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Integral de linha de campo vectorial
Sejam :
• C uma curva dada por ~
r(t) = (x(t), y(t), z(t)), com
t ∈ [a, b].
• e
~
F : Dom( ~
F) ⊂ R3 −→ R3
~
F = (F1, F2, F3) um campo vectorial contı́nuo cujo
Dom( ~
F) contem todos os pontos da curva C
1
2
Motivação:
Para motivar a definição de integral de linha de ~
F ao
longo da curva C, suponhamos que ~
F representa um
campo de forças e calculemos o trabalho realizado pela
força ~
F ao deslocar uma partı́cula ao longo de C
3
Quando C é um segmento de reta ligando o ponto A
ao ponto B e ~
F é uma força constante:
O trabalho realizado por ~
F ao deslocar a partı́cula ao
longo de C é dado por:
W = ~
F ~
AB cos θ = ~
F · ~
AB
4
Quando C não é um segmento de reta, podemos apro-
ximá-la por uma linha poligonal com vertices em C do
seguinte modo
5
Portanto, O trabalho realizado para deslocar uma partı́cula
de r(ti) até r(ti+1) é aproximadamente
~
F(r(ti)) · 4Si ≈ ~
F(r(ti)) · r
0
(ti) 4ti
Assim, o trabalho W realizado pela força ~
F para deslo-
car uma partı́cula ao longo de C do ponto A ao ponto
B é:
6
W = lim
n−→+∞


n−1
X
i=0
~
F(r(ti)) · r
0
(ti) 4ti


Se r ∈ C1 em [a, b] e ~
F é contı́nuo em C, o limite acima
existe e é igual a
W =
Z b
a
~
F(~
r(t)) · ~
r 0(t) dt
Esta motivação sugere a definição como se segue
7
Definição .1 Seja C ⊂ R3 uma curva regular dada por
uma parametrização ~
r : [a, b] −→ R3 de classe C1, tal
que ~
r
0
(t) 6= 0, para todo t ∈]a, b[. Seja ~
F = (F1, F2, F3)
um campo vetorial continuo sobre C. Então a integral
de linha do campo vectorial ~
F ao longo da curva C,
denotado por ao integral
Z
C
~
f · dr, é definida por:
Z
C
~
F · dr =
Z b
a
~
F(~
r(t)) · ~
r 0(t) dt
8
Notas:
• Se admitirmos que ~
F representa um campo de forças,
o integral da função vectorial ~
F ao longo da linha C
representa o trabalho realizado por ~
F para deslocar
uma partı́cula ao longo da linha C, do ponto r(a) ao
ponto r(b) .
• Este integral não depende da parametrização esco-
lhida para C, desde que não se inverta sua orientação.
9
Propriedades dos integrais de linha de campos vec-
toriais:
Seja ~
F e ~
G campos vetoriais contı́nuos com
Dom( ~
F), Dom( ~
G) ⊂ Rn
e C curva regular totalmente contida em
Dom( ~
F) ∩ Dom( ~
G).
C1 e C2 curvas regulares totalmente contidas em Dom( ~
F).
−C a curva inversa da curva C (totalmente contidas em
Dom( ~
F)).
α, β ∈ R.
