SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
Baixar para ler offline
A Nova Ordem na Astronomia
   Prof. Raul Pessolani (raul@vm.uff.br)
Introdução
 Régine Pernoud:
 “Meu Deus! Sempre me disseram que 
Galileu tinha sido queimado vivo, na 
Idade Média, por dizer que a terra era
redonda”
 Três erros históricos:
a) Não foi ele quem descobriu que a terra 
era redonda (+ de 4 séculos antes) 
b) Não foi queimado vivo, mas 
aprisionado
c) Tempos clássicos (1633), 200 anos após 
imprensa / Constantinopla
1. Sistema Aristotélico
• Duas físicas:
   – corpos terrestres e outra para os celestes
• A terra está no centro do universo
   – Líquidos e os sólidos, convergem para o centro do mundo.
   – Ar e o fogo tendem a se afastar.
• A terra é redonda
   – Eclipses
• A terra está parada
   – Se girasse, a velocidade seria de 1400Km/h e nada poderia
     se sustentar
Estrelas e Planetas
• Constituidos de um 5o tipo de matéria: o éter.
• A materia celeste é perfeita e não sofre mudanças com o
  tempo.
• Duas regiões no Universo
   – Sublunar, constituidos por 4 elementos: agua, terra, fogo e ar.
   – Supralunar constiuidos de esferas de éter que giram e arrastam
     consigo as estrelas.
• Movimento circular e uniforme: a trajetória perfeita
• Esferas: ciclos e epiciclos.
Cláudio Ptolomeu
  (83-161 d.C.)
Um planeta visto da terra
2. Tomás de Aquino (1200-1275)

• Caráter hipótetico das teorias:
 Assim, na astronomia diz-se que a teoria dos epiciclos e
  dos excêntricos, que é a teoria aristotélica para explicar
    o movimento retrógrado dos planetas, é boa porque
    com ela se podem salvar as aparências sensíveis dos
                     movimentos celestes.
     Isto, entretanto, não constitui uma prova definitiva
   suficiente e decisiva, porque talvez pudéssemos salvar
  as aparências sensíveis com uma teoria diferente e mais
                            simples
Nicolau Copérnico (1473-1543)
• Clérigo polonês.
• Compartilha com os Gregos sobre o caráter
  perfeito dos corpos celestes, a velocidade
  constante dos planetas e as esferas de
  Ptolomeu.
• De revolutionibus orbium coelestium (1543)
   – É possível que terra gire em torno do sol
   – Mantém o movimento circular
     e uniforme os ciclos e epiciclos.
      • É aceito como uma hipótese plausível
      • Ainda era necessário explicar muitas
        coisas.
3. Tycho Brahe
        (1546-1601)

• Sistema misto
• Estrela nova (1572-1574):
  – Os corpos celestes podiam também mudar.
  – Cometas (1577)
     • Estão muito mais distantes que a lua
     • Tem uma luminosidade variável
        – Contradizia a teoria das esferas de Ptolomeu.
Orazio Grassi (1583-1654)
• Os cometas são fenômenos celestes supra lunares
• Publica Libra Astronomica et filosofica (1619)
4. Iohanes Kepler
        (1571-1630)
• 1609: trajetória elíptica dos astros




O raio vetor de um Planeta
                                  Trajetórias elípticas, Sol
   varre áreas iguais em
                                     em um dos focos.
      tempos iguais.
5. Galileu Galilei
          (1564 - 1642)
• Aristotélico
• Primeira Luneta em 1609 (aumenta 3x)
• Observações:
  – Manchas Lunares
     • Os corpos celestes não são diferentes que os terrestres.
  – 4 pequenos astros que acompanham Júpiter.
     • São luas (tira da Terra o satus de único planeta com lua)
  – Fases de Venus.
     • Conclui que gira em torno do sol.
  – Manchas do Sol (1612).
Proposta de Galileo
• Sistema Heliocentrico Aristotélico
  – A Terra gira em torno do sol e ao redor
    de sí mesma
     • Prova da rotação: argumento das marés
  – Trajetórias circulares e epiciclos
  – Cometas
     • Fenômeno atmosférico
     • Crítica feroz a Grassi num artigo em 1623
        – Alega “dados observados”
     • O historiador Pietro Redondi:
        – O único que viu foi aos 13 anos de idade.
O argumento das marés




