1. Prefeitura Municipal de Alexânia
Secretaria Municipal de Educação
PROJETO
AFRO
“BRASIL DE TODAS AS
CORES”!
“Quem sabe de que negras raízes se alimenta a liberdade de um homem?
Clarice Lispector
2023
2. Prefeitura Municipal de Alexânia
Secretaria Municipal de Educação
INTRODUÇÃO:
Temos no Brasil uma grande diversidade cultural, rica pelas suas formas, cores, texturas, sons e
movimentos. Neste sentido, a Arte se faz presente, sendo assim, necessário que haja uma valorização para com
a mesma. E falando em cultura, temos ainda diversos estilos brasileiros de Arte, onde destacamos a Arte Afro-
Brasileira.
Pela riqueza de suas cores e formas, e principalmente de seu povo, torna-se necessário que façamos
um trabalho juntamente a escola para que assim crie-se uma valorização e uma percepção da sua Arte através
de oficinas e trabalhos que abordem tal temática.
Na escola, valores sociais e morais são reforçados e também é nela que muitos preconceitos são
perpetuados de forma quase imperceptível. Portanto é também na escola que se deve propiciar a reflexão crítica
sobre esses valores étnicos e raciais.
A sociedade como um todo sempre “pintou” a África pobre, sem histórias próprias, com uma
população subalterna, sem-cultura e escravizadas. Nós educadores precisamos urgentemente reverter esse
quadro. E esse projeto pedagógico surge para tentar tirar do anonimato a verdadeira história da África e de seu
povo, bem como abrir um leque de discussões em torno da diversidade cultural existente em nosso país, a fim
de que essa diversidade seja respeitada e valorizada.
APRESENTAÇÃO:
A educação constitui-se um dos princípios ativos e mecanismo de transformação de um povo. E
por ser papel da escola, de forma democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua
integralidade, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as
características próprias de grupos e minorias. Assim, a educação é essencial no processo de formação de
qualquer sociedade e abre caminhos para a ampliação da cidadania de um povo. A Secretaria Municipal de
Educação de Alexânia propõe a partir de uma proposta multidisciplinar este projeto, partindo do pressuposto de
um trabalho de conscientização de que esta realidade necessita, visando o aperfeiçoamento da aprendizagem e
da formação cidadã. Partimos também da pressuposição de corrigir injustiças, eliminar discriminações e
promover a inclusão social e a cidadania no seio das escolas alexanienses e adjacência a partir das ações
vislumbradas pelas políticas afirmativas e das nossas práticas pedagógicas vigentes nesse processo.
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JUSTIFICATIVA:
Através das análises das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Resolução nº 1, de 17 de junho
de 2004 e partindo do cumprimento Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, faz-se necessário amplia-se o
debate sobre o tema nas escolas da rede municipal de ensino do município de Alexânia que, em termos gerais e
atualmente tem se tornado relevante para se pensar em um modelo de sociedade verdadeiramente justa e
igualitária, não só nas escolas mas na sociedade em geral.
É sabido que o resgate da identidade negra em nossa cultura é tarefa árdua, na medida em que
essa foi massacrada, descaracterizada e reduzida, o que levou a transformar-se numa distorção da cultura
africana original.
O nosso povo, em grande parte negra e mestiça, tem como imagem refletida um modelo não
correspondente à cor de sua pele, incorporando características que pertenceram aos colonizadores.
Nós educadores do município de Alexânia, temos um compromisso, não só por nossas próprias
vidas e crescimento interior, como também pelas pelos cidadãos que estamos formando. Por esta questão, está
incluído na proposta da Secretaria Municipal de Educação do município de Alexânia, o Conteúdo de História
da Cultura Afro-brasileira como um tema interdisciplinar trabalhados nos conteúdos da Base Nacional Comum
e Parte Diversificada como garante a legislação vigente já citada anteriormente.
COMPETÊNCIA GERAL:
Promover e proporcionar momentos para uma nova reflexão sobre a identidade racial numa escala
global nacional e local a partir da concepção da política de reparação, reconhecimento e de valorização
de todos os aspectos que envolvam afro-brasileira.
