SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
NEICA - Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Criança e do Adolescente.
Blumenau/SC.
2º ENCONTRO: Construção Sociocultural da Infância no Brasil
Local: E.B.M. Profª Alice Thiele
Data: 25/04/2013 Horário: 18h30min.
Articuladoras: Silvia Olenia Clemente dos Santos1
e Geovana Hillesheim Henning2
Conteúdo: Concepção social de infância e de criança no Brasil contemporâneo em relação às classes
sociais.
Informações sobre o filme:
SINOPSE:
“Ser criança não significa ter infância.” O conceito de infância começou a ser construído entre os
séculos XVI e XVII, a partir das conquistas do pensamento humanista. No Brasil do final do século XX, no
interior da Bahia, crianças pobres trabalham em canaviais, plantações de sisal e pedreiras em troca de
comida ou de alguns poucos centavos. Ao mesmo tempo, em uma metrópole como São Paulo, o sonho de
uma infância livre do trabalho e preocupações é substituído, nas classes média e alta, por uma extenuante
rotina de atividades de preparação para a competitiva vida adulta. Em ambos os casos há o advento de uma
cultura essencialmente audiovisual: a televisão. É neste mundo da cultura audiovisual, com apologia ao
sexo e à violência que o mundo dos adultos e das crianças começa a se confundir.
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau – FURB.
2
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau – FURB.
1
Direção: Liliana Sulzbach
Roteiro: Liliana Sulzbach
Trilha original: Nico Nicolaiesvky
Narração: Kiko Ferraz
Local de Produção: RS
Ano: 2000
Gênero: Documentário
Duração: 26 min
Cor: Colorido
País: Brasil
O SERTÃO, AS CIDADES: Retirolândia, Santa Luz e São Paulo:
Retirolândia (Bahia): O nome Retirolândia vem de “retiro, retirantes”. Reza que a cidade era somente uma
vasta campina quando moradores de cidades mais antigas ao redor se retiravam nos domingos e feriados
para comerem, beberem e se divertirem. Dessas famílias que se retiravam, algumas construíram casa e
fugiram da agonizante vida na cidade. No começo, Retirolândia era somente um povoado de Conceição do
Coité, mas depois de alguns anos conseguiu sua independência. Possui a maior festa sinsaleira da região.
Santa Luz (Bahia): Município criado com a denominação de Santa Luzia e território desmembrado de
município de Queimadas. É reconhecida na região pela produção do Sisal que foi mais intensivamente
explorado até os anos 90, e hoje é o maior produtor de pedra da Bahia, bem como jazidas de ouro recém-
descobertas, ainda possui uma das maiores reservas de cromo da região Nordeste, muito embora seja pouco
explorado.
São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro,
corporativo e mercantil da América do Sul. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e
de todo o hemisfério sul. O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente,
12,26% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo. É a
sexta cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, é a quarta maior aglomeração urbana do
mundo.
(Informações retiradas dos endereços eletrônicos: http://www.fundacine.org.br e
http://portacurtas.org.br/filme/?name=a_invencao_da_infancia e do site http://pt.wikipedia.org).
Considerações sobre a Invenção da Infância
“Uma época na qual crianças podem trabalhar como adultos, consumir como adultos, partilhar das informações como adultos,
não reconhece o mundo infantil como diferente ou especial. Um mundo onde adultos e crianças compartilham da mesma
realidade física e virtual, é um mundo de iguais” (Narração do Curta)
Na sociedade Medieval, assim que as crianças eram desmamadas - caso superassem o alto índice de
mortalidade- por volta dos sete anos, tornavam-se “companheiras naturais dos adultos” (Ariès, 2011). A
partir desta idade as crianças eram “misturadas” à vida coletiva dos adultos, partilhando de seus trabalhos e
lazer. Nesta sociedade, segundo os estudos de P. Ariès em A História Social da Criança e da Família, não
existia o “sentimento de infância”3
tal como hoje o conhecemos.
