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PUCC CAMPINAS
Tese revela prejuízos das podas radicais à cidade
10/05/2010
Uma tese de mestrado defendida pelo engenheiro florestal José Hamilton de Aguirre Júnior
mostrou que a poda incorreta de árvores no bairro Cambuí e em outras regiões de Campinas,
realizada por moradores, comerciantes, Prefeitura e empresas, tem danificado grande parte do
patrimônio verde da cidade. Ele afirma que a fiscalização da Administração municipal é ineficiente
e, a longo prazo, esses danos poderão refletir sobre a economia da cidade, a saúde dos moradores
e até a segurança dos pedestres. “A maior parte das podas realizadas não respeita aspectos
técnicos. Poderemos perceber, dentro de algum tempo, desvalorização imobiliária nesses locais,
redução do conforto térmico que essas espécies oferecem, além de acidentes, devido a estrutura
desequilibrada de muitas dessas árvores”, afirma o especialista.
O engenheiro florestal explica que, embora cada tipo de espécie necessite de uma poda particular,
a CPFL Energia, empresa responsável pelas podas próximas à rede elétrica, não obedece a essas
exigências. “Durante o trabalho, verificamos que o uso da chamada poda em V (técnica de corte
de galhos mais agressiva) é a mais utilizada pela companhia. A empresa de energia e as empresas
terceirizadas contratadas por ela, que realizam a operação, ignoram as necessidades da fisiologia
da planta e têm mutilado boa parte dessas árvores”, afirma o engenheiro.
Ele diz que, quando uma poda é feita sem critérios, os cortes sujeitam a árvore ao ataque de
fungos e parasitas, podendo levar inclusive, à morte do vegetal. Ele também afirma que a fiação
da rede de energia foi trocada pela companhia, por uma tecnologia mais moderna, que segundo
ele dispensaria a necessidade de podas frequentes.
O engenheiro líder de serviços de campo da CPFL Energia, Josias Ricardo de Souza, diz que,
durante o trabalho de poda que a companhia realiza, os funcionários são fiscalizados por um
engenheiro florestal da empresa. Ele informou, no entanto, que no bairro Cambuí, devido ao
excesso de trânsito, os trabalhos de cortes de galhos são realizados somente aos finais de
semana. Nesses dias, o engenheiro diz que não acompanha o serviço e apenas faz uma vistoria
técnica.
“É preciso considerar, no entanto, que não é somente a empresa que poda essas árvores. Muitas
vezes moradores e comerciantes também cortam os galhos, após deixarmos o local”, afirma
Souza. Quanto às fiações, ele diz que o sistema atualmente utilizado diminui a necessidade de
podas mais agressivas, mas o corte continua sendo necessário para evitar curtos-circuitos no
sistema.
A reportagem constatou que, na Rua Santa Cruz, uma árvore apresentava acentuada poda “em
V”. Os técnicos da CPFL Energia que participavam de uma reunião no bairro para tratar das
queixas não souberam esclarecer o motivo da alta inclinação que a árvore apresentava por causa
da poda.
O Departamento de Parques e Jardins (DPJ), órgão da Prefeitura de Campinas responsável pela
fiscalização desse tipo de trabalho, informa que realiza várias reuniões periódicas com a CPFL para
tratar do tema, mas tem conhecimento de que a companhia algumas vezes “exagera” na prática.
O diretor do órgão, Ronaldo de Souza, afirma que a poda de galhos próximos às fiações elétricas é
de competência exclusiva da CPFL, mas diz que já conversou com a empresa sobre alguns
problemas na técnica utilizada pela companhia. “O trabalho, no geral, é bem feito, pode haver um
problema aqui, outro ali, mas estamos sempre fiscalizando”, afirmou o diretor do DPJ.
O NÚMERO
2.087 ÁRVORES é o total de unidades nas vias públicas do Cambuí.
Reunião no bairro discutiu o problema
Moradores do bairro, a organização não governamental(ONG) Movimento Resgate o Cambuí e
representantes da CPFL Energia se reuniram na semana passada, debaixo de uma tulipeira
africana, para discutir o assunto. O encontro tratou de uma poda interrompida por moradores no
último domingo, que, segundo eles, não era necessária e estaria sendo realizada de forma
irregular. A diretora da ONG, Tereza Penteado, diz que no dia em que os moradores intervieram
na poda, os funcionários da companhia não souberam informar quem era o técnico responsável
pelo serviço e sequer dispunham de um documento autorizando o trabalho. Durante a reunião
para tratar do problema, os representantes da companhia de energia alegaram que o trabalho é
feito de forma correta e que as podas são realizadas para garantir a segurança. Os moradores e
integrantes da ONG caminharam por algumas ruas do bairro e mostraram podas de árvores que,
segundo eles, seriam irregulares, mas os representantes da companhia discordaram das
informações.