          In the only mention of Galileo in his classic 
          1882 treatise on the tides, Lord Kelvin wrote 
          that the Italian astronomer found the idea 
          that the moon caused the tides "a lamentable 
          piece of mysticism...." 
Polêmica Aristotélicos x 
                 Copernicanos
• O caráter de Galileu suscita brigas, invejas
   – Despreza seus inimigos: “Pigmeus mentais, idiotas
     estúpidos, ...
• Havia gente qualificada que defendia os dois lados
• Ludovico delle Colombe:
   – Contra il moto della terra (1611), argumentos escriturísticos
       Fundaste a terra em bases sólidas que são eternamente
                             imutáveis Sl 103
• Galileo responde:
   – Diante dEle estremece a terra inteira Sl 95
O Início do Processo

• O caso se transforma numa disputa
  teológica e Galileu é denunciado à inquisição
   – Melhor Tribunal da época
   – Melhores prisões da época, advogado de defesa

• Galileu:
   – Afirma que a SE não é um manual de ciências e portanto é
     escrito em linguagem popular

• Tribunal:
   – Convida-o a apresentar suas provas
   – Argumento das Marés: não convence
Choque teológico
- A interpretação da Bíblia tem 4 sentidos: literal, histórico, moral e 
alegórico
- Na Idade Média e no tempo de Galileu
- Josué 10, 12-13: “O sol parou e a lua não se moveu”
- O sentido comum  e o  por de sol
A primeira sentença: 1616
• Galileu não deve emitir opiniões sobre a SE.

• Obrigação do Silêncio
   Não sustentar, ensinar ou defender essa teoria
    enquanto não houvessem provas conclusivas.

• O sistema Heliocentrico podia continuar a ser ensinado
  como hipótese.

• Galileo:
  – Continua suas pesquisas normalmente.
Segunda Sentença (1633)
• Eleição de Maffeo Barberini (Urbano VIII)
• Galileo trabalha em
  Diálogo sobre os Sistemas do Mundo
   – Discussão entre 3 personagens:
      • Salviati (Galileu), Sagredo (Homem comum)
        e Simplicio (Aristotélico)
      • Simplicio é ridicularizado
   – Volta a apresentar como única prova o argumento das marés
• Condenação.
   – Recolher-se por 5 meses no Palácio do embaixador de Florença
   – Após isso, leva uma vida recolhida em sua Villa em Arcetri onde
     trabalha em Resistência dos Materiais, Mecânica Racional e no
     Relógio de Pêndulo
• Morre em 1642 cego, e recebe os últimos sacramentos
Comentários
• Pseudo conflito Ciência e Fé
   – Por trás havia interesses e egos pessoais


• Sucessão de mal entendidos e precipitações
   – Agravado pela época e pelo gênio difícil de Galileo
   – O tribunal: acertou na questão científica e errou na Teológica
   – Galileu: acertou na Teológica e errou na Científica.


• João Paulo II (1992):
   – Reconheceu o erro dos personagens do tribunal.
Conclusões
• As descobertas contrariam vários pilares
  da Física de Aristóteles:
   – Que os corpos celestes giravam ao redor da terra
   – De que o mundo supra lunar era imutável
   – De que os corpos celestes tinham uma matéria diferente.
• A comprovação definitiva de que a Terra gira ao redor
  de sí, só será provado em 1851 (Pêndulo de Foucalt)
• As leis de Newton ajudam a explicar o funcionamento do
  esquema de Kepler.
   – Esclareceu que as marés ocorriam por causa da interferência Lua.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntricoPassagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
O mundo da FÍSICA
 
Modelos do Universo
Modelos do UniversoModelos do Universo
Modelos do Universo
fbsantos
 
Apresentação astronomia
Apresentação astronomiaApresentação astronomia
Apresentação astronomia
Fabiana Mendes
 
A origem do universo
A origem do universoA origem do universo
A origem do universo
anajaneca
 
A Terra E O Universo
A Terra E O UniversoA Terra E O Universo
A Terra E O Universo
guest9c1c7c
 
A origem do universo
A origem do universoA origem do universo
A origem do universo
stcnsaidjv
 

Mais procurados (20)

Cosmologia
CosmologiaCosmologia
Cosmologia
 
Teorias para a organização do Universo
Teorias para a organização do UniversoTeorias para a organização do Universo
Teorias para a organização do Universo
 
Astronomia giu
Astronomia giuAstronomia giu
Astronomia giu
 
A origem do universo
A origem do universoA origem do universo
A origem do universo
 
Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntricoPassagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
Passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico
 
