DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Dicas de estudo e motivação para concursos
1. Textos Motivacionais e Dicas de Estudos Para Concursos
WALLACE SOUSA CIRCUNCISÃO
Blog Desafiando Limites
Brasília, DF – outubro/2011
2. Textos Motivacionais e Dicas de Estudos Para Concursos
WALLACE SOUSA CIRCUNCISÃO
Blog Desafiando Limites (acesse, please! risos)
Compilação de textos motivacionais e dicas de estudo para quem vai ou está se
dedicando a estudar para concursos, sejam eles públicos, militares ou até mesmo
vestibular.
Por que estou disponibilizando meu trabalho de graça, sem custo, 0800, free? Os motivos são simples e
salutares:
1. Porque tenho bons exemplos de pessoas que fazem e fizeram isso por mim, e fui e sou abençoado
por conta dessa iniciativa. Então, é uma forma de retribuir o que já me foi feito;
2. Porque me conscientizei que muitos que precisam dessas dicas e/ou palavras de motivação não
podem pagar para ter acesso a elas, mas que têm capacidade e determinação para serem bem-
sucedidos. Deixar que apenas os que possuem capacidade financeira conquistem e galguem cargos e
posições sociais não é querer que as coisas mudem, e mudem para melhor. É necessário fazer
investimentos e sacrifícios para que haja mudanças reais no mundo, e este é o meu investimento:
estou abrindo mão de cobrar ou receber retorno material, como um sacrifício pessoal para que
aqueles que precisam, mas não podem, tenham acesso a orientações que podem auxiliá-los a
melhorar de vida;
3. Porque observo que há muitas pessoas que seriam excelentes profissionais se tivessem a
oportunidade de mostrar isso, mas não foram privilegiadas materialmente falando, e suas opções e
alternativas são escassas. Logo, tentando equilibrar esse quadro desfavorável, estou me propondo a
fornecer – dentro de minhas limitações – algumas ferramentas que podem ajudar esses potenciais
vencedores a encontrar seu êxito em meio às dificuldades cotidianas;
4. Porque quero cobrar de alguém que seja um profissional honesto e competente, inimigo da
corrupção que assola nossa nação e espolia nossas riquezas, e há muitos desses que podem fazer
essa diferença entre os menos desfavorecidos. Se eu cobrasse de meu serviço, não poderia exigir que
alguém fosse um bom profissional se alcançasse êxito com minhas dicas, pois eu já havia obtido
minha compensação, mas, ao doar meu serviço, posso cobrar uma postura de quem usufruiu de
meus préstimos gratuitos;
5. E, por fim, porque Deus tem me abençoado muito, e desejo compartilhar dessa bênção com quem
precisa. Portanto, se você precisa do que vou oferecer, use e abuse, até mesmo compartilhe com
outros, mas, se for bem-sucedido nas provas, procure ser um profissional que honrará seu cargo. É
apenas isso que vou lhe pedir: seja honesto e competente, não corrompa nem se deixe corromper.
6. Este é meu presente para você. Lembro-me, agora, de uma frase do filme “O resgate do soldado
Ryan”, no final, em que o tenente, moribundo, [spoiler] lhe diz: “Faça por merecer!”. Faço dessas as
minhas palavras: caro leitor, faça por merecer este esforço. Nós dois teremos muito a agradecer.
Brasília, DF – outubro/2011
sugestões, críticas e agradecimentos: desafiandolimites@gmail.com
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3. Índice
1. O Estudo em Ciclos e a Aprendizagem-Mosaico® ................................................................................ 03
2. Uma reflexão antes de desistir ............................................................................................................. 08
3. O segredo do meu sucesso …................................................................................................................ 11
4. Ainda não é o fim ….............................................................................................................................. 14
5. Deixando o passado para trás …........................................................................................................... 19
6. Existe, de fato, vida após a posse? ….................................................................................................... 22
7. Licença para passar …........................................................................................................................... 25
8. E a fila anda... mas somente para os primeiros …................................................................................ 27
9. E a luz resplandece nas trevas ….......................................................................................................... 30
10. 3 Atitudes vitoriosas que farão diferença em sua vida …..................................................................... 33
11. 9 razões para persistir quando as coisas insistem em dar errado ….................................................... 36
12. Vou desistir! Não aguento mais …....................................................................................................... 41
13. 4 Atitudes que farão de você um vencedor …..................................................................................... 44
14. Tenha cuidado ao regar seus sonhos …............................................................................................... 47
15. Quer crescer? Aprenda a esquecer! …................................................................................................ 50
16. Contando as derrotas que me fazem subir cada vez mais alto …....................................................... 52
17. 7 Diretrizes para passar em um bom concurso …............................................................................... 55
18. Entrevista com Graciano Rocha (5º lugar – TCU/2008) …................................................................... 59
19. Entrevista com Antônio Saraiva Jr (4º lugar – TCU/2008) …............................................................... 64
20. Perguntas e Respostas diversas sobre concursos …........................................................................... 69
21. Considerações Finais …...................................................................................................................... 70
2
4. O Estudo em Ciclos e a Aprendizagem-Mosaico®
Fp 3.1
Quem estuda para concursos, principalmente quem está
iniciando, tem uma dúvida que o assalta de imediato: qual a maneira
correta de estudar, ou qual a melhor maneira de estudar? Há aqueles
que preferem estudar uma matéria toda por vez, e eliminando-as uma a
uma. Outros, como eu, preferem estudar um pouco de cada matéria por
vez, estudando-as de forma concomitante ou paralela. Embora devam
existir outas, estas são as principais, mais utilizadas e mais conhecidas.
Qual delas é a melhor? Depende. Como assim? Depende de cada pessoa
e de seu modo de aprender.
Como já expressei minha opinião, e preferência, fica claro
qual delas vou explorar e defender seu emprego, todavia, deixarei claro
também que essa é minha opinião e, em que pese esse ser o método
campeão entre os aprovados (ou aprovado pelos campeões =o), pode
ser que, por algum motivo particular, sua adaptação à ele não seja viável.
Entretanto, se você ainda não fez uso dele, ou tentou mas desistiu logo no começo, vou lhe dar boas
razões para tentar novamente.
Já não me lembro como foi que comecei a estudar por ciclos, mas acho que foi nos idos anos de
1993-94, estudando para o Técnico do Tesouro Nacional (TTN) de então, hoje Analista Tributário da Receita
Federal (ATRF). Mas, a descoberta de que se poderia ou, pelo menos, de que eu poderia estudar assim foi
quase por acaso e até certo ponto engraçada. Quando eu pegava livros na biblioteca, por causa do curso de
administração que estava cursando, eu tinha de devolvê-lo após um período curto de tempo, e somente
poderia pegá-lo de volta depois de um breve interstício de dias. Pois bem, descobri que era possível parar de
ler o livro em tal página e, pegando-o emprestado de novo, reiniciar daquela parte onde havia parado.
Maluco, eu? Só um pouquinho... =op
Quando lemos um livro de ficção ou romance, é perfeitamente compreensível entender como
isso é possível, pois o livro é uma história contínua, coerente e, se for bem escrito, marcante. Logo, em nossa
mente, constrói-se uma estória com início, meio e fim, de forma semelhante a assistir um [bom] filme, e, se
precisarmos dar um pause, sabemos mais ou menos onde paramos para dar novamente início à sessão vale
a pena ver de novo. Agora, a pergunta relevante: é possível fazer o mesmo com livros e matérias de estudo,
muitas vezes maçantes? Seria essa a pergunta correta? Penso que a pergunta correta seria esta: se funciona
com livros e filmes, por que não funcionaria com estudos? Fazendo um retrospecto de meu histórico de
estudos, vejo perfeitamente que funciona, sim.
Baseado em observações empíricas, visto que ainda não achei um cobaia voluntário para abrir
sua cabeça e observar in loco como funcionavam seus neurônios, formulei uma teoria mista de
aprendizagem baseada em experiências próprias e de terceiros. Penso que, quando falo em neurônios e
sinapses, a grande maioria sabe do que estou falando, e mesmo tendo uma vaga ideia, deixe-me tranquilizá-
lo que não é preciso saber muita coisa sobre o objeto em si, mas sim sobre seu funcionamento.
O neurônio é a célula mais especializada do corpo humano, mas nada é sem as sinapses.
Fazendo uma analogia com o reino vegetal, o neurônio seria o tronco, e as sinapses seriam as folhas (que
captam a luz solar, vital para a fotossíntese) e as raízes (que extraem água do solo, para manter a árvore
viva). Outra analogia seria uma pessoa super-inteligente, mas que, se estivesse isolada de tudo e de todos,
sem poder relacionar-se, seus talentos não seriam aproveitados, ou seja, um “neurônio sem sinapses”.
Lembra de Stephen Hawking, o grande físico inglês? As sinapses seriam seu módulo de comunicação, que
permitem que ele, mesmo imobilizado, dê asas à sua imaginação e palavras.
Agora que já falamos sobre o básico, estamos prontos para explorar o que vem a ser o Estudo
3
5. em Ciclos e a Aprendizagem-Mosaico®. Sobre o estudo em ciclos, e difícil dizer quem foi seu idealizador ou
criador, mesmo porque é assim que aprendemos na escola, com várias matérias que se sucedem, num ritmo
de aulas cíclico e contínuo. Ou seja, somos, desde que nos entendemos por gente, condicionados e
ensinados a trabalhar em multi-tarefa que, utilizando-me de outra analogia, é um sistema operacional,
Windows™ ou Ubuntu™ (linux), p. ex., poder abrir vários programas ao mesmo tempo, e operá-los
independente e concomitantemente: um texto sendo editado, um navegador aberto e conectado à internet,
uma agenda de compromissos, um gerenciador financeiro, um download sendo efetuado, além de outros
processos invisíveis ao usuário. Isso é multi-tarefa, e é assim que o ser humano é.
Sobre a multi-tarefa, dirijo-me à classe de los hombres, da qual faço parte, dando uma má e uma
boa notícia: as mulheres são mais multi-tarefa do que o homem, ou seja, conseguem fazer muito mais coisas
[e melhor] ao mesmo tempo que os homens. Essa é a má notícia. Agora a boa: o homem, ao concentrar-se,
consegue realizar uma tarefa melhor do que as mulheres. Prós e contras de cada um, claro, e devem ser
explorados da melhor forma possível, para atingir todo seu potencial. Isso deve-se, segundo estudiosos, às
diferenças entre a predominância de atuação dos lados [hemisférios] do cérebro em cada gênero: esquerdo
[analítico] nos homens, e direito [emocional] nas mulheres. Longe de querer deflagar uma guerra dos sexos,
julgo que foram assim projetados por Deus com o intuito de se complementarem.
Voltando aos ciclos: quem criou? Não sei. Se você souber, me avise que darei os créditos. Mas,
pelo menos na área dos concursos, quem popularizou a ideia eu sei: o, hoje palestrante, Alexandre Meirelles.
