O documento discute os desafios do desenvolvimento da energia eólica offshore no Brasil. Falta apoio do governo brasileiro para esta tecnologia, ao contrário de países como China e EUA que investem pesado. A energia eólica offshore é estratégica para garantir segurança energética e diversificar a matriz, reduzindo dependência de fontes fósseis, mas encontra resistência no Brasil devido a interesses corporativos e falta de estratégia energética de longo prazo.
2. Por Luciana Mendonça
Lutando com moinhos
de vento no mar
Reportagem O Setor Elétrico / Agosto de 2012
Enquanto países como China e Estados Unidos correm
para desenvolver eólica offshore, falta apoio ao
desenvolvimento no Brasil
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DivulgaçãoSiemens
3. 55O Setor Elétrico / Agosto de 2012
Uma das cenas mais emblemáticas da literatura universal mostra Dom
Quixote, de Miguel de Cervantes, lutando contra enormes moinhos de
vento. Passados mais de 400 anos, desde a publicação da primeira parte do
livro e longe das novelas de cavalaria, no Brasil, um grupo de brasileiros
luta contra a burocracia e o descrédito para tentar provar que a geração
eólica offshore (Eof) é um investimento estratégico para o país e deveria
fazer parte da estratégia de segurança do suprimento energético nacional.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE, 2007),
a produção da eletricidade mundial depende principalmente de fontes
fósseis (76%), com ênfase em carvão (40%), que é a mais barata e
poluidora das fontes energéticas comerciais. No Brasil, ao contrário
deste cenário, a base da matriz energética é renovável, graças às grandes
hidrelétricas. Além disso, o país tem dimensões continentais, o que
viabiliza os investimentos em eólica onshore e, teoricamente, acaba
com a tese estratégica da offshore. Por que isso não é verdade e qual a
importância de o Brasil investir nesta tecnologia é o que a reportagem
mostrará nas linhas que seguem.
O cenário europeu
Ao contrário do Brasil, além da preocupação com a diminuição
das emissões de gases do efeito estufa, os países que compõem a União
Europeia estão investindo fortemente em energia renovável, com
destaque para a eólica offshore, no intuito de reduzir o risco presente
da dependência externa do suprimento energético. Segundo Jean Carlo
Viterbo, pesquisador do departamento de engenharia naval da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo/Financiadora de Estudos e
Projetos (Poli-USP/Finep) e consultor autônomo, há estatísticas que
mostram, por exemplo, que em 2030 só haverá gás natural na Rússia. “A
Europa é extremamente dependente de gás natural e a Rússia é um país
complicado, com muitos conflitos e frequentemente se utiliza do fato
de ser produtor para conseguir negociar questões políticas, utilizando
como barganha o gás, o que deixa vulnerável o abastecimento em várias
nações”, explica Viterbo.
Antecipando-se, então, em prol da estratégia de segurança do
suprimento energético, diversos países têm desprendido esforços para
reduzir a dependência do petróleo, inclusive países com destaque
mundial na produção de hidrocarbonetos, como os EUA, o Reino
Unido e a Noruega.
Viterbo, citando Robert L. Hirsh, no documento intitulado “The
Shape of World Oil Peaking: Learning From Experience”, afirma que
o impacto a ser sofrido pelos países, em decorrência de um choque
de oferta de petróleo, só pode ser amenizado de forma efetiva se as
medidas mitigadoras começarem pelo menos 20 anos antes que o
choque da oferta de petróleo chegue. Baseada em tal informação, em
aproximadamente 2025, a Noruega, um dos países mais avançados em
tecnologia eólica offshore, planeja operar um grande projeto nacional
de transição econômica, por meio do qual ela passaria do status de
grande fornecedora de energia fóssil produzida em meio offshore para o
de exportadora de energia renovável, gerada principalmente a partir da
fonte eólica em mar aberto.
