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NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Comunicação de Maria João Silva
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Contar e ouvir  estóriasé por  certo uma das mais antigas actividades humanas Pois O que constituía mistério para a mente humana era explicado com fantasia e imaginação, em imagens compreensíveis sob a forma de lendas, fábulas e mitos
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As estórias enquanto narrativas orais fazem parte do património cultural de vários povos As narrativas orais acabaram por ser colectadas e chegaram aos nossos dias através dos livros para crianças, herdeiros desse hábito de contar estórias oralmente
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO <<Ah, pudesse eu voltar à minha infância Minha Velha Aia! conta-me essa história que principiava, tenho-a na memória, “Era uma vez”...>> António Nobre “Só”
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As histórias/Os contos ajudam o Leitor e Ouvinte ... ... A libertar-se de preconceitos ... A abrir-se a novos horizontes sobre a sua própria vida ... A estruturar-se como pessoa ... A desenvolver-se continuamente
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As histórias/Os contos transmitem aspectos da cultura e mensagem A tomada de consciência das mensagens veiculadaspelos contos e os debates que se pode, gerar em torno deles é muito importante quando se visa Educar para viver num mundo inter/multicultural
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO A leitura consciente de contos, as mensagens que transmitem e os materiais usados em contextos pedagógicos têm um papel importante na medida em que... Levam educadores e educandos a descobrir os seus códigos e a estarem atentos ao sistema de comunicação que deles decorrem.
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Bruno Bettelheim (1995) refere que a criança precisa muito especialmente de sugestões em forma simbólica sobre como lidar com estes obstáculos para chegar sem risco à maturidade. Não há histórias inócuas, as histórias sempre transmitem mensagens implícitas e /ou explicitas
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO O conto de fadas confronta a criança sem rodeios com as exigências básicas do ser humano, pois não há sentimentos proibidos ou inabordáveis.
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO “A Titulo de Exemplo” A morte, o culto da morte, o direito ao luto estão no conto da Branca de Neve. No conto os Dois Irmãos é enfatizada a necessidade de integrar as tendências contraditórias da soberania adulta, só depois dos dois gémeos se reunirem a felicidade foi possível
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO “A Título de Exemplo” Hansel e Gretel só conseguiram resolver os seus problemas afastando-se da casa dos pais regressando depois de terem passado determinadas provas, sendo ultrapassado o pavor do abandono evidenciado por estas duas personagens
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO A destruição moral a que pode levar uma relação de uma mãe que não consegue ultrapassar o seu narcisismo e ver a filha como rival parece estar presente no conto a Gata Borralheira
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Os contos mostram que desde a infância o ser humano é sujeito a pulsões e emoções violentas e a conflitos profundos, percorre-se também a antiquíssima vontade de Viver e Ser Feliz
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Ao Contar Uma História ,[object Object]
A participação activa constitui factor vital que enriquece a experiência das crianças
Existe uma afirmação da personalidade, através do confronto de experiências partilhadas com o outro,[object Object]