Neil Postman, em seu livro sobre O Desaparecimento da Infância (1999) argumenta que dentre as
razões pelas quais o conceito de infância não existia na época medieval encontram-se: “a falta de
3
Para Ariès, a ausência do “sentimento de infância” está relacionada a não “consciência da particularidade infantil”, que
diferencia a criança do adulto. O sentimento de infância descrito por este autor, não está relacionada à falta de afeição dos
adultos pelas crianças.
2
alfabetização, a falta de educação, a falta do conceito de vergonha” (POSTMAN, 1999, p.31). O conceito
de vergonha, acima mencionado, tem relação com o fato de que, naquela época, os adultos não escondiam
das crianças certos “segredos” da vida adulta. Neste contexto social a criança é definida, assim, por sua
“invisibilidade”, ou a falta de importância que tinha na sociedade. Este autor também pontua, como Ariès,
a alta taxa de mortalidade infantil na Idade Média como possível causa do pouco envolvimento emocional
dos adultos com as crianças.
É no Renascimento, com a invenção da prensa tipográfica, por Gutenberg, e da “sociedade letrada”
que nasce a infância (idem, p.33). Todavia, este “nascimento” surge mais propriamente em decorrência de
uma nova concepção de adulto, o adulto que deveria saber ler e escrever, enquanto a criança era aquela que
ainda não dominava os código escrito e que precisaria, portanto, passar pelo processo da educação, uma
“espécie de quarentena”4
, onde as crianças eram afastadas da convivência do mundo adulto mais amplo e
estariam agora restritas aos espaços da família e da escola.
A percepção de infância que temos na atualidade adquiriu esta configuração desde os séculos XVI e
XVII, todavia, segundo Pinto (1997) nos últimos 150 anos, a infância adquiriu, de fato, “expressão social,
não somente no plano da enunciação e dos princípios, mas, sobretudo, no plano da prática social
generalizada” (PINTO, p.43).
Para Marchi (2009):
O contexto histórico mais geral e consensualmente denominado modernidade é considerado o
período no qual as ideias de infância e criança tomaram a forma com a qual somos hoje
familiarizados. Como parte desse processo de instalação da vida e sociedade modernas, a
construção social da infância não poderia ser um processo sem conflitos ou contradições.
Diversos autores dedicam-se, na verdade, a demonstrar que a história da infância – pautada
pelas imagens e representações sociais as mais contrastantes e mesmo contraditórias sobre as
crianças – é a história de uma luta política por sua definição, educação e controle.
O documentário A Invenção da Infância (1996) dá visibilidade às imagens e representações sociais
de crianças brasileiras que vivenciam infâncias diferenciadas, mesmo sendo amparadas pela legislação,
como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esta obra apresenta os contrastes sociais entre os
contextos de Retirolândia e Santa Luz na Bahia e São Paulo, vividos pelos meninos: Gilmar, Sivanildo, Zé
Mário, Adriano e Geomar Rodrigues Araújo e pelas meninas: Lívia Solon Arida, Beatriz Simone
Gonçalves Fernandes e Carolina Nemer.
O eixo central do documentário gira em torno da “invenção e fim” da infância. Inicialmente é
afirmado que entre as descobertas pelo ser humano na modernidade está a infância. Sendo esta
compreendida como um período no qual as crianças “como seres frágeis” precisam dos cuidados dos
adultos. A ideia de proteção está implícita nesta afirmação.
4
Para Ariès as crianças precisariam ser submetidas a um regime especial - chamado de quarentena – para a transição para o
mundo adulto. A escola seria este lugar especial, seria o único meio adequado de formação das crianças.
3
Podemos perceber nas falas das crianças as observações realizadas pela antropóloga brasileira Tânia
Dauster 5
onde afirma: “Que o trabalho precoce, produz, contudo, uma passagem forçada à vida adulta que
lembra o conceito de ‘infância curta’ de Ariès (1978), segundo o qual uma criança a partir dos 5 ou 7 anos
passa, sem transição, para o mundo do trabalho e dos adultos” (1992, p.35).
As crianças relatam, no documentário, as dificuldades que encontram para desempenhar as
