornam-se menor. (Rodrigues, 2017) Em estudo realizado por Castro e Farias (2009) referente às repercussões identificadas pelos profissionais de enfermagem na sua saúde após o acidente, os mesmos relataram as seguintes expressões: medo, desespero, preocupação, vergonha, incompetência, incapacidade, ansiedade, insegurança, pânico, sensação ruim, dentre outras. (Rodrigues, 2017, p. 40) As consequências dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes são várias, desde os danos psicológicos ao isolamento social e profissional. Por isso, o profissional acidentado deve ser bem seguido por uma equipa médica dos serviços internos de acompanhamento ao profissional acidentado. 1.2.2. Principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem Os materiais perfuro-cortantes comummente envolvidos nesses acidentes, são: seringas descartáveis/agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, escalpes, lâminas de bisturis, estiletes de cateteres intravenosos e agulhas para colectas de sangue. Entretanto os tipos de acidentes ocorrem através de perfuração com agulhas durante punção venosa, medicação subcutânea, durante soroterapia, perfuração com agulhas descartadas em locais inapropriados, medicação intramuscular, corte com lâminas de bisturi, contacto com sangue em mucosas ou em feridas (Marziale, Nishimura & Ferreira, 2004, Citado por Souza, 2011, p. 22) Os materiais envolvidos nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, são as agulhas de sutura, agulhas para injecção, bisturis, entre outros. O profissional pode se acidentar antes da realização de um procedimento, no momento da preparação de medicamentos, ao abrir uma ampola, ao diluir uma substância. Pode ainda acidentar-se durante a realização de um procedimento que envolva materiais perfuro-cortantes e após a realização desse procedimento, nesse caso ao descartar de forma incorrecta as agulhas ou outro material perfuro-cortante. São várias as causas deste evento, desde os emocionais aos desconhecimentos de técnicas sobre biossegurança. Uma simples desatenção no ato de preparar a medicação, durante e após a realização de um procedimento pode ser suficiente para chegar a este agravo. Muitos autores
  • 28. 13 identificaram a dupla jornada de trabalho nos profissionais acidentados, apontam como sendo uma das causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. Para Costa (1996), citado por Machado e Henkes (2014, pp. 219-220) os factores de risco para a ocorrência de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, tanto na assistência directa como indirecta ao paciente são:  Desconhecimento e banalização do risco;  Ausência de treinamento e inexperiência dos profissionais;  Falhas na supervisão;  Despreparo profissional – formação deficiente;  Ausência de grade curricular que contemple as formas de prevenção às exposições a material biológico em: faculdade de medicina, enfermagem etc.;  Dupla jornada de trabalho – causando sobrecarga de trabalho que pode potencializar os riscos já existentes, além de causar desgastes físicos e mentais levando ao estresse ocupacional.  Impacto emocional – problemas pessoais;  Falso senso de segurança;  Ausência de método, organização e planeamento no trabalho;  Layout incorrecto;  Descontrole emocional frente às situações de emergência. «A predominância do objecto perfuro-cortante como causa do acidente aparece com um percentual significativo expresso por esses trabalhadores (53,70%).Esses dados vem de encontro com a literatura que afirma ser o perfuro-cortante o objecto mais frequente nos acidentes de trabalho.» (Sarquis & Felli, 2002, p. 227) Para Sarquis e Felli (2002), os materiais perfuro-cortantes são a maior causa de acidentes de trabalho nos Hospitais. Por outra, a forma como o profissional manipula os instrumentos interferem significativamente neste evento, o excesso de trabalho, a má posição corporal e o não uso de EPI’s, são outros factores que influenciam na ocorrência de acidentes com materiais perfuro-cortantes. Alguns autores afirmam que as principais causas de acidentes de trabalho, no que se cita a comportamento são: a falta de organização do serviço, fatalidade, sobrecarga de
  • 29. 14 trabalho, falta de atenção. (Balsamo & Felli 2006, citado por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, 2012) Conforme análise de um estudo que propõe que o número de ocorrências de acidentes de trabalhos com perfuro cortantes não resulta apenas no baixo nível de formação dos profissionais, mas também pela falta de treinamento, capacitação, recursos materiais e cultura institucional (Rodrigues & Marziale, 2002). Porém autores acreditam que o grau de qualificação influencie na ocorrência dos acidentes Ribeiro e Shimizu (2002, citado por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, 2012, p. 2) Segundo Alves, Passos e Tocantins (2009), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, (2012), na profissão de enfermagem, os acidentes com materiais perfuro-cortantes ocorrem por falta de conhecimento sobre biossegurança, má administração das instituições, desmotivação dos profissionais, instalações precárias e falta de atenção da enfermagem nos procedimentos. «Outro factor apresentado é que as origens dos acidentes podem vir acontecer pela rapidez em que são realizados os procedimentos devido ao grande número de pacientes e a gravidade do estado de saúde dos mesmos.» (Vieira; Pinheiro; Lima, 2007, citado por Ribeiro, Santos, Ebner & Oliveira, 2012, p. 2) Os autores supracitados, afirmam que muita das vezes o profissional se acidenta devido à rapidez na realização das actividades, isso vê-se muito nos Bancos de Urgências, devido à gravidade do estado de saúde dos utentes. Se o profissional não for treinado para atender as necessidades dessa área, as consequências são os constantes acidentes.