•
Z
−C
~
F · dr = −
Z
C
~
F · dr
10
•
Z
C
h
α ~
F + β ~
G
i
· dr = α
Z
C
~
F · dr + β
Z
C
~
G · dr
•
Z
C1∪C2
~
F · dr =
Z
C1
~
F · dr +
Z
C2
~
F · dr
Obs
Se C é uma curva fechada (r(a) = r(b) e está orientada
no sentido anti-horário, denotamos a integral de linha
do campo vectorial ~
F ao longo da curva C por:
I
C
~
F · dr
Exercı́cios:
1. Calcule o trabalho realizado pela força ~
f(x, y) =
(x2 − 2xy, 2xy + y2) ao longo da linha y = x2 desde
(0,0) até (3,9). R:405.9
2. Calcule o trabalho realizado pela força ~
f(x, y) = (1+
xy, x−y) no deslocamento do seu ponto de aplicação
ao longo da linha fechada definida por y = x, y = −1,
x = 0 e x = 2 no sentido horário. R:−2
3
3. Calcule o trabalho realizado pela força ~
f(x, y) =
(y, x) ao deslocar uma partı́cula desde (0,0) até (1,1)
ao longo das linhas
11
(a) y = x
(b) y = x2
(c) y = x3
R:1
Campos conservativos
Definição .2 ~
F : Rn −→ Rn é um campo conservativo
(ou campo gradiente) se existe ϕ : Rn −→ R
~
F = ∇ϕ(~
x),
ou seja,
(F1, F2, ..., Fn) =
∂ϕ
∂x1
,
∂ϕ
∂x2
, ...,
∂ϕ
∂xn
!
À função ϕ chama-se a função potencial geradora de
~
F.
12
Teorema:
Seja ~
F = ∇ϕ um campo vetorial gradiente contı́nuo
definido num subconjunto aberto U ∈ R3. Se C é uma
curva em U com pontos inicial e final A e B, respec-
tivamente, parametrizada por uma função r(t), C1 por
partes, então:
Z
C
~
F · dr =
Z
C
∇ϕ · dr = ϕ(B) − ϕ(A)
ou seja, o trabalho realizado por ~
F é independente do
caminho.
13
Exercı́cios: Determine uma função potencial para cada
campo gradiente ~
F dado:
1. ~
f(x, y) = (2xy3, 3x2y2 + 2y)
2. ~
f(x, y) = (2x + 2y, 2x − 3y2)
14
3. ~
f(x, y) = (cos(y) − 2y cos(x), −x sin(y) − 2sin(x))
4. ~
f(x, y, z) = (2xyz, x2z + 2, x2y + 3z2)
5. ~
f(x, y) = (yexy, xexy)
Nota: Quando o campo é conservativo o trabalho ao
longo de uma linha fechada é 0.
Teorema de Green
15
Biografia de George Green: Nascido em 1793 em No-
tingham na Inglaterra, George Green passou grande
parte da sua vida a trabalhar num moinho do seu pai,
tendo frequentado apenas dois anos do ensino elemen-
tar. Com 30 anos Green tornou-se membro da Subs-
cription Library, uma instituição fundada com o objec-
tivo de servir de ponto de encontro de não-académicos
para discutir assuntos cientı́ficos. Aos 35 anos publicou
a primeira e, segundo muitos, mais importante obra so-
bre a aplicação da análise matemática à teoria da
electricidade e ao magnetismo. Foi também a pri-
meira pessoa a usar a expressão “potencial” na teoria
do campo e introduziu vários teoremas de análise vec-
torial que permitiam calcular o potencial electrostático.
Apenas aos 40 anos ingressa na universidade como es-
tudante da licenciatura. Alguns anos mais tarde volta a
Notingham para trabalhar no seu moinho. Após a sua
morte Lord Kelvin descobre os seus trabalhos e conse-
gue a sua publicação num jornal de nome reconhecido.
Na mesma altura, outros cientistas, entre os quais Carl
Gauss, de forma idependente, chegam a alguns resul-
tados já antes alcançados por Green.
Antes de enunciar o teorema de Green, faz-se necessário
introduzir as seguintes definições.
Definição: Dizemos que uma região fechada e limitada
D do plano xy é simples se D pode ser descrita como
uma região do tipo I e de tipo II, simultaneamente.
Definição: Dizemos que a fronteira ∂D de uma região
limitada D do plano xy está orientada positivamente,
se a região D fica a esquerda, ao percorrermos a fron-
teira ∂D.
Teorema de Green:
Seja D uma região fechada e limitada do plano xy, cuja
fronteira ∂D está orientada positivamente e é parame-
trizada por uma função de classe C1 por partes, de
modo ∂D seja percorrida apenas uma vez.
