O documento resume os principais aspectos dos analgésicos opióides, incluindo sua classificação, mecanismo de ação, efeitos farmacológicos, principais representantes e usos terapêuticos. Aborda também a tolerância, dependência e síndrome de abstinência destes fármacos.
2. ANALGÉSICOS OPIÓIDES
Terminologia : Opióide refere-se aos compostos relacionados ao Ópio
(termo grego para suco) da Papaver somniferum, como a morfina,
codeina e tebaina (todos naturais) além dos derivados semi-sintéticos.
3. HISTÓRICO
300 A C -Árabes introduziram
1806 foi isolada a morfina (Morfeus)
1832/1848 isolaram codeina e papaverina
1972 naloxano reverte analgesia
1973 sítios de ligação no cérebro
1976 endorfinas foram isoladas
4. CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÓIDES
I Análogos da Morfina:
Agonistas : Morfina, Heroina, Codeina.
Agonistas Parciais: Nalorfina e Levalorfan
Antagonistas : Naloxona
5. CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÓIDES
II Derivados Sintéticos
Fenilpiperidinas ( Meperidina e Fentanil)
Metadona ( Metadona e Dextropropoxifeno)
Benzomorfan ( Pentazocina )
Tebaina ( Etorfina)
7. OPIÓIDES
MECANISMO DE AÇÃO
receptores opióides pertencem a família dos acoplados a proteína G.
inibem adenilciclase e reduzem cAMP
provocam abertura dos canais de K e inibem os de Ca na membrana :
diminuem assim atividade neuronal ou aumentam quando inibir
sistemas inibitórios.
diminuem liberação de neurotransmissores
8. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
analgesia: dores agudas e crônicas,exceto as neuropaticas (ex:
neuralgia do trigêmio)
efeito antinoceptivo e no componente afetivo ( sistema limbico :
euforia )
nalorfina e pentazocina possuem efeito antinoceptivo porém pouco
psicológico
9. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Euforia : poderosa sensação de bem-estar e contentamento,
dependendo da situação do paciente, é mediada por receptores µ .
Disforia: mediada por receptores K
estes efeitos não ocorrem com codeina e pentazocina e com nalorfina
ocorre disforia
10. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Depressão respiratória : receptor µ
doses terapêuticas diminuem a sensibilidade do CR ao > pCO2
não ocorre depressão concomitante da função cardiovascular.
11. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Depressão do reflexo da tosse
substituição no grupo fenólico = codeina
doses sub-terapêuticas para dor
sem correlação com efeito analgésico ou depressor. Outro receptor?
12. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Náusea e vômito
ocorre em 40% dos pacientes
ação na área postrema (ZQR) na medula
apomorfina agonista dopaminérgico
naloxone bloqueia morfina e não bloqueia apomorfina
inversamente antagonistas dopaminérgicos
14. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Trato gastrintestinal :
aumenta o tonus e diminue a motilidade
constipação
aumenta pressão sobre o trato biliar
efeitos viscerais por ação sobre os plexos intramurais ( abolido pela
atropina)
ação sobre receptores :µ k .
15. AÇÕES FARMACOLÓGICAS
(ex.: morfina)
Outras ações:
libera histamina nos mastócitos:
efeito local = coceira
efeito sistêmico = broncoconstrição e hipotensão......... asmáticos ?
outros opióides não relacionados não liberam histamina
17. TOLERÂNCIA
desenvolvimento rápido ( 12 a 24hs )
tolerância:analgesia, euforia, depressão respiratória-menor para miose
e constipação
efeito agudo = reduz AMPc
efeito crônico= redução do AMPc= diminui fosforilação de fatores
específicos = aumenta expressão gênica para AMPc (aumenta
adenilatociclase ?)
18. DEPENDÊNCIA
responsável : receptores µ.
efeitos reforçadores da euforia.
raramente ocorre em pacientes
fatores psicológicos, sócio-econômicos estão envolvidos.
sistema mesolímbico dopaminérgico
19. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
tolerância reverte inibição.
retirada de morfina aumenta atividade.
naloxona aumenta ainda mais.
irritabilidade, perda de peso,febre,midríase náuseas, diarréia, insonia,
convulsões...
máximo em 2 dias ...desaparece 8 dias.
20. ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS
absorção oral é irregular, codeina melhor que a morfina.
sofrem efeitos da primeira passagem
meia-vida plasmática de 3 à 6 horas
principais metabólitos: glicuronados ativos
neonato tem dificil metabolismo, o que aumenta depressão
respiratória.
21. PRINCIPAIS OPIÓIDES
Diacetilmorfina (heroina) :obtida à partir da morfina, mais lipossolúvel
(rush), menor duraçào , > dependência.
Codeina : obtida da morfina, bem absorvida por vo, antitussígeno,
baixa potência analgésica + aspirina (dores de cabeça, costas, etc.), não
induz euforia,constipação intensa.
22. PRINCIPAIS OPIÓIDES
Fentanil : derivados da fenilpiperidina, ação similar a morfina de curta
duraçào. Usos em anestesia
Etorfina : análogo de grande potência (1000 vezes) ;utilizado para
imobilizar grandes animais .
23. PRINCIPAIS OPIÓIDES
Metadona : Semelhante a morfina com menor efeito sedativo; longa
duração (1/2 vida >24hs) ; menor dependencia; síndrome de
abstinência menos severa.
Na presença de metadona injeções de morfina causam menos euforia
e abstinência
24. ANTAGONISTAS OPIÓIDES
Nalorfina : estrutura semelhante a morfina
antagonista µ ;agonista parcial ð, k(disforia)
antagonisa analgesia,depressão respiratória.
altas doses mimetisa morfina e produz dependencia, baixas doses
síndrome de abstinência em dependendes.
antídoto substituído pela naloxona.
25. ANTAGONISTAS OPIÓIDES
Naloxona : antagonista puro µ , k. para todos agonistas.
Isoladamente efeito insignificante = hiperalgesia em condições de
liberação de opióides endógenos.
Antagonista da analgesia por acupuntura.
Reverte depressão respiratória por opióides
Efeito curto (i.v. 1-2hs.)
26. ANTAGONISTAS OPIÓIDES
Naltrexona: similar ao Naloxona, porém com duração mais longa( 1/2
vida = 10hs ).
Uso experimental , não clínico.
Neutraliza os efeitos dos opiáceos
27. PRINCIPAIS USOS
Dores agudas severas origem traumática (fentanil, morfina).
Dores médias origem inflamatória (codeina, pentazocina, propoxifeno)
Dores severas crônicas( morfina ).
Dores crônicas neuropáticas não respondem ( amitriptilina).
28. OUTROS FÁRMACOS ANALGÉSICOS
Principalmente para dores neuropáticas:
Tramadol( metabólito da trazodona)
Agonista fraco nos receptores mu.
Inibidores da captura de NE .
Antidepressivos Triciclicos(imipramina e amitriptilina)
Inibidores da captura de NE
Carbamazepina e Gabapentina
29. Referências
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de
Janeiro, Elsevier Ed., 2006.
SILVA, Penildon. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2006.
KATZUNG, ET ALL. Farmacologia Básica e Clínica. 12.ed. (recurso
eletrônico). AMGH. Porto Alegre. 2014
Prof. Dr. Carlos Alberto Lazarini