Moradores também realizam corte irregular
Desconhecimento das técnicas favorece o serviço inadequado
Segundo o engenheiro florestal José Hamilton de Aguirre Júnior, autor do estudo inédito no
Cambuí, comerciantes e moradores também danificam as árvores. “Sabemos que o manejo de
árvores continua sendo realizado de maneira inadequada e exagerada por pessoas que
desconhecem as técnicas exigidas nesse tipo de atividade.”
“Moradores e comerciantes realizam a extração e substituição de árvores sem nenhum problema,
porque sabem que não há fiscalização. Muitas estão desequilibradas, podendo, inclusive, causar
acidentes”, afirmou. O diretor do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), Ronaldo de Souza, diz
que o órgão possui apenas sete técnicos para fiscalização e que depende das denúncias dos casos
de irregularidade. “Precisamos que as pessoas nos comuniquem, para que então possamos
notificar os infratores. Dependendo do tipo de corte irregular, a multa pode chegar a R$ 30mil.”
José Hamilton afirmou que possui diversos protocolos de denúncias que foram ignoradas pelo DPJ.
“Já fizemos no Cambuí cerca de 70 denúncias informando o problema de podas irregulares. A
Prefeitura tem um prazo máximo de 15 dias para atender as reclamações, entretanto, temos
protocolos com quase três anos, sem nenhuma resposta”, disse.
O diretor do DPJ disse estranhar as informações e pediu para que os protocolos sejam
apresentados para que as denúncias sejam resolvidas. A reportagem também visitou o local e
identificou árvores fortemente mutiladas que teriam sido cortadas por comerciantes da região. “As
pessoas cortam as árvores e o DPJ não fiscaliza. Já cansamos de reclamar”, afirmou Tereza
Penteado, diretora da ONG Movimento Resgate o Cambuí.
Autor: Henrique Bairangê
Fonte: Correio Popular

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CPFL faz afirmação-DPJ desmente
 

Poda irregular de árvores em Campinas gera prejuízos à cidade

  • 1. PUCC CAMPINAS Tese revela prejuízos das podas radicais à cidade 10/05/2010 Uma tese de mestrado defendida pelo engenheiro florestal José Hamilton de Aguirre Júnior mostrou que a poda incorreta de árvores no bairro Cambuí e em outras regiões de Campinas, realizada por moradores, comerciantes, Prefeitura e empresas, tem danificado grande parte do patrimônio verde da cidade. Ele afirma que a fiscalização da Administração municipal é ineficiente e, a longo prazo, esses danos poderão refletir sobre a economia da cidade, a saúde dos moradores e até a segurança dos pedestres. “A maior parte das podas realizadas não respeita aspectos técnicos. Poderemos perceber, dentro de algum tempo, desvalorização imobiliária nesses locais, redução do conforto térmico que essas espécies oferecem, além de acidentes, devido a estrutura desequilibrada de muitas dessas árvores”, afirma o especialista. O engenheiro florestal explica que, embora cada tipo de espécie necessite de uma poda particular, a CPFL Energia, empresa responsável pelas podas próximas à rede elétrica, não obedece a essas exigências. “Durante o trabalho, verificamos que o uso da chamada poda em V (técnica de corte de galhos mais agressiva) é a mais utilizada pela companhia. A empresa de energia e as empresas terceirizadas contratadas por ela, que realizam a operação, ignoram as necessidades da fisiologia da planta e têm mutilado boa parte dessas árvores”, afirma o engenheiro. Ele diz que, quando uma poda é feita sem critérios, os cortes sujeitam a árvore ao ataque de fungos e parasitas, podendo levar inclusive, à morte do vegetal. Ele também afirma que a fiação da rede de energia foi trocada pela companhia, por uma tecnologia mais moderna, que segundo ele dispensaria a necessidade de podas frequentes. O engenheiro líder de serviços de campo da CPFL Energia, Josias Ricardo de Souza, diz que, durante o trabalho de poda que a companhia realiza, os funcionários são fiscalizados por um engenheiro florestal da empresa. Ele informou, no entanto, que no bairro Cambuí, devido ao excesso de trânsito, os trabalhos de cortes de galhos são realizados somente aos finais de semana. Nesses dias, o engenheiro diz que não acompanha o serviço e apenas faz uma vistoria técnica. “É preciso considerar, no