Este documento discute a influência da cultura na saúde ao longo de várias aulas. Apresenta como a cultura e a moral de diferentes épocas históricas influenciaram as concepções de doença e cuidado. Também discute como os modelos biomédico e conceituais da enfermagem moldaram a cultura em relação à saúde e como diferentes sistemas de saúde refletem a diversidade cultural de uma sociedade.
2. AULA 1
Os nossos hábitos,
comportamentos, gostos
individuais são ditados, entre
outras coisas, pelas avaliações
morais que estão a nossa
volta. Isso é, a moral, conjunto
de regras e comportamentos
ditados intrínseca ou
expressamente pela
sociedade, interfere na
cultura.
3. AULA 1
Ora, se as ações e
comportamentos adquiridos
em relação à saúde são
expressados através da cultura,
então essa deverá ser estudada
para que se entenda como
esses comportamentos
influenciam a sociedade e os
serviços de saúde.
4. AULA 1
“Aquele complexo integral
que inclui conhecimento,
crença, arte, moral, leis,
costumes e quaisquer outras
capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem
como membro de uma
determinada sociedade”
(TYLOR, 1871)
5. AULA 1
Ora, se as ações e
comportamentos adquiridos
em relação à saúde são
expressados através da cultura,
então essa deverá ser estudada
para que se entenda como
esses comportamentos
influenciam a sociedade e os
serviços de saúde.
6. AULA 2
IDADE MÉDIA / INFLUENCIA DA
IGREJA CATÓLICA:
Negação da relação corpo e
espírito. Espírito é mais
importante. Cuidar era baseado
nos valores cristãos de amor ao
próximo, caridade e etc. As
diaconisas eram cuidadoras dos
doentes. As doenças eram vistas
como castigos de Deus, logo, o
cuidado foi direcionado para dar
conforto espiritual aos
moribundos, não para manter a
vida.
7. AULA 2
INFLUENCIA DO MODELO
BIOMÉDICO:
Descobertas científicas influenciarão.
Mulher será enfermeira, auxiliar do
médico. Cuidar tornar-se função
subalterna, com menor valor social e
econômico. Muitas tarefas rotineiras.
Modelo importante para a cultura
geral da enfermagem. Modelo muito
reducionista. Separação entre corpo
e mente. Incapacidade de olhar o
todo que influencia no processo de
saúde e doença.
8. AULA 2
MODELOS DA CONCEITUAIS DA
ENFERMAGEM:
Transformação em ciência, a
enfermagem tem um objeto: é
o cuidado. Conhecimentos
específicos, autonomia. Seis
escolas de pensamento na arte
do cuidar. Profissionalização da
capacidade humana de cuidar.
Fatores socioculturais e a
estrutura social ajudaram na
mudança.
14. AULA 4
O homem é o
resultado do meio
cultural em que foi
socializado. Ele é um
herdeiro de um longo
processo cumulativo,
que reflete o
conhecimento e a
experiência adquirida
pelas numerosas
gerações que o
antecederam.
15. AULA 4
A cultura determina e justifica o
comportamento do homem.
O homem age de acordo com seus
padrões culturais.
A cultura é o meio de adaptação aos
diferentes ambientes ecológicos.
O homem transformou toda a terra em
seu habitat.
Adquirindo cultura, o homem é
dependente do aprendizado.
O processo de aprendizagem
determina o comportamento, as
capacidades artísticas e profissionais.
16. AULA 4
A cultura condiciona a nossa interpretação.
Todos os homens são dotados do mesmo
equipamento anatômico, mas a utilização
do mesmo ao invés de ser determinada
geneticamente, depende de um
aprendizado e este consiste na cópia de
padrões que fazem parte da herança
cultural do grupo.
O fato de que o homem vê o mundo
através de sua cultura tem como
consequência a propensão em considerar
o seu modo de vida como o mais correto e
o mais natural.
17. AULA 5
A identidade, seja ela social, pessoal
ou cultural, é sempre uma relação
social construída com outros, jamais
algo ou alguma coisa com a qual
nascemos ou herdamos através de
nossos genes. Identidade, portanto,
nada tem a ver com os genes que
herdamos. Como argumenta Stuart
Hall (1999, p. 13), a identidade, ao
contrário do que muitos pensam “é
definida historicamente e não
biologicamente.
