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LÍNGUA PORTUGUESA
ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO
PROF. LUCAS ALVES COSTA
GOIÂNIA/2013
2
Saudações
Prezado estudante,
Na nossa sociedade moderna a palavra de ordem é “inovação”, e para ser
inovador é fundamental reconhecer que precisamos progredir sempre em todos os
aspectos para situarmos ou acompanharmos o mundo. Com isso, só há progresso por
meio da educação. Investir na educação é irremediável, pois é a única capaz de
proporcionar pessoas cada vez mais envolvidas, engajadas e proativas. Estudar é
progredir, só pelo estudo podemos alcançar nossos objetivos mais almejados, sendo essa
atividade algo pessoal, gratificante e desafiadora.
Considerando a educação como meio de progresso que visa a formação
pessoal, profissional e atitudinal de forma holística como promotora da emancipação
social do cidadão, o curso de Língua Portuguesa volta-se para você como um
instrumento de conscientização e atuação, uma oportunidade de perceber que é pela
linguagem que se configura mundos e se interpela ações interpessoais. Nesse curso
vamos perceber que tudo se dá pela linguagem, sendo a língua o principal instrumento
de propulsão de interações sociais revestidas de sentido.
O mundo do trabalho a cada dia exige-se profissionais que saibam utilizar
a língua portuguesa em situações diversas. Com isso, vamos perceber que a língua é
viva, funcional e usual que só por meio de textos que podemos entender a gramática.
Estudar língua portuguesa não é nenhuma novidade para você que no decorrer dos anos
escolares deparou-se com várias situações de aprendizagem que o foco era a gramática.
Entretanto, nesse curso vamos estudar a língua com uma perspectiva diferente, pois
acreditamos que só memorizar nomenclaturas gramaticais em frases descontextualizar
não promove o estudo efetivo e necessário dos fenômenos linguísticos.
Cabe ainda ressaltar que nossa proposta é conduzi-lo para a busca
constante do progresso nos estudos, pois a aprendizagem não se esgota em horas
curriculares. Assim, o curso de Língua Portuguesa foi organizado para promover a
aprendizagem básica dos três pilares da competência linguística, segundo a Linguística
Moderna, que são Leitura, Produção textual e Análise Linguística.
Ciente dos ótimos resultados do curso faço votos de admiração pela
iniciativa e desejo sucesso!
Professor Lucas Alves Costa
3
Sumário
1 – CONHECIMENTOS INTRODUTÓRIOS
Linguagem, Língua e Contexto
Gêneros Textuais
2 – SOCIEDADE, TECNOLOGIAS E TRABALHO
1 - Gênero Textual: REPORTAGEM
Aspecto textual: Narração 1
Análise Linguística: Elementos semânticos
2 - Gênero Textual: PROPAGANDA
Aspecto textual: Narração 2, descrição
Análise Linguística: Recursos semânticos
3 - Gênero Textual: NOTÍCIA
Aspecto Textual: Tema e rema
Análise linguística: Funcionalidade do Verbo
4 - Gênero Textual: RESUMO
Aspecto textual: Uso de sinais de Pontuação
Análise Linguística: Estrutura Argumental
5 - Gênero Textual: CONTO
Aspecto Textual: Elementos de enredo
Análise linguística: Usos de substantivo,
artigo
6 - Gênero Textual: RELATÓRIO
Aspecto Textual: Persuasão
Análise Linguística: Temporalidade e
aspecto
7 - Gênero Textual: CRONICA
Aspecto Textual: Exposição
Análise Linguística: Usos dos pronomes 1
8 -Gênero Textual: SEMINÁRIO
Tema:
3 – CULTURA, CIÊNCIA E ATUAÇÃO PROFISSIONAL
1 – Gênero Textual: ARTIGO DE OPINIÃO
Aspecto textual: Dissertação 1
Análise linguística: Modalização
2 – Gênero Textual: CRÍTICA DE CINEMA
Aspecto Textual: Dissertação 2
Análise linguística: usos de adjetivos
conjunção, preposição
3- Gênero Textual: EDITORIAL
Aspecto Textual: Coerência 1
Análise linguística: Variação linguística
4 – Gênero Textual: CARTA
ARGUMENTATIVA
Aspecto Textual: Coerência 2
Análise linguística: Nova Ortográfica
5 – Gênero Textual: MANIFESTO
Aspecto Textual: Coesão
Análise linguística: Usos dos pronomes 2
6 – Gênero Textual: DEBATE
Aspecto Textual: Argumentação
Análise linguística: Operadores
Argumentativos
4 – Aspectos Textuais, Análise Linguística e funcionalidades
Aspecto Textual:
 Intertextualidade e Polifonia
 Paráfrase
 Leitura e interpretação
 Análise de Discurso
Análise Linguística:
 Acentuação
 Estrangeirismos
5 – Questões de Provas de Concursos e Vestibulares
4
Conhecimentos Introdutórios
Linguagem-Língua-Contexto
A linguagem é tida com uma atividade, com forma de ação, ação interpessoal
orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais
diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao
estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes. Trata-se de um jogo na
sociedade, na interlocução, e é no interior de seu funcionamento que se pode procurar estabelecer as
regras de tal jogo.
De forma didática, divide-se a linguagem em VERBAL e NÃO VERBAL. A
linguagem NÃO VERBAL é toda forma de expressão que tem sentido, ou seja, diz alguma coisa, seja
um gesto, uma imagem, um sinal, um olhar, um toque e etc. Já a linguagem VERBAL é constituída
de uso da língua, seja na modalidade escrita ou oral, é um sistema.
A Língua, o principal mecanismo da linguagem, é um instrumento que utilizamos para
alcançar determinadas intenções, tem regras internas que estão sujeitas ao USO. É no contexto social,
que os envolvidos na interação utilizam a língua para satisfazer determinadas intenções. A língua é
primordialmente oral, assim, primeiro se aprende a falar, depois a escrever. A escrita é uma
representação simbólica da fala, por essa razão, mais complexa de ser aprendida.
Texto - Interação
No decorrer da experiência escolar, vocês perceberam que a linguagem é caótica,
organizada e multifacetada. Também perceberam que a língua é viva, usual e funcional, pois está a
serviço da interação humana, ou melhor, é por meio da língua que interagimos com os outros. Nessa
dimensão, só podemos admitir que seja por meio de textos que interagimos. Toda interação acontece
dentro de uma situação comunicativa (envolve um enunciador e um interlocutor) num espaço e num
tempo. É a situação comunicativa que influência na maneira como acontece à interação. Assim, as
palavras se relacionam numa estrutura hierárquica para compor o sentido, base de envolvimento
interpessoal.
A língua por ser viva (não tem como vivermos sem ela), usual e funcional só pode ser
entendida plenamente se percebermos no seu estado de uso, funcionando para cumpri uma intenção.
É por isso que não tem como compreender as multifaces da língua sem observamos em textos
contextualizados, ou seja, dentro de uma situação comunicativa.
Por isso, convido você a refletir a respeito de alguns fenômenos linguísticos e
reconhecer sua funcionalidade em situações efetivas de uso. Um mundo, nosso mundo, complexo,
mas interessante, admirável e magnífico, és a linguagem.
De gênero em gênero
Nas mais diferentes situações do nosso cotidiano – em casa, na rua, na escola, no
trabalho, na lanchonete – convivemos com textos. O que é um texto? Uma conversa entre pais e
filhos, a propaganda de um produto que ouvimos pela rádio é um texto. É texto uma história em
quadrinho, um documentário, uma placa de trânsito, uma reportagem jornalística, uma receita de
bolo, um romance, uma entrevista, uma conta de luz, um debate político.
5
Mas o que diferencia um texto de outro? Para que servem os textos?
Observem que os textos são produzidos em situações e contextos diferentes e que cada
um deles tem uma finalidade específica. Se o objetivo do locutor é, por exemplo, instruir seu
interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para se obter um bom resultado. Assim,
quando interagimos com outras pessoas produzimos certos tipos de texto. Uma verdadeira variação
que se repetem em dada situação comunicativa. Essa variação de textos se chama Gênero textual ou
discursivo. Tais gêneros foram historicamente criados pelo ser humano a fim de atender a
determinadas necessidades de interação verbal. Pode nascer gêneros novos, outros podem
desaparecer. O gênero sofrer mudanças até transformar-se em novo gênero.
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com
os diferentes elementos que participam do contexto, tais como: quem está produzindo o texto, para
quem, com que finalidade, em que momento histórico, em que suporte, etc.
Situações-Complexas
Situação-Complexão 1
Ana Luiza trabalha numa empresa de consultoria administrativa. Certo dia, no
trabalho, o seu supervisor deixou um lista de atividades a serem feitas por ela. Leia as intenções do
supervisor e aponte qual gênero textual seria utilizado para satisfazê-la e por que?
Intenção 1
Quero definir num papel os produtos que devo comprar no Supermercado.
Intenção 2
Quero comunicar formalmente aos funcionários da empresa que o aumento de salário foi aprovado.
Intenção 3
Quero dizer para o maior número de pessoas que o crescimento financeiro é resultado de muito
trabalho.
Intenção 4
Quero dizer para minha esposa que a amo muito.
Intenção 5
Quero comprovar que o cliente Marcos pagou a dívida.
Intenção 6
Quero espalhar o nome da empresa para muitas pessoas da cidade.
Situação-Complexa 2
Você se depara com um conjunto de situações durante o dia, defina qual o gênero
textual deve ser utilizado nos respectivos contexto de interação.
Contexto 1
Encontro na sala do RH com um diretor num processo seletivo por uma vaga de emprego.
Contexto 2
Encontro na rua com um amigos num momento de descontração.
Contexto 3
Encontro com várias pessoas e com um professor numa sala de aula.
Contexto 4
Duas amigas encontram-se na cozinha para uma ensinar como fazer um bolo pra outra.
Contexto 5
Marcos utilizando a internet resolve contar como foi o primeiro dia de trabalho pra Alice.
6
Situação-Complexa 3
Após perceber a relação entre a intenção comunicativa e contexto para a produção de
texto. O texto abaixo é uma Receita, uma Declaração de amor ou um Poema?
RECEITA DO AMOR...
Ponha 5 pitadas de carinho.
Mais 5 de companheirismo,
E 5 de compreensão,
Há não se esqueça de por 3 pitadas de saudade.
É para dar o gostinho.
Acrescente amizade e paixão,
Para ficar ligadão. ahahaha.
Ternura e felicidade para o recheio.
Quando estiver tudo junto misture,
Ponha no forno do coração.
Não esqueça do fermento pureza e cooperação.
O tempo vai ajudar.
Ponha a cobertura do amor para jamais largar.
2 – SOCIEDADE, TECNOLOGIA E TRABALHO
Gênero Textual: REPORTAGEM
Google a melhor empresa para trabalhar
Empresa investe em um ambiente de trabalho descontraído e colaborativo como forma
de estimular a individualidade dos profissionais. A empresa Google, que já está no Brasil desde 2005,
conta hoje com duas sedes sendo uma em São Paulo, onde fica toda a parte de administração e
vendas e outra em Belo Horizonte, onde encontra-se os técnicos e especialistas da área. Estima-se
que a empresa tenha cerca de 100 colaboradores em cada um dos escritórios, sendo que, para chegar
neste número de funcionários ativos a Google propôs um recrutamento que mobilizou cerca de
20.000 pessoas em todo o país. Atualmente a empresa está trabalhando com outra forma de
recrutamento: um colaborador indica uma pessoa para entrar para a empresa, se esta pessoa for
contratada, o colaborador ganha R$ 5.000,00 após seis meses da contratação. Aliás, a Google tem
grande prestígio e é comum sabermos de pessoas que gostariam de trabalhar para a empresa, entenda
o porquê agora:
A empresa paga um ótimo salário aos seus colaboradores, com bônus e premiações
extras no decorrer do ano; O ambiente de trabalho é confortável e divertido, apesar da pressão do
trabalho cotidiano, a Google desenvolveu um sistema antistress para os funcionários, que passaram a
trabalhar com momentos de diversão no escritório. Esses são só dois exemplos de como uma
multinacional pode unir a responsabilidade e pressão, juntamente com momentos bons e divertidos.
Quando o funcionário se sente bem dentro da empresa ele rende muito mais, trabalha melhor e tem
prazer no que faz, gerando um lucro maior para a própria empresa, que apenas tem a ganhar com este
investimento. Por isso a empresa Google é muito estuda em cursos de administração e de recursos
humanos, pois ela consegue unir “o útil ao agradável” de uma maneira diferente das demais empresas
a nossa volta.
Um processo importante na hora de se constituir uma empresa é pensar como seus
colaboradores serão tratados no ambiente de trabalho, quais serão as cobranças e quais serão as
7
facilidades, toda empresa que quer iniciar-se no mercado de trabalho antes de esquematizar planos
como este, de gerenciamento de pessoas, tenderá a ser um lugar com alta rotatividade, podendo ser
conhecido como um lugar frágil, sem experiência entre outras definições.
Atente-se ao seu negócio de todos os ângulos e estime seu colaborador como a
Google, mesmo que sua empresa seja pequena, valorize as pessoas que nela trabalham, após algum
tempo, o crescimento de sua empresa virá.
Disponível em: http://www.guiadicasgratis.com/google-a-melhor-empresa-para-se-trabalhar/
acessado dia 24/10/12.
1 – Características do Gênero textual Reportagem
A Reportagem é um gênero textual que tem a finalidade de relatar fatos de maneira
abrangente, faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute, argumenta. Tem sempre
um autor ou vários autores chamados de repórter (jornalista). Vem em veículos de comunicação
como: Jornais, Revistas, Internet, Televisão, Rádio e Celulares. Utiliza a modalidade escrita ou oral.
Tem um público-alvo geral ou específico.
A Reportagem escrita é dividida em três partes: manchete, lead e corpo.
Manchete: compreende o título da reportagem que tem como objetivo resumir o que será dito. Além
disso, deve despertar o interesse do leitor.
Lead: pequeno resumo que aparece depois do título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor.
Corpo: desenvolvimento do assunto abordado com linguagem direcionada ao público-alvo!
2 - Aspecto Textual: Narração
Quando o texto está centrado no fato, no acontecimento, diz-se que se trata de uma
narração. Palavra derivada do verbo narrar, narração é o ato de contar alguma coisa. Novelas,
romances, contos são textos basicamente narrativos. São os seguintes os elementos de uma narração:
onde ?
| quando? --- FATO --- com quem?
| como?
1) Narrador/Autor - É aquele que narra, conta o que se passa supostamente aos seus olhos. Quando
participa da história, é chamado de narrador personagem. Então a narrativa fica, normalmente, em 1ª
pessoa.
2) Personagens - São os elementos, usualmente pessoas, que participam da história. Mas os
personagens podem ser coisas ou animais, como no romance O Trigo e o Joio, de Fernando Namora,
em que o personagem principal, isto é, protagonista, é uma burra.
3) Enredo - É a história propriamente dita, a trama desenvolvida em torno dos personagens.
4) Tempo - O momento em que a história se passa. Pode ser presente, passado ou futuro.
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5) Ambiente - O lugar em que a trama se desenvolve. Pode, naturalmente, variar muito, no desenrolar
da narrativa. Eis, a seguir, um bom exemplo de texto narrativo, em que todos os elementos se fazem
presentes.
Produção Textual
Condições de Produção
Suponha que você seja um repórter enviado por um Jornal para produzir uma
Reportagem (fictícia) sobre a rotina de trabalho na Google no Brasil. A modalidade é escrita. O
público do jornal são jovens que adoram as novidades do mundo da informática. Sua Reportagem
deve mostrar aos leitores a importância de trabalhar nessa empresa. Mobilize as características do
gênero textual em questão para a produção do seu texto.
3 - Análise linguística – Elementos semânticos
Leia os Enunciados abaixo:
Pelo preço do pé de couve, você sabe em que pé está toda a agricultura. Apenas R$0,70 por dia!
A fim de promover seu produto, o anunciante chama a atenção do leitor, fazendo um jogo com a
palavra pé. Qual o sentido dessa palavra?
a) na expressão “um pé de couve”?
b) na expressão “em que pé”?
As palavras possuem certos sentidos que podem variar, dependendo do contexto em
que são empregadas. Às vezes, unindo-se a outras palavras, formam expressões com sentidos
completamente diferentes, como é o caso de “cachorro-quente”. Esses e outros são aspectos
estudados pela Semântica.
Semântica é a parte da gramática que estuda os aspectos relacionados ao sentido de palavras e
enunciados.
Vejamos os casos:
1 – Sinonímia e Antonímia
Você já vacinou seu cão?
Você já vacinou seu cachorro?
As palavras cachorro e cão podem ser substituídas um pela outra. Quando em contextos diferentes
uma palavra ou expressões pode ser substituída por outra, dizemos que são SINÔNIMA entre si.
Existem enunciados que são sinônimos também. Ex: Joana é a mulher de Marcelo. Marcelo é o
marido de Joana.
Palavras ANTONÍMAS se opõem ou se excluem. Ex: Aberto – Fechado, Dentro – Fora
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2 – Campo semântico, hiponímia e hiperonímia
Leia este enunciado:
Compro um computador, um monitor, um teclado e uma impressora para o escritório, pois sem esses
equipamentos, não conseguiria dar conta do trabalho.
Perceba que palavra como computador, monitor, impressora e teclado apresentam certa familiaridade
de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo CAMPO SEMÂNTICO, ou seja, ao universo da
informática. Já a palavra equipamento possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras.
