2. A Contabilidade de Custos nasceu da
necessidade de avaliar estoques nas indústrias
com o início da Revolução industrial.
Com o advento das indústrias, tornou-se mais
complexa a função do Contador que, para
levantamento do balanço e apuração do
resultado, não dispunha agora tão facilmente dos
dados para poder atribuir valor aos estoques;
Seu valor de "Compras" na empresa comercial
estava agora substituído por uma série de valores
pagos pelos fatores de produção utilizados.
INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS
3. FATORES DE PRODUÇÃO:
Elementos utilizados para a produção de
bens/serviços;
Recursos naturais, Trabalho, Capital e
Tecnologia.
A complexidade dos métodos de fabricação e
de medição, capazes de solucionar com mais
rapidez os custos de fabricação, foi que deu
origem a contabilidade de custos. (Novas
Tecnologias)
INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS
4. MÉTODO COMERCIAL
(CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS)
CMV = EI + C - EF
MÉTODO INDUSTRIAL
(CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS)
CPV = EI + CPP – EF
*Onde:
EI = Estoque Inicial de produtos acabados
CPP = Custo de produção do período
EF = Estoque Final (inventário final)
CONTABILIDADE DE CUSTOS
5. Determinar custos e lucro para um período
contábil;
Calcular inventário, para os propósitos de
custo e preço;
Auxiliar e participar na elaboração e execução
de orçamentos;
Estabelecer métodos e procedimentos que
permitam controle e, se possível, redução ou
melhoria dos custos;
Tarefas da Contabilidade de custos
6. Terminologia em Custos
Uma das maiores dificuldades é a distinção entre
Custo e Despesa.
Do ponto de vista didático, todos os gastos
realizados dentro da fábrica na fabricação do
produto são custos. O resto é despesa*.
“Despesas com Matéria-prima” ou “Custos de MP”?
“Gastos” ou “Despesas de Fabricação”?
“Gastos” ou “Custos de Materiais Diretos”?
“Despesas” ou “Gastos com Imobilização”?
“Custos” ou “Despesas de Depreciação”?
7. Terminologia em Custos
Custo:
É o valor de bens ou serviços consumidos na
produção de outros bens e serviços.
Ex: Matéria-prima
Despesa:
É o valor de bens ou serviços consumidos direta
ou indiretamente na obtenção de receitas.
Ex: Comissão de Vendas
8. Terminologia em Custos
Gastos, Custos e Despesas são três palavras
sinônimas ou dizem respeito a conceitos
diferentes?
Confundem-se com Desembolso?
E Investimento tem alguma similaridade com
elas?
Perda se confunde com algum desses grupos?
9. Terminologia em Custos
Gasto :
Sacrifício financeiro que a entidade assume visando
a obtenção de bens ou serviços, mediante a
entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro).
Só existe o gasto no momento que existe o
reconhecimento contábil da dívida assumida ou da
redução do ativo utilizado no pagamento, ou seja,
na passagem do bem/serviço para a empresa.
GASTO=> DESEMBOLSO = CUSTO/DESPESA/ INVESTIMENTO
10. Terminologia em Custos
Desembolso :
É o pagamento resultante das aquisições dos bens ou
serviços, podendo ocorrer antes, durante ou depois da
aquisição do bem/serviço.
Investimento :
São gastos “ativados” em função de sua vida útil ou
utilidade futura.
A matéria-prima é um gasto contabilizado
temporariamente em investimento circulante (Ativo
Compras e depois transferido para CPV);
A máquina é um gasto que se transforma em
investimento permanente (Ativo Imobilizado).
11. Terminologia em Custos
Perda:
É o valor dos bens ou serviços consumidos de forma
anormal e involuntária.
As perdas decorrentes de fatores externos se
transformarão em DESPESAS e a de fatores da atividade
produtiva em CUSTOS.
(Ex:. Incêndio do estoque; Corte errado de uma peça)
Desperdício:
É o consumo intencional, que por alguma razão não foi
direcionado à produção de um bem ou serviço.