Se ~
F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) é um campo vetorial
de classe C1 num subconjunto aberto que contém D,
então:
Z
∂D
~
F · dr =
Z Z
D
∂F2
∂x
−
∂F1
∂y
!
dx dy.
Exercı́cios
1. Verifique o teorema de Green para a função
~
F(x, y) = (xy, x + y)
e a seguinte região sombreada:
2. Verifique o teorema de Green para a função
~
F(x, y) = 2xy ~
e1 + (x − y) ~
e2
para a região de R2 em que
0 ≤ y ≤ x + 2 e x2 + y2 ≤ 4.
Rpta: π − 2
3
3. Verifique o teorema de Green para a função
~
F(x, y) = (x2 + y2, 1)
e a seguinte região sombreada:
4. Utilize o teorema de Green para calcular o trabalho
realizado pelo campo de forças
~
F(x, y) = (1 + y, y + x)
ao deslocar uma partı́cula ao longo da fronteira de
R percorrida no sentido positivo em que
R =
n
(x, y) ∈ R2 : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4, y ≤ x, x ≥ 0
o
.
5. Utilize o teorema de Green para calcular o valor de
Z Z
D
yex+y dx dy
com ~
F(x, y) = (yex+y, ex+y) e
D =
n
(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1
o
.
6. Considere a linha
L =
n
(x, y) ∈ R2 : x2 + y2 = 1, x ≤ 0
o
e o campo vectorial ~
F(x, y) = (xy2, xy). Use o Teo-
rema de Green para calcular o trabalho realizado por
~
F ao longo de L.
7. Considere a região
R =
n
(x, y) ∈ R2 : x2 + y2 ≤ 1, y ≥ x2 − 1
o
.
Calcule a área de R sem calcular integrais duplos.
Interpretação vetorial do Teorema de Green
Suponhamos que D é uma região fechada e limitada do
plano xy cuja fronteira ∂D é uma curva orientada em
sentido anti-horário. Se ∂D tem uma parametrização
r(t) = (x(t), y(t)) de classe C1 com t ∈ [a, b], cujo ve-
tor tangente é nao nulo em cada ponto de ∂D, então
denotemos os vetores tangente e normal unitário por:
T(t) =
r
0
(t)
r
0
(t)
=


x
0
(t)
r
0
(t)
,
y
0
(t)
r
0
(t)


e
N(t) =


y
0
(t)
r
0
(t)
,
−x
0
(t)
r
0
(t)


16
Neste caso o teorema de green assume a forma:
I
∂D
( ~
F · T)ds =
Z Z
D
∂F2
∂x
−
∂F1
∂y
!
dx dy.
17
Este resultado é um caso particular do Teorema de
Stokes, que veremos mais tarde.
Agora usando o vetor normal unitário N(t) obtem-se:
I
∂D
( ~
F · N)ds =
Z Z
D
∂F1
∂x
+
∂F2
∂y
!
dx dy.
Este resultado é a versão em duas dimensões do Teo-
rema de Gauss, que veremos posteriormente.
Duas Formas para o Teorema de Green
Antes, faz-se necessário introduzir as seguintes definições.
Definição: Uma curva fechada C é chamada de sim-
ples se ela não tem interseção com ela mesma.
Definição: Seja ~
F = (F1, F2, F3) um campo vetorial
com derivadas parciais definidas num subconjunto aberto
do R3. O campo vetorial rotacional de ~
F, denotado
por rot( ~
F), é definido por:
rot( ~
F) = ∇ × ~
F
=
∂F3
∂y
−
∂F2
∂z
,
∂F1
∂z
−
∂F3
∂x
,
∂F2
∂x
−
∂F1
∂y
!
18
Definição: Seja ~
F = (F1, F2, F3) um campo vetorial
com derivadas parciais definidas num subconjunto aberto
do R3. O divergente de ~
F, denotado por div( ~
F), é
definido por:
div( ~
F) =
∂F1
∂x
+
∂F2
∂y
+
∂F3
∂z
!
Teorema de Green (Fluxo-Divergência ou forma nor-
mal) O fluxo exterior de um campo ~
F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y))
através de uma curva fechada simples C é igual à inte-
gral dupla de div( ~
F) sobre Ω, limitada por C.
I
∂D
( ~
F · N)ds =
Z Z
D
∂F1
∂x
+
∂F2
∂y
!
dx dy.
Teorema de Green (Circulação-Rotacional ou Forma
Tangencial) A circulação no sentido anti-horário de um
campo ~
F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) em torno de uma
curva fechada simples C no plano é igual à integral dupla
de rot( ~
F) · ~
k sobre Ω, limitada por C.
I
∂D
( ~
F · T)ds =
Z Z
D
∂F2
∂x
−
∂F1
∂y
!
dx dy.
19
Campos vetoriais conservativos no plano
Antes, faz-se necessário introduzir as seguintes definições.
Definição: Um subconjunto aberto Ω ⊂ R2 é chamado
de conexo se dois pontos quaisquer de Ω podem ser
ligados por uma poligonal totalmente contida em Ω.
Definição: Um subconjunto aberto Ω ⊂ R2 é chamado
de simplesmente conexo se, para toda curva fechada
C em Ω, a região limitada por C esta totalmente contida
em Ω. Intuitivamente , um aberto Ω é simplesmente
conexo se não tem ”buracos”.
20
Teorema: Seja ~
F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) um campo
vetorial de classe C1 definido num subconjunto sim-
plesmente conexo Ω ⊂ R2. As seguintes condições
são equivalentes:
1.
I
C
~
F · dr = 0, qualquer que seja a curva fechada C,
C1 por partes, contida em Ω.
2. A integral de linha de ~
F do ponto A até o ponto B
independe da curva C1 por partes , contida em Ω,
que liga A a B.
3. ~
F é um campo gradiente de alguma função potencial
f em Ω.
21
4.
∂F2
∂x
=
∂F1
∂y
em Ω.

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INTEGRAIS DE LINHA DE CAMPOS VETORIAIS

  • 1. Integral de linha de campo vectorial Sejam : • C uma curva dada por ~ r(t) = (x(t), y(t), z(t)), com t ∈ [a, b]. • e ~ F : Dom( ~ F) ⊂ R3 −→ R3 ~ F = (F1, F2, F3) um campo vectorial contı́nuo cujo Dom( ~ F) contem todos os pontos da curva C 1
  • 2. 2
  • 3. Motivação: Para motivar a definição de integral de linha de ~ F ao longo da curva C, suponhamos que ~ F representa um campo de forças e calculemos o trabalho realizado pela força ~ F ao deslocar uma partı́cula ao longo de C 3
  • 4. Quando C é um segmento de reta ligando o ponto A ao ponto B e ~ F é uma força constante: O trabalho realizado por ~ F ao deslocar a partı́cula ao longo de C é dado por: W = ~ F ~ AB cos θ = ~ F · ~ AB 4
  • 5. Quando C não é um segmento de reta, podemos apro- ximá-la por uma linha poligonal com vertices em C do seguinte modo 5
  • 6. Portanto, O trabalho realizado para deslocar uma partı́cula de r(ti) até r(ti+1) é aproximadamente ~ F(r(ti)) · 4Si ≈ ~ F(r(ti)) · r 0 (ti) 4ti Assim, o trabalho W realizado pela força ~ F para deslo- car uma partı́cula ao longo de C do ponto A ao ponto B é: 6
  • 7. W = lim n−→+∞   n−1 X i=0 ~ F(r(ti)) · r 0 (ti) 4ti   Se r ∈ C1 em [a, b] e ~ F é contı́nuo em C, o limite acima existe e é igual a W = Z b a ~ F(~ r(t)) · ~ r 0(t) dt Esta motivação sugere a definição como se segue 7
  • 8. Definição .1 Seja C ⊂ R3 uma curva regular dada por uma parametrização ~ r : [a, b] −→ R3 de classe C1, tal que ~ r 0 (t) 6= 0, para todo t ∈]a, b[. Seja ~ F = (F1, F2, F3) um campo vetorial continuo sobre C. Então a integral de linha do campo vectorial ~ F ao longo da curva C, denotado por ao integral Z C ~ f · dr, é definida por: Z C ~ F · dr = Z b a ~ F(~ r(t)) · ~ r 0(t) dt 8
  • 9. Notas: • Se admitirmos que ~ F representa um campo de forças, o integral da função vectorial ~ F ao longo da linha C representa o trabalho realizado por ~ F para deslocar uma partı́cula ao longo da linha C, do ponto r(a) ao ponto r(b) . • Este integral não depende da parametrização esco- lhida para C, desde que não se inverta sua orientação. 9
  • 10. Propriedades dos integrais de linha de campos vec- toriais: Seja ~ F e ~ G campos vetoriais contı́nuos com Dom( ~ F), Dom( ~ G) ⊂ Rn e C curva regular totalmente contida em Dom( ~ F) ∩ Dom( ~ G). C1 e C2 curvas regulares totalmente contidas em Dom( ~ F). −C a curva inversa da curva C (totalmente contidas em Dom( ~ F)). α, β ∈ R. • Z −C ~ F · dr = − Z C ~ F · dr 10
  • 11. • Z C h α ~ F + β ~ G i · dr = α Z C ~ F · dr + β Z C ~ G · dr • Z C1∪C2 ~ F · dr = Z C1 ~ F · dr + Z C2 ~ F · dr Obs Se C é uma curva fechada (r(a) = r(b) e está orientada no sentido anti-horário, denotamos a integral de linha do campo vectorial ~ F ao longo da curva C por: I C ~ F · dr
  • 12. Exercı́cios: 1. Calcule o trabalho realizado pela força ~ f(x, y) = (x2 − 2xy, 2xy + y2) ao longo da linha y = x2 desde (0,0) até (3,9). R:405.9 2. Calcule o trabalho realizado pela força ~ f(x, y) = (1+ xy, x−y) no deslocamento do seu ponto de aplicação ao longo da linha fechada definida por y = x, y = −1, x = 0 e x = 2 no sentido horário. R:−2 3 3. Calcule o trabalho realizado pela força ~ f(x, y) = (y, x) ao deslocar uma partı́cula desde (0,0) até (1,1) ao longo das linhas 11
  • 13. (a) y = x (b) y = x2 (c) y = x3 R:1
  • 14. Campos conservativos Definição .2 ~ F : Rn −→ Rn é um campo conservativo (ou campo gradiente) se existe ϕ : Rn −→ R ~ F = ∇ϕ(~ x), ou seja, (F1, F2, ..., Fn) = ∂ϕ ∂x1 , ∂ϕ ∂x2 , ..., ∂ϕ ∂xn ! À função ϕ chama-se a função potencial geradora de ~ F. 12
  • 15. Teorema: Seja ~ F = ∇ϕ um campo vetorial gradiente contı́nuo definido num subconjunto aberto U ∈ R3. Se C é uma curva em U com pontos inicial e final A e B, respec- tivamente, parametrizada por uma função r(t), C1 por partes, então: Z C ~ F · dr = Z C ∇ϕ · dr = ϕ(B) − ϕ(A) ou seja, o trabalho realizado por ~ F é independente do caminho. 13
  • 16. Exercı́cios: Determine uma função potencial para cada campo gradiente ~ F dado: 1. ~ f(x, y) = (2xy3, 3x2y2 + 2y) 2. ~ f(x, y) = (2x + 2y, 2x − 3y2) 14
  • 17. 3. ~ f(x, y) = (cos(y) − 2y cos(x), −x sin(y) − 2sin(x)) 4. ~ f(x, y, z) = (2xyz, x2z + 2, x2y + 3z2) 5. ~ f(x, y) = (yexy, xexy) Nota: Quando o campo é conservativo o trabalho ao longo de uma linha fechada é 0.
  • 19. Biografia de George Green: Nascido em 1793 em No- tingham na Inglaterra, George Green passou grande parte da sua vida a trabalhar num moinho do seu pai, tendo frequentado apenas dois anos do ensino elemen- tar. Com 30 anos Green tornou-se membro da Subs- cription Library, uma instituição fundada com o objec- tivo de servir de ponto de encontro de não-académicos para discutir assuntos cientı́ficos. Aos 35 anos publicou a primeira e, segundo muitos, mais importante obra so- bre a aplicação da análise matemática à teoria da electricidade e ao magnetismo. Foi também a pri- meira pessoa a usar a expressão “potencial” na teoria do campo e introduziu vários teoremas de análise vec- torial que permitiam calcular o potencial electrostático. Apenas aos 40 anos ingressa na universidade como es- tudante da licenciatura. Alguns anos mais tarde volta a
  • 20. Notingham para trabalhar no seu moinho. Após a sua morte Lord Kelvin descobre os seus trabalhos e conse- gue a sua publicação num jornal de nome reconhecido. Na mesma altura, outros cientistas, entre os quais Carl Gauss, de forma idependente, chegam a alguns resul- tados já antes alcançados por Green. Antes de enunciar o teorema de Green, faz-se necessário introduzir as seguintes definições. Definição: Dizemos que uma região fechada e limitada D do plano xy é simples se D pode ser descrita como uma região do tipo I e de tipo II, simultaneamente. Definição: Dizemos que a fronteira ∂D de uma região limitada D do plano xy está orientada positivamente,
  • 21. se a região D fica a esquerda, ao percorrermos a fron- teira ∂D.
  • 22. Teorema de Green: Seja D uma região fechada e limitada do plano xy, cuja fronteira ∂D está orientada positivamente e é parame-
  • 23. trizada por uma função de classe C1 por partes, de modo ∂D seja percorrida apenas uma vez. Se ~ F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) é um campo vetorial de classe C1 num subconjunto aberto que contém D, então: Z ∂D ~ F · dr = Z Z D ∂F2 ∂x − ∂F1 ∂y ! dx dy. Exercı́cios 1. Verifique o teorema de Green para a função ~ F(x, y) = (xy, x + y)
  • 24. e a seguinte região sombreada: 2. Verifique o teorema de Green para a função ~ F(x, y) = 2xy ~ e1 + (x − y) ~ e2
  • 25. para a região de R2 em que 0 ≤ y ≤ x + 2 e x2 + y2 ≤ 4. Rpta: π − 2 3 3. Verifique o teorema de Green para a função ~ F(x, y) = (x2 + y2, 1) e a seguinte região sombreada:
  • 26. 4. Utilize o teorema de Green para calcular o trabalho realizado pelo campo de forças ~ F(x, y) = (1 + y, y + x) ao deslocar uma partı́cula ao longo da fronteira de
  • 27. R percorrida no sentido positivo em que R = n (x, y) ∈ R2 : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4, y ≤ x, x ≥ 0 o . 5. Utilize o teorema de Green para calcular o valor de Z Z D yex+y dx dy com ~ F(x, y) = (yex+y, ex+y) e D = n (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1 o . 6. Considere a linha L = n (x, y) ∈ R2 : x2 + y2 = 1, x ≤ 0 o
  • 28. e o campo vectorial ~ F(x, y) = (xy2, xy). Use o Teo- rema de Green para calcular o trabalho realizado por ~ F ao longo de L. 7. Considere a região R = n (x, y) ∈ R2 : x2 + y2 ≤ 1, y ≥ x2 − 1 o . Calcule a área de R sem calcular integrais duplos.
  • 29. Interpretação vetorial do Teorema de Green Suponhamos que D é uma região fechada e limitada do plano xy cuja fronteira ∂D é uma curva orientada em sentido anti-horário. Se ∂D tem uma parametrização r(t) = (x(t), y(t)) de classe C1 com t ∈ [a, b], cujo ve- tor tangente é nao nulo em cada ponto de ∂D, então denotemos os vetores tangente e normal unitário por: T(t) = r 0 (t) r 0 (t) =   x 0 (t) r 0 (t) , y 0 (t) r 0 (t)   e N(t) =   y 0 (t) r 0 (t) , −x 0 (t) r 0 (t)   16
  • 30. Neste caso o teorema de green assume a forma: I ∂D ( ~ F · T)ds = Z Z D ∂F2 ∂x − ∂F1 ∂y ! dx dy. 17
  • 31. Este resultado é um caso particular do Teorema de Stokes, que veremos mais tarde. Agora usando o vetor normal unitário N(t) obtem-se: I ∂D ( ~ F · N)ds = Z Z D ∂F1 ∂x + ∂F2 ∂y ! dx dy. Este resultado é a versão em duas dimensões do Teo- rema de Gauss, que veremos posteriormente.
  • 32. Duas Formas para o Teorema de Green Antes, faz-se necessário introduzir as seguintes definições. Definição: Uma curva fechada C é chamada de sim- ples se ela não tem interseção com ela mesma. Definição: Seja ~ F = (F1, F2, F3) um campo vetorial com derivadas parciais definidas num subconjunto aberto do R3. O campo vetorial rotacional de ~ F, denotado por rot( ~ F), é definido por: rot( ~ F) = ∇ × ~ F = ∂F3 ∂y − ∂F2 ∂z , ∂F1 ∂z − ∂F3 ∂x , ∂F2 ∂x − ∂F1 ∂y ! 18
  • 33. Definição: Seja ~ F = (F1, F2, F3) um campo vetorial com derivadas parciais definidas num subconjunto aberto do R3. O divergente de ~ F, denotado por div( ~ F), é definido por: div( ~ F) = ∂F1 ∂x + ∂F2 ∂y + ∂F3 ∂z ! Teorema de Green (Fluxo-Divergência ou forma nor- mal) O fluxo exterior de um campo ~ F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) através de uma curva fechada simples C é igual à inte- gral dupla de div( ~ F) sobre Ω, limitada por C. I ∂D ( ~ F · N)ds = Z Z D ∂F1 ∂x + ∂F2 ∂y ! dx dy.
  • 34. Teorema de Green (Circulação-Rotacional ou Forma Tangencial) A circulação no sentido anti-horário de um campo ~ F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) em torno de uma curva fechada simples C no plano é igual à integral dupla de rot( ~ F) · ~ k sobre Ω, limitada por C. I ∂D ( ~ F · T)ds = Z Z D ∂F2 ∂x − ∂F1 ∂y ! dx dy. 19
  • 35. Campos vetoriais conservativos no plano Antes, faz-se necessário introduzir as seguintes definições. Definição: Um subconjunto aberto Ω ⊂ R2 é chamado de conexo se dois pontos quaisquer de Ω podem ser ligados por uma poligonal totalmente contida em Ω. Definição: Um subconjunto aberto Ω ⊂ R2 é chamado de simplesmente conexo se, para toda curva fechada C em Ω, a região limitada por C esta totalmente contida em Ω. Intuitivamente , um aberto Ω é simplesmente conexo se não tem ”buracos”. 20
  • 36. Teorema: Seja ~ F(x, y) = (F1(x, y), F2(x, y)) um campo vetorial de classe C1 definido num subconjunto sim- plesmente conexo Ω ⊂ R2. As seguintes condições são equivalentes: 1. I C ~ F · dr = 0, qualquer que seja a curva fechada C, C1 por partes, contida em Ω. 2. A integral de linha de ~ F do ponto A até o ponto B independe da curva C1 por partes , contida em Ω, que liga A a B. 3. ~ F é um campo gradiente de alguma função potencial f em Ω. 21