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VOLUME 1
Sociologia ................................................................................................................................................. 104
Semana 1:
........................................................................................................................................................................10
5
Reconhecer a Sociologia como modo de desnaturalizar e estranhar estilos de vida,
valores e condutas sociais .
Identificar a relação entre fenômenos sociais e contextos históricos
Semana 2: .................................................................................................................................................. 108
Reconhecer a Sociologia como modo de leitura crítica da realidade social. Utilizar as
Ciências Sociais como meio de conhecer a realidade social.
Semana 3: ...................................................................................................................................................112
Estrutura social, mobilidade social, gênero e demografia.
Semana 4: ....................................................................................................................................................117
Promoção do respeitar a diversidade Religiosas no Brasil e no Mundo
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO
NOME DA ESCOLA:
NOME DO ALUNO:
TURMA: TURNO:
ORIENTAÇÕES AOS PAIS
E RESPONSÁVEIS
Prezado responsável, estamos
vivenciando um momento de
propagação em escala
planetária do COVID-19, e
como
precaução e seguindo
orientações nacionais e do
governo estadual, nossas
unidades escolares foram
fechadas. Para não
interrompermos o aprendizado
sistematizado de nossos
estudantes, preparamos um
plano de estudo dividido em
semanas e aulas que deverá
ser realizado pelos alunos em
seu espaço de vivência. Os
conceitos principais de cada
aula serão apresentados e em
seguida o aluno será desafiado a resolver algumas atividades. Para
respondê-las, ele poderá fazer pesquisas em fontes variadas disponíveis em sua
residência.
Contamos com sua colaboração para auxiliar seu(s) filho(s) na organização do
tempo e no cumprimento das atividades
103
DICA PARA O ALUNO QUER SABER MAIS?
Caro estudante! Anotar é um exercício de
A suspensão das aulas em virtude da seleção das ideias e de maior
propagação do COVID-19 foi uma medida de aprendizado, por isso...
segurança para sua saúde e da sua família.
Mas, não é motivo para que você (1) Ao anotar, fazemos um
deixe de estudar e aprender sempre. Dessa esforço de síntese. Como
forma, você receberá planos de estudo de resultado, duas coisas
cada um dos componentes curriculares. acontecem. Em primeiro
Nesses planos, você terá acesso aos lugar, quem anota entende
conceitos básicos da aula, e em seguida mais, pois está sempre
realizará algumas atividades. Para resolvê-las fazendo um esforço de captar
busque informações em diferentes fontes. o âmago da questão.
Sabemos e confiamos no seu potencial em Repetindo, as notas são nossa
aprender. tradução do que entendemos
Contamos com seu esforço e dedicação para do conteúdo.
não perder tempo e continuar aprendendo e (2) Em segundo lugar, ao
ampliando seus saberes. anotar, nossa cabeça vaga
menos. A disciplina de
selecionar o que será escrito
ajuda a manter a atenção no
que está sendo dito ou lido,
com menos divagações ou
preocupações com outros
problemas. Quando bate o
sono ou o tédio, é a melhor
maneira de retomar a atenção
(3) Caro estudante, busque
anotar sempre o que
compreendeu de cada assunto
estudado.
SEMANA 1
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia: Instituições Sociais.
OBJETO DE CONHECIMENTO: - Diferenciar a abordagem sociológica do senso comum
HABILIDADE(S):
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- Reconhecer a Sociologia como modo de desnaturalizar e estranhar estilos de vida,
valores e condutas sociais .
- Identificar a relação entre fenômenos sociais e contextos históricos
INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação)
TEMA: Afinal de contas, sociologia para que ?
Bem-vindo às aulas de sociologia!!! Em nossos encontros você irá obter subsídios para
responder algumas questões de ciências humanas e suas tecnologias e desenvolver um tema
de redação de forma mais elaborada e que busque se distanciar do que chamamos de SENSO
COMUM. Para isso todos os temas tratados nas próximas aulas pretendem provocar em você
uma Imaginação Sociológica do mundo que permite desnaturalizar visões da sociedade que,
mesmo absurdas, são cotidianamente repetidas de forma automática, seguindo padrões
culturais, midiáticos e sociais, sem nunca serem problematizadas. Como exemplo podemos
citar algumas infelizes colocações;
“Os homens são de natureza racional e as mulheres são de natureza sensível e sentimental. “
“Se somos todos iguais, para que cotas nas Universidades?”
Talvez você concorde com uma ou várias das frases acima, mas você já se perguntou o porquê?
Já tentou entender profundamente a raiz dessas questões? Será por que especialistas que
dedicam sua vida aos estudos destes problemas tem opiniões tão contrárias à da população de
forma geral? São estas perguntas que pretendemos sanar com esse curso.
Portanto trataremos em nossas próximas aulas de temas como raça, gênero, violência,
104
desigualdade social, criminalidade, cultura, política, direitos humanos, drogas e demais
assuntos que fazem parte da nossa realidade cotidiana, buscando ir além de um olhar
superficial destes fenômenos sociais. Para isso nos apoiaremos em dados e pesquisas que
foram formulados por estudiosos que dedicaram suas vidas na investigação destes temas e
que tem muito a nos dizer sobre esses fenômenos sociais.
PARA SABER MAIS
Veja o trailer do Filme “Diário de Uma Babá” que apresenta uma ideia do que seria o olhar
desnaturalizado de nossa sociedade: https://www.youtube.com/watch?v=i8kXj2URh0o
Assistir o filme completo é altamente recomendado: https://www.youtube.com/watch?
v=SDed8KNtkvs
FONTE: https://pt.scribd.com/document/284316408/Infografico-Origens-Da-Sociologia
105
ATIVIDADES
Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são
permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades.
Atividade 1- A sociologia é uma ciência criada no século XIX, em um contexto de grandes
mudanças sociais e econômicas, com a explosão da revolução industrial e amplo progresso
das ciências. Qual é o objeto de estudo da sociologia?
a)Analisar os fenômenos sociais.
b)Estudar o passado do homem.
c) Estudar as plantas e os animais.
d) Analisar as sociedades primitivas.
Atividade 2- O que é fugir do senso comum?
a)Pensar igual a todos, buscando não se diferenciar da opinião da maioria.
b) Buscar formas mais elaboradas de pensar, tentando ver os diversos lados da questão
analisada.
c) Tentar criar explicações que justifique uma posição preconceituosa.
d)Pensar por conta própria, sem levar em conta opiniões externas.
Atividade 3- Quais são os principais autores clássicos da sociologia?
a) Marx, Freud e Durkhein.
b) Marx, Weber e Durkhein.
c) Freud,Newton e Dalton.
d) Freud, Newton e Marx.
4) Quais dos temas estudados pela sociologia esta charge abaixo faz referência?
106
a)Desigualdade social e violência contra a mulher.
b)Violência contra mulher e desigualdade racial.
c) Diversidade cultural e violência contra mulher.
d)Desigualdade social e violência urbana.
SEMANA 2
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia
OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a Sociologia como modo de leitura crítica da
realidade social. Utilizar as Ciências Sociais como meio de conhecer a realidade social.
HABILIDADE(S) do CBC:
INTERDISCIPLINARIDADE:
História , Geografia , Filosofia e Português (Redação)
O que você acha de obedecer regras, de cumprir ordens, de seguir caminhos que já foram
preestabelecidos para você? É provável que você e muitos de seus colegas digam que não
gostam de obedecer regras, e alguns chegam mesmo a afirmar com uma pontinha de orgulho
que só fazem aquilo que gostam ou que têm vontade… Pois saiba que não é bem assim que
as coisas acontecem. Mesmo que você se considere um rebelde, você está muito mais dentro
da ordem que imagina, principalmente se você é um aluno devidamente matriculado no Ensino
Médio, e está lendo este texto na escola ou em sua casa.
Por que estamos falando disso? Para dizer que vivemos numa sociedade totalmente
institucionalizada, ou seja, vivemos “imersos” em instituições sociais, portanto somos
continuamente levados a realizar coisas que não escolhemos, e na maioria das vezes as
realizamos “naturalmente”, sem questionar de onde e de quem partiu aquela ideia ou aquela
ordem. Todo o nosso pensamento e nossa ação foram apreendidos e continuam
constantemente sendo construídos no decorrer de nossa vida.
Muito do que fazemos foi pensado e estabelecido por pessoas que nem existem mais. Desde
o momento de nosso nascimento até a nossa morte estamos sempre atendendo às várias
expectativas dos vários grupos que participamos. Por isso, nosso objetivo com este estudo é
colocá-lo em contato com algumas instituições sociais muito presentes e atuantes em nossa
sociedade, mais especificamente três: a escola, a religião e a família.
107
Colocar em contato quer dizer conhecer um pouco das origens históricas das instituições, ou
como foram construídas pelas diversas sociedades ao longo do tempo; perceber as
transformações que foram sofrendo e como se configuram hoje, conhecer as diversas
possibilidades de leitura oferecidas pela Sociologia, e, principalmente, nos enxergarmos como
parte integrante dessas instituições. Não como uma peça num tabuleiro de um jogo, mas como
sujeitos atuantes e com capacidade de mudar as regras do jogo quando considerarmos
necessário. Nossa intenção ao propor este tema de estudo vai muito além da simples
informação de conteúdos da sociologia, avalizados pelos grandes nomes desta ciência.
Pretendemos que você, com auxílio dos instrumentais teóricos da Sociologia, possa
compreender a dinâmica da sociedade contemporânea, aprenda a questionar as “verdades”
que lhe são colocadas, e possa inserir-se de forma crítica e criativa nas diversas instituições
sociais que compõem o sistema social.
Nascemos todos em algum lugar da sociedade: num bairro de periferia, num edifício no centro
da cidade, numa favela, num condomínio fechado, e pertencemos quase sempre a algum tipo
de família. É dentro da família que aprendemos os primeiros valores do grupo e da sociedade
a que pertencemos. Os pais (ou aqueles que cumprem este papel), criam e provêm os filhos
de condições para a subsistência e esperam desses respeito e obediência. A sociedade espera
que os pais trabalhem e tenham uma vida honesta, às mães cabe o amor incondicional, capaz
de fazê-las abrir mão da própria vida para ver a felicidade de seus filhos. Isso pode parecer
um pouco exagerado, mas, às vezes, a caricatura de uma situação nos permite enxergá-la
melhor. Bem, crescemos ouvindo que a família é um lugar “sagrado”, que devemos respeitar
nossos pais, que tanto sacrifícios fizeram por nós. Crescemos ouvindo que é o bem mais
importante de um homem, e quando finalmente crescemos, “desejamos” formar outra família,
porque é isto que esperam de nós. Mas se não agirmos dessa forma esperada, se não nos
transformarmos no pai trabalhador, na “mãe santa”, no filho respeitoso? Se escolhermos outro
caminho e outros valores? Aí sofreremos o que a Sociologia chama de coerção social –
significa que seremos coagidos e pressionados pelo grupo familiar e pelas pessoas próximas
desse a retomar os valores preestabelecidos.
É o grupo familiar que também vai nos indicar os caminhos escolares e profissionais. Para
algumas famílias, percorrer toda a carreira escolar sem interrupção é algo indiscutível, e
desviar-se deste caminho previsto pode ser traumático. Novamente não escolhemos, mas as
escolhas já estão feitas. Quase sempre fazemos o que é esperado. Passemos agora para a
escola. Essa instituição ensina-nos novos padrões de comportamento, ou reforça aqueles que
já trazemos de nossa classe social e tenta nos fazer acreditar que somos todos iguais, porque
podemos nos sentar igualmente nas carteiras escolares.
Mas tão logo os alunos percebem que para haver igualdade é necessário mais do que um lugar na
escola, começam as reações contrárias à ordem. São as chamadas questões disciplinares. A
escola valoriza a ordem, a disciplina, o bom rendimento. Os adolescentes vêem neste momento
de suas vidas a oportunidade de rebelar-se contra os padrões de comportamento estabelecidos,
de agredir tudo que representa autoridade, de desprezar o que não atende a seus interesses
imediatos... Há uma outra instituição social com a qual você provavelmente
108
também convive. Caso tenha sido batizado ou iniciado em alguma religião em sua infância e
tenha crescido seguindo os ensinamentos de sua igreja, você desenvolveu o que se chama de
pensamento sagrado. Depois iremos analisar detalhadamente cada uma dessas instituições.
Fonte: Sociologia Ensino Médio. Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná.
PARA SABER MAIS – Veja a reportagem que dá uma ideia da importância do processo de
socialização e reflete sobre quais seriam os limites de um ser humano educado longe do
convívio social: https://www.youtube.com/watch?v=C5cYyMN-M8E
ATIVIDADES - MÃO NA MASSA
Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são
permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades.
O “menino selvagem” de Aveyron
A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint-
Serin, no sul de França. Apesar do seu andar ereto, parecia mais um animal do que um ser
humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos.
Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que
era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às autoridades
locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir
constantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que
rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade.
A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem deficiências de
maior gravidade. Quando lhe foi mostrado a sua imagem refletida num espelho, apesar de
visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu
refletida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça).
Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a
por trás do ombro.
Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o
transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a
usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava,
contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar
mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição
detalhada do seu comportamento e reações, isto não acontecia por ele ser mentalmente
desfavorecido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos mais
progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade.
Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste gênero. É possível que
se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado,
109
é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos
psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra
idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram
registrados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na
ausência de um longo período de socialização primária.
Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian
Atividade 1- Segundo a experiência relatada no texto e os conteúdos estudados na
disciplina de sociologia neste bimestre podemos afirmar que:
a) A personalidade do indivíduo é uma herança genética transmitida de pais para filhos.
b) Para um indivíduo obter os modos e costumes ele precisa ser influenciado por um grupo
social.
c) Os homens não se diferenciam dos animais pela cultura que transmite ao seus filhos.
d) Que uma criança filha de casal chinês mesmo sendo nascido e criado no Brasil continuará
se comportando como um chinês.
Atividade 2- Por que a criança não desenvolveu as características que seriam de um
indivíduo de sua idade?
a) A cultura é algo que é transmitida via convivência social.
b)Devido a provável falta de nutrientes que sua alimentação apresentava.
c) Devido ao fato de ser necessário se comportar como um lobo para viver entre eles.
d)Devido a alguma anomalia mental apresentada por esse indivíduo.
Atividade 3- No terceiro parágrafo do texto o autor afirma que ; “...foram feitas tentativas
sistemáticas de o transformar de animal em humano”. São características que distinguem os
humanos dos animais, Exceto:
a) O fato dos humanos transmitirem cultura para sua descendência.
b) A capacidade de produzir e interpretar símbolos como a escrita.
c) O fato destes viverem em sociedade.
d) A capacidade de analisar seus atos, executar suas tarefas, planejar suas atividades e
colocá-las em prática.
Atividade 4- O autor no texto aponta as seguintes explicações para o fato do garoto não
conseguir se socializar totalmente, exceto.
a) Uma provável deficiência mental.
b) Possíveis traumas que a eventualmente o garoto pode ter sofrido em sua vivência na selva.
c) O fato de serem limitadas as nossas faculdades mentais longe do convívio social.
d) Provável violência sofrida por esse garoto por parte dos humanos .
110
SEMANA 3
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia: Família
OBJETO DE CONHECIMENTO: Conhecer e compreender as Mudança ocorridas nas
últimas décadas no perfil das famílias Brasileiras.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Estrutura social, mobilidade social, gênero e demografia
INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação)
TEMA: Família
Considerando-se que a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres
humanos enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização,
educação e formação para o mundo. Os grupos familiares caracterizam-se por vínculos
biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os agrupamentos humanos não
se limitou apenas ao aspecto da procriação e preservação da espécie, mas tornou-se um
fenômeno social.
As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são
pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes, o
amor existente entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea. Assim, os laços que
unem os indivíduos em família não se sustentam pela lógica da troca, da conveniência do
relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo dos negócios
em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo um grupo formal. Ao contrário,
a família é um grupo informal, no qual as pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por
conta deste sentimento criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de
residência, por exemplo), além da cooperação econômica.
Mas o que dizer dos inúmeros problemas familiares que tanto se ouve falar ou mesmo que se pode
enfrentar no dia a dia? As respostas para esta pergunta são várias, assim como o grau de
complexidade de cada uma pode variar. Porém, de maneira muito simplista, até certo ponto, é
possível afirmar que a gênese dos conflitos familiares está no momento em que as bases da união
(que justifica o tipo de relacionamento e de ligação) deste grupo começam a ser minadas pelo
despontar das personalidades, das opiniões diferentes, da individualidade de cada membro, o qual
não abre mão daquilo que lhe é particular (enquanto indivíduo) em nome da família. Para ilustrar,
basta pensar nos conflitos existentes em famílias com jovens adolescentes os quais, neste
momento em que deixam a infância para entrarem na vida adulta,
111
tornam-se muito mais críticos aos valores dos adultos que o cercam, muitas vezes cogitando
até mesmo, de forma impulsiva, abandonar o lar. Logo, nada mais natural do que os choques
de geração e conflitos entre pais e filhos neste sentido, o que não significa uma
desestabilização definitiva da família. Assim, a despeito disso, os vínculos construídos para
além do biológico permanecem.
Transformações na Família
As mudanças ocorridas durante o final do Século XIX e ao longo da primeira metade do Século
XX, tiveram implicações diretas nas famílias brasileiras da segunda metade do Século XX,
principalmente na saída da mulher para o mercado de trabalho, na educação dos filhos, na
impessoalidade nas relações sociais, no controle da natalidade e no enfraquecimento dos
laços de parentesco.
Historicamente, a preservação parcial da economia latifundiária explicaria, segundo Teruya
(2000, p. 10), a manutenção das enormes desigualdades sociais no país, juntamente com as
relações semi-patriarcais, principalmente nos estados do Norte. Por outro lado, o
desenvolvimento da economia industrial no Sudeste é que passou a transformar a família,
fazendo com que ela se nucleasse, para atender melhor às demandas da sociedade moderna,
e com que perdesse a sua função reprodutiva.
Para a autora, a condição urbano/rural foi a baliza para determinar o tipo familiar. E, também,
que a união do processo de urbanização e da industrialização da sociedade no século XX,
juntamente com o fenômeno da migração, fizeram com que o controle da produção passasse
gradualmente da família para os empresários capitalistas e para o Estado. Em decorrência
desta união ocorreram o enfraquecimento das relações de parentesco, a redução do tamanho
da família e a redução do poder do pai e do marido. (TERUYA, 2000, p. 10).
Atualmente as famílias são formadas por diversas estruturas: por exemplo, há mães solteiras
com seus filhos; pais com filhos adotivos; famílias formadas por casais que já tiveram outros
casamentos com filhos e decidiram ter outros filhos dessa união; temos ainda famílias
formadas por um casal e um “animal de estimação”… e, também, se questiona se podemos
considerar família o solteiro adulto que vive sozinho.
De modo, dois fatores recentes precipitaram toda essa transformação na organização familiar.
O primeiro fator foi a legalização do divórcio, que, no Brasil, virou lei em 1977. O segundo foi
o surgimento da pílula anticoncepcional, que garantiu aos homens e às mulheres a alternativa
de uma vida sexual desvinculada da paternidade/maternidade.
