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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 18 - Número 1 - 1º Semestre 2018
DIAGNÓSTICO DAS PLANTAS CULTIVADAS E PRINCIPAIS PROBLEMAS
FITOSSANITÁRIOS EM SUMÉ - PB
André Gonçalves Bezerra Junior1
; Ana Carolina Monteiro da Silva2
; Ranoel José de Sousa Gonçalves3
; Maria
Zilderlânia Alves4
; José Renato Guimarães5
; Antônio Lino dos Santos Neto6
RESUMO
Este trabalho foi realizado com o objetivo de identificar as principais espécies vegetais cultivadas no
município de Sumé–PB, conhecer seu sistema de manejo, diagnosticar e disponibilizar informações
sobre os problemas fitossanitários causadores de danos econômicos. O levantamento dos dados foi
realizado nas propriedades e/ou assentamentos rurais da região do município de Sumé–PB. Para tanto,
uma amostragem o mais representativo possível foi realizado entre as propriedades e/ou assentamentos
rurais identificados na base de dados da Secretaria de Agricultura do Município de Sumé–PB. As
visitas foram feitas de forma aleatória onde se aplicou um questionário. As espécies vegetais mais
plantadas são: Alface (Lactuca sativa), Coentro (Coriandrum sativum), couve (Brassica oleracea) e
Mamão (Carica papaya). A produção agrícola na região de Sumé–PB com as espécies vegetais
cultivadas apresenta característica de uma agricultura de subsistência e de natureza familiar. A doença
Cecorporiose [Cercospora longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas com alface foi o problema
fitossanitário causador de maiores perdas na produção. Há uma necessidade de maior apoio técnico e
científico para alavancar o cenário da exploração agrícola das principais espécies cultivadas no
município, possibilitando que esta atividade gere produtos de qualidade sem riscos a saúde, tanto ao
produtor como consumidor.
Palavras-chave: Fitopatologia, Pragas, Agrotóxicos, Economia familiar.
DIAGNOSIS OF CULTIVATED PLANTS AND MAIN PHYTOSANITARY
PROBLEMS IN SUMÉ - PB
ABSTRACT
This work was realized with the objective to identify the main species cultivated plant in the city of
Sumé-PB, know your system management, diagnosticate and provide information about the
phytosanitary problems causing economic damage. The survey the damage was done in the properties
and/or rural settlements in the region of the city Sumé-PB. Therefore, a representative sample to the
possible was made between the properties and/or rural settlements problem identified in the database
of the Secretary of Agriculture of Sumé-PB. The visits were made at random where the questionnaire
was applied. Most species were cultivated lettuce (Lactuca sativa), Coriander (Coriandrum sativum),
cauliflower (Brassica oleracea) and Papaya (Carica papaya). Agricultural production in the region of
Sumé-PB with the cultivated plant species has a characteristic of subsistence agriculture and family
nature. The disease Cecorporiose [Cercospora longissima (Sacc.) Cuccini] in the areas cultivated with
lettuce phytosanitary problem was the major cause of lost production. There is a necessity of greater
technical and scientific support to leverage the farm scenario the main species cultivated in the city, so
make it possible for this activity to generate quality products and without risks to health, both the
producer and consumer.
Keywords: Phytopathology, Pests, Pesticides, Family economics.
78
INTRODUÇÃO
A produção agrícola é influenciada por
vários fatores dentre os quais as pragas, doenças
e as plantas companheiras destacam-se por
reduzir a produção de alimentos e outros bens
indispensáveis à sobrevivência e o bem-estar dos
homens. De acordo com a FAO, de 35% das
perdas na agricultura são devidas aos insetos
(14%), às doenças (12%) e plantas companheiras
(9%). Podendo ainda essas perdas por problemas
fitossanitários agravar-se nos países em
desenvolvimento. (CONCEIÇÃO, 2003). Por
exemplo, no Brasil, o vira-cabeça do tomateiro
causado por vírus do gênero Tospovirus causam
danos em cultivos comerciais extremamente
altos, com incidência em torno de 50 a 90%,
principalmente no período favorável à
proliferação do tripes vetor (KUROZAWA &
PAVAN, 2005).
Apesar do sistema de manejo de culturas
influenciarem na ocorrência dos organismos que
reduzem a produção (KATHIRESAN, 2007), a
grande maioria dos produtores resolve os
problemas fitossanitários através de diversos
métodos de controle, tais como, cultural,
biológico, genético, físico e químico, sendo este
último o mais utilizado, devido a sua facilidade
de aplicação e eficiência no controle. O Brasil é
um dos países que lidera o consumo mundial de
agrotóxicos, o que garantiu à sua indústria de
defensivos, em 2010, receitas da ordem de US$
7,4 bilhões, dos quais a maior parcela provém da
cultura da soja (ANVISA, 2011).
Com a expansão da Universidade Federal
de Campina Grande foi criado recentemente
(Agosto de 2009) o Centro de Desenvolvimento
Sustentável do Semiárido na cidade de Sumé-
PB. Essa ação possibilita um novo vínculo da
universidade com a comunidade no interior do
cariri ocidental da Paraíba, principalmente,
dentro de um enfoque de ensino, pesquisa e
extensão. Considerando essa trilogia, é
necessário conhecer o perfil agrícola da região
de Sumé no que diz respeito aos tipos de plantas
cultivadas e o manejo adotado no cultivo, os
problemas fitossanitários associados a estas
culturas, além do uso de agrotóxicos empregados
pelos produtores rurais da região.
Sabe-se que o conhecimento dos
problemas fitossanitários, assim como o uso
adequado dos agrotóxicos (principais produtos
químicos e suas dosagens), além da identificação
de doenças e pragas que causem danos
econômicos as principais culturas da região são
importantes para possibilitar uma produção de
alimentos de boa qualidade, mitigando o custo de
produção, preservando o meio ambiente e a
saúde humana.