Bigbang
BigbangBigbang
Bigbang
 
Modelos do Universo
Modelos do UniversoModelos do Universo
Modelos do Universo
 
Origem do universo
Origem do universoOrigem do universo
Origem do universo
 
Cosmologia do século XX: Aspectos históricos
Cosmologia do século XX: Aspectos históricosCosmologia do século XX: Aspectos históricos
Cosmologia do século XX: Aspectos históricos
 
Apresentação astronomia
Apresentação astronomiaApresentação astronomia
Apresentação astronomia
 
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 2 de 2
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 2 de 2
 
A origem do universo
A origem do universoA origem do universo
A origem do universo
 
A Terra E O Universo
A Terra E O UniversoA Terra E O Universo
A Terra E O Universo
 
Origem do Universo, Teoria do Big Bang
Origem do Universo, Teoria do Big BangOrigem do Universo, Teoria do Big Bang
Origem do Universo, Teoria do Big Bang
 
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 1 de 2
Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 1 de 2Gen cap08 teorias  formacao da terra parte 1 de 2
Gen cap08 teorias formacao da terra parte 1 de 2
 
Cosmologia
CosmologiaCosmologia
Cosmologia
 
A origem do universo
A origem do universoA origem do universo
A origem do universo
 
Big Bang
Big BangBig Bang
Big Bang
 
Origem do universo
Origem do universoOrigem do universo
Origem do universo
 
Aula 02- A história da astronomia (mundo antigo) -
Aula 02-  A história da astronomia  (mundo antigo) -Aula 02-  A história da astronomia  (mundo antigo) -
Aula 02- A história da astronomia (mundo antigo) -
 

Destaque

Trabalho nº1
 Trabalho nº1 Trabalho nº1
Trabalho nº1
Rui Lopes
 
Escolas Helenísticas
Escolas HelenísticasEscolas Helenísticas
Escolas Helenísticas
filoscar
 
Massa volúmica
Massa volúmicaMassa volúmica
Massa volúmica
Luis Pedro
 
Seções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - Hipérbole
Gabriel Resende
 
Euclides (presentacion slideshare)
Euclides (presentacion slideshare)Euclides (presentacion slideshare)
Euclides (presentacion slideshare)
Yoan Mora
 
Geometria euclidiana slides
Geometria euclidiana   slidesGeometria euclidiana   slides
Geometria euclidiana slides
Nanda Ronzei
 
Euclides de alexandria
Euclides de alexandriaEuclides de alexandria
Euclides de alexandria
Emanoel
 

Destaque (20)

Telescópio francisca pinho
Telescópio francisca pinhoTelescópio francisca pinho
Telescópio francisca pinho
 
filosofia helenica
filosofia helenicafilosofia helenica
filosofia helenica
 
Trabalho nº1
 Trabalho nº1 Trabalho nº1
Trabalho nº1
 
Apolônio de Tiana
Apolônio de TianaApolônio de Tiana
Apolônio de Tiana
 
Parafuso de arquimedes
Parafuso de arquimedesParafuso de arquimedes
Parafuso de arquimedes
 
Cônicas - Elipse
Cônicas - ElipseCônicas - Elipse
Cônicas - Elipse
 
Ágora - Alexandria (Resenha Crítica)
Ágora -  Alexandria (Resenha Crítica)Ágora -  Alexandria (Resenha Crítica)
Ágora - Alexandria (Resenha Crítica)
 
Arquimedes - Graça
Arquimedes - GraçaArquimedes - Graça
Arquimedes - Graça
 
evolução histórica da Astronomia
evolução histórica da Astronomiaevolução histórica da Astronomia
evolução histórica da Astronomia
 
Arquimedes
ArquimedesArquimedes
Arquimedes
 
Escolas Helenísticas
Escolas HelenísticasEscolas Helenísticas
Escolas Helenísticas
 
fisica 2 - principio de arquimedes
fisica 2 - principio de arquimedesfisica 2 - principio de arquimedes
fisica 2 - principio de arquimedes
 
Biblioteca de alexandria
Biblioteca de alexandriaBiblioteca de alexandria
Biblioteca de alexandria
 
Geometria Nao Euclidiana
Geometria Nao EuclidianaGeometria Nao Euclidiana
Geometria Nao Euclidiana
 
Massa volúmica
Massa volúmicaMassa volúmica
Massa volúmica
 
Seções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - HipérboleSeções Cônicas - Hipérbole
Seções Cônicas - Hipérbole
 