atividades extraescolares (no caso das meninas de classe média de S.Paulo) e o trabalho na pedreira e no
sisal (no caso dos meninos pobres da Bahia):
- “Eu acho que eu trabalho porque não tem jeito, tem que trabalhar mesmo”. Geomar
- “O meu trabalho tá sendo quase o mesmo dos adulto. É uma vida de adulto”. Geomar
- “Horário pra ir no clube é horário pra ir no clube, horário de ir pra escola é horário de ir pra escola,
horário de ir pro tênis é pro tênis, horário de ir pro balé é pro balé. Carolina
- “Trabalho duro, perigoso. A pessoa pode se cortar, pode furar um olho”. Sivanildo –pedreira
- “Porque às vezes eu quero fazer uma coisa mais divertida, mais descontraída e não posso. Porque
tem que fazer muita lição, tem que estudar muito”. Ana Lívia
Dauster afirma também que “A criança que trabalha e estuda, reedita a imagem da infância no
antigo regime, mergulhada em uma sociabilidade densa, de tênues fronteiras entre o público e privado (...)”
(1992, p.36).
Analisamos esta afirmação na fala de Geomar e Sivanildo:
- “Eu tenho doze anos e trabalho aqui desde os nove. Deu muito trabalho pra eu aprender a trabalhar,
porque eu não sabia, não sabia botá palha, não sabia corta. Aí eu fui aprendendo aos poucos,
estendendo fibra, aprendendo mais e, agora eu sei mais um pouco”. Geomar
- “Só dá tempo de brincadeira de tardinha, de manhã tá na escola e a tarde tá trabalhando, pára às
cinco horas, sobra uma hora de relógio”. Sivanildo – pedreira
Além do trabalho precoce, o compartilhamento por adultos e crianças da mesma realidade física e
virtual (Postman,1999) faz com que as crianças sejam na atualidade “confundidas” com adultos, criando
um mundo de iguais (tal qual no mundo medieval).
Após as observações aqui realizadas, podemos indagar: ser criança significa ter infância? As
desigualdades sociais podem interferir na infância das crianças em nosso país? O trabalho infantil, as
extenuantes atividades extraescolares infantis e a cultura audiovisual podem sugerir uma “infância de curta
duração”, um “mundo de iguais” ou a emergência de novos tipos de infância?
Referências:
5
No artigo intitulado: Uma infância de curta duração: trabalho e escola, a autora associa a questão da infância curta a uma
escola que se constitui e se produz socialmente de curta duração para as crianças de classes populares, devido a sua necessidade
de inclusão precoce no mundo do trabalho infantil.
4
A Invenção da Infância. Disponível em <http://portacurtas.org.br/filme/?name=ainvencaodainfancia>.
Acessado em 11/04/2013.
ARIES, Philippe. História social da criança e da família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
DAUSTER. Tânia. Uma infância de curta duração: trabalho e escola. Caderno de Pesquisa. São Paulo,
nº 82. p. 31-36. 1992.
MARCHI. Rita de Cássia. As Teorias da Socialização e o Novo Paradigma para os Estudos Sociais da
Infância. Revista Educação & Realidade. UFRGS. Porto Alegre. RS. Volume 34(1) p. 227-246. Jan/abr
2009.
PINTO, Manuel. A Infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto
(org.). As crianças: contextos e identidades. Portugal: Uminho /Centro de Estudos da Criança, 1997. p. 33-
73.
POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999. A Invenção da
Infância.
5
A Invenção da Infância. Disponível em <http://portacurtas.org.br/filme/?name=ainvencaodainfancia>.
Acessado em 11/04/2013.
ARIES, Philippe. História social da criança e da família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
DAUSTER. Tânia. Uma infância de curta duração: trabalho e escola. Caderno de Pesquisa. São Paulo,
nº 82. p. 31-36. 1992.
MARCHI. Rita de Cássia. As Teorias da Socialização e o Novo Paradigma para os Estudos Sociais da
Infância. Revista Educação & Realidade. UFRGS. Porto Alegre. RS. Volume 34(1) p. 227-246. Jan/abr
2009.
PINTO, Manuel. A Infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto
(org.). As crianças: contextos e identidades. Portugal: Uminho /Centro de Estudos da Criança, 1997. p. 33-
73.
POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999. A Invenção da
Infância.
5

