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Prof. Diego Fruscalso dos Santos1

                                        É TEMPO DE RECORDAR


        Minha história começa no dia 12 de outubro de 1798 em um quarto do palácio
de Queluz, adornado com cenas de Dom Quixote de La Mancha. Mamãe me contou
que eram tempos difíceis. Nos registros pude comprovar que o meu pai estava
sendo coagido por duas forças. De um lado estava a Inglaterra com a sua temida
marinha, do outro encontrava se a França de Napoleão Bonaparte que após ter
invadido a Espanha exigia que D. João VI fechasse os portos para os ingleses. A
Inglaterra, tradicional aliada foi à opção do Rei de Portugal. Com a premissa da
invasão francesa, em 1808, meu pai estava preocupado com a nossa segurança,
assim ele providenciou para que a nossa família fosse para o Brasil.
        Em uma terra repleta de aventuras para um menino de 10 anos. Eu me sentia
tentado a cabular as lições do Frei Antonio. A educação competia com as
brincadeiras. Frei Antonio de Arraríbida, a muito custo, cultivara em mim o gosto por
Virgílio continuando o que fora iniciada por João Monteiro da Rocha em Portugal.
Com tudo o que sempre me fascinou foi andar a cavalo, tocar algum instrumento
musical ou realizar trabalhos como marceneiro e ferreiro. D. Carlota Joaquina não
gostava que eu realizasse estas atividades próprias para escravo. Eu nunca me
importei, para mim o mais importante era conversar com os criado.
        Por volta de 1816 eu costumava freqüentar as tavernas em companhia de
meus amigos, os criados. Para evitar contusões eu costumava ir disfarçado. Em uma
destas ocasiões conheci Francisco Gomes da Silva, o meu amigo Chalaça. Já com
19 anos casei-me com Leopoldina, uma húngara refinada possuidora de
conhecimentos científicos e amante da poesia de Johann W. Goeth. Com ela tive
nove filhos, mas não estava morto! Prova disso foi que em 1822 conheci “Titilia” ela
invadiu o meu mundo e eu lhe dei a nobreza. Como o mundo era perfeito, possuía
uma esposa dedicada e uma paixão comentada. Isso foi até 1826 quando

1
 Formado em História pela Universidade Feevale, Especialista em Filosofia e Sociologia Ensino e Questões
Contemporâneas - Feevale/RS. Docente das Disciplinas de História e Filosofia do Colégio Santa Teresinha de
Campo Bom/RS. Mestrando em Filosofia Social e Política pela Unisinos. Membro do Grupo de Estudos: Filosofia
da Tecnologia – Unisinos.
Leopoldina faleceu. Sendo eu um homem respeitado não poderia ficar “sozinho”
casei-me com Amélia, que me exigi fidelidade.
      Apesar de minha vida boemia começar cedo, a minha vida publica se iniciou
somente em 26 de fevereiro de 1821 quando tomei partido no movimento
constitucionalista do Rio de Janeiro. Em abril do mesmo ano meu pai retornaria para
Portugal. Fiquei nesta terra amada, com plenos poderes para a administração da
Justiça e da Fazenda. Os tempos estavam difíceis, papai em Portugal era uma
marionete. O Rei português servia como uma figura decorativa a Assembléia
governava. Em Janeiro de 1822 uma carta de Portugal solicitava o meu retorno
imediato. Meu coração estava dividido de um lado estava a minha terra natal
exigindo o meu regresso, do outro estava o Brasil e o povo desta terra. Assim como
o governo Luso queria me obrigar a retornar, no dia 9 de janeiro daquele ano eu
decidi que “sendo para o bem da nação e do povo brasileiro” eu FICO no Brasil.
Entrei em um caminho que não tinha volta.
      Na tarde do dia 7 se setembro estava eu retornado de uma viagem a São
Paulo quando fui alcançado, na colina do Ipiranga, pelo serviço de correio da corte.
As noticias não eram nada animadores. A Assembléia Lusitana exigia a demissão de
todos os meus ministros alem de realizar uma sindicância em todos os meus atos.
Lembro como se fosse hoje pisoteei aquela carta, montando em meu cavalo ordenei
ao batalhão – “Laços fora, soldados. Viva a independência, a liberdade e a
separação do Brasil” “Independência ou Morte”.
      Aos 12 dias do mês de outubro fui aclamado imperador e defensor perpétuo
do Brasil. Com novas atribuições a tranqüilidade não fazia parte desta jovem nação.
Apesar de eu sempre defender princípios liberais, a Assembléia Constituinte de 1823
ameaçava o meu governo. Esta eu dissolvi para que um conselho composto por 10
membros de minha confiança elaborassem uma constituição que eu outorguei em
março de 1824. Todo o amor que eu tenho pelo Brasil não foi suficiente para impedir
o surgimento de falsas acusações e uma crescente aversão a Portugal. Acabei
sendo suspeito de estar tramando a reincorporarão do Brasil à antiga metrópole
Portugal. Como nunca seria visto com bons olhos, por ser natural de Portugal.
Preferi abdicar o trono em 7 de abril de 1831 em favor de meu filho Pedro de
Alcântara, com então 5 anos de idade.
      O Brasil que me rejeitou eu amei de Paris. Em Portugal D. João VI já havia
falecido, e meu irmão usurpara o trono de minha filha. No exílio busquei apoio militar
para destituir Miguel. Em 20 de setembro de 1834, o que muitos me diziam ser
impossível foi realizado D. Maria II era a nova rainha de Portugal.
      Hoje é 24 de setembro de 1834 estou no quarto do palácio de Queluz, as
senas de Dom Quixote continuam belas. Agora vou dormir um pouco pois estou
muito cansado.