O flagrante da revolução contemporânea, pela qual passa a população e a família brasileira,
se completa com núcleos familiares formados por minorias como os homossexuais (com
casamento e adoção de crianças) e por conta das novas técnicas de reprodução (inseminação
artificial, doador de esperma, barriga de aluguel, etc.). A respeito destas famílias alternativas,
Danda Prado, em 1981, já apontava quatro formas de famílias cujas principais características
as diferenciavam das formas tradicionais:
112
a)A família criada em torno a um casamento dito “de participação” – trata-se aí de
ultrapassar os papéis sexuais.
b) O casamento dito “experimental” – que consiste na coabitação durante algum tempo, só
legalizando essa situação após o nascimento do primeiro filho.
c) Outra forma de família seria aquela baseada na “união livre”.
d) A família homossexual, quando duas pessoas de mesmo sexo vivem juntas, com crianças
adotivas ou resultantes de uniões anteriores, ou, no caso de duas mulheres, com filhos por
inseminação artificial. (PRADO, 1981, p. 19-22).
Assim, há uma questão que se coloca na contemporaneidade: Diante de tantos divórcios,
casamentos tardios e pessoas mais velhas morando ainda com os pais, ou mesmo vários
casamentos ao longo da vida unindo-se filhos de relacionamentos anteriores, a família
enquanto instituição estaria desaparecendo? Na tentativa de esboçar uma resposta, talvez
possamos afirmar que, obviamente, aquele sentido mais tradicional da palavra estaria sim em
extinção. Porém, tomando a família enquanto grupo e fenômeno social, é possível dizer que
ela passa por uma forte reestruturação.
“Em 2012 pela primeira vez, lares com formação tradicional deixam de ser maioria no país.”
O que está em declínio é a ideia de uma família na qual a mulher se restringe à esfera privada
dedicando-se exclusivamente aos afazeres domésticos, e ao homem cabe a esfera pública, da rua,
do mundo do trabalho. Neste padrão tradicional de família, a união entre os cônjuges era marcada,
predominantemente, pela cerimônia religiosa do casamento, independentemente da religião, fato
que contrasta com as uniões muito frequentes e pouco duradouras de agora, consequência direta
do temor em relação ao compromisso mais sério, principalmente pelos jovens. Também como sinal
dessa reformulação dos padrões e arranjos familiares estão as famílias que se iniciam com casais
homossexuais, o que acaba por gerar polêmica não apenas pelo fato da união em si (dados o
preconceito e a intolerância existentes), mas também quando se cogita a adoção de crianças por
eles, uma vez que no imaginário de boa parte das pessoas prevalece a ideia de uma família na
qual os pais têm sexos diferentes. Nestes novos padrões familiares, além da conquista de uma
maior independência pelas mulheres (em vários aspectos), elas casam-se e tornam-se mães agora
com mais idade, além de terem um número de filhos extremamente reduzido quando comparado
aos níveis de décadas passadas.
Dessa maneira, é importante considerar que, se a família é a base ou início do processo de
socialização dos indivíduos, o que se torna fundamental é que ela seja estruturada de tal forma
que o relacionamento entre seus integrantes seja pautado na harmonia e respeito entre seus pares,
dada a importância e influência que tal grupo exerce na vida de cada um. Logo, ao pensar na
família enquanto grupo não se trata aqui deBOM
fazerESTUDO!
uma apologia ao modelo do passado
ou ao do presente, mas de propor a reflexão quanto aos desdobramentos de sua conformação e
de suas transformações, uma vez que suas características refletem a sociedade de seu tempo, o
que faz dela (da família) um fenômeno social.
113
Paulo Silvino Ribeiro Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” Doutorando em Sociologia pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
fonte: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/familia-nao-apenas-um-grupo-mas-um-
fenomen
PARA SABER MAIS – https://www.youtube.com/watch?v=k2cDDZ55kC4
ATIVIDADES - MÃO NA MASSA
O Novo Perfil das Famílias Brasileiras.
Um novo recorte do censo 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra um retrato
detalhado da família brasileira. O estudo confirma características observadas nos últimos anos,
reflexo da mudança estrutural dos grupos familiares, da maior participação da mulher no
mercado de trabalho, das baixas taxas de fecundidade e do envelhecimento da população. E
detalha aspectos ainda não mensurados no país, como a maior disposição dos brasileiros para
dar início a um novo relacionamento conjugal depois de uma (ou mais) experiências de vida a
dois – resultado também da mudança na legislação no mesmo ano do estudo, o que tornou o
divórcio algo possível com uma simples passagem pelo cartório.
A novidade que emerge do estudo vem da preocupação do IBGE de, pela primeira vez, analisar
as famílias reconstituídas. Ou seja, “os núcleos constituídos depois da separação ou morte de um
dos cônjuges”. Esses grupos representam 16,3% do total de casais que vivem com filhos, sendo
eles de apenas um dos companheiros ou de ambos. São mais de 4,4 milhões as famílias com
essas características atualmente – o restante, quase 84%, é formado por casais com filhos do
marido e da mulher vivendo juntos no momento da entrevista. A composição de casais com filhos
ainda representa a maioria das famílias brasileiras, apesar da queda significa
Atividade 1- Segundo o texto são mudanças observadas nas famílias brasileiras nesse início
de século XXI, exceto.
a)A maior participação da mulher no mercado de trabalho.
b)Aumento do número de idosos
c) Baixas taxas de fecundidade.
d)Aumento do número de crianças por casal.
Atividade 2- No texto é apresentado o conceito de famílias recasada, em que consiste essa
definição?tiva nessa fatia da população: foi registradaBOMESTUDO! redução de 63,6%, em 2000,
para 54,9% em 2010.
114
a)São famílias formadas por pessoas do mesmo sexo.
b)São famílias chefiadas somente pelo pai.
c) São famílias chefiadas somente pela mãe.
d) São famílias formadas por homens e mulheres oriundos de outros casamentos e seus
respectivos filhos .
Atividade 3- Por que podemos entender as famílias como grupo de socialização primária?
a)Pois são nas famílias que as crianças aprendem a sua função no mercado de trabalho.
b) Porque cada vez menos as famílias se configuram importantes na socialização das crianças.
c)Pois são nas famílias que se dá início ao processo de socialização, educação e formação
para o mundo.
d) Por que as famílias só influenciam as pessoas de forma primária, sendo a sua identidade
formada posteriormente.
Atividade 4- Podemos definir família como:
a)Grupos primários com apenas o objetivo da procriação.
b)Apenas por constituições históricas.
c) Grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade
dos sentimentos entre as pessoas.
d)Apenas por vínculos Biológicos.
Atividade 5- São conclusões que podemos tirar acerca das Famílias Modernas, exceto:
a)Aumenta a cada ano a média de número de filhos por mulheres
b)As mulheres participam cada vez mais do mercado de Trabalho.
c) Mesmo ainda sendo maioria, o número de casais com filhos no Brasil tem diminuído.
d)Que cresce o número de brasileiros que iniciam um segundo casamento.
Atividade 6- Por que, segundo a análise de especialistas nas questões de gênero, as mães
são em parte responsáveis pela perpetuação do machismo em nossa sociedade?
a)Porque as mães educam de forma mais dedicada às suas filhas, deixando sem
educação seus filhos.
b)Porque as mães sofrem violência de seus esposos.
c) Porque os pais não educam seus filhos como manda a tradição.
d) Porque grande parte das mães educam seus filhos e filhas reproduzindo padrões machistas.
BOM ESTUDO!
115
SEMANA 4
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução a Sociologia: Religião
OBJETO DE CONHECIMENTO: Promoção do respeitar a diversidade Religiosas no
Brasil e no Mundo
INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação)
TEMA: Religião (Parte 2)
No que consiste a Sociologia da Religião?
A Sociologia da Religião é um ramo da Sociologia e ela se fundamenta na compreensão
humana entre o “profano” e o “sagrado”. Independente da crença, o que é mais significativo da
religião para a Sociologia é o papel fundamental que ela exerce na vida social.
Como é a pesquisa em Sociologia da Religião? Quais são os principais Sociólogos?
A pesquisa em Sociologia da Religião se dá de forma empírica, através de autores clássicos
como Émile Durkheim, Max Weber, Georg Simmel e outros autores que colaboram para essa
análise como Sigmund Freud e William James. Falaremos um pouco sobre os Clássicos.
Lembrando que, a orientação pessoal de cada sociólogo emerge de modo claro por meio das
próprias definições de religião.
Émile Durkheim e as Formas Religiosas – Durkheim considera a religião como parte essencial
da vida social, em sua própria obra “As formas elementares da vida religiosa” ele diz: “Nosso
objetivo, neste livro, é estudar a religião mais primitiva e simples atualmente conhecida, fazer a
análise dela, tentar sua explicação.” Para o sociólogo, a ciência não substitui a religião. Há algo
eterno na Religião. Em toda obra ele visa à busca da origem da vida social, e tem como pesquisa
o Totemismo de povos primitivos na Austrália. Em busca do universo ideológico do fenômeno
religioso ele consegue articular as representações de tempo, espaço, morte através da instituição
nas quais ele acreditava ter uma consciência coletiva. Ele conclui a obra entendendo que a religião
é algo eminentemente social, as representações religiosas são representações coletivas (Ritos)
nesse sentido a religião é um produto do coletivo.
Max Weber e a Religião – Um dos principais motivos de sua pesquisa foi captar as relações entre
economia e religião. Ele reconhece o capitalismo como uma força na realidade social moderna,
mas evita atribuir a uma só matriz a origem das dinâmicas sociais (divergindo de Marx). Nesse
sentido ele trabalha com o econômico e o religioso em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito
do Capitalismo”. Nessa obra ele analisa a origem de uma consciência e
116
econômica condicionada a um conteúdo da fé religiosa. Tem como recorte o caráter
predominante protestante calvinista, que em sua análise pregava a acumulação de capital em
um objetivo existencial, e que o sucesso na profissão é um sinal de predileção divina.
Georg Simmel, Religiosidade e Religião – Simmel dá início diferenciando os dois conceitos
– Religiosidade e Religião, que em sua opinião se difere pelo fato de que a Religião é criada
pela Religiosidade e não o contrário. A Religiosidade seria uma “ disposição de ânimo interior”,
e a religião uma fase mais avançada, uma objetivação da fé. Um processo similar que o autor
faz com natureza e cultura. Um exemplo: A crença na versão simmeliana seria um exemplo de
religiosidade, enquanto os ritos se encontrariam a meio caminho entre a religiosidade e
religião.
Religião segundo Karl Marx – “A religião é o Ópio do Povo ”
Karl Marx define a religião pura e simplesmente como uma projeção de nossa realidade terrena
para um plano superior metafísico. A religião consiste para ele em um mundo fantástico, criado
pela mente humana que tenta dar a certos fenômenos naturais um ar sobrenatural, isto
significa que religião com o seu Deus não passa de uma mera ilusão, algo a que não se deve
dar crédito.
Para aqueles que estudam, estudaram ou têm pelo menos uma noção de história da filosofia,
veremos que vários autores em sua antropologia não hesitaram em afirmar que o homem é
um ser dotado de carência. Marx é um destes:
Ele define a natureza humana por suas carências ou necessidades e pela dialética da satisfação
dessas necessidades, desdobrando-se seja na relação do homem com a natureza exterior pelo
trabalho, seja em sua relação com os outros homens pela natureza (LIMA VAZ, 2000, p. 129).
A religião, portanto, para Karl Marx, passa a uma ilusão, alienação, ou num dizer mais marxista
“um ópio” para amenizar o sofrimento. Uma teoria marxista sustenta que a religião surgiu
através do espanto, medo.
Intolerância Religiosa
A intolerância religiosa é um dos problemas mais delicados do mundo. O fanatismo religioso
conduz algumas pessoas a realizarem guerras ou conflitos contra as outras, em nome de sua
religião. A questão é preocupante porque envolve o ser humano em sua mais pura essência
quando sua crença religiosa é colocada em jogo.
Intolerância religiosa é um termo que descreve um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas
a crenças e práticas religiosas. Que somadas a falta de habilidade ou a vontade em reconhecer
e respeitar diferentes crenças de terceiros, é considerado um crime de ódio que fere a
liberdade e a dignidade humana.
Neste contexto, a perseguição pode tomar vários rumos, desde incitamento ao ódio até a
torturas e espancamentos.
117
Mas a perseguição não é um problema atual. Ela ocorre desde os primórdios da antiguidade,
quando os primeiros cristãos foram perseguidos por judeus e pagãos. Na Idade Média, no final
do Império Romano, os judeus foram perseguidos e as conversões forçadas se tornaram
comuns, como na Península Ibérica, em meados do Século XIV.
Durante o século XX, a perseguição religiosa atingiu proporções nunca vistas na história. A
perseguição em massa dos povos judeus pelos nazistas, fase mais conhecida como o
Holocausto, vitimou milhares de pessoas, não apenas pela raça, mas especificamente contra
os seus ideais religiosos.
Outro exemplo na Idade Contemporânea de perseguição não estatal foi por parte da antiga
União Soviética que perseguiu vários grupos religiosos de um estado de jurisdição ateísta. O
resultado foi o deslocamento forçado de 80 mil pessoas e a extinção de 2 cidades cristãs.
É inegável que o problema existe. Mas o Brasil não tem um histórico de conflitos armados
motivados pela religião, como ocorrem no Oriente Médio ou na Índia, por exemplo. Diante
disso, quais dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil?
Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de
um quarto (26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número
total é menor em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias. Mesmo assim,
mostra que a questão no país ainda não foi superada.
Para que a legislação não seja interferida por correntes religiosas, sociais, políticas e culturais,
o Estado é laico. Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso
VI, assegura a liberdade de crença religiosa, além da proteção e respeito às manifestações
religiosas e locais de culto.
Como as principais vítimas no Brasil são das religiões de matriz africana, como o candomblé
e a umbanda, em 2010 foi criada a Lei de nº 12.288 (Estatuto da Igualdade Racial), que busca
proteger esses cultos de matriz africana.
Mas é importante lembrar que crítica é diferente de intolerância. O direito de criticar dogmas é
assegurado como liberdade de expressão. Mas, atitudes agressivas, ofensas e tratamento
diferenciado a alguém por causa de sua crença ou de não possuir uma religião, são
considerados crimes sem fiança.
Diante deste conceito amplo, podemos resumir como liberdade religiosa:
– O direito de ter uma religião e crer num ser divino;
– O direito de não ter uma religião e não crer em um ser divino;
– O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso comum (públicos).
118
Aperfeiçoar a tolerância às diferenças é indispensável no regime democrático, pois quando se
consegue fazer valer a laicidade do Estado, os direitos fundamentais são preservados.
A laicidade do Estado está ligada a diversos direitos humanos, como: liberdade de expressão,
liberdade de crença e de não crença, igualdade de gênero e os direitos da população LGBT.
Reconhecendo que a prática de intolerância religiosa constitui violação no Estado Democrático
de Direito, contribui não apenas para preservar os direitos fundamentais das pessoas, mas
também para a laicidade do Estado, que tem por finalidade construir uma sociedade livre, justa
e solidária.
Estado laico e Estado religioso
É importante conhecer a diferença entre Estado laico e Estado religioso para entender
a relação entre o Estado e as religiões.
No Estado laico, o princípio constitucional da igualdade visa a condenar a existência de
tratamento diferenciado do Estado às religiões.
O conceito de Estado diz respeito ao conjunto de instituições políticas e administrativas
responsáveis por ordenar e regular o espaço de um povo ou nação. A existência de um Estado
pressupõe que ele possua seu próprio território, que tenha ação soberana, seja dirigido por um
governo próprio e seja pessoa jurídica de direito público internacionalmente reconhecida. No
que diz respeito à relação de um Estado com as religiões nele existentes, ele pode ser
categorizado em duas classificações distintas: Estado laico e Estado religioso.
Estado Laico: é aquele que prevê a neutralidade em matéria confessional, não adotando
nenhuma religião como oficial e mantendo equidistância entre os cultos. É conhecido
também como Estado Secular. Em alguns Estados laicos, há incentivo à religiosidade e à
tolerância entre os credos, enquanto outros chegam a criar leis e mecanismos para dificultar
a manifestação religiosa em público.
Estado Laico x Estado Ateu
É importante ressaltar que o conceito de Estado laico não deve ser confundido com Estado
ateu, tendo em vista que o ateísmo e demais manifestações de “não crença” também se
incluem no direito à liberdade religiosa. No conceito de liberdade religiosa, inclui-se a liberdade
de ter uma crença e a de não ter uma crença. Assim sendo, confundir Estado laico com Estado
ateu é privilegiar essa crença (ou não crença) em detrimento das demais.
Estado Religioso: É aquele em que a religião interfere em alguma medida na
administração, legislação ou gestão pública e é também chamado de Estado confessional.
Na atualidade, está presente em especial no mundo islâmico, mas pode ser identificado
também na África e na Ásia.
119
O Estado pode ser classificado como laico ou religioso. Esse último manifesta-se de forma
orgânica ou subjetiva
O Estado confessional pode manifestar-se de forma orgânica, ou seja, as instituições religiosas
participam formalmente do governo, como se fosse um quarto poder e com autoridade para aprovar
ou rejeitar leis que desrespeitem o credo. Um exemplo recente foi o governo talibã do Afeganistão,
em que havia leis civis que regulamentavam hábitos e costumes da população de acordo com
princípios religiosos, cuja desobediência era punida pelo Estado.
O Estado também pode apresentar a manifestação religiosa por meio de interferência
subjetiva, em que um grupo ou instituição religiosa tem voz nas decisões de Estado e busca
salvaguardar seus interesses.
O Brasil e o Estado Laico
No Brasil, a legislação prevê a inviolabilidade da liberdade de crença e assegura o livre
exercício dos cultos religiosos
A atual Constituição não institui qualquer outra religião como sendo a oficial do Estado.
Estabelece em seu artigo 19, I o seguinte:
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer
cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.”
Em razão desse e de outros dispositivos constitucionais, diz-se que o Brasil é um Estado laico
onde há liberdade religiosa. A legislação ainda prevê que o direito à liberdade religiosa é
inviolável e que o Estado deve assegurar o livre exercício dos cultos religiosos e garantir a
proteção aos locais de culto e às suas liturgias.
Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/estado-laico-estado-religioso.htm
Apesar de manter da tendência de queda na concentração, a religião católica ainda é
seguida pela grande maioria dos brasileiros: 64,6%
Entre 2000 e 2010, o Brasil manteve a tendência de pluralização religiosa da população
constatada durante as últimas pesquisas censitárias realizada no País, segundo dados
divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os
católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da
população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem
perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872.
Segundo o IBGE, desde o primeiro recenseamento nacional até a década de 1970, o perfil recen
120
recenseamento nacional até a década de 1970, o perfil religioso da população brasileira
manteve como aspecto principal a hegemonia da religião católica apostólica romana,
característica herdada do processo histórico de colonização do País. As demais religiões
praticadas no Brasil tinham contingentes significativamente menores. Em aproximadamente
um século, a proporção de católicos na população variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de
99,7%, em 1872, para 91,8% em 1970.
PARA SABER MAIS – Assista o excelente programa sobre Intolerância religiosa no Brasil :
https://www.youtube.com/watch?v=4ytNf6dYeOQ
ATIVIDADES - MÃOS NA MASSA
Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são
permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades.
Atividade 1- Sobre as religiões brasileiras, assinale a alternativa incorreta.
a) A sociedade brasileira vivencia a presença de inúmeras manifestações religiosas, o que a
caracteriza como uma sociedade que possui um sincretismo religioso.
b) Existem no Brasil diversas manifestações religiosas, aquelas chamadas de orientais como
o budismo e as africanas como o candomblé.
