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A FAMÍLIA E A LEI DE CAUSA
E EFEITO
SUMÁRIO
1. A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos........................................................................................ 1
2.1 O Princípio da Ação e Reação................................................................................................................. 1
2.2 A Pena de Talião...................................................................................................................................... 3
2.3 O Karma/Carma....................................................................................................................................... 5
2.4 A Fatalidade e o Determinismo ............................................................................................................... 7
2.5 A Justiça Divina..................................................................................................................................... 11
2.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo.................................................................................. 17
2. A Lei de Causa e Efeito e a Família........................................................................................................... 22
3.1 Os conflitos/desencontros no núcleo Familiar....................................................................................... 22
3.2 Qual a função essencial do lar e da família ?......................................................................................... 32
3.3 De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso ?............................................................ 33
3.4 E o filho rebelde ?.................................................................................................................................. 35
3.5 E a filha desatinada ? ............................................................................................................................. 35
3.6 E os parentes/amigos abnegados ?......................................................................................................... 35
3.7 Como é encarado o divorcio nos planos superiores ?............................................................................ 37
3.8 Que precisamos para vencer na luta doméstica ? .................................................................................. 39
3. Síntese........................................................................................................................................................... 40
4. Referências................................................................................................................................................... 41
1
A LEI DE CAUSA E EFEITO E O EFEITO BORBOLETA
1. A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos
2.1 O Princípio da Ação e Reação
Na Vida Material (encarnada) e na Espiritual (erraticidade) a expressão “Causa e Efeito” identifica em termos
gerais as consequências (efeitos) geradas pelas ações (causas) humanas, mais precisamente pelos Espíritos não importando
se estão encarnados ou desencarnados, nesta ou em vidas passadas.
Faz similaridade com a terceira lei da Física - da Gravitação Universal e dos Movimentos, conhecida como “as
leis de Newton”, que foram definidas pelo cientista inglês Isaac Newton (1643/1727 - astrônomo, filósofo natural, teólogo
e cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, uma das mentes mais brilhantes do seu século). Esta terceira
lei é conhecida como Lei do “Par de Ação e Reação”
(...) para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são
sempre iguais e dirigidas a partes contrárias; ou no original:
(...) actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper
esse aequales et in partes contrarias dirigi.
Isaac Newton - Princípios Matemáticos da Filosofia Natural – 3º volume
Esta lei tem aplicações no Universo material dentro das forças gravitacionais, elétricas e magnéticas.
Como lei física apresenta as seguintes características gerais:
Características Lei de Ação e Reação – 3º lei de Newton
Abrangência Se aplicam para corpos macroscópicos em movimento com
velocidades inferiores a da luz em gravidade moderada
Âmbito Lei Física, não moral descreve fenômenos físicos de forças
aplicadas entre um par de corpos
Número de elementos Binária, Duas forças aplicadas em corpos diferentes.
Temporalidade Manifestação imediata, simultânea.
Intensidade As forças (de Ação e Reação) possuem sempre a mesma
intensidade, a mesma direção e sentido oposto
Anulação As forças nunca são anuladas.
Duração A força “de reação” permanece enquanto durar a ação.
Natureza A natureza da reação é sempre a mesma da ação.
Mecanismo de Atuação
Simples e direto.
Dependência de fatos
posteriores
Nenhuma, a reação só existe enquanto há uma força de ação.
Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas, similares ou iguais
2
O princípio newtoniano de ação e reação faz relação simbólica com os conceitos de: Pena de Talião
, Karma/Carma, Fatalidade/Determinismo, Justiça Divina e a Lei de Causa e Efeito - utilizada pelo Espiritismo.
Para a Doutrina Espírita a lei de causa e efeito está, efetivamente, relacionada aos atos humanos, mas a manifestação
da lei de causa e efeito reflete a escolha de provas definidas em um planejamento reencarnatório:
(...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se delas triunfa, [o Espírito] eleva-se; se
sucumbe, tem de recomeçar.
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, questão 399-comentário
(...)
O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa série de causas e efeitos
desencadeados por seus atos.
Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13
(...)
“Porque aquilo que o homem semear, isso também colherá”.
(...) todo dia é tempo de semear.
Todo dia é tempo de colher.
Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face a face. Nos princípios de causa e efeito,
achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida
Paulo de Tarso - Gálatas, 6:8/Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 160
(...)
Os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a Divina Justiça. Cada qual de nós traz em
si e consigo os resultados das próprias ações. Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo.
Emmanuel - Na Era do Espírito – Cap. 12
(...)
Causa e efeito não é, propriamente falando, uma lei, mas uma decorrência da Lei de Liberdade, (tratada no
capítulo 10, 3º parte de O Livro dos Espíritos); aliás, a causa é que decorre do livre arbítrio, pois o efeito está sob o
controle das Leis Universais.
Maria Ribeiro - Jornal Ciência Espírita – 12/07/2016 - Discussão reflexiva sobre pena de Talião, lei de ação e
reação e causa e efeito.
3
2.2 A Pena de Talião
A Lei ou Pena de Talião consiste na rigorosa e implacável reciprocidade que existe entre o crime e a punição,
amplamente utilizada pelos povos antigos nas suas limitadas concepções de justiça.
Consiste na rigorosa reciprocidade que existe entre o crime e a punição — apropriadamente chamada retaliação.
Esta lei, frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente, é uma das mais antigas leis
conhecidas, cujos primeiros relatos foram encontrados no Código de Hamurabi (um conjunto antiquíssimo de leis), escrito
por Hamurabi (rei babilônico do século XVIII aC - reinou de 1792 a.C. até sua morte, em 1750 a.C.), na Babilônia, em
1772 aC.
Esta pena de talião existia porque os legisladores da Antiguidade evitavam que a justiça fosse aplicada pelas
próprias mãos nas questões de crimes e delitos, mas de acordo com a ordenação jurídica que vigorava na época.
A Pena de Talião (do latim talio, talis – tal, igual) prescreve que a punição seja do tamanho exato da ofensa,
com base no princípio da reciprocidade. Ou seja, se uma pessoa causou a morte de alguém, este homicida deveria ser morto
por esse crime, da mesma forma que o assassinato foi cometido. Por exemplo, se alguém matou uma pessoa pela espada,
seria também morto pela espada. Se foi por apedrejamento, a morte do assassino seria por apedrejamento.
Moises também no Antigo Testamento (Levítico 17-26 – “Quem causar dano ao ser humano, o mesmo lhe será
feito a ele”) utilizava a mesma ideia de correspondência direta entre o dano e a consequência dele – ou seja o “olho por
olho, dente por dente” (Levítico 17-20).
A lei de talião aparece referida por Jesus no quadro das antíteses do Sermão da Montanha:
(...) ouvistes que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos: não façais resistência ao malvado;
mas àquele que te bate na face direita, oferece-lhe também a outra, e àquele que te quer processar para ficar com a tua
túnica, deixa-lhe também o manto (Mateus 5,38-40).
Vê-se bem que Jesus ultrapassa a tentativa de equilíbrio e de simetria entre agressor e agredido, que até aqui
tinha sido a nota dominante da lei de talião, para abrir uma relação assimétrica, em que para o agressor não é reclamado
dano igual ao da vítima, mas é requerido um ato de bondade, que é a única maneira de se pôr fim à violência.
Jesus mostrará, de resto, com a sua vida, que só abraçando por amor a violência, se dissolve a violência. Mas
não é para a não-violência que Jesus remete. A não-violência vem depois da violência. Jesus remete para o estado de criação,
para fase troglodita do homem – (ou seja, a lei do mais forte), anterior ao estado de violência e às nossas convenções de
razão primitivas (lei de talião).
Para a Doutrina Espírita a Lei de Talião é considerada implacável, uma vez que não considera as causas nem os
atenuantes e, também, porque não cogita do perdão. Obviamente, que a todo erro ou crime cometido segue-se a reparação,
mas não da forma tão radical explicitada pela Lei de Talião.
Para Emmanuel, trata-se de uma lei que,
4
(…) prevalece para todos os Espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações, e que
representam a quase totalidade dos seres humanos. Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e
aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias
e purificadoras.
Moisés proclamou a Lei antiga muitos séculos antes do Cristo. Como já dito, o profeta hebraico apresentava a
Revelação com a face divina da Justiça; mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés
ensinava o “olho por olho, dente por dente” (Levítico 17-20), Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos
pecados” (1 Pedro, 4:8). Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por
ele, anulando com o bem todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.
Emmanuel – O Consolador – Perg. 272
(...)
“Portanto se a tua mão, ou o teu pé te escandalizar, corta-os, e lança-os de ti: melhor te é entrar manco ou aleijado
na vida, do que tendo duas mãos, ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e
lança-o de ti. Melhor te é entrar com um olho na vida, do que tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno”.
(...) figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de
destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro
e toda tendência viciosa.
Jesus – Mateus, XVI:6/11/Allan Kardec – Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 8 – item 11
(...)
A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa pena, porque sois
punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que
sofrerá o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus.
Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 764
(...)
Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião. “ Quem matou pela espada perecerá pela
espada”, disse o Cristo; estas palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá o seu derramado,
aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que
despojou, será despojado; aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer
seja um indivíduo, uma nação ou uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são solidários do bem
como do mal que se faz em comum.
Allan Kardec – Obras Póstumas – 1º Parte – As expiações coletivas
5
2.3 O Karma/Carma
Do sânscrito (língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais) Karma –
que significa, literalmente, "ação". (Kar = agir/fazer; Ma = efeito/ação)
Carma é palavra superficialmente utilizada como sinônimo de causa e efeito, da mesma forma que Pena de Talião,
pois ambas consideram apenas os mecanismos de justiça decorrentes das ações humanas, sem considerar a manifestação
da lei de amor, como ensina Jesus.
É termo que enfoca as ações humanas e as suas consequências, de uso comum em diferentes doutrinas religiosas
de concepção orientalista, como budismo, hinduísmo e teosofia, ainda que cada uma dessas religiões apresente interpretação
própria.
Para o hinduísmo e o budismo o homem é escravo dos renascimentos sucessivos — isto é, jamais pode fugir da
reencarnação —, em razão da existência de um carma individual, particular, impulsionado pelos próprios pensamentos,
palavras e ações, manifestados de forma inexorável no ciclo nascimento-morte-renascimento – o Pária (o impuro, o
desprezível) sempre renasceria pária, o Brâmane (sacerdote) sempre renasceria sacerdote.
Para essas religiões é tão impossível escapar do seu carma quanto escapar de sua própria sombra…
(...) embora se possa dizer que a lei do carma possui um certo grau de justiça, ela é vista, no hinduísmo e budismo,
como algo um tanto negativo, algo que se deve escapar.
Victor Helern – O Livro das Religiões – Cap. 3
Alguns espíritas utilizam imprecisamente a palavra Karma, da mesma forma que Pena de Talião, aplicando-as
como sinônimo de lei de causa e efeito, entretanto para o Espiritismo, ambas as leis não se encontram, necessariamente,
vinculadas ao livre-arbítrio, individual e coletivo, e à lei de amor, justiça e caridade
Além do mais, a reencarnação, para ambas as religiões, apresenta interpretação diversa da Espírita, podendo um
ser humano renascer no corpo de um animal, uma vez que defendem a teoria da metempsicose. Trata-se de possibilidade
inviável até do ponto de vista biológico.
Ensina o Espiritismo, porém, que a lei de causa e efeito pode ser modificada sim, pela força do amor, pela vontade
do indivíduo de querer, efetivamente, reparar os erros cometidos. Não se pode ignorar, também, que perante a balança
divina todas as atenuantes são consideradas, inclusive as intenções, grau de conscientização, circunstâncias, nível de
sanidade mental, etc. Daí ser importante lembrar que a justiça divina está, sempre, associada à misericórdia, como esclarece
Emmanuel:
(...) as criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se banhando nas águas da morte corporal. Suas
realizações no porvir seguem na ascensão justa, em correspondência direta com o esforço perseverante que desenvolveram
no rumo da espiritualidade santificadora, todavia, os que se comprazem no mal cancelam as próprias possibilidades de
ressurreição na luz.
(...) nas sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador. Através da referência do Mestre, contudo,
observamos que a Providência Divina é muito mais rica e magnânima que parece.
Emmanuel – Pão Nosso – Cap. 127 – A Lei de retorno
6
(...)
O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer “ação”, a rigor, designa “causa e
efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada
um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.
Sânzio – Ação e Reação – Cap. 7
(...)
O carma é efeito das ações praticadas nas diferentes etapas da existência atual como da pregressa.
O carma está sempre em processo de alteração, conforme o comportamento da criatura.
O que ao ser acontece, é resultado do que ele fez de si mesmo e nunca do que Deus lhe faz, como apraz aos
pessimistas, aos derrotistas e cômodos afirmar.
Constrói e elabora novos carmas, liberando-te dos penosos que te pesam na economia moral.
O carma e a consciência seguem juntos, o primeiro como decorrência do outro.
Joanna de Angelis - Momentos de Consciência - Cap. 8 - Carma e Consciência
(…)
Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinquente
(…). Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso
de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós,
instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser.
André Luiz – Evolução em dois Mundos – 2º parte – Cap. 18
7
2.4 A Fatalidade e o Determinismo
Os fatalistas,
(...) acreditam que todos os acontecimentos estão previamente fixados por uma causa sobrenatural, cabendo ao
homem apenas o regozijar-se, se favorecido com uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso.
Os deterministas,
(...) ao seu turno sustentam que as ações e a conduta do indivíduo, longe de serem em livres, dependem
integralmente de uma série de contingências a que ele não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a índole da raça
a que pertença; o clima, o solo e o meio social em que viva; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que receba;
além de outras circunstâncias não menos importantes quais o regime alimentar, o sexo, as condições de saúde, etc.
Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 36
Os fatalistas e deterministas raciocinam da mesma forma, só que nos primeiros o destino do homem está
estipulado por uma causa divina ou transcendental, enquanto que nos segundos são as circunstâncias que
determinam os acontecimentos. Em ambas as situações, o excesso pode levar ao fanatismo ou radicalismo, sempre de
natureza perniciosa.
Por outro lado, há filosofias que defendem a ideia oposta, a de que o ser humano deve possuir liberdade irrestrita,
que (...) “o livre-arbítrio é absoluto, que os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua
inteira liberdade”.
Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 35
(...)
Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos inclusive vontades e escolhas humanas
causados por acontecimentos anteriores.
Segue-se que o ser humano seria destituído de liberdade de decidir e de influir nos fenômenos em que toma
parte. O indivíduo faz exatamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer outra coisa; a determinação de seus ates
pertence à força de certas causas, externas e internas.
A doutrina aposta é a do livre-arbítrio, que declara a vontade humana livre para tomar decisões e determinar suas
ações. Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia escolher uma racionalmente e agir
livremente de acordo com a escolha feita (ou não agir se o quisesse). Exige, portanto, capacidade de discernir e liberdade
interior.
Percebemos que, no homem, existem os dois princípios de ação. Como entender isso? Apelando para um princípio
superior a eles.
O princípio central da Lei de Deus é a evolução. Nos reinos animal e humano inferior prevalece o determinismo.
O instinto dá o melhor sem o perigo da escolha malfeita e o selvagem age movido por impulsos semelhantes. O livre-
arbítrio é progressivo e relativo, evoluindo do determinismo físico à medida que a consciência (razão) se desenvolve.
Crescendo a razão, aumenta a liberdade de decidir; os padrões fixos de comportamento cedem lugar à opção inteligente.
Em suma, o livre-arbítrio é uma conquista evolutiva.
8
(...)
A liberdade de decidir e agir existe antes da ação ser executada. Posta em movimento o agente prende-se aos
efeitos das causas que gerou. Entra em cena a lei de causa e efeito ou de ação e reação. Segue-se daí que a liberdade é
condicionada, conforme conceitua Bozzano e que o livre-arbítrio é relativo pois dependem do que se fez antes.