Nunca antes na história dos concursos alguém deu tanta ênfase ao estudo em ciclos e demonstrou de forma
clara como ele pode ser útil na preparação e eficaz na aprovação de um concurseiro. Tentar falar algo sobre
ciclos é quase desmerecer o trabalho dele, além de “chover no molhado”, portanto não me aterei a isso.
Muitas pessoas questionam o método de estudo em ciclos, alguns por não entenderem a
sistemática ou por não concordarem com a mesma, entretanto, a maioria dos concurseiros bem-sucedidos
que conheço, em concursos de grande porte, estudaram por esse método ou adaptações dele, inclusive eu. E
são praticamente unânimes em creditar seu sucesso ao método de estudos adotado (em ciclos).
A partir de agora, passemos a falar sobre como se processa, ou deve se processar, a
aprendizagem quando se estuda em ciclos, à qual eu denominei de Aprendizagem-Mosaico®. Mas, para
avançarmos, será necessário detalhar, ainda que minimamente, o que é aprendizagem e o que é mosaico.
Aprendizagem é, em um conceito simples, a forma de aprender, ou como se aprende, bem
como os processos relacionados a ela. E a aprendizagem, como toda questão palpitante e polêmica,
também tem suas teorias e grandes expoentes. E longe de mim querer fazer
mais uma! Minha tentativa é apenas ver de um ângulo prático como o estudo
em ciclos pode ser útil para turbinar sua aprendizagem em direção à tão
sonhada aprovação. Ainda sobre aprendizagem, vale ressaltar os estudos do dr.
Lozanov sobre aprendizagem acelerada, muito útil em tempos de editais
sobrepostos e ampulhetas declinando. Suas descobertas sobre o chamado
estado de vigília relaxada são extremamente úteis para todo aquele que deseja
estudar com alto índice de produtividade e assimilação concreta de conteúdo.
Já tendo, pelo menos, uma noção do que é aprendizagem, podemos ver agora o
que é mosaico.
Mosaico nada mais é do que uma espécie de quebra-cabeças,
todavia mais complexo, elaborado e não são todas as pessoas que possuem um nível de criatividade
suficiente para construir um mosaico sem que ele se pareça com aqueles desenhos infantis que
costumávamos fazer assim que entrávamos na “escolinha”. Não, não me referi à do profº Raimundo,
embora o nível de criatividade lá seja inversamente proporcional ao... ahn, melhor deixar pra lá. =o)
O mosaico é tanto utilizado nas artes, como pintura, escultura, etc., como na arquitetura, em
grandes construções e monumentos que, quando bem projetados e executados, também podem ser
considerados obras de arte, tanto que esse recurso foi bastante utilizado na Antiguidade por pintores e
escultores de renome.
Observe como a criatividade humana praticamente não encontra limites quando se trata de
4
6. expressar uma faceta de seu Criador: a arte de criar, exposta nas várias imagens de mosaicos coletadas ao
redor do mundo, e que escolho apenas uma para ilustrar esse portentoso talento humano, que consegue
unir pequenas peças que, isoladas, não têm sentido ou valor, mas que, unidas, dão forma a um quadro
que existia apenas na mente do artista.
Pois bem, vimos que aprendizagem é tanto o que aprendemos como a forma como
aprendemos e também já sabemos o que é mosaico, e estamos prontos para chegar às conclusões sobre
o que vem a ser Aprendizagem-Mosaico®, e é o que passaremos a discutir a partir das próximas linhas.
A aprendizagem do estudo em ciclos deve levar em conta os seguintes aspectos:
➔ necessita de paciência, e não pouca, afinal são peças minúsculas que se unem com um objetivo pré-
determinado, e os resultados geralmente demoram a aparecer;
➔ necessita de persistência, pois somente assim se consegue algum progresso por esse método, basta
lembrar de como aquelas pequenas e teimosas peças insistem em não se combinar com as parceiras
que escolhemos para se casarem, então apelamos para o bom e velho método da tentativa-e-erro;
➔ necessita de disciplina, principalmente no início, para fazer as coisas de forma orquestrada, contínua
e planejada;
➔ necessita de visão, porque aquele que se propõe a estudar para concursos é alguém que tem que ser
visionário, enxergar na frente, visualizando um futuro melhor, mesmo estando no presente;
➔ necessita de um mínimo de inteligência para juntar partes que se encaixam, ou seja, não é preciso
ser gênio para se montar um mosaico, assim como também não o é para se passar em um concurso.
De fato, é preciso muito mais paciência e persistência do que inteligência para se passar em um
concurso.
Vamos voltar alguns anos atrás e revivermos
nossas sensações e emoções infantis, quando vimos pela
primeira vez um quebra-cabeças: lembre-se como era
divertido pegar aquele amontoado de peças coloridas e
ficar remexendo pra lá e pra cá, sem nem ter ideia do que
era nem pra que servia aquilo. Depois de alguns minutos,
tornava-se frustrante, lembra-se? Pois é, a maioria das
pessoas se sente exatamente assim após estudar alguns
dias pelo método dos ciclos, e, exatamente por isso,
desistem. Mas, se continuassem, conseguiriam completar
sua tarefa e conquistar seu lugar no DOU. É uma pena que
tantos desistam simplesmente por desacreditarem que
podem ir mais longe, chegar ao fim.
A grande dica para se começar bem a montagem de um quebra-cabeças é... comece pelo
começo! Pausa para “ah, eu já sabia”. Além de começar pelo começo, comece pelo mais fácil e, em se
tratando de quebra-cabeças, o mais fácil é pelos cantos ou quinas ou, como diria um amigo meu mineiro,
“pelas beiradas”. Por quê? Porque as peças de canto são únicas e mais fáceis de serem reconhecidas, e seus
respectivos lugares facilmente identificáveis pela borda em ângulo reto. Por isso, nos estudos, é
imprescindível fixar adequadamente os pontos de início dos estudos, justamente para saber exatamente
onde encaixar as peças posteriores.
Antes de começar a estudar [a fundo] pelo método dos ciclos, é necessário entender um
conceito básico: os resultados não virão do dia para a noite, e nem da noite para o dia também . Leva tempo,
um longo tempo, em alguns casos, até 2-3 meses para aparecerem os primeiros resultados satisfatórios. Se
isso pudesse ser expresso em uma linha cartesiana de tempo x resultados, onde o tempo [gasto] seria o eixo
Y e os resultados [obtidos] o eixo X, o gráfico se pareceria com a descida de um escorregador (lá vou eu de
novo remexer em meu baú de memórias =o).
Traduzindo: há um grande esforço no início com pouco resultado, mas no fim há grande
5
7. resultado com pouco esforço, tal qual ilustra a imagem abaixo à esquerda, embora grande parte dos
concurseiros pense que, se estudar por esse método, o resultado será mais parecido com a figura da direita
(“vou me ralar se estudar assim”). Observe e tire suas conclusões:
Resultado desejado =o) Resultado não tão desejado assim =o(
Agora visualizando em um gráfico, para maior (ou menor =o) didática:
Note que o esforço inicial é alto, mas
Estudo em Ciclos produz pouco resultado visível, ao
passo que, com o passar do tempo e
Tempo x Resultados repetição constante, o esforço diminui
e o resultado cresce de forma
30 inversamente proporcional. Claro que
25 é apenas ilustrativo, mas, na prática, é
quase assim que acontece: após
Tempo gasto (t)
20 tempo
15
resultados algum tempo de dedicação e
paciência, o esforço será,
10
inevitavelmente, regiamente
5 recompensado. Veja que,
0 aproximadamente no meio do
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 processo, as linhas se cruzam para
Aprendizagem então se descolarem e os resultados
decolarem (não resisti ao trocadilho).
Ilustração 1: gráfico estudo em ciclos Note também que, apesar de ser algo
genérico, as variações de nível de aprendizagem variam de pessoa para pessoa, por isso, se seus resultados
estiverem demorando, no stress, ok? =o)
Outra ilustração que pode ser utilizada para demonstrar a dinâmica desse tipo de aprendizagem
é a pintura de uma parede, que é feita por “mãos” ou “demãos”, ou seja, operações repetitivas e
sobrepostas, que inicialmente cobrem apenas parcialmente a parede, deixando “falhas” que serão cobertas
pelas “mãos” posteriores. Se você já observou alguém pintando (ou tentou pintar, como eu), deve ter
percebido que é quase uma arte. Bem, em minhas poucas tentativas nesse sentido pinturístico, as pessoas
que avaliaram meu trabalho chegaram à conclusão inequívoca que sou mesmo muito arteiro e que já fiz
muita obra na vida...
Agora, a pergunta de 1 milhão de dólares: é possível haver alguma forma de apressar a
aprendizagem por esse método? Posso pedir ajuda aos universitários? Pausa para risos na plateia... Resposta
sincera: não sei. Resposta desejável: talvez. Empiricamente, eu diria que é possível, todavia ainda não obtive
resultados conclusivos, pelo que estou atrás de cobaias, ops precisando de voluntários para testes! Por que
6
8. esse silêncio, ahan, sepulcral na plateia? Calma gente, não vou abrir a cabeça de ninguém para ver o que tem
dentro (talvez por medo do que encontraria lá, ou não! =o)
Bem, minha premissa é simples: se o cérebro aprende melhor por meio dos ciclos
(Aprendizagem-Mosaico®), treinar e/ou brincar resolvendo puzzles (quebra-cabeças, em inglês) pode
contribuir para acelerar e/ou potencializar a aprendizagem de matérias para concursos ou provas. Simples,
não? Aprender brincando, o sonho de toda criança e, agora, de todo concurseiro!
Quais puzzles eu recomendaria? Em que pese a gama ser vasta, com várias opções disponíveis,
eu tenho predileção por sudoku e mahjong. O sudoku possui, inclusive, uma versão portável, ou seja, sem
necessidade de instalação, podendo rodar direto de um pen drive. Apesar de ambos serem orientais, e
termos a impressão comum de que 'japas' são bons estudantes, não posso afirmar que há relação entre
ambas, mas se a resposta for sim, vamos aproveitar isso, oras! =op Quem joga xadrez e damas pode notar
uma certa facilidade em ciências exatas e matemáticas, ou vice-versa.
Sudoku Mahjongg
Resumo da ópera: se você quiser um incremento na qualidade – e quantidade – de sua
aprendizagem, estude pelo método dos ciclos. Vai demorar um pouco mais? Provavelmente sim. Ilustrando,
para melhor entendimento: estude 2 meses pelo método 'normal' e obtenha um rendimento de 70% e
estude 2 meses pelo método dos ciclos e obtenha um rendimento de 60%; estude 3 meses pelo método
'normal' e alcance 73%, e pelo método dos ciclos, nos mesmos 3 meses, atinja 78%. Vale a pena? Vale.