  • 30. 15 CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO 2.1. MODOS DE INVESTIGAÇÃO Trata-se de um estudo Observacional, Descritivo Transversal de abordagem quantitativa. 2.2.VARIÁVEIS Variáveis qualitativas nominais: Sexo - (Masculino e Feminino) Variáveis qualitativas Ordinais: Categoria profissional – (Auxiliar em Enfermagem, Técnico Médio em Enfermagem, Bacharel em Enfermagem e Licenciado em Enfermagem). Variáveis Quantitativas Discretas: Faixa Etária – (19 – 29 anos, 30 – 40 anos, 41 – 50 anos, 51 – 60 anos e maior ou igual a 61 anos) e Tempo de serviço - (menos de 5 anos, 6 – 10 anos, 11 – 15 anos e igual ou superior a 16 anos) Variável dependente: Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro- cortantes. Variáveis independentes: Faixa etária (corresponde ao intervalo de idade aonde o indivíduo se encontra, usei um intervalo de 10 (dez) anos), Sexo (masculino ou feminino), Categoria Profissional: (Enfermeiro, Bacharel, Auxiliar e Técnico de Enfermagem), Tempo de serviço (obtido através do tempo em que começou a trabalhar nesta profissão, Nível de Conhecimento (obtido através dos critérios: Mau, Moderado, Bom e Excelente). Codificação das variáveis envolvidas no estudo: Ver quadro 1. Quadro 1: Codificação das Variáveis em estudo. Código Variáveis Sexo Masc Masculino Fem Feminino Faixa Etária
  • 31. 16 1 19 – 29 Anos 2 30 – 40 Ano 3 41 – 50 Anos 4 51 – 60 Anos 5 ≥ 61 Anos Categoria Profissional 1 Auxiliar de Enfermagem 2 Técnico Médio de Enfermagem 3 Bacharel de Enfermagem 4 Enfermeiro Tempo de Serviço 1 ≤ 5 Anos 2 6 – 10 Anos 3 11 – 15 Anos 4 ≥ 16 Anos Conhecimento dos Profissionais sobre Técnicas correctas de manuseamento dos materiais perfuro-cortantes. A A separação correcta dos materiais perfuro-cortantes previne acidentes ocupacionais como picadas de agulhas e cortes com bisturi. B Os recipientes de descartes devem estar bem sinalizados para evitar mistura de resíduos de saúde. C Os recipientes de descartes devem estar próximo do local de assistência. D Durante a realização dos procedimentos o profissional deve ter a máxima atenção. E O profissional deve utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolvam materiais perfuro-cortantes F As agulhas devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos. G Não utilizar agulhas para fixar papeis. H Todo material perfuro-cortante (agulha, seringas, scalp, lâminas de bisturi, vidraria, entre outros), mesmo que esterilizados devem ser desprezados em recipientes resistentes a perfuração e com tampa.
  • 32. 17 I Os recipientes específicos para descartes de materiais perfuro-cortantes não devem ser preenchidos acima do limite 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocadas sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. Identificação de ocorrência de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes A Antes do Procedimento B Durante o Procedimento C Após o Procedimento 1 Agentes da Lesão (agulhas, bisturi, cacos de vidro, tesouras e outros) 2 Tipo de Lesão (corte, picada, secreção com sangue e outros) 3 Região do Corpo afectado (palma da mão direita ou esquerda, olho, dedo e outro) Causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes A Desgaste físico B Desconhecimento e banalização do risco C Ausência de treinamento e inexperiência dos profissionais D Falhas na supervisão E Despreparo profissional – formação deficiente F Ausência de grade curricular que contemple as formas de prevenção às exposições a material biológico G Dupla jornada de trabalho H Sobrecarga de trabalho I Falso senso de segurança J Ausência de método, organização e planeamento no trabalho K Descarte incorrecto L Descontrole emocional frente às situações de emergência M Reencape incorrecto Fonte: elaborado pelo autor, 2019
  • 33. 18 2.3. OBJECTO DE ESTUDO Universo: Profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga. População: Profissionais de enfermagem, do Hospital Municipal de Viana - Capalanga que prestam assistência no B.U. Medicina (9 profissionais), Internamento de Medicina (11 profissionais), Internamento Puerpério (10 profissionais) e Sala de Parto (14 profissionais), totalizando 44 profissionais de Enfermagem efectivos em todas as áreas citadas. Amostra: Profissionais de enfermagem, do Hospital Municipal de Viana - Capalanga que prestam assistência no B.U. Medicina (7 profissionais), Internamento de Medicina (8 profissionais), Internamento Puerpério (7 profissionais) e Sala de Parto (8 profissionais), totalizando 30 profissionais de enfermagem efectivos que sofrem ou não acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. Método de Amostragem: para o presente estudo, foi usado a técnica de amostragem não probabilística, a amostragem por conveniência (acidental). Local de colheita: Hospital Municipal de Viana – Capalanga, nos seguintes serviços: Banco de Urgências de Medicina, Internamento de Medicina, Sala de Parto e Internamento Puerpério. Critério de Inclusão: foram incluídos todos os Profissionais de enfermagem, do Hospital Municipal de Viana - Capalanga que prestam assistência no Banco de Urgências de Medicina, Internamento de Medicina, Sala de Parto e Internamento Puerpério que aceitaram preencher o questionário. 