O documento resume a vida e o trabalho filosófico de René Descartes, com destaque para sua principal obra "Discurso do Método". O texto descreve a biografia de Descartes, suas principais ideias e as partes que compõem o "Discurso do Método", incluindo a dúvida metódica, a existência de Deus e a distinção entre matéria e mente.
1. O DISCURSO DO MÉTODO
René Descartes
Docente: Pe. Edson Sestari
Discente: Tiago Ferreira de Jesus
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2. Vida e Características do Pensador
•Nasceu
na frança (1596-1650)
•Estudou em colégio Jesuíta;
•Estudou matemática;
•Viajou pela Europa, tendo contato com vários sábios entre eles
Pascal;
•Temendo perseguições religiosas como a de Galileu, teve
cautela em expor suas ideias;
•Autonomia da filosofia com relação a teologia;
•O primeiro problema a resolver é o do conhecimento, seu valor
e contribuição;
•Atenção pelo homem, que é colocado como centro de todas as
pesquisas – Antropocentrismo.
•Na
Alemanha Descartes manteve e intensificou sua
intelectualidade, previamente gerada por suas discussões
com Beeckman.
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3. Obras
1629 : Política para a direção do espírito (publicado
postumamente em 1671 ).
1633 : Tratado do mundo (publicado após a sua morte em 1667 )
1637 : Discurso do método (obra mais importante)
1641 : Meditações da filosofia primeira ( em latim ) (em 1647
em francês
1649 : Princípios de filosofia
1637 : As paixões da alma
1664 : Geometria (primeira edição em francês).
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4. DISCURSO DO MÉTODO – CONTEXTO HISTÓRICO
Descartes ganhou fama de filósofo inovador, crítico
impiedoso da filosofia escolástica aprendida no colégio e
de cientista e matemáticos de grandes talentos.
Descartes não desejava entrar em choque com as
hierarquias eclesiásticas (os acontecimentos ligados a O
mundo estão aí para prová-lo), mas quer que sua filosofia
seja superior a escolástica.
a apresentação da nova filosofia é confiada ao artifício
literário da autobiografia.
Discurso, pois, e não tratado sobre o método, porque
Descartes declara: “Não me proponho ensiná-lo, mas
apenas falar a respeito dele”.¹
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5. Contexto histórico, cultural, científico e filosófico
século XVII
Guerras
religiosas, a Reforma e a Contra-Reforma.
monarquias
absolutas.
humanismo
renascentista.
Barroco.
Revolução
Científica.
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6. PARTES DO DISCURSO
Primeira parte : Diferentes considerações sobre as ciências
e a experiência escolástica de Descartes.
Segunda parte: Principais regras do método
Terceira parte: Principais fundamentos da moral
Quarta parte: A dúvida metódica e os fundamentos da
metafísica, de Deus e da alma humana
Quinta parte: O corpo humano, explicação do movimento
do coração, e a diferença que ocorre entre a nossa alma e a
dos animais.
Sexta parte: considerações sobre o progresso das ciências e
motivo da obra em língua francesa, antes que em latim.
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7. PRIMEIRA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
1 - Criticas de Descartes a cultura de seu tempo.
Descartes inscreve sua formação intelectual sob o signo de
normalidade; apresenta, portanto, sua pessoa como
transparente e aberta á avaliação dos demais, mas com clara
consciência daquilo que encontrou.
Descartes não poupa a matemática, cuja certeza e evidencia
ele reconhece, mas deplora a sua falta de resultados
relevantes; o direito e a medicina são criticadas pela falta de
fundamentações sólidos.
Descartes orienta a abandonar, “inteiramente o estudo das
letras” e buscar a verdade no mundo, em primeiro lugar, e
depois em si mesmo.
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8.
Descartes propõe um novo método para chegar a saber o que é
certo.
Admite que só a matemática e o conhecimento de outras
pessoas, através de viagens, oferecem um saber certo.
Descartes acaba rejeitando também as viagens porque as
contradições que existem entre alguns povos e outros não
permitem descobrir a verdade .
Conclui dizendo que a única maneira de encontrar a verdade
em si mesmo .
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9. SEGUNDA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
1- Descartes constata a queda do pensamento tradicional.
Diz Descartes: “Meu objetivo jamais esteve além de procurar
reformar meus próprios pensamentos e construir sobre um
terreno todo meu”.
Assinala que as ciências ao ter sido realizadas por vários
autores, cada um com sua diferente opinião, não são
portadoras de um verdadeiro saber.
Propõe a renúncia desta diversidade de opiniões que nos
foram ensinadas e em vez disso escolher outras com a nossa
própria razão.
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10.
A reforma apresenta como Descartes levou a cabo uma
reforma do seu próprio pensamento .
Exposição dos fundamentos do novo método, são
encontrados na lógica, na análise geométrica e na álgebra.
A formulação dos quatros preceitos, ou regras, do método,
parte do principio de conservar o melhor das matemáticas e
reduzir “o grande numero de preceitos que compõem a
lógica”.
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11. 1) Regra da evidencia - “não admitir jamais coisa alguma como
verdadeira sem ter conhecido com evidência que assim era”.
2) Regra da análise – “dividir cada uma das dificuldades
surgidas, em tantas partes fosse possível e em quantas requeresse
a melhor solução.
3) Regra da síntese - “conduzir com ordem meus pensamentos,
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de
conhecer, para subir pouco a pouco , gradualmente, até o
conhecimento dos mais compostos, e mesmo supondo uma
ordem entre os que não se precedem naturalmente” .
4) Regra da enumeração – “realizar verificações completas e
gerais para ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do
problema foi omitido."
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12.
Sabemos que Leibniz acusou as regras do método cartesiano
de serem vazias, mas já foi dito que Descartes sempre
apresenta o método no Discurso como um modo de facilitar a
solução dos problemas, não de descobri-las.