Demora mais? Demora. Solução? Comece a estudar pelo método dos ciclos antes, bem antes do edital, para
atingir o máximo rendimento quando da aplicação das provas. Faça como eu: invista seu tempo de forma
inteligente: comece a estudar antes que seu concorrente! =o)
Fraterno abraço, que Deus te abençoe.
ps. se você quiser expressar sua opinião sobre meus artigos, por favor visite meu blog Desafiando Limites ou minha sala
no Fórum Concurseiros (wallysou) e deixe seu comentário nos tópicos (é necessário se registrar), onde você poderá
deixar sua sugestão e/ou crítica. Agradeço antecipadamente por sua participação.
ps2. =o) não é um símbolo de sociedade secreta, seita ou algo do tipo, é apenas isso:
Postado em: http://wallysou.com/2010/06/01/o-estudo-em-ciclos-e-a-aprendizagem-mosaico%c2%ae/
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9. Uma reflexão antes de desistir
[2006] Uma reflexão torna-se necessária quando os sonhos parecem fracassar e as forças se exaurem,
forçando-nos a desistir e desanimar, pensando que chegou o fim. É nessas horas que o Senhor chega com socorro,
pois estava apenas esperando chegarmos ao fundo do poço, ao beco sem saída, à encruzilhada da vida, para
sentarmos desolados e sem qualquer perspectiva e esperança, para então descobrimos que Ele é o socorro bem
presente na hora da angústia. E plenamente capaz de reverter nossos aparentes insucessos e eventuais fracassos
em vitórias até então inimagináveis.
Aconteceu com José, ao sair do cárcere para o palácio. Da cela para o trono. Quem jamais pensaria tal
coisa? Mas os planos de Deus são assim. Inescrutáveis. Sublimes. Surpreendentes. Então todas as lágrimas
derramadas serão recompensadas com novas companheiras, mas desta vez de alegria incontrolável e incapazes de
exprimir a gratidão de um coração consolado pelo Carpinteiro de Nazaré.
Sim, Ele sabe com endireitar aquilo que nasceu torto. Ele é capaz de transformar um rude tronco em
um móvel luxuoso e útil, e valioso também, pois todo trabalho artesanal é mais valorizado. Leva tempo, dá
trabalho, mas o resultado é totalmente compensador. E cada obra é única, incomparável, ímpar. Assim, desta
mesma forma, Deus está trabalhando conosco, moldando-nos segundo Seus planos soberanos e perfeitos, para
nos fazer alcançar os sublimes objetivos por Ele traçados para nós.
Não desista. Se Tomas Edison tivesse desistido após mais de 1.000 fracassos, não teríamos a lâmpada a
nos iluminar. As suas trevas de hoje não hão de se comparar com a radiante luz que te espera. Se Abraham Lincoln
tivesse desistido após perder eleições importantes em sua trajetória política, os Estados Unidos teriam perdido um
de seus melhores presidentes de todos os tempos! Talvez seu fracasso de hoje seja porque Deus tem coisa
melhores para você. Melhores e maiores. Se Lincoln tivesse ganho o pleito inicial, teria continuado a carreira
política até culminar na presidência? Não sei, não sabemos, mas algo me diz que não. No mínimo, não teria ganho
a experiência necessária para enfrentar com galhardia e êxito as crises nacionais que se abateram em seu
mandato presidencial.
Se você desistir hoje, o que o mundo deixará de ganhar amanhã? O que Deus deixará de realizar através
de você, e somente você? Quando o vaso se quebra, a responsabilidade de reconstruí-lo não é dele próprio, do
vaso, mas sim do oleiro que o construiu, ou mesmo que permitiu que se quebrasse.
Descanse nas mãos do Oleiro e apenas observe como Ele pode juntar cacos aparentemente
imprestáveis e transformá-los em algo novo e totalmente diferente daquilo que foi antes. Remodelado. Sem
qualquer sombra das cicatrizes passadas, e mesmo que ainda sejam visíveis, serão de tal forma orientadas e
ajustadas que se tornarão belas, como parte de um projeto bem definido e orquestrado.
Algumas telas dos grandes pintores parecem-se, inicialmente, com borrões de tinta para alguns,
incapazes de reconhecer sua harmonia dentro de uma aparente confusão colorida. Mas essas mesmas obras
alcançam milhões de dólares em leilões de arte, onde colecionadores meticulosos sabem muito bem avaliar os
traços e compassos do gênio por trás do pincel, bem como do intento de sua mente fantástica.
Sua vida parece sem sentido? O Divino Mestre ainda não concluiu Sua obra em você. Seu projeto não
foi ainda completado. Você faz parte de um Plano maior, onde cada peça se encaixa perfeitamente, e aquelas que
ainda não encontraram seu devido lugar estão sendo transformadas, desgastadas, polidas, diminuídas, para se
encaixarem na engrenagem principal.
Se as coisas parecem ter se estagnado, se pararam de repente, não se desespere. Talvez Deus esteja
fazendo alguns ajustes em você para fazê-lo assumir um lugar mais importante, e para isso Ele precisa de um
tempo. Deixe Deus trabalhar em você. Logo mais, você irá vê-lo trabalhando com você, para, afinal, trabalhar por
você.
Enquanto isso, descanse sua mente e alma. Poupe o Oleiro de atrasos desnecessários, de mais tempo
amassando o barro antes de tê-lo pronto para uma nova fôrma. O resultado final, você se surpreenderá,
compensará todo o trabalho, todo o sofrimento, todas as lágrimas. Tudo. Você verá. Creia. Você verá.
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10. [2008] O ano de 2005 foi muito difícil para mim: desempregado, desanimado e desesperançado.
Desempregado - e recém-casado -, pois havia pedido demissão para estudar para concursos;
Desanimado, pois havia falhado em minha primeira tentativa;
Desesperançado, pois achava que não iria conseguir sair daquela situação.
Criticado... minha esposa trabalhava o dia todo e estudava à noite, enquanto eu ficava em casa, olhar
perdido... Ainda sustentava a casa, com bicos e com uma pequena reserva financeira que, um dia, acabou.
Às vezes, o que mais precisamos é isso mesmo: de um beco sem saída, do fundo do poço, de uma
encruzilhada sem saber para onde ir.
É nesses momentos cruciais que, muitas vezes, encontramos a força necessária para vencer, até então
escondida no recôndito do nosso ser. É quando, também, nos voltamos mais para Deus, e descobrimos nEle a
motivação e a inspiração para seguirmos avante, em Quem encontramos uma voz amiga e o incentivo para
tentarmos mais uma vez. Geralmente, há outras vozes de incentivo, mas não damos muita atenção. Mas, quando
chegamos aos becos-sem-saída da vida, Deus finalmente consegue nossa atenção. E, quando O ouvimos,
alcançamos aquilo que tanto desejamos.
Hoje, após ser aprovado em um dos melhores concursos do país, um dos mais difíceis dos últimos
tempos (os concursos estão ficando cada vez mais difíceis, e os concurseiros, cada vez melhores), de ver um sonho
se tornando realidade, fico até pasmo ao ler novamente essa mensagem, escrita ao final de um ano de fracassos.
Hoje, após contabilizar inúmeros sucessos, que se iniciaram logo após a escrita desse texto, vejo que a
diferença entre o perdedor e o vencedor reside, muitas vezes, na atitude pessoal. Muitos daqueles que
consideramos heróis, foram apenas pessoas comuns que se dispuseram a fazer bem-feito e da melhor forma que
podiam, aquilo que lhes foi designado. Cumpriram um dever.
Pergunte se eles se consideram heróis. A esmagadora maioria vai dizer que não. Talvez alguém me
considere um "herói" por ter passado em vários concursos, e especialmente nesse último da CGU. Mas não é
assim que me vejo. Eu me vejo como uma pessoa normal. A única coisa que eu fiz de anormal foi não desistir
diante dos obstáculos, diante das lutas, diante da sensação de que era quase impossível continuar. E essas vezes
não foram poucas.
Eu não sou detentor de nenhum talento especial, ou privilégios especiais. Se há alguma coisa de
especial em minha vida, eu diria que não é nem a vontade férrea de vencer, mas uma determinação que pensava
que não tinha: não desistir sem tentar, não desistir antes da luta acabar, não desistir antes de ainda ter forças para
continuar.
É isso um traço de herói? Talvez. Mas isso faz de mim um herói? Não sei. Mas, se fizer, não sou um herói
solitário, de conquistas inimitáveis. Sou apenas mais um no meio de tantos. Se não desistir faz de você um herói,
então meus pais são muito mais heróis do que eu. Meu pai não tem o 1º grau completo, pois teve que escolher
9
11. entre estudar e sustentar a família, na roça, no meio do sertão, onde a água é escassa. Converse com ele hoje, ou
leia um texto seu. Você vai se admirar, e jamais imaginará que seu passado foi construído em cima de dificuldades
e privações.
Veja o exemplo de minha mãe. Igualmente morando no sertão, sendo uma das filhas mais velhas,
ajudou a criar e cuidar de sua dezena de irmãos. Retornou aos estudos - supletivos - quando eu estava para
concluir o 2º grau. Ela concluiu o 2º quando eu já estava formado havia vários anos. Hoje, ela faz faculdade,
entrando na 3ª idade. Eu posso me considerar "herói" tendo esses exemplos, tão próximos de mim? Ainda que eu
pudesse, não faria isso. Heróis de verdade são eles, cujos exemplos me inspiram, me emocionam e me
surpreendem. Minhas conquistas, perto das deles, apequenam-se, diminuem, assim como eu também,
voluntariamente, me diminuo diante de sua história de vida.
Se eu tenho algum objetivo para o futuro? Tenho. Ser um pai melhor do que o meu foi para mim. Se eu
conseguir ser, pelo menos, igual a ele, o que já é uma tarefa gigantesca, me darei por satisfeito.
Eu rejeito a alcunha de "herói", de "superior", de "forte". Eu sou apenas "comum, normal, inferior e
fraco", mas, consciente dessas limitações, tentei alcançar o máximo que podia com aquilo que eu tinha. Apenas
isso, e nada mais que isso. Como cheguei aqui, então? Com a ajuda de Deus.
Ele não está interessado em grandes homens para honrar, mas em pessoas comuns para auxiliar a
realizar grandes feitos. Eu sou apenas e tão somente isso: um "pequeno" através de quem Deus realizou grandes
coisas.
Espero que essas singelas palavras possam tê-lo convencido de que é possível, apesar de tudo. Pode
acreditar, se eu consegui, qualquer um consegue, fazendo apenas o que eu fiz: não desistir.
Que Deus te abençoe.
Wally.
:o)
Postado em: http://wallysou.com/2010/01/23/serie-fundo-do-bau-uma-reflexao-antes-de-desistir/
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10
12. O segredo do meu sucesso
1 Co 9.24
A inspiração deste texto veio após ler [algumas] entrevistas do Fórum Concurseiros,
notadamente aquelas mais motivadoras, seja pelo sucesso alcançado, seja por ser bem escrita ou seja pela
superação de dificuldades e um empenho pessoal admirável pelo esforço depreendido. Entre essas, quero
indicar as mais recentes que vi, e são elas: Gigliane Concurseira, AUFC - TCU 2009 -> após quatro reprovações, a
vitória!!!, Meu depoimento. Vendo esses emocionantes depoimentos, vi que eles têm muita coisa em comum,
e é justamente sobre isso que quero falar: os segredo dos que passaram.