121
c) Embora atualmente existam um número crescente de igrejas evangélicas e outras
denominações religiosas, o Brasil ainda é considerado um país de origem católica.
d) Manifestações religiosas como o candomblé e a umbanda sempre foram aceitas no país e
seus praticantes nunca foram alvos de preconceitos e discriminação.
e) Existem no Brasil pessoas que se declaram agnósticas e ateias, ou seja, que não
possuem nenhum tipo de religião e nem acreditam em Deus.
Atividade 2- Leia o texto abaixo e responda ao que se segue.
RIO – Uma série de mudanças no perfil da família brasileira tem sido registrada nas últimas
décadas e se confirma no Censo 2010. A proporção de casais que vivem em união consensual
teve grande aumento na década, enquanto o porcentual dos que são casados formalmente
teve queda significativa. Os casamentos informais são crescentes inclusive na população que
se diz católica, embora a Igreja reprove esse tipo de união conjugal.
A proporção de pessoas que vivem em união consensual passou de 28,6% em 2000 para 36,4%.
O percentual de casados no civil e no religioso caiu de 49,4% para 42,9%. Praticamente não houve
mudança na proporção dos que têm apenas casamento civil, que passou de 17,5% em 2000 para
17,2% em 2010. Os casados apenas no religioso caíram de 4,4% para 3,4%.
A reportagem acima indica que a religião no Brasil está:
a)deixando de ser importante nas famílias de classe baixa.
b)passando a ser irrelevante nas práticas afetivas.
c) chegando ao seu ápice através dos cultos matrimoniais.
d)rompendo os dogmas tradicionais do catolicismo.
e)aplicando os ensinamentos bíblicos ao dia-a-dia.
Atividade 3- (UERJ 2013) O censo de 2010 revelou mudanças
significativas na escolha de religião pelos brasileiros, como se pode
observar no gráfico.
122
A mudança registrada nos percentuais de evangélicos para o período 1980-2010 se explica
principalmente pelo seguinte fator:
a)estímulo à migração de fiéis, institucionalizando a criação de novos templos.
b)obrigatoriedade do ensino religioso na educação básica, favorecendo a conversão.
c) capacitação de funções de liderança, priorizando a formação superior de pastores.
d)ampliação de práticas missionárias, mobilizando os meios de comunicação de massa.
e)aumento da escolaridade da população Brasileira. .
Atividade 4- Na obra “À ética protestante e o espírito do capitalismo”, o sociólogo Max Weber analisa
a influência de um tipo de comportamento religioso no desenvolvimento do capitalismo moderno. O
autor destaca a relação particular entre a ética protestante e a questão do trabalho para mostrar, por
exemplo, que:
I)o trabalho deve ser encarado como um dever (vocação) e não como uma obrigação; e
II)o aumento de salário não significa aumento da produção.
Com base no enunciado e afirmações acima é CORRETO afirmar:
a) O surgimento do capitalismo moderno é o produto autêntico de uma mentalidade protestante.
b)O surgimento do moderno capitalismo do ocidente surgiu de modo acidental.
c)A suposta correlação entre aumento de salário e maior produtividade do trabalho nunca pode ser
comprovada.
d) A maneira protestante de encarar o trabalho contribuiu para o maior desenvolvimento do
capitalismo em países como a Inglaterra e os EUA.
e)O modo protestante de encarar o trabalho debilitou a expansão da produção econômica nos países
de maioria protestante.
Atividade 5- O conceito de Estado laico muitas vezes é visto de maneira equivocada, pois é confundido
com uma limitação estatal sobre as crenças e não crenças da população. Sobre a definição de Estado
laico, estão corretas as proposições a seguir, exceto:
VOLUME 2
SOCIOLOGIA ........................................................................................... pág. 146
Semana 1: O que é cultura?................................................................ pág. 146
Semana 2: Desigualdade Social......................................................... pág. 152
Semana 3: Socialização e Identidade de Gênero................................ pág. 161
Semana 4: Por que falar sobre raça e Etnia?...................................... pág. 169
145
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO – EM
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:
SEMANA 1
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea.
OBJETO DE CONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia e Português (Redação).
146
O QUE É CULTURA?
Você certamente já deve ter percebido que certas palavras são utilizadas com mais de um sen-
tido. É precisamente esse o caso do termo “cultura”. É comum, por exemplo, ouvirmos dizer que
determinada pessoa tem cultura porque fala vários idiomas ou porque conhece muitas obras de
literatura. Saindo do plano individual, também é frequente lermos que certa civilização produziu uma
cultura muito complexa do ponto de vista religioso. Além desses dois usos, eventualmente nos
deparamos com pessoas que costumam comparar a época atual com a do passado, dizendo, por
exemplo, que as pessoas da década de 1970 não apreciavam a cultura pop internacional tanto
quanto as de hoje o fazem. Em todos esses casos, estamos diante da mesma palavra, “cultura”.
Mas os sentidos com que ela aparece em cada um dos contextos são bastante diferentes, conforme
notou o pensador Félix Guattari. uma das contribuições de Guattari é a distinção dos três sentidos
usuais de “cultura”: cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria.
Cultura como valor (Capital cultural): Ela expressa a ideia de que é possível ter ou não ter determinada
cultura. É o caso, por exemplo, dos brasileiros que dominam a língua francesa, latina ou alemã, sendo, por isso,
considerados cultos. O uso do termo “cultura” para denotar um valor permite, portanto, determinar a distinção entre
quem tem e quem não tem uma suposta cultura (por exemplo, artística, musical, científi-ca, filosófica e matemática,
dentre outras). A noção de cultura como valor permite, ainda, classificar certo indivíduo como pertencente ao meio
culto ou inculto, dentre muitos outros. Pessoas que não dominam as normas da língua culta para a escrita, por
exemplo, tendem a ser classificadas como incultas.
Cultura-alma coletiva: É o uso cotidiano da palavra “cultura”, o chamado “cultura-alma coletiva”, é
sinônimo de “civilização”. Nesse caso, estamos diante da noção de que todas as pessoas, grupos e po-
vos têm cultura e identidade cultural. A população do interior do estado de São Paulo, por exemplo, tem
como parte integrante de sua identidade cultural um sotaque bastante peculiar na pronúncia do “r” em
palavras como “porta”, “jantar” e “dormir”, dentre tantas outras. É nesse sentido, portanto, que falamos
de cultura negra, chinesa ou ocidental, sempre fazendo referência aos traços culturais que possibilitam
a identificação e a caracterização dos indivíduos que constituem esses povos.
Cultura-mercadoria: O uso do termo “cultura” como cultura-mercadoria corresponde, segundo
Guattari, à chamada “cultura de massa”. Nesse caso, não se trata de avaliar a qualidade da cultura
que determinada pessoa tem ou não, nem tampouco de delimitar os traços culturais de um povo
(como os habitantes do interior de São Paulo). A noção de cultura-mercadoria está ligada a bens,
equipamentos e conteúdos teóricos e ideológicos de produtos que estão à disposição das pessoas
que querem e podem comprá-los. São os casos, por exemplo, de serviço, filmes, livros, músicas,
novelas, séries e programas de reality shows consumidos por milhões de pessoas dentro e fora do
Brasil. Ou seja, gente com reper-tórios culturais muito distintos (primeiro sentido) e oriundos de
culturais extremamente diversificadas (segundo sentido) pode muito bem partilhar a mesma cultura-
mercadoria quando assiste ao Big Brother ou escuta Katy Perry.
Disponível em: https://doutorgori.wordpress.com/2012/08/15/a-charge-da-semana/. Acesso em: 15/06/2020.
DIVERSIDADE CULTURAL E ETNOCENTRISMO
O etnocentrismo denota a maneira pela qual um grupo, identificado por sua particularidade cultural,
constrói uma imagem do universo que favorece a si mesmo. Compõe-se de uma valorização positiva do
próprio grupo, e um referência aos grupos exteriores marcada pela aplicação de normas do seu próprio grupo,
ignorando, portanto, a possibilidade de o outro ser diferente. Sendo baseado numa preferência que não
encontra uma validade racional, o etnocentrismo é encontrado, em diferentes graus, em todas as culturas
humanas. Mas não é só o fato de preferir a própria cultura que constitui o que se convencionou chamar de
etnocentrismo, e sim o preconceito acrítico em favor do próprio grupo e uma visão distorcida e preconceituosa
em relação aos demais. O etnocentrismo é um fenômeno sutil, que se manifesta através de omissões,
seleção de acontecimentos importantes, enunciado de um sistema de valores particular,
147
etc. Em sua expansão, a partir do século XV, as
sociedades européias se defrontaram com
outras sociedades e perceberam que estas não
eram feitas à sua imagem. A reação ime-diata
do Ocidente foi o etnocentrismo. Em seu
avanço, a cultura européia não só é etnocên-
trica, como também etnocidária. O etnocídio
Éa destruição de modos de vida e de pensa-
mentos diferentes dos compartilhados por
aqueles que conduzem à prática da destrui-ção,
que reconhecem a diferença como um mal que
deve ser sanado mediante a transfor-mação do
Outro em algo idêntico ao modelo imposto.
Resulta disso, segundo Jaulin, que o conjunto
submetido a essa cultura é homogê-
Disponível em: https://doutorgori.wordpress.com/2012/08/15/
a-charge-da-semana/. Acesso em: 15/06/2020.
neo, pois provém da extensão de si mesmo e da negação do Outro. O outro é sempre negado pelas
cultu-ras européias, pois o universo no qual está integrado passa a depender dessas culturas.
TELLES, Norma. A imagem do índio no livro didático: equivocada, enganadora. Em Aracy Lopes da Silva
(organizadora), A questão indígena na sala de aula, São Paulo, Brasiliense, 1987, p. 75-6.
CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA
Muito provavelmente você sabe o que é cultura, mas é preciso ressaltar que cultura, muitas vezes é
con-fundida com aquisição de conhecimentos, com educação, com erudição. A cultura é informação, é
a reunião de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, é herança social.
Por ser uma herança social, o ser humano “recebe” a cultura dos seus antepassados, mas cada
pes-soa, cada indivíduo é capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura é modificável, flexível,
o ser humano “recebe” a cultura e a remodela, portanto a cultura não é fixa.
E, falando em erudição, a chamada cultura erudita está associada às elites, os seus produtores
fa-zem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento é proveniente
do pen-samento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito
significa que tem instrução vasta e variada adquirida, sobretudo pela leitura). A arte erudita e de
vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes
exposições, público e divulgação. A Cultura Erudita é a produção acadêmica centrada no sistema
educacional, sobretudo na universidade, produzida por uma minoria de intelectuais.
Cultura é tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela é relativa,
não existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemães,
inclusive criadores da compreensão que muitos de nós ainda temos de “Cultura” com C maiúsculo,
indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e
equivocada tende a fazer afirmações do tipo: “ fulano é culto” “Fulano não tem cultura” ora, todos e
todas temos cultura!
Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, ou seja, a cultura erudita, e
por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposição à selvageria, à barbá-rie;
cultura é então a própria marca da civilização, como queriam os alemães ao idealizarem a idéia da
“Kultur” alemã indicando a superioridade da cultura alemã em detrimento das outras culturas, como
modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas do-minantes
da população de uma sociedade; se opõe à falta de domínio da língua escrita, ou à falta de acesso à
ciência, à arte e à religião daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de cultura a
respeito de todos os povos, nações, grupos ou sociedades humanas.
148
Cultura está muito associada a estudo, educação, formação escolar, o que não é correto; por
vezes se fala de cultura para se referir unicamente às manifestações artísticas, como o teatro, a
música, a pintura, a escultura, cinema, logo ouvimos falar também de acesso à cultura. Outras
vezes, ao se falar na cultura da nossa época ela é quase que identificada com os meios de comuni-
cação de massa, tais como o rádio, a televisão. Ou então cultura diz respeito às festas e cerimônias
tradicionais, às lendas e crenças de um povo, ou a seu modo de se vestir, à sua comida, a seu idio-
ma. A lista ainda pode aumentar mais.
Contudo, devemos entender como cultura todas as maneiras de existência humana. Essa tensão entre
referir-se a uma cultura dominante ou a qualquer cultura, permanece, e explica-se em parte a multiplici-dade
de significados do que seja cultura. Notem que é no segundo sentido que as ciências sociais costu-mam falar
de cultura, no sentido amplo, como fenômeno unicamente humano, que se refere a capacidade que os seres
humanos tem de dar significados às suas ações e ao mundo que os rodeia.
Cabe aqui iniciarmos uma conversa sobre cultura popular, que aparece associada ao povo, às clas-
ses excluídas socialmente, às classes dominadas. Ao contrário da cultura erudita, a cultura popular não
está ligada ao conhecimento científico, pelo contrário, ela diz respeito ao conhecimento vulgar ou
espontâneo, ao senso comum. Geralmente a cultura popular é identificada com folclore, conjunto das
lendas, contos e concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do campo,
das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades.
A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à tradição
(costumes, crenças, rituais) mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a incorporação de
elementos modernos pela cultura popular (como materiais como plástico, por exemplo) a transformação de
algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a comercialização de produtos
da arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores
terem um alcance maior do que o pequeno grupo de que fazem parte.
Todos os indivíduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura é diferente da
outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura não baseia-se somente na linguagem
escrita, e, como é herança social é transmitida de geração em geração. Cultura compreende uma série
de elementos, como costumes, crenças religiosas, vestimenta, língua, objetos, rituais etc.
149
ATIVIDADES
1 — A cultura material nada mais é que a importância que determinados objetos possuem para determi-
nado povo e sua cultura. É também através da cultura material que se ajuda a criar uma identidade
comum. Já a cultura imaterial é uma manifestação de elementos representativos, de hábitos, de
prá-ticas e costumes. A transmissão dessa cultura se dá muitas vezes pela tradição.
São exemplos de cultura Imaterial:
a) ( ) A religião, o sotaque e a roupa de um povo.
b) ( ) Comidas típicas, a roupa, arquitetura e a música.
c) ( ) Utensílios, a arquitetura, folclore e comidas típicas.
d) ( ) Festas, a religião, o folclore e o sotaque.
e) ( ) Sotaque, a roupa, arquitetura e a música.
2 — É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros
são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que
é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença;
no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc.
A definição corresponde a quais conceitos?
a) ( ) Relativismo cultural.
c) ( ) Etnocentrismo.
d) ( ) Heliocentrismo.
d) ( ) Diversidade cultural.
e) ( ) Preconceito.
3 — Não corresponde a uma atitude ou visão etnocêntrica:
a) ( ) Os índios brasileiros não tiveram a sua mão de obra aproveitada pelos portugueses por
que eram preguiçosos e não gostavam de trabalhar.
b) ( ) Os negros se tornaram escravos dado a sua condição física: mais fortes, resistentes,
destinados ao trabalho braçal.
c) ( ) As favelas são lugares carentes de cultura.
d) ( ) Toda sociedade possui seu valor e devem ser respeitadas em suas diversidades.
e) ( ) O Funk devido ao erotismo e ao estímulo ao consumo presentes nas letras de suas
músicas não pode ser considerado uma manifestação Cultural.
150
4 — O conceito “São diferenças culturais que existem entre os seres humanos. Há vários tipos, tais
como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da socie-
dade” diz respeito a:
a) ( ) Ações etnocêntricas.
b) ( ) Diversidade Cultural.
c) ( ) Relatividade Moral.
d) ( ) Descritivismo Antropológico.
e) ( ) Diversidade Linguística.
5 — Dentre as frases a seguir, identifique aquela que expressa a principal função das
propagandas em uma sociedade de consumo.
a) ( ) Informar os consumidores das virtudes dos produtos.
b) ( ) Divulgar o produto para atingir demanda já existente.
c) ( ) Esconder os problemas dos produtos.
d) ( ) Criar a necessidade de consumo alavancando a demanda (vendas).
e) ( ) Promover pessoas importantes.
151
SEMANA 2
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea.
OBJETO DE CONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia e Português (Redação).
152
DESIGUALDADE SOCIAL
A Desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação entre pessoas no contexto
de uma mesma sociedade, colocando alguns indivíduos em condições estruturalmente mais
vantajosas do que outros. Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço
geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais conhecida, em que boa parte
da população não dispõe de renda suficiente para gozar de mínimas condições de vida.
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo o mun-
do. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais
ricos detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra também que as 85 pessoas
mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente às 3,5 bilhões de pessoas mais pobres.
Diante desse panorama, que gera inúmeros excluídos e miseráveis em todo o mundo, surge a
ques-tão: o que causa a desigualdade social? A grande questão é que, desde as construções das
civilizações durante o período neolítico, quando as sociedades passaram a viver dos excedentes
que produziam, as diferenças sociais começaram a surgir. O problema, nesse caso, é a
intensificação da pobreza e da falta de equidade nas condições oferecidas para que os diferentes
indivíduos possam produzir suas próprias condições de sobrevivência.
O teórico Jean-Jacques Rousseau afirmava que a desigualdade é um fenômeno que tende a sempre
se intensificar no contexto social. As famílias mais pobres possuem um menor acesso à instrução e às
in-formações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, enquanto os grupos mais ricos
pos-suem um maior nível estrutural para investirem e multiplicarem sua renda e os largos benefícios
advindos dela. Para Rousseau, o que causa a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho,
com a criação da propriedade e dos bens particulares e não distribuíveis.
Outro pensador famoso por categorizar essa questão foi Karl Marx. Ele enxergava a sociedade
a par-tir da luta de classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a
burguesia e os trabalhadores, haja vista que a primeira era a detentora dos meios de produção,
controlando e retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos a partir do trabalho coletivo.
Essa lógica, perpetuada pela mais-valia, concentrava a renda e marginalizava os cidadãos, além de
criar o exército de reserva de desempregados, que garantia uma concorrência entre os próprios
trabalhadores, privando-os de sua emancipação.
Fonte: Disponivel em: https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.html
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE DESIGUALDADE SOCIAL
Conceitos de Meritocracia
Meritocracia é um sistema ou modelo de hie-
rarquização e premiação baseado nos méritos
pessoais de cada indivíduo. A origem etimológica
da palavra meritocracia vem do latim meritum, que
significa “mérito”, unida ao sufixo grego cra-cía,
que quer dizer “poder”. Assim, o significado literal
de meritocracia seria “poder do mérito”.
De acordo com a definição “pura” da
merito-cracia, o processo de
alavancamento profissional e social é uma
consequência dos méritos indivi-duais de
cada pessoa, ou seja, dos seus esforços e
dedicações. A meritocracia é um modelo
de dis-tribuição de recursos, prêmios ou
vantagens, cujo critério único a ser
considerado é o desempenho
Disponível em: https://falauniversidades.com.br/
igualdade-x-equidade-os-reflexos-na-sociedade-
brasileira/ Acesso em: 15/06/2020.
153
e as aptidões individuais de cada pessoa. Como uma das ideias que fundamenta moralmente o
libera-lismo, a meritocracia é um princípio essencial de justiça nas sociedades ocidentais modernas.
A partir dessa ideia é que se justifica e se legitima a forma como os recursos estão distribuídos na
sociedade. Segundo essa tese, a mobilidade social deve ser um resultado exclusivo dos esforços
individuais atra-vés da qualificação e do trabalho.
Você já se perguntou por que existem pessoas pobres e pessoas ricas em nossa sociedade? Será
que o “sucesso” depende da ação individual das pessoas (agência) ou é definido por questões sociais
(estrutura social) definida pelas maiores ou menores oportunidade que as pessoas tem ao nascer e
desfrutam ao longo de toda a sua vida. Para lhe ajudar a responder essa questão sugerimos que assista
o vídeo “O segredo da meritocracia” (acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YINTTV-jBrY4), ele
ajudará a entender as inúmeras variáveis que define a trajetória social de um indivíduo.