É oportuno, comentar ainda, que na região
de Sumé-PB, estudos referentes aos assuntos,
brevemente expostos acima, não existem ou
estão restritos ao acesso pela comunidade
científica e que pesquisas dessa natureza são
indispensáveis para a tomada de decisões para
realização de futuros projetos de pesquisa que
contribua para a redução da aplicação abusiva de
agrotóxicos, bem como, o desenvolvimento da
agricultura na região.
Assim, o objetivo deste trabalho foi
identificar as principais espécies vegetais
cultivadas no município de Sumé – PB, conhecer
os sistemas de manejo, além de diagnosticar e
disponibilizar informações sobre os problemas
fitossanitários causadores de danos econômicos
destas.
MATERIAIS E MÉTODOS
O levantamento dos dados foi realizado
nas propriedades e/ou assentamentos rurais da
região do município de Sumé – PB. Para tanto,
uma amostragem o mais representativa possível
foi realizada entre as propriedades e/ou
assentamentos rurais identificados na base de
dados da secretária de agricultura do município
de Sumé – PB. Segundo os dados do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural
Sustentável - CMDRS tem-se 23 unidades
organizacionais relacionadas com algum tipo de
produção agrícola, sendo estas: DNOCS -
Perímetro Irrigado de Sumé, Associação de
Produtores Rurais Nossa Senhora da Conceição,
Associação Rural Beneficente Terra Vermelha,
Associação Agrícola em Desenvolvimento
Sustentável Universidade Camponesa,
Associação Comunitária de Riachão, Unidade
Municipal de Ensino Infantil e Ensino
Fundamental Luiz Marinho de Araújo,
Associação dos Produtores Familiares
Agroecológicos de Sumé, Associação
Comunitária do Sítio Oiti, Assentamento
Comunitário Rural Macambira Santa Rosa,
Angico Torto e Riacho da Roça, Associação
Rural Beneficente do Sítio Balanço, Associação
da Comunidade Olho D’água Branco,
Assentamento Rural Comunitário Santa Pau
D’arco e Caiçara, Assentamento Comunitário
dos Moradores Riacho Pedra Cumprida,
Assentamento dos Moradores Conceição e
Cacho de Baixo/Cima, Associação Pescadores
Agrícolas e Produtores Rurais de Sumé,
Associação Moradores e Usuários de Água da
Bacia do Açude de Sumé, Associação Casa do
Senhor - José David Leite, Associação dos
Apicultores de Sumé- Perímetro Irrigado Lote
32, Associação Comunitária de Laginha,
Associação Comunitária Rural de Santo
Agostinho, Associação Comunitária do Cincho,
Associação Comunitária Riacho das Porteiras,
Associação Comunitária do Sítio Conceição II.
É oportuno comentar, que das 23 unidades
organizacionais identificadas na base de dados
da secretária de agricultura do município de
Sumé – PB nem todas apresentam área com
alguma produção vegetal, pois oito destas têm
seus associados envolvidos apenas com a área de
produção animal. Assim, das 15 que apresentam
produtores e/ou assentados com alguma área de
cultivo com alguma espécie vegetal. As visitas
foram feitas aos proprietários e/ou assentados
rurais, selecionados ao acaso, e aplicado um
questionário (Anexo).
Além do levantamento por meio dos
questionários, os principais insetos e algumas
partes vegetais (folhas, caules e raízes infectados
por patógenos) foram foto-documentadas em
cada propriedade e posteriormente identificadas
as principais pragas e doenças ocorridas.
Após a identificação das pragas e doenças
foi realizada uma comparação dos possíveis
produtos químicos utilizados pelos produtores e
aqueles recomendados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e do Abastecimento
(MAPA) para os patógenos e para as culturas
específicas. Os dados foram tabulados e
analisados por meio da estatística descritiva.
Para a tabulação e construção de gráficos
utilizou-se o programa Excel da Microsoft Office
2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da aplicação dos
questionários foram obtidos por meio de
entrevistas a 46 produtores e/ou assentados que
apresentam alguma atividade de produção
vegetal. Inicialmente foi questionado o grau de
formação dos produtores, onde se observa que
50% deles são analfabetos, sendo na sua grande
maioria pessoas com idade acima dos 50 anos.
Apenas um entrevistado apresentou nível escolar
superior incompleto. O tempo médio de
atividade na área de produção variou de 1 a 68
anos, tendo produtores que desenvolve a
atividade de produção com alguma espécie
vegetal desde criança. Com relação à faixa de
renda dos produtores verifica que esta variou de
R$ 300,00 a R$ 3500,00, sendo que apenas 4%
dos agricultores apresentam uma renda acima de
R$ 1000,00, os quais tem sua área de produção
com o monocultivo do tomate o que elevou a
faixa de renda, pois entre os outros 96% dos
agricultores a renda variou de R$ 300,00 a R$
600,00. É importante comentar que apenas, esses
4% dos produtores com o monocultivo do tomate
tem sua renda total oriunda desta atividade,
sendo os demais com alguma outra fonte de
renda.
Todos os produtores apresentavam algum
sistema de irrigação em sua área de cultivo. As
áreas agricultáveis dos mesmos não
ultrapassavam os 6 ha, e ainda, sendo o sistema
de gotejamento o mais utilizado (61%). É bem
provável que a intenção a preferência desse
sistema seja devido a grande necessidade de
economia de água, uma vez que a escassez nessa
região é frequente, mas não é considerado um
dos sistemas de irrigação de menor preço de
aquisição. Outra vantagem da adoção desse
sistema de irrigação é que não favorece ao
ataque de pragas e doenças. Entretanto, 11%
utilizam à micro aspersão, 2 % aspersão e 26%
utilizam de outros sistemas como inundação,
principalmente nas produções de monocultivo.