(Ex:. Utilização de mais tinta do que a necessária para a
pintura de uma peça, ou seja, irá compor o Custo)
12. Classificação e Nomenclatura
Os gestores das entidades sempre desejam saber
quanto custa determinada “coisa” (que pode ser
um bem, um serviço ou um processo). A essa
“coisa” damos o nome de “Objeto de Custo”.
A maior questão com relação a custos é saber
quando eles têm um relacionamento direto ou
indireto com um determinado objeto de custo.
>> Custo Direto
>> Custo Indireto
13. Classificação e Nomenclatura
Custos Diretos
São os custos que estão relacionados a um
determinado objeto de custo e que podem ser
identificados com este através de uma medida clara
de consumo.
Ex. A quantidade de madeira, puxadores, pregos,
tintas, etc que são utilizados na fabricação de um
Roupeiro.
14. Classificação e Nomenclatura
Custos Indiretos
São os custos que estão relacionados a um
determinado objeto de custo mas ‘não podem’ ser
identificados tão facilmente, sendo necessário a
utilização de estimativas (muitas vezes arbitrárias)
como forma de alocá-lo ao objeto de custo.
A este método de alocação damos o nome de
RATEIO.
Ex. O custo com energia, aluguel, água, Salários da
produção e etc da fábrica.
15. Classificação e Nomenclatura
Apropriação de Custos
A apropriação direta de custo é o processo de transferência dos
custos diretos a um objeto de custo desejado.
O rateio de custo é o processo de transferência dos custos
indiretos a um objeto de custo desejado.
Madeira
Vidro
Energia da
Fábrica
Rateio
Mesa com
Tampo de Vidro
16. ITEM DE CUSTO CUSTO
DIRETO
CUSTO
INDIRETO
Aluguel de um prédio da fábrica
Madeira utilizada na fabricação de camas
Salário do diretor de produção
Energia Elétrica p/ funcionamento das máquinas
Depreciação de Equipamentos
Seguro do prédio da fábrica
Depreciação da Máquina de corte
Depreciação de Aeronaves
17. Classificação quanto ao Comportamento
Uma outra forma de classificação dos custos e
talvez a mais importante dentre todas as demais,
é a que se subdivide em
>>Custos Fixos
>> Custos Variáveis
Possibilita aos gestores acompanharem o
comportamento destes custos e a relação entre
os níveis/volumes de atividades num espaço
específico de tempo.
18. Classificação quanto ao Comportamento
Custo Variável
Aquele cujo custo ‘se altera’ diretamente em
proporção ao volume total produzido.
Ex:. O valor total de matéria-prima, por mês,
depende diretamente do volume produzido, ou
seja, quanto mais for fabricado, mais será o seu
consumo e vice-versa.
19. Classificação quanto ao Comportamento
Custo Fixo
Aquele que se mantém constante, ou seja, ‘não se
altera’ diretamente na proporção ao volume total
produzido.
Ex:. O valor de um seguro mensal da fábrica possui um
valor que independerá se o volume produzido naquele
mês aumentou ou diminuiu.
Os custos fixos não precisam ser necessariamente do
mesmo valor, ou seja, ele poderá sofrer variações
mensais em função de variação de preços, mudança de
tecnologia, expansão da fábrica.
20. CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO QUANTO A
COMPORTAMENTO
CUSTO
FIXO
CUSTO
VARIÁVEL
Aluguel de um prédio da fábrica
Madeira utilizada na fabricação de camas
Salário do diretor de produção
Energia Elétrica p/ funcionamento das máquinas
Depreciação de Equipamentos
Seguro do prédio da fábrica
Depreciação de Máquinas de corte
21. Custo Unitário e Total
Custo Unitário (Custo Médio)
Obtido através da divisão de uma quantidade total de
custos por um número de unidades, que podem ser
expressas:
Ex. por horas trabalhadas, itens produzidos,
embalagens transportadas, etc.
