2. Origem e distribuição
Origem: Região Mediterrânea
As primeiras indicações de sua existência datam a 4
500 A.C.
Lactuca serriola. é considerado o ancestral directo
da alface cultivada
Disseminou-se pela Europa, juntamente com a
expansão do Império Romano.
Chegou a América latina no século XVI, através dos
Portugueses
3. Importância da alface
É considerada como a mais popular das hortaliças
folhosas, sendo cultivada em quase todas as
regiões do globo terrestre
O valor nutritivo de alface vária em função da cor das
folhas: As folhas do interior da cabeça de alface são
menos nutritivas que as folhas do exterior.
4. Cont.
Pode ser considerada uma boa fonte de
vitaminas e sais minerais, destacando-se seu
elevado teor de vitamina A, além de conter
vitaminas do complexo B(B1 e B2), Cálcio e
Ferro.
A alface é cultivada pelas folhas,
normalmente consumidas cruas em saladas.
5. CONT.
O valor energético da alface é baixo, pois seu conteúdo
em água representa 96% do seu peso.
A alface contém ferro, mineral com importante papel
no transporte de oxigénio no organismo.
É rica em fibras, que auxiliam na digestão e no bom
funcionamento do intestino
7. CONT.
Sistema radicular
Aprumado, pouco ramificado e relativamente
superficial.
A raiz principal de plantas originadas de sementeira
directa pode atingir mais de 60cm
Em cultivo de regadio a maior parte das raízes
concentre-se nos primeiros 30cm do solo
Nas plantas transplantadas, as raízes exploram um
volume de solo reduzid
8. Cont.
Caule
herbácea
na fase de repolhamento, é curto com 2 a 5 cm, onde se
inserem as folhas
Após o repolhamento, desenvolve-se formando uma
haste, com cerca de 1 a 1,5m de altura, com conjunto de
pequenas flores
9. Cont.
Folhas
Dispostas em roseta
Alongadas nos primeiros estados de desenvolvimento
e alargam-se quando se inicia a formação do repolho
As folhas podem ser lisas ou frisadas de forma
arredondada, lanceoladas ou quase espatuladas com
ou sem bordas recortadas;
10. Cont.
A cor das folhas varia de verde-claro a verde-escuro,
existindo cultivares avermelhadas ou arroxeadas pela
presença de antocianinas
Flor
Pequenas e amarelas, hermafroditas e agrupadas em
capítulos nas extremidades
11. Variedades
Geralmente a classificação baseia-se em características
como a forma da folha, tamanho, grau de formação do
repolho. Assim, as alfaces cultivadas podem ser
agrupadas em 4 variedades:
Lactuca sativa. var. capitata: as alfaces repolho ( inclui
as Icebergs): Batávia, Great lakes, Bola-de-Manteiga,
Mercher, Maravilha das quatro estações, dos Mercados
e Senrival;
12. Cont.
Lactuca sativa var. longifólia: as alfaces Romanas
(Romanas, Orelha-de-mula, Loura das hortas e Balão);
Lactuca sativa var. crespo - as Alfaces Crespo ou
Frisadas: Escura de olival, Folha de carvão e Lolla-
Rosa, e;
Lactuca sativa var. latina- as alfaces Galegas.
Todas possuem o mesmo número de cromossomas
(2n= 2x= 18).
15. Produção mundial de alface
6ª hortaliça em importância econômica
8ª em termos de volume produzido
É a hortaliça folhosa de maior consumo no mundo.
China, EUA , Espanha, Italia e India são os maiores
Produtores mundiais
Em Moçambique é produzida nas zonas baixas e os
níveis de produção são muito baixos
16. Crescimento e
desenvolvimento
Sob condições favoráveis de cultivo da alface, o
crescimento e o desenvolvimento podem ser divididos
em quatro (4) estágios:
O primeiro, de 0 a 30 dias, corresponde ao crescimento
inicial, desde a germinação até a formação de 4 a 6
folhas.
O segundo, de 30 a 50 dias, Ocorre a fase de expansão
das folhas externas
17. Cont.
O terceiro estágio, de 50 a 70 dias, Caracteriza-se pelo
desenvolvimento das partes vegetativas (tamanho,
forma e firmeza da cabeça)
O quarto estágio, de 70 a 90, Caracteriza-se pela
diferenciação e aparecimento dos órgãos florais (O
caule se alonga e as flores da inflorescência principal,
visíveis).