Todos gozamos, em graus diversos, de livre vontade e estamos presos ao determinismo. A liberdade reside no
presente; podemos agir com independência por meio da faixa de consciente atual, que atende às necessidades da vida
presente. A determinação promana do passado culposo. As causas que geramos no passado pelas próprias ações
constituem a área de determinismo, conservada em estado inconsciente.
Temos de reabsorver as consequências das más ações, o que a liberdade do presente garante porque, com ela,
podemos emitir novos impulsos que venham corrigir os precedentes. Originando novas causas com o bem, hoje, é
possível neutralizar as causas pretéritas do mal e reconquistar o equilíbrio.
Carlos Toledo Rizzini – Evolução para o Terceiro Milênio – Cap. 4 – item 14/15
(...) Nem todos os acontecimentos estão predeterminados
851. Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra; quer dizer, todos os
acontecimentos são predeterminados, e nesse caso em que se torna o livre arbítrio?
A fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova;
ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra.
Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre
arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir
Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 851
(...) Determinismo Divino
Reservado à glória espiritual — determinismo irreversível — o ser jornadeia pela senda que melhor lhe apraz
desde quando adquiriu o discernimento — livre-arbítrio.
O determinismo é flexível, com raras exceções, que sempre são examinadas, coordenadas e alteradas pelos
responsáveis nos processos reencarnatórios dos que demandam à Terra em aprendizagem edificante, liberadora.
Nos mapas das experiências humanas, graças às mudanças de comportamento dos reencarnados, em decorrência
do seu livre-arbítrio, são alterados com assídua frequência, sucessos e socorros, dores e problemas programados,
abreviando-se ou concedendo-se moratória à vilegiatura daqueles que se situam num como noutro campo desta ou daquela
necessidade...
O que parece determinismo infeliz e que resulta nas chamadas desgraças terrenas: desastres, desencarnações
inesperadas, enfermidades, abandonos, sofrimentos, pobreza, de forma alguma são infortúnios reais, antes processos
metodológicos de disciplina moral para os calcetas, os devedores inveterados mediante os quais são advertidos pelas forças
superiores, a fim de que se voltem para os deveres nobres e se recomponham perante a consciência e o próximo que
espezinham e subalternizam... Os infortúnios (reais) são os atos que levam a tais correções e não os medicamentos
providenciais para a catarse dos descalabros cometidos, das sandices perpetradas...
Como auxiliares valiosos do livre-arbítrio, possui o homem o discernimento, a razão, a tendência para o bem, a
irresistível atração para a felicidade. Contra ele estão o passado espiritual, o atavismo animal, a preferência ao erro,
como decorrência do hábito, do comodismo a que se prende.
Joanna de Angelis - No limiar do infinito - Cap. 5 - Determinismo e livre-arbítrio
9
(...) A Escolha das Provas
259. Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram previstas e
escolhidas por nós?
Todas, não é bem o termo, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo,
até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e
frequentemente de vossas próprias ações.
Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 259
(...)
O livre arbítrio existe no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com a
faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos.
Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 872
(...) A Intervenção de Deus
Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante que nos
pareçam, que não possa ser uma violação dessas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, não nos devemos
queixar senão de nós mesmos, que nós fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.
Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 964
(...)
Os defensores do fatalismo acreditam que nada ou ninguém é capaz de alterar a ordem estabelecida no Universo
nem na humanidade. Já os adeptos do determinismo entendem que não só o homem, mas todos os fenômenos da Natureza
então ligados entre si por rígidas relações de causalidade, pois as leis universais excluem o acaso — acontecimentos
aparentemente fortuitos, estabelecidos por intercessão espiritual ou por efeito das forças de atração existentes na Natureza
— e o livre-arbítrio.
A verdade encontra-se no meio termo. O homem não goza de irrestrita liberdade, pois está submetido aos limites
estipulados pelas ordenações da vida em sociedade e pelos valores morais e éticos. Contudo, é possível pensar na existência
de algum determinismo nos acontecimentos da vida, sobretudo quando se considera o planejamento reencarnatório. Ou
seja, a partir do momento em que se estabelece um plano para ser executado em nova existência física, são acionados
recursos, condições e pessoas, encarnadas e desencarnadas, que tudo fazem para por em prática o referido planejamento.
Há, pois, certo determinismo direcionando a vida do reencarnado. Digamos “certo” porque o planejamento reencarnatório
não é rígido, procura executar as linhas mestras da programação preparada para uma nova experiência no plano físico, não
se prendendo a detalhes ou aspectos secundários.
Para a Doutrina Espírita o homem é construtor do seu destino e, de acordo com suas disposições íntimas, pode
modificá-lo para melhor ou, também, complicá-lo. Tudo se reporta, no final, ao livre-arbítrio ou à liberdade de ação de
cada um, que sempre é coerente com o nível evolutivo, moral e intelectual, do indivíduo.
EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito
(...)
Livre arbítrio! … Livre arbítrio! …
O homem faz o que quer,
Mas sempre responderá
Por aquilo que fizer
Cornélio Pires - Caminhos da vida Cap. 13 – Livre Arbítrio
10
(...)
A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente.
Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado
inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os
males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.
Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos
resultados de nossas próprias obras.
Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam
simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto
da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.
Emmanuel - Encontro Marcado – Pag. 37
(...)
132 – Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na existência humana?
Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção
dos homens.
O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação e da
experiência. Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na lei do amor, sagrada
(...)
139 – Se na luta da vida terrestre existem circunstâncias, por toda parte, qual será a melhor de todas, digna de ser
seguida?
Em todas as situações da existência a mente do homem defronta circunstâncias do determinismo divino e do
determinismo humano. A circunstância a ser seguida, portanto, deve ser sempre a do primeiro, a fim de que o segundo
seja iluminado, destacando-se essa mesma circunstância pelo seu caráter de benefício geral, muitas vezes com o sacrifício
da satisfação egoística da personalidade. Em virtude dessa característica, o homem está sempre habilitado, em seu íntimo,
a escolher o bem definitivo de todos e o contentamento transitório do seu “eu”, fortalecendo a fraternidade e a luz, ou
agravando o seu próprio egoísmo.
Emmanuel – O Consolador – Perg. 132/139
(...)
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
as coisas edificam”.
Paulo de Tarso – I Coríntios, 10:23
11
2.5 A Justiça Divina
A lei de causa e efeito está diretamente relacionada à noção que se tem da justiça e, mais ainda, da Justiça
Divina.
Justiça significa, a rigor, respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico que objetiva manter a
ordem social através da preservação dos direitos individuais e coletivos, expressa sob forma legal (constituição das leis) e
devida aplicação nos casos específicos (litígio).
O conceito espírita de justiça está sintetizado nestas conhecidas palavras de Jesus: “Fazei aos homens o que
gostaríeis que eles vos fizessem, pois é nisto que consistem a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)
O entendimento de justiça divina está submetido às diferentes interpretações religiosas; contudo, há unanimidade
de que Deus quer o bem para todos os seus filhos, disponibilizando-lhes condições infinitas para sua melhoria espiritual.
Dessa forma, Emmanuel ensina como entender a justiça divina:
(...) não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas. Tanto quanto podemos perceber o Pensamento Divino,
imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas
imperfeitas — através de leis que Lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo. É inútil que dignitários desse ou
daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de
vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações.
(...) Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça que atribui a cada
Espírito segundo a própria escolha. Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje
a fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor. Não afirmes, desse modo, que
Deus bajula ou condena.
(...) O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-
lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.
(...)
O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes
o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.
A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.
Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 51 – Nas leis do destino
(...)
Aliás, não é sublime a justiça unida à bondade, que faz a duração das penas depender dos esforços do culpado
para se melhorar?
Nisto se encontra a verdade do preceito: "A cada um segundo as suas obras".
Allan Kardec/Agostinho – O Livros do Espíritos – Perg. 1009
(...)
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as suas vivências, e a dor faz
parte do processo iluminativo.
O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime.
Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016
12
(...)
Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE MISERICÓRDIA DIVINA
JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA, que O SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE
REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre
o melhor.
Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19
(...)
As dívidas, embora contraídas em relação às pessoas, não são resgatadas diretamente com elas, de forma
compulsória. Muitas vezes se defrontam os comprometidos para a regularização, porém a agressão cometida, o
débito contraído é sempre contra a Ordem Divina, contra as Leis que regem o Cosmo, podendo-se liberar
daquelas desgraças praticadas, mediante a ação do bem, em qualquer direção, a quem quer que seja.
A soma das ações dignificadoras diminui o peso dos males praticados. O amor cobre a m u l t i d ã o de
pecados, conforme acentuou Jesus.
Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 9
(...)
É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na
vida espiritual.
Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser.
JUSTAS SÃO ELAS, no entanto, como ESPÓLIO DO PASSADO — herança que serve à nossa romagem
para a perfectibilidade.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 7 – item 31
(...)
NÃO ME CONFORMO! - Explodem, revoltados, aqueles que da VIDA somente esperam vantagens e
recompensas...
DEUS É INJUSTO! - Proferem, estentóricos, os que se supõem credores apenas de receber dádivas...
NÃO MEREÇO ISTO! - Bradam, desatinados, quantos são colhidos pelo que denominam infortúnios e desgraças...
NENHUMA DOR TE ALCANÇA SEM CRITÉRIO SUPERIOR DE JUSTIÇA.
DESGRAÇA REAL é o desconhecimento dos objetivos superiores da existência sem a chama luminosa do amor
como benção e a imperiosa necessidade de seguir, arrastado pelas circunstâncias penosas.
Joanna de Angelis – Alerta – Cap. 20
(...)
Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE MISERICÓRDIA DIVINA
JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA, que O SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE
REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre
o melhor.
Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19
(...)
Há, no entanto, desgraças e desgraças. As primeiras são as que irrompem desarticulando a emoção
e desestruturando a existência física e moral da criatura que, não raro, sucumbe ante a sua presença e aqueloutras, que não
13
são identificadas por se constituírem consequências de atos infelizes, arquitetados por quem ora lhes padece os efeitos
danosos.
Essa, sim, são as desgraças reais.
Joanna de Angelis – Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda – Cap. 6
(...)
A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade.
O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto quanto a tempestade tem o seu lugar
importante na economia da natureza física.
Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 162
(...)
Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem causas atuais, enquanto outras se
prendem ao passado espiritual, constituindo tais fatores a justiça impertérrita que alcança os infratores dos códigos
divinos do amor e do equilíbrio.
Joanna de Angelis - Celeiros de Bênçãos – Cap. 35
(...)
A carga de aflições que conduzes não significa abandono a que estejas relegada, e sim recordação de que não
és esquecida.
A fé não libera a alma dos resgates que lhe cumpre atender, como esperam alguns crentes apressados.
Ela é a fonte de energia e o dínamo de força, o penso que balsamiza a ferida e o conforto que ampara a
coragem, não um mecanismo de evasão das responsabilidades ou documento para chantagear o equilíbrio da justiça.
Victor Hugo – Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap. 7
(...)
Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus.
Não te encontras à deriva, apesar de supores que o rumo para a felicidade se perdeu em definitivo.
A ausência aparente de respostas diretas aos teus apelos e necessidades faz parte de uma programática para o teu
bem.
Sem que o percebas, chegam-te os socorros imprescindíveis para o equilíbrio e êxito, sem os quais, certamente,
não suportarias as provas a que te propuseste por impositivo da própria evolução.
Joanna de Angelis – Otimismo – cap. 51
(...)
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos
Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se
quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.
Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da Justiça e da Misericórdia de Deus e
perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar
com respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos
observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.
Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7
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(...)
FELICIDADE é nascer no Mundo, e aprender a renascer na Vida.
FELICIDADE é reconhecer que o sofrimento é resposta das opções, e educar-se com ele, para registrar o passado
e prevenir o futuro.
FELICIDADE, ENFIM, é conquistar na Vida o admirável direito de Viver, tendo consciência não apenas das
Vitórias e dos erros, mas, principalmente, da constância e ânimo para todas as lutas.
Jácome Góes – Jornal da Cidade – Sergipe
(...)
Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos tribunais da Divina Sabedoria,
restaurando a ti mesmo, para seguir à frente, valoroso e sereno, na própria redenção ante a Bênção da Lei.
Emmanuel – Construção do Amor – Cap. 5
(...)
Muitas vezes exclamas: — Justiça! Justiça!
E afirmas-te demasiadamente sofredor, perseguido pelas sombras ou desamparado pela Bênção do Céu!
Nos dias de aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por maiores manifestações da Justiça, em
teu campo de ação, porque a Justiça mais ampla poderia agravar-te as dores, mas sim roga o acréscimo da Divina
Misericórdia, em teu benefício, a fim de que disponhas de ombros fortes para que não venhas a lançar longe de ti os favores
da própria cruz.
Emmanuel – Assim Vencerás – Cap. 9
(...)
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as suas vivências, e a dor faz
parte do processo iluminativo.
O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime.
Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016
(...)
Mas então se pergunta:
− Por que uns sofrem mais do que outros;
− Por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada terem feito para justificar essa posição;
− Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir?
− Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão desigualmente distribuídos entre o
vício e a virtude;
− Ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam.
A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir
a Justiça de Deus.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 3
15
(...)
Ao contrário, tudo se explica, tudo se esclarece, pela doutrina das vidas sucessivas. A lei de justiça revela-se, nos
menores detalhes da existência. As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes posições ocupadas pelas almas,
em seus graus infinitos de evolução. O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa série de
causas e efeitos desencadeados por seus atos.
Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13
(...)
Desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem suas perfeições infinitas.
Ele deve ser todo-poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus.
E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com parcialidade. AS VICISSITUDES DA
VIDA TÊM, POIS, UMA CAUSA, E COMO DEUS É JUSTO, ESSA CAUSA DEVE SER JUSTA.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 3
(...)
As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa
distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 4
(...)
Há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são
estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade.
Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e
desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 6
(...)
Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma
consequência natural da própria falta cometida.
É dessa maneira que se explicam, PELA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS e pelo destino na Terra, como
mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste
mundo.
Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos
elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o
que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 7
(...)
Tudo isso muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na linguagem humana. Sim, realmente são a
desgraça, para aqueles que nada veem além do presente.
Mas a verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que na própria coisa.
É assim que, para julgar o que é realmente feliz ou desgraçado para o homem, é necessário transportar-se para
além desta vida, porque é lá que as consequências se manifestam.
Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua curta visão, cessa com a vida e tem sua compensação
na vida futura.
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Evangelho Segundo o Espiritismo - Delphine de Girardin – Cap. 5 – item 24
(...)
O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos os problemas humanos.
Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça de Deus nos parece absurda.
Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27
(...)
A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 8
(...)
E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra consequência:
A sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 1
(...)
Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal, são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um
só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento
da alma que se perca.
Allan Kardec- O Céu e o Inferno. 1º parte/Cap. 7, n.º 8
(...)
A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento, mas em todos os lugares
viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras.
André Luiz – Entre a Terra e o Céu – Cap. 9
(...)
A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 7 – item 33
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2.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo
Igualmente denominada de forma simbólica Lei de Ação e Reação, apresenta as seguintes características:
a. O ser humano tem livre-arbítrio para construir seu destino.
b. Em decorrência da lei de liberdade e do nível evolutivo em que se encontra, o Espírito faz escolhas acertadas ou
equivocadas. Escolhas felizes são incorporadas ao patrimônio espiritual, servindo de referência para novas escolhas.
As más ações, ou escolhas infelizes, produzem sofrimento ao Espírito porque, ainda que ele não tenha maior
compreensão do processo de ação-reação, da repercussão dos seus atos, a voz da consciência (mecanismo regulador
da vida) o alerta de que cometeu um atentado contra a Lei de Deus.
c. Os erros ou equívocos cometidos são reparados ao longo das reencarnações sucessivas, por meio das provações,
sempre com base na expressão amor-justiça-misericórdia divinos.
d. Os processos de reparação e os novos aprendizados são definidos no planejamento reencarnatório, que não é
inflexível nem infalível (o indivíduo pode, quando reencarnado, ignorar o que foi planejado).