Quando exponho meu 'cartel' de vitórias, que são nada menos que 6 aprovações em variados
concursos, todas entre as 5 primeiras colocações, concursos com muita concorrência ou com poucas vagas,
ou ambos, tomo o cuidado de omitir minhas derrotas e vergonhas... afinal, quem se interessaria por minhas
derrotas? Derrota não dá Ibope, não vende, não 'enche a bola' nem 'afaga o ego', além de ser constrangedor
ficar expondo meu lado humano e confessando minhas [muitas] fraquezas e deficiências. Se eu fosse um
lutador de boxe, de MMA (vale-tudo, em inglês) ou um atleta olímpico, talvez até fizesse sentido, porque
para eles conta muito o balanço positivo vitória x derrota, mas, na verdade, não sou nada disso. Sou apenas,
e tão-somente, um [ex-] concurseiro.
Quem não conhece bem a dinâmica dos concursos, do acúmulo de estudo ao longo do tempo,
das experiências frustrantes antes de poder comemorar a vitória, me olha meio que assustado e admirado, e
é bem possível que passe por sua mente algum desses pensamentos: de que cartola esse tirou essa nota?
Será que ele tem um gabarito escondido na manga? Como ele fez para desaparecer os concorrentes na
frente dele? Como ele conseguiu iludir a banca, para o aprovarem? Apesar de parecer engraçado para
alguns, e incrível para outros, passar em um [bom] concurso não tem mágica. Talvez porque, se um mágico
conseguisse passar em um concurso por mágica, se ele não fosse preso por fraude, ganharia muito mais
dinheiro continuando a fazer... mágicas! Desde que não fosse ensinando os outros a passar, por mágica, em
concursos, lógico. Por que? Porque então deixaria de ser segredo, e você já viu algum mágico – tirando o Mr.
M, claro – revelando seus segredos?
Para passar não existe mágica, então? Não. Se você quer ganhar a vida fazendo mágicas, é
melhor desistir de fazer concursos. Uma coisa não combina com a outra. É isso que você aprende lendo
entrevistas como aquelas, e outras, claro, afinal a lista de entrevistas boas no fórum é grande. E lá, no Hall da
Fama dos concursos, tem muita coisa boa, que vale a pena dar uma olhada. Mesmo que não seja para
incentivá-lo a fazer ou continuar na carreira de concurseiro, muitas histórias são verdadeiras lições de vida,
de superação, e de conquistas fantásticas que acrescentam muito como experiência pessoal e inspiração.
O concurseiro tem uma experiência muito parecida com atletas, seja na fase anterior às
conquistas, com renúncia e sofrimento, seja na fase de colher os louros, onde a conquista compensa todo o
esforço, ou na admiração de muitos que se espantam ao ver onde chegamos. “mas, de onde saiu esse?”,
peguntam. Claro que ninguém estava nos vendo, afinal estávamos nos últimos meses enfurnados em uma
caverna, digo biblioteca estudando feito malucos, quase sem vida social, sem quase ver a luz do sol, pálidos
como frango de granja, sendo chamados de 'mandioca descascada' quando íamos à piscina (de tão brancos,
meu caso, lógico).
11
13. Quando o incrível César Cielo foi campeão olímpico, poucos sabiam quem era
aquele garoto sardento e reservado que estava carregando as cores do Brasil em seu
uniforme. Menos ainda sabiam que estavam diante de um campeão, antes mesmo
dele cair na água. Mas havia gente que sabia de seu potencial: seu técnico, seus pais,
e aqueles que o viam nadar incansavelmente na piscina do clube onde ele treinava.
Aprenda isso: não interessa quantos o conhecem, ou quantos estão ao seu lado, o
que importa realmente é QUEM está com você nos momentos difíceis e de privação,
e é desses poucos combatentes que você precisa ao seu lado para chegar ao seu
destino. Outro exemplo emocionante de superação foi o da Maureen Maggi. Quem
não se emocionou quando ambos choraram ao ver a bandeira verde e amarela
tremulando no lugar mais alto do podium e ouvir o hino nacional sendo transmitido
para todo o mundo? Eu me emocionei.
Eu poderia citar vários outros exemplos, como o do Vanderlei Cordeiro, que, quando estava
correndo na ponta (1ª colocação), foi parado por um fã[nático?], mas ainda assim, acabou chegando em 3º
lugar. E o 'cara' ainda fez festa como se tivesse sido o primeiro! Errado, ele? Não! Claro que não! Se fosse eu,
teria feito a mesma coisa... imagine, só porque não cheguei em 1º, vou deixar de comemorar? Não faz parte
do meu show. Eu comemorava até quando ganhava – ah, bons tempos que não voltam mais... – jogo de
bolinha de gude! Imagine uma medalha olímpica! =o) Mas, por sua humildade e amor ao esporte, recebeu
mais uma medalha: a Medalha Pierre de Coubertin, uma das maiores honras que um esportista pode receber
em sua trajetória competitiva.
Se você se deu ao trabalho, digo, se deu ao investimento de tempo de ler as entrevistas que
indiquei, deve ter notado que há alguns aspectos comuns na história dos vencedores, e posso listar alguns
aqui, para ilustrar:
➔ vontade férrea de vencer, a despeito das, às vezes, constantes e repetidas, derrotas;
➔ dedicação espartana ao objetivo, renunciando a coisas que a maioria das pessoas
consideraria heresia mortal;
➔ apoio incondicional de alguém próximo e muito querido, que, nos momentos de dificuldade,
está motivando, animando, consolando;
➔ capacidade de aprender e, mais importante, corrigir os próprios erros;
➔ capacidade de recuperação, após um duro revés ou grande decepção, e reorganizar-se para
uma nova batalha (o famoso lamber as feridas, sacudir a poeira e dar a volta por cima);
➔ ser um estrategista, sabendo analisar seus pontos fortes, fracos e onde deve investir seus,
muitas vezes parcos, recursos;
➔ sabe, ou aprendeu a duras penas, lidar com a dor, o sofrimento e a decepção, usando-as
como incentivo pessoal de superação;
➔ paciência e perseverança, afinal não se passa em [um bom] concurso da noite pro dia;
➔ saber escolher bons materiais de estudo, tornando-se quase um 'garimpeiro' de sebos,
bibliotecas e livrarias.
Concluindo: se você está nessa batalha para conquistar um cargo público, veja-se como um
atleta em busca de uma medalha, sabendo que a linha de chegada, por mais distante que esteja, um dia será
alcançada. Se você perseverar nessa corrida, talvez o dia seja incerto, mas o cruzar a linha será apenas
questão de tempo. E quanto maior for seu esforço e dedicação, menor será esse tempo de espera. Em uma
entrevista a um canal de TV, à qual fui convidado pelo dono do cursinho no qual estudava, à época, fiz
questão de frisar: não tenho mais inteligência do que o normal, apenas estudo mais do que o normal. E, na
12
14. igreja, em minha despedida, disse: eu não sou inteligente, eu sou esforçado. Logo, se você não tem muito
talento de sobra, como eu, vença pelo esforço.
Se você não leu o 1 Co 9.24 lá em cima, eis aqui o que diz: “Não sabeis vós que os que correm
no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.
(grifo acrescentado)
Mais uma vez, obrigado por sua leitura de mais um texto meu.
Abraços,
=o)
Postado em: http://wallysou.com/2010/02/18/o-segredo-do-meu-sucesso/
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13
15. Ainda não é o fim.
Ec 7.8
Quase todas as pessoas já viram algum projeto promissor iniciar-se com grande pompa e logo caíram
no ostracismo. Quantas vezes ouvi pessoas me afirmando que agora iriam estudar para concursos, após saber de
meus sucessos, e perguntavam como fazer para conseguir uma aprovação, talvez esperando receber uma receita
infalível ou palavra mágica que lhe garantisse o sucesso imediato. A maioria simplesmente desiste quando
descobre que não é tão simples nem tão rápido quanto pensavam que seria.
Muitos começam bem a carreira, e sou um dos defensores que as coisas precisam começar bem para
terem mais chances de terminarem bem. Todavia, mais importante do que começar, até mesmo do que começar
bem, é terminar, concluir, chegar ao fim. É preciso diferenciar a euforia do início da convicção de continuar a
despeito das circunstâncias adversas. Em artigo anterior, o que fala sobre a importância de se continuar na fila
(clique para ler), mencionei sobre o cemitério dos sonhos e a maternidade dos pesadelos, estruturas centrais de
um país denominado Fracasso. Verifique se você não está sendo cidadão do país errado.
Você tem sonhos? Já teve sonhos? Desistiu de seus sonhos? Sonhar é bom, e faz bem pra saúde,
tanto a física quanto a espiritual. Já ouvi alguém dizer que somente quem já morreu não sonha, ou seja, não
possui projetos, expectativas, desejo de realizar algo novo. Todavia, você vai encontrar muita gente sem qualquer
projeto de vida ou sonho a realizar, e bem viva... viva não, respirando.
Mas, viver resume-se a isso: acordar, levantar, comer, trabalhar e, novamente, deitar? Se esse é o seu
caso, talvez você não esteja vivendo, mas apenas com o automático ligado, deixando a vida lhe levar. Tal qual
aquela substância levemente marrom, a cortiça, você fica apenas boiando ao sabor do vento e das ondas, sem
saber de onde vem nem para onde vai. A vida deve ser mais interessante do que isso, concorda?
Você deve ter percebido que uma das maiores causas de desistência é a falta de preparo para
enfrentar as desilusões e decepções que a vida nos traz. Sonhe, mas continue com os pés no chão, não seja folha
seca levada pelo vento: tenha tronco (estrutura) firme e raízes (convicções) profundas para não desistir na
primeira ventania mais forte. Saiba também ser flexível: é melhor se dobrar um pouco, como o bambu, e depois
retornar à posição original, do que se quebrar e ver seus projetos frustrados, talvez para sempre.
Há uma frase que gosto sempre de repetir: se as coisas não estão bem, persevere, pois o melhor
ainda está por vir. Está difícil? É porque ainda não é o fim, pois o fim das coisas é melhor do que o seu princípio, é
isso que diz aquela abreviatura lá do começo (Ec 7.8). Vai depender de você decidir quando chega o fim: ANTES de
atingir seu alvo ou somente DEPOIS da conquista. Quebrou a cara, errou o alvo? Tente de novo, até acertar. Insista
enquanto tiver forças para continuar.
Por que insistir, quando tudo diz que não, que não vai conseguir?
Simplesmente porque vale a pena, em primeiro lugar. Em segundo,
porque desfrutar o sabor da vitória é uma sensação inesquecível e... hum,
inexprimível. Não sei dizer como é, só sei dizer que é muito bom sentir.
Pode ser que você, depois de sentir, saiba expressar melhor esse
sentimento cuja descrição me foge agora.