entanto, que não é somente a empresa que poda essas árvores. Muitas vezes moradores e comerciantes também cortam os galhos, após deixarmos o local”, afirma Souza. Quanto às fiações, ele diz que o sistema atualmente utilizado diminui a necessidade de podas mais agressivas, mas o corte continua sendo necessário para evitar curtos-circuitos no sistema. A reportagem constatou que, na Rua Santa Cruz, uma árvore apresentava acentuada poda “em V”. Os técnicos da CPFL Energia que participavam de uma reunião no bairro para tratar das queixas não souberam esclarecer o motivo da alta inclinação que a árvore apresentava por causa da poda. O Departamento de Parques e Jardins (DPJ), órgão da Prefeitura de Campinas responsável pela fiscalização desse tipo de trabalho, informa que realiza várias reuniões periódicas com a CPFL para tratar do tema, mas tem conhecimento de que a companhia algumas vezes “exagera” na prática. O diretor do órgão, Ronaldo de Souza, afirma que a poda de galhos próximos às fiações elétricas é de competência exclusiva da CPFL, mas diz que já conversou com a empresa sobre alguns problemas na técnica utilizada pela companhia. “O trabalho, no geral, é bem feito, pode haver um problema aqui, outro ali, mas estamos sempre fiscalizando”, afirmou o diretor do DPJ. O NÚMERO 2.087 ÁRVORES é o total de unidades nas vias públicas do Cambuí. Reunião no bairro discutiu o problema Moradores do bairro, a organização não governamental(ONG) Movimento Resgate o Cambuí e representantes da CPFL Energia se reuniram na semana passada, debaixo de uma tulipeira africana, para discutir o assunto. O encontro tratou de uma poda interrompida por moradores no último domingo, que, segundo eles, não era necessária e estaria sendo realizada de forma
  • 2. irregular. A diretora da ONG, Tereza Penteado, diz que no dia em que os moradores intervieram na poda, os funcionários da companhia não souberam informar quem era o técnico responsável pelo serviço e sequer dispunham de um documento autorizando o trabalho. Durante a reunião para tratar do problema, os representantes da companhia de energia alegaram que o trabalho é feito de forma correta e que as podas são realizadas para garantir a segurança. Os moradores e integrantes da ONG caminharam por algumas ruas do bairro e mostraram podas de árvores que, segundo eles, seriam irregulares, mas os representantes da companhia discordaram das informações. Moradores também realizam corte irregular Desconhecimento das técnicas favorece o serviço inadequado Segundo o engenheiro florestal José Hamilton de Aguirre Júnior, autor do estudo inédito no Cambuí, comerciantes e moradores também danificam as árvores. “Sabemos que o manejo de árvores continua sendo realizado de maneira inadequada e exagerada por pessoas que desconhecem as técnicas exigidas nesse tipo de atividade.” “Moradores e comerciantes realizam a extração e substituição de árvores sem nenhum problema, porque sabem que não há fiscalização. Muitas estão desequilibradas, podendo, inclusive, causar acidentes”, afirmou. O diretor do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), Ronaldo de Souza, diz que o órgão possui apenas sete técnicos para fiscalização e que depende das denúncias dos casos de irregularidade. “Precisamos que as pessoas nos comuniquem, para que então possamos notificar os infratores. Dependendo do tipo de corte irregular, a multa pode chegar a R$ 30mil.” José Hamilton afirmou que possui diversos protocolos de denúncias que foram ignoradas pelo DPJ. “Já fizemos no Cambuí cerca de 70 denúncias informando o problema de podas irregulares. A Prefeitura tem um prazo máximo de 15 dias para atender as reclamações, entretanto, temos protocolos com quase três anos, sem nenhuma resposta”, disse. O diretor do DPJ disse estranhar as informações e pediu para que os protocolos sejam apresentados para que as denúncias sejam resolvidas. A reportagem também visitou o local e identificou árvores fortemente mutiladas que teriam sido cortadas por comerciantes da região. “As pessoas cortam as árvores e o DPJ não fiscaliza. Já cansamos de reclamar”, afirmou Tereza Penteado, diretora da ONG Movimento Resgate o Cambuí. Autor: Henrique Bairangê Fonte: Correio Popular