18. CONT.
O segundo e terceiro estágio de desenvolvimento da
alface são de grande importância na produtividade
(tamanho e conformação das folhas), uma vez que
actuam decisivamente sobre o número e tamanho de
folhas, que definirão a área foliar da planta, ou seja, o
potencial produtivo
19. EXIGÊNCIAS EDAFO-CLIMÁTICAS
A alface é uma espécie típica do inverno, desenvolve e
produz sob condições de clima temperado, de estação
fria, moderadamente tolerante a geada.
A temperatura máxima tolerável pela alface, situa-se
em torno de 30ºC e a mínima em torno de 6ºC,
20. Cont.
As melhores qualidades obtêm-se em regiões com
temperaturas uniformes na ordem de 15 a 20ºC.
Temperaturas superiores a 25ºC, prejudicam a forma
das folhas:
São sensíveis a seca, os pecíolos se alongam e o aroma
das folhas fica prejudicado, levando a planta a emitir o
pendão floral precocemente,
21. Cont.
A temperatura influencia o crescimento e
desenvolvimento de todas plantas, especificamente a
alface.
Este factor não pode ser facilmente modificado pelas
práticas culturais.
A temperatura afecta desde a germinação e produção
da semente, desenvolvimento vegetativo, floração,
qualidade das partes económicas, e associada a
humidade, influencia a ocorrência de doenças,
22. Cont.
os processos metabólicos das plantas possuem
temperaturas críticas que os impedem ou dificultam,
sendo que para a maioria das espécies, a temperatura
óptima para germinação, brotação, desenvolvimento,
floração, fecundação e frutificação, situa-se entre 20 a
30 °C.
O aumento no crescimento ocorre com a subida de
temperatura e tem como limite os 40ºC.
Temperaturas inferiores a 18ºC afectam o seu
crescimento.
23. Cont.
o aumento de temperatura acima dos 40 °C retarda
gradativamente a absorção de nutrientes, enquanto a
maior absorção é conseguida entre 25 e 35 °C.
A alface ganha qualidade com temperaturas baixas.
A temperatura óptima para o desenvolvimento
vegetativo situa-se em torno de 15 a 20ºC e acima de
25ºC a planta espiga, pelo que deve ser plantada cedo,
preferencialmente no fim do verão ou início do
inverno.
24. Cont.
A alface exige muita humidade durante todo o ciclo, e
prefere regiões de clima ameno com humidade relativa
na ordem de 60 a 80%, mas em determinadas fases de
seu ciclo apresenta melhor desempenho com valores
inferiores a 60% .
25. Cont.
Influência da luz nas plantas
A luz joga um papel relevante no desenvolvimento e
crescimento de qualquer espécie vegetal.
Dependem dela para a fotossíntese, mudanças
morfológicas (retardamento ou promoção caulinar e
foliar), síntese de enzimas e pigmentos.
No entanto, a quantidade da luz necessária, varia de
espécie para espécie.
26. Cont.
A intensidade luminosa e o fotoperíodo, influencia
ainda outros processos vitais tais como:
Germinação da semente: algumas plantas germinam
na ausência da luz, enquanto outras como a da alface
necessita de uma quantidade mínima;
Floração: algumas plantas florescem quando os dias
são relativamente longos (plantas de dia longo), outras
de dias curtos (plantas de dias curto), e ainda outras
que não dependem de números de horas por dias
(plantas indiferentes)
27. Durante o ciclo vegetal, varias respostas que confere
enormes vantagens no estabelecimento e
sobrevivência da planta (alongamento do caule,
expansão foliar, floração, etc.), estão envolvidas
directamente com a duração e qualidade da luz.
Contudo, a alface exige dias curto para se manter na
fase vegetativa e dias longos para que ocorra o
pendoamento.
28. CONT.
Solos
A alface pode desenvolver-se em diferentes tipos de
solo, desde que sejam aráveis, férteis, ricos em matéria
orgânica, bem drenados, profundos, e um intervalo de
PH de 6,5 a 7,5.
29. Plantação/Sementeira
Geralmente, a Sementeira da alface é feita em alfobre e
só depois de 20 a 30 dias é que se faz o transplante,
quando as plântulas tiverem 4 a 6 folhas e 7 a 8 cm de
altura.