No caso, dizemos que computador, monitor, impressora e teclado são hipônimos de equipamento.
Equipamento, por usa vez, é um hiperônimo das outras palavras.
3 – Polissemia
Compare este par de enunciados:
Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.
Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.
Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio, ela apresenta sentido diferente: “fibra”, no 1º
enunciado, e “cabo mental” no 2º enunciado. Apesar disso, há um sentido comum entre elas:
sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento. Quando uma única palavra apresenta mais de um
sentido, dizemos que ela é polissêmica.
Assim, polissemia é a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.
4 – Ambiguidade
“Como fazer uma galinha no ponto”.
Ambiguidade é a duplicidade de sentidos que pode haver em uma palavra, em um
enunciado ou num texto inteiro. Quando empregada de forma intencional, a ambiguidade se torna um
importante recurso de expressão.
Quando, porém, é resultado da má organização das ideias, ou do emprego inadequado de certas
palavras, ou ainda de inadequação do texto ao contexto discursivo, ela pode gerar problemas para a
comunicação.
Leia o texto:
Durante o jogo, Lúcio deu várias caneladas em Guilherme. Depois entrou o Pedro no jogo e ele
levou vários empurrões e pontapés.
Se o leitor do texto não assistiu à partida, terá dificuldade para compreender o texto e a intenção
comunicativa do locutor, pois o texto é ambíguo. Afinal, quem levou empurrões e pontapés? Pedro,
que entraram no jogo por último? E, no caso, quem o teria agredido? Ou foi Lúcio, que antes agredia
Guilherme e, depois da entrada de Pedro, passou a ser agredido por este?
Se o interlocutor tivesse assistido o jogo, certamente essa ambiguidade se dissiparia. E a
intencionalidade do texto seria outra: em vez de informa, o texto provavelmente teria como finalidade
comentar.
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Diferente da linguagem oral, que conta com certos recursos para torna o sentido
preciso – os gestos, a expressão corporal ou facial, a repetição, etc. A linguagem escrita conta apenas
com as palavras e sinais de pontuação. Por isso, temos de empregá-lo adequadamente se desejarmos
clareza e precisão nos textos que produzimos.
Atividade em Dupla
Leia a Crônica do escritor Luiz Fernando Verissimo para responder às questões:
Conto Erótico nº1
- Assim?
- É. Assim.
- Mais depressa?
- Não. Assim está bem. Um pouco mais para...
- Assim?
- Não, espere.
- Você disse que...
- Para o lado. Para o lado!
- Querido...
- Estava bem mas você...
- Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem.
- Estava perfeito e você...
- Desculpe.
- Você se descontrolou e perdeu o...
- Eu já pedi desculpa!
- Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
- Assim?
- Quase. Está quase!
- Me diga como você quer. Oh, querido...
- Um pouco mais para baixo.
- Sim.
- Agora para o lado. Rápido!
- Amor, eu...
- Para cima! Um pouquinho...
- Assim?
- Aí! Aí!
- Está bom?
- Sim. Oh, sim. Oh yes, sim.
- Pronto.
- Não. Continue.
- Puxa, mas você...
- Olhaí. Agora você...
- Deixa ver...
- Não, não. Mais para cima.
- Aqui?
- Mais. Agora para o lado.
- Assim?
- Para a esquerda. O lado esquerdo!
- Aqui?
- Isso! Agora coça.
11
1) Como o narrador ausente, todo o texto é construído a partir do diálogo entre duas personagens.
Que tipo de relacionamento supostamente há entre essas personagens? Justifique como elementos do
texto.
2) Durante toda a leitura somos orientados para um sentido diferente daquele que temos ao chegar ao
final do texto. Essa orientação de sentido não ocorre por acaso, mas é resultado de um conjunto de
marcas existente no texto.
a) Aparentemente, o texto retrata um diálogo entre personagens vivendo que tipo de situação?
b) Que “marcas” textuais – palavras, frases, construções, etc – nos levam a construir esse sentido?
3 – Além de trabalhar propositalmente com marcas textuais que dão oa texto uma orientação de
sentido diferente, por meio de que procedimento o autor constrói a ambiguidade?
a) Omite o narrador
b) Omite dados do contexto discursivo em que se dá o diálogo
c) Omite informações sobre quem vai ler o texto
d) Omite palavras do texto.
Gênero Textual: PROPAGANDA
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1 – Característica do Gênero textual Propaganda
Havia um tempo em que a linguagem publicitária apenas informava o preço, o local de
compra e as condições do produto. Nos últimos 60 anos a linguagem publicitária evoluiu e criou uma
linguagem e estilo próprio de alcançar o seu objetivo, ter a mensagem aceita pelo público.
A sociedade de consumo, através do “American way life” e do processo de
modernização da industrialização se ocidentalizou, o que influenciou a publicidade em fazer o
público girar ao seu redor.
Comprar e ter “coisas” passou a ser símbolo de felicidade e salvação além da utilidade
necessária. O objetivo da publicidade é convencer e persuadir as pessoas.
Para tal, a linguagem publicitária expressa ordem : “Beba Pepsi”, persuasão : ”Só
Omo lava mais branco” e até sedução : “Se algum desconhecido lhe oferecer flores, isto é Impulse”.
O papel da publicidade é vista como mola mestre das mudanças comportamentais e mentalidade dos
consumidores.
“Propaganda consiste no emprego planejado de qualquer forma de comunicação pública ou em
grande escala, destinada a afetar as ideias e emoções de um dado grupo com determinada finalidade
pública, seja ela militar, econômica ou política.” (Paul Linebarger)
2 – Aspectos textuais – Narração e Descrição
A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se
movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado na
ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo,
personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Já o texto descritivo por excelência consiste em uma percepção sensorial, representada
pelos cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) no intuito de relatar as impressões
capturadas com base em uma pessoa, objeto, animal, lugar ou mesmo um determinado acontecimento
do cotidiano.
É como se fosse uma fotografia traduzida por meio de palavras, sendo que estas são
“ornamentadas” de riquíssimos detalhes, de modo a propiciar a criação de uma imagem do objeto
descrito na mente do leitor.
A descrição pode ser retratada apoiando-se sob dois pontos de vista: o objetivo e o subjetivo.
13
Na descrição objetiva, como literalmente ela traduz, o objetivo principal é relatar as
características do “objeto” de modo preciso, isentando-se de comentários pessoais ou atribuições de
quaisquer termos que possibilitem a múltiplas interpretações.
A subjetiva perfaz-se de uma linguagem mais pessoal, na qual são permitidas opiniões,
expressão de sentimentos e emoções e o emprego de construções livres em que revelem um “toque”
de individualismo por parte de quem a descreve.
3 – Análise Linguística – Recursos Semânticos
Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser
mais expressivo. A seguir, os principais recursos de estilo em ordem alfabética:
1 - Anáfora- repetição de palavras.
Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!
2 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o
mesmo que apelidado, alcunha ou cognome.
Exemplos: Xuxa (Maria das Graças) O Gordo (Jô Soares)
3 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou
imaginários, presentes ou ausentes.
Exemplos:
Mulher, venha aqui!
Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?
4 - Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade
triste, chocante ou desagradável.
Ex.: Ele foi desta para melhor. (evitando dizer: Ele morreu.)
5 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo.
Ex.: Estou morrendo de cansada.
6 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é
sarcástico ou depreciativo.
Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.
7 - Metáfora – A mais rica de todos os recursos semânticos. A metáfora consiste em retirar uma
palavra de seu contexto convencional (Denotativo) e transportá-lo para um novo campo de
significação (conotativo), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente
entre as duas:
• Buscava o coração do Brasil.
14
Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a
essência, o âmago do país.
• Achamos a chave do problema.
O problema não é nenhuma fechadura, mas para resolvê-lo (ou abri-lo) o elemento que se diz ter
achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.
8 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de
sentido.
A metonímia pode ocorrer quando usamos:
a - o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, lê Machado. (a obra de Machado)
b - o continente pelo conteúdo
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente)
c - a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição.
d - o lugar pelo produto feito no lugar
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja. O nome da região onde o vinho é fabricado
e - a parte pelo todo
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.
f - a marca pelo produto
Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.
g - concreto pelo abstrato e vice-versa
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato)
10 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos.
Ex.: Psiu! Venha aqui!
15
Atividade
Análise a peça publicitária abaixo e aponte os recursos semânticos presentes.
Gênero Textual NOTÍCIA
12/10/201211h22
Microsoft finaliza Office 2013, mas venda só começa no 1º trimestre do ano que vem
A Microsoft anunciou na noite desta quinta-feira (11) que o Office 2013, suíte de escritório da
companhia, atingiu o status de RTM (Release to Manufacturing). Isso significa que ele já está pronto
para ser vendido para fabricantes. No entanto, segundo a empresa, o sistema só chegará aos usuários
finais no primeiro trimestre de 2013.
O Office 2013 foi anunciado em julho deste a no e esta será a primeira versão do pacote de
programas da Microsoft que estará disponível por meio de assinatura. Nos Estados Unidos, será
possível assinar o pacote por US$ 8,33 por mês ou US$ 99,95 por ano.
Chamado pela Microsoft de “a versão mais ambiciosa” do Office, o programa funcionará em
dispositivos com tela sensível ao toque, diretamente na nuvem e contará com recursos sociais, que
possibilitarão gerenciar arquivos em grupo.
Apesar de o lançamento estar marcado para o ano que vem, diz a Microsoft, quem comprar um tablet
com a versão RT do Windows (específica para processadores ARM, fabricados por empresas como
Qualcomm e Nvidia, por exemplo) contará com uma prévia do Office 2013. Os aparelhos com
Windows 8 começarão a ser vendidos no dia 26 de outubro.
Para usuários que adquirirem o Office 2010 a partir de 19 de outubro, a Microsoft disponibilizará o
Office 2013 gratuitamente via download assim que ele começar a ser vendido.
Profissionais da área de tecnologia da informação e desenvolvedores poderão baixar o Office 2013
em novembro.
16
No Brasil, a Microsoft mantém uma página especial do Office 2013, que detalha alguns dos recursos
da suíte de escritório.
Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/12/microsoft-finaliza-office-2013-mas-venda-so-
comeca-no-1-trimestre-do-ano-que-vem.htm acessado dia 13/10/2012.
1 – Característica do Gênero textual Notícia
A notícia é um texto de carácter informativo do domínio da Comunicação Social.
Caracteriza-se pela atualidade, objetividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações
pouco habituais. É redigida na 3º pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem
decrescente de importância.
O esquema acima refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se
graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. Na prática, aparecem muitas notícias que não
respeitam a estrutura atrás apresentada. Características da linguagem da notícia
A linguagem utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios:
– ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;
– - recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjetivos valorativos;
– - usar especialmente frases de tipo declarativo.
2 – Aspecto Textual – Tema e Rema
Cada enunciado divide−se em duas partes: a primeira, que corresponde ao início da
oração, é o Tema, e o restante é o Rema. A organização da oração em Tema−Rema normalmente
acontece da seguinte forma: na parte que corresponde ao Tema, colocamos informações cuja função é
fazer a ligação entre a oração que está sendo criada e as orações que vieram antes dela no texto; ou
ainda, estabelecer um contexto para a compreensão do que vem a seguir, ou seja, do Rema. Na parte
que corresponde ao Rema, desenvolvemos as ideias que estão sendo veiculadas pelo Tema. Isso
significa que, na grande maioria das vezes, o Tema expressa a informação dada, a qual já é conhecida
pelo nosso ouvinte ou que é recuperável no contexto. O Rema, por sua vez, expressaria a informação
nova: aquela que nosso ouvinte desconhece, e que corresponde, efetivamente, ao conteúdo que
queremos que ele passe a conhecer. No entanto, é preciso ter em mente que Tema−Rema e
Dado−Novo são duas estruturas diferentes – ou correspondem a dois níveis de análise diferentes −
que acabam por coincidir em muitos casos.
A observação da organização dos Temas de um texto e da estrutura de informação
desse texto revela não apenas o que o autor coloca em destaque, como também nos traz importantes
pistas sobre o desenvolvimento do texto, ajudando a determinar como a informação ali flui.
17
O Tema é indicado pela posição que ocupa na oração. Ao falarmos ou escrevermos em
português (e também em inglês), sinalizamos que um item é temático colocando−o em posição
inicial. Portanto, o Tema é o elemento que funciona como o ponto−de−partida da mensagem. O resto
da mensagem, ou seja, a parte em que o Tema desenvolve−se, é o Rema. A principal função do Tema
é fornecer o pano−de−fundo para a interpretação do Rema.
É importante distinguir entre a definição de Tema e a maneira como podemos
identificar o Tema de uma oração. A definição de Tema é funcional: o Tema é um elemento dentro
de uma determinada configuração estrutural que organiza a oração como mensagem; essa
configuração é: Tema + Rema. Quanto à sua identificação: o Tema pode ser identificado como o
elemento que aparece em posição inicial na oração. Por exemplo:
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TEMA_______________-_________________ REMA
3 – Análise Linguística – Funcionalidade do Verbo
Verbo são as palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz.
Indicam o sentido de processo e:
ação (correr);
estado (ficar);
fenômeno (chover);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).
Estrutura das Formas Verbais
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.
Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.
Por exemplo:
fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.
Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o
número (singular ou plural).
18
Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Atividade
12/10/2012 - 14:28
Dois terços das interações entre amigos acontecem eletronicamente, diz pesquisa
Ana Ikeda
A tecnologia afasta ou aproxima amigos? Depende da sua referência: se mandar
mensagens via celular ou internet já é suficiente para manter contato com eles, então a resposta seria
que ela aproxima. Agora se isso só colabora para que você deixe para depois um encontro pessoal,
então a resposta seria o contrário. O fato é que estamos usando cada vez mais os meios digitais: uma
pesquisa britânica indica que dois terços das interações digitais entre amigos acontece
eletronicamente.
A pesquisa, feita pela empresa de postais Docmail, dá até uma média da comunicação
eletrônica que um adulto faz por mês: cerca de 140 mensagens de texto, 72 interações no
Facebook e 40 e-mails por mês para amigos e família. Cerca da metade dos entrevistados, vejam
só, não havia falado por telefone com o melhor amigo por mais de um mês. O contato principal
ocorreu… eletronicamente.
Para o estudo, foram entrevistados 2.000 adultos. Além do meio eletrônico dominar a
comunicação, cerca de 63% deles admitiram ter pessoas que consideram como amigos, mas só
contatam via mensagens de texto ou Facebook. E um terço deles disse não passar mais de uma
hora seguida sem interagir com amigos via chat, Facebook ou SMS. Mas há esperança: a maioria
dos entrevistados disse que recorreria ao contato face a face para agradecer ou expressar algo
sinceramente em relação aos amigos.
Ufa…
Situação-Complexa 1
O Texto 1 tem como intenção informar o leitor sobre algo acontecido. Discuta no
grupo e aponte a sequência narrativa do texto e o tema e rema das partes destacadas presente nos
textos. Identifique os verbos presentes no texto e aponte sua estrutura formal.
Gênero Textual RESUMO
Leia o Texto abaixo:
Por uma sociedade plural e tolerante
O casamento civil é uma instituição laica e estatal. Logo, não cabe diferenciar os cidadãos face a
sua orientação sexual
Por Pedro Estevam Serrano — publicado 14/05/2013 17:06
O Conselho Nacional de Justiça acaba de aprovar uma medida determinando aos
cartórios que registrem casamentos civis entre casais homossexuais. Seu presidente, Joaquim
Barbosa, afirmou que a decisão se deu em razão do entendimento anterior do STF, que reconheceu a
legitimidade da união estável entre casais gays.
A Constituição brasileira, ao contrário de outras, regulou diretamente a questão do
casamento civil e da união estável como a formação da unidade familiar. E, embora a Carta brasileira
19
use a expressão “homem e mulher” para qualificar o casal, nossa Suprema Corte fez uma
interpretação seguindo os princípios da isonomia e da livre orientação sexual.
Uma interpretação que estenda direitos e crie normas protetivas já é da tradição de
nosso direito. Logo, a meu ver, nada houve de surpreendente na decisão da Corte - que, além de tudo,
ainda seguiu tendência jurisprudencial consolidada nas esferas inferiores.
A alegação de alguns juristas de que se tratou de inovação indevida do Judiciário
ingressando na esfera do legislativo, embora respeitável, não convence. Estando o tema tratado na
Constituição, cabe ao STF decidir sua extensão.
Interpretar é dizer o sentido e alcance das normas, traduzir seu significado. Foi
exatamente o que fez o STF: decidiu que a norma protetiva acolhe casais e famílias constituídas por
gays ou lésbicas.
E agora o CNJ, no seu papel de exercer o controle da atividade do Judiciário, entende
que os fundamentos de tal decisão do STF devem se aplicar, por decorrência lógica, ao casamento
civil gay, e não apenas à união estável.
Certamente a decisão gerará muito debate de cunho jurídico, religioso e político. Sem
entrar no mérito de sua juridicidade, o que seria inadequado por não termos ainda lido sua
fundamentação, no plano político a medida é muito benvinda.
O casamento civil é uma instituição laica e estatal. Logo, não cabe diferenciar os
cidadãos face a sua orientação sexual, utilizando-se deste contrato público para tanto.
Nossa sociedade já saiu há muito do medievo. Nada contra que credos religiosos
impeçam tal tipo de casamento em seu âmbito de culto, mas o Estado não pode adotar este tipo de
preconceito infundado em uma sociedade democrática que se queira plural e tolerante.