2.4. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO Para a realização da investigação e obtenção dos dados, foi utilizado um Questionário com quatro questões fechadas. 2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO Para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado um Computador com o sistema operativo Microsoft Windows 8 build, com os programas do pacote Microsoft Office 2007 (M.S. Word e M.S. PowerPoint), M.S. Excel 2016, onde, inicialmente criou-se uma base de dados no programa Microsoft Excel 2016 onde é introduzida todas as variáveis constituintes no questionário, no mesmo programa foram criadas tabelas e gráficos das
  • 34. 19 respectivas variáveis em que na qual devem automatizar a inserção dos dados. Posteriormente, os resultados foram copiados do Excel 2016 e colados no programa Microsoft Word 2007. Utilizou-se ainda os periféricos como a Pendrive para o armazenamento dos ficheiros, um modem da movicel de Explorer a internet para a investigação científica, telefones com dados de internet. Três lapiseiras (azul, preta e vermelha), Um caderno de anotações. Alguma parte da matéria foi pesquisada por artigos em formato PDF, outros em Revistas de Saúde conforme citado nas referências bibliográfica. 2.5.1. Análise dos dados e tabulação Para a verificação e análise dos dados obtidos na colheita, usou-se a análise estatística descritiva para o cálculo de percentagens das variáveis em estudo, utilizando tabelas de frequência simples e a representação gráfica circular. Para determinar o grau ou nível de conhecimento dos profissionais, utilizou-se nove (9) afirmações e cada afirmação correcta tem a cotação de (2 pontos), incorrecta (– 2 pontos) e não sabe o certo (0 ponto), a terceira opção foi implementada para reduzir a escolha aleatória. Foram corrigidas e avaliadas cada questionário e de cada indivíduo incluído no estudo, e, o conhecimento foi determinado segundo os seguintes critérios: Mau (igual ou menor a 4,5 pontos), Moderado (4,6 – 9 pontos), Bom (9,1 – 13,5 ponto) e Excelente (13,6 – 18 pontos).
  • 35. 20 CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS Esta análise e interpretação dos resultados segundo Vaz-Freixo (2012), provém dos resultados obtidos através das observações efectuadas e consiste na decomposição de um todo nas suas partes com o propósito de se realizar descrição das relações entre elas. Ainda segundo o mesmo autor, a apresentação de dados diferencia-se pela natureza e especificidade dos próprios dados, consiste numa estruturação do conjunto de informações que irão permitir que se extraiam conclusões que visam a análise e reflexão, passando para a interpretação que culminará com a tomada de decisões. Sendo que esta pesquisa culminou com os seguintes resultados: Tabela 1: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem segundo a faixa etária Faixa etária Frequência Percentagem 19 - 29 Anos 8 27% 30 - 40 Anos 11 37% 41 - 50 Anos 9 30% 51 - 60 Anos 2 7% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 1: Apresentação gráfica da faixa etária dos profissionais de enfermagem Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 1 De acordo com os dados obtidos sobre a faixa etária dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 37% da amostra 19 - 29 Anos 27% 30 - 40 Anos 36% 41 - 50 Anos 30% 51 - 60 Anos 7%
  • 36. 21 compreendem a faixa etária dos 30 – 40 anos, 30% dos 41 – 50 anos, 27% dos 19 – 29 anos, 7% dos 51 – 60 anos e 0% maior ou igual a 60 anos. Sarquis e Felli (2002), afirmam que a faixa etária mais propensa em acidentar-se é a entre 19 – 29 anos. De acordo com essa afirmação, surge a ideia de que os jovens por serem ainda novos nessa profissão e no seu crescimento como pessoa, a tendência são maiores em relação a faixa dos 41 – 50 anos. Muitos estudos realizados por autores, mostram que a faixa moda está entre 30 – 40 anos nos profissionais de enfermagem. Verifica-se neste estudo que os profissionais são na sua maioria jovens e ainda têm muito para oferecer em termos de qualidade de assistência. Mas os acidentes de trabalho também são frequentes nessas faixas jovens, caracterizado pelo descontrolo emocional e desgaste físico. No entanto, a capacitação com planos de formação contínua, devem albergar temas como este, para despertar o interesse da atenção o controlo dos materiais na prestação e evitar acidentes por iatrogenias. Tabela 2: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo Sexo Frequência Percentagem Masculino 3 10% Feminino 27 90% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 2: Apresentação gráfica dos profissionais de enfermagem de acordo ao Sexo Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 2 De acordo com os dados obtidos sobre o sexo nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 90% correspondem ao sexo Feminino e 10% ao sexo Masculino. Masc 10% Fem 90%