Concentração de riqueza
Fenômeno presente em sociedades marcadas por intensas desigualdades, onde grande parte
da riqueza produzida acaba por ficar nas mãos de uma pequena parcela de indivíduos. Tal situação
acaba por dificultar as possibilidades de mobilidade social (principalmente no que se refere à
ascensão social dos estratos mais pobres).
Historicamente, o Brasil tem apresentado um quadro de intensa concentração de riqueza nas
mãos de grupos elitizados. Nesse sentido, podemos destacar a concentração de riqueza e poder
nas mãos das elites agrárias durante todo o período da República Velha, onde os coronéis
(lideran-ças locais) dominavam com extrema violência as camadas populares. Ao mesmo tempo,
represen-tantes dos grandes latifundiários se revezavam no poder, fazendo com que a
concentração de terras e riquezas fosse mantida.
Fonte: Disponível em https://redacaonline.com.br/blog/infografico-10-dados-sobre-a-desigualdade-no-brasil/
Acesso em: 15/06/2020.
154
Mobilidade social
Possibilidade de um indivíduo migrar de um grupo social
para outro. Existem dois modelos de mobilidade: ascensão
social (migração de um grupo em posição socialmente inferior
para uma superior) e declínio ou queda social (passagem de
um grupo socialmente superior para outro inferior). A
mobilidade pode ser obtida mediante esforços ou conquistas
individuais (como nas sociedades de classes) ou por
concessões de gru-pos superiores (como nas sociedades
estamentais). No mode-lo de castas não existe a possibilidade
de ocorrer mobilidade social. Os indivíduos nascem e
permanecem no mesmo grupo social até a sua morte.
Status social
Fonte: Disponivel em: https://www.
portaldovestibulando.com/2014/10/
estratificacao-social-diferencas.html
Acesso em: 15/06/2020.
Construção da noção de prestígio a partir de características individuais. Conceito determinado pela
configuração de prestígio social presente em características individuais. Assim como os elementos que
determinam as desigualdades sociais, a noção de status também é construída socialmente.
O status pode ser “adquirido” (quando conquistado por ações individuais reconhecidas
coletivamen-te, como, por exemplo, a profissão) ou “atribuído” (mediante características individuais
que não podem ser transformadas, como a etnia).
Alguns dos principais elementos que determinam status na sociedade brasileira são renda, etnia,
gênero, formação educacional, local de moradia e profissão. Os indivíduos que não possuem as carac-
terísticas geradoras de status acabam por ser estigmatizados nas relações sociais.
Estratificação social
Conceito que analisa a existência de grupos hierarquicamente estabelecidos em uma sociedade.
A estratificação social pode ser explicada por diversos elementos, como, por exemplo, renda,
religião, origem ou etnia. Os elementos que configuram a estrutura hierárquica de um povo são
construídos socialmente, sendo sociologicamente explicados a partir de um determinado contexto.
A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada.
155
FORMAS DE MEDIR A DESIGUALDADE, ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANOS — IDH
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os
pa-íses pelo seu grau de “desenvolvimento humano” e para ajudar a classificar os países como
desenvol-vidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento
humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é
composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita
(como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional.
Fonte: Disponível em: http://g1.globo.com/economia/idhm-2013/
Acesso em: 15/06/2020.
Cada ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH
também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades
subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc.
IDH — Mundo
Fonte: Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/idh-indice-de-desenvolvimento-humano-dos-paises/
Acesso em: 15/06/2020
156
IDH — Brasil
157
Banco Mundial alerta para desigualdades de renda no Brasil
Em 1971, o economista holandês Jan Pen publicou um célebre tratado sobre a distribuição de renda
no Reino Unido, no qual descreveu um desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais
ricas, no fim. Daí surgiu o termo “O Desfile de Pen”. Neste mês, um estudo do Banco Mundial para a
América Latina e Caribe propôs o mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile mais
estranho da história”. “Por muito tempo, só se veriam pessoas incrivelmente pequenas (apenas alguns
centímetros de altura), um incrível desfile de anões. Levaria mais de 45 minutos para os participantes
alcançarem a mesma altura que os espectadores. Nos minutos finais, gigantes incríveis, mais altos do
que montanhas, apareceriam”, descreve o relatório, produzido pelo Gabinete do Economista-Chefe da
regional do Banco Mundial. O encerramento seria feito pelos milionários brasileiros, que teriam dois
terços de seus corpos a 100 km acima do nível do mar.
Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/news/infographic/2018/10/17/brazil-the-strangest-parade-history.
Acesso em: 15/06/2020.
PARA SABER MAIS — Os vídeos abaixo nos ajudam a refletir sobre o quadro de desigualdade
social no Brasil, que nos leva a vivenciar uma triste e contraditória realidade onde somos ao mesmo
tempo um país rico com muita pobreza.
Ilha das Flores — https://www.youtube.com/watch?v=RRady6kla34
Lixo Extraordinário — https://www.youtube.com/watch?v=ZdZHab1ZB8Q
158
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
Análise de filmes ou séries.
Pesquise sobre filmes que tratam do tema das desigualdades sociais e realize as seguintes
atividades:
f) Resumo da obra (1 lauda — sem cópias da internet)
g) Contexto (Tipo de sociedade, personagens principais, tempo histórico...)
h) Qual a relação da obra escolhida e o tema da desigualdade social?
(Sugestões — Elizium, Era uma Vez, Cidade de Deus, Episódio Chaves... A hora da
estrela; O homem que virou suco; Central do Brasil; Bye Bye Brasil.)
ATIVIDADE 2
CARTA AO PREFEITO
Pesquisar em seu bairro/comunidade (Verifique com os pais, avós, tios, amigos mais velhos):
f) Quais os principais problemas relacionados a desigualdade social em seu bairro?
g) Como são tratados esses problemas? (segurança, educação, saúde, moradia, transporte,
emprego).
h) Em comparação aos problemas de antigamente e aos atuais, o que mudou? Cite
exemplos. O que você acha que pode ser feito para amenizar essa desigualdade.
i) Utilize a pesquisa como referência e elabore uma carta ou e-mail ao prefeito expondo os
problemas sociais existentes em seu bairro.
ATIVIDADE 3
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manoel Bandeira)
159
1 — Caracterize, compare e dê exemplos de diversidades humanas e desigualdades sociais.
2 — Quais as principais características das desigualdades apresentadas em nosso texto?
3 — Cite pelo menos três características comuns às desigualdades.
4 — Vivemos em um mundo de igualdade de condições?
5 — Diante dos vários espaços de sociabilidade, todos têm o mesmo acesso aos mesmos bens
materiais?
6 — Pesquise dados sobre a divisão da riqueza (distribuição da renda) no Brasil e no mundo.
160
SEMANA 3
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea.
OBJETO DE CONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia e Português (Redação).
161
SOCIALIZAÇÃO E IDENTIDADE DE GÊNERO
“Não se nasce mulher, torna-se mulher” — Simone de Beauvoir
“Um caminho dentro da Sociologia para se analisar “as origens das diferenças de gênero é estudar a
socialização do gênero, a aprendizagem de papéis do gênero com o auxílio de organismos sociais, como a
família e a mídia. Essa abordagem faz distinção entre sexo biológico e gênero social — uma criança nasce
com o primeiro e desenvolve o segundo. Pelo contato com vários organismos sociais, tanto primários como
secundários, as crianças internalizam gradualmente as normas e as expectativas sociais que são percebidas
como correspondentes ao seu sexo. As diferenças de gênero não são biolo-gicamente determinadas, são
culturalmente produzidas. De acordo com essa visão, as desigualdades de gênero surgem porque homens
e mulheres são socializados em papéis diferentes.” Na socializa-ção do gênero “meninos e meninas são
guiados por “sanções” positivas e negativas, forças socialmente aplicadas que recompensam ou restringem
o comportamento. Por exemplo, um menino poderia ser sancionado positivamente em seu comportamento
(“Que menino valente você é!”), ou ser alvo de san-ções negativas (“Meninos não brincam com bonecas”).
Essas afirmações positivas e negativas ajudam meninos e meninas a aprender os papéis sociais esperados
e a adequar-se a eles.”
“As influências sociais na identidade de gênero fluem por meio de diversos canais;” …
“Estudos sobre as interações entre pais e filhos, por exemplo, mostram diferenças distintas no
tratamento de meninos e meninas, mesmo quando os pais acreditam que suas reações para am-
bos sejam iguais. Os brinquedos, os livros ilustrados e os programas de televisão experienciados
por crianças tendem a enfatizar diferenças entre os atributos masculinos e femininos. Embora a
situa-ção, de alguma forma, esteja mudando, os personagens masculinos em geral superam em
número os femininos na maior parte dos livros infantis, contos de fadas, programas de televisão e
filmes. Os personagens masculinos tendem a representar papéis mais ativos e aventurosos,
enquanto os femininos são retratados passivos, esperançosos e voltados à vida doméstica.
Pesquisadoras femi-nistas demonstraram como produtos culturais e de mídia, comercializados para
audiências jovens, encarnam atitudes tradicionais para com o gênero e os tipos de objetivos e
ambições esperados em meninos e meninas.”
Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br
Desigualdades de gênero — Conceitos básicos
O sexo biológico se refere a diferenças físicas e biológicas entre os membros do sexo masculino e
do feminino. Gênero, por outro lado, é um conceito social. É um termo que se refere aos aspectos
culturais e sociais associados ao fato de se pertencer ao sexo masculino ou feminino.
A manifestação social da identidade de gênero de acordo com as expectativas culturais e sociais
constitui o papel social de gênero, que se refere a forma como a sociedade espera que uma pessoa
se comporte pelo fato de pertencer ao sexo masculino ou feminino, determina por exemplo, como
homens e mulheres devem se vestir, pensar, falar e interagir e refletem os valores da sociedade e
são transmi-tidos de geração em geração.
As posturas para o comportamento sexual não são uniformes entre as sociedades do mundo. No
século XIX, os pressupostos religiosos sobre a sexualidade foram substituídos em parte por visões
médicas. Observa-se uma transição nas sociedades ocidentais para um posicionamento mais liberal
sobre a sexualidade, com a liberação da sexualidade especialmente a partir da década de 1960.
Falar de relações de gênero é falar das características atribuídas a cada sexo pela sociedade e
sua cultura. A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a construção social do que é ser
homem ou ser mulher. O gênero é uma forma significativa de estratificação social. As desigualdades
de gêne-ro ocorrem porque os homens e as mulheres são socializados para papéis diferentes; são
orientados nesse processo por sanções positivas e negativas, forças socialmente aplicadas que
recompensam ou limitam o comportamento.
162
Processo de socialização
A socialização designa o processo que introduz uma pessoa à sua cultura e na qual aprende a
viver em sociedade e a decodificar as formas de fazer, de agir, de pensar e de sentir do seu ambiente
social e cultural. (Rocher, 1968) Deste modo através do processo de socialização a pessoa constrói
a sua identi-dade social e interioriza as normas, os valores e os saberes que lhe permitem entrar em
relação com os outros e de funcionar no seio de um grupo, na sociedade.
Mudanças sociais na vida das mulheres
Evidentemente, a presença de uma fala feminina em locais que lhes eram até então proibidos,
ou pouco familiares, é uma inovação do século XIX que muda o mundo moderno. Contudo ainda
existem muitas esferas em que a desigualdade é grande.
MULHERES EM RISCO
As mulheres vivenciam episódios de assédio sexual ao longo das suas vidas. Dados da ONG
Catalyst apontam que cerca de 50% das mulheres da União Europeia denunciaram algum tipo
de assédio sexual no local de trabalho. No mundo, a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) indi-ca que mais de 50% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual, mas a maioria
não denuncia por falta de provas;
No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 67% dos casos
de violência contra as mulheres são cometidos por parentes próximos ou conhecidos das famílias
das vítimas, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes e apenas 10% dos estupros
são notificados;
Entre as mulheres pretas e pardas brasileiras, os assassinatos aumentaram 54% em dez
anos (entre 2003 e 2013), segundo o Mapa da Violência de 2015, elaborado pela Faculdade
Latino-Ameri-cana de Ciências Sociais (Flacso), OPAS, ONU Mulheres Brasil e Ministério das
Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O número entre esse grupo é muito superior
aos 21% de incremento nos assassinatos entre todas as mulheres. Das mortes violentas, 50,3%
são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros;
AS MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO
De acordo com o Censo de 2010, as mulheres são atualmente 58% dos universitários no
Brasil. Entretanto, elas representam apenas 2% dos presidentes das 250 maiores empresas
brasileiras, segundo um levantamento de 2013 da consultoria Bain & Company;
Segundo pesquisa da FGV Direito de São Paulo baseada em dados das empresas mais de
800 de capital aberto no Brasil disponíveis na CVM, 48% das empresas ainda não tem nenhuma
mulher no conselho de administração, 66,5% das empresas não apresentam sequer uma mulher
em posição de diretoria executiva. O número de mulheres no conselho de administração mais
diretoria executi-va passou de 7,8% em 2003 para 8,8% em 2013;
As mulheres são 43% dos empreendedores do Brasil, mas apenas 20% delas têm faturamento
mensal superior a R$ 30 mil. Esse cenário reforça as dificuldades apontadas pelo Índice Global de
Empreendedorismo e Desenvolvimento da DELL (GEDI) 47, que investiga as condições de suporte
ao empreendedorismo feminino de alto impacto pelo mundo. O GEDI apontou que 22 dos 30 países
pesquisados em 2014 não tinham condições mínimas de incentivo ao empreendedorismo feminino,
como acesso a crédito, networking (rede capacitação para as mulheres;
As mulheres ainda são as principais responsáveis pelo afazeres domésticos: um relatório do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) 48 apontou que a média de dedicação semanal das mulheres a
esse tipo de trabalho é de 25 horas semanais contra a média 10 horas semanais entre homens;
163
No Brasil, a média salarial feminina corresponde a 74,5% da média salarial masculinas, de
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, do Instituto Brasileiro
de Geogra-fia e Estatística (IBGE). Para as mulheres negras, além da diferença salarial temos
ainda uma maior concentração em ocupações de menor remuneração: um estudo de 2009 do
IPEA apontou que 21% das mulheres negras no Brasil são trabalhadoras domésticas contra
12,5% das mulheres brancas e apenas 22% têm carteira assinada.
Além de desafios práticos que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho, como a conciliação
da carreira e família de forma mais intensa que os homens, precisam lidar com obstáculos invisíveis:
os estereótipos. O Center for WorkLife Law da Universidade da Califórnia validou em pesquisa a
exis-tência de quatro grupos de estereótipos que dificultam o avanço profissional feminino: barreira
da maternidade, corda justa, prove novamente e guerra de gênero.
AS MULHERES E A PRODUTIVIDADE
As mulheres são uma grande força para a economia mundial: representam mais de 40% da
mão de obra global, 43% da força de trabalho atuante e mais da metade dos estudantes
universitários do mundo, de acordo com um relatório de 2012 do Banco Mundial:
• De acordo com um relatório de 2015 do McKinsey Global Institute, resolver a desigualdade
de gênero em todas as suas dimensões poderia adicionar US$ 28 trilhões ao PIB global em
2025, o equivalente à soma das economias e da China e dos Estados Unidos somadas.
Apenas no Bra-sil, essa mudança poderia gerar um PIB 30% maior, em 2025, com até US$
850 bilhões a mais em circulação;
• Os países que promovem os direitos das mulheres e aumentam o acesso delas aos recursos e ao
ensino têm taxas de pobreza mais baixas, crescimento econômico mais rápido e menos cor-rupção
do que os países onde isso não ocorre, de acordo com evidências do estudo Desenvolvi-mento e
Gênero — Igualdade de Género em Direitos, Recursos e Voz, do Banco Mundial.
Fonte: Cartilha: Principio de empoeiramento das Mulheres - adaptado Disponível em http://www.onumulheres.org.br/wp-content/
uploads/2016/04/cartilha_WEPs_2016.pdf. Acesso em: 15/06/2020.
Contextualizando a violência contra as mulheres no Brasil
As mulheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios
lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e familiares. O fenômeno da violên-
cia doméstica e sexual praticado contra mulheres constitui uma das principais formas de violação dos
Direitos Humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física.
Fonte: Disponível em: http://incid.org.br/2012/11/29/ong-de-sao-goncalo-combate-a-violencia-contra-a-mulher/.
Acesso em: 15/06/2020
164
Políticas de segurança para as mulheres
As políticas públicas podem ser aplicadas em forma de programas, ações, campanhas, serviços,
leis e diversas outras atividades desenvolvidas pelos governos (federal, estadual ou municipal), com
a participação de entes públicos ou privados. Essas ações têm como objetivo assegurar
determinados direitos à população, de forma difusa ou focada especificamente em algum segmento
social, cultural, étnico ou econômico. Trata de direitos garantidos constitucionalmente ou
publicamente reconhecidos por sua necessidade.
Fonte: Políticas Públicas: conceitos e práticas. SEBRAE, 2008.
HOMOFOBIA
Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da homos-
sexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se,
muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal. A palavra homofobia significa a repulsa ou o
preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. Esse termo teria sido utilizado pela
primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a partir dos anos 90, teria sido difundido
ao redor do mundo. A palavra fobia denomina uma espécie de “medo irracional”, e o fato de ter sido
empregada nesse sentido é motivo de discussão ainda entre alguns teóricos com relação ao emprego
do termo. Assim, entende-se que não se deve resumir o conceito a esse significado.
Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude
de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade,
baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão,
norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de hierarquização das sexualidades.
Todavia, deve-se compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade
humana. No decorrer da história, inúmeras denominações foram usadas para identificar a
homossexualidade, refletindo o caráter preconceituoso das sociedades que cunharam determinados
termos, como: pe-cado mortal, perversão sexual, aberração.
Outro componente da homofobia é a projeção. Para a psicologia, a projeção é um mecanismo
de defesa dos seres humanos, que coloca tudo aquilo que ameaça o ser humano como sendo algo
externo a ele. Assim, o mal é sempre algo que está fora do sujeito e ainda, diferente daqueles com
os quais se identifica. Por exemplo, por muitos anos, acreditou-se que a AIDS era uma doença que
contaminava exclusivamente homossexuais. Dessa forma, o “aidético” era aquele que tinha relações
homossexuais. Assim, as pessoas podiam se sentir protegidas, uma vez que o mal da AIDS não
chegaria até elas (hete-rossexuais). A questão da AIDS é pouco discutida, mantendo confusões,
como essa, em vigor e susten-tando ideias infundadas. Algumas pesquisas apontam ainda para o
medo que o homofóbico tem de se sentir atraído por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o
desejo é projetado para fora e rejeitado, a partir de ações homofóbicas.
Assim, podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que compreende desde as
conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como violência e assassinato. A homofobia implica ainda
numa visão patológica da homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”. A
questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia compreende também questões
da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo
da equivalência de direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira, o
desaparecimento da hierarquia sexual estabelecida, como discutimos.
165
Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões fundamentais: de um
lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de outro, a dimensão cultural que destaca
a ques-tão cognitiva, onde o objeto do preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o
homosse-xual enquanto indivíduo.
Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legalidade da união estável entre
pesso-as do mesmo sexo no Brasil. A decisão retomou discussões acerca dos direitos da
homossexualidade, além de colocar a questão da homofobia em pauta. Apesar das conquistas no
campo dos direitos, a homossexualidade ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da
união homoafetiva não foi capaz de acabar com a homofobia, nem protegeu inúmeros homossexuais
de serem rechaçados, mui-tas vezes de forma violenta.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/homofobia.htm
166
ATIVIDADES
Questões para análise.
1 — Quais as principais mudanças na vida social das mulheres na modernidade?
2 — Cite formas de reprodução das desigualdades de gênero.
3 — Como combater as desigualdades de gênero no Brasil?
4 — Como combater a violência doméstica?
5 — Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construí-
dos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “A persistência da violência contra a mulher na so-
ciedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa
de seu ponto de vista. (25 linhas)
INSTRUÇÕES: A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de
correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
tiver até 7 (sete) linhas escritas, fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-
argumentativo; apresentar pro-posta de intervenção que desrespeite os direitos humanos; ou
apresentar parte do texto delibe-radamente desconectada do tema proposto.
167
TEXTO IV
168
SEMANA 4
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea.
OBJETO DE CONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identifcar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia e Português (Redação).
169
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  • 1. VOLUME 1 Sociologia ................................................................................................................................................. 104 Semana 1: ........................................................................................................................................................................10 5 Reconhecer a Sociologia como modo de desnaturalizar e estranhar estilos de vida, valores e condutas sociais . Identificar a relação entre fenômenos sociais e contextos históricos Semana 2: .................................................................................................................................................. 108 Reconhecer a Sociologia como modo de leitura crítica da realidade social. Utilizar as Ciências Sociais como meio de conhecer a realidade social. Semana 3: ...................................................................................................................................................112 Estrutura social, mobilidade social, gênero e demografia. Semana 4: ....................................................................................................................................................117 Promoção do respeitar a diversidade Religiosas no Brasil e no Mundo
  • 2.
  • 3. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS PLANO DE ESTUDO TUTORADO COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO NOME DA ESCOLA: NOME DO ALUNO: TURMA: TURNO: ORIENTAÇÕES AOS PAIS E RESPONSÁVEIS Prezado responsável, estamos vivenciando um momento de propagação em escala planetária do COVID-19, e como precaução e seguindo orientações nacionais e do governo estadual, nossas unidades escolares foram fechadas. Para não interrompermos o aprendizado sistematizado de nossos estudantes, preparamos um plano de estudo dividido em semanas e aulas que deverá ser realizado pelos alunos em seu espaço de vivência. Os conceitos principais de cada aula serão apresentados e em seguida o aluno será desafiado a resolver algumas atividades. Para respondê-las, ele poderá fazer pesquisas em fontes variadas disponíveis em sua residência. Contamos com sua colaboração para auxiliar seu(s) filho(s) na organização do tempo e no cumprimento das atividades 103
  • 4. DICA PARA O ALUNO QUER SABER MAIS? Caro estudante! Anotar é um exercício de A suspensão das aulas em virtude da seleção das ideias e de maior propagação do COVID-19 foi uma medida de aprendizado, por isso... segurança para sua saúde e da sua família. Mas, não é motivo para que você (1) Ao anotar, fazemos um deixe de estudar e aprender sempre. Dessa esforço de síntese. Como forma, você receberá planos de estudo de resultado, duas coisas cada um dos componentes curriculares. acontecem. Em primeiro Nesses planos, você terá acesso aos lugar, quem anota entende conceitos básicos da aula, e em seguida mais, pois está sempre realizará algumas atividades. Para resolvê-las fazendo um esforço de captar busque informações em diferentes fontes. o âmago da questão. Sabemos e confiamos no seu potencial em Repetindo, as notas são nossa aprender. tradução do que entendemos Contamos com seu esforço e dedicação para do conteúdo. não perder tempo e continuar aprendendo e (2) Em segundo lugar, ao ampliando seus saberes. anotar, nossa cabeça vaga menos. A disciplina de selecionar o que será escrito ajuda a manter a atenção no que está sendo dito ou lido, com menos divagações ou preocupações com outros problemas. Quando bate o sono ou o tédio, é a melhor maneira de retomar a atenção (3) Caro estudante, busque anotar sempre o que compreendeu de cada assunto estudado.
  • 5. SEMANA 1 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia: Instituições Sociais. OBJETO DE CONHECIMENTO: - Diferenciar a abordagem sociológica do senso comum HABILIDADE(S): CONTEÚDOS RELACIONADOS: - Reconhecer a Sociologia como modo de desnaturalizar e estranhar estilos de vida, valores e condutas sociais . - Identificar a relação entre fenômenos sociais e contextos históricos INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação) TEMA: Afinal de contas, sociologia para que ? Bem-vindo às aulas de sociologia!!! Em nossos encontros você irá obter subsídios para responder algumas questões de ciências humanas e suas tecnologias e desenvolver um tema de redação de forma mais elaborada e que busque se distanciar do que chamamos de SENSO COMUM. Para isso todos os temas tratados nas próximas aulas pretendem provocar em você uma Imaginação Sociológica do mundo que permite desnaturalizar visões da sociedade que, mesmo absurdas, são cotidianamente repetidas de forma automática, seguindo padrões culturais, midiáticos e sociais, sem nunca serem problematizadas. Como exemplo podemos citar algumas infelizes colocações;
  • 6. “Os homens são de natureza racional e as mulheres são de natureza sensível e sentimental. “ “Se somos todos iguais, para que cotas nas Universidades?” Talvez você concorde com uma ou várias das frases acima, mas você já se perguntou o porquê? Já tentou entender profundamente a raiz dessas questões? Será por que especialistas que dedicam sua vida aos estudos destes problemas tem opiniões tão contrárias à da população de forma geral? São estas perguntas que pretendemos sanar com esse curso. Portanto trataremos em nossas próximas aulas de temas como raça, gênero, violência, 104
  • 7. desigualdade social, criminalidade, cultura, política, direitos humanos, drogas e demais assuntos que fazem parte da nossa realidade cotidiana, buscando ir além de um olhar superficial destes fenômenos sociais. Para isso nos apoiaremos em dados e pesquisas que foram formulados por estudiosos que dedicaram suas vidas na investigação destes temas e que tem muito a nos dizer sobre esses fenômenos sociais. PARA SABER MAIS Veja o trailer do Filme “Diário de Uma Babá” que apresenta uma ideia do que seria o olhar desnaturalizado de nossa sociedade: https://www.youtube.com/watch?v=i8kXj2URh0o Assistir o filme completo é altamente recomendado: https://www.youtube.com/watch? v=SDed8KNtkvs
  • 9. ATIVIDADES Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades. Atividade 1- A sociologia é uma ciência criada no século XIX, em um contexto de grandes mudanças sociais e econômicas, com a explosão da revolução industrial e amplo progresso das ciências. Qual é o objeto de estudo da sociologia? a)Analisar os fenômenos sociais. b)Estudar o passado do homem. c) Estudar as plantas e os animais. d) Analisar as sociedades primitivas. Atividade 2- O que é fugir do senso comum? a)Pensar igual a todos, buscando não se diferenciar da opinião da maioria. b) Buscar formas mais elaboradas de pensar, tentando ver os diversos lados da questão analisada. c) Tentar criar explicações que justifique uma posição preconceituosa. d)Pensar por conta própria, sem levar em conta opiniões externas. Atividade 3- Quais são os principais autores clássicos da sociologia? a) Marx, Freud e Durkhein. b) Marx, Weber e Durkhein. c) Freud,Newton e Dalton. d) Freud, Newton e Marx. 4) Quais dos temas estudados pela sociologia esta charge abaixo faz referência?
  • 10. 106
  • 11. a)Desigualdade social e violência contra a mulher. b)Violência contra mulher e desigualdade racial. c) Diversidade cultural e violência contra mulher. d)Desigualdade social e violência urbana. SEMANA 2 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a Sociologia como modo de leitura crítica da realidade social. Utilizar as Ciências Sociais como meio de conhecer a realidade social. HABILIDADE(S) do CBC: INTERDISCIPLINARIDADE: História , Geografia , Filosofia e Português (Redação) O que você acha de obedecer regras, de cumprir ordens, de seguir caminhos que já foram preestabelecidos para você? É provável que você e muitos de seus colegas digam que não gostam de obedecer regras, e alguns chegam mesmo a afirmar com uma pontinha de orgulho que só fazem aquilo que gostam ou que têm vontade… Pois saiba que não é bem assim que as coisas acontecem. Mesmo que você se considere um rebelde, você está muito mais dentro da ordem que imagina, principalmente se você é um aluno devidamente matriculado no Ensino Médio, e está lendo este texto na escola ou em sua casa.
  • 12. Por que estamos falando disso? Para dizer que vivemos numa sociedade totalmente institucionalizada, ou seja, vivemos “imersos” em instituições sociais, portanto somos continuamente levados a realizar coisas que não escolhemos, e na maioria das vezes as realizamos “naturalmente”, sem questionar de onde e de quem partiu aquela ideia ou aquela ordem. Todo o nosso pensamento e nossa ação foram apreendidos e continuam constantemente sendo construídos no decorrer de nossa vida. Muito do que fazemos foi pensado e estabelecido por pessoas que nem existem mais. Desde o momento de nosso nascimento até a nossa morte estamos sempre atendendo às várias expectativas dos vários grupos que participamos. Por isso, nosso objetivo com este estudo é colocá-lo em contato com algumas instituições sociais muito presentes e atuantes em nossa sociedade, mais especificamente três: a escola, a religião e a família. 107
  • 13. Colocar em contato quer dizer conhecer um pouco das origens históricas das instituições, ou como foram construídas pelas diversas sociedades ao longo do tempo; perceber as transformações que foram sofrendo e como se configuram hoje, conhecer as diversas possibilidades de leitura oferecidas pela Sociologia, e, principalmente, nos enxergarmos como parte integrante dessas instituições. Não como uma peça num tabuleiro de um jogo, mas como sujeitos atuantes e com capacidade de mudar as regras do jogo quando considerarmos necessário. Nossa intenção ao propor este tema de estudo vai muito além da simples informação de conteúdos da sociologia, avalizados pelos grandes nomes desta ciência. Pretendemos que você, com auxílio dos instrumentais teóricos da Sociologia, possa compreender a dinâmica da sociedade contemporânea, aprenda a questionar as “verdades” que lhe são colocadas, e possa inserir-se de forma crítica e criativa nas diversas instituições sociais que compõem o sistema social. Nascemos todos em algum lugar da sociedade: num bairro de periferia, num edifício no centro da cidade, numa favela, num condomínio fechado, e pertencemos quase sempre a algum tipo de família. É dentro da família que aprendemos os primeiros valores do grupo e da sociedade a que pertencemos. Os pais (ou aqueles que cumprem este papel), criam e provêm os filhos de condições para a subsistência e esperam desses respeito e obediência. A sociedade espera que os pais trabalhem e tenham uma vida honesta, às mães cabe o amor incondicional, capaz de fazê-las abrir mão da própria vida para ver a felicidade de seus filhos. Isso pode parecer um pouco exagerado, mas, às vezes, a caricatura de uma situação nos permite enxergá-la melhor. Bem, crescemos ouvindo que a família é um lugar “sagrado”, que devemos respeitar nossos pais, que tanto sacrifícios fizeram por nós. Crescemos ouvindo que é o bem mais importante de um homem, e quando finalmente crescemos, “desejamos” formar outra família, porque é isto que esperam de nós. Mas se não agirmos dessa forma esperada, se não nos transformarmos no pai trabalhador, na “mãe santa”, no filho respeitoso? Se escolhermos outro caminho e outros valores? Aí sofreremos o que a Sociologia chama de coerção social – significa que seremos coagidos e pressionados pelo grupo familiar e pelas pessoas próximas desse a retomar os valores preestabelecidos. É o grupo familiar que também vai nos indicar os caminhos escolares e profissionais. Para algumas famílias, percorrer toda a carreira escolar sem interrupção é algo indiscutível, e desviar-se deste caminho previsto pode ser traumático. Novamente não escolhemos, mas as escolhas já estão feitas. Quase sempre fazemos o que é esperado. Passemos agora para a escola. Essa instituição ensina-nos novos padrões de comportamento, ou reforça aqueles que já trazemos de nossa classe social e tenta nos fazer acreditar que somos todos iguais, porque podemos nos sentar igualmente nas carteiras escolares. Mas tão logo os alunos percebem que para haver igualdade é necessário mais do que um lugar na escola, começam as reações contrárias à ordem. São as chamadas questões disciplinares. A escola valoriza a ordem, a disciplina, o bom rendimento. Os adolescentes vêem neste momento de suas vidas a oportunidade de rebelar-se contra os padrões de comportamento estabelecidos, de agredir tudo que representa autoridade, de desprezar o que não atende a seus interesses imediatos... Há uma outra instituição social com a qual você provavelmente
  • 14. 108
  • 15. também convive. Caso tenha sido batizado ou iniciado em alguma religião em sua infância e tenha crescido seguindo os ensinamentos de sua igreja, você desenvolveu o que se chama de pensamento sagrado. Depois iremos analisar detalhadamente cada uma dessas instituições. Fonte: Sociologia Ensino Médio. Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná. PARA SABER MAIS – Veja a reportagem que dá uma ideia da importância do processo de socialização e reflete sobre quais seriam os limites de um ser humano educado longe do convívio social: https://www.youtube.com/watch?v=C5cYyMN-M8E ATIVIDADES - MÃO NA MASSA Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades. O “menino selvagem” de Aveyron A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint- Serin, no sul de França. Apesar do seu andar ereto, parecia mais um animal do que um ser humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos. Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às autoridades locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir constantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade. A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem deficiências de maior gravidade. Quando lhe foi mostrado a sua imagem refletida num espelho, apesar de visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu refletida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça). Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a por trás do ombro. Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava, contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição detalhada do seu comportamento e reações, isto não acontecia por ele ser mentalmente
  • 16. desfavorecido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos mais progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade. Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste gênero. É possível que se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado, 109
  • 17. é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram registrados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na ausência de um longo período de socialização primária. Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian Atividade 1- Segundo a experiência relatada no texto e os conteúdos estudados na disciplina de sociologia neste bimestre podemos afirmar que: a) A personalidade do indivíduo é uma herança genética transmitida de pais para filhos. b) Para um indivíduo obter os modos e costumes ele precisa ser influenciado por um grupo social. c) Os homens não se diferenciam dos animais pela cultura que transmite ao seus filhos. d) Que uma criança filha de casal chinês mesmo sendo nascido e criado no Brasil continuará se comportando como um chinês. Atividade 2- Por que a criança não desenvolveu as características que seriam de um indivíduo de sua idade? a) A cultura é algo que é transmitida via convivência social. b)Devido a provável falta de nutrientes que sua alimentação apresentava. c) Devido ao fato de ser necessário se comportar como um lobo para viver entre eles. d)Devido a alguma anomalia mental apresentada por esse indivíduo. Atividade 3- No terceiro parágrafo do texto o autor afirma que ; “...foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar de animal em humano”. São características que distinguem os humanos dos animais, Exceto: a) O fato dos humanos transmitirem cultura para sua descendência. b) A capacidade de produzir e interpretar símbolos como a escrita. c) O fato destes viverem em sociedade. d) A capacidade de analisar seus atos, executar suas tarefas, planejar suas atividades e colocá-las em prática. Atividade 4- O autor no texto aponta as seguintes explicações para o fato do garoto não conseguir se socializar totalmente, exceto.
  • 18. a) Uma provável deficiência mental. b) Possíveis traumas que a eventualmente o garoto pode ter sofrido em sua vivência na selva. c) O fato de serem limitadas as nossas faculdades mentais longe do convívio social. d) Provável violência sofrida por esse garoto por parte dos humanos . 110
  • 19. SEMANA 3 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução ao Ensino de Sociologia: Família OBJETO DE CONHECIMENTO: Conhecer e compreender as Mudança ocorridas nas últimas décadas no perfil das famílias Brasileiras. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Estrutura social, mobilidade social, gênero e demografia INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação) TEMA: Família Considerando-se que a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. Os grupos familiares caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os agrupamentos humanos não se limitou apenas ao aspecto da procriação e preservação da espécie, mas tornou-se um fenômeno social. As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea. Assim, os laços que unem os indivíduos em família não se sustentam pela lógica da troca, da conveniência do relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo dos negócios em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo um grupo formal. Ao contrário, a família é um grupo informal, no qual as pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por conta deste sentimento criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de residência, por exemplo), além da cooperação econômica.