1 – Característica de um Resumo
Etapas…
1. Realiza uma leitura global do texto.
2. Sublinha as ideias principais do texto.
3. Escreve as ideias principais de cada parágrafo. (Parafraseia cada uma
das frases que exprimem essas ideias).
4. Começa a escrever o resumo a partir das ideias que parafraseaste.
a. Utiliza uma linguagem pessoal.
b. Evita pormenores inúteis.
c. Repetir ideias.
Características de um bom resumo…
Brevidade – Só deve conter as ideias principais.
Respeito pela sequência de ideias.
Clareza – Os factos devem ser objetivos.
Rigor – As ideias principais devem ser reproduzidas sem erros.
Linguagens pessoais – Reproduzem-se ideias do autor, mas com
linguagem própria.
20
Produção Textual
Elabore um Resumo comentado tendo como público-leitor uma pessoa que não
conhece do assunto do texto lido anteriormente, leve em consideração as características desse gênero
textual.
2 – Aspectos Textuais – Uso dos sinais de pontuação
Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala, nos
casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de
interrogação, por exemplo. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:
1. Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou,
esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado!
(antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso,
pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que
esperava.
2. Pontos
2.1 - Ponto-final (.)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
2.2 - Ponto de Interrogação (?)
O ponto de interrogação é usado para:
a) Formular perguntas diretas:
Você quer ir conosco ao cinema?
21
Desejam participar da festa de confraternização?
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada
situação:
O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa)
2. 3 – Ponto de Exclamação (!)
Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica,
ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)
b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!
Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso
dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há
problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.
3. Ponto e vírgula (;)
É usado para:
a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.
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b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao
longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.
4. Dois-pontos (:)
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e
não responda à professora.
5. Aspas (“”)
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda
na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta
Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”.
6. Reticências (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se
estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
7. Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de
vírgulas).
8. Travessão (–)
O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.
b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
23
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:
O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.
3 – Análise linguística – Estrutura Argumental
Leia o enunciado abaixo:
“46 vagas para a cidade de São Paulo o Google duas a de Belo Horizonte e abriu.”
O enunciado lido anteriormente faz sentido? Claro que não! Porque não tem uma
organização! Para se compor um enunciado é necessário organizar as palavras, se organiza as
palavras do enunciado a partir da Estrutura Argumental do verbo. O Verbo é a principal palavra do
léxico, pois é em torno dele que as outras palavras juntam-se. O sentido do verbo exerce uma força
“gravitacional” sobre as outras palavras para assim ter sentido pleno.
“O Google abriu 46 vagas para a cidade de São Paulo e duas para a de Belo Horizonte.”
1 – Qual é o verbo do enunciado?
2 – Quais as palavras selecionadas pelo verbo?
1 – Verbo: Abrir
2 – Argumentos: 1º O Google e 2º 46 vagas.
Sentido-tipo dos Verbos e Seleção do número de Argumentos
1 - Há VERBOS que selecionam só um Argumento, é o caso de:
Morrer, Dormir, Comer, Andar, Viver, Nadar, Pular, Aparecer, Sumir e etc...
Percebam que esses Verbos têm um sentido comum entre eles, todos indicam (SEMÂNTICA)
algum tipo de movimento ou processo que se passam num organismo vivo ou indicam entrada ou
saída de cena. Assim, temos:
Fabricio dormiu na sala de aula!
Cidinha comeu na lanchonete.
Renato andou no bosque.
Pedro vivi em Goiânia.
Getúlio apareceu aqui.
2 – Na grande maioria, os VERBOS da língua portuguesa selecionam dois argumentos, é o caso
de:
Gostar, Amar, Perguntar, Comprar, Fazer, Conhecer e etc
Percebam que esses Verbos têm um sentido comum entre eles, todos indicam (SEMÂNTICA) a ideia
de realização de algo, relação psicológica de um ser inteligente. Exemplo:
Às vezes eu ligo o rádio. (Ação realizada por um agente sobre um objeto)
Mamãe fez uma torta de morango. (Ação que resulta na existência de um objeto)
Eu nunca gostei de roupa vermelha. (Relação psicológica entre um ser inteligente com o objeto)
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3 - Há VERBOS que selecionam até três ARGUMENTOS, é o caso de:
Levar, Voltar, Trazer, Entregar, Transferir, Receber e etc
Percebam que esses VERBOS indicam (SEMÂNTICA) a ideia de transferência. Exemplo:
Maria levou a roupa a Pedro.
Lucas entregou os livros à Carla.
Carla receberá os livros de Lucas.
4 - E por fim, há VERBOS que não pedem ARGUMENTOS, é o caso de:
Chover, Trovejar, Ventar, Garoar, Relampejar, Haver, Existir e etc.
Percebam que esses VERBOS indicam (SEMÂNTICA) fenômenos meteorológicos ou existência de
algo. Exemplo:
Esse últimos dias têm chovido muito!
Nossa! Ventou muito essa noite!
Há vários estudantes nessa sala.
Existem alunos maravilhosos aqui.
Atividade
Leia a Reportagem abaixo e aponte cinco verbos que indicam transferência e 4 que
indicam movimento ou processo. Desses verbos apontados, diga a Estrutura Argumental de pelo
menos 3 verbos.
Diretor dá dicas para quem sonha em trabalhar no Google
O brasileiro Hugo Barra foi o diretor da empresa que apresentou ao mundo o novo tablet Nexus 7.
Aparelho será vendido a US$ 199 no Estados Unidos
29/06/2012 15h19 - Atualizado em 17/08/2012 17h41
A gigante da informática Google inaugurou uma nova fase: passou a ser produtora de
hardware. A empresa lançou na última quarta-feira (27) seu novo tablet, o Nexus 7, em Mountain
View, na California. E quem apresentou essa novidade ao mundo foi o brasileiro Hugo Barra, que é o
diretor mundial do Android, o sistema operacional da Google.
Em entrevista ao Conta Corrente, da Globo News, Hugo disse que o posicionamento
do Nexus no mercado é extremamente amplo. “É o primeiro tablet de sete polegadas com
processador de quatro cores e tela HD. Nunca se fez um aparelho como este no mercado. E o mais
bacana é o preço: nos Estados Unidos será vendido a US$ 199”, garante Hugo.
Segundo a Google, o novo tablet ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, mas
Hugo garante que o país está entre as prioridades da empresa. “O Brasil é um mercado em ascensão,
o número de aparelhos com android entre junho do ano passado e hoje cresceu seis vezes. O país está
se tornando um dos maiores mercados do mundo no android”, afirma.
Para os jovens programadores que sonham em trabalhar na Google, Hugo avisa que o
escritório da empresa em Belo Horizonte é um dos maiores do mundo e o recrutamento é sempre
intenso. E deu algumas dicas para os interessados:
1 – Seja extremamente ambicioso
2- Aprenda rápido, o mundo de tecnologia corre em velocidade extrema
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3 – Estude muito. O Google tem valores acadêmicos elevados e acha importante que as pessoas
tenham uma capacidade intelectual.
4- Amplie seus conhecimentos. Não basta saber engenharia e programação, procuramos um perfil
mais amplo, que não pensa só no produto, mas também no mercado, como a parte de design
Gênero Textual CONTO
O primeiro beijo
Clarice Lispector
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos
andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só
a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? - perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em
algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos
e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão
bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do
motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca. E nem sombra de água. O
jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engolia-a lentamente, outra
vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele
próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar
pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava. E se fechasse as narinas e
respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O
jeito era mesmo esperar, esperar.
Talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto sua sede era de anos. Não sabia como e por que mas
agora se sentia mais perto da água, pressentia a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da
janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o
chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele
conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde
jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida
voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma
mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole
sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado
dessa boca, de uma boca para outra.
26
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido
vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua. Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo
estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que
fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora
com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado,
sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com
sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil. Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma
fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais
sentido: ele...
Ele se tornara homem.
1 – Características do Conto
Não sendo por acaso seu nome, o Conto teve início junto com a civilização humana.
As pessoas sempre contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O conceito
de conto, hoje em dia, foi ampliado. Isto se dá porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto
como uma forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora. Além de utilizar uma linguagem
simples, direta, acessível e dinâmica o conto é a narração de um fato inusitado, mas possível, que
pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja tão comum.
Essa praticidade tem atraído leitores de todas as idades e níveis intelectuais. Inclusive
aqueles que não têm o costume de ler ou que ainda estão começando a adquirir este hábito. Não é um
texto denso por isso é tão bem aceito em diversos tipos de meios de comunicação, não somente
através dos livros.
Extensão
O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que determinadas
narrativas de longa duração sejam também contos por suas características estruturais, pode-se
considerar que estes casos estão aí para confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto. E
porque curto, conciso. Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas que destoam
de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura. Um conto deve estar contido entre algumas
palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras.
Linhas Dramáticas
Enquanto que num romance pode haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo,
estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é
única. Não há a possibilidade da dispersão no desenvolvimento da estória, dado as características de
concisão do conto.
Tempo
O conto não tem muito espaço para idas e vindas ao tempo. A utilização de recursos como o
flashback é rara, permanecendo a narrativa quase sempre em uma única linha de encaminhamento
temporal.
Espaço
Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto! – são restritos, podendo
o autor os reduzir ao mínimo indispensável para a sua contextualização espacial. Esta pode até ser,
em alguns casos, inexistente.
Final enigmático
27
Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até mesmo sem um
desenvolvimento flagrante. Seus contos são mais contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes
sem nexo aparente. O mais comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início,
meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma
situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução. O suspense deve ser
mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o
escritor lhe fornece a catarse – a risada, o susto, a surpresa.
2 – Aspectos Textuais – Elementos de Enredo
A narrativa ficcional reveste-se de elementos linguísticos próprios que são formas
utilizadas para a construção dessa vertente de texto. São eles:
1 – Narrado – É uma construção linguística! É a voz que explana os fatos. Narrador é diferente de
autor. Existem tipos de narrador:
1 – o Narrador-personagem participa da história (Expressão linguística – Verbos em primeira
pessoa);
2 – Narrador-observador expõem a história (Expressão linguística – Verbos em terceira pessoa);
3 – O narrador-onisciente conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no
íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos.
2 – Tempo – Momento que se passa os fatos, temporalidade marcada;
3 – Espaço – Local onde se passa os fatos;
4 – Personagens – Seres que participam de um forma ou de outra das ações;
5 – Enredo – Esquema quinario: Equilíbrio – Quebra de Equilíbrio – Conflito – Clímax – Desfecho.
ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL
O Conto é um gênero discurso narrativo que se caracteriza pelo caráter ficcional e
elementos específicos. Produza um Conto com a temática: Amar em encontros e desencontros,
voltado para um público predominantemente feminino. Atente-se para as características do gênero
textual e os elementos da narração. Leve em consideração os textos da coletânea (Filmes: Curta-
metragem).
3 – Análise Linguística – Usos do Substantivo e Artigo
Na produção textual, os Substantivos são as palavras do léxico utilizadas para fazer
referência a seres existentes no plano material ou psicológico. Os substantivos são nomes de pessoas,
lugares, objetos, condições psicológicas entre outros. Existem substantivos que são determinados e
não determinados.
1 – O Uso de determinantes (Substantivo próprio)
Uso determinante - Artigo definido
- Há determinados substantivos próprios (determinados) que se empregam sem artigo definido:
Deus é testemunha.
Deus te ouça.
- Certas subclasses de nomes geográficos sempre se empregam com artigo. São, por exemplo, os
nomes de regiões, oceanos, mares, rios, lagos.
É necessário que se diga, porém, que o Nordeste nem sempre foi isso que hoje somos.
No Morumbi, o São Paulo venceu o Botafogo.
28
- Há substantivos que sempre se usam com artigo como, por exemplo, os nomes de órgão da
impressa, obras de arte e
marcas de produtos.
A Folha de São Paulo noticiou os fatos.
Entramos no Opala e voltamos para casa.
2 - O uso de Modificadores
1 – Uma oração
O Breno que eu conheci era ajustado.
O Mauro que eu via agora.
2 – Especificador
Governar não é fácil nem é cômodo no Brasil de hoje.
3 – Modificador
É com um sentimento de especial amizade para com sua nobre pátria.
A Alemanha atualmente está mais interessada em auxiliar a antiga Alemanha oriental.
Atividade em Grupo de Estudo
Leia o Conto abaixo.
Um problema difícil
Pedro Bandeira
Era um problema dos grandes. A turminha reuniu-se para discuti-lo e Xexéu voltou
para casa preocupado. Por mais que pensas se, não atinava com uma solução. Afinal, o que poderia
ele fazer para resolver aquilo? Era apenas um menino! Xexéu decidiu falar com o pai e explicar
direitinho o que estava acontecendo. O pai ouviu calado, muito sério, compreendendo a gravidade da
questão. Depois que o garoto saiu da sala, o pai pensou um longo tempo. Era mesmo preciso
enfrentar o problema. Não estava em suas mãos, porém, resolver um caso tão difícil.
Procurou o guarda do quarteirão, um sujeito muito amigo que já era conhecido de todos e costumava
sempre dar uma paradinha para aceitar um cafezinho oferecido por algum dos moradores.
O guarda ouviu com a maior das atenções. Correu depois para a delegacia e expôs ao delegado tudo o
que estava acontecendo. O delegado balançou a cabeça, concordando. Sim, alguma coisa precisava
ser feita, e logo! Na mesma hora, o delegado passou a mão no telefone e ligou para um vereador, que
costumava sensibilizar-se com os problemas da comunidade.
Do outro lado da linha, o vereador ouviu sem interromper um só instante. Foi para a
prefeitura e pediu uma audiência ao prefeito. Contou tudo, tintim por tintim. O prefeito ouviu todos
os tintins e foi procurar um deputado estadual do mesmo partido para contar o que havia.
O deputado estadual não era desses políticos que só se lembram dos problemas da comunidade na
hora de pedir votos. Ligou para um deputado federal, pedindo uma providência urgente. O deputado
federal ligou para o governador do estado, que interrompeu uma conferência para ouvi-lo.
O problema era mesmo grave, e o governador voou até Brasília para pedir uma
audiência ao ministro. O ministro ouviu tudinho e, como já tinha reunião marcada com o presidente,
aproveitou e relatou-lhe o problema. O presidente compreendeu a gravidade da situação e convocou
uma reunião ministerial. O assunto foi debatido e, depois de ouvir todos os argumentos, o presidente
baixou um decreto para resolver a questão de uma vez por todas.
Aliviado, o ministro procurou o governador e contou-lhe a solução. O governador
então ligou para o deputado federal, que ficou muito satisfeito. Falou com o deputado estadual, que,
na mesma hora, contou tudo para o prefeito. O prefeito mandou chamar o vereador e mostrou-lhe que
29
a solução já tinha sido encontrada. O vereador foi até a delegacia e disse a providência ao delegado.
O delegado, contente com aquilo, chamou o guarda e expôs a solução do problema. O guarda, na
mesma hora, voltou para a casa do pai do Xexéu e, depois de aceitar um café, relatou-lhe satisfeito
que o problema estava resolvido. O pai do Xexéu ficou alegríssimo e chamou o filho.
Depois de ouvir tudo, o menino arregalou os olhos:
- Aquele problema? Ora, papai, a gente já resolveu há muito tempo!
Atividade
1) O Conto lido anteriormente apresenta os elementos da narrativa-ficcional. Analise e aponte:
a) Qual o tipo de narrador é colocado no texto? Qual funcionalidade do uso desse tipo narrador no
texto?
b) Aponte o momento que caracteriza o clímax do enredo do texto.
2) Faça um quadro apontando os substantivos determinados e os substantivos não determinados
presentes no texto
Gênero textual RELATÓRIO
RELATÓRIO SOBRE VISITA PEDAGÓGICA À USINA SAPUCAIA
Identificação
Relatório n° ½
Data: 30 de março de 2011
Assunto: Visita à Usina Sapucaia.
Relatores: Lucas Wagner de Azevedo Gomes e Mateus Pereira de Almeida
Apresentação
Atendendo à solicitação do professor de Operações Industriais do Curso de Instrumentação
Industrial, fazemos, em seguida, relatório das atividades desenvolvidas durante visita técnica à Usina
Sapucaia.
Objetivos
Observar o processo de fabricação de açúcar em uma usina. Conhecer os equipamentos usados nesse
processo.
Programa (Roteiro)
Saída da escola às 8 h e retorno às 17 h. Chegada à usina às 10 h, visita aos diversos setores do
processo de fabricação de açúcar. Almoço às 12 h e lanche às 15 h.
Desenvolvimento
Dirigimo-nos à Usina e fomos recebidos pelo engenheiro responsável pela produção. Após
colocarmos os capacetes de segurança, começamos a conhecer o processo de produção de açúcar –
iniciado no corte de cana, seleção e lavagem. Em seguida, percorremos os setores de esteiras,
moagem de cana, laboratórios de análise desacarose e os fornos onde o açúcar é produzido.
Visitamos o setor de ensacagem de açúcar e o armazém. Encerrada a visita, retornamos à escola.
Conclusão
Foi de muita importância a visita para nossa formação, pois pudemos verificar in loco as diversas
etapas de fabricação do açúcar e também os variados equipamentos usados. Esperamos que outras
visitas sejam realizadas
Campos dos Goitacases, 30 de março de 2013
Lucas W. A. Gomes
Mateus P. de Almeida
30
1 – Característica do Gênero textual Relatório
O QUE É?