HABILIDADES:
Valorizar a pluralidade racial de nossa comunidade escolar;
Reconhecer que o tráfico humano foi uma atividade fundamental para o capitalismo mercantilista.
Combater o racismo no âmbito escolar, local, regional e até mesmo nacional;
Promover a igualdade de oportunidades entre os diferentes grupos étnicos que compõem a comunidade
escolar;
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Desenvolver atividades que levem os alunos a uma reflexão e compreensão de mudança na maneira de
ver e pensar sobre a raça e a cultura africana e afrodescendentes;
·Valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;
·Entender e valorizar a identidade da criança negra;
·Redescobrir a cultura negra, embranquecida pelo tempo;
·Desmitificar o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;
·Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais
crítico frente à realidade social em que vivemos;
Identificar as disparidades entre brancos e negros na sociedade;
Identificar e analisar criticamente os elementos geradores das diferenças raciais;
Localizar por meio de pesquisas a história dos povos formadores;
Da sociedade brasileira, destacando suas etnias e culturas;
Perceber a necessidade de intervir positivamente para a erradicação das desigualdades raciais;
Respeitar os direitos humanos e fundamentais do cidadão;
Perceber os diferentes tipos de religiões, costumes e línguas;
Constatar as diferenças e semelhanças de vida entre afro-brasileiros e negros de outros países;
Despertar para a africanicidade brasileira em manifestações na arte, esportes, culinária, língua, religião,
como elementos de formação da cidadania;
·Reconhecer o papel do negro na definição e na defesa do território, os Quilombos rurais e urbanos, o
negro na periferia e na questão da posse de terras;
·Proporcionar condições para o conhecimento sobre questões relativas à saúde e doenças.
É PAPEL DO PROFESSOR:
Escutar o que os alunos sabem sobre o tema a ser abordado e necessitam expressar;
Não se colocar como o único e principal informante;
Conectar o tema a outros conteúdos e à realidade;
Organizar os espaços e tempos de acordo com as exigências do trabalho a ser executado;
Adaptar as diversas sugestões de atividades aos interesses, necessidades e faixa-etária de seus alunos.
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SUGESTÕES PARA TRABALHAR O PROJETO NOS SEGUINTES COMPONENTES
CURRICULARES.
Português, Arte e Ed. Física.
Textos – Leituras de textos diversos, interpretação e produções escritas e através de desenhos, concurso
de frases, poesias, músicas, paródias;
Leitura, interpretação de textos de obras literárias que abordam a questão racial em diversas épocas da
história do Brasil. Explorar bem a leitura e a interpretação, culminando com uma peça teatral das
literaturas estudadas.
Tradução de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma e para construção de
dicionários, murais ou cartazes;
Usar charges para analisar criticamente fatos de discriminação e racismos;
Palavras cruzadas e caça palavras;
Seminários;
Leitura de imagens;
Literatura - Lendas Africanas (sugestão em anexo).
Leitura de Imagens: Desenhos e pinturas - através da lenda estudada, tela de artistas, música trabalhada,
fotografia, paisagem, etc;
Leituras de textos reflexivos, poéticos e informativos;
Leitura compartilhada e dialogada de textos reflexivos;
Pesquisa e leitura em jornais e revistas sobre discriminação racial.
Músicas, ritmos e danças - Carimbó, capoeira, jongo, samba e cabloquinho.
Instrumentos Musicais - Reconhecimento e identificação sonora do berimbau, tambor, pandeiro, afoxé,
agogô e caxixi. Estudando a origem de cada um deles e sua entrada/ participação nos ritmos africanos;
Corporeidade- Movimento, equilíbrio, concentração, ritmo-gingado,cooperação nas danças africanas.
Reciclagem - Confecção de instrumentos musicais a partir de materiais trazidos de casa.