  • 37. 22 Estudos confirmam que a enfermagem é a profissão com mais profissionais de sexo feminino, partindo na sua origem com a Florence Nightingale, sendo ela, feminino, incentivou as restantes a praticarem nessa profissão, que podemos dizer, a mais lindas das profissões. Verificamos a predominância do sexo Feminino e justifica-se pelo simples facto de ser uma profissão representada por mulheres. Tabela 3: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Faixa Etária por Sexo Faixa Etária Sexo Frequência Percentagem 41 - 50 Anos Masculino 0 0% Feminino 9 30% 19 - 29 Anos Masculino 2 7% Feminino 6 20% 51 - 60 Anos Masculino 1 3% Feminino 1 3% 30 - 40 Anos Masculino 0 0% Feminino 11 37% Total Masculino 3 10% Feminino 27 90% Total Geral 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 De acordo com os dados obtidos sobre o sexo por faixa etária dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 37% correspondem ao sexo feminino em faixa etária compreendida nos 30 – 40 anos, 30% correspondem ao sexo feminino em faixa etária compreendida nos 41 – 50 anos, 20% corresponde ao sexo feminino em faixa etária compreendida nos 19 – 29 anos, na mesma faixa etária 7% correspondem ao sexo masculino, e, na faixa etária do 51 – 60 anos 3% correspondem ao sexo masculino e a mesma percentagem para o sexo feminino. Verifica-se que a faixa mais incidente está entre 30 – 40 anos, representado pelo sexo feminino, a seguir da faixa entre os 41 – 50 anos também representados pelo sexo feminino. Concordando com os resultados do estudo de (Sarquis & Felli, 2002). Quanto mais jovem for o profissional, melhor na realização de suas actividades devido a força física e agilidade. Esta juventude toda no estudo dá-se devido o facto de que o concurso público realizou-se recentemente e os novos pupilos representam esta faixa.
  • 38. 23 Tabela 4: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga segundo a Categoria Profissional Categorias Frequência Percentagem Auxiliar 5 17% Técnico 21 70% Bacharel 1 3% Enfermeiro 3 10% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 3: Apresentação gráfica dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga segundo a categoria Profissional Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 4 De acordo com os dados obtidos sobre a categoria dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 70% são Técnicos médios de enfermagem, 17% auxiliar de enfermagem, 10% Enfermeiro e 3% bacharel. Verifica-se maior incidência de Técnicos de enfermagem, estudo que vai de acordo com a pesquisa de Machado & Henkes, (2018), realizado em 2013 no Hospital Tramandai. No estudo realizado por Sarquis e Felli (2002), constactou-se maior relevância de auxiliares, mas ainda confirma-se nos dados obtidos neste estudo, realizado no Hospital Municipal de Viana que a categoria auxiliar ainda se mantém, devido ao elevado número de escolas técnicas e centros de formação profissional, em Angola, Auxiliar 17% Técnico 70% Bacharel 3% Enfermeiro 10%
  • 39. 24 Tabela 5: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana -Capalanga segundo o Tempo de Serviço Tempo de Serviço Frequência Percentagem ≤ 5 Anos 11 38% 6 - 10 Anos 6 21% 11 - 15 Anos 4 14% ≥ 16 Anos 8 28% Total 29 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 4: Apresentação gráfica do Tempo de serviço dos profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 5 De acordo com os dados obtidos sobre o tempo de serviço dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 38% correspondem em menor ou igual a 5 anos de trabalho, 27% maior ou igual a 16 anos de trabalho, 21% de 6 – 10 anos de trabalho e 14% dos 11 – 15 anos de trabalho. Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini (2012), num artigo que relata o índice de acidentes com Perfuro-cortantes, verificou-se que 60% dos profissionais frequentavam o serviço em menor ou igual a 5 anos de trabalho. Verifica-se que os profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, são recentes no serviço, que em termos de adaptação é um risco para o cometimento de erros de trabalho, originando a um possível acidente. Estudos mostram que maior parte dos profissionais acidentados têm um tempo de serviço menor de cinco (5) anos, corroborando com o estudo do autor acima referido. Menor de 5 Anos 38% 6 - 10 Anos 21% 11 - 15 Anos 14% Maior de 16 Anos 27%
  • 40. 25 Tabela 6: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Nível de Conhecimento Nível de Conhecimento Frequência Percentagem Mau 4 13% Moderado 3 10% Bom 13 43% Excelente 10 33% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 5: Apresentação gráfica do Nível de conhecimento dos profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 6 De acordo com os dados obtidos sobre o Nível de conhecimento dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 44% apresentam um bom nível de conhecimento, 33% apresentam um nível excelente de conhecimento, 13% apresentam mau conhecimento e 10% dos profissionais apresentam conhecimento moderado. Segundo Goiás (2003), citado por Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini (2012), a capacitação dos profissionais é sempre essencial para a conscientização em a adoção de práticas de seguranças, além de orientar quanto aos riscos que estão expostos e as medidas que deverão adoptar na prevenção de acidentes. Nota-se que maior parte dos profissionais apresentam um conhecimento bom a nível das afirmações que lhes foram impostas com 44%, o que é positivo, a seguir verificamos que 1/3 apresenta conhecimento excelente. Dados que me dão a entender que os profissionais Mau 13% Moderado 10% Bom 44% Excelente 33%