É um gênero textual escrito que narra ou descreve atos ou fatos referentes a uma
instituição, empresa ou entidade, em que devem constar análise e apreciação de quem o produz.
Existem relatórios que são produzidos em decorrência de normas legais, administrativas ou
estatutárias e são apresentados dentro de prazos e modelos previamente estabelecidos.
COMO FAZER?
Utilizaremos como exemplo um Modelo-Síntese de Relatório Técnico Científico. Este
modelo de relatório é mais utilizado por empresas e entidades. Vamos conhecer um pouco sobre ele.
Conceito: é o documento elaborado com a finalidade de avaliar o desempenho de um a empresa,
entidade, instituição ou equipamentos. A sua elaboração é essencial para acompanhar e melhorar o
funcionamento destas organizações. É através do relatório que o dirigente ou gestor toma
conhecimento dos dados e informações relativos às diversas áreas da organização e de suas atuações.
• A redação do relatório deve utilizar uma linguagem mais técnica referente à área de atuação da
organização, porém, sua linguagem deve ser clara e objetiva;
• A apresentação das informações e dos dados é feita de forma descritiva, devendo-se fazer, também,
uma análise dos fatos ocorridos;
• Em sua elaboração é comum a utilização de tabelas e gráficos, que têm o objetivo de sintetizar os
dados e informações, bem como, ilustrar fenômenos ocorridos.
2 – Aspecto Textual – Persuasão
Persuadir (do lat. persuadere) é o mesmo que convencer, levar alguém a crer, a aceitar
ou decidir (fazer algo), sem que daí decorra, necessariamente, uma intenção de o iludir ou prejudicar,
tão pouco a de desvalorizar a sua aptidão cognitiva e acional. Pelo contrário, o ato de persuadir
pressupõe um destinatário que compreenda e saiba avaliar os respectivos argumentos, o que implica
reconhecer o seu valor como pessoa, como centro das suas próprias decisões. Não subscreveríamos,
por isso, a afirmação de Pedro Miguel Frade de que “o discurso persuasivo parte sempre, em primeira
mão, de uma desqualificação mais ou menos assumida das capacidades e dos propósitos do outro”.
Porque na “interação a dois” (a que este mesmo autor se refere), a persuasão não tem que significar a
desqualificação do persuadido mas sim um confronto de opiniões, onde os argumentos ou razões
invocadas tanto podem merecer acolhimento como serem liminarmente refutados. Como em tantas
outras situações comunicacionais, a manipulação sempre pode instalar-se nos discursos persuasivos.
Condenar, porém, a persuasão em abstrato, seria um juízo a priori muito semelhante ao de admitir
uma ilicitude sem ilícito.
Produção Textual
Suponha que você como técnico na área de informação seja mandado para a empresa
de fabricação de computadores com a responsabilidade de elaborar um Relatório Técnico Científico
sobre o processo de produção dessas máquinas. Atende-se para as características do gênero Relatório.
Mobilize a sequência narrativa, descritiva e argumentativa para conduzir seu superior para a adoção
ou não dessa máquina na empresa.
3 – Análise Linguística – Temporalidade
O tempo em português, diz respeito à localização cronológica e certas flexões do
verbo. Convém distinguir entre a palavra tempo, referente verbo, um conjunto de flexões, tempo
verbal, uma subdivisão da morfologia do verbo, a uma forma gramatical de determinado verbo; e a
expressão referencial temporal, referente à realidade física ou psicológica que a língua corrente
chama de tempo, e em particular à localização dos eventos num certo espaço cronológico, tudo aquilo
31
que podemos descobrir respondendo à pergunta “quando?”. Para entender a diferença entre essas
noções, observe o exemplo.
(1) A água ferve a 100 graus no nível do mar.
O tempo desse enunciado é o presente e não decorre, porém, que sua referência
temporal seja uma referência presente: quando o locutor enuncia (1) não pretende afirmar que
naquele mesmo instante, alguma porção de água está fervendo a 100 graus em alguma cidade praiana
(Se essa fosse a intenção, ele diria A água está fervendo a 100 graus). O enunciado (1) é uma lei da
física e as leis, embora sejam usualmente enunciadas no tempo presente, têm uma referência
temporal indefinida; no caso aqui mostrado, estabelece uma relação hipotética entre o que acontece
com a água, o termômetro e a pressão atmosférica, e essa relação vale de maneira geral. Nessa
oportunidade, pretende-se explicitar o modo com os tempos contribuem para estabelecer uma
referência temporal e buscar informações sobre a referência temporal em vários pontos da sentença,
não apenas nos tempos do verbo.
Categoria do tempo
Tempo no plano da linguagem: trata-se de morfemas, palavras e construções gramaticais - VERBO
Tempo no plano real: registro de fatos com determinadas relações cronológicas –
CIRCUNSTÂNCIADORES TEMPORAIS
Exemplos
Pedro completa trinta anos hoje. (presente encerrado)
Pedro completa trinta anos no mês que vem. (Futuro encerrado)
Em 1500, Cabral descobre o Brasil. (Presente – Passado Encerrado)
O bebê dormiu (=adormeceu) pouco antes da meia noite. (Passado encerrado)
O bebê dormiu (=esteve dormindo) da meia noite até o dia seguinte. (Passado contínuo)
Três momentos estruturais na descrição do tempo
1 – O momento de fala: situação de enunciado, o contexto (o agora) em que a fala está sendo
produzida;
2 – O momento do evento ou do acontecimento: momento da realização do estado de coisa descrito
pelo verbo;
3 – O momento de referência: momento que o locutor toma como referência para situar o estado de
coisa.
Atividade em Grupo de Estudo
SITUAÇÃO-PROBLEMA - 1
Jorge está participando de um processo seletivo para uma vaga de emprego numa grande empresa
nacional. Na penúltima etapa do processo, Jorge precisa escrever uma Carta de Apresentação. Leia a
Carta abaixo:
________________________________________________________________________________
Goiânia, 24 de abril de 2012.
À Comer Faz Bem LTDA
Prezado senhor,
Estou me candidatando à vaga de Auxiliar Administrativo existente em seu quadro de
pessoal, conforme anúncio publicado no dia 22 de abril de 2012, enviando em anexo meu currículo.
Dentre minhas características profissionais destacam-se o perfeccionismo, dedicação, facilidade de
interação com o grupo, responsabilidade. Busco minha efetivação no mercado, para desenvolver de
um trabalho objetivo e gerar bons resultados, propiciando o crescimento da empresa.
32
No aguardo de contato, coloco-me à disposição para prestar maiores esclarecimentos.
Atenciosamente,
Jorge Santana
________________________________________________________________________________
Qual a temporalidade mais recorrente Jorge utilizou no seu texto? Essa escolha foi
acertada? Justifique a escolha da temporalidade presente nesse gênero textual.
SITUAÇÃO-PROBLEMA 2
A Reportagem que vocês lerão a seguir foi retirada da Revista Galileu de Julho de 2008 e trata do
trabalho. Discuta com seus colegas do grupo como cada um vê as condições de trabalho hoje.
O futuro do trabalho
Esqueça os escritórios, os salários fixos e a aposentadoria. Em 2020, você trabalhará
em casa, seu chefe terá menos de 30 anos e será uma mulher. Admita: você também não gosta de
trabalhar. Passar o dia inteiro sob luzes fluorescentes, t mando café ruim, sentado em uma cadeira
desconfortável e usando um computador velho certamente não faz parte do sonho de infância de
ninguém. Admita. E não se sinta culpado. Nossos ancestrais - que nem conheciam as torturas de um
escritório - também não eram muito chegados a essa história de trabalho.
Para gregos e romanos, colocar a mão na massa era considerada tarefa das classes
inferiores e escravos . Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La
Sapienza de Roma e autor do livro O Ócio Criativo, que defende uma abordagem mais lúdica do
trabalho, apontou um ponto de convergência em todas as religiões: em nenhuma delas se trabalha no
Paraíso. "Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho
fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia", afirma. Ou seja, alguma coisa está errada, e não é
de hoje.
Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como
trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise
despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes
conglo-merados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em
comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo:
a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos
como pessoas também em nossos trabalhos. "Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e
energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?", diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em
seu novo livro The Pleasures and Sorrows of Works (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda
inédito no Brasil). Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma
palavra caminhando para o desuso.
O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas.
Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar a redor do globo, em qualquer
horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de
produção. Será a era do trabalho freelance, colaborativo e, de certa forma, inseguro. Também será o
tempo de mais conforto, cuidado com a natureza e criatividade.
A globalização e os avanços tecnológicos (alguns deles já estão disponíveis hoje) vão
tornar tudo isso possível. E uma nova geração que vai chegar ao comando das empresas, com uma
presença feminina cada vez maior, vai colocar em xeque antigos dogmas. Para que as empresas vão
pedir nossa presença física durante oito horas por dia se podem nos contatar por videoconferência a
qual quer instante? Para que trabalhar com clientes ou fornecedores apenas do seu país se você pode
negociar sem dificuldades com o mundo inteiro? Imagine as possibilidades e verá que o mercado de
33
trabalho vai ser bem diferente em 2020. O emprego vai acabar. Vamos ter que nos adaptar. Mas o
que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso.
Perceberam que o texto apresenta predominantemente duas temporalidades marcadas no decorrer
da sua composição? Justifique o uso dessas duas temporalidades nessa Reportagem
Gênero Textual CRÔNICA
Crônica do Amor
Arnaldo Jabor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não
fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia,
por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só
referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando
menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu,
você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal
e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que
LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no
armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não
tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora
animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos
Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as
curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem
loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura,
por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática:
eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
34
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor
tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá
assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais
eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
1 – Característica do gênero textual Crônica
A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que
acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os
acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações tomadas pelas personagens.
Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e
livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e
aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a
dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.
O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo
de leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial
demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa
estão presentes nas crônicas.
Como exposto acima, há vários motivos que levam os leitores a gostar das crônicas, mas e se você
fosse escrever uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esquematizada as características da
crônica:
• Narração curta;
• Descreve fatos da vida cotidiana;
• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
• Possui personagens comuns;
• Segue um tempo cronológico determinado;
• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
• Linguagem simples.
Portanto, se você não gosta ou sente dificuldades de ler, a crônica é uma dica
interessante, pois possui todos os requisitos necessários para tornar a leitura um hábito agradável!
Alguns cronistas (veteranos e mais recentes) são: Fernando Sabino, Rubem Braga,
Luis Fernando Veríssimo, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Ernesto
Baggio, Lygia Fagundes Telles, Machado de Assis, Max Gehringer, Moacyr Scliar, Pedro Bial,
Arnaldo Jabor, dentre outros.
2 – Aspectos Textuais - Exposição
O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua
descrição e a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique,
claramente, o tema central do texto.
Um fato importante é a apresentação de bastante informação; caso se trate de algo novo esse se faz
imprescindível.
35
Quando se trata de temas polêmicos, a apresentação de argumentos se faz necessária para que o autor
informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto.
O texto expositivo deve ser abrangente e deve ser compreendido por diferentes tipos de pessoas.
O texto expositivo pode apresentar recursos como a:
- instrução, quando apresenta instruções a serem seguidas;
- informação, quando apresenta informações sobre o que é apresentado e/ou discutido;
- descrição, quando apresenta informações sobre as características do que está sendo apresentado;
- definição, quando queremos deixar claro para o nosso leitor do que, exatamente, estamos falando;
- enumeração, quando envolve a identificação e apresentação sequencial de informações referentes
àquilo que estamos escrevendo;
- comparação, quando o autor quer garantir que seu leitor irá compreender bem o que ele quer dizer;
- o contraste, quando, ao analisar determinada questão, o autor do texto deseja mostrar que ela pode
ser observada por mais de um ângulo, ou que há posições contrárias.
3 – Análise Linguística – Uso dos Pronomes Pessoais
As elucidações que se firmam mediante o assunto posto em discussão convidam-nos a
refletir acerca de um importante aspecto, que se deve ao fato de os pronomes pessoais indicarem uma
das três pessoas do discurso, tanto do singular quanto do plural, ou seja:
EU/NÓS – A PESSOA QUE FALA
TU/VÓS – A PESSOA COM QUEM SE FALA
ELE/ELES – A PESSOA DE QUEM SE FALA
Quanto à função que desempenham, podem se classificar como pronomes pessoais do
caso reto, ora funcionando como sujeito da oração. Assim, vejamos:
EU
TU
ELE/ELA
NÓS
VÓS
ELES/ELAS
Eu gosto muito de você. (sujeito simples)
Atuando como complemento verbal (objeto direto ou indireto, agente da passiva,
complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal), classificam-se em pronomes pessoais
do caso oblíquo, subdividindo-se em átonos e tônicos. Constatemos, pois:
Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Essas encomendas foram entregues a mim. (objeto direto)
Gostaria de lhe agradecer pelo favor. (objeto indireto)
Pronomes eu/tu – mim/ti
36
No que tange a tais pronomes, “eu” e “tu” desempenharão sempre a função sintática de sujeito, assim
como nos exemplos:
Eu aceito o pedido de desculpas. (sujeito)
Já os pronomes “mim” e “ti” exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente
da passiva, adjunto adverbial e sujeito acusativo, como evidenciado abaixo:
Não cabe a mim tomar essa decisão. (objeto indireto)
Essa decisão foi favorável a ti. (complemento nominal)
Pronomes se/si e consigo
Os pronomes em questão somente se classificam como reflexivos ou recíprocos – razão pela qual são
empregados na voz reflexiva e na voz reflexiva recíproca. São exemplos:
Se você não se cuidar poderá ficar doente.
São egoístas as pessoa que só pensam em si.
Ela trouxe consigo lembranças de onde esteve.
Com nós, com vós, conosco e convosco
Por mais que pareçam estranhas as formas “com nós” e “com vós”, elas podem ser perfeitamente
aplicáveis se à frente delas estiver indicando uma palavra que represente “somos nós” ou “quem sois
vós”, assim como nos atestam os exemplos abaixo:
Falaram com nós todos acerca das mudanças que iriam ocorrer.
Desistiu de sair com nós dois por quê?
De ele ou dele? Do ou de o?
Chegou o momento de ele decidir se permanece ou não.
O fato de o professor não ter explicado representa o descompromisso.
Quanto às funções sintáticas desempenhadas pelos pronomes oblíquos átonos “me, te, se, o, a, lhe,
nos, vos, os, as, lhes”, essas podem assim se evidenciar:
* Objeto direto: Encontrei-o perambulando por aí. (encontrei quem? – ele)
* Objeto indireto: Peço-lhe desculpas. (peço desculpas a quem? A ele/ela)
* Adjunto adnominal: Na confusão roubaram-me os pertences. (os meus pertences)
* Complemento nominal: Foi-lhe favorável a sentença. (favorável a ele/ela)
* Sujeito acusativo: quando se manifestarem em um período composto formado pelos verbos
“mandar, fazer, deixar, sentir, ouvir”, entre outros: Mande-me o relatório da empresa.
Gênero Textual SEMINÁRIO
1 – Característica do gênero textual Seminário
O que é um seminário?
O seminário é um método de estudo. De acordo com alguns autores, o objetivo último
de um seminário é levar todos os participantes a uma reflexão aprofundada de determinado problema,
a partir de textos e em equipe. Sendo assim, todos os participantes têm de ter contato com o texto
37
básico e saber substituir o colega encarregado de determinado tópico. Todos devem saber a
mensagem central do texto. (Se for literário ou não, leitura integral). Igualmente, todos devem estar
preparados para julgamento e crítica do texto, além de estar preparados para fazer perguntas sobre o
texto para os ouvintes (instigando o raciocínio dos participantes).
Roteiro de um seminário
1. Deve-se apresentar material impresso com o tema desenvolvido. No caso de textos literários,
resumo da biografia do autor, do texto em questão e da ideia central do texto. Deve haver um trecho
do texto, escolhido pelo grupo como central, sobre o qual se deve fazer uma leitura em voz alta.
2. Faça um roteiro do que será falado (incluindo os temas do texto). No caso de ser um texto literário:
resumo sobre autor, estilo, obra e temática problematizada da obra em questão.
3. Faça um roteiro de leitura (escrito), com síntese dos momentos lógicos essenciais do texto.
4. Bibliografia: no caso da literatura, dicionários, obras clássicas de abordagem da história da
literatura, etc.
Recursos audiovisuais
A linguagem predominante em um seminário é a verbal. Isso não significa que não se
possa fazer uso de outros recursos, como os audiovisuais, por exemplo. Retroprojetor, filmes, slides,
cds e data show podem (e devem!) ser usados numa apresentação, desde que não substituam a
exposição oral. Lembre-se de que tais recursos são apenas apoios.
Postura do(s) apresentador(es)
O apresentador deve falar em pé, com o esquema nas mãos, olhando para o público
como um todo, devendo permanecer sempre de frente para a plateia, mesmo quando usar a lousa, o
retroprojetor ou o data show.
A fala do apresentador deve ser modulada, ou seja, alta, clara, bem articulada e com
entonação variada, para que a explicação não fique monótona.
Se consultar o roteiro, o apresentador deve fazê-lo sem baixar excessivamente a cabeça, para que a
voz não se volte para o chão, prejudicando, assim, a audiência.
O apresentador deve se mostrar seguro do tema estudado. Além disso, estar atento ao tempo previsto
para sua apresentação.