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Concepçâo de infancia
Concepçâo de infanciaConcepçâo de infancia
Concepçâo de infanciaJaisna Luara
 
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...SimoneHelenDrumond
 
Concepção de infancia
Concepção de infanciaConcepção de infancia
Concepção de infanciaFatinha Bretas
 
Proposta de atividade da 2ª aula.
Proposta de atividade da 2ª aula.Proposta de atividade da 2ª aula.
Proposta de atividade da 2ª aula.Angelica Bauer
 
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógica
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógicaAs concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógica
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógicaMarilia Pires
 
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...Educação Infantil
 
Analise critica do filme o contador de história
Analise critica do filme o contador de históriaAnalise critica do filme o contador de história
Analise critica do filme o contador de históriapretaaline
 
A infância e sua singularidade aline
A infância e sua singularidade   alineA infância e sua singularidade   aline
A infância e sua singularidade alineSamanta Vanessa
 
Formação do caderno Dois Pacto
Formação do caderno Dois PactoFormação do caderno Dois Pacto
Formação do caderno Dois Pactoweleslima
 
4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagensUlisses Vakirtzis
 
Concepção de criança e infância
Concepção de criança e infânciaConcepção de criança e infância
Concepção de criança e infânciaAna Rufino
 
A historia da criança e da familia aries
A historia da  criança e da familia   ariesA historia da  criança e da familia   aries
A historia da criança e da familia ariesDaniele Rubim
 
10.os bebês interrogam o currículo
10.os bebês interrogam o currículo10.os bebês interrogam o currículo
10.os bebês interrogam o currículoUlisses Vakirtzis
 

Mais procurados (20)

Concepçâo de infancia
Concepçâo de infanciaConcepçâo de infancia
Concepçâo de infancia
 
Sociologia da infância
Sociologia da infânciaSociologia da infância
Sociologia da infância
 
Cultura Infantil
Cultura InfantilCultura Infantil
Cultura Infantil
 
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
 
Concepção de infancia
Concepção de infanciaConcepção de infancia
Concepção de infancia
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantil
 
Proposta de atividade da 2ª aula.
Proposta de atividade da 2ª aula.Proposta de atividade da 2ª aula.
Proposta de atividade da 2ª aula.
 
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógica
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógicaAs concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógica
As concepções de criança e infância como norteadores de uma prática pedagógica
 
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...
Concepcoes da infancia_e_historia_social_das_criancas_no_brasil_-_professora_...
 
Analise critica do filme o contador de história
Analise critica do filme o contador de históriaAnalise critica do filme o contador de história
Analise critica do filme o contador de história
 
A infância e sua singularidade aline
A infância e sua singularidade   alineA infância e sua singularidade   aline
A infância e sua singularidade aline
 
A criança e a infância
A criança e a infância A criança e a infância
A criança e a infância
 
Histórico Ed Infantil
Histórico Ed InfantilHistórico Ed Infantil
Histórico Ed Infantil
 
Formação do caderno Dois Pacto
Formação do caderno Dois PactoFormação do caderno Dois Pacto
Formação do caderno Dois Pacto
 
ApresentaçOa Da Infancia
ApresentaçOa Da InfanciaApresentaçOa Da Infancia
ApresentaçOa Da Infancia
 
4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens
 
Concepção de criança e infância
Concepção de criança e infânciaConcepção de criança e infância
Concepção de criança e infância
 