Em relação às práticas ambientais, 98% dos
entrevistados possuem área verde natural nas
suas propriedades. Quando questionados sobre o
uso de queimadas, 89% se posicionaram no
sentido de não utilização dessa prática e 11% se
dizem utilizar, embora alguns tenham justificado
a queimada de algumas espécies como
mandacaru e xique-xique para alimentação
animal devido à estiagem naquela época do ano.
Com relação às espécies vegetais mais
cultivadas no município de Sumé, verifica-se que
96% dos produtores tem em sua área de cultivo
alguma produção com olerícolas, 78% frutíferas
e 28% com algum tipo de cultura anual (Figura
1). Nas propriedades visitadas, tem-se que em
sua grande maioria, a exploração é feita em
pequena escala e em essas áreas há o plantio com
mais de três espécies vegetais.
Figura 1 – Percentual de produtores e principais classes de
espécies vegetais cultivadas. CDSA, Sumé, PB, 2013.
Alguns resultados fornecem forte indício
de que a produção agrícola com as espécies
vegetais cultivadas tem uma característica de
uma agricultura de subsistência, sendo elas: a) A
área agricultável dos produtores variando de 0,5
a 6 hectares (ha), não sendo grandes áreas de
exploração, conforme já comentado
anteriormente, b) 90 % dos produtores fazem o
preparo do solo de suas áreas de forma braçal, c)
Em torno de 91% deles não fazem uso de
adubação química, d) aproximadamente 96 %
dos produtores comercializam sua produção nas
feiras livres ou em quitandas, e) mais de 46%
não fazem uso de sementes certificadas e f) mais
de 90% dos produtores não usam qualquer tipo
de produto químico para controlar praga e/ou
doença.
Assim, se consideramos agricultura de
subsistência como aquela em que, basicamente, a
plantação é feita geralmente em pequenas
propriedades (minifúndios), onde os
instrumentos agrícolas mais usados são a enxada,
foice e arado; sendo raramente utilizados tratores
ou outro tipo de máquina, e ainda, onde a
finalidade principal é a sobrevivência do
agricultor e de sua família, não para a venda dos
produtos excedentes, podemos inferir com certa
margem de segurança que a agricultura
predominante no município de Sumé é de uma
agricultura de subsistência.
É oportuno destacar que, em grande
maioria das propriedades visitadas a exploração
agrícola é desenvolvida apenas pelos membros
da família, tal observação, também, possibilita
suporte para caracterizar a agricultura
desenvolvida no município de Sumé com sendo
de natureza familiar, uma vez que, pode-se
definir agricultura familiar como sendo o cultivo
da terra realizado por pequenos proprietários
rurais, tendo como mão de obra essencialmente o
núcleo familiar, em contraste com a agricultura
patronal que utiliza trabalhadores contratados,
fixos ou temporários, em propriedades médias ou
grandes. Em conformação, Caporal (2009)
define a agricultura familiar brasileira como
sendo ao mesmo tempo, unidade de produção, de
consumo e de reprodução, além de funcionar
mediante uma lógica claramente distinta daquela
associada à agricultura empresarial capitalista.
No entanto, foi observado que em apenas duas
propriedades apresentavam-se como área de
monocultivo com a cultura do tomate (Solanum
lycopersicum).
Entre as espécies vegetais mais cultivadas
nas diferentes áreas de produção, destacam-se
com grandes percentuais de produtores com
plantio em suas áreas de cultivos com olerícolas
a alface (78,26%), coentro (76,09%) e couve
(69,57%); nas frutíferas o mamão (34,78%),
acerola (21,74%) e banana (19,57%) e nas
culturas anuais destaca-se o feijão (15,22%) e o
milho (8,70%) (Tabela 1).
Tabela 1 – Principais espécies vegetais cultivadas,
classificação, nome científico e percentual de
produtores no município de Sumé – PB,
CDSA, Sumé, PB, 2013.
Planta
Cultivada
Classifi
cação
Nome
Científico
Percentual de
produtores (%)Alface Olerícola Lactuca sativa 78,26
Coentro Olerícola Coriandrum
sativum
76,09
Couve Olerícola Brassica
oleracea
69,57
Mamão Frutífera Carica papaya 34,78
Cebolinha Olerícola Allium fistulosum 30,43
Cenoura Olerícola Daucus carota 28,26
Tomate Olerícola Solanum
lycopersicum
26,09
Rúcula Olerícola Eruca sativa 23,91
Acerola Frutífera Malpighia glabra 21,74
Banana Frutífera Musa
paradisíaca
19,57
Repolho Olerícola Brassica
oleracea
acephala
17,39
Manga Frutífera Mangifera indica 17,39
Feijão Cultura
anual
Vigna
unguiculata
15,22
Maracujá Frutífera Passiflora sp, 15,22
Pimenta Olerícola Capsicum
frutescens
13,04
Pimentão Olerícola Capsicum
annuum
10,87
Limão Frutífera Citrus limon 10,87
Milho Cultura
anual
Zea mays 8,70
Cebola Olerícola Allium cepa 8,70
Beterraba Olerícola Beta vulgaris 8,70
Batata
doce
Olerícola Ipomoea batatas 8,70
Berinjela Olerícola Solanun
melongera
8,70
Macaxeira Cultura
anual
Manihot
esculenta
6,52
Quiabo Olerícola Abelmoschus
esculentus
6,52
Melancia Olerícola Citrullus lanatus 4,35
Maxixe Olerícola Cucumis anguria 4,35
Coco Frutífera Cocos nuciferas 4,35
Goiaba Frutífera Psidium guajava 4,35
Salsa Olerícola Petroselim
cripan
4,35
Espinafre Olerícola Spinacia jardim 4,35
Graviola Frutífera Anona muricata
L,
2,17
Jiló Olerícola Solanun gilo 2,17
Siriguela Frutífera Spondias
purpurea L,
2,17
Acelga Olerícola Beta vulgaris
cicla
0,01
Entre as principais pragas nas olerícolas
foram identificadas os pulgões (Myzus persicae e
Brevicory brassicae) nas culturas do tomate,
pimentão, couve e rúcula; mosca branca
(Bemisia tabaci) na cultura do tomate, alface e
couve; vaquinha (Macrodactylus pumilio) na
alface, coentro, couve e beterraba; Lagarta
(Spodoptera frujiperda) na couve, batata doce,
tomate, alface e coentro; broca (Cosmopolite
sordidus) na cultura da alface, repolho, couve e
coentro; formigas (Acromyrmex spp.) no repolho
e coentro; mosca minadora (Liriomyza sp.) no
tomate; lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) no alface
e joaninha (Coccinella septempunctata) na
cenoura. Nas frutíferas as principais pragas é a
mosca branca (Bemisia tabaci) no mamoeiro e
broca (Cosmopolite sordidus) na banana. Já nas
culturas anuais foi observada uma infestação nos
plantios de feijão com a mosca branca (Bemisia
tabaci).