Bem, apesar de ser algo passageiro, pudemos ver que há coisas positivas
14
16. no começo: o surgimento do sonho, o estabelecimento dos fundamentos necessários à continuidade do projeto, a
reunião dos recursos capazes de sustentar o projeto em si, etc. Enfim, o começo não é ruim, por assim dizer, claro,
para quem quer prosseguir. Então, se o começo é bom, e o fim é melhor, onde é que está o ruim, afinal? Isso
mesmo, no meio. Entre o bom e o melhor, está o ruim.
Por que a maioria das pessoas desiste no MEIO? Por que é ali que as dúvidas acerca do êxito se
concentram, o medo do fracasso se torna mais palpável. Muitos, também, preferem desistir nessa fase porque
pensam que é mais fácil justificar, dizendo que, se tivessem continuado, teriam conseguido. É um pouco
constrangedor reconhecer e confessar uma reprovação, desagradável mesmo. Mais de uma vez, uma reprovação
me causou desagradáveis sentimentos de vergonha e humilhação, embora ninguém tenha falado nada ou me
cobrado nesse sentido. A cobrança maior era a que vinha do espelho...
Optar por seguir batalhando, no MEIO, é assumir a responsabilidade de encarar um inimigo feroz e
implacável: você mesmo. Você é aquele que mais se cobra e que menos fica satisfeito com os resultados. Em tese,
claro, porque nem todos são assim. Todavia, muitos dos concurseiros que conheci, inclusive eu mesmo, tinham
essa característica, que não é de todo ruim, pois você se obriga a melhorar cada vez mais. Entretanto, se ela não
for bem dosada, pode trazer muitos malefícios, e estresse e ansiedade elevados são apenas os mais visíveis deles.
É no meio que acontecem os maiores embates, e somente vão dessa [fase] para melhor quem
sobrevive ao MEIO. Neste momento, quero parar um pouco e trazer um breve esclarecimento sobre uma forma
diferente de demonstrar minhas ideias, procurando simplificá-las, digo, simplificar sua assimilação pelos leitores.
Tentarei, a partir de agora, trazer informações e argumentos em forma de esquema para, em tese,
propiciar uma melhor assimilação de conteúdo e lembrança dos ensinos, e que poderiam ser copiados por tópicos
e relembrados mais facilmente. Poste seus comentários sobre o que achou da ideia, se tem alguma crítica ou
sugestão para melhorar essa forma de comunicar informações.
Por que quem quer conquistar seus objetivos não pode desistir no meio do caminho? Porque:
É aqui que ocorre a fase crítica da aprendizagem, do treinamento. No meio é que se aprende a:
compartilhar recursos, ombro, ouvido. Às vezes, é nas mais ferrenhas batalhas que conhecemos
os melhores companheiros; como gosto bastante de filmes com temática militar/combate, posso
citar filmes como O resgate do soldado Ryan, Men of Honor ou a série Band of Brothers;
não desperdiçar tempo, recursos, oportunidades. O desperdício é um dos maiores inimigos da
qualidade, e esta [a qualidade] é o ingrediente mais importante para se chegar a um resultado
final satisfatório;
manter a esperança, o foco, objetivos e sonhos. Nada prova mais nossas convicções do que as
adversidades e dificuldades, e se você conseguir sobreviver a isso, sairá mais forte, apto para
maiores conquistas; para esse tópico, recomendo o belíssimo The Great Debaters, com Denzel
Washington;
sobreviver com recursos escassos, poucas amizades e restrição de espaço. Quando os recursos
são escassos é que aprendemos a valorizar o pouco que temos e descobrir formas de multiplicá-
los; esse filme não é exatamente um retrato fiel do tema, mas tem muito a ver, e é muito bonito,
independente de outro motivo, vale a pena assistir: Quase deuses.
superar limites, obstáculos, incapacidades. Superar-se somente é possível quando chegamos ao
limite e somos desafiados a prosseguir, na maioria das vezes pensando que não vamos conseguir;
apesar de ser um pouco romântico demais, Desafiando Gigantes ainda é um filme onde a
superação de limites encontra boas razões para dividir a tela com os seres humanos.
É no meio que ocorrem as maiores experiências vividas por um ser humano, e é no meio que se
experimenta:
coisas ímpares. Ímpares quer dizer incomparáveis (sem comparação com nada anterior), inéditas
(jamais vividas, experimentadas, algo totalmente novo) e imprevisíveis (inesperadas, que causam
surpresas, que trazem estupefação). Se você desistir, pode perder tudo isso. Não vai desistir
agora, vai?
15
17. coisas marcantes, ou seja impactantes (que “chacoalham” você), relevantes (coisas que são
importantes, mas ainda não sabia disso) e “cicatrizes” (que são marcas, afinal, e todo batalhador
tem suas marcas – ou cicatrizes – que contam suas lutas e vitórias);
coisas permanentes, aquelas que você jamais esquecerá, e cujas lembranças serão agradáveis e
com sabor de quero mais; geralmente, quando pensamos em coisas marcantes, sempre
lembramos de circunstâncias da infância, momentos agradáveis... ou não, vai depender de cada
pessoa, mas eu gosto de me lembrar das coisas boas, e grandes vitórias, após lutas terríveis,
sempre me trazem boas recordações;
coisas transformadoras, que serão um divisor de águas, um verdadeiro marco (que mudarão o
curso da sua história). Foi no meio de uma experiência muito desagradável que experimentei a
maior transformação que um ser humano pode viver: a conversão, que foi meu encontro pessoal
e real com o Senhor Jesus, e minha vida pode ser contada também por essa perspectiva: Wallace
antes, e depois de Jesus.
Por causa dos altos custos associados, a grande maioria não quer passar pelo meio, achando que existe
um atalho para se chegar logo ao fim. Todavia, sem passar pelo meio, perde-se:
chance de crescer:
✔ emocionalmente. Já ouviu falar de inteligência emocional? De fato, para muitos, o
fracasso não pode ser explicado pela simples junção de incompetência com falta de
planejamento, mas sim pela deficiência em saber lidar com as próprias emoções. E como
se aprende isso? Enfrentando – e vencendo – seus próprios medos e temores. E onde
eles estão? Exatamente no meio do caminho entre você e seu sonho;
✔ individualmente. Quando se estuda, seja para concursos ou não, é praticamente
essencial saber “se virar sozinho”, conquistar um certo nível de independência e
autonomia para tomar decisões que irão impactar seu futuro, positiva ou negativamente,
e, finalmente;
✔ coletivamente. Em que pese a necessidade de ser autônomo, autodidata e
autoconsciente, ninguém consegue, em tese, conquistar seus objetivos de forma solitária.
Pelo contrário, as grandes conquistas, principalmente aquelas que arrebatam nossos
sentidos e lotam as bilheterias dos cinemas =o), são feitas de forma solidária.
chance de mudar:
✔ seus pensamentos. Há certas situações em que demoramos a aprender que devemos
mudar nossa forma de pensar porque ela está, simplesmente, errada! Por que
demoramos a perceber isso? Porque ninguém gosta de admitir que está errado, e isso,
por si só, já é um grave erro. Sem ser confrontado com seus erros, que ocorrem no meio
do processo, é difícil descobrir como corrigi-los e, a partir de então, acertar.
✔ suas atitudes. Um dos grandes traços de caráter é ter atitude, mas isso não quer dizer
que todas sejam corretas, até porque ninguém acordou um belo dia e puft! tudo estava
perfeito e acabado, e não havia nada de novo a ser aprendido. Ter atitude é importante,
ter as atitudes corretas é o diferencial a ser buscado.
✔ seus objetivos. Se há coisas nesta vida que devem ser valorizadas são: objetivos e
objetividade para se alcançar os primeiros. Entretanto, ter objetivos não é garantia de
sucesso, se os objetivos não obedecerem a certos critérios: precisam ser corretos,
atingíveis e ter razoável custo x benefício, entre outros. E é somente no meio que nossos
objetivos são postos à prova, onde descobrimos se são os certos, se são factíveis e viáveis
e se estamos dispostos a pagar o preço associado à sua conquista.
chance de aperfeiçoar seu(s):
✔ aprendizado. O ser humano tem uma forma toda peculiar de aprender: tentativa e erro.
Diferentemente dos animais que, por instinto, já nascem praticamente andando e, nos
16
18. casos de presas, correndo, os seres humanos nascem cegos, surdos e mudos. Bem, sobre
o “mudos” há controvérsias, porque nenê que não chora quando nasce, apanha, talvez
para aprender a chorar... entretanto, para depois mamar só chorando... entendeu a
lógica? Nem eu. Enfim, para andar tem que cair primeiro, coisa lá para os 10, 12 meses de
vida, se contar os nove nadando no útero, claro. Se você nasce aprendendo (às vezes, na
porrada =o), por que agora querer desprezar esse processo construtivo de conhecimento,
com medo dos tombos, necessários para se encontrar o ponto de equilíbrio?
✔ caráter. Lembra-se das atitudes, mencionadas há pouco, que têm tudo a ver com caráter?
Abraham Lincoln, um dos mais admirados presidentes dos E.U.A., descreveu dessa forma
o caráter: “Caráter é como uma árvore e Reputação como a sombra. A sombra reflete a
imagem do que parece ser, A árvore é a coisa verdadeira”(1). Reputação pode lhe fazer
ficar rico ou pobre. Caráter pode lhe tornar alguém feliz ou miserável (2). Há diferenças
gritantes entre ser um bom concurseiro e um bom servidor. Feliz é quem consegue ser
ambos, não necessariamente ao mesmo tempo e no mesmo espaço físico, claro.
✔ conhecimentos. Vencer na vida, um desafio. Adquirir conhecimentos para vencer na vida,
uma necessidade inadiável e imprescindível. Como adquirir os conhecimentos
necessários? Enfrentando desafios que forçam a saída do conformismo e a descoberta de
alternativas criativas para situações complexas, ou seja, conhecer o novo, o diferente, o
próprio desconhecido. Concurseiro neófito geralmente tem medo de aprender/estudar
novas matérias, e isso pode se tornar um grave empecilho à conquista de seus objetivos,
e adiar o enfrentamento dessas matérias novas só atrapalha, porque, na verdade, está-se
jogando para frente um problema que só vai aumentar de tamanho com o tempo
perdido;
✔ sentimentos. Essa é uma área diretamente ligada à inteligência emocional, e quando se
cresce naquela área, inevitavelmente há um aperfeiçoamento dos sentimentos e
emoções. Ter emoções melhores e mais saudáveis não significa que isso lhe garantirá
aprovações em concursos, mas certamente uma vida melhor proporcionará. E só isso,
meu caro, já vale a pena, pode ter certeza.
chance de se conhecer melhor e mais profundamente. Já dizia o dr. Sócrates, não o corintiano,
mas o ateniense =o), “Conhece-te a ti mesmo”. Às vezes, saber que não sabe [algo ou alguma
coisa] pode ser libertador: liberta da ilusão e traz, junto com o desconforto do conhecimento da
própria ignorância, a vontade de mudar. Confrontado com o desconhecido, o ser humano vê-se
diante do dilema: permanece na trevas (ignorância) ou caminha em direção à luz (verdade). Essa
decisão é crucial e, óbvio, pode mudar, ou não, seu futuro.