Cultura na infancia
Cultura na infanciaCultura na infancia
Cultura na infancia
 
A historia da criança e da familia aries
A historia da  criança e da familia   ariesA historia da  criança e da familia   aries
A historia da criança e da familia aries
 
10.os bebês interrogam o currículo
10.os bebês interrogam o currículo10.os bebês interrogam o currículo
10.os bebês interrogam o currículo
 

Semelhante a Construção social da infância no Brasil

Livro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação InfantilLivro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação InfantilPatrícia Éderson Dias
 
01_Infância – conceito social.ppt
01_Infância – conceito social.ppt01_Infância – conceito social.ppt
01_Infância – conceito social.pptPrfª Flávia
 
Módulo 16 as fases da vida: relação entre família e sociedade
Módulo 16   as fases da vida: relação entre família e sociedadeMódulo 16   as fases da vida: relação entre família e sociedade
Módulo 16 as fases da vida: relação entre família e sociedadePibid-Letras Córdula
 
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos temposPoLiciana Alves de Paula
 
Ciranda da educacao infantil
Ciranda da educacao infantil Ciranda da educacao infantil
Ciranda da educacao infantil Escola Jovem
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015Wanya Castro
 
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdfRicardoGabriel55
 
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...Renata Cunha
 
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxAULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxTirza1728
 
Artigo 2a23
Artigo 2a23Artigo 2a23
Artigo 2a23liviaa10
 
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_416594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4Katia Cristina Brito
 
Anexo manual tempo de brincar
Anexo   manual tempo de brincarAnexo   manual tempo de brincar
Anexo manual tempo de brincarWilson Barbieri
 
1 concepcoes de-infancia
1 concepcoes de-infancia1 concepcoes de-infancia
1 concepcoes de-infanciaLucas Cechinel
 
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteA construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteProama Projeto Amamentar
 

Semelhante a Construção social da infância no Brasil (20)

A criança e o brincar
A criança e o brincarA criança e o brincar
A criança e o brincar
 
Livro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação InfantilLivro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação Infantil
 
Monografia Rozineide Pedagogia 2009
Monografia Rozineide Pedagogia 2009Monografia Rozineide Pedagogia 2009
Monografia Rozineide Pedagogia 2009
 
Estela alessandra muzzi
Estela alessandra muzziEstela alessandra muzzi
Estela alessandra muzzi
 
01_Infância – conceito social.ppt
01_Infância – conceito social.ppt01_Infância – conceito social.ppt
01_Infância – conceito social.ppt
 
Módulo 16 as fases da vida: relação entre família e sociedade
Módulo 16   as fases da vida: relação entre família e sociedadeMódulo 16   as fases da vida: relação entre família e sociedade
Módulo 16 as fases da vida: relação entre família e sociedade
 
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos
2° parte a educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos
 
Ciranda da educacao infantil
Ciranda da educacao infantil Ciranda da educacao infantil
Ciranda da educacao infantil
 
Ariér
AriérAriér
Ariér
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015
 
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf
07082021020126-quarto.dia.a.historia.social.da.infancia.pdf
 
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...
Concepcoesdainfanciaehistoriasocialdascriancasnobrasil professorasoniamargari...
 
Walter benjamim
Walter benjamimWalter benjamim
Walter benjamim
 
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptxAULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
AULA 1 - CONTRUCAO DA INFANCIA NL.pptx
 
Artigo 2a23
Artigo 2a23Artigo 2a23
Artigo 2a23
 
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_416594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
 
Anexo manual tempo de brincar
Anexo   manual tempo de brincarAnexo   manual tempo de brincar
Anexo manual tempo de brincar
 
Eca
EcaEca
Eca
 
1 concepcoes de-infancia
1 concepcoes de-infancia1 concepcoes de-infancia
1 concepcoes de-infancia
 
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteA construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 

