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Concepção(es) de linguagem: Fundamentos dialógicos do Círculo de
Bakhtin
Para começarmos essa reflexão, faz-se mister trazer à baila o modo de
pensar a linguagem presente nas correntes estruturalistas, o qual Bakhtin
denominou de “objetivismo abstrato”, para, de forma dialógica, trazer à luz a
concepção de linguagem construída pelo Círculo. Essa corrente, da qual o
mestre genebrino Ferdinand de Saussure é compositor e regente, nos
apresenta a seguinte dicotomia: Língua e Fala, sendo o primeiro elemento
dessa bifurcação considerado a dimensão social da linguagem, e o segundo é
encarado pelo linguista como expressão individual de cada sujeito falante.
Saussure, ao instituir as categorias analíticas fundamentais para estudo
da língua, como a fonética e a morfologia, baseou-se nos estudos da linguística
comparativa indo-europeia, aquela criada para estudar, de forma mais
adequada, as línguas mortas e as estrangeiras. Saussure não negava o
aspecto social da língua, contudo o modo de fazer ciência da sua época exigia
que o objeto de estudo apresentasse comportamentos idênticos, portanto
passíveis de normatização, como a fonética, a morfologia etc. Mas esse modo
de tratar a língua atava a diversidade, a pluralidade e a mutabilidade,
constitutivas da linguagem, em um sistema fechado de regras.
Dentro dessa perspectiva estruturalista de pensar o fenômeno da
linguagem, as variações sociais da língua, bem como as variantes individuais
dos falantes não podiam ser consideradas nos estudos linguísticos. Para os
estruturalistas, esses fatores eram considerados desordenados,
demasiadamente heterogêneos e aleatórios, fugindo do padrão e do rigor
exigidos pela ciência. Isso fez com que a fala assumisse um papel quase que
irrelevante, nos estudos linguísticos do final do século XIX, a fim de não
inviabilizar o projeto estruturalista de instituir uma unidade da língua como
sistema.
Esse modelo positivista de conceber a linguagem como um sistema
abstrato, tomando por base suas características formais, passíveis de serem
repetidas, seguindo o modo de fazer científico da época, levou à ideia de que a
língua é um fenômeno estático. Tal concepção admitia que o sentido é pré-
fabricado, fechado dentro de um sistema de normas linguísticas, como se a
linguagem fosse uma espécie de espelho do mundo, refletindo verdades únicas
e universais, e que, para a compreensão do enunciado, os aspectos sociais da
língua eram irrelevantes. Tal postura desconsiderava, portanto, as diversidades
e multiplicidades do signo, deixando a intencionalidade dos falantes em
segundo plano (BRAIT, 2011).
Por outro lado, em oposição ao pensamento de Saussure e dos
estruturalistas que se seguiram, Bakhtin enfatizou a heterogeneidade concreta
da fala, ou seja, a dimensão que leva em conta a pluralidade das
manifestações linguísticas em circunstâncias concretas de interação social. Ele
acreditava que a realidade fundamental da linguagem estava centrada na
interação entre os falantes, no seu uso real e não em um ponto de vista ideal,
intangível. Ele concebia a linguagem não como um sistema abstrato, mas como
algo vivo, dinâmico e coletivo, parte de um diálogo cumulativo entre o eu e o
outro, entre muitos “eus” e muitos outros (STAM, 1992). Mas Bakhtin não nega
a existência da língua enquanto sistema, já que “por trás de todo texto,
encontra-se o sistema da língua” (BAKHTIN, 2003, p. 332). Ao contrário de
desqualificar qualquer estudo sério da estrutura da língua, o filósofo russo
considera-o adequado para estudar as suas unidades (fonemas, morfemas,
orações). Por outro lado, com sua translinguística1, ele demonstra que
linguística estruturalista não é suficiente para explicar o funcionamento, no
âmbito social, da linguagem, que possui como unidade mínima o enunciado,
irrepetível, instável e inclassificável.