Escrita - Listas de instrumentos musicais, países, história, texto informativos , consultas ao dicionário,
atividades relacionadas ao continente africano;
Pesquisar manifestações culturais e a e sobre a capoeira, fazendo estudos dessas pesquisas e a
importância que elas representam;
Montar painéis sobre a estética e beleza negra registrando pessoas da localidade;
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Convidar grupo de capoeira local para apresentação cultural;
Danças folclóricas e culturais que são herança das raças formadoras do povo brasileiro – histórico/
apresentações dramatizadas, etc.;
As coreografias fundamentadas nas raízes negras, com a participação de grupos locais;
A teatralidade interpretativa de textos da cultura africana, monólogos, poesias etc.;
Culinária africana/receitas.
.Sugestão de jogo de dominó e cartas do jogo em anexo.
História e Geografia:
Pesquisas sobre o racismo no Brasil. É importante que todas as pesquisas sejam arquivadas para
enriquecimento do acervo bibliográfico da escola e do aluno;
Fazer um mapeamento sobre quais regiões e lugares do Brasil há maior incidência do preconceito e
racismo;
Faz-se necessário fazer uma abordagem histórica para tentar compreender por que esse fenômeno
acontece nesses locais, além da concentração da população negra que habita tal território e o motivo que
os levou a ocupar esses lugares;
Espaço geográfico - localização do Brasil e da África no mapa, globo;
Pesquisa sobre a Bahia e costumes africanos;
Confecção de painel com pessoas comuns e com personalidades negras;
Delimitação no Mapa do Brasil das áreas quilombolas;
Construção de tabelas e gráficos, relacionados aos dados estatísticos de mortalidade da população negra
no Brasil.
Educação Religiosa:
Disponibilizar textos ou propor pesquisa sobre as religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras,
levantando informações conceituais sobre a prática dessas religiões inclusive na localidade;
Pesquisar sobre o sincretismo religioso, relacionando personalidade mítica do candomblé e outras
religiões de matrizes africanas com santos católicos;
Elaborar um painel com essas personalidades e apresentar à comunidade escolar e local;
Trabalhar a questão do preconceito e conscientização da importância do respeito e direito à igualdade
racial; Manifestos de dramatizações.
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Ciências e Matemática:
Pesquisas em jornais sobre a atual situação racial no Brasil; Estudo sobre cotas; Dados multimídia da
população, saúde, emprego, etc. Expor estas pesquisas;
Textos diversos que falam sobre o tema/assunto, buscando uma análise interpretativa dos mesmos;
Transformar todos os dados pesquisados em gráficos e tabelas, ampliar no papel metro e expor para
análise da comunidade escolar.
SUGESTÃO DE ALGUNS TÍTULOS DE LIVROS DE LITERATURA
Na Literatura existem grandes títulos que rendem excelentes trabalhos acerca do tema. Tendo em vista
que estimular e desenvolver o hábito e o prazer pela leitura deve ser objetivo sine qua non seja qual fôr o tema
do projeto. Entre eles sugerimos:
LIMA, Heloísa Pires. Histórias da Preta. São Paulo: Cia. das Letrinhas, 1998/2000.
LIMA, Heloísa. A Semente que veio da África, editora Salamandra.
MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do Laço de Fita. São Paulo: Melhoramentos.
OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. A bonequinha preta. Belo Horizonte: LÊ, 1982.
OTERO, Regina; RENNÓ, Regina. Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no conhecimento do ser. São
Paulo: Editora do Brasil, 1994.
PEREIRA, Edimilson de Almeida. Os reizinhos do Congo. São Paulo: Paulinas, 2004.
RAMOS, Rossana. Na minha escola, todo mundo é igual. São Paulo: Cortez, 2004.
ROSA, Sônia. O menino Nito. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
SANTOS, Joel Rufino. Dudu Calunga. São Paulo: Ática, 1996.
SANTOS, Joel Rufino. Gosto de África. Histórias de lá e daqui. São Paulo: Global, 2001.
UNICEF. Crianças como você: uma emocionante celebração da infância. São Paulo: Ática, 2004.
COSTA, Madu. Meninas negras. Editora Mazza.
COSTA, Madu. Koumba e o tambor diambê. Editora Mazza.
RODRIGUES, Martha. Que cor é a minha cor? Editora Mazza.
BARBOSA, Rogério Andrade. Contos africanos – para crianças brasileiras. Ed. Paulinas.