A oralidade
Embora a modalidade usada nos seminários seja, obviamente, a falada, recomenda-se
que o apresentador evite certos usos da linguagem oral, tais como os marcadores conversacionais
né?, tá?, ahn..., pois, devido ao fato de o seminário ser uma atividade mais formal, tem-se a
predominância da variedade padrão da língua, havendo, assim, certa proximidade com a escrita.
Últimas considerações
- Prepare tudo como se fosse assistir ao seu próprio seminário.
- Prepare tudo como se os ouvintes fossem alunos que nada sabem sobre o conteúdo.
- Não leia fichas apenas, mas apresente após decorar, treinar, ensaiar.
- Ignore o professor e fale para a plateia.
- Jamais apresente o seminário se não estiver a par de todos os tópicos, incluindo o vocabulário (no
caso da literatura, sobretudo o vocabulário do texto).
- Dificuldades enfrentadas pelo grupo podem fazer parte das conclusões.
Trabalho de Pesquisa e Apresentação de Seminário
Tema: (a definir)

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Língua Portuguesa: Gêneros Textuais e Situações Comunicativas

  • 1. LÍNGUA PORTUGUESA ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO PROF. LUCAS ALVES COSTA GOIÂNIA/2013
  • 2. 2 Saudações Prezado estudante, Na nossa sociedade moderna a palavra de ordem é “inovação”, e para ser inovador é fundamental reconhecer que precisamos progredir sempre em todos os aspectos para situarmos ou acompanharmos o mundo. Com isso, só há progresso por meio da educação. Investir na educação é irremediável, pois é a única capaz de proporcionar pessoas cada vez mais envolvidas, engajadas e proativas. Estudar é progredir, só pelo estudo podemos alcançar nossos objetivos mais almejados, sendo essa atividade algo pessoal, gratificante e desafiadora. Considerando a educação como meio de progresso que visa a formação pessoal, profissional e atitudinal de forma holística como promotora da emancipação social do cidadão, o curso de Língua Portuguesa volta-se para você como um instrumento de conscientização e atuação, uma oportunidade de perceber que é pela linguagem que se configura mundos e se interpela ações interpessoais. Nesse curso vamos perceber que tudo se dá pela linguagem, sendo a língua o principal instrumento de propulsão de interações sociais revestidas de sentido. O mundo do trabalho a cada dia exige-se profissionais que saibam utilizar a língua portuguesa em situações diversas. Com isso, vamos perceber que a língua é viva, funcional e usual que só por meio de textos que podemos entender a gramática. Estudar língua portuguesa não é nenhuma novidade para você que no decorrer dos anos escolares deparou-se com várias situações de aprendizagem que o foco era a gramática. Entretanto, nesse curso vamos estudar a língua com uma perspectiva diferente, pois acreditamos que só memorizar nomenclaturas gramaticais em frases descontextualizar não promove o estudo efetivo e necessário dos fenômenos linguísticos. Cabe ainda ressaltar que nossa proposta é conduzi-lo para a busca constante do progresso nos estudos, pois a aprendizagem não se esgota em horas curriculares. Assim, o curso de Língua Portuguesa foi organizado para promover a aprendizagem básica dos três pilares da competência linguística, segundo a Linguística Moderna, que são Leitura, Produção textual e Análise Linguística. Ciente dos ótimos resultados do curso faço votos de admiração pela iniciativa e desejo sucesso! Professor Lucas Alves Costa
  • 3. 3 Sumário 1 – CONHECIMENTOS INTRODUTÓRIOS Linguagem, Língua e Contexto Gêneros Textuais 2 – SOCIEDADE, TECNOLOGIAS E TRABALHO 1 - Gênero Textual: REPORTAGEM Aspecto textual: Narração 1 Análise Linguística: Elementos semânticos 2 - Gênero Textual: PROPAGANDA Aspecto textual: Narração 2, descrição Análise Linguística: Recursos semânticos 3 - Gênero Textual: NOTÍCIA Aspecto Textual: Tema e rema Análise linguística: Funcionalidade do Verbo 4 - Gênero Textual: RESUMO Aspecto textual: Uso de sinais de Pontuação Análise Linguística: Estrutura Argumental 5 - Gênero Textual: CONTO Aspecto Textual: Elementos de enredo Análise linguística: Usos de substantivo, artigo 6 - Gênero Textual: RELATÓRIO Aspecto Textual: Persuasão Análise Linguística: Temporalidade e aspecto 7 - Gênero Textual: CRONICA Aspecto Textual: Exposição Análise Linguística: Usos dos pronomes 1 8 -Gênero Textual: SEMINÁRIO Tema: 3 – CULTURA, CIÊNCIA E ATUAÇÃO PROFISSIONAL 1 – Gênero Textual: ARTIGO DE OPINIÃO Aspecto textual: Dissertação 1 Análise linguística: Modalização 2 – Gênero Textual: CRÍTICA DE CINEMA Aspecto Textual: Dissertação 2 Análise linguística: usos de adjetivos conjunção, preposição 3- Gênero Textual: EDITORIAL Aspecto Textual: Coerência 1 Análise linguística: Variação linguística 4 – Gênero Textual: CARTA ARGUMENTATIVA Aspecto Textual: Coerência 2 Análise linguística: Nova Ortográfica 5 – Gênero Textual: MANIFESTO Aspecto Textual: Coesão Análise linguística: Usos dos pronomes 2 6 – Gênero Textual: DEBATE Aspecto Textual: Argumentação Análise linguística: Operadores Argumentativos 4 – Aspectos Textuais, Análise Linguística e funcionalidades Aspecto Textual:  Intertextualidade e Polifonia  Paráfrase  Leitura e interpretação  Análise de Discurso Análise Linguística:  Acentuação  Estrangeirismos 5 – Questões de Provas de Concursos e Vestibulares
  • 4. 4 Conhecimentos Introdutórios Linguagem-Língua-Contexto A linguagem é tida com uma atividade, com forma de ação, ação interpessoal orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes. Trata-se de um jogo na sociedade, na interlocução, e é no interior de seu funcionamento que se pode procurar estabelecer as regras de tal jogo. De forma didática, divide-se a linguagem em VERBAL e NÃO VERBAL. A linguagem NÃO VERBAL é toda forma de expressão que tem sentido, ou seja, diz alguma coisa, seja um gesto, uma imagem, um sinal, um olhar, um toque e etc. Já a linguagem VERBAL é constituída de uso da língua, seja na modalidade escrita ou oral, é um sistema. A Língua, o principal mecanismo da linguagem, é um instrumento que utilizamos para alcançar determinadas intenções, tem regras internas que estão sujeitas ao USO. É no contexto social, que os envolvidos na interação utilizam a língua para satisfazer determinadas intenções. A língua é primordialmente oral, assim, primeiro se aprende a falar, depois a escrever. A escrita é uma representação simbólica da fala, por essa razão, mais complexa de ser aprendida. Texto - Interação No decorrer da experiência escolar, vocês perceberam que a linguagem é caótica, organizada e multifacetada. Também perceberam que a língua é viva, usual e funcional, pois está a serviço da interação humana, ou melhor, é por meio da língua que interagimos com os outros. Nessa dimensão, só podemos admitir que seja por meio de textos que interagimos. Toda interação acontece dentro de uma situação comunicativa (envolve um enunciador e um interlocutor) num espaço e num tempo. É a situação comunicativa que influência na maneira como acontece à interação. Assim, as palavras se relacionam numa estrutura hierárquica para compor o sentido, base de envolvimento interpessoal. A língua por ser viva (não tem como vivermos sem ela), usual e funcional só pode ser entendida plenamente se percebermos no seu estado de uso, funcionando para cumpri uma intenção. É por isso que não tem como compreender as multifaces da língua sem observamos em textos contextualizados, ou seja, dentro de uma situação comunicativa. Por isso, convido você a refletir a respeito de alguns fenômenos linguísticos e reconhecer sua funcionalidade em situações efetivas de uso. Um mundo, nosso mundo, complexo, mas interessante, admirável e magnífico, és a linguagem. De gênero em gênero Nas mais diferentes situações do nosso cotidiano – em casa, na rua, na escola, no trabalho, na lanchonete – convivemos com textos. O que é um texto? Uma conversa entre pais e filhos, a propaganda de um produto que ouvimos pela rádio é um texto. É texto uma história em quadrinho, um documentário, uma placa de trânsito, uma reportagem jornalística, uma receita de bolo, um romance, uma entrevista, uma conta de luz, um debate político.
  • 5. 5 Mas o que diferencia um texto de outro? Para que servem os textos? Observem que os textos são produzidos em situações e contextos diferentes e que cada um deles tem uma finalidade específica. Se o objetivo do locutor é, por exemplo, instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para se obter um bom resultado. Assim, quando interagimos com outras pessoas produzimos certos tipos de texto. Uma verdadeira variação que se repetem em dada situação comunicativa. Essa variação de textos se chama Gênero textual ou discursivo. Tais gêneros foram historicamente criados pelo ser humano a fim de atender a determinadas necessidades de interação verbal. Pode nascer gêneros novos, outros podem desaparecer. O gênero sofrer mudanças até transformar-se em novo gênero. Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes elementos que participam do contexto, tais como: quem está produzindo o texto, para quem, com que finalidade, em que momento histórico, em que suporte, etc. Situações-Complexas Situação-Complexão 1 Ana Luiza trabalha numa empresa de consultoria administrativa. Certo dia, no trabalho, o seu supervisor deixou um lista de atividades a serem feitas por ela. Leia as intenções do supervisor e aponte qual gênero textual seria utilizado para satisfazê-la e por que? Intenção 1 Quero definir num papel os produtos que devo comprar no Supermercado. Intenção 2 Quero comunicar formalmente aos funcionários da empresa que o aumento de salário foi aprovado. Intenção 3 Quero dizer para o maior número de pessoas que o crescimento financeiro é resultado de muito trabalho. Intenção 4 Quero dizer para minha esposa que a amo muito. Intenção 5 Quero comprovar que o cliente Marcos pagou a dívida. Intenção 6 Quero espalhar o nome da empresa para muitas pessoas da cidade. Situação-Complexa 2 Você se depara com um conjunto de situações durante o dia, defina qual o gênero textual deve ser utilizado nos respectivos contexto de interação. Contexto 1 Encontro na sala do RH com um diretor num processo seletivo por uma vaga de emprego. Contexto 2 Encontro na rua com um amigos num momento de descontração. Contexto 3 Encontro com várias pessoas e com um professor numa sala de aula. Contexto 4 Duas amigas encontram-se na cozinha para uma ensinar como fazer um bolo pra outra. Contexto 5 Marcos utilizando a internet resolve contar como foi o primeiro dia de trabalho pra Alice.
  • 6. 6 Situação-Complexa 3 Após perceber a relação entre a intenção comunicativa e contexto para a produção de texto. O texto abaixo é uma Receita, uma Declaração de amor ou um Poema? RECEITA DO AMOR... Ponha 5 pitadas de carinho. Mais 5 de companheirismo, E 5 de compreensão, Há não se esqueça de por 3 pitadas de saudade. É para dar o gostinho. Acrescente amizade e paixão, Para ficar ligadão. ahahaha. Ternura e felicidade para o recheio. Quando estiver tudo junto misture, Ponha no forno do coração. Não esqueça do fermento pureza e cooperação. O tempo vai ajudar. Ponha a cobertura do amor para jamais largar. 2 – SOCIEDADE, TECNOLOGIA E TRABALHO Gênero Textual: REPORTAGEM Google a melhor empresa para trabalhar Empresa investe em um ambiente de trabalho descontraído e colaborativo como forma de estimular a individualidade dos profissionais. A empresa Google, que já está no Brasil desde 2005, conta hoje com duas sedes sendo uma em São Paulo, onde fica toda a parte de administração e vendas e outra em Belo Horizonte, onde encontra-se os técnicos e especialistas da área. Estima-se que a empresa tenha cerca de 100 colaboradores em cada um dos escritórios, sendo que, para chegar neste número de funcionários ativos a Google propôs um recrutamento que mobilizou cerca de 20.000 pessoas em todo o país. Atualmente a empresa está trabalhando com outra forma de recrutamento: um colaborador indica uma pessoa para entrar para a empresa, se esta pessoa for contratada, o colaborador ganha R$ 5.000,00 após seis meses da contratação. Aliás, a Google tem grande prestígio e é comum sabermos de pessoas que gostariam de trabalhar para a empresa, entenda o porquê agora: A empresa paga um ótimo salário aos seus colaboradores, com bônus e premiações extras no decorrer do ano; O ambiente de trabalho é confortável e divertido, apesar da pressão do trabalho cotidiano, a Google desenvolveu um sistema antistress para os funcionários, que passaram a trabalhar com momentos de diversão no escritório. Esses são só dois exemplos de como uma multinacional pode unir a responsabilidade e pressão, juntamente com momentos bons e divertidos. Quando o funcionário se sente bem dentro da empresa ele rende muito mais, trabalha melhor e tem prazer no que faz, gerando um lucro maior para a própria empresa, que apenas tem a ganhar com este investimento. Por isso a empresa Google é muito estuda em cursos de administração e de recursos humanos, pois ela consegue unir “o útil ao agradável” de uma maneira diferente das demais empresas a nossa volta. Um processo importante na hora de se constituir uma empresa é pensar como seus colaboradores serão tratados no ambiente de trabalho, quais serão as cobranças e quais serão as
  • 7. 7 facilidades, toda empresa que quer iniciar-se no mercado de trabalho antes de esquematizar planos como este, de gerenciamento de pessoas, tenderá a ser um lugar com alta rotatividade, podendo ser conhecido como um lugar frágil, sem experiência entre outras definições. Atente-se ao seu negócio de todos os ângulos e estime seu colaborador como a Google, mesmo que sua empresa seja pequena, valorize as pessoas que nela trabalham, após algum tempo, o crescimento de sua empresa virá. Disponível em: http://www.guiadicasgratis.com/google-a-melhor-empresa-para-se-trabalhar/ acessado dia 24/10/12. 1 – Características do Gênero textual Reportagem A Reportagem é um gênero textual que tem a finalidade de relatar fatos de maneira abrangente, faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute, argumenta. Tem sempre um autor ou vários autores chamados de repórter (jornalista). Vem em veículos de comunicação como: Jornais, Revistas, Internet, Televisão, Rádio e Celulares. Utiliza a modalidade escrita ou oral. Tem um público-alvo geral ou específico. A Reportagem escrita é dividida em três partes: manchete, lead e corpo. Manchete: compreende o título da reportagem que tem como objetivo resumir o que será dito. Além disso, deve despertar o interesse do leitor. Lead: pequeno resumo que aparece depois do título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor. Corpo: desenvolvimento do assunto abordado com linguagem direcionada ao público-alvo! 2 - Aspecto Textual: Narração Quando o texto está centrado no fato, no acontecimento, diz-se que se trata de uma narração. Palavra derivada do verbo narrar, narração é o ato de contar alguma coisa. Novelas, romances, contos são textos basicamente narrativos. São os seguintes os elementos de uma narração: onde ? | quando? --- FATO --- com quem? | como? 1) Narrador/Autor - É aquele que narra, conta o que se passa supostamente aos seus olhos. Quando participa da história, é chamado de narrador personagem. Então a narrativa fica, normalmente, em 1ª pessoa. 2) Personagens - São os elementos, usualmente pessoas, que participam da história. Mas os personagens podem ser coisas ou animais, como no romance O Trigo e o Joio, de Fernando Namora, em que o personagem principal, isto é, protagonista, é uma burra. 3) Enredo - É a história propriamente dita, a trama desenvolvida em torno dos personagens. 4) Tempo - O momento em que a história se passa. Pode ser presente, passado ou futuro.