“A Noruega está produzindo sinergia entre a indústria do petróleo e
eólica e vai fazer parques gigantes. Para se ter uma ideia, eles já instalaram
uma turbina eólica flutuante no mar da Noruega com o custo de 50 milhões
de euros. Qual a ideia por trás disso? Há muito tempo, o país percebeu que
a sinergia da Eof com o setor de petróleo e gás é quase natural, porque a
Eof, pensando que os custos mais consistentes de sua implantação estão
relacionados a subsistemas que se encontram abaixo da superfície da água,
e tendo uma indústria já amadurecida pelo setor de P&G, esta cooperação é
natural”, explica Viterbo. Além do Reino Unido e da Noruega, os governos da
Alemanha, da Dinamarca e da Espanha também se destacam pelo forte apoio
econômico dado à geração eolielétrica.
Estratégia para o Brasil
O cenário europeu da Eof é importante ser conhecido porque, mesmo
não precisando da energia atualmente, as nações europeias estão se
preparando para enfrentar o futuro com um provável mercado hostil
para quem tem sua dependência energética fortemente atrelada aos
combustíveis fósseis.
Onde entra o Brasil nesta história? O potencial eólico continental
brasileiro é estimado em 146 GW, conforme “Atlas do Potencial Eólico
Brasileiro”, valor maior do que a geração total de energia no país, que
é de cerca de 113 GW segundo dados da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel). Entretanto, embora o potencial continental no Brasil
seja consideravelmente grande, ele não pode ser utilizado em sua
totalidade, pois depende de variáveis como relevo, ocupação da terra
e impactos ambientais. Já sobre o oceano, os ventos não encontram
barreiras naturais, não há relevante restrição de área e os impactos
ambientais são minimizados.
Em termos marítimos, o Brasil apresenta recursos energéticos eólico
da ordem de 600 TWHa de potencial natural de geração, sendo que nas
regiões Sul-Sudeste do Brasil entre 0 e 100 m de profundidade é de cerca
de 215 GW. Este resultado sugere que há um grande potencial energético
no campo de ventos offshore na margem brasileira e que causaria
impactos positivos no sistema, pela proximidade com os principais
centros de carga do Brasil.
Assim, na opinião de Euclydes Trovato Neto, diretor de engenharia da
Oriciclon Engenharia, a natureza estratégica dos empreendimentos Eof é
muito clara: tornar os países menos dependentes de recursos energéticos
fósseis e da importação destas fontes de energia, como carvão ou
hidrocarbono, garantindo o suprimento de energia elétrica confiável para
as cidades e indústrias.
Por isso, estes investimentos não estão restritos aos países europeus.
Estados Unidos e China também estão apostando nas eólicas offshore,
por se tratar de um “setor estratégico do ponto de vista de segurança dos
sistemas industriais e urbanos e da segurança do suprimento da energia
destes países, além dos aspectos positivos ambientais, de possuir fontes de
suprimentos confiáveis, capazes de gerar empregos e tecnologia de alto
desempenho e valor agregado”, explica Trovato.
Para o diretor, a questão ultrapassa a percepção também de estar
preparado para suprir economicamente um potencial mercado. “Ao
contrário do que se fala no Brasil, a massa de energia que viria com os
sistemas eólicos onshore e offshore vai redundar em maior segurança
4. O Setor Elétrico / Agosto de 2012
Reportagem 56
do sistema elétrico como um todo porque vai ter maior distribuição
de geração de energia e, portanto, o sistema não ficará dependente de
poucos pontos, ele vai ter uma estabilidade muito maior e de maneira
mais distribuída”.
Tanto para Trovato como para Viterbo, ao abrir mão de desenvolver
o setor, o Brasil está correndo o risco de ficar sem se capacitar, sem criar
uma indústria num período crítico em que países como EUA, China,
Reino Unido, Noruega, Alemanha, Itália e outros estão desenvolvendo
estas tecnologias.
“Infelizmente, no Brasil, nós não estamos contando com o respaldo
institucional, jurídico e das empresas que existem. Em muito locais, você
pode utilizar este potencial em benefício das populações, das cidades,
em zonas portuárias, de processamento, como Cubatão e Santos. Estas
questões são muito fechadas, no Brasil, e pouco transparentes. E o
resultado é que o custo da energia no Brasil é muito alto, não só pelos
impostos, mas porque não contamos com o fornecimento de outras
fontes, que arrefeceria o consumo de energia em locais cruciais”, acredita
Trovato.