  • 41. 26 ainda estão frescos de conhecimentos, justifica-se o concurso público realizado recentemente e a maioria destes são recém-enquadrados como técnicos de saúde. Tabela 7: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Nº de profissionais acidentados e não acidentados Itens Frequência Percentagem Acidentados 24 80% Não Acidentados 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 6: Apresentação gráfica do nº de profissionais acidentados e não acidentados do Hospital Municipal de Viana - Capalanga Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 7 De acordo com os dados obtidos sobre o número de profissionais acidentados e não acidentados dos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 80% dos profissionais sofreram acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes e 20% não sofreram acidentes de trabalho. No estudo realizado por Sarquis e Felli (2002), mostram que menor parte dos profissionais sofrem acidentes, não quer dizer que seja positivo porque o positivo é não haver acidentes de trabalho. Mas quando a maioria dos profissionais sofrem acidentes, a preocupação é maior em relação ao facto anterior. Verifica-se que os resultados dos profissionais acidentados são maiores que os profissionais não acidentados, não corroborando com o estudo de Sarquis e Felli (2002). Acidentados 80% Não Acidentados 20%
  • 42. 27 Quando há maior índice de acidentes de trabalho, deve-se fazer uma reflexão sobre este assunto de modos que se façam prevenções para minimizar os acidentes. Nota-se que desde a década de 2000, os acidentes de trabalho têm aumentado devido a falta de fiscalização nos serviços sobre a biossegurança. Tabela 8: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as etapas de acidentes de trabalho. Etapas Frequência Percentagem Antes do Procedimento 9 30% Durante o Procedimento 9 30% Após o Procedimento 6 20% Não sofreu Acidente 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 8 De acordo com os dados obtidos sobre as etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 30% sofreram acidentes de trabalho com materiais perfuro- cortantes antes do procedimento, igualmente 30% sofreram acidentes de trabalho com Antes do Procedimento 30% Durante o Procedimento 30% Após o Procedimento 20% Não sofreu Acid 20%
  • 43. 28 materiais perfuro-cortantes durante o procedimento, 20% sofreram acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes após o procedimento e os outros 20% correspondem aos profissionais que não sofreram quaisquer acidentes de trabalho. Para Machado e Henkes (2018), em seus estudos sobre as etapas de ocorrência de acidentes, confirmam que maior parte dos profissionais, se acidentam durante e após as realização dos procedimentos de enfermagem. Verifica-se que maior parte dos acidentes foram ocorridos antes e durante a realização dos procedimentos, tendo como risco de contaminação e medo por parte dos profissionais acidentar-se durante e após a realização dos procedimentos, concordando com o estudos dos autores acima. Tabela 9: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal Viana - Capalanga de acordo com o Agente da lesão Agentes da lesão Frequência Percentagem Agulhas 20 67% Vidros 4 13% Não é o caso 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 8: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga de acordo ao Agente da Lesão Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 9 De acordo com os dados obtidos sobre os agentes da lesão nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 67% das lesões nos Agulhas 67% Vidros 13% Não é o caso 20%
  • 44. 29 acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes foram cometidos por agulhas, 13% forma cometidos por cacos de vidro das ampolas e 20% correspondem aos indivíduos que não se acidentaram. Para Ferreira e Anjos (2001) citado por Machado e Henkes (2018), os materiais perfuro-cortantes são responsáveis por graves acidentes, causando medo de contaminação aos profissionais. Constacta-se maior frequência dos acidentes de trabalho com materiais perfuro- cortantes ocasionados por agulhas e cacos das ampolas. Sendo a seringa e agulhas elementos utilizados nas práticas diárias do enfermeiro e técnicos de enfermagem, cabe proporcionar ao profissional o treinamento desses materiais. Tabela 10: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortante em profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Tipo de Lesão Tipo de lesão Frequência Percentagem Picada 19 64% Corte 4 13% Secreção com sangue 1 3% Não é o caso 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 9: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga quanto ao Tipo de Lesão Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 10 Picada 64% Corte 13% Secreção com sangue 3% Não é o caso 20%
