Principios do tratamento de paciente em situação de afogamento . Classificação dos niveis de afogamento, prioridades e fisiopatologia das situações em que acontece a entrada de algum liquido nas vias aéreas.
1. AFOGAMENTO
Leduard Leon B. S. Silva
Especialista em Emergência Geral - HR
Mestre em Enfermagem e Educação em Saúde
2. 1. Salvamento Aquático
- A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático - SOBRASA vem difundindo, as diversas formas
de prevenção ao acidente afogamento em praias e piscinas
“A Cura do incidente AFOGAMENTO é a PREVENÇÃO - Evitável em mais de 85%, o
afogamento é chamado erroneamente de acidente, uma ocorrência por um acaso
da natureza e, portanto inevitável”. Szpilman 2017
3. 1. Salvamento Aquático
- A Organização Mundial da Saúde estima que 0,7% de todas as mortes no mundo -
ou mais de 372 mil mortes a cada ano - são devido a afogamento.
- A tragédia do afogamento está presente em nosso dia-a-dia com 17 mortes diárias
no Brasil (ano 2020)
- Dentre todas as possibilidades de trauma, o afogamento é o de maior impacto
familiar, social e econômico, tendo um risco de óbito 200 vezes maior quando
comparado aos eventos de trânsito.
- O afogamento é uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens
no mundo, embora estejamos quantificando apenas 6% do problema.
(Subnotificação).
- As crianças, são as maiores vítimas dessa situação, pois tem entre 1 e 9 anos
deidade, o afogamento como segunda causa de morte.
4. 1. Salvamento Aquático: Definições
- Afogamento: Aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão.
- Fatores que influenciam no episodio de afogamento :
• Drogas: 36%, normalmente álcool
• Convulsões: 18%
• Traumas: 16%
• Doenças cardiopulmonares (14%)
• Mergulho livre ou autônomo (4%)
• Outros (homicídios, suicídio, cãimbras, etc. – 11%)
5. 1. Classificação
- Resgate: Vítima resgatada viva da água que não apresenta tosse ou
espuma na boca e/ou nariz - pode ser liberada no local sem necessitar de
atendimento médico após avaliação do socorrista, quando consciente.
- Afogamento: pessoa resgatada da água que apresenta evidência de
aspiração de líquido: tosse, ou espuma na boca ou nariz - deve ter sua
gravidade avaliada no local do incidente, receber tratamento adequado e
acionar se necessário uma equipe médica a prover suporte avançado de
vida.
6. 2. Perfil dos Afogamentos
- 65% das vítimas têm menos de 30 anos;
- 1 a 2 anos de idade, predominando os acidentes domésticos em
piscinas ou banheiras;
- Na adolescência, entre 15 e 19 anos, relacionado ao uso de álcool
em ambientes não-domésticos (piscina, mar, cachoeira, rio, etc.).
- Cerca de 75% dos afogamentos em piscinas domésticas são com
crianças menores de 5 anos, que, nesse grupo, podem ter sido
vítimas da síndrome da criança espancada (afogamento criminoso).
- Aproximadamente 35% das vítimas afogadas sabem nadar e o sexo
masculino predomina.
7. 2. Perfil dos Afogamentos
Fatores de risco :
• Imprudência, habilidade limitada de nadar, superestimação
das habilidades na água,
• Hipoglicemia
• Hiperventilação antes de mergulhar
• Treinamento de natação anaeróbio, acidentes com
embarcações.
O que ocorre na maioria das vezes é uma mistura de vários
fatores.
8. 3. Definição e mecanismos de lesão:
fisiopatologia
VIAS AÉREAS
Inativação do
Surfactante
alveolar
Rompimento
da membrana
alvéolo capilar
Aumento da
permeabilidade
alveolar
EDEMA
PULMONAR
Das trocas
Gasosas
O2/CO2
HIPÓXIA
9. 3. Definição e mecanismos de lesão:
fisiopatologia
- O quadro pulmonar pode ser agravado por
contaminantes – bactérias e/ou partículas.