  • 20. Mas o que dizer dos inúmeros problemas familiares que tanto se ouve falar ou mesmo que se pode enfrentar no dia a dia? As respostas para esta pergunta são várias, assim como o grau de complexidade de cada uma pode variar. Porém, de maneira muito simplista, até certo ponto, é possível afirmar que a gênese dos conflitos familiares está no momento em que as bases da união (que justifica o tipo de relacionamento e de ligação) deste grupo começam a ser minadas pelo despontar das personalidades, das opiniões diferentes, da individualidade de cada membro, o qual não abre mão daquilo que lhe é particular (enquanto indivíduo) em nome da família. Para ilustrar, basta pensar nos conflitos existentes em famílias com jovens adolescentes os quais, neste momento em que deixam a infância para entrarem na vida adulta, 111
  • 21. tornam-se muito mais críticos aos valores dos adultos que o cercam, muitas vezes cogitando até mesmo, de forma impulsiva, abandonar o lar. Logo, nada mais natural do que os choques de geração e conflitos entre pais e filhos neste sentido, o que não significa uma desestabilização definitiva da família. Assim, a despeito disso, os vínculos construídos para além do biológico permanecem. Transformações na Família As mudanças ocorridas durante o final do Século XIX e ao longo da primeira metade do Século XX, tiveram implicações diretas nas famílias brasileiras da segunda metade do Século XX, principalmente na saída da mulher para o mercado de trabalho, na educação dos filhos, na impessoalidade nas relações sociais, no controle da natalidade e no enfraquecimento dos laços de parentesco. Historicamente, a preservação parcial da economia latifundiária explicaria, segundo Teruya (2000, p. 10), a manutenção das enormes desigualdades sociais no país, juntamente com as relações semi-patriarcais, principalmente nos estados do Norte. Por outro lado, o desenvolvimento da economia industrial no Sudeste é que passou a transformar a família, fazendo com que ela se nucleasse, para atender melhor às demandas da sociedade moderna, e com que perdesse a sua função reprodutiva. Para a autora, a condição urbano/rural foi a baliza para determinar o tipo familiar. E, também, que a união do processo de urbanização e da industrialização da sociedade no século XX, juntamente com o fenômeno da migração, fizeram com que o controle da produção passasse gradualmente da família para os empresários capitalistas e para o Estado. Em decorrência desta união ocorreram o enfraquecimento das relações de parentesco, a redução do tamanho da família e a redução do poder do pai e do marido. (TERUYA, 2000, p. 10). Atualmente as famílias são formadas por diversas estruturas: por exemplo, há mães solteiras com seus filhos; pais com filhos adotivos; famílias formadas por casais que já tiveram outros casamentos com filhos e decidiram ter outros filhos dessa união; temos ainda famílias formadas por um casal e um “animal de estimação”… e, também, se questiona se podemos considerar família o solteiro adulto que vive sozinho. De modo, dois fatores recentes precipitaram toda essa transformação na organização familiar. O primeiro fator foi a legalização do divórcio, que, no Brasil, virou lei em 1977. O segundo foi o surgimento da pílula anticoncepcional, que garantiu aos homens e às mulheres a alternativa de uma vida sexual desvinculada da paternidade/maternidade. O flagrante da revolução contemporânea, pela qual passa a população e a família brasileira, se completa com núcleos familiares formados por minorias como os homossexuais (com casamento e adoção de crianças) e por conta das novas técnicas de reprodução (inseminação
  • 22. artificial, doador de esperma, barriga de aluguel, etc.). A respeito destas famílias alternativas, Danda Prado, em 1981, já apontava quatro formas de famílias cujas principais características as diferenciavam das formas tradicionais: 112
  • 23. a)A família criada em torno a um casamento dito “de participação” – trata-se aí de ultrapassar os papéis sexuais. b) O casamento dito “experimental” – que consiste na coabitação durante algum tempo, só legalizando essa situação após o nascimento do primeiro filho. c) Outra forma de família seria aquela baseada na “união livre”. d) A família homossexual, quando duas pessoas de mesmo sexo vivem juntas, com crianças adotivas ou resultantes de uniões anteriores, ou, no caso de duas mulheres, com filhos por inseminação artificial. (PRADO, 1981, p. 19-22). Assim, há uma questão que se coloca na contemporaneidade: Diante de tantos divórcios, casamentos tardios e pessoas mais velhas morando ainda com os pais, ou mesmo vários casamentos ao longo da vida unindo-se filhos de relacionamentos anteriores, a família enquanto instituição estaria desaparecendo? Na tentativa de esboçar uma resposta, talvez possamos afirmar que, obviamente, aquele sentido mais tradicional da palavra estaria sim em extinção. Porém, tomando a família enquanto grupo e fenômeno social, é possível dizer que ela passa por uma forte reestruturação. “Em 2012 pela primeira vez, lares com formação tradicional deixam de ser maioria no país.” O que está em declínio é a ideia de uma família na qual a mulher se restringe à esfera privada dedicando-se exclusivamente aos afazeres domésticos, e ao homem cabe a esfera pública, da rua, do mundo do trabalho. Neste padrão tradicional de família, a união entre os cônjuges era marcada, predominantemente, pela cerimônia religiosa do casamento, independentemente da religião, fato que contrasta com as uniões muito frequentes e pouco duradouras de agora, consequência direta do temor em relação ao compromisso mais sério, principalmente pelos jovens. Também como sinal dessa reformulação dos padrões e arranjos familiares estão as famílias que se iniciam com casais homossexuais, o que acaba por gerar polêmica não apenas pelo fato da união em si (dados o preconceito e a intolerância existentes), mas também quando se cogita a adoção de crianças por eles, uma vez que no imaginário de boa parte das pessoas prevalece a ideia de uma família na qual os pais têm sexos diferentes. Nestes novos padrões familiares, além da conquista de uma maior independência pelas mulheres (em vários aspectos), elas casam-se e tornam-se mães agora com mais idade, além de terem um número de filhos extremamente reduzido quando comparado aos níveis de décadas passadas. Dessa maneira, é importante considerar que, se a família é a base ou início do processo de socialização dos indivíduos, o que se torna fundamental é que ela seja estruturada de tal forma que o relacionamento entre seus integrantes seja pautado na harmonia e respeito entre seus pares, dada a importância e influência que tal grupo exerce na vida de cada um. Logo, ao pensar na família enquanto grupo não se trata aqui deBOM fazerESTUDO! uma apologia ao modelo do passado ou ao do presente, mas de propor a reflexão quanto aos desdobramentos de sua conformação e
  • 24. de suas transformações, uma vez que suas características refletem a sociedade de seu tempo, o que faz dela (da família) um fenômeno social. 113
  • 25. Paulo Silvino Ribeiro Colaborador Brasil Escola Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas Mestre em Sociologia pela UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Doutorando em Sociologia pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas fonte: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/familia-nao-apenas-um-grupo-mas-um- fenomen PARA SABER MAIS – https://www.youtube.com/watch?v=k2cDDZ55kC4 ATIVIDADES - MÃO NA MASSA O Novo Perfil das Famílias Brasileiras. Um novo recorte do censo 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra um retrato detalhado da família brasileira. O estudo confirma características observadas nos últimos anos, reflexo da mudança estrutural dos grupos familiares, da maior participação da mulher no mercado de trabalho, das baixas taxas de fecundidade e do envelhecimento da população. E detalha aspectos ainda não mensurados no país, como a maior disposição dos brasileiros para dar início a um novo relacionamento conjugal depois de uma (ou mais) experiências de vida a dois – resultado também da mudança na legislação no mesmo ano do estudo, o que tornou o divórcio algo possível com uma simples passagem pelo cartório. A novidade que emerge do estudo vem da preocupação do IBGE de, pela primeira vez, analisar as famílias reconstituídas. Ou seja, “os núcleos constituídos depois da separação ou morte de um dos cônjuges”. Esses grupos representam 16,3% do total de casais que vivem com filhos, sendo eles de apenas um dos companheiros ou de ambos. São mais de 4,4 milhões as famílias com essas características atualmente – o restante, quase 84%, é formado por casais com filhos do marido e da mulher vivendo juntos no momento da entrevista. A composição de casais com filhos ainda representa a maioria das famílias brasileiras, apesar da queda significa Atividade 1- Segundo o texto são mudanças observadas nas famílias brasileiras nesse início de século XXI, exceto. a)A maior participação da mulher no mercado de trabalho.
  • 26. b)Aumento do número de idosos c) Baixas taxas de fecundidade. d)Aumento do número de crianças por casal. Atividade 2- No texto é apresentado o conceito de famílias recasada, em que consiste essa definição?tiva nessa fatia da população: foi registradaBOMESTUDO! redução de 63,6%, em 2000, para 54,9% em 2010. 114
  • 27. a)São famílias formadas por pessoas do mesmo sexo. b)São famílias chefiadas somente pelo pai. c) São famílias chefiadas somente pela mãe. d) São famílias formadas por homens e mulheres oriundos de outros casamentos e seus respectivos filhos . Atividade 3- Por que podemos entender as famílias como grupo de socialização primária? a)Pois são nas famílias que as crianças aprendem a sua função no mercado de trabalho. b) Porque cada vez menos as famílias se configuram importantes na socialização das crianças. c)Pois são nas famílias que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. d) Por que as famílias só influenciam as pessoas de forma primária, sendo a sua identidade formada posteriormente. Atividade 4- Podemos definir família como: a)Grupos primários com apenas o objetivo da procriação. b)Apenas por constituições históricas. c) Grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas. d)Apenas por vínculos Biológicos. Atividade 5- São conclusões que podemos tirar acerca das Famílias Modernas, exceto: a)Aumenta a cada ano a média de número de filhos por mulheres b)As mulheres participam cada vez mais do mercado de Trabalho. c) Mesmo ainda sendo maioria, o número de casais com filhos no Brasil tem diminuído. d)Que cresce o número de brasileiros que iniciam um segundo casamento. Atividade 6- Por que, segundo a análise de especialistas nas questões de gênero, as mães são em parte responsáveis pela perpetuação do machismo em nossa sociedade? a)Porque as mães educam de forma mais dedicada às suas filhas, deixando sem educação seus filhos. b)Porque as mães sofrem violência de seus esposos. c) Porque os pais não educam seus filhos como manda a tradição.
  • 28. d) Porque grande parte das mães educam seus filhos e filhas reproduzindo padrões machistas. BOM ESTUDO! 115
  • 29. SEMANA 4 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Introdução a Sociologia: Religião OBJETO DE CONHECIMENTO: Promoção do respeitar a diversidade Religiosas no Brasil e no Mundo INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação) TEMA: Religião (Parte 2) No que consiste a Sociologia da Religião? A Sociologia da Religião é um ramo da Sociologia e ela se fundamenta na compreensão humana entre o “profano” e o “sagrado”. Independente da crença, o que é mais significativo da religião para a Sociologia é o papel fundamental que ela exerce na vida social. Como é a pesquisa em Sociologia da Religião? Quais são os principais Sociólogos? A pesquisa em Sociologia da Religião se dá de forma empírica, através de autores clássicos como Émile Durkheim, Max Weber, Georg Simmel e outros autores que colaboram para essa análise como Sigmund Freud e William James. Falaremos um pouco sobre os Clássicos. Lembrando que, a orientação pessoal de cada sociólogo emerge de modo claro por meio das próprias definições de religião. Émile Durkheim e as Formas Religiosas – Durkheim considera a religião como parte essencial da vida social, em sua própria obra “As formas elementares da vida religiosa” ele diz: “Nosso objetivo, neste livro, é estudar a religião mais primitiva e simples atualmente conhecida, fazer a análise dela, tentar sua explicação.” Para o sociólogo, a ciência não substitui a religião. Há algo eterno na Religião. Em toda obra ele visa à busca da origem da vida social, e tem como pesquisa o Totemismo de povos primitivos na Austrália. Em busca do universo ideológico do fenômeno
  • 30. religioso ele consegue articular as representações de tempo, espaço, morte através da instituição nas quais ele acreditava ter uma consciência coletiva. Ele conclui a obra entendendo que a religião é algo eminentemente social, as representações religiosas são representações coletivas (Ritos) nesse sentido a religião é um produto do coletivo. Max Weber e a Religião – Um dos principais motivos de sua pesquisa foi captar as relações entre economia e religião. Ele reconhece o capitalismo como uma força na realidade social moderna, mas evita atribuir a uma só matriz a origem das dinâmicas sociais (divergindo de Marx). Nesse sentido ele trabalha com o econômico e o religioso em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Nessa obra ele analisa a origem de uma consciência e 116
  • 31. econômica condicionada a um conteúdo da fé religiosa. Tem como recorte o caráter predominante protestante calvinista, que em sua análise pregava a acumulação de capital em um objetivo existencial, e que o sucesso na profissão é um sinal de predileção divina. Georg Simmel, Religiosidade e Religião – Simmel dá início diferenciando os dois conceitos – Religiosidade e Religião, que em sua opinião se difere pelo fato de que a Religião é criada pela Religiosidade e não o contrário. A Religiosidade seria uma “ disposição de ânimo interior”, e a religião uma fase mais avançada, uma objetivação da fé. Um processo similar que o autor faz com natureza e cultura. Um exemplo: A crença na versão simmeliana seria um exemplo de religiosidade, enquanto os ritos se encontrariam a meio caminho entre a religiosidade e religião. Religião segundo Karl Marx – “A religião é o Ópio do Povo ” Karl Marx define a religião pura e simplesmente como uma projeção de nossa realidade terrena para um plano superior metafísico. A religião consiste para ele em um mundo fantástico, criado pela mente humana que tenta dar a certos fenômenos naturais um ar sobrenatural, isto significa que religião com o seu Deus não passa de uma mera ilusão, algo a que não se deve dar crédito. Para aqueles que estudam, estudaram ou têm pelo menos uma noção de história da filosofia, veremos que vários autores em sua antropologia não hesitaram em afirmar que o homem é um ser dotado de carência. Marx é um destes: Ele define a natureza humana por suas carências ou necessidades e pela dialética da satisfação dessas necessidades, desdobrando-se seja na relação do homem com a natureza exterior pelo trabalho, seja em sua relação com os outros homens pela natureza (LIMA VAZ, 2000, p. 129). A religião, portanto, para Karl Marx, passa a uma ilusão, alienação, ou num dizer mais marxista “um ópio” para amenizar o sofrimento. Uma teoria marxista sustenta que a religião surgiu através do espanto, medo. Intolerância Religiosa A intolerância religiosa é um dos problemas mais delicados do mundo. O fanatismo religioso conduz algumas pessoas a realizarem guerras ou conflitos contra as outras, em nome de sua religião. A questão é preocupante porque envolve o ser humano em sua mais pura essência quando sua crença religiosa é colocada em jogo.
  • 32. Intolerância religiosa é um termo que descreve um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas. Que somadas a falta de habilidade ou a vontade em reconhecer e respeitar diferentes crenças de terceiros, é considerado um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. Neste contexto, a perseguição pode tomar vários rumos, desde incitamento ao ódio até a torturas e espancamentos. 117
  • 33. Mas a perseguição não é um problema atual. Ela ocorre desde os primórdios da antiguidade, quando os primeiros cristãos foram perseguidos por judeus e pagãos. Na Idade Média, no final do Império Romano, os judeus foram perseguidos e as conversões forçadas se tornaram comuns, como na Península Ibérica, em meados do Século XIV. Durante o século XX, a perseguição religiosa atingiu proporções nunca vistas na história. A perseguição em massa dos povos judeus pelos nazistas, fase mais conhecida como o Holocausto, vitimou milhares de pessoas, não apenas pela raça, mas especificamente contra os seus ideais religiosos. Outro exemplo na Idade Contemporânea de perseguição não estatal foi por parte da antiga União Soviética que perseguiu vários grupos religiosos de um estado de jurisdição ateísta. O resultado foi o deslocamento forçado de 80 mil pessoas e a extinção de 2 cidades cristãs. É inegável que o problema existe. Mas o Brasil não tem um histórico de conflitos armados motivados pela religião, como ocorrem no Oriente Médio ou na Índia, por exemplo. Diante disso, quais dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil? Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto (26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número total é menor em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias. Mesmo assim, mostra que a questão no país ainda não foi superada. Para que a legislação não seja interferida por correntes religiosas, sociais, políticas e culturais, o Estado é laico. Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, assegura a liberdade de crença religiosa, além da proteção e respeito às manifestações religiosas e locais de culto. Como as principais vítimas no Brasil são das religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, em 2010 foi criada a Lei de nº 12.288 (Estatuto da Igualdade Racial), que busca proteger esses cultos de matriz africana. Mas é importante lembrar que crítica é diferente de intolerância. O direito de criticar dogmas é assegurado como liberdade de expressão. Mas, atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém por causa de sua crença ou de não possuir uma religião, são considerados crimes sem fiança. Diante deste conceito amplo, podemos resumir como liberdade religiosa: – O direito de ter uma religião e crer num ser divino;
  • 34. – O direito de não ter uma religião e não crer em um ser divino; – O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso comum (públicos). 118
  • 35. Aperfeiçoar a tolerância às diferenças é indispensável no regime democrático, pois quando se consegue fazer valer a laicidade do Estado, os direitos fundamentais são preservados. A laicidade do Estado está ligada a diversos direitos humanos, como: liberdade de expressão, liberdade de crença e de não crença, igualdade de gênero e os direitos da população LGBT. Reconhecendo que a prática de intolerância religiosa constitui violação no Estado Democrático de Direito, contribui não apenas para preservar os direitos fundamentais das pessoas, mas também para a laicidade do Estado, que tem por finalidade construir uma sociedade livre, justa e solidária. Estado laico e Estado religioso É importante conhecer a diferença entre Estado laico e Estado religioso para entender a relação entre o Estado e as religiões. No Estado laico, o princípio constitucional da igualdade visa a condenar a existência de tratamento diferenciado do Estado às religiões. O conceito de Estado diz respeito ao conjunto de instituições políticas e administrativas responsáveis por ordenar e regular o espaço de um povo ou nação. A existência de um Estado pressupõe que ele possua seu próprio território, que tenha ação soberana, seja dirigido por um governo próprio e seja pessoa jurídica de direito público internacionalmente reconhecida. No que diz respeito à relação de um Estado com as religiões nele existentes, ele pode ser categorizado em duas classificações distintas: Estado laico e Estado religioso. Estado Laico: é aquele que prevê a neutralidade em matéria confessional, não adotando nenhuma religião como oficial e mantendo equidistância entre os cultos. É conhecido também como Estado Secular. Em alguns Estados laicos, há incentivo à religiosidade e à tolerância entre os credos, enquanto outros chegam a criar leis e mecanismos para dificultar a manifestação religiosa em público. Estado Laico x Estado Ateu É importante ressaltar que o conceito de Estado laico não deve ser confundido com Estado ateu, tendo em vista que o ateísmo e demais manifestações de “não crença” também se incluem no direito à liberdade religiosa. No conceito de liberdade religiosa, inclui-se a liberdade de ter uma crença e a de não ter uma crença. Assim sendo, confundir Estado laico com Estado ateu é privilegiar essa crença (ou não crença) em detrimento das demais.
  • 36. Estado Religioso: É aquele em que a religião interfere em alguma medida na administração, legislação ou gestão pública e é também chamado de Estado confessional. Na atualidade, está presente em especial no mundo islâmico, mas pode ser identificado também na África e na Ásia. 119
  • 37. O Estado pode ser classificado como laico ou religioso. Esse último manifesta-se de forma orgânica ou subjetiva O Estado confessional pode manifestar-se de forma orgânica, ou seja, as instituições religiosas participam formalmente do governo, como se fosse um quarto poder e com autoridade para aprovar ou rejeitar leis que desrespeitem o credo. Um exemplo recente foi o governo talibã do Afeganistão, em que havia leis civis que regulamentavam hábitos e costumes da população de acordo com princípios religiosos, cuja desobediência era punida pelo Estado. O Estado também pode apresentar a manifestação religiosa por meio de interferência subjetiva, em que um grupo ou instituição religiosa tem voz nas decisões de Estado e busca salvaguardar seus interesses. O Brasil e o Estado Laico No Brasil, a legislação prevê a inviolabilidade da liberdade de crença e assegura o livre exercício dos cultos religiosos A atual Constituição não institui qualquer outra religião como sendo a oficial do Estado. Estabelece em seu artigo 19, I o seguinte: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.” Em razão desse e de outros dispositivos constitucionais, diz-se que o Brasil é um Estado laico onde há liberdade religiosa. A legislação ainda prevê que o direito à liberdade religiosa é inviolável e que o Estado deve assegurar o livre exercício dos cultos religiosos e garantir a proteção aos locais de culto e às suas liturgias. Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/estado-laico-estado-religioso.htm Apesar de manter da tendência de queda na concentração, a religião católica ainda é seguida pela grande maioria dos brasileiros: 64,6%
  • 38. Entre 2000 e 2010, o Brasil manteve a tendência de pluralização religiosa da população constatada durante as últimas pesquisas censitárias realizada no País, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Segundo o IBGE, desde o primeiro recenseamento nacional até a década de 1970, o perfil recen 120
  • 39. recenseamento nacional até a década de 1970, o perfil religioso da população brasileira manteve como aspecto principal a hegemonia da religião católica apostólica romana, característica herdada do processo histórico de colonização do País. As demais religiões praticadas no Brasil tinham contingentes significativamente menores. Em aproximadamente um século, a proporção de católicos na população variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8% em 1970. PARA SABER MAIS – Assista o excelente programa sobre Intolerância religiosa no Brasil :
  • 40. https://www.youtube.com/watch?v=4ytNf6dYeOQ ATIVIDADES - MÃOS NA MASSA Agora é hora de testar seus conhecimentos, lembre-se que as pesquisas e consultas são permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades. Atividade 1- Sobre as religiões brasileiras, assinale a alternativa incorreta. a) A sociedade brasileira vivencia a presença de inúmeras manifestações religiosas, o que a caracteriza como uma sociedade que possui um sincretismo religioso. b) Existem no Brasil diversas manifestações religiosas, aquelas chamadas de orientais como o budismo e as africanas como o candomblé. 121
  • 41. c) Embora atualmente existam um número crescente de igrejas evangélicas e outras denominações religiosas, o Brasil ainda é considerado um país de origem católica. d) Manifestações religiosas como o candomblé e a umbanda sempre foram aceitas no país e seus praticantes nunca foram alvos de preconceitos e discriminação. e) Existem no Brasil pessoas que se declaram agnósticas e ateias, ou seja, que não possuem nenhum tipo de religião e nem acreditam em Deus. Atividade 2- Leia o texto abaixo e responda ao que se segue. RIO – Uma série de mudanças no perfil da família brasileira tem sido registrada nas últimas décadas e se confirma no Censo 2010. A proporção de casais que vivem em união consensual teve grande aumento na década, enquanto o porcentual dos que são casados formalmente teve queda significativa. Os casamentos informais são crescentes inclusive na população que se diz católica, embora a Igreja reprove esse tipo de união conjugal. A proporção de pessoas que vivem em união consensual passou de 28,6% em 2000 para 36,4%. O percentual de casados no civil e no religioso caiu de 49,4% para 42,9%. Praticamente não houve mudança na proporção dos que têm apenas casamento civil, que passou de 17,5% em 2000 para 17,2% em 2010. Os casados apenas no religioso caíram de 4,4% para 3,4%. A reportagem acima indica que a religião no Brasil está: a)deixando de ser importante nas famílias de classe baixa. b)passando a ser irrelevante nas práticas afetivas. c) chegando ao seu ápice através dos cultos matrimoniais. d)rompendo os dogmas tradicionais do catolicismo. e)aplicando os ensinamentos bíblicos ao dia-a-dia. Atividade 3- (UERJ 2013) O censo de 2010 revelou mudanças significativas na escolha de religião pelos brasileiros, como se pode observar no gráfico.