                                                                      D. Pedro I do Brasil
                                                              D. Pedro IV de Portugal




      REFERÊNCIAS:




      AVENTURAS NA HISTÓRIA. São Paulo, SP: Abril; 37ed, 2006


      DICIONÁRIO do Brasil Imperial 1822-1889. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva,
2002. 749 p.

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  • 1. Prof. Diego Fruscalso dos Santos1 É TEMPO DE RECORDAR Minha história começa no dia 12 de outubro de 1798 em um quarto do palácio de Queluz, adornado com cenas de Dom Quixote de La Mancha. Mamãe me contou que eram tempos difíceis. Nos registros pude comprovar que o meu pai estava sendo coagido por duas forças. De um lado estava a Inglaterra com a sua temida marinha, do outro encontrava se a França de Napoleão Bonaparte que após ter invadido a Espanha exigia que D. João VI fechasse os portos para os ingleses. A Inglaterra, tradicional aliada foi à opção do Rei de Portugal. Com a premissa da invasão francesa, em 1808, meu pai estava preocupado com a nossa segurança, assim ele providenciou para que a nossa família fosse para o Brasil. Em uma terra repleta de aventuras para um menino de 10 anos. Eu me sentia tentado a cabular as lições do Frei Antonio. A educação competia com as brincadeiras. Frei Antonio de Arraríbida, a muito custo, cultivara em mim o gosto por Virgílio continuando o que fora iniciada por João Monteiro da Rocha em Portugal. Com tudo o que sempre me fascinou foi andar a cavalo, tocar algum instrumento musical ou realizar trabalhos como marceneiro e ferreiro. D. Carlota Joaquina não gostava que eu realizasse estas atividades próprias para escravo. Eu nunca me importei, para mim o mais importante era conversar com os criado. Por volta de 1816 eu costumava freqüentar as tavernas em companhia de meus amigos, os criados. Para evitar contusões eu costumava ir disfarçado. Em uma destas ocasiões conheci Francisco Gomes da Silva, o meu amigo Chalaça. Já com 19 anos casei-me com Leopoldina, uma húngara refinada possuidora de conhecimentos científicos e amante da poesia de Johann W. Goeth. Com ela tive nove filhos, mas não estava morto! Prova disso foi que em 1822 conheci “Titilia” ela invadiu o meu mundo e eu lhe dei a nobreza. Como o mundo era perfeito, possuía uma esposa dedicada e uma paixão comentada. Isso foi até 1826 quando 1 Formado em História pela Universidade Feevale, Especialista em Filosofia e Sociologia Ensino e Questões Contemporâneas - Feevale/RS. Docente das Disciplinas de História e Filosofia do Colégio Santa Teresinha de Campo Bom/RS. Mestrando em Filosofia Social e Política pela Unisinos. Membro do Grupo de Estudos: Filosofia da Tecnologia – Unisinos.