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO O Conto pode ser um dispositivo privilegiado de: ,[object Object]
Cooperação
Partilha, já que a criança pode identificar e identificar-se com múltiplos personagens que interagem em contextos diferentes, têm personalidades e hábitos diferentes
Análise critica e de auto-avaliação,[object Object]
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Como se promove este percurso de aceitação da diversidade? ATRAVÉS CONTOS/HISTÓRIAS Na perspectiva de uma EDUCAÇÃO INTER/MULTICULTURAL CRITICA, que permita que as crianças de grupos sociais e culturais diversos sejam educadas para um BILINGUISMO CULTURAL onde, simultaneamente com o conhecimento aprofundado da sua cultura de origem, desenvolvem atitudes de alteridade e de respeito pelo pelo outro, através do conhecimento critico e contextualizado de outras culturas, passando ao exercício de uma democracia representativa
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO RELATO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS... NUMA PERSPECTIVA DE: EDUCAÇÃO INTERCULTURAL  EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA ATRAVÉS DE CONTOS
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 1ª FASE Criação de uma equipa de trabalho constituída por Educadores de Infância / Professores para a abordagem da cidadania e da multiculturalidade através dos contos
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 2ª FASE Criação de grelhas de análise para descodificar as mensagens veiculadas pelos livros de conto
2ª FASE Conto: Dumbo da Disney, Everest Editora 	Grelha de Análise do Conto REPRESENTAÇÕES EM RELAÇÃO ÀS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO ÀS SEMELHANÇAS “Desculpe o atraso excede o peso normal” “Que coisinha mais linda” ”Parabéns senhora Jumbo tem um lindo bebé “...descomunais muito maiores que o resto do corpo” “Em toda a minha vida nunca vi nada igual” “Orelhas enormes”
2ª FASE RELAÇÃO COM A DIVERSIDADE ACEITAÇÃO ACTIVA NÃO ACEITAÇÃO “Contemplou com imensa doçura o seu bebé” “Ah! Ah! Ah! Só viram aquelas orelhas parecem dois toalhões de banho” “Ah! Ah! Ah! Riram os garotos olhem para aquelas orelhas se ele resolve agitá-las levanta-se um vendaval” “Para mim serás sempre o elefantezinho mais bonito do mundo” “Não merece estar aqui connosco proponho que não lhe ligue importância agiremos como se lele não existisse “O único elefante voador do mundo
2ª FASE VALORES VEICULADOS SOLIDARIEDADE NÃO ACTIVA (TOLERÂNCIA) SOLIDARIEDADE ACTIVA “Desculpem se os incomodamos...” “Eu tomarei conta de ti” “Tu vais ser a estrela do circo” “Bem, não sabiamos. Se pudermos ajudar... ”
2ª FASE VALORES VEICULADOS MOTIVAÇÃO PATERNALISMO REFORÇO + REFORÇO -  “Quando fores maior serás o elefante mais forte do circo...” “Troçar assim de um pobre elefante?  Não têm vergonha?” “Anda cobardolas. Salta já!” “A tua sorte vai mudar” “ A partir de hoje, acaba-se a história de abusar do pobre elefantezinho” “Tens que ser forte portaste-te bem, meu filho”
2ª FASE COMENTÁRIO Dumbo, o elefante, nasce “diferente”, tem umas enormes orelhas e, por isso, é excluído da sua comunidade, mas o rato desmistificando essa diferença dá a oportunidade a Dumbo de crescer de acordo com a sua “diferença” Dumbo acaba por se tornar herói, pois na sua “diferença” consegue encontrar-se. A problemática do “diferente” reflecte a evolução sociocultural de uma comunidade-. É manifesta uma cumplicidade cultural que está subjacente ao julgamento que diferencia os “diferentes” dos “não diferentes”. Esta cumplicidade obscura, ténue, subtil e confusa, tem por objectivo afastar ou excluir de alguma maneira os “diferentes” cuja presença perturba e ameaça o mundo dos “normais” e respectiva ordem social.