  • 42. 122
  • 43. A mudança registrada nos percentuais de evangélicos para o período 1980-2010 se explica principalmente pelo seguinte fator: a)estímulo à migração de fiéis, institucionalizando a criação de novos templos. b)obrigatoriedade do ensino religioso na educação básica, favorecendo a conversão. c) capacitação de funções de liderança, priorizando a formação superior de pastores. d)ampliação de práticas missionárias, mobilizando os meios de comunicação de massa. e)aumento da escolaridade da população Brasileira. . Atividade 4- Na obra “À ética protestante e o espírito do capitalismo”, o sociólogo Max Weber analisa a influência de um tipo de comportamento religioso no desenvolvimento do capitalismo moderno. O autor destaca a relação particular entre a ética protestante e a questão do trabalho para mostrar, por exemplo, que: I)o trabalho deve ser encarado como um dever (vocação) e não como uma obrigação; e II)o aumento de salário não significa aumento da produção. Com base no enunciado e afirmações acima é CORRETO afirmar: a) O surgimento do capitalismo moderno é o produto autêntico de uma mentalidade protestante. b)O surgimento do moderno capitalismo do ocidente surgiu de modo acidental. c)A suposta correlação entre aumento de salário e maior produtividade do trabalho nunca pode ser comprovada. d) A maneira protestante de encarar o trabalho contribuiu para o maior desenvolvimento do capitalismo em países como a Inglaterra e os EUA. e)O modo protestante de encarar o trabalho debilitou a expansão da produção econômica nos países de maioria protestante. Atividade 5- O conceito de Estado laico muitas vezes é visto de maneira equivocada, pois é confundido com uma limitação estatal sobre as crenças e não crenças da população. Sobre a definição de Estado laico, estão corretas as proposições a seguir, exceto: VOLUME 2 SOCIOLOGIA ........................................................................................... pág. 146 Semana 1: O que é cultura?................................................................ pág. 146 Semana 2: Desigualdade Social......................................................... pág. 152 Semana 3: Socialização e Identidade de Gênero................................ pág. 161 Semana 4: Por que falar sobre raça e Etnia?...................................... pág. 169
  • 44. 145
  • 45. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS PLANO DE ESTUDO TUTORADO COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO – EM NOME DA ESCOLA: ESTUDANTE: TURMA: TURNO: MÊS: TOTAL DE SEMANAS: NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS: SEMANA 1 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea. OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo. HABILIDADE(S):
  • 46. Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica. INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação). 146
  • 47. O QUE É CULTURA? Você certamente já deve ter percebido que certas palavras são utilizadas com mais de um sen- tido. É precisamente esse o caso do termo “cultura”. É comum, por exemplo, ouvirmos dizer que determinada pessoa tem cultura porque fala vários idiomas ou porque conhece muitas obras de literatura. Saindo do plano individual, também é frequente lermos que certa civilização produziu uma cultura muito complexa do ponto de vista religioso. Além desses dois usos, eventualmente nos deparamos com pessoas que costumam comparar a época atual com a do passado, dizendo, por exemplo, que as pessoas da década de 1970 não apreciavam a cultura pop internacional tanto quanto as de hoje o fazem. Em todos esses casos, estamos diante da mesma palavra, “cultura”. Mas os sentidos com que ela aparece em cada um dos contextos são bastante diferentes, conforme notou o pensador Félix Guattari. uma das contribuições de Guattari é a distinção dos três sentidos usuais de “cultura”: cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria. Cultura como valor (Capital cultural): Ela expressa a ideia de que é possível ter ou não ter determinada cultura. É o caso, por exemplo, dos brasileiros que dominam a língua francesa, latina ou alemã, sendo, por isso, considerados cultos. O uso do termo “cultura” para denotar um valor permite, portanto, determinar a distinção entre quem tem e quem não tem uma suposta cultura (por exemplo, artística, musical, científi-ca, filosófica e matemática, dentre outras). A noção de cultura como valor permite, ainda, classificar certo indivíduo como pertencente ao meio culto ou inculto, dentre muitos outros. Pessoas que não dominam as normas da língua culta para a escrita, por exemplo, tendem a ser classificadas como incultas. Cultura-alma coletiva: É o uso cotidiano da palavra “cultura”, o chamado “cultura-alma coletiva”, é sinônimo de “civilização”. Nesse caso, estamos diante da noção de que todas as pessoas, grupos e po- vos têm cultura e identidade cultural. A população do interior do estado de São Paulo, por exemplo, tem como parte integrante de sua identidade cultural um sotaque bastante peculiar na pronúncia do “r” em palavras como “porta”, “jantar” e “dormir”, dentre tantas outras. É nesse sentido, portanto, que falamos de cultura negra, chinesa ou ocidental, sempre fazendo referência aos traços culturais que possibilitam a identificação e a caracterização dos indivíduos que constituem esses povos. Cultura-mercadoria: O uso do termo “cultura” como cultura-mercadoria corresponde, segundo Guattari, à chamada “cultura de massa”. Nesse caso, não se trata de avaliar a qualidade da cultura que determinada pessoa tem ou não, nem tampouco de delimitar os traços culturais de um povo (como os habitantes do interior de São Paulo). A noção de cultura-mercadoria está ligada a bens, equipamentos e conteúdos teóricos e ideológicos de produtos que estão à disposição das pessoas que querem e podem comprá-los. São os casos, por exemplo, de serviço, filmes, livros, músicas, novelas, séries e programas de reality shows consumidos por milhões de pessoas dentro e fora do Brasil. Ou seja, gente com reper-tórios culturais muito distintos (primeiro sentido) e oriundos de culturais extremamente diversificadas (segundo sentido) pode muito bem partilhar a mesma cultura- mercadoria quando assiste ao Big Brother ou escuta Katy Perry. Disponível em: https://doutorgori.wordpress.com/2012/08/15/a-charge-da-semana/. Acesso em: 15/06/2020. DIVERSIDADE CULTURAL E ETNOCENTRISMO O etnocentrismo denota a maneira pela qual um grupo, identificado por sua particularidade cultural, constrói uma imagem do universo que favorece a si mesmo. Compõe-se de uma valorização positiva do próprio grupo, e um referência aos grupos exteriores marcada pela aplicação de normas do seu próprio grupo, ignorando, portanto, a possibilidade de o outro ser diferente. Sendo baseado numa preferência que não encontra uma validade racional, o etnocentrismo é encontrado, em diferentes graus, em todas as culturas humanas. Mas não é só o fato de preferir a própria cultura que constitui o que se convencionou chamar de
  • 48. etnocentrismo, e sim o preconceito acrítico em favor do próprio grupo e uma visão distorcida e preconceituosa em relação aos demais. O etnocentrismo é um fenômeno sutil, que se manifesta através de omissões, seleção de acontecimentos importantes, enunciado de um sistema de valores particular, 147
  • 49. etc. Em sua expansão, a partir do século XV, as sociedades européias se defrontaram com outras sociedades e perceberam que estas não eram feitas à sua imagem. A reação ime-diata do Ocidente foi o etnocentrismo. Em seu avanço, a cultura européia não só é etnocên- trica, como também etnocidária. O etnocídio Éa destruição de modos de vida e de pensa- mentos diferentes dos compartilhados por aqueles que conduzem à prática da destrui-ção, que reconhecem a diferença como um mal que deve ser sanado mediante a transfor-mação do Outro em algo idêntico ao modelo imposto. Resulta disso, segundo Jaulin, que o conjunto submetido a essa cultura é homogê- Disponível em: https://doutorgori.wordpress.com/2012/08/15/ a-charge-da-semana/. Acesso em: 15/06/2020. neo, pois provém da extensão de si mesmo e da negação do Outro. O outro é sempre negado pelas cultu-ras européias, pois o universo no qual está integrado passa a depender dessas culturas. TELLES, Norma. A imagem do índio no livro didático: equivocada, enganadora. Em Aracy Lopes da Silva (organizadora), A questão indígena na sala de aula, São Paulo, Brasiliense, 1987, p. 75-6. CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA Muito provavelmente você sabe o que é cultura, mas é preciso ressaltar que cultura, muitas vezes é con-fundida com aquisição de conhecimentos, com educação, com erudição. A cultura é informação, é a reunião de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, é herança social. Por ser uma herança social, o ser humano “recebe” a cultura dos seus antepassados, mas cada pes-soa, cada indivíduo é capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura é modificável, flexível, o ser humano “recebe” a cultura e a remodela, portanto a cultura não é fixa. E, falando em erudição, a chamada cultura erudita está associada às elites, os seus produtores fa-zem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento é proveniente do pen-samento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida, sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação. A Cultura Erudita é a produção acadêmica centrada no sistema educacional, sobretudo na universidade, produzida por uma minoria de intelectuais.
  • 50. Cultura é tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela é relativa, não existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemães, inclusive criadores da compreensão que muitos de nós ainda temos de “Cultura” com C maiúsculo, indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e equivocada tende a fazer afirmações do tipo: “ fulano é culto” “Fulano não tem cultura” ora, todos e todas temos cultura! Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, ou seja, a cultura erudita, e por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposição à selvageria, à barbá-rie; cultura é então a própria marca da civilização, como queriam os alemães ao idealizarem a idéia da “Kultur” alemã indicando a superioridade da cultura alemã em detrimento das outras culturas, como modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas do-minantes da população de uma sociedade; se opõe à falta de domínio da língua escrita, ou à falta de acesso à ciência, à arte e à religião daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de cultura a respeito de todos os povos, nações, grupos ou sociedades humanas. 148
  • 51. Cultura está muito associada a estudo, educação, formação escolar, o que não é correto; por vezes se fala de cultura para se referir unicamente às manifestações artísticas, como o teatro, a música, a pintura, a escultura, cinema, logo ouvimos falar também de acesso à cultura. Outras vezes, ao se falar na cultura da nossa época ela é quase que identificada com os meios de comuni- cação de massa, tais como o rádio, a televisão. Ou então cultura diz respeito às festas e cerimônias tradicionais, às lendas e crenças de um povo, ou a seu modo de se vestir, à sua comida, a seu idio- ma. A lista ainda pode aumentar mais. Contudo, devemos entender como cultura todas as maneiras de existência humana. Essa tensão entre referir-se a uma cultura dominante ou a qualquer cultura, permanece, e explica-se em parte a multiplici-dade de significados do que seja cultura. Notem que é no segundo sentido que as ciências sociais costu-mam falar de cultura, no sentido amplo, como fenômeno unicamente humano, que se refere a capacidade que os seres humanos tem de dar significados às suas ações e ao mundo que os rodeia. Cabe aqui iniciarmos uma conversa sobre cultura popular, que aparece associada ao povo, às clas- ses excluídas socialmente, às classes dominadas. Ao contrário da cultura erudita, a cultura popular não está ligada ao conhecimento científico, pelo contrário, ela diz respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso comum. Geralmente a cultura popular é identificada com folclore, conjunto das lendas, contos e concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do campo, das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades. A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à tradição (costumes, crenças, rituais) mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela cultura popular (como materiais como plástico, por exemplo) a transformação de algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno grupo de que fazem parte. Todos os indivíduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura é diferente da outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura não baseia-se somente na linguagem escrita, e, como é herança social é transmitida de geração em geração. Cultura compreende uma série de elementos, como costumes, crenças religiosas, vestimenta, língua, objetos, rituais etc.
  • 52. 149
  • 53. ATIVIDADES 1 — A cultura material nada mais é que a importância que determinados objetos possuem para determi- nado povo e sua cultura. É também através da cultura material que se ajuda a criar uma identidade comum. Já a cultura imaterial é uma manifestação de elementos representativos, de hábitos, de prá-ticas e costumes. A transmissão dessa cultura se dá muitas vezes pela tradição. São exemplos de cultura Imaterial: a) ( ) A religião, o sotaque e a roupa de um povo. b) ( ) Comidas típicas, a roupa, arquitetura e a música. c) ( ) Utensílios, a arquitetura, folclore e comidas típicas. d) ( ) Festas, a religião, o folclore e o sotaque. e) ( ) Sotaque, a roupa, arquitetura e a música. 2 — É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc. A definição corresponde a quais conceitos? a) ( ) Relativismo cultural. c) ( ) Etnocentrismo. d) ( ) Heliocentrismo. d) ( ) Diversidade cultural. e) ( ) Preconceito. 3 — Não corresponde a uma atitude ou visão etnocêntrica: a) ( ) Os índios brasileiros não tiveram a sua mão de obra aproveitada pelos portugueses por que eram preguiçosos e não gostavam de trabalhar. b) ( ) Os negros se tornaram escravos dado a sua condição física: mais fortes, resistentes, destinados ao trabalho braçal. c) ( ) As favelas são lugares carentes de cultura. d) ( ) Toda sociedade possui seu valor e devem ser respeitadas em suas diversidades. e) ( ) O Funk devido ao erotismo e ao estímulo ao consumo presentes nas letras de suas
  • 54. músicas não pode ser considerado uma manifestação Cultural. 150
  • 55. 4 — O conceito “São diferenças culturais que existem entre os seres humanos. Há vários tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da socie- dade” diz respeito a: a) ( ) Ações etnocêntricas. b) ( ) Diversidade Cultural. c) ( ) Relatividade Moral. d) ( ) Descritivismo Antropológico. e) ( ) Diversidade Linguística. 5 — Dentre as frases a seguir, identifique aquela que expressa a principal função das propagandas em uma sociedade de consumo. a) ( ) Informar os consumidores das virtudes dos produtos. b) ( ) Divulgar o produto para atingir demanda já existente. c) ( ) Esconder os problemas dos produtos. d) ( ) Criar a necessidade de consumo alavancando a demanda (vendas). e) ( ) Promover pessoas importantes.
  • 56. 151
  • 57. SEMANA 2 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea. OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo. HABILIDADE(S): Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. CONTEÚDOS RELACIONADOS:
  • 58. Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica. INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação). 152
  • 59. DESIGUALDADE SOCIAL A Desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação entre pessoas no contexto de uma mesma sociedade, colocando alguns indivíduos em condições estruturalmente mais vantajosas do que outros. Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais conhecida, em que boa parte da população não dispõe de renda suficiente para gozar de mínimas condições de vida. Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo o mun- do. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais ricos detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra também que as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente às 3,5 bilhões de pessoas mais pobres. Diante desse panorama, que gera inúmeros excluídos e miseráveis em todo o mundo, surge a ques-tão: o que causa a desigualdade social? A grande questão é que, desde as construções das civilizações durante o período neolítico, quando as sociedades passaram a viver dos excedentes que produziam, as diferenças sociais começaram a surgir. O problema, nesse caso, é a intensificação da pobreza e da falta de equidade nas condições oferecidas para que os diferentes indivíduos possam produzir suas próprias condições de sobrevivência. O teórico Jean-Jacques Rousseau afirmava que a desigualdade é um fenômeno que tende a sempre se intensificar no contexto social. As famílias mais pobres possuem um menor acesso à instrução e às in-formações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, enquanto os grupos mais ricos pos-suem um maior nível estrutural para investirem e multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. Para Rousseau, o que causa a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho, com a criação da propriedade e dos bens particulares e não distribuíveis. Outro pensador famoso por categorizar essa questão foi Karl Marx. Ele enxergava a sociedade a par-tir da luta de classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os trabalhadores, haja vista que a primeira era a detentora dos meios de produção, controlando e retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos a partir do trabalho coletivo. Essa lógica, perpetuada pela mais-valia, concentrava a renda e marginalizava os cidadãos, além de criar o exército de reserva de desempregados, que garantia uma concorrência entre os próprios trabalhadores, privando-os de sua emancipação. Fonte: Disponivel em: https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.html CONCEITOS BÁSICOS SOBRE DESIGUALDADE SOCIAL Conceitos de Meritocracia Meritocracia é um sistema ou modelo de hie- rarquização e premiação baseado nos méritos pessoais de cada indivíduo. A origem etimológica da palavra meritocracia vem do latim meritum, que significa “mérito”, unida ao sufixo grego cra-cía, que quer dizer “poder”. Assim, o significado literal de meritocracia seria “poder do mérito”. De acordo com a definição “pura” da merito-cracia, o processo de alavancamento profissional e social é uma consequência dos méritos indivi-duais de cada pessoa, ou seja, dos seus esforços e dedicações. A meritocracia é um modelo de dis-tribuição de recursos, prêmios ou vantagens, cujo critério único a ser considerado é o desempenho
  • 61. e as aptidões individuais de cada pessoa. Como uma das ideias que fundamenta moralmente o libera-lismo, a meritocracia é um princípio essencial de justiça nas sociedades ocidentais modernas. A partir dessa ideia é que se justifica e se legitima a forma como os recursos estão distribuídos na sociedade. Segundo essa tese, a mobilidade social deve ser um resultado exclusivo dos esforços individuais atra-vés da qualificação e do trabalho. Você já se perguntou por que existem pessoas pobres e pessoas ricas em nossa sociedade? Será que o “sucesso” depende da ação individual das pessoas (agência) ou é definido por questões sociais (estrutura social) definida pelas maiores ou menores oportunidade que as pessoas tem ao nascer e desfrutam ao longo de toda a sua vida. Para lhe ajudar a responder essa questão sugerimos que assista o vídeo “O segredo da meritocracia” (acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YINTTV-jBrY4), ele ajudará a entender as inúmeras variáveis que define a trajetória social de um indivíduo. Concentração de riqueza Fenômeno presente em sociedades marcadas por intensas desigualdades, onde grande parte da riqueza produzida acaba por ficar nas mãos de uma pequena parcela de indivíduos. Tal situação acaba por dificultar as possibilidades de mobilidade social (principalmente no que se refere à ascensão social dos estratos mais pobres). Historicamente, o Brasil tem apresentado um quadro de intensa concentração de riqueza nas mãos de grupos elitizados. Nesse sentido, podemos destacar a concentração de riqueza e poder nas mãos das elites agrárias durante todo o período da República Velha, onde os coronéis (lideran-ças locais) dominavam com extrema violência as camadas populares. Ao mesmo tempo, represen-tantes dos grandes latifundiários se revezavam no poder, fazendo com que a concentração de terras e riquezas fosse mantida.
