Durante uma audiência pública, a comunidade de Jardim Alegre autorizou estudos para a construção de uma pequena central hidrelétrica (PCH) no Rio Ivaí. A audiência reuniu centenas de pessoas e contou com apresentações sobre os impactos ambientais e benefícios econômicos do empreendimento. Embora a maioria das perguntas tenha expressado preocupação com danos ambientais, a comunidade aprovou a continuação dos estudos de viabilidade.
1. Terça-feira,18 de julho de 2017
POLÊMICA-JardimAlegreautorizaestudosparaconstruçãodePCH
Durante audiência pública realizada em Jardim Alegre,
comunidade autorizou estudos para a construção da primeira PCH
- Pequena Central Hidrelétrica no Rio Ivaí
3. Faltou espaço no Salão Paroquial, de Jardim Alegre, para abrigar as centenas de pessoas
que, na noite de 18 de julho, de 2017, que foram participar da audiência pública, que segundo
investidores, da anuência para realização de estudos e em seguida, a construção de uma
barragem no Rio Ivaí, na região da Corredeira da Jararaca, divisa entre Jardim Alegre e
Grandes Rios. A audiência começou com uma fala da promotora de justiça de Campo Mourão,
a Dra Rosana Araújo de Sá Ribeiro, responsável pela Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí, que fez
questão de participar e exibiu um vídeo revelando as belezas do Rio e alguns problemas
existentes, a necessidade de preservação do meio ambiente e a postura do Ministério Público
que vê com preocupação estes empreendimentos. Também participaram os pescadores do
Porto Ubá, Colônia Z-17, sede em Lidianópolis, autoridades políticas, estudantes, algumas
pessoas de Ivaiporã, deputado estadual Tercilio Turini, Maurílio Viana, do IAP de Ivaiporã e
prefeitos José Roberto Furlan e Antônio Santiago (Jardim Alegre e Grandes Rios), além da
comunidade local que era a maioria. A explanação mais extensa, foi feita por Vilson Costa,
representando os investidores da PCH Coqueiro (Pequena Central Hidrelétrica). Ele fez um
relato expondo toda situação energética do Brasil, e dizendo que apesar do Paraná ser
autossuficiente, o País precisa de energia, e quando mais reserva e capacidade de produção
existir, mais barato fica para o consumidor. Afirmou ainda que a barragem em debate, tem
previsão de investimentos de 180 milhões, com potência de 28,1 megawats dia e área de
reservatório de 259 hectares, sendo 182 do próprio leito do rio, e 77 hectares fora do leito,
inundando propriedades rurais, inundação esta que pode ser reduzida para 50 hectares.
Afirmou ainda que apenas duas famílias precisarão ser deslocadas, porque nas demais áreas
não há residências. Um dos investidores, Neimar Brusamarello, disse que o negócio e rentável
para os donos, mas que os municípios também vão lucrar com ICMS, geração de empregos e
outros benefícios econômicos. Ao longo da audiência, várias pessoas pediram a palavra, a
maioria para se posicionar contra o empreendimento, dizendo que ele provoca um impacto
ambiental irreparável, que a geração de empregos é ilusória, pois grande parte da mão de obra
vem de fora, além da falsa informação que os municípios vão lucrar, questões todas rebatidas
pelos responsáveis pela PCH, que reforçaram em vários momentos, que a autorização é
apenas para pesquisar a viabilidade, e que outros audiências serão promovidas, ao longo do
projeto. Ao final, os moradores, em sua ampla maioria, avalizaram a continuidade dos estudos.
4. Em entrevista ao Blog do Berimbau e Rádio Nova Era, a Promotora Dra. Rosana, disse que o
Ministério Público vai acompanhar e acredita que quando os fatos forem melhores
esclarecidos, a comunidade poderá perceber que o empreendimento prejudica o meio
ambiente e impacta na qualidade de vida das pessoas. O Prefeito Furlan, de Jardim Alegre,
que antes da audiência, já havia concedido uma entrevista, dizendo que viu muito mais
vantagens do que desvantagens, afirmou que respeita a decisão da comunidade e espera que
a PCH possa trazer desenvolvimento, geração de emprego e renda, que são prioridades do
seu governo. GRANDES RIOS - Em Grandes Rios, também foi realizada a mesma audiência,
no dia 17 de julho, mas a comunidade pediu um prazo de 15 dias, para que possa decidir se
autoriza ou não a continuidade dos estudos. (Texto- Ronaldo Alves Senes, o "Berimbau")