18. AULA 5
...em linhas gerais, operaria como
um mapa ou guia na estrutura de
posições do sistema social. Sem
ela, não poderíamos nos localizar
nem sermos localizados na
estrutura de posições do sistema
social. Ao mesmo tempo, sem
“identidade”, não poderíamos nos
diferenciar dos demais sujeitos de
nossa própria sociedade ou de
grupos sociais em seu interior,
assim como aqueles localizados em
seu exterior.
19. AULA 5
Com a globalização, principalmente,
percebemos movimentos contraditórios
no que diz respeito ao campo da
construção e reprodução da
identidade. Ela se torna mais fluída e
flexível em determinados contextos
sociais. Ao mesmo tempo, em outros
contextos, ganham força movimentos
que buscam reforçar ou rigidificar
determinadas identidades. Segundo
Hall, com o processo de globalização,
longe de termos uma homogeneização
cultural, verificamos movimentos de
resistência cultural e o “fortalecimento
de identidades locais”
20. AULA 5
No mundo moderno, as culturas
nacionais em que nascemos se
constituem em uma das principais
formas de identidade social. Ao nos
definirmos, algumas vezes dizemos que
somos ingleses ou galeses ou indianos
ou jamaicanos. Obviamente, ao fazer
isso, estamos falando de forma
metafórica. Essas identidades não
estão literalmente impressas em
nossos genes. Entretanto, nós
efetivamente pensamos nelas como se
fossem parte de nossa natureza
essencial (HALL, 1999, p. 47).
21. AULA 6
Esses pacientes apresentam
comportamentos e pensamentos
singulares quanto à experiência da
doença, assim como noções particulares
sobre saúde e terapêutica. Tais
particularidades não advêm das diferenças
biológicas, mas, sim, das diferenças
socioculturais. Em suma, parte-se do
pressuposto de que todos têm cultura, e
de que é a cultura que determina essas
particularidades. Igualmente, sustenta-se
que as questões inerentes à saúde e à
doença devem ser pensadas a partir dos
contextos socioculturais específicos nos
quais os mesmos ocorrem.
22. AULA 16
O sistema de atenção à saúde engloba todos os
componentes presentes em uma sociedade
relacionados à saúde, incluindo os
conhecimentos sobre as origens, causas e
tratamentos das enfermidades, as técnicas
terapêuticas, seus praticantes, os papéis, padrões
e agentes em ação nesse “cenário”. A esses são
somadas as relações de poder e as instituições
dedicadas à manutenção ou restauração do
“estado de saúde”. (...) em uma sociedade
complexa, como a brasileira, há vários sistemas
de atenção à saúde operando
concomitantemente, sistemas esses que
representam a diversidade dos grupos e culturas
23. AULA 6
Cada e todas as culturas possuem
conceitos sobre o que é ser doente ou
saudável. Possuem também
classificações acerca das doenças, e
essas são organizadas segundo
critérios de sintomas, gravidade etc.
As suas classificações, tanto quanto os
conceitos de saúde e doença, não são
universais e raramente refletem as
definições biomédicas. Por exemplo,
arca caída, cobreiro, quebranto e mau-
olhado
24. AULA 6
O sistema social de saúde como aquele
que é composto pelas instituições
relacionadas à saúde, à organização de
papéis dos profissionais de saúde nele
envolvidos, suas regras de interação,
assim como as relações de poder a ele
inerentes. Comumente, essa dimensão
do sistema de atenção à saúde também
inclui especialistas não reconhecidos
pela biomedicina, tais como
benzedeiras, curandeiros, xamãs, pajés,
massoterapeutas, pais de santo,
pastores e padres, dentre outros
26. AULA 7
Medicina Urbana queria
organizar o espaço das cidades
a fim de garantir que as mazelas
sociais não fossem vetor de
doença para os nobres e para a
burguesia local.
27. AULA 7
A medicina da força de trabalho
queria garantir trabalhadores
com saúde para continuarem a
produzir e gerar lucro para os
donos dos meios de produção.
28. AULA 8
O Hospital Marítimo atendia
todos aqueles que
transportavam as mercadorias.
Logo, se desorganizado era
ponto de contrabando.
29. AULA 8
Formar soldados passou a ser
algo muito caro para as coroas e
para outros nobres senhores de
terra. Logo, garantir saúde para
que os soldados pudessem lutar
contra os inimigos era questão
de autonomia, independência e
soberania.
30. AULA 8
A disciplina é uma tecnologia
política que passou a afetar
várias instituições. Ela foi
importante para o processo de
organização espacial e
disciplinar dos corpos nas
fábricas, nos hospitais, na
escola, no quartel e etc.