Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Concretismo
1. Concretismo
O Concretismo, ou Arte Concreta, foi uma das manifestações artísticas da primeira metade do século XX.
Por vezes, a expressão “concretismo” é usada como sinônimo de “arte concreta”. Essa sinonímia, entretanto,
pode gerar uma confusão a respeito de movimentos artísticos distintos, ainda que um esteja historicamente filiado
ao outro. Por arte concreta entende-se um ramo das vanguardas artísticas europeias das primeiras décadas do século
XX que teve sua expressão principal na pintura e na escultura. Já o concretismo desenvolveu-se nas décadas de
1950 e 1960, no Brasil, especificamente na cidade de São Paulo, abrangendo a poesia, mas também as artes plásticas.
Resumindo, o concretismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu na Europa em meados do século
XX, o qual visava a criação de uma nova linguagem, uma arte abstrata.
A arte concreta precedeu o movimento concretista na literatura. Surgiu, portanto, no início do século XX,
mais precisamente em 1930, quando o holandês Theo van Doesburg (1883-1931) publicou o Manifesto da Arte
Concreta. Assim, ela apresenta as seguintes características:
Linguagem autônoma
Geometrismo
Temática universal
Planejamento
Simplicidade
Objetividade
Anti-Impressionismo
Antinacionalismo
Antirregionalismo
Antissentimentalismo
Oposição à arte abstrata
Não representação da natureza
Valorização da técnica, dos elementos formais
Metalinguagem: a obra representa a si própria
Defesa da especificidade de cada segmento artístico
A expressão “arte concreta” foi elaborada por Theo van Doesburg (1883-1930), artista plástico ligado ao
suprematismo e à escola De Stijl (O Estilo). Van Doesburg desenvolveu uma concepção anti-impressionista e
antiabstrata de arte, sobretudo de pintura, passando a considerar apenas as linhas, pontos, cores e planos na tela.
Essa perspectiva sobre a pintura acabou por rechaçar também o subjetivismo artístico, isto é, a arte como expressão
da subjetividade e dos sentimentos. Os pontos principais da estética concreta estão reunidos no manifesto escrito
por van Doesburg (que pode ser visto na imagem no topo do texto), publicado em 1930.
A arte concreta também herdou elementos da Escola de Bauhaus, que foi uma das pioneiras no design de
móveis e de interiores. As esculturas funcionais da Bauhaus serviram de modelo para os projetos esculturais da arte
concreta, geralmente trabalhados em metal. O desenvolvimento desse tipo de arte acompanhou o progresso material
advindo do processo de urbanização e industrialização, que teve o seu triunfo no século XX.
Foi dentro dessa ambiência urbana e industrial que o concretismo desenvolveu-se no Brasil. Nas décadas de
1950 e 1960, houve um “boom” industrial no país, e a cidade de São Paulo foi a grande receptora dessa explosão da
indústria, principalmente dos setores automobilístico e de eletrodomésticos. A modernização industrial paulistana
trouxe ao Brasil com mais veemência as tendências da arte moderna e contemporânea. A criação do MAM (Museu
de Arte Moderna de São Paulo), em 1948, contribuiu muito para a recepção desse tipo de arte entre o público não
especializado.
O concretismo brasileiro teve como principais representantes, na poesia, Décio Pignatari e os irmãos Augusto
e Haroldo de Campos, além de Ferreira Gullar, que rompeu com o movimento posteriormente. No campo das
artes plásticas, os principais representantes do concretismo no Brasil foram Lygia Clarck e Hélio Oiticica.
Em termos poéticos, o concretismo levou a cabo o projeto “verbivocovisual”, isto é, uma integração radical
entre a palavra (verbi), o som (voco) e a visualidade gráfica das letras (visual). O uso do computador foi decisivo
para esse projeto, pois oferecia possibilidades infinitas de composições gráficas dos poemas. A linguagem de
propaganda, desde a sua estrutura sintética até o tipo de letras utilizado, também foi absorvida pelos poetas
concretistas.
Em termos de artes plásticas, a escultura predominou. A maioria dos projetos de Hélio Oiticica e Lygia Clarck
experimentava a combinação de formas geométricas, esculpidas em metal ou madeira e dispostas em um cenário
temático. Um dos exemplos mais bem acabados desde tipo de escultura são os móbiles de Lygia: estruturas em metal
que podem ser manipuladas e modificadas pelo próprio espectador.
2. No Brasil, esse movimento vanguardista chegou por volta de 1950, através do Suíço, Max Bill (1908-1994),
um dos precursores do movimento, ao lado do russo Vladimir Maiakovski (1893-1930). Bill popularizou as
concepções dessa nova tendência na Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956.
O principal foco do Concretismo no Brasil foram as mudanças na forma de fazer poesia. Para os artistas, a
poesia era, além de palavra e som, visual.
Autores concretistas
A poesia concreta nasceu, concomitantemente, no Brasil, na Suíça e na Suécia. No entanto, as suas
características básicas foram fundamentadas aqui, no Brasil. Na Suíça, o boliviano Eugen Gomringer, considerado
um dos criadores da poesia concreta em língua alemã, foi o responsável pela divulgação do Concretismo, nesse país,
na década de 1950.
No Brasil, os pais da poesia concreta são Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos, autores
do Plano-piloto para poesia concreta (1958), um manifesto em que os autores apontam os precursores da poesia
concreta e caracterizam suas obras:
O francês Stéphane Mallarmé (1842-1898): “espaço e recursos tipográficos como elementos substantivos
da composição”.
O americano Ezra Pound (1885-1972): “método ideogrâmico”.
O irlandês James Joyce (1882-1941): “palavra-ideograma, interpenetração orgânica de tempo e espaço,
atomização de palavras, tipografia fisiognômica, valorização expressionista do espaço”.
O francês Guillaume Apollinaire (1880-1918): “como visão, mais do que como praxis. futurismo,
dadaísmo: contribuições para a vida do problema”.
Oswald de Andrade (1890-1954): “em comprimidos, minutos de poesia”.
João Cabral de Melo Neto (1920-1999): “discurso direto, economia e arquitetura funcional do verso”.
Além dos irmãos Campos e de Décio Pignatari, o brasileiro Öyvind Fahlström (1928-1976), autor do Manifesto
para a poesia concreta, de 1953, é considerado um dos fundadores da poesia concreta, além de ser o seu divulgador
na Suécia.
Outros autores de poesia concreta:
E. M. de Melo e Castro: português
Salette Tavares (1922-1994): portuguesa
Arnaldo Antunes: brasileiro
Paulo Leminski (1944-1989): brasileiro
De acordo com o texto, resolva as questões abaixo:
1. A modernização industrial de São Paulo trouxe ao Brasil quais tendências de arte?
2. O que é o concretismo?
3. Na arte plástica, quais os principais representantes do concretismo no Brasil?
4. Qual o principal foco do concretismo no Brasil?
5. Entre quais décadas o concretismo se desenvolveu no Brasil?
1- Que espaço contribuiu muito para a recepção desse tipo de arte concreta entre o público não
especializado?
2- Qual artista foi considerado um dos criadores da poesia concreta em língua alemã, e também foi o
responsável pela divulgação do Concretismo, na Suíça, na década de 1950?
3- No Brasil, o movimento vanguardista do concretismo chegou por volta de 1950 através de quais
artistas?
4- Nas artes plásticas, a escultura predominou. Como eram as esculturas móbiles de Lygia Clarck?
5- Em 1930, foi publicado o Manifesto da Arte Concreta, onde ele apresenta algumas características da
arte. Quem foi o artista que fez essa publicação?