Euclides (presentacion slideshare)
Euclides (presentacion slideshare)Euclides (presentacion slideshare)
Euclides (presentacion slideshare)
 
Geometria euclidiana slides
Geometria euclidiana   slidesGeometria euclidiana   slides
Geometria euclidiana slides
 
A Biblioteca de Alexandria - BCI Turma 2011
A Biblioteca de Alexandria - BCI Turma 2011A Biblioteca de Alexandria - BCI Turma 2011
A Biblioteca de Alexandria - BCI Turma 2011
 
Euclides de alexandria
Euclides de alexandriaEuclides de alexandria
Euclides de alexandria
 

Semelhante a A nova astronomia

Introdução e História da astronomia - Aula 1
Introdução e História da astronomia - Aula 1Introdução e História da astronomia - Aula 1
Introdução e História da astronomia - Aula 1
Paulo Ricardo Csc
 
Material OBA Pt.1 - Material de apoio
Material OBA Pt.1 - Material de apoioMaterial OBA Pt.1 - Material de apoio
Material OBA Pt.1 - Material de apoio
eing2010
 
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
Bernardo Motta
 
A terra no espaço p
A terra no espaço pA terra no espaço p
A terra no espaço p
Tânia Reis
 
I nicolau copérnico
I nicolau copérnicoI nicolau copérnico
I nicolau copérnico
Amorim Albert
 
Gravitação site
Gravitação siteGravitação site
Gravitação site
fisicaatual
 

Semelhante a A nova astronomia (20)

Introdução e História da astronomia - Aula 1
Introdução e História da astronomia - Aula 1Introdução e História da astronomia - Aula 1
Introdução e História da astronomia - Aula 1
 
Slide a luneta de galileu
Slide   a luneta de galileuSlide   a luneta de galileu
Slide a luneta de galileu
 
Material OBA Pt.1 - Material de apoio
Material OBA Pt.1 - Material de apoioMaterial OBA Pt.1 - Material de apoio
Material OBA Pt.1 - Material de apoio
 
O modelo de cosmo
O modelo de cosmoO modelo de cosmo
O modelo de cosmo
 
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
Módulo V - O caso Galileu - Parte 1
 
A terra no espaço p
A terra no espaço pA terra no espaço p
A terra no espaço p
 
Gravitação universal
Gravitação universalGravitação universal
Gravitação universal
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2
 
Foco aula1-maria carolina
Foco  aula1-maria carolinaFoco  aula1-maria carolina
Foco aula1-maria carolina
 
05 gravitação universal
05  gravitação universal05  gravitação universal
05 gravitação universal
 
Física gravitação
Física   gravitaçãoFísica   gravitação
Física gravitação
 
Nicolau copérnico
Nicolau copérnicoNicolau copérnico
Nicolau copérnico
 
Modelo geocentrico e heliocentrico
Modelo geocentrico e heliocentricoModelo geocentrico e heliocentrico
Modelo geocentrico e heliocentrico
 
Teia - Apresentação Jorge.pdf
Teia - Apresentação Jorge.pdfTeia - Apresentação Jorge.pdf
Teia - Apresentação Jorge.pdf
 
Foco aula 1
Foco aula 1Foco aula 1
Foco aula 1
 
I nicolau copérnico
I nicolau copérnicoI nicolau copérnico
I nicolau copérnico
 
Introdução sistema solar
Introdução   sistema solarIntrodução   sistema solar
Introdução sistema solar
 
A terra no espaço
A terra no espaçoA terra no espaço
A terra no espaço
 
Gravitação site
Gravitação siteGravitação site
Gravitação site
 

Mais de Universidade Federal Fluminense

Mais de Universidade Federal Fluminense (20)

Etica nas ações profissionais
Etica nas ações profissionaisEtica nas ações profissionais
Etica nas ações profissionais
 
As virtudes na profissão e na universidade
As virtudes na profissão e na universidadeAs virtudes na profissão e na universidade
As virtudes na profissão e na universidade
 
éTica nas ações profissionais
éTica nas ações profissionaiséTica nas ações profissionais
éTica nas ações profissionais
 
éTica nas ações profissionais
éTica nas ações profissionaiséTica nas ações profissionais
éTica nas ações profissionais
 
Rompendo barreiras para gerar nov as idéias
Rompendo barreiras para gerar nov as idéiasRompendo barreiras para gerar nov as idéias
Rompendo barreiras para gerar nov as idéias
 