  • 8. 8 5) Ambiente - O lugar em que a trama se desenvolve. Pode, naturalmente, variar muito, no desenrolar da narrativa. Eis, a seguir, um bom exemplo de texto narrativo, em que todos os elementos se fazem presentes. Produção Textual Condições de Produção Suponha que você seja um repórter enviado por um Jornal para produzir uma Reportagem (fictícia) sobre a rotina de trabalho na Google no Brasil. A modalidade é escrita. O público do jornal são jovens que adoram as novidades do mundo da informática. Sua Reportagem deve mostrar aos leitores a importância de trabalhar nessa empresa. Mobilize as características do gênero textual em questão para a produção do seu texto. 3 - Análise linguística – Elementos semânticos Leia os Enunciados abaixo: Pelo preço do pé de couve, você sabe em que pé está toda a agricultura. Apenas R$0,70 por dia! A fim de promover seu produto, o anunciante chama a atenção do leitor, fazendo um jogo com a palavra pé. Qual o sentido dessa palavra? a) na expressão “um pé de couve”? b) na expressão “em que pé”? As palavras possuem certos sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são empregadas. Às vezes, unindo-se a outras palavras, formam expressões com sentidos completamente diferentes, como é o caso de “cachorro-quente”. Esses e outros são aspectos estudados pela Semântica. Semântica é a parte da gramática que estuda os aspectos relacionados ao sentido de palavras e enunciados. Vejamos os casos: 1 – Sinonímia e Antonímia Você já vacinou seu cão? Você já vacinou seu cachorro? As palavras cachorro e cão podem ser substituídas um pela outra. Quando em contextos diferentes uma palavra ou expressões pode ser substituída por outra, dizemos que são SINÔNIMA entre si. Existem enunciados que são sinônimos também. Ex: Joana é a mulher de Marcelo. Marcelo é o marido de Joana. Palavras ANTONÍMAS se opõem ou se excluem. Ex: Aberto – Fechado, Dentro – Fora
  • 9. 9 2 – Campo semântico, hiponímia e hiperonímia Leia este enunciado: Compro um computador, um monitor, um teclado e uma impressora para o escritório, pois sem esses equipamentos, não conseguiria dar conta do trabalho. Perceba que palavra como computador, monitor, impressora e teclado apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo CAMPO SEMÂNTICO, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra equipamento possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras. No caso, dizemos que computador, monitor, impressora e teclado são hipônimos de equipamento. Equipamento, por usa vez, é um hiperônimo das outras palavras. 3 – Polissemia Compare este par de enunciados: Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô. Enrosquei minha pipa no fio daquele poste. Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio, ela apresenta sentido diferente: “fibra”, no 1º enunciado, e “cabo mental” no 2º enunciado. Apesar disso, há um sentido comum entre elas: sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento. Quando uma única palavra apresenta mais de um sentido, dizemos que ela é polissêmica. Assim, polissemia é a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos. 4 – Ambiguidade “Como fazer uma galinha no ponto”. Ambiguidade é a duplicidade de sentidos que pode haver em uma palavra, em um enunciado ou num texto inteiro. Quando empregada de forma intencional, a ambiguidade se torna um importante recurso de expressão. Quando, porém, é resultado da má organização das ideias, ou do emprego inadequado de certas palavras, ou ainda de inadequação do texto ao contexto discursivo, ela pode gerar problemas para a comunicação. Leia o texto: Durante o jogo, Lúcio deu várias caneladas em Guilherme. Depois entrou o Pedro no jogo e ele levou vários empurrões e pontapés. Se o leitor do texto não assistiu à partida, terá dificuldade para compreender o texto e a intenção comunicativa do locutor, pois o texto é ambíguo. Afinal, quem levou empurrões e pontapés? Pedro, que entraram no jogo por último? E, no caso, quem o teria agredido? Ou foi Lúcio, que antes agredia Guilherme e, depois da entrada de Pedro, passou a ser agredido por este? Se o interlocutor tivesse assistido o jogo, certamente essa ambiguidade se dissiparia. E a intencionalidade do texto seria outra: em vez de informa, o texto provavelmente teria como finalidade comentar.
  • 10. 10 Diferente da linguagem oral, que conta com certos recursos para torna o sentido preciso – os gestos, a expressão corporal ou facial, a repetição, etc. A linguagem escrita conta apenas com as palavras e sinais de pontuação. Por isso, temos de empregá-lo adequadamente se desejarmos clareza e precisão nos textos que produzimos. Atividade em Dupla Leia a Crônica do escritor Luiz Fernando Verissimo para responder às questões: Conto Erótico nº1 - Assim? - É. Assim. - Mais depressa? - Não. Assim está bem. Um pouco mais para... - Assim? - Não, espere. - Você disse que... - Para o lado. Para o lado! - Querido... - Estava bem mas você... - Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem. - Estava perfeito e você... - Desculpe. - Você se descontrolou e perdeu o... - Eu já pedi desculpa! - Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora. - Assim? - Quase. Está quase! - Me diga como você quer. Oh, querido... - Um pouco mais para baixo. - Sim. - Agora para o lado. Rápido! - Amor, eu... - Para cima! Um pouquinho... - Assim? - Aí! Aí! - Está bom? - Sim. Oh, sim. Oh yes, sim. - Pronto. - Não. Continue. - Puxa, mas você... - Olhaí. Agora você... - Deixa ver... - Não, não. Mais para cima. - Aqui? - Mais. Agora para o lado. - Assim? - Para a esquerda. O lado esquerdo! - Aqui? - Isso! Agora coça.
  • 11. 11 1) Como o narrador ausente, todo o texto é construído a partir do diálogo entre duas personagens. Que tipo de relacionamento supostamente há entre essas personagens? Justifique como elementos do texto. 2) Durante toda a leitura somos orientados para um sentido diferente daquele que temos ao chegar ao final do texto. Essa orientação de sentido não ocorre por acaso, mas é resultado de um conjunto de marcas existente no texto. a) Aparentemente, o texto retrata um diálogo entre personagens vivendo que tipo de situação? b) Que “marcas” textuais – palavras, frases, construções, etc – nos levam a construir esse sentido? 3 – Além de trabalhar propositalmente com marcas textuais que dão oa texto uma orientação de sentido diferente, por meio de que procedimento o autor constrói a ambiguidade? a) Omite o narrador b) Omite dados do contexto discursivo em que se dá o diálogo c) Omite informações sobre quem vai ler o texto d) Omite palavras do texto. Gênero Textual: PROPAGANDA
  • 12. 12 1 – Característica do Gênero textual Propaganda Havia um tempo em que a linguagem publicitária apenas informava o preço, o local de compra e as condições do produto. Nos últimos 60 anos a linguagem publicitária evoluiu e criou uma linguagem e estilo próprio de alcançar o seu objetivo, ter a mensagem aceita pelo público. A sociedade de consumo, através do “American way life” e do processo de modernização da industrialização se ocidentalizou, o que influenciou a publicidade em fazer o público girar ao seu redor. Comprar e ter “coisas” passou a ser símbolo de felicidade e salvação além da utilidade necessária. O objetivo da publicidade é convencer e persuadir as pessoas. Para tal, a linguagem publicitária expressa ordem : “Beba Pepsi”, persuasão : ”Só Omo lava mais branco” e até sedução : “Se algum desconhecido lhe oferecer flores, isto é Impulse”. O papel da publicidade é vista como mola mestre das mudanças comportamentais e mentalidade dos consumidores. “Propaganda consiste no emprego planejado de qualquer forma de comunicação pública ou em grande escala, destinada a afetar as ideias e emoções de um dado grupo com determinada finalidade pública, seja ela militar, econômica ou política.” (Paul Linebarger) 2 – Aspectos textuais – Narração e Descrição A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo. Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura: Esquematizando temos: - Apresentação; - Complicação ou desenvolvimento; - Clímax; - Desfecho. Já o texto descritivo por excelência consiste em uma percepção sensorial, representada pelos cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) no intuito de relatar as impressões capturadas com base em uma pessoa, objeto, animal, lugar ou mesmo um determinado acontecimento do cotidiano. É como se fosse uma fotografia traduzida por meio de palavras, sendo que estas são “ornamentadas” de riquíssimos detalhes, de modo a propiciar a criação de uma imagem do objeto descrito na mente do leitor. A descrição pode ser retratada apoiando-se sob dois pontos de vista: o objetivo e o subjetivo.
  • 13. 13 Na descrição objetiva, como literalmente ela traduz, o objetivo principal é relatar as características do “objeto” de modo preciso, isentando-se de comentários pessoais ou atribuições de quaisquer termos que possibilitem a múltiplas interpretações. A subjetiva perfaz-se de uma linguagem mais pessoal, na qual são permitidas opiniões, expressão de sentimentos e emoções e o emprego de construções livres em que revelem um “toque” de individualismo por parte de quem a descreve. 3 – Análise Linguística – Recursos Semânticos Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser mais expressivo. A seguir, os principais recursos de estilo em ordem alfabética: 1 - Anáfora- repetição de palavras. Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo! 2 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome. Exemplos: Xuxa (Maria das Graças) O Gordo (Jô Soares) 3 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou ausentes. Exemplos: Mulher, venha aqui! Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento? 4 - Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável. Ex.: Ele foi desta para melhor. (evitando dizer: Ele morreu.) 5 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo. Ex.: Estou morrendo de cansada. 6 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo. Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada. 7 - Metáfora – A mais rica de todos os recursos semânticos. A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (Denotativo) e transportá-lo para um novo campo de significação (conotativo), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas: • Buscava o coração do Brasil.
  • 14. 14 Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o âmago do país. • Achamos a chave do problema. O problema não é nenhuma fechadura, mas para resolvê-lo (ou abri-lo) o elemento que se diz ter achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta. 8 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. A metonímia pode ocorrer quando usamos: a - o autor pela obra Ex.: Nas horas vagas, lê Machado. (a obra de Machado) b - o continente pelo conteúdo Ex.: Conseguiria comer toda a marmita. Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente) c - a causa pelo efeito e vice-versa Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade. A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição. d - o lugar pelo produto feito no lugar Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja. O nome da região onde o vinho é fabricado e - a parte pelo todo Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando. Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo. f - a marca pelo produto Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor. Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço. g - concreto pelo abstrato e vice-versa Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato) 10 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos. Ex.: Psiu! Venha aqui!
  • 15. 15 Atividade Análise a peça publicitária abaixo e aponte os recursos semânticos presentes. Gênero Textual NOTÍCIA 12/10/201211h22 Microsoft finaliza Office 2013, mas venda só começa no 1º trimestre do ano que vem A Microsoft anunciou na noite desta quinta-feira (11) que o Office 2013, suíte de escritório da companhia, atingiu o status de RTM (Release to Manufacturing). Isso significa que ele já está pronto para ser vendido para fabricantes. No entanto, segundo a empresa, o sistema só chegará aos usuários finais no primeiro trimestre de 2013. O Office 2013 foi anunciado em julho deste a no e esta será a primeira versão do pacote de programas da Microsoft que estará disponível por meio de assinatura. Nos Estados Unidos, será possível assinar o pacote por US$ 8,33 por mês ou US$ 99,95 por ano. Chamado pela Microsoft de “a versão mais ambiciosa” do Office, o programa funcionará em dispositivos com tela sensível ao toque, diretamente na nuvem e contará com recursos sociais, que possibilitarão gerenciar arquivos em grupo. Apesar de o lançamento estar marcado para o ano que vem, diz a Microsoft, quem comprar um tablet com a versão RT do Windows (específica para processadores ARM, fabricados por empresas como Qualcomm e Nvidia, por exemplo) contará com uma prévia do Office 2013. Os aparelhos com Windows 8 começarão a ser vendidos no dia 26 de outubro. Para usuários que adquirirem o Office 2010 a partir de 19 de outubro, a Microsoft disponibilizará o Office 2013 gratuitamente via download assim que ele começar a ser vendido. Profissionais da área de tecnologia da informação e desenvolvedores poderão baixar o Office 2013 em novembro.
  • 16. 16 No Brasil, a Microsoft mantém uma página especial do Office 2013, que detalha alguns dos recursos da suíte de escritório. Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/12/microsoft-finaliza-office-2013-mas-venda-so- comeca-no-1-trimestre-do-ano-que-vem.htm acessado dia 13/10/2012. 1 – Característica do Gênero textual Notícia A notícia é um texto de carácter informativo do domínio da Comunicação Social. Caracteriza-se pela atualidade, objetividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações pouco habituais. É redigida na 3º pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem decrescente de importância. O esquema acima refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada. Características da linguagem da notícia A linguagem utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios: – ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas; – - recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjetivos valorativos; – - usar especialmente frases de tipo declarativo. 2 – Aspecto Textual – Tema e Rema Cada enunciado divide−se em duas partes: a primeira, que corresponde ao início da oração, é o Tema, e o restante é o Rema. A organização da oração em Tema−Rema normalmente acontece da seguinte forma: na parte que corresponde ao Tema, colocamos informações cuja função é fazer a ligação entre a oração que está sendo criada e as orações que vieram antes dela no texto; ou ainda, estabelecer um contexto para a compreensão do que vem a seguir, ou seja, do Rema. Na parte que corresponde ao Rema, desenvolvemos as ideias que estão sendo veiculadas pelo Tema. Isso significa que, na grande maioria das vezes, o Tema expressa a informação dada, a qual já é conhecida pelo nosso ouvinte ou que é recuperável no contexto. O Rema, por sua vez, expressaria a informação nova: aquela que nosso ouvinte desconhece, e que corresponde, efetivamente, ao conteúdo que queremos que ele passe a conhecer. No entanto, é preciso ter em mente que Tema−Rema e Dado−Novo são duas estruturas diferentes – ou correspondem a dois níveis de análise diferentes − que acabam por coincidir em muitos casos. A observação da organização dos Temas de um texto e da estrutura de informação desse texto revela não apenas o que o autor coloca em destaque, como também nos traz importantes pistas sobre o desenvolvimento do texto, ajudando a determinar como a informação ali flui.
  • 17. 17 O Tema é indicado pela posição que ocupa na oração. Ao falarmos ou escrevermos em português (e também em inglês), sinalizamos que um item é temático colocando−o em posição inicial. Portanto, o Tema é o elemento que funciona como o ponto−de−partida da mensagem. O resto da mensagem, ou seja, a parte em que o Tema desenvolve−se, é o Rema. A principal função do Tema é fornecer o pano−de−fundo para a interpretação do Rema. É importante distinguir entre a definição de Tema e a maneira como podemos identificar o Tema de uma oração. A definição de Tema é funcional: o Tema é um elemento dentro de uma determinada configuração estrutural que organiza a oração como mensagem; essa configuração é: Tema + Rema. Quanto à sua identificação: o Tema pode ser identificado como o elemento que aparece em posição inicial na oração. Por exemplo: 1 : O Banco Bradesco---------------- construiu sólida posição no Mercado de Capitais Você---------------- recebe mais rápido o seu primeiro exemplar No vídeo Montanha−Russa,-------------- descubra porque projetar um superbrinquedo... Junto com o 1o. vídeo------------------- você já recebe grátis a fita "Velocidades Fantásticas" Para garantir o melhor para a sua diversão e informação -------------a ACME vídeo e o ACME Channel selecionaram... TEMA_______________-_________________ REMA 3 – Análise Linguística – Funcionalidade do Verbo Verbo são as palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Indicam o sentido de processo e: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer). Estrutura das Formas Verbais Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos: a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar) 2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3ª - Vogal Temática - I - (partir) c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
  • 18. 18 Por exemplo: falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Atividade 12/10/2012 - 14:28 Dois terços das interações entre amigos acontecem eletronicamente, diz pesquisa Ana Ikeda A tecnologia afasta ou aproxima amigos? Depende da sua referência: se mandar mensagens via celular ou internet já é suficiente para manter contato com eles, então a resposta seria que ela aproxima. Agora se isso só colabora para que você deixe para depois um encontro pessoal, então a resposta seria o contrário. O fato é que estamos usando cada vez mais os meios digitais: uma pesquisa britânica indica que dois terços das interações digitais entre amigos acontece eletronicamente. A pesquisa, feita pela empresa de postais Docmail, dá até uma média da comunicação eletrônica que um adulto faz por mês: cerca de 140 mensagens de texto, 72 interações no Facebook e 40 e-mails por mês para amigos e família. Cerca da metade dos entrevistados, vejam só, não havia falado por telefone com o melhor amigo por mais de um mês. O contato principal ocorreu… eletronicamente. Para o estudo, foram entrevistados 2.000 adultos. Além do meio eletrônico dominar a comunicação, cerca de 63% deles admitiram ter pessoas que consideram como amigos, mas só contatam via mensagens de texto ou Facebook. E um terço deles disse não passar mais de uma hora seguida sem interagir com amigos via chat, Facebook ou SMS. Mas há esperança: a maioria dos entrevistados disse que recorreria ao contato face a face para agradecer ou expressar algo sinceramente em relação aos amigos. Ufa… Situação-Complexa 1 O Texto 1 tem como intenção informar o leitor sobre algo acontecido. Discuta no grupo e aponte a sequência narrativa do texto e o tema e rema das partes destacadas presente nos textos. Identifique os verbos presentes no texto e aponte sua estrutura formal. Gênero Textual RESUMO Leia o Texto abaixo: Por uma sociedade plural e tolerante O casamento civil é uma instituição laica e estatal. Logo, não cabe diferenciar os cidadãos face a sua orientação sexual Por Pedro Estevam Serrano — publicado 14/05/2013 17:06 O Conselho Nacional de Justiça acaba de aprovar uma medida determinando aos cartórios que registrem casamentos civis entre casais homossexuais. Seu presidente, Joaquim Barbosa, afirmou que a decisão se deu em razão do entendimento anterior do STF, que reconheceu a legitimidade da união estável entre casais gays. A Constituição brasileira, ao contrário de outras, regulou diretamente a questão do casamento civil e da união estável como a formação da unidade familiar. E, embora a Carta brasileira
  • 19. 19 use a expressão “homem e mulher” para qualificar o casal, nossa Suprema Corte fez uma interpretação seguindo os princípios da isonomia e da livre orientação sexual. Uma interpretação que estenda direitos e crie normas protetivas já é da tradição de nosso direito. Logo, a meu ver, nada houve de surpreendente na decisão da Corte - que, além de tudo, ainda seguiu tendência jurisprudencial consolidada nas esferas inferiores. A alegação de alguns juristas de que se tratou de inovação indevida do Judiciário ingressando na esfera do legislativo, embora respeitável, não convence. Estando o tema tratado na Constituição, cabe ao STF decidir sua extensão. Interpretar é dizer o sentido e alcance das normas, traduzir seu significado. Foi exatamente o que fez o STF: decidiu que a norma protetiva acolhe casais e famílias constituídas por gays ou lésbicas. E agora o CNJ, no seu papel de exercer o controle da atividade do Judiciário, entende que os fundamentos de tal decisão do STF devem se aplicar, por decorrência lógica, ao casamento civil gay, e não apenas à união estável. Certamente a decisão gerará muito debate de cunho jurídico, religioso e político. Sem entrar no mérito de sua juridicidade, o que seria inadequado por não termos ainda lido sua fundamentação, no plano político a medida é muito benvinda. O casamento civil é uma instituição laica e estatal. Logo, não cabe diferenciar os cidadãos face a sua orientação sexual, utilizando-se deste contrato público para tanto. Nossa sociedade já saiu há muito do medievo. Nada contra que credos religiosos impeçam tal tipo de casamento em seu âmbito de culto, mas o Estado não pode adotar este tipo de preconceito infundado em uma sociedade democrática que se queira plural e tolerante. 1 – Característica de um Resumo Etapas… 1. Realiza uma leitura global do texto. 2. Sublinha as ideias principais do texto. 3. Escreve as ideias principais de cada parágrafo. (Parafraseia cada uma das frases que exprimem essas ideias). 4. Começa a escrever o resumo a partir das ideias que parafraseaste. a. Utiliza uma linguagem pessoal. b. Evita pormenores inúteis. c. Repetir ideias. Características de um bom resumo… Brevidade – Só deve conter as ideias principais. Respeito pela sequência de ideias. Clareza – Os factos devem ser objetivos. Rigor – As ideias principais devem ser reproduzidas sem erros. Linguagens pessoais – Reproduzem-se ideias do autor, mas com linguagem própria.