Passar pelo meio significa sair do conformismo, da zona de conforto:
dos limites pessoais. Não sei se isso é tão evidente, mas o ser humano é, por definição, limitado
(e acomodado). Não, não estou me referindo nem à imaginação nem à estupidez humana, como
já dizia Einstein, entre outros. Refiro-me aos limites físicos, emocionais, etc., ou seja, aquelas
fronteiras invisíveis, porém reais, que nos mostram o quanto somos humanos. Homens não têm
asas, e, obviamente, não voam como os pássaros. Todavia, isso não foi empecilho para
alcançarem a Lua, cuja conquista, aliás, acabou de fazer 40 aninhos. Entenda: ter limitações não
significa que você não pode conquistar seus objetivos, apenas deve se esforçar e achar uma outra
maneira mais criativa de fazê-lo, ok? =o)
dos projetos pessoais. A maioria das pessoas, ok, ok, uma boa parte das pessoas sempre se acha
bem aquém do potencial atingível, orbitando um mundinho sem atrativos e perdida no meio de
um universo monótono onde os sonhos não ocupam lugar. Quem poderia dizer que a descoberta
da roda traria tamanho impacto à civilização humana? Se naquela época já fosse possível
patentear a invenção da roda, eles seriam os primeiros milionários (ou qualquer coisa parecida
com isso) da História, ou da Pré-História, sei lá! Você tem um projeto? Dimensione-o de modo
que ele possa ultrapassar as fronteiras de sua circunferência umbilical, por maior que ela seja;
dos limites relacionais. Naturalmente, além dos limites físicos do ser humano, há os geográficos
17
19. (atuação), familiares (relações), profissionais (influência), etc. E esses limites também precisam
ser desafiados, e vencidos. Como? Observe e aprenda: você me conhece? Nem eu a você. Talvez
jamais venhamos a nos conhecer, mas, cá estamos nós a trocar interessantíssimas ideias,
dialogando animadamente e, se você é uma pessoa normal como eu... anhan, normal como a
maioria das pessoas comuns (sim, foi um pleonasmo, e foi intencional =o), já deve ter dado, no
mínimo, algumas risadinhas abafadas, pra não chamar – muito – a atenção. Percebe? Ultrapasse
seus limites, de forma responsável, claro, mas avance em direção ao horizonte, até onde puder ir.
Sempre existe alguém que precisará ou apreciará ouvir suas experiências.
Espero que sua viagem até aqui tenha sido agradável. Para mim foi. Às vezes, escrever é como um
parto, mas, depois de nascida a criança, vem a alegria, o chororô, as fraldas, noites mal-dormidas, hum... melhor
parar por aqui =op.
Vale a pena passar pelo meio, pois é na área do meio que aprendemos e somos capacitados a ver
além das fronteiras conhecidas, a conquistar novos territórios.
Como alguém que já atravessou esse deserto, e saiu vivo para contar a história, escrevo como
incentivador e torcedor para que você também consiga. Você está no meio, mas ainda não é o fim, portanto,
persista.
Veja o exemplo de um amigo meu: fez uma excelente prova objetiva, mas derrapou na discursiva, o
que lhe custou ver seu nome na lista inicial de aprovados, ficando entre os reservas. Dos que estavam na sua
frente, dois passaram em outro concurso e abriram espaço para ele, que seria convocado numa eventual chamada
de 50% das vagas. Para seu azar, numa decisão inesperada e de última hora, chamaram o pne (portador de
necessidades especias) na sua frente.
Ele ficou arrasado, e com razão (você não ficaria?), depois de acalentar o sonho de assumir o cargo
de seus sonhos... estava aventando entrar na justiça, e etc., mas eis que, no apagar das luzes, algo improvável
acontece: uma candidata em sua frente abdica da vaga para trabalhar em outro órgão ganhando quase 50%
menos! Claro, reduzir isso assim torna a coisa mais inacreditável ainda, e há outras variáveis envolvidas, pois ela
deve ter tido seus [bons] motivos para tal, mas o fato não deixa de ser espantoso. Meu amigo fez jus ao apelido
que escolheu no fórum: “chego lá”. Esse sabe que o fim só é fim quando o que é melhor acontece conosco.
=o)
Aquele abraço.
(1) Texto adaptado e extraído do Livro “Empowering Leadership”. Dr Anthony D´Souza, Haggai Institute for
Advanced Leadership Training. (tradução livre)
(2) Texto recebido pela internet por meio de um grupo de mensagens diárias, denominado “Regional”,
hospedado no www.grupos.com.br.
Postado em: http://wallysou.com/2010/02/26/ainda-nao-e-o-fim/
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18
20. Deixando o passado para trás
Estudando a lição 11 da CPAD para a EBD, deparei-me com este fragmento de texto, no final da conclusão da lição,
ou seja, nos finalmentes do frigir dos ovos (risos): "vai-te em paz e não peques mais", de João 8.11. Quero deter-
me unicamente nessa pequena frase que requer complemento: Vai-te. E vou completá-la para você.
Sabe o que me chamou atenção nisso, nesse versículo aparentemente desprezado no meio de tantas coisas que
ouvimos hoje em dia? É que encerram-se, nessa antiga frase de poucas palavras, valiosas lições para as pessoas de
hoje, quais sejam:
1. Vai-te significa, em primeiro lugar, deixe seu passado para trás.
Você já parou para pensar na situação daquela mulher, e o estigma que ela iria carregar dali por diante? O de uma
mulher adúltera, em meio a uma sociedade permeada pela hipocrisia, ela era a vítima perfeita para tampar o sol
com a peneira, jogando uma cortina de fumaça para tentar ofuscar a decadência moral dos fariseus e outros eu's
que viviam por lá.
Todavia, quando Jesus lhe disse "Vai-te", Ele simplesmente disse "mulher, eu sei porque você foi apanhada, e
porque foi trazida aqui, e como vão tratá-la daqui por diante, mas quero que saiba que perdoo você e, ao invés de
carregar a cruz pesada dos fariseus, carregue meu fardo leve de perdão e amor". Ela podia escolher entre ser
conhecida como a adúltera dos fariseus e a perdoada por Jesus. E você, qual das opções escolheria? Deixaria o
passado para trás ou seguiria carregando o ódio e desprezo dos outros nas costas?
2. Vai-te significa, em segundo lugar, avance.
Quantas pessoas há que têm se deixado levar pelas agruras da vida e parado no meio do caminho e, às vezes, no
meio do Caminho também. Pode ser o seu caso, pode ser o caso de algum conhecido seu que, desfalecido pelo
peso da culpa, sucumbiu no meio de seus projetos e caiu, desfalecido, à beira da estrada da vida.
Eu sei bem que não é fácil avançar, e até já escrevi um texto difícil, não tanto de escrever, mas de viver a
experiência para, depois, contá-la. Você pensa que eu também já não desisti? Ledo engano o seu, já desisti sim, e
como Davi, publiquei meu pecado em verso e prosa, para ser lido e discutido aqui. Está difícil continuar
carregando esse peso? Que tal deixá-lo ao pé da cruz e continuar em Seu Caminho?
3. Vai-te significa, em terceiro lugar, não pare.
Parece a repetição do anterior, não é mesmo? Mas, não é a repetição, e sim a continuação. Sabe por quê? Porque
paramos aos poucos de avançar, até pararmos por completo. Desse modo, mesmo que você esteja caminhando
lentamente, achando que não está saindo do lugar, não pare, continue. Respire, inspire, expire. Viva, enfim.
Essa é outra grande tentação que aflige as pessoas atualmente: parar. Se eu fosse uma pessoa renomada e
diplomada, com a envergadura intelectual de um Mira y Lopez, que escreveu os 4 Gigantes da Alma, escreveria
sobre As Grandes Tentações da Alma. Como cristão, tenho o medo sob rédeas, já que conheci o Amor e o Amor,
quando invade nossos corações, a primeira providência que faz é expulsar o medo (1 João 4:18). Você já deve ter
ouvido aquela batida frase: "devagar e sempre", não é mesmo? Pois vou bater, de novo, com ela em sua cabeça
dura: Não pare! Entendeu ou que que eu desenhe?
19
21. 4. Vai-te significa, em quarto lugar, não desista.
Se você parar, mesmo sob a desculpa de "descansar, refazer as forças", o primeiro sentimento que vai assaltá-lo
será "Desista, você não vai a lugar nenhum mesmo! Você nunca foi ninguém na vida, por que quer mostrar pros
outros o que não é? Jogue tudo pro alto e desista dessa idéia ridícula de que você vai vencer!". Se você parar, vai
acabar desistindo, justamente porque estará dando ouvidos a essas vozes que querem convencê-lo(a) de que não
é capaz e que é perdedor(a).
Ora, se essas vozes que ficam buzinando esses excrementos em seu ouvido, confundido-o com latrina, se essas
vozes tivessem mesmo a certeza de que você é perdedor(a), por que ficar perdendo tempo tentando convencê-
lo(a) disso, se o próprio tempo se encarregaria dessa missão, mais cedo ou mais tarde? Capice, caiu a ficha?
Exatamente, essas vozes têm medo do seu sucesso, do seu êxito, e sabem que você tem potencial para chegar lá e,
por isso, ficam a todo momento querendo derrubá-lo(a), deixá-lo(a) down, pra baixo, porque o seu esforço, o seu
sucesso e sua atitude de não entregar os pontos as incomoda.
Não desista, pois se até os que dizem que você não vai conseguir acreditam que você pode, porque você não pode
crer em seu próprio potencial para o sucesso?
5. Vai-te significa, em quinto e último lugar, siga em frente.
Mover-se não quer dizer que você está seguindo adiante, para frente. Pode ser que você tenha, simplesmente,
desistido e decidido voltar atrás, ao invés de deixar o passado para trás, não é verdade? Sim, há muitas pessoas
que desistiram, entregaram os pontos mas não estão paradas. Elas estão... voltando. Preste atenção no que vou
lhe dizer agora: nós não sabemos ao certo onde é a linha de chegada, e ela pode estar mais próxima do que você
pensa, logo após a próxima esquina, e você nem desconfia. Se você parar e desistir agora, nunca saberá se a
próxima esquina lhe reservava uma agradável surpresa.
Quando eu estava estudando para um concurso difícil (analista administrativo - MPU2006), senti-me tentado a
parar, a jogar tudo pro alto e desistir... E em um certo dia, essa tentação bateu mais forte, quando eu me
encontrava bem fragilizado, e cheguei mesmo a considerar abandonar a corrida pouco tempo antes de ela
terminar. Naquele dia de provação insuportável, decidi que iria até o fim, desse o que desse, custasse o que
custasse. Se aquele concurso era uma batalha, eu morreria como guerreiro: lutando.
Então, nesse mesmo tempo, alguém me enviou uma mensagem com o assunto "não desista", e uma frase que me
marcou foi: "você nunca sabe quão perto está da linha de chegada, se perto ou longe, e pode estar mais perto do
que pensa. É nos momentos mais duros da batalha que devemos dar os golpes mais fortes. Não desista " (estou
escrevendo de cabeça, ok? Mas, se quiser, pode lê-la no original clicando aqui).