Para Viterbo, o grande problema da Eof e de outras fontes como as
PCHs e a própria solar é que o país não tem uma estratégia de segurança
do suprimento energético bem delineada. No Brasil, este conceito
começou a aparecer com o formato do seu revés que foi o apagão. Uma
estratégia bem delineada pensa no futuro para 30 anos, analisando
comparativamente os riscos internos e externos ao país.
“Quais foram os grandes investimentos nas últimas décadas? Depois
de Tucuruí, não se investiu muito para garantir o suprimento durante
um longo período. Fizeram política do ‘tapa-buraco’ e foi dentro desta
política que a eólica onshore se desenvolveu, como medida tática e
não estratégica. Agora, não dá para pensar no suprimento energético
apenas com hidrelétricas que levam quase 30 anos para ficarem prontas
e que nos deixam a mercê de riscos de suprimento, caso não chova
ou tenhamos problemas nos linhões. Os apagões são prova da falta de
estratégia de segurança do nosso suprimento energético. A importância
de se investir eólica onshore e offshore é a mesma de se investir em
PCH, biomassa, fotovoltaica, traçar uma estratégia de segurança do setor
energético que seja eficiente, para o prazo de 30 anos e não imediatista
como costumou-se fazer por aqui”, defende Viterbo.
Vantagens da eólica offshore
Para Trovato, o olhar estratégico da eólica offshore tem que ir
além de se comparar valores ao instalar o mesmo sistema na terra. Se
comparar somente energia e custo de instalação, limitando a análise
ao âmbito econômico e de mercado, chegará à conclusão que não é
interessante. Porém, se colocar outros valores em questão, conseguirá
concluir que a Eof é uma conquista, se você considerar que é importante
desenvolver a indústria dos aerogeradores, de componentes elétricos; de
criar fontes de trabalho nas regiões onde serão implantadas as plantas;
em desenvolver centros de pesquisa voltados a estes sistemas, satélites e
radares meteorológicos, pesquisa em monitoramento e instrumentação. “É
importante que se tomem as decisões para que possamos ter tudo isso”,
acredita Trovato.
O diretor explica que a eólica onshore tem como uma de suas
características ser localmente limitada por fatores de rugosidade,
topográficos e orográficos, que são anulados no ambiente marítimo.
Além disso, o nível de ruído não é crítico e qualidade anemológica é
imensamente superior à terrestre, pois há uma constante das velocidades
de vento muito maior. “Isso nos dá possibilidade de gerar grandes
volumes de energia, de forma constante, com uma eficiência bastante
significativa. Além disso, caso o Brasil invista em eólica offshore, teremos
uma fonte de suprimento importante em regiões próximas da costa,
dos centros urbanos, ou seja, dos centros de carga, evitando os gastos
significativos que temos com as construções dos linhões, seus impactos
ambientais e a perda de energia que temos com o efeito joule”.
Trovato também chama a atenção para o aspecto ambiental positivo,
pois onde os parques eólicos são instalados, a pesca fica limitada a
pequenos barcos pesqueiros e há o aumento da piscosidade na região.
Além disso, as torres viram suportes que criam cracas e microorganismos,
o que é essencial para a ocorrência de cardumes.
Projeto da Siemens deverá conectar o parque Amrumbank West de energia eólica à rede de energia da Alemanha. A proposta é
transformar a eletricidade gerada pelo parque eólico, localizado a 55 km da costa, em corrente contínua de baixa perda.
DivulgaçãoSiemens
5.
6. O diretor também chama a atenção para o fato de que não é somente
a taxação que faz da energia brasileira uma das mais caras do mundo, a
falta de diversificação da matriz é outro fator que colabora para os altos
valores aqui cobrados. “O sistema não está permitindo que outras fontes
possam agregar fatores benéficos para a segurança da qualidade do
fornecimento e para sua melhor eficiência econômica”.