Vamos supor que num certo período, para produzir
1.000 gaveteiros, os custos totais de uma empresa
foram :
- Custo Variável (Direto) = $ 30,00
- Custo Fixo (Indireto) = $ 15.000
- Custo Total = $ 45.000 ($ 30 x 1000 + $ 15.000)
- Custo Unitário = $ 45,00 ($ 45.000 ÷ 1000)
22. Custo Unitário e Total
Uma empresa irá realizar um seminário, destinado a alguns de seus
funcionários. Para tanto, será contratado um famoso palestrante. Sem ter
conhecimento do número de participantes, o palestrante ofereceu 3
alternativas, como proposta para sua remuneração:
Proposta 1 - $15.000
Proposta 2 - $ 3.000 fixos mais $ 70 por participante
Proposta 3 - $ 100 por participante
Pede-se:
Calcule o custo unitário e total para cada uma das propostas,
imaginando que o número de participantes seja :
a) 80 pessoas
b) 120 pessoas
c) 200 pessoas
Identifique ainda qual a proposta mais viável para cada
uma das hipóteses de quantidade de participantes.
23. Custo Unitário e Total
CONCLUSÕES:
1. PARA SE CHEGAR A MELOR PROPOSTA, DEVE-SE OBTER O CUSTO UNITÁRIO DE
CADA OBJETO DE CUSTO.
2. UMA VENDA MAIOR LUCRA O FORNECEDOR E LUCRA O VENDEDOR (LEI DE
MERCADO).
3. O CUSTO UNITÁRIO CALCULADO CORRETAMENTE É FUNDAMENTAL PARA
A TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS.
PROPOSTA
80 CUSTO 120 CUSTO 200 CUSTO
PESSOAS UNITÁRIO PESSOAS UNITÁRIO PESSOAS UNITÁRIO
1 15.000,00 187,50 15.000,00 125,00 15.000,00 75,00
2 8.600,00 107,50 11.400,00 95,00 17.000,00 85,00
3 8.000,00 100,00 12.000,00 100,00 20.000,00 100,00
24. OUTRAS NOMENCLATURAS DE CUSTOS
Custos Primários: soma de MP com
MOD. (CP = MP + MOD)
Não são as mesmas coisas que Custos
Diretos, já que nos Primários só estão
incluídos aqueles dois itens. Assim, a
embalagem é um Custo Direto, mas
não Primário.
Uma caixa que envolve o produto será um custo
secundário, mas a sacola utilizada na entrega do
produto ao consumidor final será uma despesa,
pois só existe por ocasião da venda.
25. OUTRAS NOMENCLATURAS DE CUSTOS
Custos de Transformação: soma de todos
os Custos de Produção, exceto os
relativos a MP e outros eventuais
adquiridos e empregados sem nenhuma
modificação pela empresa.
Representam esses Custos de
Transformação o valor do esforço da
própria empresa no processo de
elaboração de um determinado item
(mão-de-obra direta e indireta, energia,
materiais de consumo industrial etc.).
26. EM RESUMO
Custos Diretos, Indiretos, Fixos e Variáveis.
Diretos e Indiretos dizem respeito ao relacionamento
entre o custo e o produto feito: os primeiros são fácil,
objetiva e diretamente apropriáveis ao produto feito,
e os Indiretos precisam de esquemas especiais para a
alocação, tais como bases de rateio, estimativas etc.
Custos Fixos e Variáveis são uma classificação que
não leva em consideração o produto, e sim o
relacionamento entre o valor total do custo num
período e o volume de produção. Fixos são os que
num período têm seu montante fixado não em função
de oscilações na atividade, e Variáveis os que têm seu
valor determinado em função dessa oscilação.
27. Estoque de Materiais Diretos, que são os materiais
adquiridos inicialmente, prontos para sofrerem algum
tipo de transformação;
Estoque de Materiais em Processo (elaboração), que
são os produtos que já sofreram um processo de
transformação parcial, mas não totalmente
finalizados;
Estoque de Produtos Acabados, que são os produtos
totalmente finalizados, prontos para comercialização
Matéria Prima=> Produtos em Elaboração=>
Produtos Acabados.