Identificação do problema
Identificação do problemaIdentificação do problema
Identificação do problema
 
Etica e ciencia
Etica e cienciaEtica e ciencia
Etica e ciencia
 
Liderança
LiderançaLiderança
Liderança
 
Exito ou fracasso
Exito ou fracassoExito ou fracasso
Exito ou fracasso
 
Metodologia de pesquisa nv
Metodologia de pesquisa nvMetodologia de pesquisa nv
Metodologia de pesquisa nv
 
Exito ou fracasso
Exito ou fracassoExito ou fracasso
Exito ou fracasso
 
O desafio da amizade
O desafio da amizadeO desafio da amizade
O desafio da amizade
 
As invenções e a revolução industrial
As invenções e a revolução industrialAs invenções e a revolução industrial
As invenções e a revolução industrial
 
As potencias humanas e os modelos de felicidade
As potencias humanas e os modelos de felicidadeAs potencias humanas e os modelos de felicidade
As potencias humanas e os modelos de felicidade
 
As virtudes cardeais no ambiente profissional
As virtudes cardeais no ambiente profissionalAs virtudes cardeais no ambiente profissional
As virtudes cardeais no ambiente profissional
 
1. introdução ao método dos elementos de contorno
1. introdução ao método dos elementos de contorno1. introdução ao método dos elementos de contorno
1. introdução ao método dos elementos de contorno
 
8. ciencia e fe 1
8. ciencia e fe 18. ciencia e fe 1
8. ciencia e fe 1
 
Modelagem mef
Modelagem mefModelagem mef
Modelagem mef
 
Motivação
MotivaçãoMotivação
Motivação
 
O papel das vitrudes na formação do carater
O papel das vitrudes na formação do caraterO papel das vitrudes na formação do carater
O papel das vitrudes na formação do carater
 