Nas doenças foi grande o destaque da
incidência de Cecorporiose [Cercospora
longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas
com alface. A ferrugem (Puccinia sp.) na cultura
do pimentão, o oídio (Oidim sp.) no tomate e a
podridão (Sclerotinia sclerotiorum) no tomate e
couve. Essa doença é encontrada em diversas
partes do mundo, tendo sido relatada pela
primeira vez em 1929 nos Andes, sendo muito
comum em regiões tropicais e subtropicais.
Quanto à importância relativa no campo, a
doença é classificada como de ocorrência muito
provável, provocando grandes prejuízos (LOPES
& QUEZADO-DUVAL, 1998), porém a sua
significância varia de acordo com o país e/ou
local de ocorrência.
No que diz respeito ao controle dessas
pragas e doenças, foi observado que grande
maioria utiliza o controle alternativo com
práticas agroecológicas no combate. Entre essas
práticas podemos destacar a utilização de caldas
(bordalesa, calda de Nim, Pimenta, Cebola,
Fumo, Angico e outros) (76%), uso de óleos e
detergentes (9%) e chás como camomila (3%).
Dos que usam produtos químicos (9%) faz uso
do fastac, mospilan, rotamik e lannate na cultura
do tomate, onde apenas o mospilan é
recomendado pelo MAPA para o uso de controle
de algumas pragas como a mosca branca. O
fastac apesar de se enquadrar na classe dos
piretróide, não é recomendado pelo mesmo,
assim fica evidente um equivoco por parte do
produtor quando relata que utiliza o fastac para
controlar oídio. Entre esses produtores que
aplicam agrotóxicos, pode-se observar, ainda,
que os mesmos apesar de admitirem ter
conhecimento sobre o Equipamento de Proteção
Individual – EPI, estes utilizam apenas mascara e
luvas.
Quando os produtores que se posicionaram
como aqueles que aplicam algum tipo de
agrotóxicos foram perguntados sobre o horário
de aplicação dos produtos químicos, os mesmos
relataram que são orientados pelos técnicos da
empresa Palmeron de efetuar a aplicação nas
horas mais frias do dia, mas tem preferência por
aplicação no horário da noite que teria mais
eficiência no combate das pragas, estes
afirmaram que todas as orientações relacionadas
à aplicação de agrotóxicos são dadas pelos os
técnicos dessa empresa.
Diante do cenário exposto sobre a
utilização de agrotóxicos nas culturas, de uma
forma geral, mesmo sendo em uma pequena
parcela, pode-se conclui que os produtores
utilizam esses agroquímicos de maneira empírica
e que falta no município de Sumé um apoio
técnico e científico para alavancar o cenário da
exploração agrícola destes, e assim, possibilitar
que esta atividade gere produtos de qualidade e
sem riscos ao produtor e consumidor.
A pesquisa possibilitou inferências de que
a maior parcela dos agricultores recebe apenas
assistência técnica da empresa SEBRAE que é
uma entidade privada sem fins lucrativos criada
com a missão de promover a competitividade e o
desenvolvimento das micro e pequenas empresas
e fomentar o empreendedorismo, atuando
também, com foco no processo de formalização
da economia por meio de parcerias com os
setores público e privado, programas de
capacitação, feiras e rodadas de negócios.
Entretanto, possibilitou visualizar indícios
de ineficiência por parte de algumas empresas
públicas que teriam essa função de extensão rual,
o caso da Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural da Paraíba – Emater/PB, que é
uma empresa pública de direito privado que tem
como missão atender as necessidades da
agricultura familiar, transferindo conhecimentos
tecnológicos, através da aplicação de uma
metodologia diferenciada, tendo um enfoque
construtivista para cada realidade encontrada no
meio rural que busca a eficiência produtiva e a
melhoria da qualidade de vida das famílias que
vivem nesse contexto em todo o território do
Estado da Paraíba, além de prestar assistência no
que se diz respeito à caprinocultura,
principalmente produção de rações de baixo
custo e sistema de manejo com a caatinga
(EMATER-PB, 2006). Em nenhum momento foi
relatado por nenhum produtor e/ou assentado a
visita de um profissional desta empresa. É bem
verdade, que não se tem conhecimento de
possíveis parcerias entre essa empresa
(EMATER-PB) e outras, como o caso da
SEBRAE.
É oportuno enfatizar, ainda, que os
resultados apresentados mostram a necessidade
de estudos de alternativas de controle de certas
doenças nas principais culturas plantadas no
município de Sumé, como é o caso de bastante
destaque no caso da cercosporiose na alface,
onde quase 100% dos produtores que plantam
essa espécie relatam perdas relacionadas à
incidência desta doença.
CONCLUSÕES
As espécies vegetais mais plantadas no
município de Sumé são: Alface (Lactuca sativa),
Coentro (Coriandrum sativum), couve (Brassica
oleracea) e Mamão (Carica papaya).
A produção agrícola na região de Sumé –
PB com as espécies vegetais cultivadas tem uma
característica de uma agricultura de subsistência
e de natureza familiar.
A doença Cecorporiose [Cercospora
longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas
com alface foi o problema fitossanitário causador
de maiores perdas de produção.
Há uma necessidade de maior apoio
técnico e científico para alavancar o cenário da
exploração agrícola das principais espécies
cultivadas no município de Sumé, e assim,
possibilitar que esta atividade gere produtos de
qualidade e sem riscos a saúde, tanto ao produtor
como consumidor.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Agrotóxicos em Alimentos: Relatório anual.
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Diagnóstico fitossanitário Sumé-PB

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 18 - Número 1 - 1º Semestre 2018 DIAGNÓSTICO DAS PLANTAS CULTIVADAS E PRINCIPAIS PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS EM SUMÉ - PB André Gonçalves Bezerra Junior1 ; Ana Carolina Monteiro da Silva2 ; Ranoel José de Sousa Gonçalves3 ; Maria Zilderlânia Alves4 ; José Renato Guimarães5 ; Antônio Lino dos Santos Neto6 RESUMO Este trabalho foi realizado com o objetivo de identificar as principais espécies vegetais cultivadas no município de Sumé–PB, conhecer seu sistema de manejo, diagnosticar e disponibilizar informações sobre os problemas fitossanitários causadores de danos econômicos. O levantamento dos dados foi realizado nas propriedades e/ou assentamentos rurais da região do município de Sumé–PB. Para tanto, uma amostragem o mais representativo possível foi realizado entre as propriedades e/ou assentamentos rurais identificados na base de dados da Secretaria de Agricultura do Município de Sumé–PB. As visitas foram feitas de forma aleatória onde se aplicou um questionário. As espécies vegetais mais plantadas são: Alface (Lactuca sativa), Coentro (Coriandrum sativum), couve (Brassica oleracea) e Mamão (Carica papaya). A produção agrícola na região de Sumé–PB com as espécies vegetais cultivadas apresenta característica de uma agricultura de subsistência e de natureza familiar. A doença Cecorporiose [Cercospora longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas com alface foi o problema fitossanitário causador de maiores perdas na produção. Há uma necessidade de maior apoio técnico e científico para alavancar o cenário da exploração agrícola das principais espécies cultivadas no município, possibilitando que esta atividade gere produtos de qualidade sem riscos a saúde, tanto ao produtor como consumidor. Palavras-chave: Fitopatologia, Pragas, Agrotóxicos, Economia familiar. DIAGNOSIS OF CULTIVATED PLANTS AND MAIN PHYTOSANITARY PROBLEMS IN SUMÉ - PB ABSTRACT This work was realized with the objective to identify the main species cultivated plant in the city of Sumé-PB, know your system management, diagnosticate and provide information about the phytosanitary problems causing economic damage. The survey the damage was done in the properties and/or rural settlements in the region of the city Sumé-PB. Therefore, a representative sample to the possible was made between the properties and/or rural settlements problem identified in the database of the Secretary of Agriculture of Sumé-PB. The visits were made at random where the questionnaire was applied. Most species were cultivated lettuce (Lactuca sativa), Coriander (Coriandrum sativum), cauliflower (Brassica oleracea) and Papaya (Carica papaya). Agricultural production in the region of Sumé-PB with the cultivated plant species has a characteristic of subsistence agriculture and family nature. The disease Cecorporiose [Cercospora longissima (Sacc.) Cuccini] in the areas cultivated with lettuce phytosanitary problem was the major cause of lost production. There is a necessity of greater technical and scientific support to leverage the farm scenario the main species cultivated in the city, so make it possible for this activity to generate quality products and without risks to health, both the producer and consumer. Keywords: Phytopathology, Pests, Pesticides, Family economics. 78
  • 2. INTRODUÇÃO A produção agrícola é influenciada por vários fatores dentre os quais as pragas, doenças e as plantas companheiras destacam-se por reduzir a produção de alimentos e outros bens indispensáveis à sobrevivência e o bem-estar dos homens. De acordo com a FAO, de 35% das perdas na agricultura são devidas aos insetos (14%), às doenças (12%) e plantas companheiras (9%). Podendo ainda essas perdas por problemas fitossanitários agravar-se nos países em desenvolvimento. (CONCEIÇÃO, 2003). Por exemplo, no Brasil, o vira-cabeça do tomateiro causado por vírus do gênero Tospovirus causam danos em cultivos comerciais extremamente altos, com incidência em torno de 50 a 90%, principalmente no período favorável à proliferação do tripes vetor (KUROZAWA & PAVAN, 2005). Apesar do sistema de manejo de culturas influenciarem na ocorrência dos organismos que reduzem a produção (KATHIRESAN, 2007), a grande maioria dos produtores resolve os problemas fitossanitários através de diversos métodos de controle, tais como, cultural, biológico, genético, físico e químico, sendo este último o mais utilizado, devido a sua facilidade de aplicação e eficiência no controle. O Brasil é um dos países que lidera o consumo mundial de agrotóxicos, o que garantiu à sua indústria de defensivos, em 2010, receitas da ordem de US$ 7,4 bilhões, dos quais a maior parcela provém da cultura da soja (ANVISA, 2011). Com a expansão da Universidade Federal de Campina Grande foi criado recentemente (Agosto de 2009) o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido na cidade de Sumé- PB. Essa ação possibilita um novo vínculo da universidade com a comunidade no interior do cariri ocidental da Paraíba, principalmente, dentro de um enfoque de ensino, pesquisa e extensão. Considerando essa trilogia, é necessário conhecer o perfil agrícola da região de Sumé no que diz respeito aos tipos de plantas cultivadas e o manejo adotado no cultivo, os problemas fitossanitários associados a estas culturas, além do uso de agrotóxicos empregados pelos produtores rurais da região. Sabe-se que o conhecimento dos problemas fitossanitários, assim como o uso adequado dos agrotóxicos (principais produtos químicos e suas dosagens), além da identificação de doenças e pragas que causem danos econômicos as principais culturas da região são importantes para possibilitar uma produção de alimentos de boa qualidade, mitigando o custo de produção, preservando o meio ambiente e a saúde humana. É oportuno, comentar ainda, que na região de Sumé-PB, estudos referentes aos assuntos, brevemente expostos acima, não existem ou estão restritos ao acesso pela comunidade científica e que pesquisas dessa natureza são indispensáveis para a tomada de decisões para realização de futuros projetos de pesquisa que contribua para a redução da aplicação abusiva de agrotóxicos, bem como, o desenvolvimento da agricultura na região. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar as principais espécies vegetais cultivadas no município de Sumé – PB, conhecer os sistemas de manejo, além de diagnosticar e disponibilizar informações sobre os problemas fitossanitários causadores de danos econômicos destas. MATERIAIS E MÉTODOS O levantamento dos dados foi realizado nas propriedades e/ou assentamentos rurais da região do município de Sumé – PB. Para tanto, uma amostragem o mais representativa possível foi realizada entre as propriedades e/ou assentamentos rurais identificados na base de dados da secretária de agricultura do município de Sumé – PB. Segundo os dados do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS tem-se 23 unidades organizacionais relacionadas com algum tipo de produção agrícola, sendo estas: DNOCS - Perímetro Irrigado de Sumé, Associação de Produtores Rurais Nossa Senhora da Conceição, Associação Rural Beneficente Terra Vermelha, Associação Agrícola em Desenvolvimento Sustentável Universidade Camponesa, Associação Comunitária de Riachão, Unidade Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental Luiz Marinho de Araújo,
  • 3. Associação dos Produtores Familiares Agroecológicos de Sumé, Associação Comunitária do Sítio Oiti, Assentamento Comunitário Rural Macambira Santa Rosa, Angico Torto e Riacho da Roça, Associação Rural Beneficente do Sítio Balanço, Associação da Comunidade Olho D’água Branco, Assentamento Rural Comunitário Santa Pau D’arco e Caiçara, Assentamento Comunitário dos Moradores Riacho Pedra Cumprida, Assentamento dos Moradores Conceição e Cacho de Baixo/Cima, Associação Pescadores Agrícolas e Produtores Rurais de Sumé, Associação Moradores e Usuários de Água da Bacia do Açude de Sumé, Associação Casa do Senhor - José David Leite, Associação dos Apicultores de Sumé- Perímetro Irrigado Lote 32, Associação Comunitária de Laginha, Associação Comunitária Rural de Santo Agostinho, Associação Comunitária do Cincho, Associação Comunitária Riacho das Porteiras, Associação Comunitária do Sítio Conceição II. É oportuno comentar, que das 23 unidades organizacionais identificadas na base de dados da secretária de agricultura do município de Sumé – PB nem todas apresentam área com alguma produção vegetal, pois oito destas têm seus associados envolvidos apenas com a área de produção animal. Assim, das 15 que apresentam produtores e/ou assentados com alguma área de cultivo com alguma espécie vegetal. As visitas foram feitas aos proprietários e/ou assentados rurais, selecionados ao acaso, e aplicado um questionário (Anexo). Além do levantamento por meio dos questionários, os principais insetos e algumas partes vegetais (folhas, caules e raízes infectados por patógenos) foram foto-documentadas em cada propriedade e posteriormente identificadas as principais pragas e doenças ocorridas. Após a identificação das pragas e doenças foi realizada uma comparação dos possíveis produtos químicos utilizados pelos produtores e aqueles recomendados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) para os patógenos e para as culturas específicas. Os dados foram tabulados e analisados por meio da estatística descritiva. Para a tabulação e construção de gráficos utilizou-se o programa Excel da Microsoft Office 2010. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da aplicação dos questionários foram obtidos por meio de entrevistas a 46 produtores e/ou assentados que apresentam alguma atividade de produção vegetal. Inicialmente foi questionado o grau de formação dos produtores, onde se observa que 50% deles são analfabetos, sendo na sua grande maioria pessoas com idade acima dos 50 anos. Apenas um entrevistado apresentou nível escolar superior incompleto. O tempo médio de atividade na área de produção variou de 1 a 68 anos, tendo produtores que desenvolve a atividade de produção com alguma espécie vegetal desde criança. Com relação à faixa de renda dos produtores verifica que esta variou de R$ 300,00 a R$ 3500,00, sendo que apenas 4% dos agricultores apresentam uma renda acima de R$ 1000,00, os quais tem sua área de produção com o monocultivo do tomate o que elevou a faixa de renda, pois entre os outros 96% dos agricultores a renda variou de R$ 300,00 a R$ 600,00. É importante comentar que apenas, esses 4% dos produtores com o monocultivo do tomate tem sua renda total oriunda desta atividade, sendo os demais com alguma outra fonte de renda. Todos os produtores apresentavam algum sistema de irrigação em sua área de cultivo. As áreas agricultáveis dos mesmos não ultrapassavam os 6 ha, e ainda, sendo o sistema de gotejamento o mais utilizado (61%). É bem provável que a intenção a preferência desse sistema seja devido a grande necessidade de economia de água, uma vez que a escassez nessa região é frequente, mas não é considerado um dos sistemas de irrigação de menor preço de aquisição. Outra vantagem da adoção desse sistema de irrigação é que não favorece ao ataque de pragas e doenças. Entretanto, 11% utilizam à micro aspersão, 2 % aspersão e 26% utilizam de outros sistemas como inundação, principalmente nas produções de monocultivo. Em relação às práticas ambientais, 98% dos entrevistados possuem área verde natural nas suas propriedades. Quando questionados sobre o