Neste sentido, a manifestação da lei de causa e efeito, em cada período reencarnatório, representa a escolha de
provas definidas ou aceitas pelo reencarnante.
E (...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se delas [o Espírito] triunfa, eleva-se; se
sucumbe, tem de recomeçar. (Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399)
Mesmo que o Espírito encarnado não recorde os erros cometidos, ou as determinações do planejamento
reencarnatório, ensina Kardec que,
(...) o esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do Espírito, porque, mesmo não se lembrando
delas com precisão, o fato de as ter conhecido na erraticidade e o desejo de repará-las o guia por intuição e lhe dá o
pensamento de resistir ao mal.
Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399
Esse pensamento (de resistir ao mal) é a voz da consciência, secundada pelos Espíritos que o assistem, se escuta as
boas inspirações que lhe sugerem. Embora o homem não conheça os próprios atos que praticou em suas existências
anteriores, sempre pode saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual era o seu caráter dominante. Basta
estudar a si mesmo e julgar do que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências.
EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito
(...)
Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites nos princípios de causa e efeito, tanto
quanto é natural reflitas no impositivo de burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente
na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós mesmos, se nos decidimos a aceitar,
construtivamente, as experiências que se nos façam precisas.
Emmanuel – Seara de Luz – Cap. 22 – Renovação em amor
As vicissitudes da vida corporal são, ao mesmo tempo, expiação das faltas passadas e provas para o futuro.
18
(...) a natureza das vicissitudes e das provas que sofremos também nos pode esclarecer sobre o que fomos e o que
fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos os atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.
Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399
A reparação de faltas, acionada pela lei de causa e efeito, segundo a interpretação espírita, não se manifesta como
única escolha, ou como uma “camisa de força” das provações. O ser humano que já revela possuir algum entendimento da
Lei de Deus pode, perfeitamente, optar por quitar suas dívidas pelo exercício da lei de amor, pois, como nos orienta o
apóstolo Pedro, “o amor cobre a multidão de pecados”. (1 Pedro, 4:8)
EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito
(...)
Submetido à ordem da ação, que desencadeia reações correspondentes, és o que de ti próprio faças, movimentando-
te no rumo que eleges.
A dificuldade de agora é o efeito da insensatez do passado. A vida renova-se a cada momento.
És senhor do teu destino, e ele tem para ti, como ponto de encontro, o infinito.
É necessário que te envolvas com o programa divino. Todo aquele que se não envolve positivamente, nunca se
desenvolve.
Ninguém tem o destino do sofrimento. Ele é resultado da ação negativa, jamais a causa.
As transformações que a vida opera são fases de desenvolvimento.
A poda renova; a dor desperta; a provação educa; a alteração de comportamento propõe esforço.
Joanna de Ângelis - Momentos de Saúde – Cap. 2
(...)
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos
Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se
quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.
Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da Justiça e da Misericórdia de Deus e
perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar
com respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos
observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.
Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7
(...)
Referimo-nos frequentemente à lei de causa e efeito. Sabemos que ela funciona em termos de exatidão.
Utilizamo-la, quase sempre, tão só para justificar sofrimentos, esquecendo-lhe a possibilidade de estabelecer
alegrias.
Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 68 - Semeadores de Esperança
(...)
Lembramo-nos da Lei de Causa e Efeito apenas em matéria de sofrimento, mas ela funciona também para o
bem.
Quem faz o bem, queira ou não, será recompensado…
O Senhor manda que o mal seja corrigido e o bem seja estimulado em benefício de cada um de nós…
Chico Xavier - O Evangelho de Chico Xavier – item 343 - Da Lei de Causa e Efeito
19
(...)
Temos aqui uma lei natural, de ampla abrangência, atuante no campo físico, espiritual e moral, válida em
contextos do micro ao macro, atemporal.
Uma lei com tal abrangência que é antes um princípio universal.
Como um princípio, uma lei básica, vê-se que a mesma é simples em seu conceito e em sua definição, mas
complexa nas nuances dos mecanismos de sua aplicação, onde efeitos deterministas e estocásticos (aquele cujo estado é
indeterminado, com origem em eventos aleatórios) se manifestam nos processos materiais do mundo físico, nos
comprometimentos e na evolução moral do mundo espiritual, nos seres materialmente corpóreos e incorpóreos.
Sinteticamente as características principais da Lei de Causa e Efeito são:
Características Lei de Causa e Efeito
Abrangência Lei Universal, natural ou divina. Aplica-se em todo o universo.
Âmbito Campo material, espiritual e moral
Número de elementos Pode atuar em um ou mais elementos.
Temporalidade A manifestação do efeito pode ser imediata, após um período temporal,
distar vários séculos ou ser anulada.
Intensidade A intensidade do efeito pode ser diferente da intensidade da
causa ou até mesmo ser nula
Anulação O efeito ou a consequência pode ser anulado.
Duração Os efeitos ou consequências podem persistir por pouquíssimo
tempo a vários séculos.
Natureza A natureza do efeito pode diferir da natureza da causa.
Mecanismo de Atuação Complexo, com muitas variações
Dependência de fatos
posteriores
Muitas, de diversas circunstâncias e de atos posteriores a causa
Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas, similares ou iguais
(...)
A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos em nome da Divina Justiça e a criatura
sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos não controlados, das suas ações infelizes, da sua persistente rebeldia em não
aceitar os convites superiores da ordem e do dever.
Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a realizar o que lhe pareça próprio,
espontaneamente, porém retornando pelo mesmo caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus
atos, ou coletar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do amor.
Mediante um contingente de provações ou novas experiências sob o talante dos sofrimentos, porém, com excelentes
possibilidades de recuperação, ou através das expiações que encarceram os calcetas nos limites impostos ao corpo ferido
pelos dardos perversos dos atos transatos, o Espírito cresce e desenvolve os seus potenciais, porque é irreversível a Lei
de Evolução.
Joanna de Angelis - Triunfo Pessoal – Cap. 11
20
(...)
Aproximava-se a hora extrema. Jesus conversava com os seus no Jardim de Getsemani, quando chegou Judas
acompanhado daqueles que deveriam prendê-lo. Houve reação da parte dos que o ouviam.
"Nisto — escreve Mateus —, um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, sacou-a e, ferindo o servo do
Sumo Sacerdote, cortou-lhe a orelha. Disse-lhe então Jesus: Devolve a espada à sua bainha, porque todos os que
empunham a espada pela espada hão de perecer."
João repetiria ideia semelhante no Apocalipse, capítulo 13, versículo 10:
“Aquele que levar alguém para o cárcere, para o cárcere há de ir; o que faz morrer pela espada, pela espada há de
morrer”.
Essa é a chave: a da responsabilidade pessoal pelos atos que praticamos, a certeza inexorável de que esses atos
voltam sobre nós, tanto os bons como os outros.
Esse conceito evangélico, o Espiritismo o conhece sob o nome de lei de ação e reação.
Não há mais dúvida para aqueles que estudaram a Doutrina dos Espíritos; que cada um de nós constrói seu
próprio destino inteiramente livre na ação, mas irrevogavelmente preso à reação.
Nosso livre-arbítrio nos permite fazer hoje o que entendermos da nossa vida, sujeitos apenas à condicionante das
ações passadas que nos inibem algumas escolhas, certos, porém, de que as nossas decisões, de hoje condicionarão, por sua
vez, as escolhas futuras.
E nesse delicado e preciso mecanismo que se resolve o velho e disputado problema do livre-arbítrio em choque
com o determinismo.
Somos livres, sim, de agir agora. Podemos escolher o bem ou o mal, o comodismo ou a renúncia, o trabalho ou a
ociosidade. Amanhã, porém, quando a ação passada nos obrigar a aceitar a reação inevitável, não poderemos queixar-nos
dos rigores da lei, nem deblaterar contra a “injustiça” de Deus que faz sofrer o “inocente”.
O que fez perecer pela espada pela espada há de perecer. O que privou o irmão do dom sublime da visão há de viver
nas trevas. O que enlanguesceu na opulência ociosa mal terá o que comer e o que vestir.
Se além dessas dificuldades não tiver fé, não será nem daqueles a quem dizia o Cristo que “fossem como as aves
do céu ou os lírios do campo que não colhiam nem teciam e, no entanto, nem Salomão se vestira como eles, com tão rica
plumagem ou tão delicada e perfumada beleza”.
As lições do Cristo estão aí mesmo, repetidas insistentemente ao longo de muitos séculos. Nós, que vivemos esses
séculos, aqui ou no espaço, muitas vezes, inúmeras vezes lemos e ouvimos esses mesmos ensinamentos proclamados em
toda parte, em todos os tempos, a toda gente. O que estamos esperando para colocá-los em prática? Mais um punhado
de séculos?
Hermínio de Miranda – Candeias na Noite Escura – Cap. 31
(...)
Ante a Lei de Causa e Efeito
Que nos libera ou detém,
Há muito bem que faz mal,
Muito mal produz o Bem.
Cornélio Pires - Alma do povo – Cap. 4 - Rimas da Vida
21
(...)
Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas
e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em
zelando por ti.
Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 3 - Tua Mensagem
(...)
Sua decisão num momento responderá pelos seus dias futuros.
Não se precipite. A MEDITAÇÃO o ajudará a discernir com clareza e segurança.
A indecisão prolongada ante uma posição a assumir gera complicação do problema que deverá ser enfrentado, por
mais adiado permaneça. Não cultive receios. ORE e CONSULTE o Evangelho, após o que não tarde em demasia a
definição.
AJA com elegância mesmo quando diante de circunstâncias perturbadoras. NÃO REAJA movido pelas paixões
inferiores. Todos somos chamados, inevitavelmente, a testemunhos que aferem os valores individuais, na pauta da evolução
de cada um.
Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap.
(...)
Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram no caminho da evolução. Por isso
mesmo, o MAIS IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE ACONTEÇA e sim o SEU MODO DE REAÇÃO.
André Luiz – Na Era do Espírito – Cap. 22
(...)
Provas, aflições, problemas e dificuldades se erigem na existência, como sendo patrimônio de todos. O que nos
diferencia, uns diante dos outros, é a nossa maneira peculiar de apreciá-los e recebê-los.
Emmanuel - Rumo certo - Capítulo 10 - Ações e reações
(...)
A Lei de Causa e Efeito é a chave do destino humano, da moral humana, no seu destino particular e coletivo, no
seu desdobramento individual e coletivo. Somos o que fomos, através da evolução; seremos o que somos de acordo com o
evolver da nossa personalidade.
Passado, presente e futuro são frutos do nosso trabalho, das ações que desenvolvemos dentro de nós mesmos e
dentro da sociedade, na lenta e sacrificial caminhada que empreendemos em (re)encarnações sucessivas, com vista à
perfeição.
É graças ao poder divino desse princípio, que se consubstancia a lei de causalidade, que o nosso pensamento medita
nas expressões que pretende usar e nas atitudes mentais que procura transformar em atos objetivos. As consequências que
derivam destes pensamentos, palavras e ações constituem o que se denomina Lei de Causa e Efeito.
Causa e efeito e finalidade são princípios filosóficos que se completam. Se assim não fosse, se ao antecedente
causai faltasse um sentido diretor e seletivo, um fim moral e perfeito, cairíamos ou no determinismo fatalista ou no fatalismo
determinista, isto é, no materialismo.
A filosofia espírita, e Kardec deixou lucidamente patenteada, é determinista, mas não é fatalista, nem no sentido
teológico, nem no sentido materialista, porque o Espiritismo não admite que as ações humanas, nem as causas que as
produzem, estejam fatalmente dispostas por Deus para a realização de cada fim individual.
Carlos Bernardo Loureiro - Das Profecias à Premonição – Pag. 149
22
2. A Lei de Causa e Efeito e a Família
3.1 Os conflitos/desencontros no núcleo Familiar
Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela outra.
Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que
julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.
Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 939
(...)
As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas.
Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 11
(...)
Muitos homens e mulheres exigem, por tempo vasto, flores celestes sobre espinhos terrenos, reclamando dos
outros atitudes e diretrizes que eles são, por enquanto, incapazes de adotar, e o matrimônio se lhes converte em
instituição detestável.
Emmanuel – Vinha de Luz – Cap. 137
(...)
Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges
solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E ante a Vida
Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos
séculos, desde que nos empenhamos a solvê-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
Emmanuel – Caminhos de Volta – Pag.12
(...)
Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão.
Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá, sob o
clima que merece.
Tem paciência e confia em Deus.
Joanna de Angelis – Após a Tempestade – Cap.13
(...)
Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspirado pelo
amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional através do diálogo, do interesse nas realizações do
outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado.
Joanna de Angelis – Amor, Imbatível Amor – Cap.6
(...)
Os que se casam, unem-se e não se fundem, o que determina que cada qual prosseguirá com suas conquistas e
gostos, preferências e realidades íntimas, inteiramente “sui generis”.
Camilo - Educação e Vivências – Cap. 11
23
(...)
A cultura do exacerbado materialismo desses dias tem ensinado aos indivíduos a fechar ouvidos e corações para o
exercício da paciência, da tolerância, do perdão, da perseverança, da cooperação recíproca, no vero cumprimento dos
deveres conjugais, e, ao invés disto, há estabelecido o culto ao “meu” prazer, ao “meu” bem-estar, a “minha”
satisfação, a “minha” razão e ao “meu” direito, num aterrador domínio egoístico, promotor de inenarráveis tormentos
para o porvir.
Camilo – Desafios da Educação – pag. 96
(...)
Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado é tão incorreto quanto assegurar que está sempre
certo.
Em algumas circunstâncias, a separação é um subterfúgio para uma saída fácil ou um pretexto com que alguém
procura esquivar-se das responsabilidades, unicamente.
Há uniões em que o divórcio é compreensível e razoável, porque a decisão de casar foi tomada sem maturidade,
porque são diversos os equívocos e desencontros humanos.
Em outros casos, há anos de atitudes de desrespeito e maus tratos, há os que impedem o desenvolvimento do
outro.
São variadas as necessidades da alma humana e, muitas vezes, é melhor que os parceiros se decidam pela separação
a permanecerem juntos, fazendo da união conjugal uma hipocrisia.
Em todas as atitudes e acontecimentos da vida, somente a própria consciência do indivíduo pode fazer o
autojulgamento e decidir sobre suas carências e dificuldades da vida a dois.
Hammed - As Dores da Alma – Pag. 89
(...)
Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios
afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração.
Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 27
(...)
Famílias-problemas! ...
− Irmãos que se antagonizam...
− Cônjuges em lamentáveis litígios...
− Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe...
− Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias...
− Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas...
− Tempestades verbais em discussões extemporâneas...
− Agressões infelizes de consequências fatais...
− Tragédias nas paredes estreitas da família...
− Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...
− Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.
− Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de
ira...
24
− Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de
queixas e recriminações...
Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas! ...
É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.
A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontânea, mas a colheita tem impositivo de
obrigatoriedade.
Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.
Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios.
Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios
desenganos.
Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Pág. 164
(...)
Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de agravar a união conjugal:
− Silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos;
− Tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira;
− Ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião;
− Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou
inacabáveis novelas de televisão;
− Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
− Desinteresse pelos problemas do outro;
− Falta de intercâmbio de opiniões.
− Atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de
agressão desta ou daquela maneira...
E muitos outros mais.
Joanna de Angelis – Sol de Esperança – Cap. 35
25
(...)
A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem
que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.
(...)
O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes
será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de
aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma.
Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito --- em existências que já se foram --- a vítima dela própria,
quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe
compete tolerar e reeducar.
(...)
Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo,
isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo
o mesmo referentemente à mulher.
O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à
perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitude que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e
a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie.
(...)
Toda vez que amamos alguém e nós entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos
desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos,
estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a
prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de certas contas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão
e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino.
Emmanuel –Vida e Sexo – Cap. 12
(...)
O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais exaurir-se.
Partidários da libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo livre, como se jamais não o
houvera sido.
Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo apenas em instinto primitivo, padronizado pelos impulsos
da sexualidade atribulada.