ROCA, Ruth. O Amigo do Rei, Editora Ática.
BRAZ, Julio Emílio. Felicidade não tem cor.
DIOUF, Sylviane. As tranças de Bintou.
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Envolver parentes dos alunos e pessoas negras da comunidade pedindo que contem histórias de suas
vidas, em seguida, propor que os alunos transformem os relatos reais em textos diversos, que podem ser
ilustrados com fotos e desenhos. Procurando valorizar o trabalho dos alunos com uma tarde de autógrafos.
RECURSOS E MATERIAIS:
Textos literários e não literários inerentes ao tema;
Recortes de jornais e revistas;
Pesquisas em livros, revistas, jornais e internet;
Murais confeccionados pelos próprios alunos;
Obras literárias infantis e juvenis;
Teatro, dramatizações, danças, paródias;
Vídeos/filmes, aparelho de som, aparelho de Dvds;
Entrevistas e relatos orais com personalidades da comunidade que se identifica com o tema, entre
outros.
RECURSOS HUMANOS:
Equipe Pedagógica (SME), toda comunidade escolar, alunos desde a Educação Infantil até o 9° ano do
Ensino Fundamental, equipe da Biblioteca Pública Municipal Sincley Fazzollino, entre outros parceiros
pertinentes.
CULMINÂNCIA:
Comidas típicas (Promover uma feijoada);
Mostra de Artes;
Contos e lendas africanas;
Artesanato;
Danças (O candomblé, o samba e o maracatu), instrumentos musicais e músicas;
Apresentações envolvendo as religiões afro;
Encenações teatrais envolvendo a história do negro, escravidão e luta pela liberdade;
Cartazes e painéis sobre racismo e preconceito;
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CRONOGRAMA
Fevereiro a Novembro de 2023.
AVALIAÇÃO
Avaliar com fins qualitativos e quantitativos a partir das produções dos alunos, analisando no processo as
aprendizagens apresentadas pelos alunos durante toda etapa da execução do trabalho. Portanto estas atividades
podem ser avaliadas com atividades diárias, trabalhos e avaliações cotidianas conforme a Resolução Conselho
Estadual de Educação do Estado de Goiás Nº 05 de 10 de junho de 2011.
ESTE PROJETO FAZ REFERÊNCIA À NORMATIZAÇÃO
Lei LDB 9394/96.
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se
obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 1o
O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na
formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 2o
Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história
brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito
ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais.
LEI Nº 12.519, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2011.
Institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
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A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado,
anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 10 de novembro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.
LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-
A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África
e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a
contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
Negra’."
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Negros que se destacaram na construção econômica, social e cultural da nação:
Zumbi de Palmares, Luiza Nahim, Aleijadinho, Padre Maurício, Luiz Gama, Cruz e Souza, João Cândido,
André Rebouças, Teodoro Sampaio, José Correia Leite, Solano Trindade, Antonieta de Barros, Edison
Carneiro, Lélia Gonzáles, Beatriz Nascimento, Milton Santos, Guerreiro Ramos, Clóvis Moura, Abdias do
Nascimento, Henrique Antunes Cunha, Tereza Santos, Emmanuel Araújo, Cuti, Alzira Rufino, Inaicyra Falcão
dos Santos, entre outros.
Negros em evidência na história mundial:
Rainha Nzinga, Toussaint-L’ouverture, Martin Luther King, Malcom X, Marcus Garvey, AiméCesaire,
LéopoldSenghor, MariamaBâ, Amílcar Cabral, Cheik Anta Diop, Steve Biko, Nelson Mandela, AminataTraoré,
Christiane Taubira, Pelé.
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CONCLUSÃO
Este projeto se refere a importância dada à escola enquanto uma instituição que tanto pode reforçar
estereótipos racistas como pode colaborar para a desconstrução dos mesmos. Historicamente a escola tem
exercido, infelizmente, o primeiro papel. Com isso, inúmeras pesquisas e dados nos mostram que a população
negra tem sofrido com diversos mecanismos capazes de eliminar, furtar seus direitos enquanto seres humanos.