  • 4. uso de queimadas, 89% se posicionaram no sentido de não utilização dessa prática e 11% se dizem utilizar, embora alguns tenham justificado a queimada de algumas espécies como mandacaru e xique-xique para alimentação animal devido à estiagem naquela época do ano. Com relação às espécies vegetais mais cultivadas no município de Sumé, verifica-se que 96% dos produtores tem em sua área de cultivo alguma produção com olerícolas, 78% frutíferas e 28% com algum tipo de cultura anual (Figura 1). Nas propriedades visitadas, tem-se que em sua grande maioria, a exploração é feita em pequena escala e em essas áreas há o plantio com mais de três espécies vegetais. Figura 1 – Percentual de produtores e principais classes de espécies vegetais cultivadas. CDSA, Sumé, PB, 2013. Alguns resultados fornecem forte indício de que a produção agrícola com as espécies vegetais cultivadas tem uma característica de uma agricultura de subsistência, sendo elas: a) A área agricultável dos produtores variando de 0,5 a 6 hectares (ha), não sendo grandes áreas de exploração, conforme já comentado anteriormente, b) 90 % dos produtores fazem o preparo do solo de suas áreas de forma braçal, c) Em torno de 91% deles não fazem uso de adubação química, d) aproximadamente 96 % dos produtores comercializam sua produção nas feiras livres ou em quitandas, e) mais de 46% não fazem uso de sementes certificadas e f) mais de 90% dos produtores não usam qualquer tipo de produto químico para controlar praga e/ou doença. Assim, se consideramos agricultura de subsistência como aquela em que, basicamente, a plantação é feita geralmente em pequenas propriedades (minifúndios), onde os instrumentos agrícolas mais usados são a enxada, foice e arado; sendo raramente utilizados tratores ou outro tipo de máquina, e ainda, onde a finalidade principal é a sobrevivência do agricultor e de sua família, não para a venda dos produtos excedentes, podemos inferir com certa margem de segurança que a agricultura predominante no município de Sumé é de uma agricultura de subsistência. É oportuno destacar que, em grande maioria das propriedades visitadas a exploração agrícola é desenvolvida apenas pelos membros da família, tal observação, também, possibilita suporte para caracterizar a agricultura desenvolvida no município de Sumé com sendo de natureza familiar, uma vez que, pode-se definir agricultura familiar como sendo o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, tendo como mão de obra essencialmente o núcleo familiar, em contraste com a agricultura patronal que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades médias ou grandes. Em conformação, Caporal (2009) define a agricultura familiar brasileira como sendo ao mesmo tempo, unidade de produção, de consumo e de reprodução, além de funcionar mediante uma lógica claramente distinta daquela associada à agricultura empresarial capitalista. No entanto, foi observado que em apenas duas propriedades apresentavam-se como área de monocultivo com a cultura do tomate (Solanum lycopersicum). Entre as espécies vegetais mais cultivadas nas diferentes áreas de produção, destacam-se com grandes percentuais de produtores com plantio em suas áreas de cultivos com olerícolas a alface (78,26%), coentro (76,09%) e couve (69,57%); nas frutíferas o mamão (34,78%), acerola (21,74%) e banana (19,57%) e nas culturas anuais destaca-se o feijão (15,22%) e o milho (8,70%) (Tabela 1).
  • 5. Tabela 1 – Principais espécies vegetais cultivadas, classificação, nome científico e percentual de produtores no município de Sumé – PB, CDSA, Sumé, PB, 2013. Planta Cultivada Classifi cação Nome Científico Percentual de produtores (%)Alface Olerícola Lactuca sativa 78,26 Coentro Olerícola Coriandrum sativum 76,09 Couve Olerícola Brassica oleracea 69,57 Mamão Frutífera Carica papaya 34,78 Cebolinha Olerícola Allium fistulosum 30,43 Cenoura Olerícola Daucus carota 28,26 Tomate Olerícola Solanum lycopersicum 26,09 Rúcula Olerícola Eruca sativa 23,91 Acerola Frutífera Malpighia glabra 21,74 Banana Frutífera Musa paradisíaca 19,57 Repolho Olerícola Brassica oleracea acephala 17,39 Manga Frutífera Mangifera indica 17,39 Feijão Cultura anual Vigna unguiculata 15,22 Maracujá Frutífera Passiflora sp, 15,22 Pimenta Olerícola Capsicum frutescens 13,04 Pimentão Olerícola Capsicum annuum 10,87 Limão Frutífera Citrus limon 10,87 Milho Cultura anual Zea mays 8,70 Cebola Olerícola Allium cepa 8,70 Beterraba Olerícola Beta vulgaris 8,70 Batata doce Olerícola Ipomoea batatas 8,70 Berinjela Olerícola Solanun melongera 8,70 Macaxeira Cultura anual Manihot esculenta 6,52 Quiabo Olerícola Abelmoschus esculentus 6,52 Melancia Olerícola Citrullus lanatus 4,35 Maxixe Olerícola Cucumis anguria 4,35 Coco Frutífera Cocos nuciferas 4,35 Goiaba Frutífera Psidium guajava 4,35 Salsa Olerícola Petroselim cripan 4,35 Espinafre Olerícola Spinacia jardim 4,35 Graviola Frutífera Anona muricata L, 2,17 Jiló Olerícola Solanun gilo 2,17 Siriguela Frutífera Spondias purpurea L, 2,17 Acelga Olerícola Beta vulgaris cicla 0,01 Entre as principais pragas nas olerícolas foram identificadas os pulgões (Myzus persicae e Brevicory brassicae) nas culturas do tomate, pimentão, couve e rúcula; mosca branca (Bemisia tabaci) na cultura do tomate, alface e couve; vaquinha (Macrodactylus pumilio) na alface, coentro, couve e beterraba; Lagarta (Spodoptera frujiperda) na couve, batata doce, tomate, alface e coentro; broca (Cosmopolite sordidus) na cultura da alface, repolho, couve e coentro; formigas (Acromyrmex spp.) no repolho e coentro; mosca minadora (Liriomyza sp.) no tomate; lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) no alface e joaninha (Coccinella septempunctata) na cenoura. Nas frutíferas as principais