Liberdade para amar, sem dúvida, disciplina para o sexo, também.
Amor é emoção, sexo sensação.
Compreensivelmente, mesmo nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos, incompreensões, discórdias
que o amor suplanta.
Joanna de Angelis – Celeiro de Bênçãos – Cap. 34
26
(...)
Nessa ou naquela idade física, o homem e a mulher, com a supervisão da Lei que nos governa os destinos,
encontram as pessoas e as situações de que necessitam para superarem as provas do caminho, provas indispensáveis
ao burilamento espiritual de que não prescindem para a justa ascensão às Esferas Mais Altas.
Assim é que somos atraídos por determinadas almas e por determinadas questões, nem sempre porque as
estimemos em sentido profundo, mas sim porque o passado a elas nos reúne, a fim de que por elas e com elas venhamos
a adquirir a experiência necessária à assimilação do verdadeiro amor e da verdadeira sabedoria.
E' por isso que a maioria dos consórcios humanos, por enquanto, constituem ligações de aprendizado e sacrifício,
em que, muitas vezes, as criaturas se querem mutuamente e mutuamente sofrem pavorosos conflitos na convivência
umas das outras.
Nesses embates, alinham-se os recursos da redenção.
Quem for mais claro e mais exato no cumprimento da Lei que ordena seja mantido o bem de todos, acima de
tudo, mais ampla liberdade encontra para a vida eterna.
Quanto mais sacrifício com serviço incessante pela felicidade dos corações que o Senhor nos confia, mais elevada
ascensão à glória do Amor Divino.
(...)
Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo reparador de culpas recíprocas, em verdade, antes de
tudo, somos devedores da Lei em nossas consciências.
Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos.
ANDRÉ LUIZ – Ação e Reação – Cap. 14
(...)
Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos
habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos,
quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios.
Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 9
(...)
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espirito,
recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no
justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho,
dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.
EMMANUEL – Livro da Esperança – Cap. 38
(...)
Em cada companheiro que partilha a consanguinidade, temos um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo
por tempo enorme, no esforço da repetência.
Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes; num, a paciência, noutro, a lealdade, e ainda em
outros, o equilíbrio e a abnegação, a firmeza e a brandura !
Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações
de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos
27
ou irmãos, porque é na tua vitória moral junto deles que depende a tua admissão definitiva entre os amados que te
esperam, nas vanguardas de Luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior.
EMMANUEL – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 62
(...)
• ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
• ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.
HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
• ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.
• ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-
lhe, à custa de lagrimas, o trabalho de reajuste.
• ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da
delinquência.
HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso
infatigável da tolerância.
• ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de
ingratidão.
HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho
e fidelidade.
À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.
Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os te ferem e desculpa todos àqueles
que te injuriam...
A HUMILDADE É A CHAVE DE NOSSA LIBERTAÇÃO.
E, sejam quais sejam os teus obstáculos na Família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus,
perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em Casa.
EMMANUEL – Luz no Lar – Cap. 49
(...)
Cede hoje à Vida o que possuas de melhor e, amanhã, aquilo que a Vida tenha de melhor te responderá.
EMMANUEL – Jóia – Pag. 8
(...)
Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites nos princípios de causa e efeito, tanto
quanto é natural reflitas no impositivo de burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente
na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós mesmos, se nos decidimos a aceitar,
construtivamente, as experiências que se nos façam precisas.
Se qualquer tempo é suscetível de ser ocasião para resgate e reajuste, todo dia é também oportunidade de recomeçar,
reaprender, instruir ou reerguer.
Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 22 – Renovação em Amor
28
(...)
Sê sábio, investindo no futuro.
O que ora te acontece, resulta do passado que não podes remediar.
Mas, aquilo que irá suceder, depende do que realizes a partir de hoje.
Enquanto recolhes efeitos de ações passadas, estás atuando para consequências futuras.
Joanna de Ângelis - Vida Feliz, Pag.152
(...)
No rio do tempo somente o hoje é vital.
Vivê-lo com elevação e nobreza é a forma feliz de anular o ontem e programar o amanhã.
Quem deseje conhecer o próprio como o futuro da Humanidade, examine o seu comportamento e escreva com atos
atuais as determinantes que comporão as paisagens que irá defrontar mais tarde.
Se aspiras conhecer o teu futuro, examina o teu presente, programando os teus pensamentos, palavras e atos
que formarão o tecido do que está por vir.
Se aspiras saber do teu passado, aprofunda reflexões nos teus dias atuais e concluirás como ele ocorreu, em
razão daquilo que és agora
Joanna de Ângelis – No Rumo da Felicidade
(...)
O nosso futuro está sendo articulado neste instante por nós mesmos.
Façamos agora o melhor ao nosso alcance, porque o amanhã para nós será sempre o nosso hoje passado a
limpo.
Emmanuel – Algo Mais – Cap. 1
(...)
É um erro considerar como futuro o que se relaciona ao remoto, ao qual se atiram realizações que deveriam ser
executadas agora, definindo circunstâncias e tempo. A soma dos segundos transforma-se em milênios. É mais exequível
realizar-se em cada pequeno lapso de minuto do que aguardar a sucessão dos anos.
Quando se deseja realmente fazer algo, estabelece-se horário e define-se ocasião. Essa ordem, registrada no
subconsciente, faculta que se consume o programa estabelecido. Quando não se deseja inconscientemente fazê-lo, estatui-
se: Um dia… Na primeira oportunidade… Esse dia e essa oportunidade não existirão, porque não foram definidos. Assim
também é esse futuro, não delimitado, vazio, ameaçador.
Vivendo bem cada momento, em profundidade, o futuro torna-se natural, acolhedor, gratificante, porquanto
será conforme os atos de ontem – em reencarnações passadas — e de hoje – na existência atual -, que alterará o
mapeamento do amanhã.
Joanna de Ângelis - Autodescobrimento - Cap. 8.2– uma busca interior
29
(...)
Tempo velho, tempo novo…
Cada dia é diferente;
Por isso, o Céu nos avisa:
“Olha o tempo, minha gente”
Problemas e provações
Surgirão, constantemente…
A luta exige, onde estejas:
“Olha o tempo, minha gente”
Cornélio Pires – Estrelas no Chão – Cap. 32 – Convite Geral
Um ano chega e se vai,
Mas outro ano aparece,
Para que o drama da vida,
Na Terra se represente…
Em cada dia que nasce
Há sempre dor e prazer;
Resguardemos o otimismo
Na alegria de viver…
Jair Presente – Palco Iluminado – Cap. 2 – Nota do Tempo
(...)
Comparemos a Providência Divina a estabelecimento bancário, operando com reservas ilimitadas, em todos os
domínios do mundo. Pela Bolsa de Causa e Efeito, cada criatura retém depósito particular, com especificação de débitos e
haveres, nitidamente diversos, mas, pela Carteira do Tempo, todas as concessões são iguais para todos.
André Luiz - Estude e Viva
(...)
Para coisa alguma serve chorar pelo que aconteceu: não podemos retomar a oportunidade perdida.
O passado ensina e o futuro promete em função do presente.
Reflitamos na justiça das horas. Tempo é valor divino na experiência humana. Cada consciência plasma com ele
o próprio destino.
André Luiz - Opinião Espírita – Cap. 57
(...)
O MINUTO é uma joia. A HORA é uma fortuna. O DIA é um tesouro. Aproveitá-los é subir para a gloriosa
destinação que o eterno Pai nos reserva.
Neio Lucio – Colheita do Bem – Cap. 8
30
(...)
Toda compensação exterior afeta a personalidade em experiência; mas todo valor de tempo interessa à
personalidade eterna, aquela que permanecerá sempre em nossos círculos de vida, em marcha para a glória de Deus.
É por essa razão que o Altíssimo concede sabedoria ao que gasta tempo em aprender e dá mais vida e mais
alegria aos que sabem renunciar! ...
André Luiz - Nosso Lar – Cap. 36
(...)
Senhor,
Tu que nos deste no TEMPO o sábio condutor de nossos destinos, Faze-nos entender a BÊNÇÃO DOS
MINUTOS, a fim de não perdermos o TESOURO DOS SÉCULOS…
LIVRA-NOS DA INÉRCIA, porque sem Tua bênção A RONDA DOS MILÊNIOS é só repetição, prova e
monotonia…
Emmanuel – Instruções Psicofônicas – Cap. 42
(...)
Cada dia é tempo de dar novas maneiras às nossas resoluções e aos nossos atos, a fim de tudo renovar e tudo redimir
para a exaltação do Bem Infinito.
Emmanuel - A Verdade Responde – pag. 17
31
No reino doméstico
Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consangüinidade, aqueles que ainda não acertaram as rodas do
entendimento, no carro da evolução , a fim de trabalharem com o abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes
impedem a harmonia.
Jungidos à maquina das convenções respeitáveis, no Instituto Familiar, caminham, lado a lado, sob os aquilhões da
responsabilidade e da tradição, sorvendo o remédio amargoso da convivência compulsória para sanarem velhas feridas
imanifestas.
E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente os cônjuges infortunados.
Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos.
Existem Pais que não toleram os filhos e Mães que se voltam, impassivelmente, contra os próprios descendentes.
Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da
antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com os raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do
despeito, apaixonadamente cultivados no solo mental.
Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos, que não passam de
mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira mascarada sob o nome de Lar.
Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera da diagnose complicada; entretanto, na profundez das
causas, reside a influência maligna da parentela consangüínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida.
Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde ou de caridade, à maneira de
restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso, procurando a terra firme da costa.
Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos referimos. Mas esse amor
ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que,
ás vezes, matam sem a intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vitimas.
Por isso mesmo, o ESPIRITISMO COM JESUS, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conhecimento e ao
perdão, ACLARANDO A ORIGEM DE NOSSOS ANTAGONISMOS E REPORTANDO-NOS AOS DRAMAS POR
NÓS TODOS JÁ VIVIDOS NO PRETÉRITO, ACENDERÁ UM FACHO DE LUZ EM CADA CORAÇÃO, inclinando
as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime de melhoria individual, em favor da
tranqüilidade coletiva e da ascensão de todos.
HUMBERTO DE CAMPOS
32
3.2 Qual a função essencial do lar e da família ?
No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e às
tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem.
Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 4
(...)
Longe das esferas superiores que ainda não merecemos e distanciados das regiões positivamente inferiores em
que nossas modestas aquisições evolutivas encontraram início, concede-nos, então, a Providência Divina, o refúgio do
Lar, entre as sombras da Terra e as rutilâncias do Céu, por instituto de tratamento em que se nos efetive a necessária
restauração.
É assim que reencarnamos em nova armadura física, reencontramos perseguidores e adversários, credores
e cúmplices do pretérito, na forma de parentes e companheiros para o resgate de velhas contas.
Nesse cadinho fervilhante de responsabilidades e inquietações, afetos renovados nos chamam ao reconforto,
enquanto que aversões redivivas nos pedem esquecimento...
À vista disso, no mundo, por mais atormentado nos seja o ninho familiar, abracemos nele a escola bendita do
reajuste, onde temporariamente exercemos o ofício da redenção. Conquanto crucificados em suplícios anônimos, atados
a postes de sacrifício ou semi-asfixiados no pranto desconhecido das grandes humilhações, saibamos sustentar-lhe a
estrutura moral, entendendo e servindo, mesmo à custa de lagrimas, porque é no Lar, esteja ele dependurado da crista de
arranha-céus, ou na choça tosca de zinco, que as Leis da Vida nos oferecem, as ferramentas de Amor e da Dor para a
construção e reconstrução do próprio destino.
Emmanuel – Na Intimidade Domestica - Livro da esperança - Capítulo 40
PAZ EM CASA
Compras na Terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a Paz.
Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranqüilidade de Espírito.
No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que não penetres o clima dos teus, à
feição de inimigo familiar.
Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bondade e a cooperação para
que o mal se reduza.
Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os próprios aborrecimentos, limitando as inquietações.
Recebe a refeição por benção divina.
Usa portas e janelas, sem estrondos brutais. Não movas objetos, de arranco.
Foge à gritaria inconveniente.
Atende ao culto da gentileza.
Há quem diga que o lar é o ponto de desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime. Reconhecemos que sim; entretanto,
isso não é razão para que ele se torne em praça onde a criatura se animalize.
Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique.
Emmanuel - luz no lar - cap. 62 – paz em casa
33
3.3 De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso ?
O marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira.
• E O MARIDO DESLEAL ?
O marido ingrato e desleal, em muitas circunstâncias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção,
com os próprios exemplos menos felizes.
• E A ESPOSA DESEQUILIBRADA ?
A esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e à viciação.
• E A ESPOSA DESORIENTADA ?
A companheira desorientada, que nos amarga o sentimento, é a mulher que menosprezamos, em outra época, obrigando-
a a resvalar no poço da loucura.
Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 4
....
Instituído a ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à
fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição
de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou
daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das conseqüências que advenham de semelhante resolução.
Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 19 – Amor Livre
....
Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo, isto é,
nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o
mesmo referentemente à mulher.
O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à
perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitude que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e
a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie.
Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos
desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos,
estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a
prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de certas contas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão
e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino.
A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um eduncandário bendito, onde o
espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira
que mereceu ou que necessita, afim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem
para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.
Emmanuel – Vida e sexo – cap. 12 - desajustes
34
Uniões de prova
Aspiras a convivência dos Espíritos de Eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social
e domestica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.
Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres.
Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstancias de hoje nos constrangem a revisar.
O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo constante é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade
escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.
Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos são as almas
confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente à pavorosas quedas morais.
A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que
outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.
Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em
outras épocas, nos quais plantastes o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o
sentimento, ao preço de bondade e perdão sem limites.
Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista,
nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões
psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma.
À frente, pois, das Uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme.
Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções humanas, mas quase
sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar.
Ouçamos o íntimo de nós mesmos.
ENQUANTO A CONSCIÊNCIA NOS AFLIGE, NA EXPECTATIVA DE AFASTAR-NOS DA OBRIGAÇÃO,
PERANTE ALGUÉM, VIBRA EM NÓS O SINAL DE QUE A DÍVIDA PERMANECE
Emanuel – livro da esperança – cap. 76 - Uniões de prova
35
3.4 E o filho rebelde ?
O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinqüência.
3.5 E a filha desatinada ?
A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade.
Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 2
CREDORES NO LAR
No devotamento dos pais, todos os filhos são jóias de luz; entretanto, para que compreendas certos antagonismos
que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te apoiam a alma, surgem os filhos-
credores, alcançando-te a vida, por instrutores de feição diferente.
...
.Embora desarmados, controlam-te os sentimentos.
.Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar.
.De doces instrumentos de carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada.
.Governam-te os impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor.
.Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem.
.Recebes todas as dores que te impõem á alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração.
.E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de
serviço e sem notas de pagamento.
...
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espirito,
recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo
instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade
e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.
Emmanuel - Livro da Esperança – Cap. 38 - credores no lar
3.6 E os parentes/amigos abnegados ?
Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos
os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, propiciando-nos o reconforto da segurança recíproca.
Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 2
36
PARENTELA
Parentela – Instituto primário de Caridade.
É aí, no reduto doméstico, por trás das paredes que nos isolam do aplauso público, que a Providência Divina nos
experimenta a madureza mental.
Nós que, de vez em vez, desembolsamos sorrindo pequena parcela de recursos amoedados, em benefício dos outros,
estamos incessantemente convocados a sustentar os familiares que precisam de nós, não apenas mobilizando
possessibilidades materiais, mas também apoio e compreensão, disciplina e exemplo, resguardando as forças que nos
asseguram felicidade.
Nada difícil suportar o agressor desconhecido que raramente conseguiremos rever.
Nenhum sacrifício em amparar o doente, largado na rua, a quem não nos vinculamos em compromisso direto. Em casa,
porém, somos constrangidos ao exercício da assistência constante.
Em cada companheiro que partilha a consangüinidade, temos um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo por
tempo enorme, no esforço da repetência. Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes; num, a
paciência, noutro, a lealdade, e ainda em outros, o equilíbrio e a abnegação, a firmeza e a brandura !
Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações de
humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou
irmãos, porque é na tua vitória moral junto deles que depende a tua admissão definitiva entre os amados que te
esperam, nas vanguardas de Luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior.
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 62 - parentela
NA INTIMIDADE DOMÉSTICA
...
Jesus transmitiu-nos a parábola do Bom Samaritano, ensinando-nos o exercício da caridade real, mas, até agora,
transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto domestico.
Não descem de Jerusalém para Jerico, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados das
melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa !.
Julgamos, assim, que a parábola do Bom Samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos
a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e
sem nada perguntar.
Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos bons para com aqueles que
respiram em nosso hálito. Devedores de muitos séculos, temos em Casa, no Trabalho, no Caminho, no Ideal ou na
Parentela, as nossas principais testemunhas de quitação.
Emmanuel - livro da esperança - capítulo 40 - na intimidade doméstica
37
3.7 Como é encarado o divorcio nos planos superiores ?
Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre
as criaturas.
....
Ocorre, entretanto, que a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o espírito, conquanto em muitas
situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar,
transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça.
Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si
mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas
para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas.
Reconduzida, porém, à ribalta terrestre e assumida a união esponsalícia que atraiu a si mesma, hei-la desencorajada
à face dos empeços que se lhe desdobram à frente. Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da
crueldade de outro tempo, seja através do menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, e o cônjuge prejudicado nem
sempre encontra recursos em si para sobrepor aos processos de dilapidação moral de que é vitima.
Compelidos, muitas vez, às ultimas fronteiras da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegada a
sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida extrema contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras
que lhes complicariam ainda mais o destino. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de benção necessária
e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da auto-aprovação para renovar o
caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não nova companhia para a jornada humana.
...
O divórcio, pois, baseado em razões justas, é providência humana e claramente compreensível nos processos de
evolução pacífica.
Emmanuel - vida e sexo - capítulo 8 - Divorcio
38
EM CASA
Ninguém foge à lei da reencarnação
• ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
• ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.
HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
• ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.
• ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe,
à custa de lagrimas, o trabalho de reajuste.
• ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência.
HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso
infatigável da tolerância.
• ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de
ingratidão.
HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e
fidelidade.
À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.
Ajuda aos te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os te ferem e desculpa todos aqueles que
te injuriam...
A HUMILDADE É A CHAVE DE NOSSA LIBERTAÇÃO.
E, sejam quais sejam os teus obstáculos na Família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus,
perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em Casa.
Emmanuel - luz no lar - cap. 49 em casa
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A Família e a Lei de Causa e Efeito

  • 1. A FAMÍLIA E A LEI DE CAUSA E EFEITO
  • 2. SUMÁRIO 1. A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos........................................................................................ 1 2.1 O Princípio da Ação e Reação................................................................................................................. 1 2.2 A Pena de Talião...................................................................................................................................... 3 2.3 O Karma/Carma....................................................................................................................................... 5 2.4 A Fatalidade e o Determinismo ............................................................................................................... 7 2.5 A Justiça Divina..................................................................................................................................... 11 2.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo.................................................................................. 17 2. A Lei de Causa e Efeito e a Família........................................................................................................... 22 3.1 Os conflitos/desencontros no núcleo Familiar....................................................................................... 22 3.2 Qual a função essencial do lar e da família ?......................................................................................... 32 3.3 De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso ?............................................................ 33 3.4 E o filho rebelde ?.................................................................................................................................. 35 3.5 E a filha desatinada ? ............................................................................................................................. 35 3.6 E os parentes/amigos abnegados ?......................................................................................................... 35 3.7 Como é encarado o divorcio nos planos superiores ?............................................................................ 37 3.8 Que precisamos para vencer na luta doméstica ? .................................................................................. 39 3. Síntese........................................................................................................................................................... 40 4. Referências................................................................................................................................................... 41
  • 3. 1 A LEI DE CAUSA E EFEITO E O EFEITO BORBOLETA 1. A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos 2.1 O Princípio da Ação e Reação Na Vida Material (encarnada) e na Espiritual (erraticidade) a expressão “Causa e Efeito” identifica em termos gerais as consequências (efeitos) geradas pelas ações (causas) humanas, mais precisamente pelos Espíritos não importando se estão encarnados ou desencarnados, nesta ou em vidas passadas. Faz similaridade com a terceira lei da Física - da Gravitação Universal e dos Movimentos, conhecida como “as leis de Newton”, que foram definidas pelo cientista inglês Isaac Newton (1643/1727 - astrônomo, filósofo natural, teólogo e cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, uma das mentes mais brilhantes do seu século). Esta terceira lei é conhecida como Lei do “Par de Ação e Reação” (...) para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes contrárias; ou no original: (...) actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. Isaac Newton - Princípios Matemáticos da Filosofia Natural – 3º volume Esta lei tem aplicações no Universo material dentro das forças gravitacionais, elétricas e magnéticas. Como lei física apresenta as seguintes características gerais: Características Lei de Ação e Reação – 3º lei de Newton Abrangência Se aplicam para corpos macroscópicos em movimento com velocidades inferiores a da luz em gravidade moderada Âmbito Lei Física, não moral descreve fenômenos físicos de forças aplicadas entre um par de corpos Número de elementos Binária, Duas forças aplicadas em corpos diferentes. Temporalidade Manifestação imediata, simultânea. Intensidade As forças (de Ação e Reação) possuem sempre a mesma intensidade, a mesma direção e sentido oposto Anulação As forças nunca são anuladas. Duração A força “de reação” permanece enquanto durar a ação. Natureza A natureza da reação é sempre a mesma da ação. Mecanismo de Atuação Simples e direto. Dependência de fatos posteriores Nenhuma, a reação só existe enquanto há uma força de ação. Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas, similares ou iguais
  • 4. 2 O princípio newtoniano de ação e reação faz relação simbólica com os conceitos de: Pena de Talião , Karma/Carma, Fatalidade/Determinismo, Justiça Divina e a Lei de Causa e Efeito - utilizada pelo Espiritismo. Para a Doutrina Espírita a lei de causa e efeito está, efetivamente, relacionada aos atos humanos, mas a manifestação da lei de causa e efeito reflete a escolha de provas definidas em um planejamento reencarnatório: (...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se delas triunfa, [o Espírito] eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar. Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, questão 399-comentário (...) O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa série de causas e efeitos desencadeados por seus atos. Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13 (...) “Porque aquilo que o homem semear, isso também colherá”. (...) todo dia é tempo de semear. Todo dia é tempo de colher. Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face a face. Nos princípios de causa e efeito, achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida Paulo de Tarso - Gálatas, 6:8/Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 160 (...) Os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a Divina Justiça. Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das próprias ações. Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo. Emmanuel - Na Era do Espírito – Cap. 12 (...) Causa e efeito não é, propriamente falando, uma lei, mas uma decorrência da Lei de Liberdade, (tratada no capítulo 10, 3º parte de O Livro dos Espíritos); aliás, a causa é que decorre do livre arbítrio, pois o efeito está sob o controle das Leis Universais. Maria Ribeiro - Jornal Ciência Espírita – 12/07/2016 - Discussão reflexiva sobre pena de Talião, lei de ação e reação e causa e efeito.
  • 5. 3 2.2 A Pena de Talião A Lei ou Pena de Talião consiste na rigorosa e implacável reciprocidade que existe entre o crime e a punição, amplamente utilizada pelos povos antigos nas suas limitadas concepções de justiça. Consiste na rigorosa reciprocidade que existe entre o crime e a punição — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei, frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente, é uma das mais antigas leis conhecidas, cujos primeiros relatos foram encontrados no Código de Hamurabi (um conjunto antiquíssimo de leis), escrito por Hamurabi (rei babilônico do século XVIII aC - reinou de 1792 a.C. até sua morte, em 1750 a.C.), na Babilônia, em 1772 aC. Esta pena de talião existia porque os legisladores da Antiguidade evitavam que a justiça fosse aplicada pelas próprias mãos nas questões de crimes e delitos, mas de acordo com a ordenação jurídica que vigorava na época. A Pena de Talião (do latim talio, talis – tal, igual) prescreve que a punição seja do tamanho exato da ofensa, com base no princípio da reciprocidade. Ou seja, se uma pessoa causou a morte de alguém, este homicida deveria ser morto por esse crime, da mesma forma que o assassinato foi cometido. Por exemplo, se alguém matou uma pessoa pela espada, seria também morto pela espada. Se foi por apedrejamento, a morte do assassino seria por apedrejamento. Moises também no Antigo Testamento (Levítico 17-26 – “Quem causar dano ao ser humano, o mesmo lhe será feito a ele”) utilizava a mesma ideia de correspondência direta entre o dano e a consequência dele – ou seja o “olho por olho, dente por dente” (Levítico 17-20). A lei de talião aparece referida por Jesus no quadro das antíteses do Sermão da Montanha: (...) ouvistes que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos: não façais resistência ao malvado; mas àquele que te bate na face direita, oferece-lhe também a outra, e àquele que te quer processar para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto (Mateus 5,38-40). Vê-se bem que Jesus ultrapassa a tentativa de equilíbrio e de simetria entre agressor e agredido, que até aqui tinha sido a nota dominante da lei de talião, para abrir uma relação assimétrica, em que para o agressor não é reclamado dano igual ao da vítima, mas é requerido um ato de bondade, que é a única maneira de se pôr fim à violência. Jesus mostrará, de resto, com a sua vida, que só abraçando por amor a violência, se dissolve a violência. Mas não é para a não-violência que Jesus remete. A não-violência vem depois da violência. Jesus remete para o estado de criação, para fase troglodita do homem – (ou seja, a lei do mais forte), anterior ao estado de violência e às nossas convenções de razão primitivas (lei de talião). Para a Doutrina Espírita a Lei de Talião é considerada implacável, uma vez que não considera as causas nem os atenuantes e, também, porque não cogita do perdão. Obviamente, que a todo erro ou crime cometido segue-se a reparação, mas não da forma tão radical explicitada pela Lei de Talião. Para Emmanuel, trata-se de uma lei que,
  • 6. 4 (…) prevalece para todos os Espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres humanos. Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras. Moisés proclamou a Lei antiga muitos séculos antes do Cristo. Como já dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça; mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente” (Levítico 17-20), Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4:8). Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por ele, anulando com o bem todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo. Emmanuel – O Consolador – Perg. 272 (...) “Portanto se a tua mão, ou o teu pé te escandalizar, corta-os, e lança-os de ti: melhor te é entrar manco ou aleijado na vida, do que tendo duas mãos, ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e lança-o de ti. Melhor te é entrar com um olho na vida, do que tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno”. (...) figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Jesus – Mateus, XVI:6/11/Allan Kardec – Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 8 – item 11 (...) A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa pena, porque sois punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus. Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 764 (...) Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião. “ Quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo; estas palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá o seu derramado, aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, será despojado; aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer seja um indivíduo, uma nação ou uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são solidários do bem como do mal que se faz em comum. Allan Kardec – Obras Póstumas – 1º Parte – As expiações coletivas
  • 7. 5 2.3 O Karma/Carma Do sânscrito (língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais) Karma – que significa, literalmente, "ação". (Kar = agir/fazer; Ma = efeito/ação) Carma é palavra superficialmente utilizada como sinônimo de causa e efeito, da mesma forma que Pena de Talião, pois ambas consideram apenas os mecanismos de justiça decorrentes das ações humanas, sem considerar a manifestação da lei de amor, como ensina Jesus. É termo que enfoca as ações humanas e as suas consequências, de uso comum em diferentes doutrinas religiosas de concepção orientalista, como budismo, hinduísmo e teosofia, ainda que cada uma dessas religiões apresente interpretação própria. Para o hinduísmo e o budismo o homem é escravo dos renascimentos sucessivos — isto é, jamais pode fugir da reencarnação —, em razão da existência de um carma individual, particular, impulsionado pelos próprios pensamentos, palavras e ações, manifestados de forma inexorável no ciclo nascimento-morte-renascimento – o Pária (o impuro, o desprezível) sempre renasceria pária, o Brâmane (sacerdote) sempre renasceria sacerdote. Para essas religiões é tão impossível escapar do seu carma quanto escapar de sua própria sombra… (...) embora se possa dizer que a lei do carma possui um certo grau de justiça, ela é vista, no hinduísmo e budismo, como algo um tanto negativo, algo que se deve escapar. Victor Helern – O Livro das Religiões – Cap. 3 Alguns espíritas utilizam imprecisamente a palavra Karma, da mesma forma que Pena de Talião, aplicando-as como sinônimo de lei de causa e efeito, entretanto para o Espiritismo, ambas as leis não se encontram, necessariamente, vinculadas ao livre-arbítrio, individual e coletivo, e à lei de amor, justiça e caridade Além do mais, a reencarnação, para ambas as religiões, apresenta interpretação diversa da Espírita, podendo um ser humano renascer no corpo de um animal, uma vez que defendem a teoria da metempsicose. Trata-se de possibilidade inviável até do ponto de vista biológico. Ensina o Espiritismo, porém, que a lei de causa e efeito pode ser modificada sim, pela força do amor, pela vontade do indivíduo de querer, efetivamente, reparar os erros cometidos. Não se pode ignorar, também, que perante a balança divina todas as atenuantes são consideradas, inclusive as intenções, grau de conscientização, circunstâncias, nível de sanidade mental, etc. Daí ser importante lembrar que a justiça divina está, sempre, associada à misericórdia, como esclarece Emmanuel: (...) as criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se banhando nas águas da morte corporal. Suas realizações no porvir seguem na ascensão justa, em correspondência direta com o esforço perseverante que desenvolveram no rumo da espiritualidade santificadora, todavia, os que se comprazem no mal cancelam as próprias possibilidades de ressurreição na luz. (...) nas sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador. Através da referência do Mestre, contudo, observamos que a Providência Divina é muito mais rica e magnânima que parece. Emmanuel – Pão Nosso – Cap. 127 – A Lei de retorno
  • 8. 6 (...) O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer “ação”, a rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Sânzio – Ação e Reação – Cap. 7 (...) O carma é efeito das ações praticadas nas diferentes etapas da existência atual como da pregressa. O carma está sempre em processo de alteração, conforme o comportamento da criatura. O que ao ser acontece, é resultado do que ele fez de si mesmo e nunca do que Deus lhe faz, como apraz aos pessimistas, aos derrotistas e cômodos afirmar. Constrói e elabora novos carmas, liberando-te dos penosos que te pesam na economia moral. O carma e a consciência seguem juntos, o primeiro como decorrência do outro. Joanna de Angelis - Momentos de Consciência - Cap. 8 - Carma e Consciência (…) Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinquente (…). Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser. André Luiz – Evolução em dois Mundos – 2º parte – Cap. 18
  • 9. 7 2.4 A Fatalidade e o Determinismo Os fatalistas, (...) acreditam que todos os acontecimentos estão previamente fixados por uma causa sobrenatural, cabendo ao homem apenas o regozijar-se, se favorecido com uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso. Os deterministas, (...) ao seu turno sustentam que as ações e a conduta do indivíduo, longe de serem em livres, dependem integralmente de uma série de contingências a que ele não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a índole da raça a que pertença; o clima, o solo e o meio social em que viva; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que receba; além de outras circunstâncias não menos importantes quais o regime alimentar, o sexo, as condições de saúde, etc. Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 36 Os fatalistas e deterministas raciocinam da mesma forma, só que nos primeiros o destino do homem está estipulado por uma causa divina ou transcendental, enquanto que nos segundos são as circunstâncias que determinam os acontecimentos. Em ambas as situações, o excesso pode levar ao fanatismo ou radicalismo, sempre de natureza perniciosa. Por outro lado, há filosofias que defendem a ideia oposta, a de que o ser humano deve possuir liberdade irrestrita, que (...) “o livre-arbítrio é absoluto, que os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua inteira liberdade”. Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 35 (...) Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos inclusive vontades e escolhas humanas causados por acontecimentos anteriores. Segue-se que o ser humano seria destituído de liberdade de decidir e de influir nos fenômenos em que toma parte. O indivíduo faz exatamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer outra coisa; a determinação de seus ates pertence à força de certas causas, externas e internas. A doutrina aposta é a do livre-arbítrio, que declara a vontade humana livre para tomar decisões e determinar suas ações. Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia escolher uma racionalmente e agir livremente de acordo com a escolha feita (ou não agir se o quisesse). Exige, portanto, capacidade de discernir e liberdade interior. Percebemos que, no homem, existem os dois princípios de ação. Como entender isso? Apelando para um princípio superior a eles. O princípio central da Lei de Deus é a evolução. Nos reinos animal e humano inferior prevalece o determinismo. O instinto dá o melhor sem o perigo da escolha malfeita e o selvagem age movido por impulsos semelhantes. O livre- arbítrio é progressivo e relativo, evoluindo do determinismo físico à medida que a consciência (razão) se desenvolve. Crescendo a razão, aumenta a liberdade de decidir; os padrões fixos de comportamento cedem lugar à opção inteligente. Em suma, o livre-arbítrio é uma conquista evolutiva.
  • 10. 8 (...) A liberdade de decidir e agir existe antes da ação ser executada. Posta em movimento o agente prende-se aos efeitos das causas que gerou. Entra em cena a lei de causa e efeito ou de ação e reação. Segue-se daí que a liberdade é condicionada, conforme conceitua Bozzano e que o livre-arbítrio é relativo pois dependem do que se fez antes. Todos gozamos, em graus diversos, de livre vontade e estamos presos ao determinismo. A liberdade reside no presente; podemos agir com independência por meio da faixa de consciente atual, que atende às necessidades da vida presente. A determinação promana do passado culposo. As causas que geramos no passado pelas próprias ações constituem a área de determinismo, conservada em estado inconsciente. Temos de reabsorver as consequências das más ações, o que a liberdade do presente garante porque, com ela, podemos emitir novos impulsos que venham corrigir os precedentes. Originando novas causas com o bem, hoje, é possível neutralizar as causas pretéritas do mal e reconquistar o equilíbrio. Carlos Toledo Rizzini – Evolução para o Terceiro Milênio – Cap. 4 – item 14/15 (...) Nem todos os acontecimentos estão predeterminados 851. Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra; quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados, e nesse caso em que se torna o livre arbítrio? A fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 851 (...) Determinismo Divino Reservado à glória espiritual — determinismo irreversível — o ser jornadeia pela senda que melhor lhe apraz desde quando adquiriu o discernimento — livre-arbítrio. O determinismo é flexível, com raras exceções, que sempre são examinadas, coordenadas e alteradas pelos responsáveis nos processos reencarnatórios dos que demandam à Terra em aprendizagem edificante, liberadora. Nos mapas das experiências humanas, graças às mudanças de comportamento dos reencarnados, em decorrência do seu livre-arbítrio, são alterados com assídua frequência, sucessos e socorros, dores e problemas programados, abreviando-se ou concedendo-se moratória à vilegiatura daqueles que se situam num como noutro campo desta ou daquela necessidade... O que parece determinismo infeliz e que resulta nas chamadas desgraças terrenas: desastres, desencarnações inesperadas, enfermidades, abandonos, sofrimentos, pobreza, de forma alguma são infortúnios reais, antes processos metodológicos de disciplina moral para os calcetas, os devedores inveterados mediante os quais são advertidos pelas forças superiores, a fim de que se voltem para os deveres nobres e se recomponham perante a consciência e o próximo que espezinham e subalternizam... Os infortúnios (reais) são os atos que levam a tais correções e não os medicamentos providenciais para a catarse dos descalabros cometidos, das sandices perpetradas... Como auxiliares valiosos do livre-arbítrio, possui o homem o discernimento, a razão, a tendência para o bem, a irresistível atração para a felicidade. Contra ele estão o passado espiritual, o atavismo animal, a preferência ao erro, como decorrência do hábito, do comodismo a que se prende. Joanna de Angelis - No limiar do infinito - Cap. 5 - Determinismo e livre-arbítrio
  • 11. 9 (...) A Escolha das Provas 259. Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós? Todas, não é bem o termo, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e frequentemente de vossas próprias ações. Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 259 (...) O livre arbítrio existe no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos. Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 872 (...) A Intervenção de Deus Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante que nos pareçam, que não possa ser uma violação dessas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nós fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura. Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 964 (...) Os defensores do fatalismo acreditam que nada ou ninguém é capaz de alterar a ordem estabelecida no Universo nem na humanidade. Já os adeptos do determinismo entendem que não só o homem, mas todos os fenômenos da Natureza então ligados entre si por rígidas relações de causalidade, pois as leis universais excluem o acaso — acontecimentos aparentemente fortuitos, estabelecidos por intercessão espiritual ou por efeito das forças de atração existentes na Natureza — e o livre-arbítrio. A verdade encontra-se no meio termo. O homem não goza de irrestrita liberdade, pois está submetido aos limites estipulados pelas ordenações da vida em sociedade e pelos valores morais e éticos. Contudo, é possível pensar na existência de algum determinismo nos acontecimentos da vida, sobretudo quando se considera o planejamento reencarnatório. Ou seja, a partir do momento em que se estabelece um plano para ser executado em nova existência física, são acionados recursos, condições e pessoas, encarnadas e desencarnadas, que tudo fazem para por em prática o referido planejamento. Há, pois, certo determinismo direcionando a vida do reencarnado. Digamos “certo” porque o planejamento reencarnatório não é rígido, procura executar as linhas mestras da programação preparada para uma nova experiência no plano físico, não se prendendo a detalhes ou aspectos secundários. Para a Doutrina Espírita o homem é construtor do seu destino e, de acordo com suas disposições íntimas, pode modificá-lo para melhor ou, também, complicá-lo. Tudo se reporta, no final, ao livre-arbítrio ou à liberdade de ação de cada um, que sempre é coerente com o nível evolutivo, moral e intelectual, do indivíduo. EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito (...) Livre arbítrio! … Livre arbítrio! … O homem faz o que quer, Mas sempre responderá Por aquilo que fizer Cornélio Pires - Caminhos da vida Cap. 13 – Livre Arbítrio
  • 12. 10 (...) A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente. Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações. O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina. Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras. Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós. Emmanuel - Encontro Marcado – Pag. 37 (...) 132 – Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na existência humana? Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens. O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação e da experiência. Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na lei do amor, sagrada (...) 139 – Se na luta da vida terrestre existem circunstâncias, por toda parte, qual será a melhor de todas, digna de ser seguida? Em todas as situações da existência a mente do homem defronta circunstâncias do determinismo divino e do determinismo humano. A circunstância a ser seguida, portanto, deve ser sempre a do primeiro, a fim de que o segundo seja iluminado, destacando-se essa mesma circunstância pelo seu caráter de benefício geral, muitas vezes com o sacrifício da satisfação egoística da personalidade. Em virtude dessa característica, o homem está sempre habilitado, em seu íntimo, a escolher o bem definitivo de todos e o contentamento transitório do seu “eu”, fortalecendo a fraternidade e a luz, ou agravando o seu próprio egoísmo. Emmanuel – O Consolador – Perg. 132/139 (...) “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. Paulo de Tarso – I Coríntios, 10:23
  • 13. 11 2.5 A Justiça Divina A lei de causa e efeito está diretamente relacionada à noção que se tem da justiça e, mais ainda, da Justiça Divina. Justiça significa, a rigor, respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos individuais e coletivos, expressa sob forma legal (constituição das leis) e devida aplicação nos casos específicos (litígio). O conceito espírita de justiça está sintetizado nestas conhecidas palavras de Jesus: “Fazei aos homens o que gostaríeis que eles vos fizessem, pois é nisto que consistem a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12) O entendimento de justiça divina está submetido às diferentes interpretações religiosas; contudo, há unanimidade de que Deus quer o bem para todos os seus filhos, disponibilizando-lhes condições infinitas para sua melhoria espiritual. Dessa forma, Emmanuel ensina como entender a justiça divina: (...) não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas. Tanto quanto podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas — através de leis que Lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo. É inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações. (...) Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor. Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena. (...) O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou- lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão. (...) O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão. A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos. Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos. Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 51 – Nas leis do destino (...) Aliás, não é sublime a justiça unida à bondade, que faz a duração das penas depender dos esforços do culpado para se melhorar? Nisto se encontra a verdade do preceito: "A cada um segundo as suas obras". Allan Kardec/Agostinho – O Livros do Espíritos – Perg. 1009 (...) Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento. Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo. O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime. Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016
  • 14. 12 (...) Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE MISERICÓRDIA DIVINA JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA, que O SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor. Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19 (...) As dívidas, embora contraídas em relação às pessoas, não são resgatadas diretamente com elas, de forma compulsória. Muitas vezes se defrontam os comprometidos para a regularização, porém a agressão cometida, o débito contraído é sempre contra a Ordem Divina, contra as Leis que regem o Cosmo, podendo-se liberar daquelas desgraças praticadas, mediante a ação do bem, em qualquer direção, a quem quer que seja. A soma das ações dignificadoras diminui o peso dos males praticados. O amor cobre a m u l t i d ã o de pecados, conforme acentuou Jesus. Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 9 (...) É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser. JUSTAS SÃO ELAS, no entanto, como ESPÓLIO DO PASSADO — herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 7 – item 31 (...) NÃO ME CONFORMO! - Explodem, revoltados, aqueles que da VIDA somente esperam vantagens e recompensas... DEUS É INJUSTO! - Proferem, estentóricos, os que se supõem credores apenas de receber dádivas... NÃO MEREÇO ISTO! - Bradam, desatinados, quantos são colhidos pelo que denominam infortúnios e desgraças... NENHUMA DOR TE ALCANÇA SEM CRITÉRIO SUPERIOR DE JUSTIÇA. DESGRAÇA REAL é o desconhecimento dos objetivos superiores da existência sem a chama luminosa do amor como benção e a imperiosa necessidade de seguir, arrastado pelas circunstâncias penosas. Joanna de Angelis – Alerta – Cap. 20 (...) Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE MISERICÓRDIA DIVINA JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA, que O SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor. Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19 (...) Há, no entanto, desgraças e desgraças. As primeiras são as que irrompem desarticulando a emoção e desestruturando a existência física e moral da criatura que, não raro, sucumbe ante a sua presença e aqueloutras, que não
  • 15. 13 são identificadas por se constituírem consequências de atos infelizes, arquitetados por quem ora lhes padece os efeitos danosos. Essa, sim, são as desgraças reais. Joanna de Angelis – Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda – Cap. 6 (...) A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade. O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto quanto a tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza física. Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 162 (...) Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem causas atuais, enquanto outras se prendem ao passado espiritual, constituindo tais fatores a justiça impertérrita que alcança os infratores dos códigos divinos do amor e do equilíbrio. Joanna de Angelis - Celeiros de Bênçãos – Cap. 35 (...) A carga de aflições que conduzes não significa abandono a que estejas relegada, e sim recordação de que não és esquecida. A fé não libera a alma dos resgates que lhe cumpre atender, como esperam alguns crentes apressados. Ela é a fonte de energia e o dínamo de força, o penso que balsamiza a ferida e o conforto que ampara a coragem, não um mecanismo de evasão das responsabilidades ou documento para chantagear o equilíbrio da justiça. Victor Hugo – Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap. 7 (...) Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus. Não te encontras à deriva, apesar de supores que o rumo para a felicidade se perdeu em definitivo. A ausência aparente de respostas diretas aos teus apelos e necessidades faz parte de uma programática para o teu bem. Sem que o percebas, chegam-te os socorros imprescindíveis para o equilíbrio e êxito, sem os quais, certamente, não suportarias as provas a que te propuseste por impositivo da própria evolução. Joanna de Angelis – Otimismo – cap. 51 (...) Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve. Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da Justiça e da Misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje. Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7
  • 16. 14 (...) FELICIDADE é nascer no Mundo, e aprender a renascer na Vida. FELICIDADE é reconhecer que o sofrimento é resposta das opções, e educar-se com ele, para registrar o passado e prevenir o futuro. FELICIDADE, ENFIM, é conquistar na Vida o admirável direito de Viver, tendo consciência não apenas das Vitórias e dos erros, mas, principalmente, da constância e ânimo para todas as lutas. Jácome Góes – Jornal da Cidade – Sergipe (...) Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos tribunais da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente, valoroso e sereno, na própria redenção ante a Bênção da Lei. Emmanuel – Construção do Amor – Cap. 5 (...) Muitas vezes exclamas: — Justiça! Justiça! E afirmas-te demasiadamente sofredor, perseguido pelas sombras ou desamparado pela Bênção do Céu! Nos dias de aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por maiores manifestações da Justiça, em teu campo de ação, porque a Justiça mais ampla poderia agravar-te as dores, mas sim roga o acréscimo da Divina Misericórdia, em teu benefício, a fim de que disponhas de ombros fortes para que não venhas a lançar longe de ti os favores da própria cruz. Emmanuel – Assim Vencerás – Cap. 9 (...) Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento. Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo. O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime. Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016 (...) Mas então se pergunta: − Por que uns sofrem mais do que outros; − Por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada terem feito para justificar essa posição; − Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir? − Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão desigualmente distribuídos entre o vício e a virtude; − Ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus. Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 3
  • 17. 15 (...) Ao contrário, tudo se explica, tudo se esclarece, pela doutrina das vidas sucessivas. A lei de justiça revela-se, nos menores detalhes da existência. As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes posições ocupadas pelas almas, em seus graus infinitos de evolução. O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa série de causas e efeitos desencadeados por seus atos. Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13 (...) Desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem suas perfeições infinitas. Ele deve ser todo-poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus. E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com parcialidade. AS VICISSITUDES DA VIDA TÊM, POIS, UMA CAUSA, E COMO DEUS É JUSTO, ESSA CAUSA DEVE SER JUSTA. Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 3 (...) As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida. Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 4 (...) Há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 6 (...) Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida. É dessa maneira que se explicam, PELA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS e pelo destino na Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha. Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 7 (...) Tudo isso muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na linguagem humana. Sim, realmente são a desgraça, para aqueles que nada veem além do presente. Mas a verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que na própria coisa. É assim que, para julgar o que é realmente feliz ou desgraçado para o homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as consequências se manifestam. Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua curta visão, cessa com a vida e tem sua compensação na vida futura.
  • 18. 16 Evangelho Segundo o Espiritismo - Delphine de Girardin – Cap. 5 – item 24 (...) O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos os problemas humanos. Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça de Deus nos parece absurda. Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27 (...) A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 8 (...) E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra consequência: A sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 1 (...) Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal, são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca. Allan Kardec- O Céu e o Inferno. 1º parte/Cap. 7, n.º 8 (...) A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras. André Luiz – Entre a Terra e o Céu – Cap. 9 (...) A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 7 – item 33
  • 19. 17 2.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo Igualmente denominada de forma simbólica Lei de Ação e Reação, apresenta as seguintes características: a. O ser humano tem livre-arbítrio para construir seu destino. b. Em decorrência da lei de liberdade e do nível evolutivo em que se encontra, o Espírito faz escolhas acertadas ou equivocadas. Escolhas felizes são incorporadas ao patrimônio espiritual, servindo de referência para novas escolhas. As más ações, ou escolhas infelizes, produzem sofrimento ao Espírito porque, ainda que ele não tenha maior compreensão do processo de ação-reação, da repercussão dos seus atos, a voz da consciência (mecanismo regulador da vida) o alerta de que cometeu um atentado contra a Lei de Deus. c. Os erros ou equívocos cometidos são reparados ao longo das reencarnações sucessivas, por meio das provações, sempre com base na expressão amor-justiça-misericórdia divinos. d. Os processos de reparação e os novos aprendizados são definidos no planejamento reencarnatório, que não é inflexível nem infalível (o indivíduo pode, quando reencarnado, ignorar o que foi planejado). Neste sentido, a manifestação da lei de causa e efeito, em cada período reencarnatório, representa a escolha de provas definidas ou aceitas pelo reencarnante. E (...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se delas [o Espírito] triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar. (Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399) Mesmo que o Espírito encarnado não recorde os erros cometidos, ou as determinações do planejamento reencarnatório, ensina Kardec que, (...) o esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do Espírito, porque, mesmo não se lembrando delas com precisão, o fato de as ter conhecido na erraticidade e o desejo de repará-las o guia por intuição e lhe dá o pensamento de resistir ao mal. Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399 Esse pensamento (de resistir ao mal) é a voz da consciência, secundada pelos Espíritos que o assistem, se escuta as boas inspirações que lhe sugerem. Embora o homem não conheça os próprios atos que praticou em suas existências anteriores, sempre pode saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual era o seu caráter dominante. Basta estudar a si mesmo e julgar do que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências. EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito (...) Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites nos princípios de causa e efeito, tanto quanto é natural reflitas no impositivo de burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós mesmos, se nos decidimos a aceitar, construtivamente, as experiências que se nos façam precisas. Emmanuel – Seara de Luz – Cap. 22 – Renovação em amor As vicissitudes da vida corporal são, ao mesmo tempo, expiação das faltas passadas e provas para o futuro.
