2. O Brasil é o segundo país com as maiores taxas de gravidez na adolescência. A taxa nacional é de
68,4 nascimentos para cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos. Estima-se que mais de 400 mil
adolescentes se tornam mães por ano no Brasil.
3. Diversos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, a desinformação sobre
sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o principal motivo. Questões emocionais,
psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social e
ao sistema de saúde, englobando o uso inadequado de contraceptivos.
4. São meninas se tornando mães muito cedo, colocando em risco sua saúde. Muitas param de
estudar para criar seus bebês, sem estrutura e, muita vezes, sem saber do perigo que é uma
gestação. Nessa idade o corpo ainda está em formação. Os hormônios ainda estão aflorando. É
muito perigoso.
5. Dados do CIDACS, Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde, apontam que
entre os nascidos vivos de mães adolescentes, em 2020, a maior concentração está nas regiões
Norte (23,9%) e Nordeste (20,11%), seguido por Centro-Oeste (16,9%), Sudeste (14,4%) e Sul
(14,9%).
6.
7. Os dados deixam claros os marcadores de desigualdade em gênero, classe e raça.
Os números - ou as meninas - estão concentrados nas periferias, bairros mais pobres e classes
sociais que vivem na chamada vulnerabilidade social brasileira. Uma parcela pequena desta taxa
está concentrada na classe média alta.
8.
9. Prevenção da gravidez na adolescência
Um dos mais importantes fatores de prevenção é a educação. Educação sexual integrada e
compreensiva faz parte da promoção do bem-estar de adolescentes e jovens ao realçar a
importância do comportamento sexual responsável, o respeito pelo/a outro/a, a igualdade e
equidade de gênero, assim como a proteção da gravidez inoportuna, a prevenção de infecções
sexualmente transmissíveis/HIV, a defesa contra violência sexual incestuosa, bem como outras
violências e abusos.
10. Educação Sexual
Educação sexual nas escolas é fundamental para garantir os direitos das meninas, conseguir baixar
os índices de gravidez na adolescência, informar meninos e meninas sobre o conhecimento do
próprio corpo e empondera-los para que possam se proteger e denunciar violências.
11. Muitas crianças estão nascendo com má formação, com sérios problemas de saúde, porque as
mães adolescentes não são orientadas pelas suas famílias. Por isso, precisamos ensinar educação
sexual também nas escolas e orientar as nossas meninas sobre os riscos de gravidez antes dos 21
anos
12.
13. A sexualidade "não está conectada somente aos órgãos genitais tampouco à relação sexual, mas
compreende uma série de processos psicológicos, físicos e sociais de sensações, sentimentos,
trocas afetivas, necessidade de carinho e necessidade de aceitação".
14. Tratar sobre o assunto da gravidez na adolescência sob uma perspectiva preventiva e de atenção
integral à menina e ao menino adolescente proporciona a estes sujeitos o exercício da vida sexual e
reprodutiva com base em valores e comportamentos mais autônomos, com decisões mais
responsáveis, além da construção de projetos de vida a longo prazo.
15. Diante dessa realidade, o Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI) estabeleceu a meta de
"Reduzir para menos de 10% o percentual de nascidos vivos de mães adolescentes"
16. As estratégias adotadas no PMPI contribuíram para essa redução, com destaque para a construção
do fluxo integrado de atenção à gravidez na adolescência, definição de diretrizes intersetoriais para
garantia de direitos sexuais e direitos reprodutivos, prevenção e atenção integral à gravidez de
adolescentes, a disponibilização de métodos contraceptivos e as ações de orientação sobre direitos
sexuais e reprodutivos para adolescentes e profissionais das redes de atendimento e proteção.
17. A garantia de desenvolvimento integral na adolescência e juventude é uma responsabilidade
coletiva que precisa unir família, escola e sociedade para articular-se com órgãos e instituições,
públicas e privadas na formulação de políticas públicas de atenção integral à saúde em todos os
níveis de complexidade, embasando-se em situações epidemiológicas, indicadores e demandas
sociais, respeitando os princípios do Sistema Único de Saúde.
18. Referências
COSTA, Marta. O Brasil ocupa o segundo lugar do ranking mundial de gravidez na
adolescência. 07/02/2023. Disponível em:
<https://www.aracaju.se.leg.br/institucional/noticias/201co-brasil-ocupa-o-segundo-lugar-do-
ranking-mundial-de-gravidez-na-adolescencia201d-afirma-dr-manuel-marcos>. Acesso em:
01/08/2023.
DELBONI, Carolina. Somos o 2º país com as maiores taxas de gravidez na adolescência. 06/02/2023.
Disponível em: <https://www.estadao.com.br/amp/emais/carolina-delboni/somos-o-2o-pais-com-
as-maiores-taxas-de-gravidez-na-adolescencia/>. Acesso em: 01/08/2023.