Para Bakhtin, a estabilidade da língua constitui-se um mito, pois, para
ele, a mutabilidade do signo é uma das características constitutivas da
linguagem. Sobre isso, ele esclarece:
Assim, o elemento que torna a forma linguística um signo não é
sua identidade como sinal, mas sua mobilidade específica; da
mesma forma que aquilo que constitui a descodificação da
forma linguística não é o reconhecimento do sinal, mas a
compreensão das palavras no seu sentido particular, isto é, a
apreensão da orientação que é conferida à palavra por um
contexto e uma situação precisos, uma orientação no sentido
da evolução e não do imobilismo (BAKHTIN, 2003, p. 94).
1
Disciplina proposta por Bakhtin, que visa ao estudo e análise de elementos externos à língua
enquanto sistema. Tal disciplina daria conta dos aspectos dialógicos e polifônicos da
linguagem, principalmente da fala, não contemplados pela linguística.
Spinelli (2005) enfatiza que o dinamismo social do signo, historicamente
gerado, vivifica esse mesmo signo. Ela lembra ainda sua dimensão político-
ideológica, por meio da qual é ressignificado o tempo todo na arena da palavra,
onde as classes e grupos sociais, com seus interesses e conflitos
permanentes, se apropriam dele, dando-lhe novos significados. A essa
capacidade que possuem os signos de extrair variáveis tons e valorações
sociais, a depender das situações sócio-históricas, Bakhtin (apud SPINELLI
2005, p.34) denominou de “multiacentualidade”.
Acertadamente, a partir das reflexões realizadas por Bakhtin e o seu
Círculo, no início do século XX, em obra conjunta denominada Marxismo e
Filosofia da Linguagem, os estudos de linguagem, atualmente, vêm adotando
uma postura que supera a visão estruturalista de língua. Os linguistas
hodiernos, sobretudo os sociolinguístas, têm assumido uma postura que leva
em conta os mecanismos variáveis responsáveis também pela produção de
sentidos. Essa nova atitude situa, par e passo, estrutura linguística e a
dimensão histórica, cultural, social e ideológica da linguagem, copartícipes na
significação dos signos. Assim, apresentam-se novas possibilidades de
entender e significar o mundo, baseadas numa concepção dialógica de
linguagem que contempla as pluralidades, desfazendo, de uma vez, o mito do
sentido pré-fixado.
Tais reflexões em torno das concepções de linguagem fazem-nos
recordar de um conceito bakhtiniano, o qual nos parece bastante produtivo
para enriquecer este debate. Trata-se da noção de forças centrípetas e
centrífugas, que nos ajuda a compreender esse jogo dialético mencionado por
Bakhtin, que, segundo o filósofo, caracteriza toda a linguagem. Desta forma, as
forças centrípetas atuariam numa direção favorável à concepção estruturalista
de linguagem, atuando na normatização. De outro lado, as forças centrífugas
agiriam de forma corroborativa com a concepção interacionista, tendendo às
diversificações da língua, embora ambas as forças existam e atuam
independentemente da concepção de linguagem. Para ele, essas forças
convivem, dialética, simultânea e ininterruptamente. Nas palavras do autor:
(...) esta estratificação e contradição reais não são apenas a
estática da vida da língua, mas também a sua dinâmica: a
estratificação e o plurilinguismo ampliam-se e aprofundam-se
na medida em que a língua está viva e desenvolvendo-se; ao
lado das forças centrípetas caminha o trabalho contínuo das
forças centrífugas da língua, ao lado da centralização verbo-
ideológica e da união, caminham ininterruptos os processos de
descentralização e desunificação” (BAKHTIN, 1998, p. 82).
Diante dessa explanação dialógica das concepções de linguagem,
conforme prenunciado na introdução deste capítulo, passemos agora a um
fecundo diálogo entre tais conceitos e o cinema. Acreditamos que essa
aproximação nos fornece subsídios que nos possibilitam identificar qual
concepção de linguagem tem balizado os produtores de filmes. Entendemos
que a crítica feita por Bakhtin ao “objetivismo abstrato”, no âmbito da linguagem
verbal, seja perfeitamente aplicável ao sistema imagético utilizado pelo cinema,
cujas possiblidades de interpretação são potencializadas pela natureza de sua
linguagem. O simples fato de mudar o ângulo de uma imagem por meio do jogo
de câmeras já possibilita a produção de novas interpretações.
Mas, para que essa relação seja concebível, precisamos deixar claro
que encaramos o cinema como linguagem. Esse posicionamento nos permite
aplicar ao cinema a mesma metáfora que Bakhtin (1992) utilizou em Marxismo
e Filosofia da Linguagem para explicar a natureza dialógica da linguagem, a
qual se constitui uma ponte entre um eu e um tu. Essa alegoria revela a igual
importância atribuída por Bakhtin ao locutor e ao interlocutor na construção dos
enunciados, dado que, se, por um lado, essa ponte tem o eu por sustentação,
necessariamente precisará de um segundo pilar de apoio, o tu.
Tendo como base essa linha de raciocínio, o autor de uma obra
cinematográfica e o espectador possuem, ou deveriam possuir, igual relevância
no procedimento comunicacional, pois ambos fazem parte do processo de
interação e contribuem diretamente para a produção de sentidos. Nessa
perspectiva, o texto fílmico é considerado, então, como uma criação solidária
de sentido, cuja propriedade não é exclusiva do autor nem do telespectador.
Trata-se, porém, do resultado de uma interação verbo-visual entre os sujeitos
da enunciação, a qual gera seus sentidos na relação, afastando a ideia de uma
mensagem encerrada em si, com um sentido imanente.
No entanto, como bem disse Bakhtin (1998, p.82), paralelas a essa
tendência centrífuga natural da linguagem de descentralização e desunificação,
existem as forças centrípetas ideológicas e centralizadoras na indústria
cinematográfica também; sobretudo nos longas americanos, os quais sofrem a
pressão centrípeta da ideologia dominante, do poder institucional, hegemônico,
financiado pelo capital, no qual predomina a voz masculina, branca,
heterossexual e euro-americana, tendendo à “monoglossia”. Assim, as
produções cinematográficas que privilegiam a linguagem hegemônica
demonstram adotar uma concepção monologizante da linguagem.
Nesse modelo de pensar a linguagem, o sentido é unidirecional, partindo
invariavelmente do emissor até encontrar o receptor. Nesse paradigma,
diferentemente da concepção dialógica de linguagem, retira-se do
telespectador qualquer participação na produção de significados, uma vez que
o sentido da mensagem vai depender apenas do diretor da obra
cinematográfica. Trata-se de um modelo hermético, cujo emissor é ativo e o
receptor totalmente passivo. Neste caso, o sentido do filme é algo dado, pronto
e acabado, e não produzido dialogicamente.
Na outra ponta, em contrapartida à hegemonia da linguagem utilizada
pelos enlatados, estão os “dialetos”, ou equivalentes, que destoam do padrão
euro-americano, como o curta-metragem, o cinema engajado e o documentário
independente, os quais recebem influências das forças centrífugas radiadas
pela ideologia do cotidiano, privilegiando o periférico e o marginal, em oposição
ao central e ao dominante. Essas produções se utilizam de linguagens
cinematográficas que demonstram respeito às pluralidades das identidades
linguísticas dos grupos representados nas narrativas, tendendo à
“heteroglossia” e revelando, portanto, a partir de nosso prisma teórico, uma
filiação à concepção interacionista de linguagem.
Assim, propomos explorar a pertinência das categorias conceituais de
Bakhtin para pensar um cinema que adote uma concepção de linguagem em
que se valorize o outro, o diferente e o multicultural. Nessa proposta, deve-se
chamar a atenção para o uso crítico dos conceitos e categorias de Bakhtin,
especialmente sua visão de linguagem baseada no dialogismo, que permita
identificar um cinema que assuma uma postura democrática e heteroglota, em
que as múltiplas vozes tenham seus espaços garantidos. Nessa direção,
recomendamos ao professor fazer uso didático dos curtas-metragens do
projeto Curta na Escola. Voltaremos a falar desse assunto no capítulo III,
porque na próxima seção abordaremos as especificidades da linguagem
cinematográfica e como o conhecimento dessa pode contribuir para uma
compreensão ativa do discurso cinematográfico.

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Concepções de linguagem fundamentos dialógicos do circulo de bakhtin

  • 1. Concepção(es) de linguagem: Fundamentos dialógicos do Círculo de Bakhtin Para começarmos essa reflexão, faz-se mister trazer à baila o modo de pensar a linguagem presente nas correntes estruturalistas, o qual Bakhtin denominou de “objetivismo abstrato”, para, de forma dialógica, trazer à luz a concepção de linguagem construída pelo Círculo. Essa corrente, da qual o mestre genebrino Ferdinand de Saussure é compositor e regente, nos apresenta a seguinte dicotomia: Língua e Fala, sendo o primeiro elemento dessa bifurcação considerado a dimensão social da linguagem, e o segundo é encarado pelo linguista como expressão individual de cada sujeito falante. Saussure, ao instituir as categorias analíticas fundamentais para estudo da língua, como a fonética e a morfologia, baseou-se nos estudos da linguística comparativa indo-europeia, aquela criada para estudar, de forma mais adequada, as línguas mortas e as estrangeiras. Saussure não negava o aspecto social da língua, contudo o modo de fazer ciência da sua época exigia que o objeto de estudo apresentasse comportamentos idênticos, portanto passíveis de normatização, como a fonética, a morfologia etc. Mas esse modo de tratar a língua atava a diversidade, a pluralidade e a mutabilidade, constitutivas da linguagem, em um sistema fechado de regras. Dentro dessa perspectiva estruturalista de pensar o fenômeno da linguagem, as variações sociais da língua, bem como as variantes individuais dos falantes não podiam ser consideradas nos estudos linguísticos. Para os estruturalistas, esses fatores eram considerados desordenados, demasiadamente heterogêneos e aleatórios, fugindo do padrão e do rigor exigidos pela ciência. Isso fez com que a fala assumisse um papel quase que irrelevante, nos estudos linguísticos do final do século XIX, a fim de não inviabilizar o projeto estruturalista de instituir uma unidade da língua como sistema. Esse modelo positivista de conceber a linguagem como um sistema abstrato, tomando por base suas características formais, passíveis de serem repetidas, seguindo o modo de fazer científico da época, levou à ideia de que a língua é um fenômeno estático. Tal concepção admitia que o sentido é pré- fabricado, fechado dentro de um sistema de normas linguísticas, como se a
  • 2. linguagem fosse uma espécie de espelho do mundo, refletindo verdades únicas e universais, e que, para a compreensão do enunciado, os aspectos sociais da língua eram irrelevantes. Tal postura desconsiderava, portanto, as diversidades e multiplicidades do signo, deixando a intencionalidade dos falantes em segundo plano (BRAIT, 2011). Por outro lado, em oposição ao pensamento de Saussure e dos estruturalistas que se seguiram, Bakhtin enfatizou a heterogeneidade concreta da fala, ou seja, a dimensão que leva em conta a pluralidade das manifestações linguísticas em circunstâncias concretas de interação social. Ele acreditava que a realidade fundamental da linguagem estava centrada na interação entre os falantes, no seu uso real e não em um ponto de vista ideal, intangível. Ele concebia a linguagem não como um sistema abstrato, mas como algo vivo, dinâmico e coletivo, parte de um diálogo cumulativo entre o eu e o outro, entre muitos “eus” e muitos outros (STAM, 1992). Mas Bakhtin não nega a existência da língua enquanto sistema, já que “por trás de todo texto, encontra-se o sistema da língua” (BAKHTIN, 2003, p. 332). Ao contrário de desqualificar qualquer estudo sério da estrutura da língua, o filósofo russo considera-o adequado para estudar as suas unidades (fonemas, morfemas, orações). Por outro lado, com sua translinguística1, ele demonstra que linguística estruturalista não é suficiente para explicar o funcionamento, no âmbito social, da linguagem, que possui como unidade mínima o enunciado, irrepetível, instável e inclassificável. Para Bakhtin, a estabilidade da língua constitui-se um mito, pois, para ele, a mutabilidade do signo é uma das características constitutivas da linguagem. Sobre isso, ele esclarece: Assim, o elemento que torna a forma linguística um signo não é sua identidade como sinal, mas sua mobilidade específica; da mesma forma que aquilo que constitui a descodificação da forma linguística não é o reconhecimento do sinal, mas a compreensão das palavras no seu sentido particular, isto é, a apreensão da orientação que é conferida à palavra por um contexto e uma situação precisos, uma orientação no sentido da evolução e não do imobilismo (BAKHTIN, 2003, p. 94). 1 Disciplina proposta por Bakhtin, que visa ao estudo e análise de elementos externos à língua enquanto sistema. Tal disciplina daria conta dos aspectos dialógicos e polifônicos da linguagem, principalmente da fala, não contemplados pela linguística.