Construção social da infância no Brasil

  • 1. NEICA - Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Criança e do Adolescente. Blumenau/SC. 2º ENCONTRO: Construção Sociocultural da Infância no Brasil Local: E.B.M. Profª Alice Thiele Data: 25/04/2013 Horário: 18h30min. Articuladoras: Silvia Olenia Clemente dos Santos1 e Geovana Hillesheim Henning2 Conteúdo: Concepção social de infância e de criança no Brasil contemporâneo em relação às classes sociais. Informações sobre o filme: SINOPSE: “Ser criança não significa ter infância.” O conceito de infância começou a ser construído entre os séculos XVI e XVII, a partir das conquistas do pensamento humanista. No Brasil do final do século XX, no interior da Bahia, crianças pobres trabalham em canaviais, plantações de sisal e pedreiras em troca de comida ou de alguns poucos centavos. Ao mesmo tempo, em uma metrópole como São Paulo, o sonho de uma infância livre do trabalho e preocupações é substituído, nas classes média e alta, por uma extenuante rotina de atividades de preparação para a competitiva vida adulta. Em ambos os casos há o advento de uma cultura essencialmente audiovisual: a televisão. É neste mundo da cultura audiovisual, com apologia ao sexo e à violência que o mundo dos adultos e das crianças começa a se confundir. 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau – FURB. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau – FURB. 1 Direção: Liliana Sulzbach Roteiro: Liliana Sulzbach Trilha original: Nico Nicolaiesvky Narração: Kiko Ferraz Local de Produção: RS Ano: 2000 Gênero: Documentário Duração: 26 min Cor: Colorido País: Brasil
  • 2. O SERTÃO, AS CIDADES: Retirolândia, Santa Luz e São Paulo: Retirolândia (Bahia): O nome Retirolândia vem de “retiro, retirantes”. Reza que a cidade era somente uma vasta campina quando moradores de cidades mais antigas ao redor se retiravam nos domingos e feriados para comerem, beberem e se divertirem. Dessas famílias que se retiravam, algumas construíram casa e fugiram da agonizante vida na cidade. No começo, Retirolândia era somente um povoado de Conceição do Coité, mas depois de alguns anos conseguiu sua independência. Possui a maior festa sinsaleira da região. Santa Luz (Bahia): Município criado com a denominação de Santa Luzia e território desmembrado de município de Queimadas. É reconhecida na região pela produção do Sisal que foi mais intensivamente explorado até os anos 90, e hoje é o maior produtor de pedra da Bahia, bem como jazidas de ouro recém- descobertas, ainda possui uma das maiores reservas de cromo da região Nordeste, muito embora seja pouco explorado. São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul. O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 12,26% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo. É a sexta cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, é a quarta maior aglomeração urbana do mundo. (Informações retiradas dos endereços eletrônicos: http://www.fundacine.org.br e http://portacurtas.org.br/filme/?name=a_invencao_da_infancia e do site http://pt.wikipedia.org). Considerações sobre a Invenção da Infância “Uma época na qual crianças podem trabalhar como adultos, consumir como adultos, partilhar das informações como adultos, não reconhece o mundo infantil como diferente ou especial. Um mundo onde adultos e crianças compartilham da mesma realidade física e virtual, é um mundo de iguais” (Narração do Curta) Na sociedade Medieval, assim que as crianças eram desmamadas - caso superassem o alto índice de mortalidade- por volta dos sete anos, tornavam-se “companheiras naturais dos adultos” (Ariès, 2011). A partir desta idade as crianças eram “misturadas” à vida coletiva dos adultos, partilhando de seus trabalhos e lazer. Nesta sociedade, segundo os estudos de P. Ariès em A História Social da Criança e da Família, não existia o “sentimento de infância”3 tal como hoje o conhecemos. Neil Postman, em seu livro sobre O Desaparecimento da Infância (1999) argumenta que dentre as razões pelas quais o conceito de infância não existia na época medieval encontram-se: “a falta de 3 Para Ariès, a ausência do “sentimento de infância” está relacionada a não “consciência da particularidade infantil”, que diferencia a criança do adulto. O sentimento de infância descrito por este autor, não está relacionada à falta de afeição dos adultos pelas crianças. 2