Principais dificuldades
Na avaliação de Trovato, a principal dificuldade para o
desenvolvimento da Eof no Brasil é a própria instituição, o próprio governo
e a ausência de uma doutrina que favoreça isso. “Os grupos de decisões
são muito fechados e voltados a interesses corporativos. O que vemos é
um conjunto de dificuldades internas a nível jurídico, institucional, de
tomada de decisão, de favorecer estes desenvolvimentos e que é inerente
ao próprio desenvolvimento histórico do país. Sempre somos dependentes
da tecnologia desenvolvida nos países que se preocuparam em sair à frente.
Somos exaltados por ter uma matriz energética limpa, mas não temos
indústrias de turbinas hidrelétricas, ou seja, estamos sempre deitados em
berço esplêndido, esperando pelas soluções que vêm de fora e pelas quais
pagamos muito caro”, critica o diretor.
Para Viterbo, é um desperdício o país não utilizar de uma indústria
marítima pujante que já existe por conta do setor de óleo e gás. “A
sinergia entre os setores é algo real, pois a indústria já existente cria
condições para o setor eólico offshore a exemplo do que já vem
ocorrendo na Europa”.
Além da falta de vontade política, a Eof traz como dificuldades a
infraestrutura e a montagem por serem mais complicadas, a acessibilidade
que é mais difícil, além de condições severas do mar como a corrosão,
exposição de cargas das ondas, correntes e marés, além de tempestades.
“Estes fatores encarecem o valor da instalação do parque
eólico offshore, no entanto, a capacidade de geração Eof é
significativamente maior, tendo em vista que poucas Eon superam
50 MW, o que prejudica o ganho de escala das usinas. Isso não
ocorre com a Eof”, sinaliza Viterbo.
Iniciativa brasileira
A empresa Eólica Brasil é a responsável pelo primeiro projeto
de EOF no país, denominado Usina Eólica Marítima Asa Branca,
localizada no Ceará, nos municípios de Amontada, Itarema e Acaraú,
de frente aos parques eólicos de Icaraizinho, Volta do Rio e Morgado,
todos onshore e já em funcionamento pelo Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). A Usina Eólica
Marítima Asa Branca, como informa Marcello Storrer, CEO da Eólica
Brasil, será formada por áreas consideradas parte nearshore e parte
offshore, porque se encontram em profundidades entre 4 a 22 metros
e em distância variável de 5km a 40 km da costa. O parque será
instalado em 22 módulos de 480MW, divididos em 16 usinas de
30MW (cada usina de 30MW uma Sociedade de Propósito Específico,
para fins de project finance otimização tarifária e tributária), e um de
640MW, totalizando 11.200MW.
Inicialmente, serão utilizadas turbinas de 6MW, mas já se vislumbra
a utilização das turbinas de 10MW, a partir de 2017. Está sendo estudada
a instalação de uma planta piloto de 30MW, composta por cinco turbinas
de 6MW e para venda de energia no mercado livre. A iniciativa visa
justamente estudar como se comporta uma usina eólica já instalada
no mar, sabendo que neste ambiente, o recurso eólico já é superior ao
encontrado em terra. “Além disso, a vasta área permite fazer muitas
usinas com potencial de vendo otimizado, mar raso, e proximidade com
a rede que já existe no local, por conta das usinas onshore, fatores esses
que barateiam a usina e a torna competitiva”, explica Storrer.
O empreendedor também chama a atenção para a presença de um
importante impacto ambiental positivo, tendo em vista que as torres
devem virar ancoradouros para a fauna marítima local, tornando-se
atratores de peixes, o que é recomendado pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a região,
conhecida como Zona Marítima 31.
“Propusemos fazer um projeto conjunto com o Ministério da Pesca
e Aqüicultura e os pescadores locais organizados nas Colônias de Pesca,
para implantar, na fundação de cada turbina, uma base de apoio para os
maricultores e a instalação, nas áreas de restrição à navegação em torno
da turbina, de grandes gaiolas de engorda de lagosta, tanques-rede para
engorda de peixe ariacó, além do plantio de algas, o que irá aumentar
substancialmente os rendimentos da comunidade pescadora local”,
ressalta Storrer.