Quer saber o resultado, se fiz a escolha certa? Continuei estudando, ainda que capengando, tropeçando e
levantando, mas fui até o fim e fiz a prova. Quando o resultado foi anunciado, lá estava meu nome em primeiro
lugar na lista local. Como se isso fosse pouco, tive o indescritível e honrado prazer em me ver entre os 5 primeiros
colocados a nível nacional, para aquele cargo, aquele mesmo que eu pensei em desistir...
Quem sabe, caro leitor(a), você está lendo essas linhas movido pelo mesmo sentimento de impotência que me
acometeu há 4 anos, e é um candidato em potencial a se tornar mais uma vítima do fracasso pelo simples fato de
desistir ANTES de a batalha encerrar. Se você não tiver mais NENHUM motivo para seguir em frente e parar por
aqui mesmo, estou lhe dando um.
Enxugue as lágrimas, engula esse nó da garganta e saiba: você não chegou aqui por acaso. Escrevi essas palavras
pensando em você, e você sabe que elas têm destino certo: animar seu sofrido coração, e restaurar suas forças e
lhe dar novo ânimo (vida). Sinta esse sopro de vida se derramando sobre você e levante-se dessa cadeira convicto
de que é possível reverter esse quadro. Eu creio nisso, e você, por que não creria?
Agora, quero lhe pedir um favor: sabe, eu escrevo por prazer e (ainda, porque não descobriram meu talento...
risos) não ganho por isso. Então, às vezes, bate aquela desmotivação natural, que você deve conhecer bem, talvez
em outro sentido, mas comigo é assim: "puxa, quase ninguém comenta, quase não tenho retorno, será que
ninguém gosta, será que ninguém é beneficiado com o que escrevo?".
Sim, eu também sou de carne e osso (hoje mais carne que osso, quando mais jovem, era mais osso do que carne,
mais isso é outra história...). Já venci muitas batalhas, é verdade, mas não estou imune às provações, assim como
você, eu também tenho meus dias de dúvidas, incertezas e angústias. E como você pode me ajudar a continuar
escrevendo? Comentando, se REALMENTE gostou e se isso o ajudou, de alguma forma.
Bem, pode ser que as pessoas venham comentar dizendo que eu tenho que PARAR de escrever... risos. Mas, faz
20
22. parte né? Então, se você conseguiu chegar até aqui, espero vê-lo nos comentários, certo?
Deus te abençoe.
Soli Deo gloria.
Desafiando os limites do fracasso, no blog Desafiando Limites.
Postado em: http://wallysou.com/2010/12/09/deixando-o-passado-para-tras/
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21
23. Existe, de fato, vida após a posse?
2ª edição
Talvez você tenha chegado até aqui movido pela curiosidade do título, acertei? Realmente, a
curiosidade humana é uma força muito poderosa, desde a mais tenra idade. Que o digam pais, avós, tios, etc.,
tentando ensinar – em vão – a pequena criança a não enfiar o dedinho na tomada. Atiçar a curiosidade do leitor
justamente com o título é uma das maiores armas que um escritor pode se utilizar para atrair leitores. Nem
sempre se consegue, e, mesmo se houver êxito nessa tentativa, não é garantia de sucesso. A curiosidade é uma
faca de dois legumes, visto que, se o conteúdo não for de qualidade, e não trouxer satisfação ao leitor, a decepção
é certa e ele se sentirá enganado.
Mas, por que esse título? Obviamente você já percebeu que ele é um trocadilho, ou seja, um jogo de
palavras com a conhecida pergunta “existe, de fato, vida após a morte?”. Sua origem remonta aos tempos de
minha preparação (e posterior aprovação) para o concurso MPU2007 quando, lembrando-me de minha promessa
para mim mesmo “Vou estudar e só pararei quando passar em um bom concurso!”, lancei meu slogan “Apaixone-
se pelo estudo, case-se com ele e seja feliz até que a posse os separe”. Lembrei-me da promessa que fiz à minha
esposa, em meu casamento, de honrá-la e amá-la até que a morte nos separasse, e adaptei-a à vida de
concurseiro.
Nesse concurso MPU2007, minha aprovação se deu além do que eu imaginava: 1º estadual e 5º
nacional, porém era cadastro-reserva. Pense em uma decepção eu não ter sido convocado. Mas, foi melhor assim,
pois se tivesse sido chamado, dificilmente teria me esforçado o suficiente para poder passar no concurso
CGU2008, onde precisei superar grandes deficiências e limites pessoais para lograr êxito e estar aqui incentivando-
o a fazer o mesmo: superar-se.
Bem, e chegou esse dia fatídico, mas estou falando da posse, é claro. E passado esse portal que
separa a vida de sofrimentos e agruras que todo concurseiro enfrenta, até chegar na vida eterna, digo, estável,
posso comparar o antes (estudos) e o agora (céuviço público =o) e dizer se valeu a pena ou não sofrer tanto para
chegar até aqui. É provável que essa seja a segunda maior dúvida (a primeira é se vai conseguir passar dessa vez)
na mente de todo concurseiro: vai valer a pena todo o esforço, depois que eu passar, tomar posse e entrar em
exercício, ou será uma grande decepção?
É possível alguém se decepcionar no serviço público, mesmo ganhando acima de 2 dígitos mensais?
Sim, pode. E os motivos são simples: primeiro, por causa de uma idealização do serviço público ou do órgão em
si. Não existe lugar perfeito para se trabalhar, simplesmente porque não existem pessoas perfeitas. E você vai
trabalhar com pessoas. Segundo, se estiver visando apenas aos cifrões do contracheque. É fato: ganhar R$ 10 mil
ou mais por mês não é garantia de satisfação profissional. Não acredita? Mas, é a mais pura verdade. Resumindo,
não estude para passar em um concurso tendo unicamente como motivação o salário, pois isso poderá lhe trazer
grande decepção. Procure conhecer o órgão, sua missão institucional, atribuições do cargo, etc., para mitigar esse
risco.
Poderia ainda ser dito que algumas pessoas têm um certo receio do trabalho desenvolvido no setor
público, que vai depender diretamente das atribuições do órgão e do cargo em si, mas, posso lhe assegurar que a
figura lendária do “assistente de carimbador” está em extinção acelerada. E quem vem da iniciativa privada pode –
e deve – trazer muitas experiências úteis, e estar preparado para aprender muita coisa nova, às vezes maçante,
outras emocionante, principalmente quando você descobre o fim e o resultado de seu trabalho.
Outra coisa, embora seja um serviço, teoricamente, mais tranquilo, não quer dizer “vida boa”,
principalmente se você não quiser ser apenas mais um, mas sim trabalhar por um Brasil melhor. E essa deve ser
uma das principais motivações de um concurseiro: contribuir para um país melhor. Assim, além de você mesmo ter
um futuro melhor, estará contribuindo para melhorar o futuro de seus pais, irmãos, filhos, vizinhos, etc. Nunca é
demais lembrar: servidor público é alguém que SERVE, e isto se dá em vários sentidos: que é útil, necessário,
adequado, prestativo. Tenha isso em mente agora que você ainda é concurseiro para que não venha a se tornar
um inservível após ser empossado, ok?
Agora confesse: ser concurseiro é complicado, não é? Talvez, por isso, a maioria das pessoas não
consiga entender a vida de um concurseiro – nem nós mesmos, às vezes, conseguimos -, afinal, quando lhe
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24. perguntam o que você faz e você responde: “eu SÓ estudo”, a pergunta seguinte é: “só isso, você não faz mais
nada além disso?”. Como se sobrasse tempo e disposição para fazer algo mais depois de um dia TODO
estudando... Lembro-me de um dos questionamentos (indiretos) feitos quando pedi demissão para estudar: “por
que ele não pediu demissão DEPOIS de passar no concurso?”. Poucas pessoas entendem que, dependendo do
concurso, dedicação integral, total e irrestrita aos estudos é o mínimo que se exige para quem quer ser aprovado.
Tomo por empréstimo o exemplo (real) de um colega, com a devida autorização: ele acordava às 6h
para estudar, e tinha uma parada estratégica por volta das 7:30h, para um passeio cachorrístico. Depois disso,
retornava ao batente e tinha outra parada lá pelas 17:30h, quando não suportava mais ver livro na frente, então
novamente saía com seu fiel escudeiro em busca de vida inteligente fora das apostilas. Ele me disse que era seu
momento de lazer, mas desconfio que era o momento de lazer de seu cachorro, não dele. Ele realmente precisava
passar com urgência em um concurso. =o)
Entretanto, esse horário de puro espairecimento mental coincidia com a saída/chegada das pessoas
“normais” para/do trabalho. E como somente o viam nesses horários, nessas duas ocasiões, ficava a impressão
que a única coisa que ele fazia era servir de guia para o cachorro... oh, vida, oh azar. Chegou ao cúmulo de, um dia,
alguém lhe dizer: “meu filho, você não acha que está passeando demais com seu cachorro não? Você faz o que na
vida? SÓ estuda? Não dá para trabalhar também não?”. Você está rindo, né? Reconheceu-se na foto, foi? Pois é, e
ainda tem gente que pensa que ser concurseiro é moleza.
Sejamos francos, isso é vida? O que faz alguém, em sã consciência, querer esse tipo de vida? Ok, ok,
retiro as palavras “sã” e “consciência”. Essas duas palavras, associadas a um concurseiro, em um mesmo texto, não
parecem combinar muito. Bem, mas por que alguém opta por viver assim? Esperança de uma vida [futura] melhor,
claro. Não é isso que o motiva agora? Era o que me motivava: VIDA após a posse.
Logo, para se saber se existe mesmo vida após a posse, é necessário saber quais requisitos são
exigidos para alcançá-la, pois essa está reservada apenas aos escolhidos (ou aprovados, eleitos, como queira), não
para qualquer um. Você já ouviu falar da história de uma tal “porta estreita, caminho apertado”? Sim, eu sei,
aquela história é para quem quer chegar ao Céu de verdade, não ao cargo almejado, mas me permita tomar por
empréstimo a frase para utilizá-la como ilustração de minha vida ANTES da posse (concurseiro) e agora DEPOIS da
posse (servidor).
A porta estreita e o caminho apertado representam uma vida de renúncia, de abnegação e
sofrimento, em troca de algo melhor no futuro. O sentido original da história, e a promessa de seu autor (não eu,
mas Ele), era de que todo aquele que fosse até o fim, no final, iria receber a recompensa. Seguindo a mesma linha
de raciocínio, inclusive isso é ponto pacífico entre concurseiros e professores: quem perseverar até o fim será
aprovado. Mesmo se estiver estudando de forma incorreta, não desistindo, terá a oportunidade de se corrigir e,
afinal, conquistar seu objetivo.
Mas, por que ainda estamos falando sobre ANTES da posse, se o tema é justamente APÓS a posse?