  • 3. Spinelli (2005) enfatiza que o dinamismo social do signo, historicamente gerado, vivifica esse mesmo signo. Ela lembra ainda sua dimensão político- ideológica, por meio da qual é ressignificado o tempo todo na arena da palavra, onde as classes e grupos sociais, com seus interesses e conflitos permanentes, se apropriam dele, dando-lhe novos significados. A essa capacidade que possuem os signos de extrair variáveis tons e valorações sociais, a depender das situações sócio-históricas, Bakhtin (apud SPINELLI 2005, p.34) denominou de “multiacentualidade”. Acertadamente, a partir das reflexões realizadas por Bakhtin e o seu Círculo, no início do século XX, em obra conjunta denominada Marxismo e Filosofia da Linguagem, os estudos de linguagem, atualmente, vêm adotando uma postura que supera a visão estruturalista de língua. Os linguistas hodiernos, sobretudo os sociolinguístas, têm assumido uma postura que leva em conta os mecanismos variáveis responsáveis também pela produção de sentidos. Essa nova atitude situa, par e passo, estrutura linguística e a dimensão histórica, cultural, social e ideológica da linguagem, copartícipes na significação dos signos. Assim, apresentam-se novas possibilidades de entender e significar o mundo, baseadas numa concepção dialógica de linguagem que contempla as pluralidades, desfazendo, de uma vez, o mito do sentido pré-fixado. Tais reflexões em torno das concepções de linguagem fazem-nos recordar de um conceito bakhtiniano, o qual nos parece bastante produtivo para enriquecer este debate. Trata-se da noção de forças centrípetas e centrífugas, que nos ajuda a compreender esse jogo dialético mencionado por Bakhtin, que, segundo o filósofo, caracteriza toda a linguagem. Desta forma, as forças centrípetas atuariam numa direção favorável à concepção estruturalista de linguagem, atuando na normatização. De outro lado, as forças centrífugas agiriam de forma corroborativa com a concepção interacionista, tendendo às diversificações da língua, embora ambas as forças existam e atuam independentemente da concepção de linguagem. Para ele, essas forças convivem, dialética, simultânea e ininterruptamente. Nas palavras do autor: (...) esta estratificação e contradição reais não são apenas a estática da vida da língua, mas também a sua dinâmica: a estratificação e o plurilinguismo ampliam-se e aprofundam-se
  • 4. na medida em que a língua está viva e desenvolvendo-se; ao lado das forças centrípetas caminha o trabalho contínuo das forças centrífugas da língua, ao lado da centralização verbo- ideológica e da união, caminham ininterruptos os processos de descentralização e desunificação” (BAKHTIN, 1998, p. 82). Diante dessa explanação dialógica das concepções de linguagem, conforme prenunciado na introdução deste capítulo, passemos agora a um fecundo diálogo entre tais conceitos e o cinema. Acreditamos que essa aproximação nos fornece subsídios que nos possibilitam identificar qual concepção de linguagem tem balizado os produtores de filmes. Entendemos que a crítica feita por Bakhtin ao “objetivismo abstrato”, no âmbito da linguagem verbal, seja perfeitamente aplicável ao sistema imagético utilizado pelo cinema, cujas possiblidades de interpretação são potencializadas pela natureza de sua linguagem. O simples fato de mudar o ângulo de uma imagem por meio do jogo de câmeras já possibilita a produção de novas interpretações. Mas, para que essa relação seja concebível, precisamos deixar claro que encaramos o cinema como linguagem. Esse posicionamento nos permite aplicar ao cinema a mesma metáfora que Bakhtin (1992) utilizou em Marxismo e Filosofia da Linguagem para explicar a natureza dialógica da linguagem, a