  • 20. 20 Produção Textual Elabore um Resumo comentado tendo como público-leitor uma pessoa que não conhece do assunto do texto lido anteriormente, leve em consideração as características desse gênero textual. 2 – Aspectos Textuais – Uso dos sinais de pontuação Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. Vejamos aqui alguns empregos: 1. Vírgula (,) É usada para: a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu. Nessa oração, a vírgula separa os verbos. b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer! c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião. d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto: 1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal) 2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial) e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc. f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009. g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava. 2. Pontos 2.1 - Ponto-final (.) É usado ao final de frases para indicar uma pausa total: a) Não quero dizer nada. b) Eu amo minha família. E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs. 2.2 - Ponto de Interrogação (?) O ponto de interrogação é usado para: a) Formular perguntas diretas: Você quer ir conosco ao cinema?
  • 21. 21 Desejam participar da festa de confraternização? b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada situação: O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação) Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa) Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa) 2. 3 – Ponto de Exclamação (!) Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias: a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto: Iremos viajar! (entusiasmo) Foi ele o vencedor! (surpresa) Por favor, não me deixe aqui! (súplica) Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto) Seja rápido! (ordem) b) Depois de vocativos e algumas interjeições: Ui! que susto você me deu. (interjeição) Foi você mesmo, garoto! (vocativo) c) Nas frases que exprimem desejo: Oh, Deus, ajude-me! Observações dignas de nota: * Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe: Que que eu posso fazer agora?! * Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note: Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo. 3. Ponto e vírgula (;) É usado para: a) separar itens enumerados: A Matemática se divide em: - geometria; - álgebra; - trigonometria; - financeira.
  • 22. 22 b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão. 4. Dois-pontos (:) É usado quando: a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala: Ele respondeu: não, muito obrigado! b) se quer indicar uma enumeração: Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à professora. 5. Aspas (“”) São usadas para indicar: a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09) b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”. 6. Reticências (...) São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando: a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa, O bem que neste mundo mais invejo? O brando ninho aonde o nosso beijo Será mais puro e doce que uma asa? (...) b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade... c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal... 7. Parênteses ( ) São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas). 8. Travessão (–) O travessão é indicado para: a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo: - Quais ideias você tem para revelar? - Não sei se serão bem-vindas. - Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto. b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses: Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
  • 23. 23 Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado. c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra: O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada. Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo. 3 – Análise linguística – Estrutura Argumental Leia o enunciado abaixo: “46 vagas para a cidade de São Paulo o Google duas a de Belo Horizonte e abriu.” O enunciado lido anteriormente faz sentido? Claro que não! Porque não tem uma organização! Para se compor um enunciado é necessário organizar as palavras, se organiza as palavras do enunciado a partir da Estrutura Argumental do verbo. O Verbo é a principal palavra do léxico, pois é em torno dele que as outras palavras juntam-se. O sentido do verbo exerce uma força “gravitacional” sobre as outras palavras para assim ter sentido pleno. “O Google abriu 46 vagas para a cidade de São Paulo e duas para a de Belo Horizonte.” 1 – Qual é o verbo do enunciado? 2 – Quais as palavras selecionadas pelo verbo? 1 – Verbo: Abrir 2 – Argumentos: 1º O Google e 2º 46 vagas. Sentido-tipo dos Verbos e Seleção do número de Argumentos 1 - Há VERBOS que selecionam só um Argumento, é o caso de: Morrer, Dormir, Comer, Andar, Viver, Nadar, Pular, Aparecer, Sumir e etc... Percebam que esses Verbos têm um sentido comum entre eles, todos indicam (SEMÂNTICA) algum tipo de movimento ou processo que se passam num organismo vivo ou indicam entrada ou saída de cena. Assim, temos: Fabricio dormiu na sala de aula! Cidinha comeu na lanchonete. Renato andou no bosque. Pedro vivi em Goiânia. Getúlio apareceu aqui. 2 – Na grande maioria, os VERBOS da língua portuguesa selecionam dois argumentos, é o caso de: Gostar, Amar, Perguntar, Comprar, Fazer, Conhecer e etc Percebam que esses Verbos têm um sentido comum entre eles, todos indicam (SEMÂNTICA) a ideia de realização de algo, relação psicológica de um ser inteligente. Exemplo: Às vezes eu ligo o rádio. (Ação realizada por um agente sobre um objeto) Mamãe fez uma torta de morango. (Ação que resulta na existência de um objeto) Eu nunca gostei de roupa vermelha. (Relação psicológica entre um ser inteligente com o objeto)
  • 24. 24 3 - Há VERBOS que selecionam até três ARGUMENTOS, é o caso de: Levar, Voltar, Trazer, Entregar, Transferir, Receber e etc Percebam que esses VERBOS indicam (SEMÂNTICA) a ideia de transferência. Exemplo: Maria levou a roupa a Pedro. Lucas entregou os livros à Carla. Carla receberá os livros de Lucas. 4 - E por fim, há VERBOS que não pedem ARGUMENTOS, é o caso de: Chover, Trovejar, Ventar, Garoar, Relampejar, Haver, Existir e etc. Percebam que esses VERBOS indicam (SEMÂNTICA) fenômenos meteorológicos ou existência de algo. Exemplo: Esse últimos dias têm chovido muito! Nossa! Ventou muito essa noite! Há vários estudantes nessa sala. Existem alunos maravilhosos aqui. Atividade Leia a Reportagem abaixo e aponte cinco verbos que indicam transferência e 4 que indicam movimento ou processo. Desses verbos apontados, diga a Estrutura Argumental de pelo menos 3 verbos. Diretor dá dicas para quem sonha em trabalhar no Google O brasileiro Hugo Barra foi o diretor da empresa que apresentou ao mundo o novo tablet Nexus 7. Aparelho será vendido a US$ 199 no Estados Unidos 29/06/2012 15h19 - Atualizado em 17/08/2012 17h41 A gigante da informática Google inaugurou uma nova fase: passou a ser produtora de hardware. A empresa lançou na última quarta-feira (27) seu novo tablet, o Nexus 7, em Mountain View, na California. E quem apresentou essa novidade ao mundo foi o brasileiro Hugo Barra, que é o diretor mundial do Android, o sistema operacional da Google. Em entrevista ao Conta Corrente, da Globo News, Hugo disse que o posicionamento do Nexus no mercado é extremamente amplo. “É o primeiro tablet de sete polegadas com processador de quatro cores e tela HD. Nunca se fez um aparelho como este no mercado. E o mais bacana é o preço: nos Estados Unidos será vendido a US$ 199”, garante Hugo. Segundo a Google, o novo tablet ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, mas Hugo garante que o país está entre as prioridades da empresa. “O Brasil é um mercado em ascensão, o número de aparelhos com android entre junho do ano passado e hoje cresceu seis vezes. O país está se tornando um dos maiores mercados do mundo no android”, afirma. Para os jovens programadores que sonham em trabalhar na Google, Hugo avisa que o escritório da empresa em Belo Horizonte é um dos maiores do mundo e o recrutamento é sempre intenso. E deu algumas dicas para os interessados: 1 – Seja extremamente ambicioso 2- Aprenda rápido, o mundo de tecnologia corre em velocidade extrema
  • 25. 25 3 – Estude muito. O Google tem valores acadêmicos elevados e acha importante que as pessoas tenham uma capacidade intelectual. 4- Amplie seus conhecimentos. Não basta saber engenharia e programação, procuramos um perfil mais amplo, que não pensa só no produto, mas também no mercado, como a parte de design Gênero Textual CONTO O primeiro beijo Clarice Lispector Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme. - Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples: - Sim, já beijei antes uma mulher. - Quem era ela? - perguntou com dor. Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer. O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros. E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca. E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engolia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo. A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava. E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto sua sede era de anos. Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando. O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos. De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos. Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água. E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
  • 26. 26 Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua. Ele a havia beijado. Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido. Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil. Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele... Ele se tornara homem. 1 – Características do Conto Não sendo por acaso seu nome, o Conto teve início junto com a civilização humana. As pessoas sempre contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado. Isto se dá porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto como uma forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora. Além de utilizar uma linguagem simples, direta, acessível e dinâmica o conto é a narração de um fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja tão comum. Essa praticidade tem atraído leitores de todas as idades e níveis intelectuais. Inclusive aqueles que não têm o costume de ler ou que ainda estão começando a adquirir este hábito. Não é um texto denso por isso é tão bem aceito em diversos tipos de meios de comunicação, não somente através dos livros. Extensão O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que determinadas narrativas de longa duração sejam também contos por suas características estruturais, pode-se considerar que estes casos estão aí para confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto. E porque curto, conciso. Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura. Um conto deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras. Linhas Dramáticas Enquanto que num romance pode haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é única. Não há a possibilidade da dispersão no desenvolvimento da estória, dado as características de concisão do conto. Tempo O conto não tem muito espaço para idas e vindas ao tempo. A utilização de recursos como o flashback é rara, permanecendo a narrativa quase sempre em uma única linha de encaminhamento temporal. Espaço Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto! – são restritos, podendo o autor os reduzir ao mínimo indispensável para a sua contextualização espacial. Esta pode até ser, em alguns casos, inexistente. Final enigmático
  • 27. 27 Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até mesmo sem um desenvolvimento flagrante. Seus contos são mais contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes sem nexo aparente. O mais comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução. O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o escritor lhe fornece a catarse – a risada, o susto, a surpresa. 2 – Aspectos Textuais – Elementos de Enredo A narrativa ficcional reveste-se de elementos linguísticos próprios que são formas utilizadas para a construção dessa vertente de texto. São eles: 1 – Narrado – É uma construção linguística! É a voz que explana os fatos. Narrador é diferente de autor. Existem tipos de narrador: 1 – o Narrador-personagem participa da história (Expressão linguística – Verbos em primeira pessoa); 2 – Narrador-observador expõem a história (Expressão linguística – Verbos em terceira pessoa); 3 – O narrador-onisciente conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. 2 – Tempo – Momento que se passa os fatos, temporalidade marcada; 3 – Espaço – Local onde se passa os fatos; 4 – Personagens – Seres que participam de um forma ou de outra das ações; 5 – Enredo – Esquema quinario: Equilíbrio – Quebra de Equilíbrio – Conflito – Clímax – Desfecho. ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL O Conto é um gênero discurso narrativo que se caracteriza pelo caráter ficcional e elementos específicos. Produza um Conto com a temática: Amar em encontros e desencontros, voltado para um público predominantemente feminino. Atente-se para as características do gênero textual e os elementos da narração. Leve em consideração os textos da coletânea (Filmes: Curta- metragem). 3 – Análise Linguística – Usos do Substantivo e Artigo Na produção textual, os Substantivos são as palavras do léxico utilizadas para fazer referência a seres existentes no plano material ou psicológico. Os substantivos são nomes de pessoas, lugares, objetos, condições psicológicas entre outros. Existem substantivos que são determinados e não determinados. 1 – O Uso de determinantes (Substantivo próprio) Uso determinante - Artigo definido - Há determinados substantivos próprios (determinados) que se empregam sem artigo definido: Deus é testemunha. Deus te ouça. - Certas subclasses de nomes geográficos sempre se empregam com artigo. São, por exemplo, os nomes de regiões, oceanos, mares, rios, lagos. É necessário que se diga, porém, que o Nordeste nem sempre foi isso que hoje somos. No Morumbi, o São Paulo venceu o Botafogo.