  • 62. Fonte: Disponível em https://redacaonline.com.br/blog/infografico-10-dados-sobre-a-desigualdade-no-brasil/ Acesso em: 15/06/2020. 154
  • 63. Mobilidade social Possibilidade de um indivíduo migrar de um grupo social para outro. Existem dois modelos de mobilidade: ascensão social (migração de um grupo em posição socialmente inferior para uma superior) e declínio ou queda social (passagem de um grupo socialmente superior para outro inferior). A mobilidade pode ser obtida mediante esforços ou conquistas individuais (como nas sociedades de classes) ou por concessões de gru-pos superiores (como nas sociedades estamentais). No mode-lo de castas não existe a possibilidade de ocorrer mobilidade social. Os indivíduos nascem e permanecem no mesmo grupo social até a sua morte. Status social Fonte: Disponivel em: https://www. portaldovestibulando.com/2014/10/ estratificacao-social-diferencas.html Acesso em: 15/06/2020. Construção da noção de prestígio a partir de características individuais. Conceito determinado pela configuração de prestígio social presente em características individuais. Assim como os elementos que determinam as desigualdades sociais, a noção de status também é construída socialmente. O status pode ser “adquirido” (quando conquistado por ações individuais reconhecidas coletivamen-te, como, por exemplo, a profissão) ou “atribuído” (mediante características individuais que não podem ser transformadas, como a etnia). Alguns dos principais elementos que determinam status na sociedade brasileira são renda, etnia, gênero, formação educacional, local de moradia e profissão. Os indivíduos que não possuem as carac- terísticas geradoras de status acabam por ser estigmatizados nas relações sociais. Estratificação social
  • 64. Conceito que analisa a existência de grupos hierarquicamente estabelecidos em uma sociedade. A estratificação social pode ser explicada por diversos elementos, como, por exemplo, renda, religião, origem ou etnia. Os elementos que configuram a estrutura hierárquica de um povo são construídos socialmente, sendo sociologicamente explicados a partir de um determinado contexto. A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. 155
  • 65. FORMAS DE MEDIR A DESIGUALDADE, ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANOS — IDH Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os pa-íses pelo seu grau de “desenvolvimento humano” e para ajudar a classificar os países como desenvol-vidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional. Fonte: Disponível em: http://g1.globo.com/economia/idhm-2013/ Acesso em: 15/06/2020. Cada ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc. IDH — Mundo
  • 66. Fonte: Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/idh-indice-de-desenvolvimento-humano-dos-paises/ Acesso em: 15/06/2020 156
  • 68. 157
  • 69. Banco Mundial alerta para desigualdades de renda no Brasil Em 1971, o economista holandês Jan Pen publicou um célebre tratado sobre a distribuição de renda no Reino Unido, no qual descreveu um desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais ricas, no fim. Daí surgiu o termo “O Desfile de Pen”. Neste mês, um estudo do Banco Mundial para a América Latina e Caribe propôs o mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile mais estranho da história”. “Por muito tempo, só se veriam pessoas incrivelmente pequenas (apenas alguns centímetros de altura), um incrível desfile de anões. Levaria mais de 45 minutos para os participantes alcançarem a mesma altura que os espectadores. Nos minutos finais, gigantes incríveis, mais altos do que montanhas, apareceriam”, descreve o relatório, produzido pelo Gabinete do Economista-Chefe da regional do Banco Mundial. O encerramento seria feito pelos milionários brasileiros, que teriam dois terços de seus corpos a 100 km acima do nível do mar. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/news/infographic/2018/10/17/brazil-the-strangest-parade-history. Acesso em: 15/06/2020.
  • 70. PARA SABER MAIS — Os vídeos abaixo nos ajudam a refletir sobre o quadro de desigualdade social no Brasil, que nos leva a vivenciar uma triste e contraditória realidade onde somos ao mesmo tempo um país rico com muita pobreza. Ilha das Flores — https://www.youtube.com/watch?v=RRady6kla34 Lixo Extraordinário — https://www.youtube.com/watch?v=ZdZHab1ZB8Q 158
  • 71. ATIVIDADES ATIVIDADE 1 Análise de filmes ou séries. Pesquise sobre filmes que tratam do tema das desigualdades sociais e realize as seguintes atividades: f) Resumo da obra (1 lauda — sem cópias da internet) g) Contexto (Tipo de sociedade, personagens principais, tempo histórico...) h) Qual a relação da obra escolhida e o tema da desigualdade social? (Sugestões — Elizium, Era uma Vez, Cidade de Deus, Episódio Chaves... A hora da estrela; O homem que virou suco; Central do Brasil; Bye Bye Brasil.) ATIVIDADE 2 CARTA AO PREFEITO Pesquisar em seu bairro/comunidade (Verifique com os pais, avós, tios, amigos mais velhos): f) Quais os principais problemas relacionados a desigualdade social em seu bairro? g) Como são tratados esses problemas? (segurança, educação, saúde, moradia, transporte, emprego). h) Em comparação aos problemas de antigamente e aos atuais, o que mudou? Cite exemplos. O que você acha que pode ser feito para amenizar essa desigualdade. i) Utilize a pesquisa como referência e elabore uma carta ou e-mail ao prefeito expondo os problemas sociais existentes em seu bairro. ATIVIDADE 3
  • 72. O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (Manoel Bandeira) 159
  • 73. 1 — Caracterize, compare e dê exemplos de diversidades humanas e desigualdades sociais. 2 — Quais as principais características das desigualdades apresentadas em nosso texto? 3 — Cite pelo menos três características comuns às desigualdades. 4 — Vivemos em um mundo de igualdade de condições?
  • 74. 5 — Diante dos vários espaços de sociabilidade, todos têm o mesmo acesso aos mesmos bens materiais? 6 — Pesquise dados sobre a divisão da riqueza (distribuição da renda) no Brasil e no mundo. 160
  • 75. SEMANA 3 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea. OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo. HABILIDADE(S): Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. CONTEÚDOS RELACIONADOS:
  • 76. Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica. INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação). 161
  • 77. SOCIALIZAÇÃO E IDENTIDADE DE GÊNERO “Não se nasce mulher, torna-se mulher” — Simone de Beauvoir “Um caminho dentro da Sociologia para se analisar “as origens das diferenças de gênero é estudar a socialização do gênero, a aprendizagem de papéis do gênero com o auxílio de organismos sociais, como a família e a mídia. Essa abordagem faz distinção entre sexo biológico e gênero social — uma criança nasce com o primeiro e desenvolve o segundo. Pelo contato com vários organismos sociais, tanto primários como secundários, as crianças internalizam gradualmente as normas e as expectativas sociais que são percebidas como correspondentes ao seu sexo. As diferenças de gênero não são biolo-gicamente determinadas, são culturalmente produzidas. De acordo com essa visão, as desigualdades de gênero surgem porque homens e mulheres são socializados em papéis diferentes.” Na socializa-ção do gênero “meninos e meninas são guiados por “sanções” positivas e negativas, forças socialmente aplicadas que recompensam ou restringem o comportamento. Por exemplo, um menino poderia ser sancionado positivamente em seu comportamento (“Que menino valente você é!”), ou ser alvo de san-ções negativas (“Meninos não brincam com bonecas”). Essas afirmações positivas e negativas ajudam meninos e meninas a aprender os papéis sociais esperados e a adequar-se a eles.” “As influências sociais na identidade de gênero fluem por meio de diversos canais;” … “Estudos sobre as interações entre pais e filhos, por exemplo, mostram diferenças distintas no tratamento de meninos e meninas, mesmo quando os pais acreditam que suas reações para am- bos sejam iguais. Os brinquedos, os livros ilustrados e os programas de televisão experienciados por crianças tendem a enfatizar diferenças entre os atributos masculinos e femininos. Embora a situa-ção, de alguma forma, esteja mudando, os personagens masculinos em geral superam em número os femininos na maior parte dos livros infantis, contos de fadas, programas de televisão e filmes. Os personagens masculinos tendem a representar papéis mais ativos e aventurosos, enquanto os femininos são retratados passivos, esperançosos e voltados à vida doméstica. Pesquisadoras femi-nistas demonstraram como produtos culturais e de mídia, comercializados para audiências jovens, encarnam atitudes tradicionais para com o gênero e os tipos de objetivos e ambições esperados em meninos e meninas.” Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br Desigualdades de gênero — Conceitos básicos O sexo biológico se refere a diferenças físicas e biológicas entre os membros do sexo masculino e do feminino. Gênero, por outro lado, é um conceito social. É um termo que se refere aos aspectos culturais e sociais associados ao fato de se pertencer ao sexo masculino ou feminino. A manifestação social da identidade de gênero de acordo com as expectativas culturais e sociais constitui o papel social de gênero, que se refere a forma como a sociedade espera que uma pessoa se comporte pelo fato de pertencer ao sexo masculino ou feminino, determina por exemplo, como homens e mulheres devem se vestir, pensar, falar e interagir e refletem os valores da sociedade e são transmi-tidos de geração em geração. As posturas para o comportamento sexual não são uniformes entre as sociedades do mundo. No século XIX, os pressupostos religiosos sobre a sexualidade foram substituídos em parte por visões médicas. Observa-se uma transição nas sociedades ocidentais para um posicionamento mais liberal sobre a sexualidade, com a liberação da sexualidade especialmente a partir da década de 1960.
  • 78. Falar de relações de gênero é falar das características atribuídas a cada sexo pela sociedade e sua cultura. A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a construção social do que é ser homem ou ser mulher. O gênero é uma forma significativa de estratificação social. As desigualdades de gêne-ro ocorrem porque os homens e as mulheres são socializados para papéis diferentes; são orientados nesse processo por sanções positivas e negativas, forças socialmente aplicadas que recompensam ou limitam o comportamento. 162
  • 79. Processo de socialização A socialização designa o processo que introduz uma pessoa à sua cultura e na qual aprende a viver em sociedade e a decodificar as formas de fazer, de agir, de pensar e de sentir do seu ambiente social e cultural. (Rocher, 1968) Deste modo através do processo de socialização a pessoa constrói a sua identi-dade social e interioriza as normas, os valores e os saberes que lhe permitem entrar em relação com os outros e de funcionar no seio de um grupo, na sociedade. Mudanças sociais na vida das mulheres Evidentemente, a presença de uma fala feminina em locais que lhes eram até então proibidos, ou pouco familiares, é uma inovação do século XIX que muda o mundo moderno. Contudo ainda existem muitas esferas em que a desigualdade é grande. MULHERES EM RISCO As mulheres vivenciam episódios de assédio sexual ao longo das suas vidas. Dados da ONG Catalyst apontam que cerca de 50% das mulheres da União Europeia denunciaram algum tipo de assédio sexual no local de trabalho. No mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) indi-ca que mais de 50% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual, mas a maioria não denuncia por falta de provas; No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 67% dos casos de violência contra as mulheres são cometidos por parentes próximos ou conhecidos das famílias das vítimas, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes e apenas 10% dos estupros são notificados; Entre as mulheres pretas e pardas brasileiras, os assassinatos aumentaram 54% em dez anos (entre 2003 e 2013), segundo o Mapa da Violência de 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Ameri-cana de Ciências Sociais (Flacso), OPAS, ONU Mulheres Brasil e Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O número entre esse grupo é muito superior aos 21% de incremento nos assassinatos entre todas as mulheres. Das mortes violentas, 50,3% são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros; AS MULHERES E O MERCADO DE TRABALHO De acordo com o Censo de 2010, as mulheres são atualmente 58% dos universitários no Brasil. Entretanto, elas representam apenas 2% dos presidentes das 250 maiores empresas brasileiras, segundo um levantamento de 2013 da consultoria Bain & Company; Segundo pesquisa da FGV Direito de São Paulo baseada em dados das empresas mais de 800 de capital aberto no Brasil disponíveis na CVM, 48% das empresas ainda não tem nenhuma mulher no conselho de administração, 66,5% das empresas não apresentam sequer uma mulher em posição de diretoria executiva. O número de mulheres no conselho de administração mais diretoria executi-va passou de 7,8% em 2003 para 8,8% em 2013;
  • 80. As mulheres são 43% dos empreendedores do Brasil, mas apenas 20% delas têm faturamento mensal superior a R$ 30 mil. Esse cenário reforça as dificuldades apontadas pelo Índice Global de Empreendedorismo e Desenvolvimento da DELL (GEDI) 47, que investiga as condições de suporte ao empreendedorismo feminino de alto impacto pelo mundo. O GEDI apontou que 22 dos 30 países pesquisados em 2014 não tinham condições mínimas de incentivo ao empreendedorismo feminino, como acesso a crédito, networking (rede capacitação para as mulheres; As mulheres ainda são as principais responsáveis pelo afazeres domésticos: um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) 48 apontou que a média de dedicação semanal das mulheres a esse tipo de trabalho é de 25 horas semanais contra a média 10 horas semanais entre homens; 163
  • 81. No Brasil, a média salarial feminina corresponde a 74,5% da média salarial masculinas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE). Para as mulheres negras, além da diferença salarial temos ainda uma maior concentração em ocupações de menor remuneração: um estudo de 2009 do IPEA apontou que 21% das mulheres negras no Brasil são trabalhadoras domésticas contra 12,5% das mulheres brancas e apenas 22% têm carteira assinada. Além de desafios práticos que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho, como a conciliação da carreira e família de forma mais intensa que os homens, precisam lidar com obstáculos invisíveis: os estereótipos. O Center for WorkLife Law da Universidade da Califórnia validou em pesquisa a exis-tência de quatro grupos de estereótipos que dificultam o avanço profissional feminino: barreira da maternidade, corda justa, prove novamente e guerra de gênero. AS MULHERES E A PRODUTIVIDADE As mulheres são uma grande força para a economia mundial: representam mais de 40% da mão de obra global, 43% da força de trabalho atuante e mais da metade dos estudantes universitários do mundo, de acordo com um relatório de 2012 do Banco Mundial: • De acordo com um relatório de 2015 do McKinsey Global Institute, resolver a desigualdade de gênero em todas as suas dimensões poderia adicionar US$ 28 trilhões ao PIB global em 2025, o equivalente à soma das economias e da China e dos Estados Unidos somadas. Apenas no Bra-sil, essa mudança poderia gerar um PIB 30% maior, em 2025, com até US$ 850 bilhões a mais em circulação; • Os países que promovem os direitos das mulheres e aumentam o acesso delas aos recursos e ao ensino têm taxas de pobreza mais baixas, crescimento econômico mais rápido e menos cor-rupção do que os países onde isso não ocorre, de acordo com evidências do estudo Desenvolvi-mento e Gênero — Igualdade de Género em Direitos, Recursos e Voz, do Banco Mundial. Fonte: Cartilha: Principio de empoeiramento das Mulheres - adaptado Disponível em http://www.onumulheres.org.br/wp-content/ uploads/2016/04/cartilha_WEPs_2016.pdf. Acesso em: 15/06/2020. Contextualizando a violência contra as mulheres no Brasil As mulheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e familiares. O fenômeno da violên- cia doméstica e sexual praticado contra mulheres constitui uma das principais formas de violação dos Direitos Humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física.
  • 82. Fonte: Disponível em: http://incid.org.br/2012/11/29/ong-de-sao-goncalo-combate-a-violencia-contra-a-mulher/. Acesso em: 15/06/2020 164
  • 83. Políticas de segurança para as mulheres As políticas públicas podem ser aplicadas em forma de programas, ações, campanhas, serviços, leis e diversas outras atividades desenvolvidas pelos governos (federal, estadual ou municipal), com a participação de entes públicos ou privados. Essas ações têm como objetivo assegurar determinados direitos à população, de forma difusa ou focada especificamente em algum segmento social, cultural, étnico ou econômico. Trata de direitos garantidos constitucionalmente ou publicamente reconhecidos por sua necessidade. Fonte: Políticas Públicas: conceitos e práticas. SEBRAE, 2008. HOMOFOBIA Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da homos- sexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal. A palavra homofobia significa a repulsa ou o preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. Esse termo teria sido utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a partir dos anos 90, teria sido difundido ao redor do mundo. A palavra fobia denomina uma espécie de “medo irracional”, e o fato de ter sido empregada nesse sentido é motivo de discussão ainda entre alguns teóricos com relação ao emprego do termo. Assim, entende-se que não se deve resumir o conceito a esse significado. Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana. No decorrer da história, inúmeras denominações foram usadas para identificar a homossexualidade, refletindo o caráter preconceituoso das sociedades que cunharam determinados termos, como: pe-cado mortal, perversão sexual, aberração. Outro componente da homofobia é a projeção. Para a psicologia, a projeção é um mecanismo de defesa dos seres humanos, que coloca tudo aquilo que ameaça o ser humano como sendo algo externo a ele. Assim, o mal é sempre algo que está fora do sujeito e ainda, diferente daqueles com os quais se identifica. Por exemplo, por muitos anos, acreditou-se que a AIDS era uma doença que contaminava exclusivamente homossexuais. Dessa forma, o “aidético” era aquele que tinha relações homossexuais. Assim, as pessoas podiam se sentir protegidas, uma vez que o mal da AIDS não chegaria até elas (hete-rossexuais). A questão da AIDS é pouco discutida, mantendo confusões, como essa, em vigor e susten-tando ideias infundadas. Algumas pesquisas apontam ainda para o medo que o homofóbico tem de se sentir atraído por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o desejo é projetado para fora e rejeitado, a partir de ações homofóbicas. Assim, podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que compreende desde as conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como violência e assassinato. A homofobia implica ainda numa visão patológica da homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”. A questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia compreende também questões da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo da equivalência de direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira, o desaparecimento da hierarquia sexual estabelecida, como discutimos.
  • 84. 165
  • 85. Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões fundamentais: de um lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de outro, a dimensão cultural que destaca a ques-tão cognitiva, onde o objeto do preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o homosse-xual enquanto indivíduo. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legalidade da união estável entre pesso-as do mesmo sexo no Brasil. A decisão retomou discussões acerca dos direitos da homossexualidade, além de colocar a questão da homofobia em pauta. Apesar das conquistas no campo dos direitos, a homossexualidade ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da união homoafetiva não foi capaz de acabar com a homofobia, nem protegeu inúmeros homossexuais de serem rechaçados, mui-tas vezes de forma violenta. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/homofobia.htm
  • 86. 166
  • 87. ATIVIDADES Questões para análise. 1 — Quais as principais mudanças na vida social das mulheres na modernidade? 2 — Cite formas de reprodução das desigualdades de gênero. 3 — Como combater as desigualdades de gênero no Brasil? 4 — Como combater a violência doméstica?
  • 88. 5 — Proposta de Redação A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construí- dos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A persistência da violência contra a mulher na so- ciedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. (25 linhas) INSTRUÇÕES: A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: tiver até 7 (sete) linhas escritas, fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo- argumentativo; apresentar pro-posta de intervenção que desrespeite os direitos humanos; ou apresentar parte do texto delibe-radamente desconectada do tema proposto. 167
  • 90. 168
  • 91. SEMANA 4 UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Diversidades e desigualdades na sociedade contemporânea. OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo. HABILIDADE(S): Identifcar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. CONTEÚDOS RELACIONADOS:
  • 92. Diversidade cultural, História das desigualdades, Violência Urbana, Violência doméstica. INTERDISCIPLINARIDADE: História, Geografia, Filosofia e Português (Redação). 169