Na escola, as crianças negras são as maiores vítimas da exclusão, que resulta na evasão, em níveis baixos de
aprendizagem, na formação de baixa autoestima, entre outras questões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Explorando o Ensino de história; Brasilia,2010.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de Historia e
Cultura Afro-Brasileira e africana. Brasília, 2004.
Proposta Metodológica para o Ensino de História da África na Educação Básica, Ensino fundamental II e
Educação de Jovens e Adultos. Plano Municipal de Educação.
Disponível em:
http://valdinere123.blogspot.com.br/2012/05/tema-afro-descendente.html.
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ANEXOS
Lendas Africanas
1. Lenda do Sapo e a Cobra
Essa lenda conta sobre a amizade entre um sapo e uma cobra.
Certo dia, um sapo estava caminhando e avistou um animal fino, comprido e brilhante. O sapo perguntou:
— Oi! que você faz estirada pela estrada?
A cobra respondeu:
— Estou tomando um solzinho. Sou uma cobra e vc?
— Eu sou um sapo. Você gostaria de brincar?
A cobra aceitou e eles brincaram a tarde toda. A cobra ensinou o sapo a rastejar e subir nas árvores e o sapo
ensinou a cobra a pular. Eles se divertiram muito e ao final do dia cada um foi pra sua casa, prometendo se
encontrar no dia seguinte.
Quando o sapo encontrou sua mãe, contou o que tinha acontecido, que conheceu uma cobrinha e ficaram
amigos. Sua mãe não gostou e falou:
— Você devia saber que a família da cobra não é legal. Eles são venenosos! Não quero mais que brinque com
cobras e nem rasteje por aí!
A cobra quando chegou em casa mostrou à sua mãe que sabia pular e disse que foi o sapo que a ensinou. Sua
mãe também não gostou e disse:
— Nós cobras não temos amizade com sapos, eles servem apenas como comida. Não quero que brinque com o
sapo. E pare de pular!
Quando se encontraram, a cobra pensou em devorar o sapo, mas depois se lembrou daquela tarde de
brincadeiras e correu para o mato.
A partir de então eles não brincaram mais, mas sempre ficam estirados no sol pensando no dia em que foram
amigos.
2. Lenda dos Tambores Africanos
A origem dessa lenda vem das terras de Guiné Bissau e explica como surgiram os tambores, instrumentos tão
importantes na cultura de toda a África.
Conta-se que os macaquinhos de nariz branco da região quiseram um dia trazer a Lua para perto da Terra.
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Eles não tinham ideia de como executar tal feito. Até que o macaco menor sugeriu que uns subissem nos
ombros dos outros a fim de alcançar a Lua.
O grupo de macacos colocou o plano em ação e o macaquinho menor foi o último a subir, conseguindo chegar
no céu e agarrando-se à Lua.
Mas antes que conseguissem puxar o satélite, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o
macaquinho, que continuou agarrado à Lua.
Uma amizade então cresceu e a Lua presenteou o pequeno animal com um maravilhoso tambor branco, que ele
logo aprendeu a tocar.
O macaquinho ficou por muito tempo morando na Lua, mas um dia começou a sentir saudades da Terra, de
seus amigos e da natureza. Ele então pediu à sua amiga que o ajudasse a retornar para sua casa.
A Lua ficou chateada e respondeu:
— Mas por que você quer voltar? Não está feliz aqui com o tamborzinho que eu te dei?
O macaco lhe explicou que gostava muito, mas que tinha saudades.
A Lua ficou com pena, prometeu ajudá-lo e lhe disse:
— Não toque o tambor enquanto não estiver em terra firme. Toque apenas quando chegar lá embaixo, assim
saberei que chegou e poderei cortar a corda. Então você estará liberto.
O macaco concordou. Ele sentou em seu tambor e foi amarrado a uma corda, que começou o processo de
descida.
Enquanto descia, o macaquinho olhava seu tambor e surgiu uma vontade irresistível de tocá-lo. Ele começou a
tocar bem baixinho, para que a Lua não ouvisse.