qual se constitui uma ponte entre um eu e um tu. Essa alegoria revela a igual importância atribuída por Bakhtin ao locutor e ao interlocutor na construção dos enunciados, dado que, se, por um lado, essa ponte tem o eu por sustentação, necessariamente precisará de um segundo pilar de apoio, o tu. Tendo como base essa linha de raciocínio, o autor de uma obra cinematográfica e o espectador possuem, ou deveriam possuir, igual relevância no procedimento comunicacional, pois ambos fazem parte do processo de interação e contribuem diretamente para a produção de sentidos. Nessa perspectiva, o texto fílmico é considerado, então, como uma criação solidária de sentido, cuja propriedade não é exclusiva do autor nem do telespectador. Trata-se, porém, do resultado de uma interação verbo-visual entre os sujeitos da enunciação, a qual gera seus sentidos na relação, afastando a ideia de uma mensagem encerrada em si, com um sentido imanente. No entanto, como bem disse Bakhtin (1998, p.82), paralelas a essa tendência centrífuga natural da linguagem de descentralização e desunificação, existem as forças centrípetas ideológicas e centralizadoras na indústria
  • 5. cinematográfica também; sobretudo nos longas americanos, os quais sofrem a pressão centrípeta da ideologia dominante, do poder institucional, hegemônico, financiado pelo capital, no qual predomina a voz masculina, branca, heterossexual e euro-americana, tendendo à “monoglossia”. Assim, as produções cinematográficas que privilegiam a linguagem hegemônica demonstram adotar uma concepção monologizante da linguagem. Nesse modelo de pensar a linguagem, o sentido é unidirecional, partindo invariavelmente do emissor até encontrar o receptor. Nesse paradigma, diferentemente da concepção dialógica de linguagem, retira-se do telespectador qualquer participação na produção de significados, uma vez que o sentido da mensagem vai depender apenas do diretor da obra cinematográfica. Trata-se de um modelo hermético, cujo emissor é ativo e o receptor totalmente passivo. Neste caso, o sentido do filme é algo dado, pronto e acabado, e não produzido dialogicamente. Na outra ponta, em contrapartida à hegemonia da linguagem utilizada pelos enlatados, estão os “dialetos”, ou equivalentes, que destoam do padrão euro-americano, como o curta-metragem, o cinema engajado e o documentário independente, os quais recebem influências das forças centrífugas radiadas pela ideologia do cotidiano, privilegiando o periférico e o marginal, em oposição ao central e ao dominante. Essas produções se utilizam de linguagens cinematográficas que demonstram respeito às pluralidades das identidades linguísticas dos grupos representados nas narrativas, tendendo à “heteroglossia” e revelando, portanto, a partir de nosso prisma teórico, uma filiação à concepção interacionista de linguagem. Assim, propomos explorar a pertinência das categorias conceituais de Bakhtin para pensar um cinema que adote uma concepção de linguagem em que se valorize o outro, o diferente e o multicultural. Nessa proposta, deve-se chamar a atenção para o uso crítico dos conceitos e categorias de Bakhtin, especialmente sua visão de linguagem baseada no dialogismo, que permita identificar um cinema que assuma uma postura democrática e heteroglota, em que as múltiplas vozes tenham seus espaços garantidos. Nessa direção, recomendamos ao professor fazer uso didático dos curtas-metragens do projeto Curta na Escola. Voltaremos a falar desse assunto no capítulo III, porque na próxima seção abordaremos as especificidades da linguagem
  • 6. cinematográfica e como o conhecimento dessa pode contribuir para uma compreensão ativa do discurso cinematográfico.