  • 3. alfabetização, a falta de educação, a falta do conceito de vergonha” (POSTMAN, 1999, p.31). O conceito de vergonha, acima mencionado, tem relação com o fato de que, naquela época, os adultos não escondiam das crianças certos “segredos” da vida adulta. Neste contexto social a criança é definida, assim, por sua “invisibilidade”, ou a falta de importância que tinha na sociedade. Este autor também pontua, como Ariès, a alta taxa de mortalidade infantil na Idade Média como possível causa do pouco envolvimento emocional dos adultos com as crianças. É no Renascimento, com a invenção da prensa tipográfica, por Gutenberg, e da “sociedade letrada” que nasce a infância (idem, p.33). Todavia, este “nascimento” surge mais propriamente em decorrência de uma nova concepção de adulto, o adulto que deveria saber ler e escrever, enquanto a criança era aquela que ainda não dominava os código escrito e que precisaria, portanto, passar pelo processo da educação, uma “espécie de quarentena”4 , onde as crianças eram afastadas da convivência do mundo adulto mais amplo e estariam agora restritas aos espaços da família e da escola. A percepção de infância que temos na atualidade adquiriu esta configuração desde os séculos XVI e XVII, todavia, segundo Pinto (1997) nos últimos 150 anos, a infância adquiriu, de fato, “expressão social, não somente no plano da enunciação e dos princípios, mas, sobretudo, no plano da prática social generalizada” (PINTO, p.43). Para Marchi (2009): O contexto histórico mais geral e consensualmente denominado modernidade é considerado o período no qual as ideias de infância e criança tomaram a forma com a qual somos hoje familiarizados. Como parte desse processo de instalação da vida e sociedade modernas, a construção social da infância não poderia ser um processo sem conflitos ou contradições. Diversos autores dedicam-se, na verdade, a demonstrar que a história da infância – pautada pelas imagens e representações sociais as mais contrastantes e mesmo contraditórias sobre as crianças – é a história de uma luta política por sua definição, educação e controle. O documentário A Invenção da Infância (1996) dá visibilidade às imagens e representações sociais de crianças brasileiras que vivenciam infâncias diferenciadas, mesmo sendo amparadas pela legislação, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esta obra apresenta os contrastes sociais entre os contextos de Retirolândia e Santa Luz na Bahia e São Paulo, vividos pelos meninos: Gilmar, Sivanildo, Zé Mário, Adriano e Geomar Rodrigues Araújo e pelas meninas: Lívia Solon Arida, Beatriz Simone Gonçalves Fernandes e Carolina Nemer. O eixo central do documentário gira em torno da “invenção e fim” da infância. Inicialmente é afirmado que entre as descobertas pelo ser humano na modernidade está a infância. Sendo esta compreendida como um período no qual as crianças “como seres frágeis” precisam dos cuidados dos adultos. A ideia de proteção está implícita nesta afirmação. 4 Para Ariès as crianças precisariam ser submetidas a um regime especial - chamado de quarentena – para a transição para o mundo adulto. A escola seria este lugar especial, seria o único meio adequado de formação das crianças. 3