Mas, mesmo assim, a Lua escutou e cortou a corda conforme o combinado. O macaco começou a cair e ao
chegar ao chão, não resistiu e morreu. Mas antes, uma menina que passeava por perto viu a queda. Ela foi até o
macaco e ele disse:
— Isso é um tambor. Por favor, entregue ao povo de seu país.
A menina pegou o instrumento e correu para entregar às pessoas de sua família, contando o que havia
acontecido.
Todos adoraram o tambor e começaram a tocá-lo. Desde então, o povo africano produz seus próprios tambores
e sempre que possível toca e dança ao som deles.
3. Lenda da Galinha D'Angola
Essa é uma lenda que conta como a galinha d'Agola foi criada.
14. Prefeitura Municipal de Alexânia
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Conta-se que há muito tempo as aves viviam todas juntas, no mesmo ambiente. Mas, aos poucos, foi crescendo
o sentimento de inveja entre elas e a convivência ficou muito difícil.
O pássaro mais invejado era o Melro. O macho tinha uma aparência muito bela, com bico alaranjado e penas
negras; já a fêmea tinha o corpo em tons de preto e pardo-claro, e a garganta esbranquiçada. Todos queriam ser
bonitos como essa espécie.
O Melro sabia que era muito bonito e invejado e prometeu aos outros pássaros que usaria seus poderem
mágicos para transformar suas plumagens em brilhantes tons de negro se todos eles o obedecessem.
Entretanto, nem todos os pássaros foram obedientes. Melro então ficou muito bravo e alterou as características
das espécies das aves.
Sendo assim, a galinha d'Angola foi transformada em um animal magro com uma fraqueza constante. Seu
corpo tornou-se pintado assim como o do leopardo.
Dessa maneira, o leopardo devoraria a galinha d'angola pois não suportaria ver outro animal tão belo como ele.
Essa foi a lição que a galinha d'Angola recebeu por sua inveja.
4. Lenda da Girafa e Rinoceronte
A lenda da girafa é uma dessas histórias que explicam a natureza. Nela, conta-se o motivo desse animal ter o
pescoço tão longo.
Segundo a lenda, a girafa era um animal com um pescoço normal, assim como o de outros bichos. Até que
houve um período de seca terrível, em que os animais já haviam comido todas as ervas rasteiras e precisavam
andar muito para conseguir beber água.
Um dia, em uma dessas andanças em busca de água, a girafa encontrou um rinoceronte e os dois começaram a
lamentar-se. A girafa disse, então:
— Veja só, amigo... Muitos animais escavando o chão em busca de alimento, tudo está tão seco, mas as acácias
continuam verdes.
O rinoceronte concordou. E a girafa prosseguiu:
— Seria maravilhoso poder comer essas folhagens que se encontram no alto das copas. É uma pena que não
possamos subir nas árvores.
O rinoceronte então teve uma ideia:
— E se fôssemos falar com o feiticeiro? Ele é muito poderoso e pode ajudar.
A girafa adorou a ideia e eles foram até a casa do feiticeiro explicar o que gostariam.
O feiticeiro disse que isso seria muito fácil e pediu para que ambos voltassem no dia seguinte para que ele lhes
desse uma poção a fim de que seus pescoços e pernas crescessem e pudessem alcançarem as folhas macias da
acácias.
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No outro dia, a girafa foi até a casa do feiticeiro, mas o rinoceronte não compareceu pois estava muito feliz
comendo algumas ervas que tinha encontrado pelo caminho.
O feiticeiro ofereceu o feitiço apenas à girafa e sumiu.
A girafa comeu a poção mágica e logo começou a sentir suas pernas e pescoço alongando-se. Ela sentiu-se
tonta, mas quando abriu os olhos percebeu como tudo estava diferente.
Logo avistou uma acácia e pode se deliciar com suas folhas verdinhas.
O rinoceronte de repente se lembrou do compromisso e correu até a casa do feiticeiro em busca da poção, mas
já era tarde e não havia mais poção. Ele ficou furioso, pois imaginou que tivesse sido enganado.
Desde então passou a perseguir o feiticeiro pela floresta e corre atrás também de todas as pessoas que cruzam
seu caminho.