Seu método não ensina qual é a verdade, e sim qual é o
procedimento a seguir para se orientar na busca; com as
regras do método, fornece auxilio ao exercício do
conhecimento, desencadeando a solução dos problemas de
geometria analítica e a fundação da filosofia somente as luzes
da razão.
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13. TERCEIRA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
1.
Descartes diz: “Para que 2.
eu
não
permanecesse
irresoluto em minhas ações,
formei para mim mesmo
uma moral provisória que 3.
consistia em três ou quatro
máximas.”
Máxima, nunca ir contra
os costumes e normas dos
países por onde ele andou.
Principio
da
moral.
“Obedecer as leis e aos 4.
costumes do próprio país
praticando a religião na
qual se foi instruindo desde
a infância.”
Máxima, evitar influencias;
ser firme e resoluto nas
ações e opiniões a que se
tivesse determinado.
Máxima, não desejar;
resumo das varias ações
para escolher a melhor.
Empregar todo a vida a
cultivar a razão e progredir
o
mais
possível
no
conhecimento da verdade.
Máxima, viver o método;
exercício
do
método
viajando e estudando.
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14. QUARTA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
É o capítulo central do Discurso do método. Descartes cria
uma nova filosofia e o primeiro princípio para sua filosofia.
"Penso, logo existo", a partir deste princípio Descartes
estabelece a existência de Deus.
Dúvida metódica: Descartes dúvida de forma metódica e
provisória de tudo o que o rodeia, a fim de verificar se havia
alguma coisa que fosse totalmente indubitável. Descartes não
pretendia duvidar de tudo, apenas pretendia alcançar com
segurança verdade.
A primeira verdade indubitável: O Cogito Ergo Sum. A
proposição "eu penso,logo existo”, não é um raciocínio
dedutivo, mas uma intuição.
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15.
A essência do homem está no pensamento.
O critério de verdade: Clareza e Distinção obtidos esses
resultados sensacionais, Descartes passa a considerar o que é
necessário para uma proposição se verdadeira e certa.
Demonstração da existência de Deus.
Descartes, demonstra a existência de Deus. Prova-o de quatro
modos:
1. pelo fato de que temos ideia de perfeito e não
podemos ser nós a causa dessa ideia.
2. Pelo fato de que eu dou a mim mesmo a minha
existência.
3. Pela ideia de perfeito.
4. Pela consequência desastrosas que a negação da
existência de Deus implica, ou seja, pelo fato de que
neste caso qualquer certeza torna-se impossível.
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16. QUINTA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
Abrange a explicação da formação do mundo organizando
tudo em torno do problema da luz: o sol produzia, os céus
transmitem, a terra e os planetas refletem, e o homem é o seu
espectador.
Estabelece as principais funções de um ser vivo (nutrição,
relação e reprodução).
Distinção do homem frente aos animais, porque carecem de
pensamento ou alma racional. Afirma que o organismo dos
animais é uma complexa máquina automática. Demonstra que
a alma dos animais (alma sensitiva) é menor do que a
humana, pois os animais não usam a razão, e não são seres
inteligíveis, e que a alma do homem é independente do corpo
e imortal.
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17. O universo é uma grande "maquina” disse Descartes; cujos
elementos essenciais são matéria e movimento. Também o
corpo humano e os organismos animais são máquinas e,
portanto, funcionam em base a princípios mecânicos que
regulam seus movimentos e relações; isso que chamamos
"vida" é redutível a uma entidade material, isto é, a elementos
sutilíssimos que, veiculados pelo sangue, se difundem por
todo o corpo e presidem as principais funções do organismo.
A NATUREZA DA ALMA
A alma movimenta o corpo por meio da vontade.
Descartes, atribui a alma três faculdades: sensação,
imaginação e razão. Além disso divide a ideia em três classes:
adventícias (vinda do exterior), factícias (inventada pela
alma) e inatas (inerente desde sempre na alma).
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18. "Res cogitans" e “Res extensa"
Para Descartes existem apenas dois tipos de substâncias,
claramente distintas e irredutíveis uma a outra:
A substância pensante
RES COGITANS
(é a existência espiritual do homem (mundo espiritual) sem nenhuma ruptura entre pensar
e ser, e a alma humana como realidade pensante que e pensamento em ato, e como
pensamento em ato que e realidade pensante).
A substância extensa
RES EXTENSA
(é o mundo material (compreendendo obviamente o corpo humano), do qual, justamente, se
pode predicar como essencial apenas a propriedade da extensão).
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19. SEXTA PARTE DO DISCURSO DO MÉTODO
Descartes estabelece uma série de reflexões sobre o alcance
da investigação científica e se questiona a publicação de suas
pesquisas devido as razões a favor e contra.
Reflexão sobre o alcance da investigação científica: o
progresso da ciência reporta múltiplos benefícios materiais e
morais. O progresso científico necessário a comunicação das
experiências de outras pessoas.
Todas estas razões levam a Descartes a publicar apenas o
Discurso do método e os testes que o acompanham.
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20.
No final da obra, afirma que vai consagrar a medicina e
afirma que ele não quer ser importante no mundo, para que
possa dedicar-se ao estudo sem obstáculos e sem distrações.
Finalmente explica a razão por que escreve em francês e isso
é porque ele quer que suas ideias cheguem a todo o mundo.
Razões da não publicação de “ O Mundo”.
Duas são as razões principais: temor de o livro ser condenado
pela Igreja e o fato de que a obra não era muito desenvolvida e
podia dar origem a muitas controvérsias entres os cientistas.
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21. Finalizamos com uma famosa frase do primeiro filósofo e
matemático moderno que teve tanto prestígio ao longo da
história:
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