Em que pese eu já ter atravessado esse bendito portal, a esmagadora maioria dos que estão lendo este texto
encontra-se exatamente do lado de lá, correto? E, na tentativa de incentivá-los a não desistir, é que ainda martelo
nesse ponto: é aí, desse lado, que se constroem os fundamentos das recompensas que serão usufruídas aqui.
Agora que falamos um pouco sobre esses assuntos maçantes e marcantes, todavia extremamente
necessários, podemos falar um pouco sobre a vida APÓS a posse, propriamente dita. Para ser sincero, eu gostaria
de ter mais o que dizer sobre isso, mas, como recém-ingresso nessa nova vida, ainda não pude adquirir know-how
suficiente para detalhar como é a vida após a posse. Outra coisa que deve ser dita é que não estou com a menor
vontade em apressar esse processo, preferindo saborear esses momentos lentamente, como se degustasse um
fino chocolate e o deixasse derreter na boca. =o)
Todavia, para não deixá-lo frustrado, ou pelo menos diminuir a frustração, vou novamente me valer
do testemunho de meu colega, amigo já, que, apesar dos passeios caninos, passou em 1º lugar para um excelente
concurso, mesmo nível que o meu. Ele sim sabe o que é vida após a posse, tendo em vista seu histórico anterior.
Ele me confidenciou que tinha uma “mesada” de R$ 180,00/mês para “lazer”. Não, não, passear com o cachorro
era “de fora à parte”. Como esse gordo orçamento era para TODO o lazer, e lhe cabia a obrigação de presentear
sua namorada em datas estratégicas, de 6 em 6 meses (junho e dezembro, ou seja, dia dos namorados e natal), ele
ficava economizando na entressafra para poder cumprir com seu dever cívico a contento nas datas aprazadas.
Ah, tem mais: as saídas eram sempre no perfeito estilo cavalheirístico inglês “fifty-fifty” (50/50),
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25. traduzido por “rachamos meio a meio, tá bom assim pra você?”. Uma vez tentei utilizar esse aprovadíssimo
sistema com minha esposa, na época ainda nas fases iniciais de levantamento de dados, err... quero dizer “ nos
conhecendo”. Quase fui reprovado, e nem tinha edital rodando na praça ainda... Dura essa vida de concurseiro,
viu! E agora, como está esse meu colega, ainda passeando com seu companheiro peludo? =o)
Bem, além de estar com uma “mesada” ligeiramente maior, que tem a parte ruim de assumir os
outros “fifty” (50%), em seis meses já viajou para seis lugares diferentes, conhecendo coisas novas. Acho que era
para compensar a fase de “isolamento”. Só não perguntei se o cão foi junto... não, acho que não... isso era coisa da
vida ANTES da posse, esquece. Embora isso seja muito legal e gratificante, não é o principal. O que é, então? A
realização profissional. Isso, meu caro leitor e concurseiro [sofredor], não tem preço, embora um salário atrativo
torne as coisas bem melhores, claro. :o)
Você já deve ter percebido, caro leitor, que VALE a pena batalhar com afinco para poder, um dia,
adentrar à vida estável. E afirmo: vale sim, com certeza. Como algumas pessoas gostam de citar, é uma mudança
praticamente da água para o vinho, do cativeiro para a liberdade. Para alguns é a sonhada independência
financeira, para outros a independência das apostilas, e para outros ainda é a satisfação de poder dizer que
“chegou lá”, que conquistou seus objetivos, embora varie de pessoa para pessoa o objetivo conquistado.
Digamos que passar em um concurso – e ser empossado, claro – é tão somente o início de um
processo que culmina em uma fase de novas e extasiantes descobertas, quando passamos a viver experiências
inéditas. Como alguém que ainda se encontra descobrindo os sabores e cores dessa vida APÓS a posse (e
adorando o processo =o), é lícito afirmar que todo e qualquer esforço será válido e recompensado quando o
objetivo for alcançado.
Portanto, ainda não é o momento de jogar a toalha, pelo contrário, é momento de suar ainda mais e
redobrar os esforços para, finalmente, poder se dar ao luxo de descansar após a vitória, saboreando cada
momento da tão desejada VIDA após a posse.
Publicado em: Existe, de fato, vida após a posse?
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26. Concurseiro – Licença para Passar
Tenho que confessar: esse post teve 2 inspirações
1- um texto de Max Gehringer, que vi num post do Cristão Confuso;
2- um sonho, onde me via tendo idéias ótimas sobre escrever textos concurseiros baseados em filmes de James
Bond, o 007
No sonho, eu me via tendo aquelas idéias fenomenais, e eram 3 posts, e sabia que iria esquecer quando
acordasse, então escrevi em algum lugar, no sonho, as idéias, para posterior aproveitamento. Todavia, ao
acordar, não achei o papel que usei para escrevê-las, no sonho. Deveria ter me mandado um email ou
deixado um scrap no orkut…
Realmente, ando com a cabeça nas nuvens! =o)
Assim, sobrou apenas essa, que, devo confessar de novo, é muito inferior à original do sonho, mas não
lembro dos detalhes, infelizmente, e já me convenci que não vou achar o papel nem sonhando.
Mas, vamos ao que interessa: o que significa Licença para passar? Todos devem conhecer o filme License to
kill, com Timothy Dalton. Nele, o agente 007 se mete em mais uma enrascada para vingar um amigo vítima
de um poderoso traficante, então… é melhor você ver o filme, ou não! =o)
Sobre o texto citado acima, o conhecido e aclamado escritor Max Gehringer faz alusões a coisas meio
absurdas no mundo empresarial, tais como exigir uma qualificação altíssima para funções medianas,
frustrando, em seguida, os eleitos. O texto é muito bom, e vale a pena a leitura. Mas, é no final dele que tiro
a lição de ouro para quem estuda para concursos:
Muitos querem fama, querem poder dizer que estudam nesse ou naquele cursinho, que compraram os livros
de fulano e beltrano, que o professor deles é sicrano, etc. Mas, e no fim disso tudo? Não passam, e ficam
alimentando esse círculo vicioso e deprimente onde a aparência tomou o lugar da essência, e os fins
cederam espaço aos meios. Pra quê? Pra nada… nada de importante.
Fazendo o link entre o filme e o texto: no filme, 007 renuncia a suas credenciais porque elas já não o
ajudavam a realizar seu trabalho (sem entrar no mérito desse trabalho), e abre mão de todo o seu prestígio
para atingir, literalmente, seu alvo. No texto, Max (perdoe a intimidade, Max, ok?) demonstra que, no fim, o
que importa não é o candidato que impressiona, mas o que soluciona.
E o que isso tem a ver com concursos? Tudo! Bem, quase tudo. Do filme, fica a lição de que fama e prestígio
conquistados em concursos anteriores não garantem aprovação em novos concursos (eu já passei por isso), e
o importante é manter o foco e não perder de vista seu alvo (desc. o trocadilho, mas foi inevitável =o). Do
texto, extrai-se que o que vale mesmo não é o resultado do simulado ou a matrícula do cursinho chique, mas
se a mão treme ou não na hora de marcar o gabarito.
Por isso, caro colega e concurseiro “sem pedigree”, não se afobe se você não estuda nesse ou naquele
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27. cursinho, mas se arvore na convicção que está fazendo o seu máximo e, no fim, é isso o que importa: ver seu
nome na lista dos eleitos, destacando-se naquela tinta preta e papel crespo do DOU. O resto, é resto.
Se alguém quiser te convencer do contrário, tentando atrasar seu passo em direção a uma das vagas tão
sonhadas, dê uma olhadinha de lado e peça Licença para Passar!
Postado em: http://wallysou.com/2010/06/08/concurseiro-licenca-para-passar/
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28. E a fila anda... mas somente para os primeiros
Todo concurseiro que se preza almeja realizar dois grandes sonhos: o primeiro, claro, é o da
aprovação. O segundo, que depende diretamente do primeiro, é o da realização. Realizar-se como
profissional, como cidadão e, claro, como pessoa. Nesse sentido, o cargo público é um dos meios de se
conquistar esses objetivos.
Nesse aspecto de realização pessoal, poderiam ser dados vários exemplos, todavia, vou citar
apenas um: férias. Após angariar várias aprovações em diversos concursos, médios e bons, embora com
poucas nomeações, chegou finalmente a chance de poder dar continuidade aos projetos em stand by. Se há
algo que mina nossa resistência é quando não vemos as coisas acontecerem. Deixar sonhos e projetos em
pausa é, ainda, uma das grandes causas de frustrações ao longo do tempo. Segredo para vencer isso?
Persistência e paciência.
Mas, vencido esse primeiro passo, o da aprovação, começamos a planejar as tão sonhadas
férias. No meu caso, distante de minha terrinha natal há quase uma década, é normal haver um misto de
sentimentos saudosistas e ansiedade tentando ocupar o mesmo espaço, ao mesmo tempo, dentro de um
coração acelerado. Lembre-se disso nas horas em que for tentado a desistir: tenho um objetivo à frente, não
posso parar, o prêmio compensa! E afirmo: compensa mesmo. Após a fase das necessárias adaptações, você
verá que a recompensa pelo esforço despendido é muito gratificante.
Talvez você esteja se perguntando o que tem a ver férias com fila, não é mesmo? Calma,
chegaremos lá. Por enquanto, desfrute um pouco desse sentimento de antever a conquista, de realizar seu
sonho. Use-o como combustível para prosseguir avante e não desistir. Se há uma coisa que aprendi nesses
exaustivos anos de estudos para concursos é: não desperdice oportunidades de viver bons momentos,
porque os maus, meu caro colega, esses vêm sem pedir licença nem passagem. E, se deixarmos, destroem
nosso ânimo e matam nossos sonhos. Não permita isso, é tudo uma questão de escolha; escolha avançar.
Agora voltemos à fila. Fila, aliás, é uma coisa que tem tudo a ver com concursos. E fila também é
algo dinâmico, ou pelo menos deve ser. =o) Existem filas e filas, algumas mais rápidas, outras mais lentas,
mas, tal qual a história da grama do vizinho ser sempre mais verde, não importa quantas filas haja, a sua
sempre será a mais lenta. O porquê disso, infelizmente, ultrapassa os limites de minha pobre mente limitada.
Então, tire seus olhos da fila e mire-os em seu objetivo, assim não perderá o foco nem ficará tão vulnerável
ao desanimus desistantis, uma doença corriqueira que ataca, principalmente, concurseiros.
Há dois tipos de atitudes que, figurativamente, chamarei de dois países diferentes: um chamado
Fracasso e outro chamado Sucesso, que serão abordados de forma mais detalhada em um outro artigo. O
mapa desses dois países aponta duas estruturas bastante similares, embora antagônicas, dividindo quase a
mesma área geográfica: uma maternidade ao lado de um cemitério. A diferença mais marcante entre eles é a
escolha que seus habitantes fizeram de como utilizá-los: no país Fracasso, decidiu-se enterrar sonhos e
alimentar pesadelos.
Já no Sucesso, pensou-se diferente: enterram-se os pesadelos e alimentam-se os sonhos. Se
você pudesse visitar o cemitério dos sonhos do Fracasso, veria estampadas nas lápides a causa mortis de
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