O local de alfobre deve ser bem arejado com pouca
declividade, boa luminosidade e disponibilidade de
água de boa qualidade.
30. Cont.
A aplicação de menor quantidade de água pode
provocar danos irreversíveis as muda, ou acelera o
florescimento impedindo o desenvolvimento
vegetativo mais vigoroso.
Após o transplante as mudas sentem a mudança
brusca do ambiente, nesse período a planta deixa de
crescer, podendo perder algumas folhas,
principalmente as mais velhas, atrasando a retomada
de crescimento.
31. Cont.
Quando as mudas são transplantadas nos meses
frescos, obtêm-se maiores rendimentos.
Rendimentos da cultura variam conforme a variedade e
em função do nível tecnológico empregado e das
condições ambientais durante o desenvolvimento da
cultura.
32. Cont.
Espaçamento:
0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m, de acordo com as
características botânicas de cada cultivar.
33. Adubação
Para uma adubação racional, alem do conhecimento
dos teores de nutrientes existentes no solo e
disponíveis para a planta, também é necessário
conhecer a extração da cultura.
O programa de adubação deve ser realizado atendendo
as caracteristicas próprias de cada zona de cultivo: tipo
de solo, clima, agua e sistema de rega, variedade, fase
da cultura e compasso utilizado
34. Cont.Rendimento (ton/ha N P2O
5
K2O CaO MgO
42 80 40 170 40 10
Assim, qualquer programa de adubação,
deve considerar-se apenas orientativo,
devendo adaptar-se a cada caso particular
35. REGAS
A alface tem um sistema radicular pouco desenvolvido; a
maior parte das raízes desenvolve-se entre os 10 e os
25 cm de profundidade, Isto faz com que as plantas
sejam muito sensíveis à falta de água.
Antes do repolhamento, as regas devem ser frequentes
e pouco moderadas, pois uma dose excessiva de água
pode provocar asfixia radicular, facilitar o
desenvolvimento de doenças e provocar uma lavagem
dos nutrientes solúveis..
36. CONT.
Um teor de Humidade uniforme no solo, permite um
bom desenvolvimento da planta e contribui para
diminuir os riscos de aparecimento de necroses nas
folhas
As regas devem ser feitas atendendo:
Tipos de solo
Condições climaticas
37. CONT.
Estado de desenvolvimento da planta
Por razoes sobretudo de ordem sanitária, a rega deve
fazer-se preferencialmente de manha, de modo que as
folhas tenham tempo suficiente de secar antes do
inicio da noite
38. Cont.
Consequências da falta de agua
Diminuição da turgescência
Atraso ou paragem de crescimento
Grande sensibilidade a podridão cinzenta e próximo de
repolhamento, necrose na borda das folhas
39. Cont.
Consequência do excesso da água
Asfixia das raizes
Paragem de crescimento
Aparecimento de carências nutritivas
40. Infestantes
É necessário controlar as infestantes durante o ciclo da
cultura, especialmente em dois períodos críticos, em
que diminuem significativamente a produtividade:
Durante a fase inicial, a seguir ao transplante, quando
as plantas tem pouca capacidade de competir
Próximo da colheita, quando as infestantes sufocam a
alface e criam um ambiente propicio ao
desenvolvimento das doenças.
41. Protecção fitossanitária
Pragas e doenças
A qualidade de um produto no local de venda, deve
englobar tanto a apresentação visível como o respeito pelas
normas em matérias de resíduos de produtos fitossanitária
Os produtores deve ser aconselhado e apoiado para
adoptaram programas de protecção integrada contra pragas
e doenças, para minimizar o impacto ambiental.