2ª FASE Conto: Gigões & Anantes,  Manuel Pina, Editora Afrontamento
2ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento 	Grelha de Análise do Conto MENSAGENS EXPLÍCITAS MENSAGENS IMPLÍCITAS “Gigões são Anantes muito grandes. Anantes são Gigões muito pequenos. Gigões diferem dos Anantes porque uns são um bocado mais, outros são um bocado menos” Diferença “Era uma vez um Gigão tão grande, tão grande, que não cabia. ,[object Object]
Mas havia um Anante ainda maior que o Gigão, e esse então nem se sabia se ele cabia ou não”,[object Object]
- E nunca se sabia se estavam a mentir!”Diferença VS Semelhança
2ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento 	Grelha de Análise do Conto MENSAGENS EXPLÍCITAS MENSAGENS IMPLÍCITAS “Então a Ana como não podia resolver o problema arranjou uma teoria: Xixanava com eles e o que ficava Xubiante era o Gigão e o Anante o que fingia que não” Distribuição do poder através da comunicação “A teoria nunca falhava porque era toda com palavras que só a Ana sabia. E como eram palavras de toda a confiança só queriam dizer o que a Ana queria”
2ª FASE COMENTÁRIO O conto Gigões & Anantes parece veicular mensagens da relatividade da diferença. A análise feita ao conto remete-nos para uma abordagem holística da diferença e da semelhança intra/inter grupais. Afinal não existem diferenças sem semelhanças nem semelhanças sem diferenças. “Gigões são anantes muito grandes Anantes são Gigões muito pequenos Os Gigões diferem dos Anantes porque  Uns são um bocado mais, outros são um bocado menos” Assim dar voz e vez ao outro é quebrar as barreiras do inacessível. A importância da comunicação é também referenciada como instrumento privilegiado de inclusão
NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 3ª FASE Introdução na prática educativa dos contos como dispositivo pedagógico procurando ressaltar o aspecto formativo por parte de crianças, de atitudes que conduzam ao desenvolvimento de uma aceitação activa da diversidade
3ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento Crianças na faixa etária dos três aos cinco anos Momento: Hora do Conto O conto chegou às crianças através de oito momentos:
3ª FASE 1º Momento: O texto do conto é passado para uma folha de papel cenário previamente executada e sem a presença das crianças. 2º Momento: O conto escrito na folha de papel cenário é lido às crianças. As crianças riem pedem explicações sobre algumas palavras, como por exemplo: o que é um a ”teoria”?...
3ª FASE 3º Momento: Cada criança circulou pela sala, para escolher actividades a realizar sobre o conto, tendo à disposição materiais vários. Surgiram construções e desenhos e foram feitos comentários que a Educadora registou, mas também como texto livre nos desenhos das crianças.
3ª FASE 4º Momento: Recurso ao livro original para através da leitura do conto, agora já conhecido e em contexto de livro, as crianças pediram para mostrar a imagem que correspondia a cada “quadra”. Como não existia essa imagem, surgiram propostas de ilustração.
3ª FASE 5º Momento: Elaboração de um livro pelas crianças. É planeada a construção de um livro a partir das sugestões das crianças e da Educadora (tendo em conta a análise do conto previamente realizada).
3ª FASE 6º Momento: Dramatização. Decorrente da questão “Como seria o Anante e o Gigão?”, constróem-se máscaras e o grupo realiza uma dramatização livre. A proposta da Educadora é fazer, em modelagem, o rosto do Anante e do Gigão.
3ª FASE 7º Momento: Dramatização orientada pelo texto. 8º Momento: O reconto do conto.  É feita a reinvenção do conto através de uma narrativa oral e, na necessidade de a registar, faz-se uma gravação. O conto ganha outra dimensão: as máscaras e a dramatização.

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  • 2. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Contar e ouvir estóriasé por certo uma das mais antigas actividades humanas Pois O que constituía mistério para a mente humana era explicado com fantasia e imaginação, em imagens compreensíveis sob a forma de lendas, fábulas e mitos
  • 3. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As estórias enquanto narrativas orais fazem parte do património cultural de vários povos As narrativas orais acabaram por ser colectadas e chegaram aos nossos dias através dos livros para crianças, herdeiros desse hábito de contar estórias oralmente
  • 4. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO <<Ah, pudesse eu voltar à minha infância Minha Velha Aia! conta-me essa história que principiava, tenho-a na memória, “Era uma vez”...>> António Nobre “Só”
  • 5. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As histórias/Os contos ajudam o Leitor e Ouvinte ... ... A libertar-se de preconceitos ... A abrir-se a novos horizontes sobre a sua própria vida ... A estruturar-se como pessoa ... A desenvolver-se continuamente
  • 6. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO As histórias/Os contos transmitem aspectos da cultura e mensagem A tomada de consciência das mensagens veiculadaspelos contos e os debates que se pode, gerar em torno deles é muito importante quando se visa Educar para viver num mundo inter/multicultural
  • 7. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO A leitura consciente de contos, as mensagens que transmitem e os materiais usados em contextos pedagógicos têm um papel importante na medida em que... Levam educadores e educandos a descobrir os seus códigos e a estarem atentos ao sistema de comunicação que deles decorrem.