  • 20. 18 (...) a natureza das vicissitudes e das provas que sofremos também nos pode esclarecer sobre o que fomos e o que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos os atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei. Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399 A reparação de faltas, acionada pela lei de causa e efeito, segundo a interpretação espírita, não se manifesta como única escolha, ou como uma “camisa de força” das provações. O ser humano que já revela possuir algum entendimento da Lei de Deus pode, perfeitamente, optar por quitar suas dívidas pelo exercício da lei de amor, pois, como nos orienta o apóstolo Pedro, “o amor cobre a multidão de pecados”. (1 Pedro, 4:8) EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II - Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito (...) Submetido à ordem da ação, que desencadeia reações correspondentes, és o que de ti próprio faças, movimentando- te no rumo que eleges. A dificuldade de agora é o efeito da insensatez do passado. A vida renova-se a cada momento. És senhor do teu destino, e ele tem para ti, como ponto de encontro, o infinito. É necessário que te envolvas com o programa divino. Todo aquele que se não envolve positivamente, nunca se desenvolve. Ninguém tem o destino do sofrimento. Ele é resultado da ação negativa, jamais a causa. As transformações que a vida opera são fases de desenvolvimento. A poda renova; a dor desperta; a provação educa; a alteração de comportamento propõe esforço. Joanna de Ângelis - Momentos de Saúde – Cap. 2 (...) Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve. Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da Justiça e da Misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje. Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7 (...) Referimo-nos frequentemente à lei de causa e efeito. Sabemos que ela funciona em termos de exatidão. Utilizamo-la, quase sempre, tão só para justificar sofrimentos, esquecendo-lhe a possibilidade de estabelecer alegrias. Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 68 - Semeadores de Esperança (...) Lembramo-nos da Lei de Causa e Efeito apenas em matéria de sofrimento, mas ela funciona também para o bem. Quem faz o bem, queira ou não, será recompensado… O Senhor manda que o mal seja corrigido e o bem seja estimulado em benefício de cada um de nós… Chico Xavier - O Evangelho de Chico Xavier – item 343 - Da Lei de Causa e Efeito
  • 21. 19 (...) Temos aqui uma lei natural, de ampla abrangência, atuante no campo físico, espiritual e moral, válida em contextos do micro ao macro, atemporal. Uma lei com tal abrangência que é antes um princípio universal. Como um princípio, uma lei básica, vê-se que a mesma é simples em seu conceito e em sua definição, mas complexa nas nuances dos mecanismos de sua aplicação, onde efeitos deterministas e estocásticos (aquele cujo estado é indeterminado, com origem em eventos aleatórios) se manifestam nos processos materiais do mundo físico, nos comprometimentos e na evolução moral do mundo espiritual, nos seres materialmente corpóreos e incorpóreos. Sinteticamente as características principais da Lei de Causa e Efeito são: Características Lei de Causa e Efeito Abrangência Lei Universal, natural ou divina. Aplica-se em todo o universo. Âmbito Campo material, espiritual e moral Número de elementos Pode atuar em um ou mais elementos. Temporalidade A manifestação do efeito pode ser imediata, após um período temporal, distar vários séculos ou ser anulada. Intensidade A intensidade do efeito pode ser diferente da intensidade da causa ou até mesmo ser nula Anulação O efeito ou a consequência pode ser anulado. Duração Os efeitos ou consequências podem persistir por pouquíssimo tempo a vários séculos. Natureza A natureza do efeito pode diferir da natureza da causa. Mecanismo de Atuação Complexo, com muitas variações Dependência de fatos posteriores Muitas, de diversas circunstâncias e de atos posteriores a causa Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas, similares ou iguais (...) A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos em nome da Divina Justiça e a criatura sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos não controlados, das suas ações infelizes, da sua persistente rebeldia em não aceitar os convites superiores da ordem e do dever. Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a realizar o que lhe pareça próprio, espontaneamente, porém retornando pelo mesmo caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus atos, ou coletar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do amor. Mediante um contingente de provações ou novas experiências sob o talante dos sofrimentos, porém, com excelentes possibilidades de recuperação, ou através das expiações que encarceram os calcetas nos limites impostos ao corpo ferido pelos dardos perversos dos atos transatos, o Espírito cresce e desenvolve os seus potenciais, porque é irreversível a Lei de Evolução. Joanna de Angelis - Triunfo Pessoal – Cap. 11
  • 22. 20 (...) Aproximava-se a hora extrema. Jesus conversava com os seus no Jardim de Getsemani, quando chegou Judas acompanhado daqueles que deveriam prendê-lo. Houve reação da parte dos que o ouviam. "Nisto — escreve Mateus —, um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, sacou-a e, ferindo o servo do Sumo Sacerdote, cortou-lhe a orelha. Disse-lhe então Jesus: Devolve a espada à sua bainha, porque todos os que empunham a espada pela espada hão de perecer." João repetiria ideia semelhante no Apocalipse, capítulo 13, versículo 10: “Aquele que levar alguém para o cárcere, para o cárcere há de ir; o que faz morrer pela espada, pela espada há de morrer”. Essa é a chave: a da responsabilidade pessoal pelos atos que praticamos, a certeza inexorável de que esses atos voltam sobre nós, tanto os bons como os outros. Esse conceito evangélico, o Espiritismo o conhece sob o nome de lei de ação e reação. Não há mais dúvida para aqueles que estudaram a Doutrina dos Espíritos; que cada um de nós constrói seu próprio destino inteiramente livre na ação, mas irrevogavelmente preso à reação. Nosso livre-arbítrio nos permite fazer hoje o que entendermos da nossa vida, sujeitos apenas à condicionante das ações passadas que nos inibem algumas escolhas, certos, porém, de que as nossas decisões, de hoje condicionarão, por sua vez, as escolhas futuras. E nesse delicado e preciso mecanismo que se resolve o velho e disputado problema do livre-arbítrio em choque com o determinismo. Somos livres, sim, de agir agora. Podemos escolher o bem ou o mal, o comodismo ou a renúncia, o trabalho ou a ociosidade. Amanhã, porém, quando a ação passada nos obrigar a aceitar a reação inevitável, não poderemos queixar-nos dos rigores da lei, nem deblaterar contra a “injustiça” de Deus que faz sofrer o “inocente”. O que fez perecer pela espada pela espada há de perecer. O que privou o irmão do dom sublime da visão há de viver nas trevas. O que enlanguesceu na opulência ociosa mal terá o que comer e o que vestir. Se além dessas dificuldades não tiver fé, não será nem daqueles a quem dizia o Cristo que “fossem como as aves do céu ou os lírios do campo que não colhiam nem teciam e, no entanto, nem Salomão se vestira como eles, com tão rica plumagem ou tão delicada e perfumada beleza”. As lições do Cristo estão aí mesmo, repetidas insistentemente ao longo de muitos séculos. Nós, que vivemos esses séculos, aqui ou no espaço, muitas vezes, inúmeras vezes lemos e ouvimos esses mesmos ensinamentos proclamados em toda parte, em todos os tempos, a toda gente. O que estamos esperando para colocá-los em prática? Mais um punhado de séculos? Hermínio de Miranda – Candeias na Noite Escura – Cap. 31 (...) Ante a Lei de Causa e Efeito Que nos libera ou detém, Há muito bem que faz mal, Muito mal produz o Bem. Cornélio Pires - Alma do povo – Cap. 4 - Rimas da Vida
  • 23. 21 (...) Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti. Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 3 - Tua Mensagem (...) Sua decisão num momento responderá pelos seus dias futuros. Não se precipite. A MEDITAÇÃO o ajudará a discernir com clareza e segurança. A indecisão prolongada ante uma posição a assumir gera complicação do problema que deverá ser enfrentado, por mais adiado permaneça. Não cultive receios. ORE e CONSULTE o Evangelho, após o que não tarde em demasia a definição. AJA com elegância mesmo quando diante de circunstâncias perturbadoras. NÃO REAJA movido pelas paixões inferiores. Todos somos chamados, inevitavelmente, a testemunhos que aferem os valores individuais, na pauta da evolução de cada um. Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap. (...) Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram no caminho da evolução. Por isso mesmo, o MAIS IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE ACONTEÇA e sim o SEU MODO DE REAÇÃO. André Luiz – Na Era do Espírito – Cap. 22 (...) Provas, aflições, problemas e dificuldades se erigem na existência, como sendo patrimônio de todos. O que nos diferencia, uns diante dos outros, é a nossa maneira peculiar de apreciá-los e recebê-los. Emmanuel - Rumo certo - Capítulo 10 - Ações e reações (...) A Lei de Causa e Efeito é a chave do destino humano, da moral humana, no seu destino particular e coletivo, no seu desdobramento individual e coletivo. Somos o que fomos, através da evolução; seremos o que somos de acordo com o evolver da nossa personalidade. Passado, presente e futuro são frutos do nosso trabalho, das ações que desenvolvemos dentro de nós mesmos e dentro da sociedade, na lenta e sacrificial caminhada que empreendemos em (re)encarnações sucessivas, com vista à perfeição. É graças ao poder divino desse princípio, que se consubstancia a lei de causalidade, que o nosso pensamento medita nas expressões que pretende usar e nas atitudes mentais que procura transformar em atos objetivos. As consequências que derivam destes pensamentos, palavras e ações constituem o que se denomina Lei de Causa e Efeito. Causa e efeito e finalidade são princípios filosóficos que se completam. Se assim não fosse, se ao antecedente causai faltasse um sentido diretor e seletivo, um fim moral e perfeito, cairíamos ou no determinismo fatalista ou no fatalismo determinista, isto é, no materialismo. A filosofia espírita, e Kardec deixou lucidamente patenteada, é determinista, mas não é fatalista, nem no sentido teológico, nem no sentido materialista, porque o Espiritismo não admite que as ações humanas, nem as causas que as produzem, estejam fatalmente dispostas por Deus para a realização de cada fim individual. Carlos Bernardo Loureiro - Das Profecias à Premonição – Pag. 149
  • 24. 22 2. A Lei de Causa e Efeito e a Família 3.1 Os conflitos/desencontros no núcleo Familiar Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça. Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 939 (...) As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas. Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 11 (...) Muitos homens e mulheres exigem, por tempo vasto, flores celestes sobre espinhos terrenos, reclamando dos outros atitudes e diretrizes que eles são, por enquanto, incapazes de adotar, e o matrimônio se lhes converte em instituição detestável. Emmanuel – Vinha de Luz – Cap. 137 (...) Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhamos a solvê-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor. Emmanuel – Caminhos de Volta – Pag.12 (...) Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão. Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá, sob o clima que merece. Tem paciência e confia em Deus. Joanna de Angelis – Após a Tempestade – Cap.13 (...) Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional através do diálogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado. Joanna de Angelis – Amor, Imbatível Amor – Cap.6 (...) Os que se casam, unem-se e não se fundem, o que determina que cada qual prosseguirá com suas conquistas e gostos, preferências e realidades íntimas, inteiramente “sui generis”. Camilo - Educação e Vivências – Cap. 11
  • 25. 23 (...) A cultura do exacerbado materialismo desses dias tem ensinado aos indivíduos a fechar ouvidos e corações para o exercício da paciência, da tolerância, do perdão, da perseverança, da cooperação recíproca, no vero cumprimento dos deveres conjugais, e, ao invés disto, há estabelecido o culto ao “meu” prazer, ao “meu” bem-estar, a “minha” satisfação, a “minha” razão e ao “meu” direito, num aterrador domínio egoístico, promotor de inenarráveis tormentos para o porvir. Camilo – Desafios da Educação – pag. 96 (...) Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado é tão incorreto quanto assegurar que está sempre certo. Em algumas circunstâncias, a separação é um subterfúgio para uma saída fácil ou um pretexto com que alguém procura esquivar-se das responsabilidades, unicamente. Há uniões em que o divórcio é compreensível e razoável, porque a decisão de casar foi tomada sem maturidade, porque são diversos os equívocos e desencontros humanos. Em outros casos, há anos de atitudes de desrespeito e maus tratos, há os que impedem o desenvolvimento do outro. São variadas as necessidades da alma humana e, muitas vezes, é melhor que os parceiros se decidam pela separação a permanecerem juntos, fazendo da união conjugal uma hipocrisia. Em todas as atitudes e acontecimentos da vida, somente a própria consciência do indivíduo pode fazer o autojulgamento e decidir sobre suas carências e dificuldades da vida a dois. Hammed - As Dores da Alma – Pag. 89 (...) Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração. Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap. 27 (...) Famílias-problemas! ... − Irmãos que se antagonizam... − Cônjuges em lamentáveis litígios... − Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe... − Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias... − Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas... − Tempestades verbais em discussões extemporâneas... − Agressões infelizes de consequências fatais... − Tragédias nas paredes estreitas da família... − Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade... − Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis. − Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira...
