A modelagem BIM pode ajudar nas estimativas preliminares de custo ao permitir a quantificação automática de objetos macro, porém suas estimativas dependem da fidelidade das composições em relação ao projeto real e permanecem sujeitas a imprecisões. Composições mais detalhadas não resolvem este problema, apenas agilizam o levantamento de dados. Nas fases iniciais, a estimativa por comparação paramétrica probabilística é mais indicada para projetos complexos.
TRF4 reafirma planos diretores devem ser coordenados por arquitetos
1. TRF4 reafirma que Planos Diretores devem ser
coordenados por arquitetos
Arquitetos e urbanistas são os responsáveis pela coordenação dos planos diretores das
cidades brasileiras. É o que reafirma o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com
base nos Artigos 2º e 3º da Lei Federal 12.378/2010 – que regulamentou o exercício da
Arquitetura e Urbanismo no país.
Por unanimidade, a 4ª Turma do TRF4 decidiu dar provimento ao agravo de instrumento
impetrado pelo CAU/PR contra o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná
(CREA-PR). Em janeiro deste ano, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano Municipal de
Piraquara – cidade da região metropolitana de Curitiba, lançou o edital 02 a fim de contratar
“pessoa jurídica para a prestação de serviços técnicos especializados de consultoria para a
elaboração da Revisão do Plano Diretor do Município”. O item 11.14.1 do edital descrevia
que o coordenador do processo precisaria ser um “arquiteto com experiência em trabalhos
de Coordenação de Projetos ou cargos de Gerência ou responsável técnico em trabalhos de
Planos Diretores ou Planos de maior complexidade”.
Em março, o CREA-PR ajuizou um mandado de segurança contra a Prefeitura de Piraquara
pedindo que os engenheiros civis também pudessem coordenar a revisão do Plano Diretor
da cidade. A Justiça Federal do Paraná aceitou liminarmente a solicitação do CREA-PR, mas
incluiu o CAU/PR no processo. Em função disso, o Conselho ingressou com o agravo de
instrumento no TRF4.
Ilustração: Marcela Re Ribeiro
2. No último dia 29 de agosto, o relator do processo, desembargador Luís Alberto D’Azevedo
Aurvalle, manteve o texto original do edital 02 e reafirmou que a revisão do plano diretor
de Piraquara deve ser coordenada por um arquiteto e urbanista, conforme determina o
Artigo 2º (V-a) da Resolução Nº 51 do CAU/BR.
Fonte: CAU/PR
3. Feijão brasileiro pode ser gourmet na Índia
"Na ocasião, será a primeira vez que um cheff de cozinha brasileiro preparará pratos
indianos com feijão-carioca
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
Informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de
Feijão e Pulses (IBRAFE) indicam que um grupo de oito
exportadores brasileiros do grão, incluindo Arbaza,
Cebal, Campo Real, Mercogrãos, Sorribras, All Beans,
Coperaguas e BR Pulses, estão trabalhando em tratativas
para levar o feijão-carioca para a Índia. As reuniões
começaram no dia 20 de setembro e podem durar até
dez dias.
As informações indicam que participarão das reuniões o
governo indiano, compradores, formadores de opinião e
uma das mais importantes feiras de alimentos do mundo em Mumbai, além das empresas
brasileiras. Na ocasião, será a primeira vez que um cheff de cozinha brasileiro preparará
pratos tipicamente indiano tendo como base o feijão-carioca.
Intitulada de Missão Empresarial, a meta é liderada pela Agência Brasileira de Exportação e
Investimentos (APEX) e pelo IBRAFE, além de contar com o apoio do Conselho Brasileiro do
Feijão e Pulses (CBFP). De acordo com Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE, essa
variedade de feijão só é consumida e produzida em solo brasileiro, sendo que as
negociações representam um feito inédito na área. “Ou achamos exportação para ele, ou o
produtor brasileiro perderá muito nos próximos anos”, comenta.
Ainda segundo Lüders, os produtores brasileiros estão conseguindo melhorar o
desempenho e a competitividade do alimento no exterior a medida em que vão diminuindo
os custos de produção. Além disso, Egon Schaden Júnior, membro do CBFP, destaca que,
atualmente, o mercado mundial está passando por uma mudança rápida, podendo destacar
a nova política norte-americana de impor taxas de importação, o que acaba fazendo com
que vários países do mundo comecem a se interessar pelo feijão brasileiro.
Fonte: Agrolink
4. Como a modelagem BIM pode ajudar você nas
estimativas do custo na fase de viabilidade
A modelagem BIM (building information modeling, ou modelagem da informação da
construção) é sem dúvida a grande revolução do mercado de Engenharia, Arquitetura e
Construção (EAC). Muito mais do que uma nova ferramenta de desenho, trata-se de uma
mudança de paradigma. Desde o normógrafo, até os softwares CAD (computer aided
design, ou desenho assistido por computador), os desenhos técnicos sempre foram
representações abstratas da edificação. Na modelagem BIM o edifício é construído
virtualmente e as representações gráficas em 2D são o resultado de seções ou vistas
extraídas automaticamente do modelo 3D.