  • 8. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Bruno Bettelheim (1995) refere que a criança precisa muito especialmente de sugestões em forma simbólica sobre como lidar com estes obstáculos para chegar sem risco à maturidade. Não há histórias inócuas, as histórias sempre transmitem mensagens implícitas e /ou explicitas
  • 9. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO O conto de fadas confronta a criança sem rodeios com as exigências básicas do ser humano, pois não há sentimentos proibidos ou inabordáveis.
  • 10. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO “A Titulo de Exemplo” A morte, o culto da morte, o direito ao luto estão no conto da Branca de Neve. No conto os Dois Irmãos é enfatizada a necessidade de integrar as tendências contraditórias da soberania adulta, só depois dos dois gémeos se reunirem a felicidade foi possível
  • 11. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO “A Título de Exemplo” Hansel e Gretel só conseguiram resolver os seus problemas afastando-se da casa dos pais regressando depois de terem passado determinadas provas, sendo ultrapassado o pavor do abandono evidenciado por estas duas personagens
  • 12. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO A destruição moral a que pode levar uma relação de uma mãe que não consegue ultrapassar o seu narcisismo e ver a filha como rival parece estar presente no conto a Gata Borralheira
  • 13. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Os contos mostram que desde a infância o ser humano é sujeito a pulsões e emoções violentas e a conflitos profundos, percorre-se também a antiquíssima vontade de Viver e Ser Feliz
  • 14.
  • 15. A participação activa constitui factor vital que enriquece a experiência das crianças
  • 16.
  • 17.
  • 19. Partilha, já que a criança pode identificar e identificar-se com múltiplos personagens que interagem em contextos diferentes, têm personalidades e hábitos diferentes
  • 20.
  • 21. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO Como se promove este percurso de aceitação da diversidade? ATRAVÉS CONTOS/HISTÓRIAS Na perspectiva de uma EDUCAÇÃO INTER/MULTICULTURAL CRITICA, que permita que as crianças de grupos sociais e culturais diversos sejam educadas para um BILINGUISMO CULTURAL onde, simultaneamente com o conhecimento aprofundado da sua cultura de origem, desenvolvem atitudes de alteridade e de respeito pelo pelo outro, através do conhecimento critico e contextualizado de outras culturas, passando ao exercício de uma democracia representativa
  • 22. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO RELATO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS... NUMA PERSPECTIVA DE: EDUCAÇÃO INTERCULTURAL EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA ATRAVÉS DE CONTOS
  • 23. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 1ª FASE Criação de uma equipa de trabalho constituída por Educadores de Infância / Professores para a abordagem da cidadania e da multiculturalidade através dos contos
  • 24. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 2ª FASE Criação de grelhas de análise para descodificar as mensagens veiculadas pelos livros de conto
  • 25. 2ª FASE Conto: Dumbo da Disney, Everest Editora Grelha de Análise do Conto REPRESENTAÇÕES EM RELAÇÃO ÀS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO ÀS SEMELHANÇAS “Desculpe o atraso excede o peso normal” “Que coisinha mais linda” ”Parabéns senhora Jumbo tem um lindo bebé “...descomunais muito maiores que o resto do corpo” “Em toda a minha vida nunca vi nada igual” “Orelhas enormes”
  • 26. 2ª FASE RELAÇÃO COM A DIVERSIDADE ACEITAÇÃO ACTIVA NