O documento discute deficiência visual, definindo-a como redução ou perda total da visão após correção óptica. Apresenta níveis de deficiência como cegueira e baixa visão e descreve o sistema Braille para leitura e escrita tátil. Discorre sobre causas congênitas e adquiridas de deficiência visual e fornece estatísticas, etiologia, habilidades de orientação e mobilidade, além de referências sobre o tema.
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Deficiência visual
A redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor
correção ótica. Manifesta-se como: Cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos
de 0,1 no melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior
meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque
educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o
individuo a necessitar do Sistema Braile como meio de leitura e escrita, além de outros
recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação; Visão reduzidabaixa visão:
acuidade visual dentre 620 e 660, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque
educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde
que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais.
Introdução
Alguns sinais característicos da presença da deficiência visual na criança são: desvio
de um dos olhos, não seguimento visual de objetos, não reconhecimento visual de familiares,
baixo aproveitamento escolar e atraso de desenvolvimento. No adulto, pode ser o borramento
súbito ou paulatino da visão. Em ambos os casos, são: vermelhidão, mancha branca nos olhos,
dor, lacrimejamento, flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e
tropeços em móveis. Em todos os casos, deve ser realizada avaliação oftalmológica para
diagnóstico do processo e possíveis tratamentos, em caráter de urgência.
Pontos Principais
1. Dados estatísticos:
Segundo a OMS-Organização Mundial de Saúde, cerca de 1% da população mundial
apresenta algum grau de deficiência visual. Mais de 90% encontram-se nos países em
desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a população com deficiência visual é composta
por cerca de 5% de crianças, enquanto os idosos são 75% desse contingente. Segundo o Censo
escolar (1998) – 337.326 alunos com necessidades especiais matriculados em todo país,
destes 15.473 (4,6%) apresenta deficiência visual.
Etiologia:
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De maneira genérica, podemos considerar que nos países em desenvolvimento as
principais causas são infecciosas, nutricionais, traumáticas e causadas por doenças como as
cataratas. Nos países desenvolvidos são mais importantes as causas genéticas e degenerativas.
As causas podem ser divididas também em: congênitas ou adquiridas. Causas congênitas:
amaurose congênita de Leber, malformações oculares, glaucoma congênito, catarata
congênita. Causas adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula,
glaucoma, alterações retinianas relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes
Níveis de deficiência visual
Baixa visão ou visão subnormal – acuidade visual de 0,3 a 0,05 (Escala optométrica de
Snellen) no melhor olho, com a máxima correção óptica.
Cegueira – Diminuição da acuidade visual central desde cegueira total (nenhuma
presença de luz) até acuidade visual menor que 0,05 (- de 1%).
Sistema braille
O Sistema Braille é o sistema de leitura e escrita tátil utilizado por deficientes
visuais e representa um código universal.
Pontos Principais
1. Cela Braille.
A partir de seis pontos, podem ser realizadas 64 combinações diferentes.
Habilidades formais de orientação e mobilidade.
Posteriormente a aquisição dos pré-requisitos, inicia-se após avaliação, o
programa de instrução de habilidades formais de orientação e mobilidade. A orientação
básica é de realizar esta instrução o mais cedo possível. Fonte: (Coín e Enríquez, 2003).
Sendo assim, torna-se possível a determinação de pontos de referência para a
correta localização do ambiente. Posteriormente segue referência para o aprendizado
das técnicas de proteção pessoal, de seguimento pelo tato, de guia vidente, de
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mobilidade com bengala longa e auxiliares pré-bengala, de planos de mobilidade, de
cães guia e para a utilização de auxiliares eletrônicos.