5. Lenda Ubuntu
Essa é uma belíssima lenda africana que aborda valores sobre cooperação, igualdade e respeito.
Conta-se que um antropólogo ao visitar uma tribo africana, quis saber quais eram os valores humanos básicos
daquele povo. Para isso, ele propôs uma brincadeira às crianças.
Ele então colocou uma cesta cheia de frutas embaixo de uma árvore e disse para as crianças que a primeira que
chegasse até a árvore poderia ficar com a cesta.
Quando o sinal foi dado, algo inusitado ocorreu. As crianças correram em direção à árvore todas de mãos
dadas. Assim, todas chegaram juntas ao prêmio e puderam desfrutar igualmente.
O homem ficou bastante intrigado e perguntou:
— Por que vocês correram juntos se apenas um poderia ganhar todas as frutas?
Ao que uma das crianças prontamente respondeu:
— Ubuntu! Como um de nós poderia ficar feliz enquanto os outros estivessem tristes?
O antropólogo ficou então emocionado com a resposta.
Ubuntu é um termo da cultura Zulu e Xhosa que quer dizer "Sou quem sou porque somos todos nós". Eles
acreditam que com cooperação se alcança a felicidade, pois todos em harmonia são muito mais plenos.
6. Lenda da Raposa e o Camelo
A lenda da raposa e o camelo é originária do Sudão do Sul, um país que fica no nordeste da África.
Conta a lenda que havia uma raposa de nome Awan que adorava comer lagartixas. Ela já tinha devorado todas
de um lado do rio, mas queria atravessar para a outra margem, para comer mais.
16. Prefeitura Municipal de Alexânia
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Acontece que Awan não sabia nadar e teve uma ideia para solucionar o problema. Ela procurou seu amigo
Zorol, um camelo, e disse:
— Olá, amigo! Eu sei que você gosta muito de cevada e se você me levar nas suas costas eu te mostro um
caminho!
Zorol prontamente aceitou:
— Suba! Vamos!
Awan então subiu na corcunda de seu amigo e logo lhe indicou para que cruzasse o rio. Quando chegaram lá,
Zorol foi até o campo de cevada para comer enquanto Awan se deliciava com as lagartixas.
A raposa logo ficou satisfeita, mas o camelo ainda comia. Awan então foi até o campo de cevada e começou a
gritar e correr.
A gritaria da raposa chamou a atenção dos donos do campo de cevada, que foram até lá e deram um pedrada
fortíssima na cabeça do camelo, que caiu machucado.
Quando Awan encontrou Zorol caído no chão, disse:
— Vamos embora, já está anoitecendo.
Zorol então questionou:
— Por que você gritou e começou a correr? Por sua culpa eles me machucaram e eu quase morri!
— Eu tenho a mania de correr e gritar depois que como lagartixas! - Disse Awan.
— Vamos para casa então! - Falou Zorol.
Awan subiu nas costas de Zorol e o camelo começou a dançar quando estavam cruzando o rio. Awan ficou
desesperada e perguntou:
— Por que você está fazendo isso?
— É que eu tenho a mania de dançar depois que como cevada. - Respondeu Zorol.
Nesse momento, a raposa caiu das costas do camelo e foi levada pelo rio. O camelo por sua vez chegou à outra
margem sem problemas. Awan então recebeu uma lição por sua imprudência.
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Secretaria Municipal de Educação
Sugestão de Atividade 7º ao 9º ano
1ª) A cultura afro-brasileira é resultado de muitas influências também dos portugueses e indígenas. O Brasil é
fruto de uma miscigenação de raças e etnias, somos um resultado de muitas culturas e povos, daí a necessidade
de respeitarmos todas as pessoas, independentemente de sua cor, religião ou raça. Em 2003 foi criada uma lei
por número 10.639, ela exige que
(A) seja proibido o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas públicas.
(B) as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio insiram em seu currículo o ensino da história e
cultura afro-brasileira.
(C) seja proibido qualquer atitude de agressão física ou verbal a um negro brasileiro.
(D) as escolas particulares, somente, insiram em seu currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.