Numa hortaliça de folhas como a alface, qualquer sintoma
de parasita nas folhas desvaloriza irremediavelmente o
produto final
42. Doenças
Doenças Sintomas Condições
favoraveis
Ações
preventivas
No
Botrytis,
Pythium e
Rihzoctecnia
Ausência de
germinação
Destruição das
plântulas por
podridão no colo
Humidade
excessiva
Semente da má
qualidade
Área mal
desinfetada
Semente de boa
qualidade
Assegurar boas
condições de
desenvolvimento
as plântulas
(temperatura e
humidade)
Utilizar
substrato novo e
com garantia de
boas qualidades
sanitárias
43. Cont.
Doenças (No
local definitivo)
Sintomas Condições
favoraveis
Ações
preventivas
Podridão cinzenta
(Botrytis cinerea)
Temperaturas
baixas (5 a 18ºC):
ocorre também na
faixa de 0 a 35ºC
Humidade
elevada
Evitar excesso de
azoto
Evitar elevadas
densidades de
plantação
Evitar ferimentos
das folhas durante
a plantação, sacha,
etc
Eliminar os
resíduos de outras
culturas
44. Cont.
Esclerotinia :
sclerotinia minor
e S. sclerotiorum
Plantas
isoladas com
aspectos flácidos
Formação de
pequenos órgãos
negros e duros
(esclerotos)
Temperaturas
entre 18 a 20ºC (
embora se
desenvolva
apartir dos 10ºC)
Humidade
elevada
Solos ligeiros a
ricos em matéria
orgânica
Desinfecção
química
Algumas
semanas antes da
plantação
Solarização do
solo com plástico
Eliminar e
destruir restos da
cultura
45. pragas
As principais pragas da cultura de Alface são:
Nemátodos: Meloidogyna e Patylenchus
Lesmas e caracois
afideos
Lagartas mineiras
Mosca branca
46. Cont.
Assim, as acções contra as doenças e pragas, devem
privilegiar a luta preventiva e racionalizar as
intervenções químicas para assegurar a melhor eficácia
e o respeito pelos intervalos de seguranças de produto.
As doenças provocadas por fungos são as que mais
ocorrem e temíveis
No entanto as doenças bacteriana assumem uma
importância cada vez maior
47.
48.
49.
50.
51. Colheita
É de máxima importância que as alfaces se apresentem
ao consumidor, frescas com folhas tenras e com um
aspecto atrativo
Por ser um produto muito frágil, ela deve ser
manuseada o menos possível
Muitas vezes, uma boa cultura na altura da colheita é
estragada ou vê seu valor reduzida por ser feita em más
conduções
52. Cont.
Critérios de Definição da Data de Colheita
A determinação do estado optimo de colheita das
hortaliças de folhas varia com o produto, mas em geral,
o tamanho é o principal critério.
É o que se verifica com a alface: No caso das culturas
repolhadas, o grau de formação de repolho e sua
firmeza representam critérios com bastante
importância para alguns compradores.
53. O tamanho com que a alface é colhida, depende da
época do ano, sendo sempre maior no verão do que no
inverno
Também depende do tipo de alface:
O estado de maturação pode ser determinado por
inspecções regulares ao campo.
54. Nas alfaces do tipo Iceberg, a colheita deve ser feita
quando o repolho apresentar uma firmeza tal que só
cede ligeiramente a pressão manual.
Nas de bola de manteiga, os repolhos são menos
compactas e a colheita é feita geralmente 2 a 3 semanas
antes da dos tipos Iceberg ou batávias
55. Se acolheita é atrasada, deixando passar a fase óptima
de colheita, desenvolve-se um sabor amargo forte e as
plantas ficam mais duras
No verão, em poucos dias evoluem para emissão
precoce da haste floral, tornando-se incomercializável
56. A importância de se fazer a colheita no momento
optimo também se evidencia na sua vida pós- colheita.
Com efeito, as alfaces com uma fraca formação de
repolho ou um repolho demasiada duro tem menor
periodo de conservação.
57. Tecnicas de Colheita
Segundo a metodologia habitual, ela é cortada a mão,
aparado e limpa de folhas velhas e danificadas, sendo
de seguida colocado em caixas no campo
O embalamento no campo permite, geralmente, obter
produções comercializaveis mais elevadas devido a
redução dos seus danos mecanicos
58.
59.
60. Conservação
Por ser um produto disponível durante todo o ano e
dada sua perecibilidade, a alface no nosso país não é
conservada por longos períodos
De qualquer forma são aqui feitas algumas sugestões
que permitem armazenar por um periodo próximo de
um mês
62. Cont.
Dependendo do estado de maturação, qualidade
inicial, condições de armazenamento na altura da
colheita e rapidez na pré- refrigeração, a alface pode
ser conservada entre 21 a 28 dias.
A pré- refrigeração deve ser feita o mais rapidamente
possível apos a colheita de forma não comprometer o
tempo de conservação