A nova astronomia

  • 1. A Nova Ordem na Astronomia Prof. Raul Pessolani (raul@vm.uff.br)
  • 2. Introdução  Régine Pernoud:  “Meu Deus! Sempre me disseram que  Galileu tinha sido queimado vivo, na  Idade Média, por dizer que a terra era redonda”  Três erros históricos: a) Não foi ele quem descobriu que a terra  era redonda (+ de 4 séculos antes)  b) Não foi queimado vivo, mas  aprisionado c) Tempos clássicos (1633), 200 anos após  imprensa / Constantinopla
  • 3. 1. Sistema Aristotélico • Duas físicas: – corpos terrestres e outra para os celestes • A terra está no centro do universo – Líquidos e os sólidos, convergem para o centro do mundo. – Ar e o fogo tendem a se afastar. • A terra é redonda – Eclipses • A terra está parada – Se girasse, a velocidade seria de 1400Km/h e nada poderia se sustentar
  • 4. Estrelas e Planetas • Constituidos de um 5o tipo de matéria: o éter. • A materia celeste é perfeita e não sofre mudanças com o tempo. • Duas regiões no Universo – Sublunar, constituidos por 4 elementos: agua, terra, fogo e ar. – Supralunar constiuidos de esferas de éter que giram e arrastam consigo as estrelas. • Movimento circular e uniforme: a trajetória perfeita • Esferas: ciclos e epiciclos.
  • 5. Cláudio Ptolomeu (83-161 d.C.)
  • 6. Um planeta visto da terra
  • 7. 2. Tomás de Aquino (1200-1275) • Caráter hipótetico das teorias: Assim, na astronomia diz-se que a teoria dos epiciclos e dos excêntricos, que é a teoria aristotélica para explicar o movimento retrógrado dos planetas, é boa porque com ela se podem salvar as aparências sensíveis dos movimentos celestes. Isto, entretanto, não constitui uma prova definitiva suficiente e decisiva, porque talvez pudéssemos salvar as aparências sensíveis com uma teoria diferente e mais simples
  • 8. Nicolau Copérnico (1473-1543) • Clérigo polonês. • Compartilha com os Gregos sobre o caráter perfeito dos corpos celestes, a velocidade constante dos planetas e as esferas de Ptolomeu. • De revolutionibus orbium coelestium (1543) – É possível que terra gire em torno do sol – Mantém o movimento circular e uniforme os ciclos e epiciclos. • É aceito como uma hipótese plausível • Ainda era necessário explicar muitas coisas.
  • 9. 3. Tycho Brahe  (1546-1601) • Sistema misto • Estrela nova (1572-1574): – Os corpos celestes podiam também mudar. – Cometas (1577) • Estão muito mais distantes que a lua • Tem uma luminosidade variável – Contradizia a teoria das esferas de Ptolomeu.
  • 10. Orazio Grassi (1583-1654) • Os cometas são fenômenos celestes supra lunares • Publica Libra Astronomica et filosofica (1619)
  • 11. 4. Iohanes Kepler (1571-1630) • 1609: trajetória elíptica dos astros O raio vetor de um Planeta Trajetórias elípticas, Sol varre áreas iguais em em um dos focos. tempos iguais.
  • 12. 5. Galileu Galilei (1564 - 1642) • Aristotélico • Primeira Luneta em 1609 (aumenta 3x) • Observações: – Manchas Lunares • Os corpos celestes não são diferentes que os terrestres. – 4 pequenos astros que acompanham Júpiter. • São luas (tira da Terra o satus de único planeta com lua) – Fases de Venus. • Conclui que gira em torno do sol. – Manchas do Sol (1612).
  • 13. Proposta de Galileo • Sistema Heliocentrico Aristotélico – A Terra gira em torno do sol e ao redor de sí mesma • Prova da rotação: argumento das marés – Trajetórias circulares e epiciclos – Cometas • Fenômeno atmosférico • Crítica feroz a Grassi num artigo em 1623 – Alega “dados observados” • O historiador Pietro Redondi: – O único que viu foi aos 13 anos de idade.
  • 14. O argumento das marés In the only mention of Galileo in his classic  1882 treatise on the tides, Lord Kelvin wrote  that the Italian astronomer found the idea  that the moon caused the tides "a lamentable  piece of mysticism...." 
  • 15. Polêmica Aristotélicos x  Copernicanos • O caráter de Galileu suscita brigas, invejas – Despreza seus inimigos: “Pigmeus mentais, idiotas estúpidos, ... • Havia gente qualificada que defendia os dois lados • Ludovico delle Colombe: – Contra il moto della terra (1611), argumentos escriturísticos Fundaste a terra em bases sólidas que são eternamente imutáveis Sl 103 • Galileo responde: – Diante dEle estremece a terra inteira Sl 95
  • 16. O Início do Processo • O caso se transforma numa disputa teológica e Galileu é denunciado à inquisição – Melhor Tribunal da época – Melhores prisões da época, advogado de defesa • Galileu: – Afirma que a SE não é um manual de ciências e portanto é escrito em linguagem popular • Tribunal: – Convida-o a apresentar suas provas – Argumento das Marés: não convence
  • 18. A primeira sentença: 1616 • Galileu não deve emitir opiniões sobre a SE. • Obrigação do Silêncio Não sustentar, ensinar ou defender essa teoria enquanto não houvessem provas conclusivas. • O sistema Heliocentrico podia continuar a ser ensinado como hipótese. • Galileo: – Continua suas pesquisas normalmente.
  • 19. Segunda Sentença (1633) • Eleição de Maffeo Barberini (Urbano VIII) • Galileo trabalha em Diálogo sobre os Sistemas do Mundo – Discussão entre 3 personagens: • Salviati (Galileu), Sagredo (Homem comum) e Simplicio (Aristotélico) • Simplicio é ridicularizado – Volta a apresentar como única prova o argumento das marés • Condenação. – Recolher-se por 5 meses no Palácio do embaixador de Florença – Após isso, leva uma vida recolhida em sua Villa em Arcetri onde trabalha em Resistência dos Materiais, Mecânica Racional e no Relógio de Pêndulo • Morre em 1642 cego, e recebe os últimos sacramentos
  • 20. Comentários • Pseudo conflito Ciência e Fé – Por trás havia interesses e egos pessoais • Sucessão de mal entendidos e precipitações – Agravado pela época e pelo gênio difícil de Galileo – O tribunal: acertou na questão científica e errou na Teológica – Galileu: acertou na Teológica e errou na Científica. • João Paulo II (1992): – Reconheceu o erro dos personagens do tribunal.
  • 21. Conclusões • As descobertas contrariam vários pilares da Física de Aristóteles: – Que os corpos celestes giravam ao redor da terra – De que o mundo supra lunar era imutável – De que os corpos celestes tinham uma matéria diferente. • A comprovação definitiva de que a Terra gira ao redor de sí, só será provado em 1851 (Pêndulo de Foucalt) • As leis de Newton ajudam a explicar o funcionamento do esquema de Kepler. – Esclareceu que as marés ocorriam por causa da interferência Lua.