  • 4. Podemos perceber nas falas das crianças as observações realizadas pela antropóloga brasileira Tânia Dauster 5 onde afirma: “Que o trabalho precoce, produz, contudo, uma passagem forçada à vida adulta que lembra o conceito de ‘infância curta’ de Ariès (1978), segundo o qual uma criança a partir dos 5 ou 7 anos passa, sem transição, para o mundo do trabalho e dos adultos” (1992, p.35). As crianças relatam, no documentário, as dificuldades que encontram para desempenhar as atividades extraescolares (no caso das meninas de classe média de S.Paulo) e o trabalho na pedreira e no sisal (no caso dos meninos pobres da Bahia): - “Eu acho que eu trabalho porque não tem jeito, tem que trabalhar mesmo”. Geomar - “O meu trabalho tá sendo quase o mesmo dos adulto. É uma vida de adulto”. Geomar - “Horário pra ir no clube é horário pra ir no clube, horário de ir pra escola é horário de ir pra escola, horário de ir pro tênis é pro tênis, horário de ir pro balé é pro balé. Carolina - “Trabalho duro, perigoso. A pessoa pode se cortar, pode furar um olho”. Sivanildo –pedreira - “Porque às vezes eu quero fazer uma coisa mais divertida, mais descontraída e não posso. Porque tem que fazer muita lição, tem que estudar muito”. Ana Lívia Dauster afirma também que “A criança que trabalha e estuda, reedita a imagem da infância no antigo regime, mergulhada em uma sociabilidade densa, de tênues fronteiras entre o público e privado (...)” (1992, p.36). Analisamos esta afirmação na fala de Geomar e Sivanildo: - “Eu tenho doze anos e trabalho aqui desde os nove. Deu muito trabalho pra eu aprender a trabalhar, porque eu não sabia, não sabia botá palha, não sabia corta. Aí eu fui aprendendo aos poucos, estendendo fibra, aprendendo mais e, agora eu sei mais um pouco”. Geomar - “Só dá tempo de brincadeira de tardinha, de manhã tá na escola e a tarde tá trabalhando, pára às cinco horas, sobra uma hora de relógio”. Sivanildo – pedreira Além do trabalho precoce, o compartilhamento por adultos e crianças da mesma realidade física e virtual (Postman,1999) faz com que as crianças sejam na atualidade “confundidas” com adultos, criando um mundo de iguais (tal qual no mundo medieval). Após as observações aqui realizadas, podemos indagar: ser criança significa ter infância? As desigualdades sociais podem interferir na infância das crianças em nosso país? O trabalho infantil, as extenuantes atividades extraescolares infantis e a cultura audiovisual podem sugerir uma “infância de curta duração”, um “mundo de iguais” ou a emergência de novos tipos de infância? Referências: 5 No artigo intitulado: Uma infância de curta duração: trabalho e escola, a autora associa a questão da infância curta a uma escola que se constitui e se produz socialmente de curta duração para as crianças de classes populares, devido a sua necessidade de inclusão precoce no mundo do trabalho infantil. 4
  • 5. A Invenção da Infância. Disponível em <http://portacurtas.org.br/filme/?name=ainvencaodainfancia>. Acessado em 11/04/2013. ARIES, Philippe. História social da criança e da família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. DAUSTER. Tânia. Uma infância de curta duração: trabalho e escola. Caderno de Pesquisa. São Paulo, nº 82. p. 31-36. 1992. MARCHI. Rita de Cássia. As Teorias da Socialização e o Novo Paradigma para os Estudos Sociais da Infância. Revista Educação & Realidade. UFRGS. Porto Alegre. RS. Volume 34(1) p. 227-246. Jan/abr 2009. PINTO, Manuel. A Infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto (org.). As crianças: contextos e identidades. Portugal: Uminho /Centro de Estudos da Criança, 1997. p. 33- 73. POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999. A Invenção da Infância. 5
  • 6. A Invenção da Infância. Disponível em <http://portacurtas.org.br/filme/?name=ainvencaodainfancia>. Acessado em 11/04/2013. ARIES, Philippe. História social da criança e da família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. DAUSTER. Tânia. Uma infância de curta duração: trabalho e escola. Caderno de Pesquisa. São Paulo, nº 82. p. 31-36. 1992. MARCHI. Rita de Cássia. As Teorias da Socialização e o Novo Paradigma para os Estudos Sociais da Infância. Revista Educação & Realidade. UFRGS. Porto Alegre. RS. Volume 34(1) p. 227-246. Jan/abr 2009. PINTO, Manuel. A Infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto (org.). As crianças: contextos e identidades. Portugal: Uminho /Centro de Estudos da Criança, 1997. p. 33- 73. POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999. A Invenção da Infância. 5