Modelagem 5D
A Modelagem da Informação da Construção (BIM) traz novidades também para o
planejamento e orçamento da obra. A atribuição de parâmetros aos componentes
modelados (como características físicas, custo unitário, data de execução, responsável pela
execução etc.) permite a inclusão no modelo das dimensões tempo e dinheiro. Conhecidas
como modelagem 4D e 5D, respectivamente, possibilitam o planejamento e o
acompanhamento físico-financeiro da do projeto, desde a concepção até a entrega da obra.
Site: buildin
5. BIM não faz milagre!
O potencial da modelagem BIM é enorme mas, muitas vezes, tem sido confundido com
milagre. É o caso das estimativas de custo na fase preliminar do projeto, em que a
modelagem pode ajudar a ganhar tempo no levantamento de quantitativos, mas não irá
resolver sozinha o problema da imprecisão das estimativas. Conhecer as limitações é
importante para que não haja frustração.
Um custo só é verdadeiramente conhecido após estar realizado, ou seja, após a iniciativa ter
sido concluída. O custo realizado é resultado da soma das quantidades de todos os insumos
multiplicadas pelos respectivos custos unitários. As quantidades de insumos são
consequência:
• do projeto: que definirá quais e quantos elementos construtivos serão necessários;
• das especificações: que definirá quais insumos serão necessários para cada elemento;
• dos índices de produtividade da mão de obra e consumo de material: que definirá quantos
insumos serão necessários para executar cada elemento.
É um mundo de informação, que não dispomos na fase preliminar do projeto.
Composições
As composições são arranjos de insumos e suas respectivas quantidades necessárias para
realizar uma unidade de um serviço composto por mais de um insumo e ajudam a agilizar
o levantamento da quantidade de insumos. As composições se dão em diversos níveis,
conforme o quadro da Figura 1, baseado no sistema de informação de custo da Prefeitura
do Rio de Janeiro SCO-RIO, desenvolvido e mantido pela FGV. Quanto mais alto o nível da
composição, menor a necessidade de levantamento de quantitativos no projeto e maior a
necessidade de estimativas de consumos sujeitas a inexatidão. Uma composição de custos
pode atingir até o nível da construção, onde o custo unitário corresponderia ao custo para
a execução de uma unidade (1m2) da construção. Ao elevar o nível da composição até a
construção, além da estimativa de consumo dos insumos para a execução de um
determinado serviço, passamos a lidar também com uma estimativa do quantitativo de
6. serviços necessários para a execução de um metro quadrado da construção, que varia
significativamente entre diferentes soluções de projeto.
Composições na modelagem BIM
Na modelagem BIM é possível parametrizar as composições na modelagem dos elementos
como no exemplo da Figura 2, em que a composição parede básica contém as sub-
composições alvenaria de bloco, emboço e pintura. Cada uma delas por sua vez pode seus
respectivos insumos ou sub-composições parametrizados, tais como bloco, argamassa e
serviços de assentamento (realizado por uma equipe de pedreiro e servente) para a sub-
composição alvenaria de bloco. Ou seja, nada muda em relação às eventuais imprecisões da
estimativa por quantificação.
Figura 1 - Site: buildin
7. Composições na modelagem BIM
Figura 2 – Clique na imagem para aumentá-la
Como a modelagem BIM pode ajudar?
A modelagem BIM não ajuda em nada? É claro que ajuda: a ganhar tempo no levantamento
do quantitativo das composições. Para a fase preliminar dos projetos, Soares e Amorim
propõem a composição dos custos unitários de objetos macro. Para um edifício comercial,
os autores definiram 6 objetos: cobertura padrão, fachada comercial, fachada contenção
subsolo, piso comercial, piso garagem subsolo e áreas urbanizadas/paisagismo. Com a
quantificação automática desses objetos em um modelo BIM o projetista pode conhecer os
custos estimados do projeto simultaneamente ao seu desenvolvimento. Mas a precisão
dessas estimativas dependerá da fidelidade entre os parâmetros das composições e a
realidade do projeto, que em um nível macro não costuma ser elevada.
Figura 2 - Site: buildin
8. O software DProfiler se intitula um Macro BIM oferecendo apenas as funcionalidades de
modelagem e parametrização de composições macro. No entanto, qualquer software BIM
pode ser usado para o mesmo fim utilizando os comandos de criar/editar massa. Em ambos
os casos, a composição e os respectivos custos podem ser detalhada na modelagem ou é
possível extrair do modelo apenas o quantitativo da composição e realizar o quantitativo de
insumos e a estimativa dos custos em planilha eletrônica.
Na fase de concepção de projetos complexos e não padronizados, no entanto, o mais
indicado é a utilização da estimativa por comparação paramétrica probabilística, conforme
recomendado pela NASA. Nesse caso, a ajuda da modelagem BIM fica restrita ao
levantamento dos elementos macro que participem das variáveis explicativas do custo no
modelo estatístico.
E você? Usa a modelagem 5D? Como você faz as estimativas preliminares? Conta pra gente!
Um conhecimento só é válido quando compartilhado!
Fonte: buildin