  • 28. 28 - Há substantivos que sempre se usam com artigo como, por exemplo, os nomes de órgão da impressa, obras de arte e marcas de produtos. A Folha de São Paulo noticiou os fatos. Entramos no Opala e voltamos para casa. 2 - O uso de Modificadores 1 – Uma oração O Breno que eu conheci era ajustado. O Mauro que eu via agora. 2 – Especificador Governar não é fácil nem é cômodo no Brasil de hoje. 3 – Modificador É com um sentimento de especial amizade para com sua nobre pátria. A Alemanha atualmente está mais interessada em auxiliar a antiga Alemanha oriental. Atividade em Grupo de Estudo Leia o Conto abaixo. Um problema difícil Pedro Bandeira Era um problema dos grandes. A turminha reuniu-se para discuti-lo e Xexéu voltou para casa preocupado. Por mais que pensas se, não atinava com uma solução. Afinal, o que poderia ele fazer para resolver aquilo? Era apenas um menino! Xexéu decidiu falar com o pai e explicar direitinho o que estava acontecendo. O pai ouviu calado, muito sério, compreendendo a gravidade da questão. Depois que o garoto saiu da sala, o pai pensou um longo tempo. Era mesmo preciso enfrentar o problema. Não estava em suas mãos, porém, resolver um caso tão difícil. Procurou o guarda do quarteirão, um sujeito muito amigo que já era conhecido de todos e costumava sempre dar uma paradinha para aceitar um cafezinho oferecido por algum dos moradores. O guarda ouviu com a maior das atenções. Correu depois para a delegacia e expôs ao delegado tudo o que estava acontecendo. O delegado balançou a cabeça, concordando. Sim, alguma coisa precisava ser feita, e logo! Na mesma hora, o delegado passou a mão no telefone e ligou para um vereador, que costumava sensibilizar-se com os problemas da comunidade. Do outro lado da linha, o vereador ouviu sem interromper um só instante. Foi para a prefeitura e pediu uma audiência ao prefeito. Contou tudo, tintim por tintim. O prefeito ouviu todos os tintins e foi procurar um deputado estadual do mesmo partido para contar o que havia. O deputado estadual não era desses políticos que só se lembram dos problemas da comunidade na hora de pedir votos. Ligou para um deputado federal, pedindo uma providência urgente. O deputado federal ligou para o governador do estado, que interrompeu uma conferência para ouvi-lo. O problema era mesmo grave, e o governador voou até Brasília para pedir uma audiência ao ministro. O ministro ouviu tudinho e, como já tinha reunião marcada com o presidente, aproveitou e relatou-lhe o problema. O presidente compreendeu a gravidade da situação e convocou uma reunião ministerial. O assunto foi debatido e, depois de ouvir todos os argumentos, o presidente baixou um decreto para resolver a questão de uma vez por todas. Aliviado, o ministro procurou o governador e contou-lhe a solução. O governador então ligou para o deputado federal, que ficou muito satisfeito. Falou com o deputado estadual, que, na mesma hora, contou tudo para o prefeito. O prefeito mandou chamar o vereador e mostrou-lhe que
  • 29. 29 a solução já tinha sido encontrada. O vereador foi até a delegacia e disse a providência ao delegado. O delegado, contente com aquilo, chamou o guarda e expôs a solução do problema. O guarda, na mesma hora, voltou para a casa do pai do Xexéu e, depois de aceitar um café, relatou-lhe satisfeito que o problema estava resolvido. O pai do Xexéu ficou alegríssimo e chamou o filho. Depois de ouvir tudo, o menino arregalou os olhos: - Aquele problema? Ora, papai, a gente já resolveu há muito tempo! Atividade 1) O Conto lido anteriormente apresenta os elementos da narrativa-ficcional. Analise e aponte: a) Qual o tipo de narrador é colocado no texto? Qual funcionalidade do uso desse tipo narrador no texto? b) Aponte o momento que caracteriza o clímax do enredo do texto. 2) Faça um quadro apontando os substantivos determinados e os substantivos não determinados presentes no texto Gênero textual RELATÓRIO RELATÓRIO SOBRE VISITA PEDAGÓGICA À USINA SAPUCAIA Identificação Relatório n° ½ Data: 30 de março de 2011 Assunto: Visita à Usina Sapucaia. Relatores: Lucas Wagner de Azevedo Gomes e Mateus Pereira de Almeida Apresentação Atendendo à solicitação do professor de Operações Industriais do Curso de Instrumentação Industrial, fazemos, em seguida, relatório das atividades desenvolvidas durante visita técnica à Usina Sapucaia. Objetivos Observar o processo de fabricação de açúcar em uma usina. Conhecer os equipamentos usados nesse processo. Programa (Roteiro) Saída da escola às 8 h e retorno às 17 h. Chegada à usina às 10 h, visita aos diversos setores do processo de fabricação de açúcar. Almoço às 12 h e lanche às 15 h. Desenvolvimento Dirigimo-nos à Usina e fomos recebidos pelo engenheiro responsável pela produção. Após colocarmos os capacetes de segurança, começamos a conhecer o processo de produção de açúcar – iniciado no corte de cana, seleção e lavagem. Em seguida, percorremos os setores de esteiras, moagem de cana, laboratórios de análise desacarose e os fornos onde o açúcar é produzido. Visitamos o setor de ensacagem de açúcar e o armazém. Encerrada a visita, retornamos à escola. Conclusão Foi de muita importância a visita para nossa formação, pois pudemos verificar in loco as diversas etapas de fabricação do açúcar e também os variados equipamentos usados. Esperamos que outras visitas sejam realizadas Campos dos Goitacases, 30 de março de 2013 Lucas W. A. Gomes Mateus P. de Almeida
  • 30. 30 1 – Característica do Gênero textual Relatório O QUE É? É um gênero textual escrito que narra ou descreve atos ou fatos referentes a uma instituição, empresa ou entidade, em que devem constar análise e apreciação de quem o produz. Existem relatórios que são produzidos em decorrência de normas legais, administrativas ou estatutárias e são apresentados dentro de prazos e modelos previamente estabelecidos. COMO FAZER? Utilizaremos como exemplo um Modelo-Síntese de Relatório Técnico Científico. Este modelo de relatório é mais utilizado por empresas e entidades. Vamos conhecer um pouco sobre ele. Conceito: é o documento elaborado com a finalidade de avaliar o desempenho de um a empresa, entidade, instituição ou equipamentos. A sua elaboração é essencial para acompanhar e melhorar o funcionamento destas organizações. É através do relatório que o dirigente ou gestor toma conhecimento dos dados e informações relativos às diversas áreas da organização e de suas atuações. • A redação do relatório deve utilizar uma linguagem mais técnica referente à área de atuação da organização, porém, sua linguagem deve ser clara e objetiva; • A apresentação das informações e dos dados é feita de forma descritiva, devendo-se fazer, também, uma análise dos fatos ocorridos; • Em sua elaboração é comum a utilização de tabelas e gráficos, que têm o objetivo de sintetizar os dados e informações, bem como, ilustrar fenômenos ocorridos. 2 – Aspecto Textual – Persuasão Persuadir (do lat. persuadere) é o mesmo que convencer, levar alguém a crer, a aceitar ou decidir (fazer algo), sem que daí decorra, necessariamente, uma intenção de o iludir ou prejudicar, tão pouco a de desvalorizar a sua aptidão cognitiva e acional. Pelo contrário, o ato de persuadir pressupõe um destinatário que compreenda e saiba avaliar os respectivos argumentos, o que implica reconhecer o seu valor como pessoa, como centro das suas próprias decisões. Não subscreveríamos, por isso, a afirmação de Pedro Miguel Frade de que “o discurso persuasivo parte sempre, em primeira mão, de uma desqualificação mais ou menos assumida das capacidades e dos propósitos do outro”. Porque na “interação a dois” (a que este mesmo autor se refere), a persuasão não tem que significar a desqualificação do persuadido mas sim um confronto de opiniões, onde os argumentos ou razões invocadas tanto podem merecer acolhimento como serem liminarmente refutados. Como em tantas outras situações comunicacionais, a manipulação sempre pode instalar-se nos discursos persuasivos. Condenar, porém, a persuasão em abstrato, seria um juízo a priori muito semelhante ao de admitir uma ilicitude sem ilícito. Produção Textual Suponha que você como técnico na área de informação seja mandado para a empresa de fabricação de computadores com a responsabilidade de elaborar um Relatório Técnico Científico sobre o processo de produção dessas máquinas. Atende-se para as características do gênero Relatório. Mobilize a sequência narrativa, descritiva e argumentativa para conduzir seu superior para a adoção ou não dessa máquina na empresa. 3 – Análise Linguística – Temporalidade O tempo em português, diz respeito à localização cronológica e certas flexões do verbo. Convém distinguir entre a palavra tempo, referente verbo, um conjunto de flexões, tempo verbal, uma subdivisão da morfologia do verbo, a uma forma gramatical de determinado verbo; e a expressão referencial temporal, referente à realidade física ou psicológica que a língua corrente chama de tempo, e em particular à localização dos eventos num certo espaço cronológico, tudo aquilo
  • 31. 31 que podemos descobrir respondendo à pergunta “quando?”. Para entender a diferença entre essas noções, observe o exemplo. (1) A água ferve a 100 graus no nível do mar. O tempo desse enunciado é o presente e não decorre, porém, que sua referência temporal seja uma referência presente: quando o locutor enuncia (1) não pretende afirmar que naquele mesmo instante, alguma porção de água está fervendo a 100 graus em alguma cidade praiana (Se essa fosse a intenção, ele diria A água está fervendo a 100 graus). O enunciado (1) é uma lei da física e as leis, embora sejam usualmente enunciadas no tempo presente, têm uma referência temporal indefinida; no caso aqui mostrado, estabelece uma relação hipotética entre o que acontece com a água, o termômetro e a pressão atmosférica, e essa relação vale de maneira geral. Nessa oportunidade, pretende-se explicitar o modo com os tempos contribuem para estabelecer uma referência temporal e buscar informações sobre a referência temporal em vários pontos da sentença, não apenas nos tempos do verbo. Categoria do tempo Tempo no plano da linguagem: trata-se de morfemas, palavras e construções gramaticais - VERBO Tempo no plano real: registro de fatos com determinadas relações cronológicas – CIRCUNSTÂNCIADORES TEMPORAIS Exemplos Pedro completa trinta anos hoje. (presente encerrado) Pedro completa trinta anos no mês que vem. (Futuro encerrado) Em 1500, Cabral descobre o Brasil. (Presente – Passado Encerrado) O bebê dormiu (=adormeceu) pouco antes da meia noite. (Passado encerrado) O bebê dormiu (=esteve dormindo) da meia noite até o dia seguinte. (Passado contínuo) Três momentos estruturais na descrição do tempo 1 – O momento de fala: situação de enunciado, o contexto (o agora) em que a fala está sendo produzida; 2 – O momento do evento ou do acontecimento: momento da realização do estado de coisa descrito pelo verbo; 3 – O momento de referência: momento que o locutor toma como referência para situar o estado de coisa. Atividade em Grupo de Estudo SITUAÇÃO-PROBLEMA - 1 Jorge está participando de um processo seletivo para uma vaga de emprego numa grande empresa nacional. Na penúltima etapa do processo, Jorge precisa escrever uma Carta de Apresentação. Leia a Carta abaixo: ________________________________________________________________________________ Goiânia, 24 de abril de 2012. À Comer Faz Bem LTDA Prezado senhor, Estou me candidatando à vaga de Auxiliar Administrativo existente em seu quadro de pessoal, conforme anúncio publicado no dia 22 de abril de 2012, enviando em anexo meu currículo. Dentre minhas características profissionais destacam-se o perfeccionismo, dedicação, facilidade de interação com o grupo, responsabilidade. Busco minha efetivação no mercado, para desenvolver de um trabalho objetivo e gerar bons resultados, propiciando o crescimento da empresa.
  • 32. 32 No aguardo de contato, coloco-me à disposição para prestar maiores esclarecimentos. Atenciosamente, Jorge Santana ________________________________________________________________________________ Qual a temporalidade mais recorrente Jorge utilizou no seu texto? Essa escolha foi acertada? Justifique a escolha da temporalidade presente nesse gênero textual. SITUAÇÃO-PROBLEMA 2 A Reportagem que vocês lerão a seguir foi retirada da Revista Galileu de Julho de 2008 e trata do trabalho. Discuta com seus colegas do grupo como cada um vê as condições de trabalho hoje. O futuro do trabalho Esqueça os escritórios, os salários fixos e a aposentadoria. Em 2020, você trabalhará em casa, seu chefe terá menos de 30 anos e será uma mulher. Admita: você também não gosta de trabalhar. Passar o dia inteiro sob luzes fluorescentes, t mando café ruim, sentado em uma cadeira desconfortável e usando um computador velho certamente não faz parte do sonho de infância de ninguém. Admita. E não se sinta culpado. Nossos ancestrais - que nem conheciam as torturas de um escritório - também não eram muito chegados a essa história de trabalho. Para gregos e romanos, colocar a mão na massa era considerada tarefa das classes inferiores e escravos . Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma e autor do livro O Ócio Criativo, que defende uma abordagem mais lúdica do trabalho, apontou um ponto de convergência em todas as religiões: em nenhuma delas se trabalha no Paraíso. "Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia", afirma. Ou seja, alguma coisa está errada, e não é de hoje. Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes conglo-merados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos. "Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?", diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The Pleasures and Sorrows of Works (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil). Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso. O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar a redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção. Será a era do trabalho freelance, colaborativo e, de certa forma, inseguro. Também será o tempo de mais conforto, cuidado com a natureza e criatividade. A globalização e os avanços tecnológicos (alguns deles já estão disponíveis hoje) vão tornar tudo isso possível. E uma nova geração que vai chegar ao comando das empresas, com uma presença feminina cada vez maior, vai colocar em xeque antigos dogmas. Para que as empresas vão pedir nossa presença física durante oito horas por dia se podem nos contatar por videoconferência a qual quer instante? Para que trabalhar com clientes ou fornecedores apenas do seu país se você pode negociar sem dificuldades com o mundo inteiro? Imagine as possibilidades e verá que o mercado de
  • 33. 33 trabalho vai ser bem diferente em 2020. O emprego vai acabar. Vamos ter que nos adaptar. Mas o que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso. Perceberam que o texto apresenta predominantemente duas temporalidades marcadas no decorrer da sua composição? Justifique o uso dessas duas temporalidades nessa Reportagem Gênero Textual CRÔNICA Crônica do Amor Arnaldo Jabor Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim.
  • 34. 34 Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa. 1 – Característica do gênero textual Crônica A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações tomadas pelas personagens. Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor. O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas. Como exposto acima, há vários motivos que levam os leitores a gostar das crônicas, mas e se você fosse escrever uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esquematizada as características da crônica: • Narração curta; • Descreve fatos da vida cotidiana; • Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico; • Possui personagens comuns; • Segue um tempo cronológico determinado; • Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens; • Linguagem simples. Portanto, se você não gosta ou sente dificuldades de ler, a crônica é uma dica interessante, pois possui todos os requisitos necessários para tornar a leitura um hábito agradável! Alguns cronistas (veteranos e mais recentes) são: Fernando Sabino, Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Ernesto Baggio, Lygia Fagundes Telles, Machado de Assis, Max Gehringer, Moacyr Scliar, Pedro Bial, Arnaldo Jabor, dentre outros. 2 – Aspectos Textuais - Exposição O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição e a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação; caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível.
  • 35. 35 Quando se trata de temas polêmicos, a apresentação de argumentos se faz necessária para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente e deve ser compreendido por diferentes tipos de pessoas. O texto expositivo pode apresentar recursos como a: - instrução, quando apresenta instruções a serem seguidas; - informação, quando apresenta informações sobre o que é apresentado e/ou discutido; - descrição, quando apresenta informações sobre as características do que está sendo apresentado; - definição, quando queremos deixar claro para o nosso leitor do que, exatamente, estamos falando; - enumeração, quando envolve a identificação e apresentação sequencial de informações referentes àquilo que estamos escrevendo; - comparação, quando o autor quer garantir que seu leitor irá compreender bem o que ele quer dizer; - o contraste, quando, ao analisar determinada questão, o autor do texto deseja mostrar que ela pode ser observada por mais de um ângulo, ou que há posições contrárias. 3 – Análise Linguística – Uso dos Pronomes Pessoais As elucidações que se firmam mediante o assunto posto em discussão convidam-nos a refletir acerca de um importante aspecto, que se deve ao fato de os pronomes pessoais indicarem uma das três pessoas do discurso, tanto do singular quanto do plural, ou seja: EU/NÓS – A PESSOA QUE FALA TU/VÓS – A PESSOA COM QUEM SE FALA ELE/ELES – A PESSOA DE QUEM SE FALA Quanto à função que desempenham, podem se classificar como pronomes pessoais do caso reto, ora funcionando como sujeito da oração. Assim, vejamos: EU TU ELE/ELA NÓS VÓS ELES/ELAS Eu gosto muito de você. (sujeito simples) Atuando como complemento verbal (objeto direto ou indireto, agente da passiva, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal), classificam-se em pronomes pessoais do caso oblíquo, subdividindo-se em átonos e tônicos. Constatemos, pois: Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Essas encomendas foram entregues a mim. (objeto direto) Gostaria de lhe agradecer pelo favor. (objeto indireto) Pronomes eu/tu – mim/ti
  • 36. 36 No que tange a tais pronomes, “eu” e “tu” desempenharão sempre a função sintática de sujeito, assim como nos exemplos: Eu aceito o pedido de desculpas. (sujeito) Já os pronomes “mim” e “ti” exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva, adjunto adverbial e sujeito acusativo, como evidenciado abaixo: Não cabe a mim tomar essa decisão. (objeto indireto) Essa decisão foi favorável a ti. (complemento nominal) Pronomes se/si e consigo Os pronomes em questão somente se classificam como reflexivos ou recíprocos – razão pela qual são empregados na voz reflexiva e na voz reflexiva recíproca. São exemplos: Se você não se cuidar poderá ficar doente. São egoístas as pessoa que só pensam em si. Ela trouxe consigo lembranças de onde esteve. Com nós, com vós, conosco e convosco Por mais que pareçam estranhas as formas “com nós” e “com vós”, elas podem ser perfeitamente aplicáveis se à frente delas estiver indicando uma palavra que represente “somos nós” ou “quem sois vós”, assim como nos atestam os exemplos abaixo: Falaram com nós todos acerca das mudanças que iriam ocorrer. Desistiu de sair com nós dois por quê? De ele ou dele? Do ou de o? Chegou o momento de ele decidir se permanece ou não. O fato de o professor não ter explicado representa o descompromisso. Quanto às funções sintáticas desempenhadas pelos pronomes oblíquos átonos “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”, essas podem assim se evidenciar: * Objeto direto: Encontrei-o perambulando por aí. (encontrei quem? – ele) * Objeto indireto: Peço-lhe desculpas. (peço desculpas a quem? A ele/ela) * Adjunto adnominal: Na confusão roubaram-me os pertences. (os meus pertences) * Complemento nominal: Foi-lhe favorável a sentença. (favorável a ele/ela) * Sujeito acusativo: quando se manifestarem em um período composto formado pelos verbos “mandar, fazer, deixar, sentir, ouvir”, entre outros: Mande-me o relatório da empresa. Gênero Textual SEMINÁRIO 1 – Característica do gênero textual Seminário O que é um seminário? O seminário é um método de estudo. De acordo com alguns autores, o objetivo último de um seminário é levar todos os participantes a uma reflexão aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe. Sendo assim, todos os participantes têm de ter contato com o texto
  • 37. 37 básico e saber substituir o colega encarregado de determinado tópico. Todos devem saber a mensagem central do texto. (Se for literário ou não, leitura integral). Igualmente, todos devem estar preparados para julgamento e crítica do texto, além de estar preparados para fazer perguntas sobre o texto para os ouvintes (instigando o raciocínio dos participantes). Roteiro de um seminário 1. Deve-se apresentar material impresso com o tema desenvolvido. No caso de textos literários, resumo da biografia do autor, do texto em questão e da ideia central do texto. Deve haver um trecho do texto, escolhido pelo grupo como central, sobre o qual se deve fazer uma leitura em voz alta. 2. Faça um roteiro do que será falado (incluindo os temas do texto). No caso de ser um texto literário: resumo sobre autor, estilo, obra e temática problematizada da obra em questão. 3. Faça um roteiro de leitura (escrito), com síntese dos momentos lógicos essenciais do texto. 4. Bibliografia: no caso da literatura, dicionários, obras clássicas de abordagem da história da literatura, etc. Recursos audiovisuais A linguagem predominante em um seminário é a verbal. Isso não significa que não se possa fazer uso de outros recursos, como os audiovisuais, por exemplo. Retroprojetor, filmes, slides, cds e data show podem (e devem!) ser usados numa apresentação, desde que não substituam a exposição oral. Lembre-se de que tais recursos são apenas apoios. Postura do(s) apresentador(es) O apresentador deve falar em pé, com o esquema nas mãos, olhando para o público como um todo, devendo permanecer sempre de frente para a plateia, mesmo quando usar a lousa, o retroprojetor ou o data show. A fala do apresentador deve ser modulada, ou seja, alta, clara, bem articulada e com entonação variada, para que a explicação não fique monótona. Se consultar o roteiro, o apresentador deve fazê-lo sem baixar excessivamente a cabeça, para que a voz não se volte para o chão, prejudicando, assim, a audiência. O apresentador deve se mostrar seguro do tema estudado. Além disso, estar atento ao tempo previsto para sua apresentação. A oralidade Embora a modalidade usada nos seminários seja, obviamente, a falada, recomenda-se que o apresentador evite certos usos da linguagem oral, tais como os marcadores conversacionais né?, tá?, ahn..., pois, devido ao fato de o seminário ser uma atividade mais formal, tem-se a predominância da variedade padrão da língua, havendo, assim, certa proximidade com a escrita. Últimas considerações - Prepare tudo como se fosse assistir ao seu próprio seminário. - Prepare tudo como se os ouvintes fossem alunos que nada sabem sobre o conteúdo. - Não leia fichas apenas, mas apresente após decorar, treinar, ensaiar. - Ignore o professor e fale para a plateia. - Jamais apresente o seminário se não estiver a par de todos os tópicos, incluindo o vocabulário (no caso da literatura, sobretudo o vocabulário do texto). - Dificuldades enfrentadas pelo grupo podem fazer parte das conclusões. Trabalho de Pesquisa e Apresentação de Seminário Tema: (a definir)