  • 26. 24 − Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixas e recriminações... Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas! ... É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza. A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontânea, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade. Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual. Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios. Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos. Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Pág. 164 (...) Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de agravar a união conjugal: − Silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos; − Tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira; − Ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião; − Saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão; − Irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar; − Desinteresse pelos problemas do outro; − Falta de intercâmbio de opiniões. − Atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira... E muitos outros mais. Joanna de Angelis – Sol de Esperança – Cap. 35
  • 27. 25 (...) A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura. (...) O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito --- em existências que já se foram --- a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar. (...) Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à mulher. O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitude que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie. (...) Toda vez que amamos alguém e nós entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de certas contas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. Emmanuel –Vida e Sexo – Cap. 12 (...) O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais exaurir-se. Partidários da libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo livre, como se jamais não o houvera sido. Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo apenas em instinto primitivo, padronizado pelos impulsos da sexualidade atribulada. Liberdade para amar, sem dúvida, disciplina para o sexo, também. Amor é emoção, sexo sensação. Compreensivelmente, mesmo nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos, incompreensões, discórdias que o amor suplanta. Joanna de Angelis – Celeiro de Bênçãos – Cap. 34
  • 28. 26 (...) Nessa ou naquela idade física, o homem e a mulher, com a supervisão da Lei que nos governa os destinos, encontram as pessoas e as situações de que necessitam para superarem as provas do caminho, provas indispensáveis ao burilamento espiritual de que não prescindem para a justa ascensão às Esferas Mais Altas. Assim é que somos atraídos por determinadas almas e por determinadas questões, nem sempre porque as estimemos em sentido profundo, mas sim porque o passado a elas nos reúne, a fim de que por elas e com elas venhamos a adquirir a experiência necessária à assimilação do verdadeiro amor e da verdadeira sabedoria. E' por isso que a maioria dos consórcios humanos, por enquanto, constituem ligações de aprendizado e sacrifício, em que, muitas vezes, as criaturas se querem mutuamente e mutuamente sofrem pavorosos conflitos na convivência umas das outras. Nesses embates, alinham-se os recursos da redenção. Quem for mais claro e mais exato no cumprimento da Lei que ordena seja mantido o bem de todos, acima de tudo, mais ampla liberdade encontra para a vida eterna. Quanto mais sacrifício com serviço incessante pela felicidade dos corações que o Senhor nos confia, mais elevada ascensão à glória do Amor Divino. (...) Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo reparador de culpas recíprocas, em verdade, antes de tudo, somos devedores da Lei em nossas consciências. Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos. ANDRÉ LUIZ – Ação e Reação – Cap. 14 (...) Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios. Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 9 (...) Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espirito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas. Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação. EMMANUEL – Livro da Esperança – Cap. 38 (...) Em cada companheiro que partilha a consanguinidade, temos um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo por tempo enorme, no esforço da repetência. Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes; num, a paciência, noutro, a lealdade, e ainda em outros, o equilíbrio e a abnegação, a firmeza e a brandura ! Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos
  • 29. 27 ou irmãos, porque é na tua vitória moral junto deles que depende a tua admissão definitiva entre os amados que te esperam, nas vanguardas de Luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior. EMMANUEL – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 62 (...) • ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral. HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante. • ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor. • ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção. • ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando- lhe, à custa de lagrimas, o trabalho de reajuste. • ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinquência. HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância. • ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão. HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade. À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas. Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os te ferem e desculpa todos àqueles que te injuriam... A HUMILDADE É A CHAVE DE NOSSA LIBERTAÇÃO. E, sejam quais sejam os teus obstáculos na Família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em Casa. EMMANUEL – Luz no Lar – Cap. 49 (...) Cede hoje à Vida o que possuas de melhor e, amanhã, aquilo que a Vida tenha de melhor te responderá. EMMANUEL – Jóia – Pag. 8 (...) Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites nos princípios de causa e efeito, tanto quanto é natural reflitas no impositivo de burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós mesmos, se nos decidimos a aceitar, construtivamente, as experiências que se nos façam precisas. Se qualquer tempo é suscetível de ser ocasião para resgate e reajuste, todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer. Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 22 – Renovação em Amor
  • 30. 28 (...) Sê sábio, investindo no futuro. O que ora te acontece, resulta do passado que não podes remediar. Mas, aquilo que irá suceder, depende do que realizes a partir de hoje. Enquanto recolhes efeitos de ações passadas, estás atuando para consequências futuras. Joanna de Ângelis - Vida Feliz, Pag.152 (...) No rio do tempo somente o hoje é vital. Vivê-lo com elevação e nobreza é a forma feliz de anular o ontem e programar o amanhã. Quem deseje conhecer o próprio como o futuro da Humanidade, examine o seu comportamento e escreva com atos atuais as determinantes que comporão as paisagens que irá defrontar mais tarde. Se aspiras conhecer o teu futuro, examina o teu presente, programando os teus pensamentos, palavras e atos que formarão o tecido do que está por vir. Se aspiras saber do teu passado, aprofunda reflexões nos teus dias atuais e concluirás como ele ocorreu, em razão daquilo que és agora Joanna de Ângelis – No Rumo da Felicidade (...) O nosso futuro está sendo articulado neste instante por nós mesmos. Façamos agora o melhor ao nosso alcance, porque o amanhã para nós será sempre o nosso hoje passado a limpo. Emmanuel – Algo Mais – Cap. 1 (...) É um erro considerar como futuro o que se relaciona ao remoto, ao qual se atiram realizações que deveriam ser executadas agora, definindo circunstâncias e tempo. A soma dos segundos transforma-se em milênios. É mais exequível realizar-se em cada pequeno lapso de minuto do que aguardar a sucessão dos anos. Quando se deseja realmente fazer algo, estabelece-se horário e define-se ocasião. Essa ordem, registrada no subconsciente, faculta que se consume o programa estabelecido. Quando não se deseja inconscientemente fazê-lo, estatui- se: Um dia… Na primeira oportunidade… Esse dia e essa oportunidade não existirão, porque não foram definidos. Assim também é esse futuro, não delimitado, vazio, ameaçador. Vivendo bem cada momento, em profundidade, o futuro torna-se natural, acolhedor, gratificante, porquanto será conforme os atos de ontem – em reencarnações passadas — e de hoje – na existência atual -, que alterará o mapeamento do amanhã. Joanna de Ângelis - Autodescobrimento - Cap. 8.2– uma busca interior
  • 31. 29 (...) Tempo velho, tempo novo… Cada dia é diferente; Por isso, o Céu nos avisa: “Olha o tempo, minha gente” Problemas e provações Surgirão, constantemente… A luta exige, onde estejas: “Olha o tempo, minha gente” Cornélio Pires – Estrelas no Chão – Cap. 32 – Convite Geral Um ano chega e se vai, Mas outro ano aparece, Para que o drama da vida, Na Terra se represente… Em cada dia que nasce Há sempre dor e prazer; Resguardemos o otimismo Na alegria de viver… Jair Presente – Palco Iluminado – Cap. 2 – Nota do Tempo (...) Comparemos a Providência Divina a estabelecimento bancário, operando com reservas ilimitadas, em todos os domínios do mundo. Pela Bolsa de Causa e Efeito, cada criatura retém depósito particular, com especificação de débitos e haveres, nitidamente diversos, mas, pela Carteira do Tempo, todas as concessões são iguais para todos. André Luiz - Estude e Viva (...) Para coisa alguma serve chorar pelo que aconteceu: não podemos retomar a oportunidade perdida. O passado ensina e o futuro promete em função do presente. Reflitamos na justiça das horas. Tempo é valor divino na experiência humana. Cada consciência plasma com ele o próprio destino. André Luiz - Opinião Espírita – Cap. 57 (...) O MINUTO é uma joia. A HORA é uma fortuna. O DIA é um tesouro. Aproveitá-los é subir para a gloriosa destinação que o eterno Pai nos reserva. Neio Lucio – Colheita do Bem – Cap. 8
  • 32. 30 (...) Toda compensação exterior afeta a personalidade em experiência; mas todo valor de tempo interessa à personalidade eterna, aquela que permanecerá sempre em nossos círculos de vida, em marcha para a glória de Deus. É por essa razão que o Altíssimo concede sabedoria ao que gasta tempo em aprender e dá mais vida e mais alegria aos que sabem renunciar! ... André Luiz - Nosso Lar – Cap. 36 (...) Senhor, Tu que nos deste no TEMPO o sábio condutor de nossos destinos, Faze-nos entender a BÊNÇÃO DOS MINUTOS, a fim de não perdermos o TESOURO DOS SÉCULOS… LIVRA-NOS DA INÉRCIA, porque sem Tua bênção A RONDA DOS MILÊNIOS é só repetição, prova e monotonia… Emmanuel – Instruções Psicofônicas – Cap. 42 (...) Cada dia é tempo de dar novas maneiras às nossas resoluções e aos nossos atos, a fim de tudo renovar e tudo redimir para a exaltação do Bem Infinito. Emmanuel - A Verdade Responde – pag. 17
  • 33. 31 No reino doméstico Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consangüinidade, aqueles que ainda não acertaram as rodas do entendimento, no carro da evolução , a fim de trabalharem com o abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à maquina das convenções respeitáveis, no Instituto Familiar, caminham, lado a lado, sob os aquilhões da responsabilidade e da tradição, sorvendo o remédio amargoso da convivência compulsória para sanarem velhas feridas imanifestas. E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente os cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos. Existem Pais que não toleram os filhos e Mães que se voltam, impassivelmente, contra os próprios descendentes. Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com os raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonadamente cultivados no solo mental. Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos, que não passam de mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira mascarada sob o nome de Lar. Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera da diagnose complicada; entretanto, na profundez das causas, reside a influência maligna da parentela consangüínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida. Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde ou de caridade, à maneira de restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso, procurando a terra firme da costa. Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que, ás vezes, matam sem a intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vitimas. Por isso mesmo, o ESPIRITISMO COM JESUS, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conhecimento e ao perdão, ACLARANDO A ORIGEM DE NOSSOS ANTAGONISMOS E REPORTANDO-NOS AOS DRAMAS POR NÓS TODOS JÁ VIVIDOS NO PRETÉRITO, ACENDERÁ UM FACHO DE LUZ EM CADA CORAÇÃO, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime de melhoria individual, em favor da tranqüilidade coletiva e da ascensão de todos. HUMBERTO DE CAMPOS
  • 34. 32 3.2 Qual a função essencial do lar e da família ? No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e às tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem. Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 4 (...) Longe das esferas superiores que ainda não merecemos e distanciados das regiões positivamente inferiores em que nossas modestas aquisições evolutivas encontraram início, concede-nos, então, a Providência Divina, o refúgio do Lar, entre as sombras da Terra e as rutilâncias do Céu, por instituto de tratamento em que se nos efetive a necessária restauração. É assim que reencarnamos em nova armadura física, reencontramos perseguidores e adversários, credores e cúmplices do pretérito, na forma de parentes e companheiros para o resgate de velhas contas. Nesse cadinho fervilhante de responsabilidades e inquietações, afetos renovados nos chamam ao reconforto, enquanto que aversões redivivas nos pedem esquecimento... À vista disso, no mundo, por mais atormentado nos seja o ninho familiar, abracemos nele a escola bendita do reajuste, onde temporariamente exercemos o ofício da redenção. Conquanto crucificados em suplícios anônimos, atados a postes de sacrifício ou semi-asfixiados no pranto desconhecido das grandes humilhações, saibamos sustentar-lhe a estrutura moral, entendendo e servindo, mesmo à custa de lagrimas, porque é no Lar, esteja ele dependurado da crista de arranha-céus, ou na choça tosca de zinco, que as Leis da Vida nos oferecem, as ferramentas de Amor e da Dor para a construção e reconstrução do próprio destino. Emmanuel – Na Intimidade Domestica - Livro da esperança - Capítulo 40 PAZ EM CASA Compras na Terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a Paz. Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranqüilidade de Espírito. No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que não penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar. Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bondade e a cooperação para que o mal se reduza. Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os próprios aborrecimentos, limitando as inquietações. Recebe a refeição por benção divina. Usa portas e janelas, sem estrondos brutais. Não movas objetos, de arranco. Foge à gritaria inconveniente. Atende ao culto da gentileza. Há quem diga que o lar é o ponto de desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime. Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que ele se torne em praça onde a criatura se animalize. Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique. Emmanuel - luz no lar - cap. 62 – paz em casa
  • 35. 33 3.3 De modo geral, quem é, nas leis do destino, o marido faltoso ? O marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira. • E O MARIDO DESLEAL ? O marido ingrato e desleal, em muitas circunstâncias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção, com os próprios exemplos menos felizes. • E A ESPOSA DESEQUILIBRADA ? A esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e à viciação. • E A ESPOSA DESORIENTADA ? A companheira desorientada, que nos amarga o sentimento, é a mulher que menosprezamos, em outra época, obrigando- a a resvalar no poço da loucura. Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 4 .... Instituído a ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das conseqüências que advenham de semelhante resolução. Emmanuel – Vida e Sexo – Cap. 19 – Amor Livre .... Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à mulher. O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitude que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie. Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de certas contas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um eduncandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira que mereceu ou que necessita, afim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz. Emmanuel – Vida e sexo – cap. 12 - desajustes
  • 36. 34 Uniões de prova Aspiras a convivência dos Espíritos de Eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social e domestica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos. Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres. Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstancias de hoje nos constrangem a revisar. O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo constante é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel. Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente à pavorosas quedas morais. A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura. Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantastes o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o sentimento, ao preço de bondade e perdão sem limites. Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista, nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma. À frente, pois, das Uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme. Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções humanas, mas quase sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar. Ouçamos o íntimo de nós mesmos. ENQUANTO A CONSCIÊNCIA NOS AFLIGE, NA EXPECTATIVA DE AFASTAR-NOS DA OBRIGAÇÃO, PERANTE ALGUÉM, VIBRA EM NÓS O SINAL DE QUE A DÍVIDA PERMANECE Emanuel – livro da esperança – cap. 76 - Uniões de prova
  • 37. 35 3.4 E o filho rebelde ? O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinqüência. 3.5 E a filha desatinada ? A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade. Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 2 CREDORES NO LAR No devotamento dos pais, todos os filhos são jóias de luz; entretanto, para que compreendas certos antagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te apoiam a alma, surgem os filhos- credores, alcançando-te a vida, por instrutores de feição diferente. ... .Embora desarmados, controlam-te os sentimentos. .Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar. .De doces instrumentos de carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada. .Governam-te os impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas. Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor. .Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem. .Recebes todas as dores que te impõem á alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração. .E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento. ... Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espirito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas. Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação. Emmanuel - Livro da Esperança – Cap. 38 - credores no lar 3.6 E os parentes/amigos abnegados ? Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, propiciando-nos o reconforto da segurança recíproca. Emmanuel – Leis de Amor – Cap. 2
  • 38. 36 PARENTELA Parentela – Instituto primário de Caridade. É aí, no reduto doméstico, por trás das paredes que nos isolam do aplauso público, que a Providência Divina nos experimenta a madureza mental. Nós que, de vez em vez, desembolsamos sorrindo pequena parcela de recursos amoedados, em benefício dos outros, estamos incessantemente convocados a sustentar os familiares que precisam de nós, não apenas mobilizando possessibilidades materiais, mas também apoio e compreensão, disciplina e exemplo, resguardando as forças que nos asseguram felicidade. Nada difícil suportar o agressor desconhecido que raramente conseguiremos rever. Nenhum sacrifício em amparar o doente, largado na rua, a quem não nos vinculamos em compromisso direto. Em casa, porém, somos constrangidos ao exercício da assistência constante. Em cada companheiro que partilha a consangüinidade, temos um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo por tempo enorme, no esforço da repetência. Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes; num, a paciência, noutro, a lealdade, e ainda em outros, o equilíbrio e a abnegação, a firmeza e a brandura ! Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou irmãos, porque é na tua vitória moral junto deles que depende a tua admissão definitiva entre os amados que te esperam, nas vanguardas de Luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior. Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 62 - parentela NA INTIMIDADE DOMÉSTICA ... Jesus transmitiu-nos a parábola do Bom Samaritano, ensinando-nos o exercício da caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular. Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto domestico. Não descem de Jerusalém para Jerico, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados das melhores esperanças, em rudes experiências. Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa !. Julgamos, assim, que a parábola do Bom Samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar. Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos bons para com aqueles que respiram em nosso hálito. Devedores de muitos séculos, temos em Casa, no Trabalho, no Caminho, no Ideal ou na Parentela, as nossas principais testemunhas de quitação. Emmanuel - livro da esperança - capítulo 40 - na intimidade doméstica
  • 39. 37 3.7 Como é encarado o divorcio nos planos superiores ? Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas. .... Ocorre, entretanto, que a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o espírito, conquanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça. Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas. Reconduzida, porém, à ribalta terrestre e assumida a união esponsalícia que atraiu a si mesma, hei-la desencorajada à face dos empeços que se lhe desdobram à frente. Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da crueldade de outro tempo, seja através do menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, e o cônjuge prejudicado nem sempre encontra recursos em si para sobrepor aos processos de dilapidação moral de que é vitima. Compelidos, muitas vez, às ultimas fronteiras da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegada a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida extrema contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de benção necessária e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da auto-aprovação para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não nova companhia para a jornada humana. ... O divórcio, pois, baseado em razões justas, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica. Emmanuel - vida e sexo - capítulo 8 - Divorcio
  • 40. 38 EM CASA Ninguém foge à lei da reencarnação • ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral. HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante. • ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor. • ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção. • ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lagrimas, o trabalho de reajuste. • ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência. HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância. • ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão. HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade. À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas. Ajuda aos te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam... A HUMILDADE É A CHAVE DE NOSSA LIBERTAÇÃO. E, sejam quais sejam os teus obstáculos na Família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em Casa. Emmanuel - luz no lar - cap. 49 em casa