A educação de cegos teve início no século XVIII em Paris, com Valentin Haüy
(fundador do Instituto Real dos Jovens Cegos). Era homem de ciência e influenciado
pelas filosofias sensistas, segundo as quais, tudo vinha dos sentidos. Depois de haver
contemplado, na feira de Santo Ovídio, em Paris, a um espetáculo que o chocou
profundamente em que sobre um estrado, um empresário exibia dez cegos, como
fantoches, teve a ideia de instruir os cegos, fundando em 1784 o Instituto Real dos
Jovens Cegos. Defendia o principio de que, tanto quanto fosse possível, a educação dos
cegos não poderia diferenciar-se da dos normovisuais, como eram chamados os
videntes, naquela época. Adotou o alfabeto comum em relevo, na expectativa de que as
letras fossem percebidas pelos dedos dos deficientes visuais. Para a escrita, trabalhavam
com caracteres móveis, com os quais os alunos aprendiam a conhecer as letras e os
algarismos, a combinar os caracteres para formar palavras e números e a construir
frases. Em 15 de fevereiro de 1819, ingressou no Instituto Real dos Jovens Cegos, um
jovem de 10 anos chamado Louis Braille (1809-1852). Louis feriu um dos olhos,
quando brincava na oficina do pai. A infecção progrediu, atingindo o outro olho,
deixando Louis completamente cego algum tempo depois. Louis Braille criou o sistema
braille a partir da sonografia de Charles Barbier (Idealizou o sistema de sinais em relevo
que inspirou Louis Braille a criar o Sistema Braille ), Capitão de artilharia que
apaixonado pelos problemas da escrita rápida e secreta, idealizou um processo de leitura
tátil destinado a velar os segredo das mensagens militares e diplomáticas. Consistia na
sonografia constituída por trinta e seis sinais representativos de outros tantos sons e
distribuídos por 6 linhas e 6 sinais cada uma, formando igual número de colunas. Na
verdade este sistema representava fonemas, o que dificultava bastante para a escrita de
textos e representação de algarismos. O sistema de Charles Barbier nunca foi usado na
instituição, mas a partir dele, Louis Braille reconheceu que os sinais com mais de três
pontos em cada fila ultrapassavam as possibilidades de uma única percepção tátil.
Reduziu suas proporções de maneira que os sinais pudessem formar uma imagem
verdadeira debaixo dos dedos. Atribuiu a cada símbolo valor ortográfico e não fonético,
semelhante ao alfabeto comum.
Referências e links interessantes
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BRUNO, Marilda Moraes Garcia. O desenvolvimento integral do portador de
deficiência visual: da intervenção precoce a integração pré- escolar. São Paulo: Loyola,
1992. v.1, 144p.
Minas Gerais. Secretaria de Estado da Educação. Coleção veredas: guia de estudo:
Educação Inclusiva. Belo Horizonte, 2005.
MARTIN, Manuel Bueno et al. Deficiência visual: aspectos psicoevolutivos e
educativos. São Paulo: Editora Santos, 2003.
MARTINS, J.G. A cegueira às claras. Belo Horizonte: O Lutador, 2007.
VEIGA, José Espinnola. O que é ser cego. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
Dicas de Convivência
Evite utilizar os advérbios, aqui, lá, cá, etc, de maneira inadequada.
Ofereça sua ajuda sempre que uma pessoa cega necessitar. Mas não ajude sem
que ela concorde.
Sempre pergunte antes de agir. Se não souber em que e como ajudar, peça
explicações a ela de como fazê-lo.
Para guiar uma pessoa cega, ela deve lhe segurar pelo braço, de preferência no
cotovelo ou no ombro. Não a pegue pelo braço: além de perigoso, isso pode
assustá-la. À medida que encontrar degraus, meios-fios e outros obstáculos, vá
orientando-a. Em lugares muito estreitos para duas pessoas caminharem lado a
lado, ponha seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa lhe seguir.
Ao sair de uma sala, informe à pessoa cega; é desagradável para qualquer pessoa
falar para o vazio. Não evite palavras como "cego", "olhar" ou "ver", as pessoas
cegas também as usam.
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Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico
possível. Não se esqueça de indicar os obstáculos que existem no caminho que
ela vai seguir.