Storrer ainda defende que os melhores locais para a eólica
onshore estão se esgotando, no Brasil, por conta de características
técnicas que lhes são muito particulares, como rugosidade, ocupação
terrestre. “A área do Asa Branca está situada em um dos locais de
mais alto potencial eólico do país, com potencial de se mostrar melhor
que qualquer eólica onshore. Assim sendo, uma das justificativas
para a instalação de turbinas eólicas no mar será fator de capacidade
superior ao onshore, aliado ao uso das turbinas de 6MW, cuja
potência deve aumentar futuramente. Desta maneira, estarão presentes
as condições para que o custo da energia eólica marítima seja menor
que o custo da energia eólica onshore, apesar de o custo da potência
instalada ser maior para eólica marítima que para onshore”.
A Eólica Brasil está se preparando para participar de leilão de energia
A-3 de 2013 com 16 usinas de 30MW. “Saíremos na frente de qualquer
outro projeto offshore no Brasil, pois já temos uma longa estrada
percorrida e estamos na fase de licenciamento ambiental e de estudo de
conexão, preparando-nos para a outorga de autorização da ANEEL para
sermos produtores independentes de energia (PIE) com nossos projetos de
30MW cada”, adianta Storrer.
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ZPULYNPH JVT H PUK‚Z[YPH KL WL[Y}SLV L NmZ¹ KL 1LHU *HYSV=P[LYIV L
Marco Antônio Brinati.
- “Geração de energia elétrica a partir da fonte eólica offshore”,
trabalho de dissertação para a obtenção de mestre em engenharia
UH]HS VJLoUPJH WLSH :7 KL 1LHU *HYSV=P[LYIV
- “Geração de energia elétrica pelas ondas do mar”, de Segen Estefen.
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7. Força das marés
A geração eólica offshore não é a única maneira de gerar energia em meio
marítimo. A geração maremotriz, que utiliza marés, ondas e correntes marinhas
como recursos renováveis para geração de eletricidade também vem registrando
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– nearshore, disponibilidade e aceitabilidade. Estimativas recentes indicam que
a energia contida nas ondas do mar é de cerca de 10 TW, o equivalente a todo o
consumo de energia no planeta.
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geral da situação, com dezenas de conceitos sendo testados em laboratórios para marés e ondas oceânicas.
Atualmente, existem no mundo entre 15 e 20 protótipos de usinas para geração de energia elétrica, a partir do movimento das
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que essa tecnologia entre na matriz energética mundial a partir de 2020.
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Com o protótipo, a Coppe vai instalar dispositivos de controle do sistema que monitorarão as ondas do mar e a potência gerada.
Caberá também, à instituição, uma série de parâmetros da usina que envolve vazão, pressão, potência gerada e condições do mar, para
que se possa otimizar o sistema e aperfeiçoar a produção de energia.
O Ceará foi escolhido para abrigar o mecanismo principalmente pela constância dos ventos alísios. O movimento desse ar gera
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O Brasil tem grande potencial para aproveitar as forças do mar e convertê-las em energia elétrica. O litoral brasileiro, de cerca de 8
mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam algo em torno de 87 GW. Desse total, 20% seriam
convertidos em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no país.
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desenvolvido a partir do que for observado nos protótipos. “A corrida do homem para o espaço, liderada pelos Estados Unidos, resultou
em aplicações revolucionárias na medicina, na indústria alimentícia e de fármacos, nas telecomunicações e até no vestuário e em
objetos de uso doméstico. Assim como a usina de ondas, uma fonte de energia renovável, é fruto de tecnologias desenvolvidas para a
exploração do petróleo no mar, outros projetos e aplicações surgirão do avanço desse conhecimento. Na minha opinião, a corrida para
o mar é o novo passaporte para o futuro e nessa corrida, o Brasil está no pelotão da frente”, acredita o diretor.
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renováveis, integrando a geração eólica, solar, queima do lixo para produção de gás e eletricidade, além de uma usina maremotriz.
Uma usina desenvolvida na Finlândia vai gerar energia a partir do movimento das águas, por meio de duas placas confeccionadas em
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9. desse potencial em energia elétrica, o que equivale a cerca de 17% da capacidade total instalada no país.
Reportagem O Setor Elétrico / Agosto de 201258