pragas é a mosca branca (Bemisia tabaci) no mamoeiro e broca (Cosmopolite sordidus) na banana. Já nas culturas anuais foi observada uma infestação nos plantios de feijão com a mosca branca (Bemisia tabaci). Nas doenças foi grande o destaque da incidência de Cecorporiose [Cercospora longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas com alface. A ferrugem (Puccinia sp.) na cultura do pimentão, o oídio (Oidim sp.) no tomate e a podridão (Sclerotinia sclerotiorum) no tomate e couve. Essa doença é encontrada em diversas partes do mundo, tendo sido relatada pela primeira vez em 1929 nos Andes, sendo muito comum em regiões tropicais e subtropicais. Quanto à importância relativa no campo, a doença é classificada como de ocorrência muito provável, provocando grandes prejuízos (LOPES & QUEZADO-DUVAL, 1998), porém a sua significância varia de acordo com o país e/ou local de ocorrência. No que diz respeito ao controle dessas pragas e doenças, foi observado que grande maioria utiliza o controle alternativo com práticas agroecológicas no combate. Entre essas práticas podemos destacar a utilização de caldas (bordalesa, calda de Nim, Pimenta, Cebola, Fumo, Angico e outros) (76%), uso de óleos e detergentes (9%) e chás como camomila (3%). Dos que usam produtos químicos (9%) faz uso do fastac, mospilan, rotamik e lannate na cultura do tomate, onde apenas o mospilan é recomendado pelo MAPA para o uso de controle de algumas pragas como a mosca branca. O fastac apesar de se enquadrar na classe dos piretróide, não é recomendado pelo mesmo, assim fica evidente um equivoco por parte do produtor quando relata que utiliza o fastac para controlar oídio. Entre esses produtores que aplicam agrotóxicos, pode-se observar, ainda, que os mesmos apesar de admitirem ter conhecimento sobre o Equipamento de Proteção Individual – EPI, estes utilizam apenas mascara e luvas. Quando os produtores que se posicionaram como aqueles que aplicam algum tipo de agrotóxicos foram perguntados sobre o horário de aplicação dos produtos químicos, os mesmos relataram que são orientados pelos técnicos da empresa Palmeron de efetuar a aplicação nas horas mais frias do dia, mas tem preferência por
  • 6. aplicação no horário da noite que teria mais eficiência no combate das pragas, estes afirmaram que todas as orientações relacionadas à aplicação de agrotóxicos são dadas pelos os técnicos dessa empresa. Diante do cenário exposto sobre a utilização de agrotóxicos nas culturas, de uma forma geral, mesmo sendo em uma pequena parcela, pode-se conclui que os produtores utilizam esses agroquímicos de maneira empírica e que falta no município de Sumé um apoio técnico e científico para alavancar o cenário da exploração agrícola destes, e assim, possibilitar que esta atividade gere produtos de qualidade e sem riscos ao produtor e consumidor. A pesquisa possibilitou inferências de que a maior parcela dos agricultores recebe apenas assistência técnica da empresa SEBRAE que é uma entidade privada sem fins lucrativos criada com a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo, atuando também, com foco no processo de formalização da economia por meio de parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, feiras e rodadas de negócios. Entretanto, possibilitou visualizar indícios de ineficiência por parte de algumas empresas públicas que teriam essa função de extensão rual, o caso da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba – Emater/PB, que é uma empresa pública de direito privado que tem como missão atender as necessidades da agricultura familiar, transferindo conhecimentos tecnológicos, através da aplicação de uma metodologia diferenciada, tendo um enfoque construtivista para cada realidade encontrada no meio rural que busca a eficiência produtiva e a melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem nesse contexto em todo o território do Estado da Paraíba, além de prestar assistência no que se diz respeito à caprinocultura, principalmente produção de rações de baixo custo e sistema de manejo com a caatinga (EMATER-PB, 2006). Em nenhum momento foi relatado por nenhum produtor e/ou assentado a visita de um profissional desta empresa. É bem verdade, que não se tem conhecimento de possíveis parcerias entre essa empresa (EMATER-PB) e outras, como o caso da SEBRAE. É oportuno enfatizar, ainda, que os resultados apresentados mostram a necessidade de estudos de alternativas de controle de certas doenças nas principais culturas plantadas no município de Sumé, como é o caso de bastante destaque no caso da cercosporiose na alface, onde quase 100% dos produtores que plantam essa espécie relatam perdas relacionadas à incidência desta doença. CONCLUSÕES As espécies vegetais mais plantadas no município de Sumé são: Alface (Lactuca sativa), Coentro (Coriandrum sativum), couve (Brassica oleracea) e Mamão (Carica papaya). A produção agrícola na região de Sumé – PB com as espécies vegetais cultivadas tem uma característica de uma agricultura de subsistência e de natureza familiar. A doença Cecorporiose [Cercospora longíssima (Sacc.) Cuccini] nas áreas cultivadas com alface foi o problema fitossanitário causador de maiores perdas de produção. Há uma necessidade de maior apoio técnico e científico para alavancar o cenário da exploração agrícola das principais espécies cultivadas no município de Sumé, e assim, possibilitar que esta atividade gere produtos de qualidade e sem riscos a saúde, tanto ao produtor como consumidor. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos: Relatório anual. 04/06/2009-30/06/2010. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília. ATKINSON, D.; MCKINLAY, R.G. Crop protection in sustainable farming systems. In: McKinlay, R.G.; Atkinson, D. Integrated crop protection: towards sustainability. Farnham: British Crop Protection Council, 1995. p.483- 488. (BCPC Symposium Proceedings, 63). BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de irrigação.
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