  • 2. Leopoldina faleceu. Sendo eu um homem respeitado não poderia ficar “sozinho” casei-me com Amélia, que me exigi fidelidade. Apesar de minha vida boemia começar cedo, a minha vida publica se iniciou somente em 26 de fevereiro de 1821 quando tomei partido no movimento constitucionalista do Rio de Janeiro. Em abril do mesmo ano meu pai retornaria para Portugal. Fiquei nesta terra amada, com plenos poderes para a administração da Justiça e da Fazenda. Os tempos estavam difíceis, papai em Portugal era uma marionete. O Rei português servia como uma figura decorativa a Assembléia governava. Em Janeiro de 1822 uma carta de Portugal solicitava o meu retorno imediato. Meu coração estava dividido de um lado estava a minha terra natal exigindo o meu regresso, do outro estava o Brasil e o povo desta terra. Assim como o governo Luso queria me obrigar a retornar, no dia 9 de janeiro daquele ano eu decidi que “sendo para o bem da nação e do povo brasileiro” eu FICO no Brasil. Entrei em um caminho que não tinha volta. Na tarde do dia 7 se setembro estava eu retornado de uma viagem a São Paulo quando fui alcançado, na colina do Ipiranga, pelo serviço de correio da corte. As noticias não eram nada animadores. A Assembléia Lusitana exigia a demissão de todos os meus ministros alem de realizar uma sindicância em todos os meus atos. Lembro como se fosse hoje pisoteei aquela carta, montando em meu cavalo ordenei ao batalhão – “Laços fora, soldados. Viva a independência, a liberdade e a separação do Brasil” “Independência ou Morte”. Aos 12 dias do mês de outubro fui aclamado imperador e defensor perpétuo do Brasil. Com novas atribuições a tranqüilidade não fazia parte desta jovem nação. Apesar de eu sempre defender princípios liberais, a Assembléia Constituinte de 1823 ameaçava o meu governo. Esta eu dissolvi para que um conselho composto por 10 membros de minha confiança elaborassem uma constituição que eu outorguei em março de 1824. Todo o amor que eu tenho pelo Brasil não foi suficiente para impedir o surgimento de falsas acusações e uma crescente aversão a Portugal. Acabei sendo suspeito de estar tramando a reincorporarão do Brasil à antiga metrópole Portugal. Como nunca seria visto com bons olhos, por ser natural de Portugal. Preferi abdicar o trono em 7 de abril de 1831 em favor de meu filho Pedro de Alcântara, com então 5 anos de idade. O Brasil que me rejeitou eu amei de Paris. Em Portugal D. João VI já havia falecido, e meu irmão usurpara o trono de minha filha. No exílio busquei apoio militar
  • 3. para destituir Miguel. Em 20 de setembro de 1834, o que muitos me diziam ser impossível foi realizado D. Maria II era a nova rainha de Portugal. Hoje é 24 de setembro de 1834 estou no quarto do palácio de Queluz, as senas de Dom Quixote continuam belas. Agora vou dormir um pouco pois estou muito cansado. D. Pedro I do Brasil D. Pedro IV de Portugal REFERÊNCIAS: AVENTURAS NA HISTÓRIA. São Paulo, SP: Abril; 37ed, 2006 DICIONÁRIO do Brasil Imperial 1822-1889. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2002. 749 p.