2ª) Hoje o Brasil é o país que tem a maior população de origem africana fora da África, por isso a cultura desse
continente exerce grande influência na população brasileira, mas principalmente na região
(A) do Centro Oeste.
(B) do Nordeste.
(C) do Norte.
(D) do Sudeste.
3ª) “Foi inicialmente desenvolvida (o) para ser uma defesa, ensinada aos negros cativos por escravos que eram
capturados e voltavam aos engenhos...” Neste trecho, descreve-se com clareza
(A) a Capoeira.
(B) o Karatê.
(C) o Samba.
(D) as comidas típicas dos escravos.
4ª) O estilo hoje é o cartão-postal musical do país e está envolvido na maioria das ações culturais da atualidade.
Gerou também diversos subgêneros e dita o ritmo da maior festa popular brasileira, o Carnaval. A principal
influência da música africana no Brasil é, sem dúvida
(A) o Candomblé.
(B) o Frevo.
(C) a Quadrilha.
(D) o Samba.
5ª) Observe a imagem e depois responda as perguntas ao lado.
O que representa a imagem? Que mensagem ela transmite ao leitor?
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6ª) Na época da escravidão, os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir que religião? No
entanto, como eram as conversões?
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7ª) No dia 20 de novembro comemora-se no Brasil o dia da consciência negra. O que marcou esta data no
passado que a tornou tão importante para o nosso país hoje?
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25. Prefeitura Municipal de Alexânia
Secretaria Municipal de Educação
Sugestão da atividade: “Menina bonita do laço de fita”
1ª Etapa: Apresentação
Apresentar o áudio da história “Menina bonita do laço de fita”, ou contar a história.
2ª Etapa: Descrição da personagem
Solicitar aos alunos que descrevam a personagem principal do texto, em suma suas características físicas. Aqui,
como se trata de uma aula para Educação Infantil, deve-se além da escrita das características, também
acrescentar símbolos que as indiquem. Podemos citar por exemplo: “ Era uma menina, linda, linda, seus olhos
pareciam duas azeitonas pretas…”
3ª Etapa: Ouvir música
Ouvir a música: “Morena de Angola – Clara Nunes”.
4ª Etapa: Criando adereços
Utilizando macarrões, tampinhas, fitas e outros materiais disponíveis, produzir com os alunos adereços
africanos.
5ª Etapa: Apresentando receita de bolinho de chuva
Apresentar a receita de bolinha de chuva. Apresentar a origem desta receita utilizando um cartaz, explicando
sua origem oriunda do povo africano. Esse cartaz deve construído passo a passo com a turma, sempre utilizando
imagens e contendo parte escrita da receita.
Ingredientes
2 ovos.
1 xícara de açúcar.
1 xícara (chá) de leite.
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo.
1 colher (chá) de fermento em pó.
3 colheres (sopa) de açúcar para polvilhar.
1 colher (sopa) de canela para polvilhar.
1 litro de óleo para fritar.
7º Etapa: Hora da degustação
Os alunos terão a oportunidade de degustar da receita típica.
8ª Etapa: Finalização
Para finalizar, levar os alunos ao pátio para trabalharem com a brincadeira de roda “Escravos de Jó”,
brincadeira esta que faz alusão à cultura africana.
As crianças precisam se sentar em um círculo, cada um deve ter nas mãos uma pedrinha ou um objeto pequeno
que será passado de uma criança para outra, numa coreografia de ‘vai e vem’ de acordo com o ritmo da música:
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“Escravos de Jó”:
Escravos de Jó jogavam caxangá (as crianças participantes vão passando as pedras um para o outro do lado
direito, de maneira que cada jogador fique somente com uma pedrinha, sempre).
Tira, (cada criança levanta a pedra que está em suas mãos)
Põe, (colocam a pedra novamente no chão)
Deixa ficar (apontam com o dedo para a pedra no chão)
Guerreiros com guerreiros (voltam a passar a pedra para a direita)
Fazem Zigue, (colocam a pedra na frente do jogador à direita, mas não soltam)
Zigue, (colocam a pedra à frente do jogador à esquerda, mas não soltam)
Zá (colocam a pedra à frente do jogador à direita novamente)