- Hipercarbia (CO2) , associada à apnéia ou
hipoventilação.
- Acidose metabólica é comum, associada à hipóxia, e
ambas comprometem o coração (arritmias) e a
função renal agravada pela hipovolemia
(hipoperfusão renal)
10. 3. Definição e mecanismos de lesão:
fisiopatologia
- O efeito combinado de fluidos nos pulmões com a perda de surfactante
resulta em redução da complacência pulmonar, atelectasias e
broncoespasmos.
- Se a Reanimação cardiopulmonar (RCP) for necessária, o risco de dano
neurológico é semelhante a outros casos de parada cardíaca. No entanto,
o reflexo de mergulho e a hipotermia usualmente associadas com
afogamento podem proporcionar maiores tempos de submersão sem
sequelas.
• A hipotermia pode reduzir o consumo de oxigênio no cérebro. A
hipotermia reduz a atividade elétrica e metabólica do cérebro de forma
dependente da temperatura.
11.
12. 4. Classificação dos Afogamentos (Szpilman)
- GRAU 1:
- Sem tosse ou espuma na boca ou nariz: mortalidade nula, liberação
no local sem necessidade de atendimento médico.
- Com tosse, sem espuma na boca ou nariz: mortalidade nula; repouso,
aquecimento, tranquilização; normalmente não necessita O2 ou
atendimento médico
- GRAU 2 – pouca espuma na boca ou nariz: mortalidade 0,6 %; O2 a 5 l/min
com catéter nasal, repouso aquecimento, tranquilização, posição em DLD e
observação hospitalar por 6 a 48 hs.
- GRAU 3 – grande quantidade de espuma na boca e nariz; com pulso radial:
mortalidade 5,2 %; O2 sob máscara a 15 l/min; DLD com cabeça mais
elevada que o tronco; remoção para SAV – hospital.
13. - GRAU 4 – grande quantidade de espuma na boca/nariz e sem pulso radial:
mortalidade em torno de 20 %; O2 sob máscara a 15 l/min; vigilância
respiratória (pode ocorrer apnéia); DLD; SAV.
- GRAU 5 – em apnéia isolada: mortalidade 44%; SBV, ventilar, se possível
máscara/balão/O2 e condutas do grau 4, com remoção urgente.
- GRAU 6 – em PCR: mortalidade 93%; SBV, desfibrilar se possível
4. Classificação dos Afogamentos (Szpilman)
14. 5. Salvamento Aquático
Quando houver tosse ou dificuldade respiratória ou parada respiratória pode
estar associada a alguns dos seguintes sinais e sintomas:
• Dispneia (desconforto respiratório);
• Taquipneia (FR > 28 rpm) ou bradipneia (FR < 8 rpm);
• Hipoxia ou cianose;
• Respiração superficial;
• Espuma em cavidade nasal e oral;
• Inconsciência ou alteração do nível de consciência;
• Ausência de respiração;
• Ausência de circulação.
18. • SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO SECO - AREIA ou
PISCINA
– 1º - Ao chegar na areia, ou na borda da piscina
coloque o afogado em posição paralela a água
5. Salvamento Aquático
19. • 2º - Cheque a resposta da vítima, se houver
resposta da vítima ela está viva
5. Salvamento Aquático
21. • 4º - Se não houver respiração – inicie a
ventilação boca-a-boca
5. Salvamento Aquático
22. • 5º Se não houver pulso ou sinais de circulação
– iniciar RCP
7. Salvamento Aquático
23. Havendo retorno da
respiração e dos
batimentos cardíacos.
Coloque então a
vítima de lado e
aguarde o socorro
médico solicitado
5. Salvamento Aquático
24. AFOGAMENTO
Leduard Leon B. S. Silva
Especialista em Emergência Geral - HR
Mestre em Enfermagem e Educação em Saúde