  • 45. 30 De acordo com os dados obtidos sobre o tipo de lesão nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 64% das lesões nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes foram por picadas, 13% foram por cortes, 3% foram por secreções com sangue sendo que 20% corresponde aos indivíduos que não sofreram acidente. Segundo Sarquis e Felli (2002), os danos mais frequentes em acidentes nos profissionais, são os provocados por materiais perfuro-cortantes. Concordando assim, com a minha investigação. Verificamos que os danos mais frequentes provocados pelos acidentes de trabalho provocados por picadas e cortes, somando 77% por elementos perfuro-cortantes, facto que leva-nos a reflectir na possível falta de treinamento na utilização desses materiais. Tabela 11: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado Região do corpo afectado Frequência Percentagem Palma da mão direita ou esquerda 9 30% Dedo 15 50% Não é o caso 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado Fonte: Elaborado pelo autor, de Tabela 11 Palma da mão direita ou esquerda 30% Dedo 50% Não é o caso 20%
  • 46. 31 De acordo com os dados obtidos sobre a região do corpo afectada pelos acidentes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 50% dos profissionais sofreram acidentes nos Dedos, 30% na palama da mão direita ou esquerda, sendo que, 20% corresponde aos indivíduos que não sofreram acidentes. Verifica-se que a região do corpo mais afectado nos acidentes de trabalho é o dedo, devido a sua utilidade na pega dos materiais e instrumentos de trabalho. A mão em si, ajuda bastante na realização de nossas tarefas, quando há falta de atenção, desgaste físico e a gente se acidenta, acabamos por nos ferir na região mais próxima do material perfuro-cortante. Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas de Acidentes com materiais perfuro-cortantes. Causas de Acidente Frequência Percentagem Desgaste físico 3 10% Desconhecimento e banalização do risco 1 3% Reencape Incorrecto 1 3% Falhas na supervisão 1 3% Despreparo profissional 2 7% Dupla jornada de trabalho 1 3% Sobrecarga de trabalho 6 20% Ausência de método 1 3% Descarte incorrecto 1 3% Descontrole emocional 7 23% Não é o caso 6 20% Total 30 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 De acordo com os dados obtidos sobre as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 23% dos acidentes foi por descontrole emocional, 20% dos acidentes ocorreu devido a sobrecarga de trabalho, 10% ocorreram devido o desgaste físico, 7% ocorreram devido ao despreparo profissional, 3% ocorreram devido a dupla jornada de trabalho, 3% ocorreram devido a reencape incorrecto, 3% devido ao descarte incorrecto, 3% devido a falhas na supervisão dos serviços, 3% devido ao desconhecimento dos risco, sendo que os 20% correspondem aos profissionais que não sofreram acidentes.
  • 47. 32 De acordo com Balsamo e Felli (2006), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, (2012), a falta de atenção, o desgaste físico e sobrecarga de trabalho, são as principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. Associando a resposta, desconrolo é falta de atenção, profissionais com dupla jornada de trabalho, têm maior risco de descarga de trabalho e consequentemente maior risco de acidentar-se devido o cansaço. Verifica-se o predomínio das causas de acidentes de trabalho por materiais perfuro-cortantes em Descontrolo emocional inerentes às actividades realizadas. Se o paciente for agitado a possibilidade de atenção é maior, mas se haver descontrolo o risco de acidentar- se torna-se maior ainda. Tabela 13: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo por Categoria mais afectado por Acidentes de Trabalho. Etapas/Acidentes Sexo Categoria Profissional Total % Auxiliar Enfermeiro Técnico Bacharel Antes do Procedimento Masc 0 0 2 0 2 8% Fem 0 1 6 0 7 29% Durante o Procedimento Masc 0 0 0 0 0 0% Fem 4 1 3 1 9 38% Após o Procedimento Masc 0 0 0 0 0 0% Fem 1 1 4 0 6 25% Total Masc 0 0 2 0 2 8% Fem 5 3 13 1 22 92% Subtotal 5 3 15 1 24 100% Percentagem 21% 13% 63% 4% 100% Fonte: elaborado pelo autor, de Hospital Municipal de Viana – Capalanga, 2019 De acordo com os dados obtidos sobre sexo por categoria mais afectada por acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 63% dos profissionais acidentados são da Técnicos médios de enfermagem, 21% dos afectado são Auxiliares de enfermagem, 13% dos profissionais afectados são Enfermeiros e 4% dos profissionais de enfermagem acidentados são bacharel de enfermagem. Quanto ao sexo mais afectado por acidente de trabalho com materiais perfuro-cortante, os resultados da pesquisa mostram que, 92% dos acidentados são do sexo Feminino e 8% dos acidentados são do sexo masculino.
  • 48. 33 Segundo Sarquis e Felli (2002), as categorias com elevado índice de risco para acidentes de trabalho são as categorias auxiliar e técnicos médios de enfermagem, devidas as actividades realizadas por profissionais dessas categorias. Realizam administração de medicamentos injectáveis e são envolvidos em procedimentos de risco nas emergências com materiais perfuro-cortantes. Nota-se também a preponderância do sexo feminino em termos de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, por ser, a enfermagem, uma profissão em que há maior pessoal do sexo feminino. Segundo Heiman (1994), citado por Sarquis e Felli (2002), o maior coeficiente de risco está entre as mulheres devido o papel que elas ocupam na sociedade, onde têm de aturar os filhos, da casa e vai o emprego, causando assim, acidentes no trabalho por expressão dos desgastes físicos. Segundo o mesmo assume que a maioria dos profissionais de saúde pertence ao sexo feminino. Segundo Sousa (2002) citado por Pacheco (2012), 59,3% dos acidentes são cometidos por Enfermeiros e 40,7% Auxiliares de enfermagem. Ainda explicitando, o autor afirma que maior parte desses acidentes forma após a realização dos procedimentos o que representa maior risco de contaminação de patógenos. De acordo com a nossa pesquisa, nota-se maior percentagem nos Técnicos de enfermagem, pode ser devido o elevado número de escolas de formação de técnicos de saúde em Angola, principalmente na província de Luanda, como também o cancelamento de formação de auxiliares de enfermagem, descordando com os resultados de Sousa em 2002.
  • 49. 34 CONCLUSÕES O estudo foi realizado no Hospital Municipal de Viana – Capalanga baseando-se no cumprimento do objectivo geral, em exploração desta, tive êxito e alcancei a resposta da questão de partida. Os dados obtidos neste estudo, nos permitem concluir que os ferimentos ou os acidentes podem ser ocasionados por diversos factores e isso representa um sério problema para os profissionais desta unidade de trabalho. Em relação aos resultados, conclui-se que 80% dos profissionais de enfermagem sofrem acidentes e que as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do hospital Municipal de Viana – Capalanga foram o descontrolo emocional durante a realização dos procedimentos, dupla jornada de trabalho, desgaste físico, despreparo profissional, descarte incorrecto, reencape incorrecto, falhas na supervisão e desconhecimento e banalização dos riscos. Conclui-se também que: A faixa etária que mais sofreu acidente é a entre os 30 e os 40 anos com 37% de profissionais acidentados. A frequência de acidentes é maior entre as mulheres em relação aos homens, o que é demonstrado pelo número elevado acidentadas com 90%. A categoria dos Técnico médios de enfermagem foi a que mais sofreu acidente de trabalho, com uma percentagem de 63% dos acidentes. A maioria dos profissionais apresenta um tempo de serviço menor ou igual a 5 anos, com uma percentagem de 38% deles. O nível de conhecimento sobre técnicas correctas de manuseio dos materiais perfuro-cortantes é bom para a maioria dos profissionais de enfermagem com 43%. 80% Dos acidentes foram com objeto perfurantes e, destes, as agulhas de injeção foram as mais frequentes (67%), sendo que 13%ocorrem com objetos cortantes. Tipo de lesão mais frequente é a picada com 63% de 80% dos acidentes. A região do corpo mais afectado nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes é o dedo representando 50% destes. Os acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes representam um risco grave de o profissional de enfermagem contrair doenças contagiosas com o VIH SIDA ou as Hepatites, por isso, esse estudo indica, portanto, a necessidade de intervenções por parte das
  • 50. 35 instituições, do enfermeiro e dos trabalhadores que contemplem a organização/reorganização de trabalho, no que diz respeito aos aspectos acima referidos. A Prevenção parte da consciência do próprio profissional e da coordenação de cada instituição. O elo entre o profissional e a direcção, deve fluir para que os reais problemas sejam identificados e solucionados de modos a criar uma estratégia para a erradicação dos acidentes com materiais perfuro-cortantes
  • 51. 36 RECOMENDAÇÕES É inegável que os profissionais não sejam responsáveis por metade dos agravos acontecidos, por descuido e a não colocação em prática do que diz a ciência. Além dos resultados, ainda há muitos acidentes ocorrendo nesta unidade mas não são notificados, portanto, recomenda-se aos directores desta unidade de serviço, que, apostem mais na supervisão dos serviços de enfermagem e na capacitação dos profissionais no que tange a biossegurança no trabalho. Recomenda-se também a criação de protocolos para a notificação dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes e deverão ser arquivados na unidade, enviar a estatística mensalmente na Repartição Municipal de Saúde e publicados no Ministério da saúde, para que haja conhecimento prévio da situação vivenciada nos profissionais de saúde. Como um futuro profissional de saúde, recomendo a criação de estratégias educativas sobre a biossegurança no trabalho aos profissionais a partir dos profissionais ou categorias mais afectados aos menos, de modos que se previnam posteriores desequilíbrios em termos de má prática na realização de suas acções de trabalho.