Estoques de empresas industriais
28. Para apuração do custo dos Produtos Acabados,
teríamos que considerar portanto os diversos
custos. A todos estes custos damos o nome de
Custos de Produção.
A composição e os termos mais usados para
estes Custos de Produção são os seguintes :
-Materiais Diretos (MP, embalagens, etc);
-Mão de Obra Direta e
-Custos Indiretos de Fabricação
Estoques de empresas industriais
29. CPP= Estoque Inicial Mat Diretos + Compras MD - Estoque
Final Mat. Diretos + MOD + Custos Indir Fabric (CIF)
CPA = Estoque Inicial Produtos em Elaboração + CPP –
Estoque Final produtos em elaboração
CPV= Estoque Inicial Produto Acabados + CPA – Estoque
Final de Produtos Acabados
(LUCRO BRUTO = VENDAS LIQUIDAS – CPV)
Estoques de empresas industriais
Compra
Estoque de
Mat.Prima
Produção
Estoque de
produtos
Acabados
Venda
A partir destas informações, podemos realizar a apuração dos Custos
dos Produtos Vendidos (CPV), desta forma :
30. Custos incorridos no mês:
Matéria-prima $9.000
Mão-de-obra $4.500
Energia elétrica $1.500
$15.000
Unidades produzidas no mês: 15
Unidades vendidas no mês: 12
E.F prod. Acabados (não havia estoques iniciais): 3
Custo unitário de produção: $15.000÷15= $1.000
Preço unitário de venda: $1.200
Custo das unidades vendidas: 12 x $1.000 = $12.000
Estoque final de produtos acabados: 3 x $1.000 = $3.000
Poderíamos fazer a demonstração de resultado desse primeiro mês
da seguinte forma:
Vendas $14.400
(-) Custo dos Produtos Vendidos ($12.000)
(=) Lucro Bruto $2.400
31.
32. PARA FIXAR:
Nordeste Eletros, empresa do ramo de
eletrodomésticos, possui os seguintes dados,
extraídos do seu balancete de abril de 2013:
Custo dos Produtos Vendidos de R$ 420.000,00
Receita Bruta com Vendas de R$ R$ 850.000,00
Devolução de vendas de R$ 10.000,00
Qual o valor do Lucro bruto da Empresa em março
de 2013?
33. ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS
I. A separação entre CUSTOS e DESPESAS;
II. Apropriação dos custos DIRETOS aos
produtos;
III. Apropriação dos custos INDIRETOS aos
produtos;
*Rateio dos custos indiretos
Apropriação => adequação, acomodação
34.
35.
36. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
As empresas industriais são divididas em
departamentos de serviços e departamentos
de produção e esses departamentos
carregam custos de produção que devem ser
descarregados aos produtos.
Ocorre que cada departamento tem custos
diferentes e são utilizados de formas
diferentes nos produtos, portanto a alocação
dos custos aos produtos requer cuidados,
que serão vistos agora.
37. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Os departamentos podem ser divididos em dois
grupos: departamentos de produção e
departamentos de serviços.
Os departamentos de produção são aqueles que,
efetivamente, produzem, atuam sobre os
produtos e têm seus custos apropriados
diretamente a estes.
Exemplos de departamentos de produção:
Corte;
Montagem;
Acabamento;
Pintura
38. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Os departamentos de serviços não atuam na
produção, mas dão suporte aos departamentos
de produção.
Seus custos são apropriados aos departamentos
de produção (a quem prestam serviços).
Exemplos de departamentos de serviços:
Administração da Fábrica;
Manutenção;
Almoxarifado;
Expedição;
Controle de Qualidade.
39. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Os departamentos de serviços não atuam na
produção, mas dão suporte aos departamentos
de produção.
Seus custos são apropriados aos departamentos
de produção (a quem prestam serviços).
Exemplos de departamentos de serviços:
Administração da Fábrica;
Manutenção;
Almoxarifado;
Expedição;
Controle de Qualidade.