  • 52. 37 BIBLIOGRAFIA Barroso, J. (2015). Transformação Cognitiva. (JB, Ed.) Viana. Clube-Hardware. (12 de Agosto de 2017). Apostila de Informática. Obtido em 10 de Setembro de 2019, de www.clubedohardware.com.br Figueiredo, J. D. (2017). Parecer Técnico Colectores de Descarte de Perfuro-Cortantes em serviços de Saúde. São Paulo: Ministério do Trabalho. Houaiss. (15 de Abril de 2007). Dicionário electrónico Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa, Portugal, Portugal. Lisboa, E. S., Melo, C. M., Bardella, J. B., Meirelles, M. M., & Bolentini, D. (5 de Setembro de 2012). índecie de Acidentes com Perfuro-cortantes. p. 20. Machado, L. C., & Henkes, J. A. (24 de Abril de 2018). Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes: Um estudo de caso da Empresa FHGV, Hospita Tramandai. Estudos de Caso, p. 222. Marconi, L. E. (2001). Metodologia de Investigação de Trabalhos científicos. São Paula: Atlas editora. Moura, L. C., Deodato, L. F., & Gama, D. O. (2016). Manejo e Descarte Adequado de Materiais Perfurocortantes. Revista Científica da FASETE 2016.1, 189-198. Novack, A. C., & Karpiuck, L. B. (2015). Acidentes com perfurocortantes em trabalhadores da saúde. revisão da literatura, 2-5. Oppermann, C. M., & Pires, L. C. (2003). Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre: Catalogação na publicação: Raquel Simone Nystron CRB 10/1065. Pacheco, C. S. (03 de Março de 2012). Acidente de Trabalho na Enfermagem: Risco de Contaminação por Material Perfuro-cortante. p. 36. Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2012). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Novo Hamburgo - Rio Grande do Sul - Brasil: Universidade Feevale.
  • 53. 38 Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira. (2012). Principais Causa de cidentes de Trabalho por Materiais Perfurocortantes na Equipe de Enfermagem. São José: Universidade do Vale do Paraíba, Faculdade de Ciências da Saúde, Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova, São José dos Campos – SP, laryssa.stos@gmail.com. Rodrigues, V. S. (2017). Acidentes de Trabalho em Enfermagem com Materias Perfurocortantes em um Hospita Universitário. Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, 23-39. Ruas, E. d., Santos, L. S., Barbosa, D. A., Belasco, A. G., & Bettencourt, A. R. (13 de Julho de 2012). Reme, 16.3. Obtido em 25 de Maio de 2019, de Acidentes ocupacionais com materiais perfurocortantes em hospitais de Montes Claros-MG: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/547 Sarquis, L. M., & Felli, V. E. (2002). Acidentes de Trabalho com Instrumentos Perfurocortantes entre os Trabalhadores de Enfermagem. Sarquis LMM, Felli VEA. Acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes entre os trabalhadores de enfermagem. Rev Esc Enferm USP 2002, 222-30. Silveira, C. (2015). Noções de Higiene Ocupacional e Segurança do Trabalho. Itajubá: Campus Universitário da UNIFEI –Itajubá -Minas Gerais. Souza, F. P. (2011). Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em actividades de enfermagem. Monografia apresentada ao curso de Graduação em Enfermagem, da Faculdade de Educação e Meio Ambiente como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel. (pp. 20-25). Ariquemes – RO: FAEMA Faculdade de Educação e Meio Ambiente. UniPiaget. (2019). Regulamento para a elaboração do Trabalho de Fim de Curso. Viana. Valim, M. D., Marziale, M. H., Hayashida, M., & Richart-Martínez, M. (26 de Maio de 2014). Ocorrência de acidentes de trabalho com material biológico potencialmente contaminado em enfermeiros. Occurrence of occupational accidents involving potentially contaminated biological material among nurses, pp. 27 (3):280-6. Vaz-Freixo, M. J. (2012). Metodologia Científica: Fundamentos, Métodos e Técnicas. 25 de julho de 2012 na Cidade da Beira – República de Moçambique: Instituto Piaget.
  • 54. 39 Wiki. (05 de Agosto de 2019). Obtido em 07 de Setembro de 2019, de Wikipédia: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/hospital
  • 55. 40 APÊNDICE Apêndice 1: Questionário de Pesquisa Apêndice 2: Cronograma de actividades
  • 56. 41 ANEXOS Anexo 1: Pré-Projecto de Investigação (TFC) Homologado e autorizado Anexo 2: pedido de autorização de recolha de dados (CTFC) Anexo 3: Solicitação autorizada pelo Hospital Municipal de Viana - Capalanga Anexo 4: Carta de Resposta do Hospital Municipal de Viana – Capalanga (HMV) Anexo 5: organigrama do hospital Municipal de Viana - capalanga (HMV)
  • 57. Campus universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001. Faculdade de Ciências da Saúde MONOGRAFIA ESTUDO SOBRE AS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAIS PERFURO-CORTANTES, NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL MUNICIPAL DE VIANA - CAPALANGA, NO II SEMESTRE DE 2019 Nome do estudante: João Vasco Francisco Barroso Licenciatura: Enfermagem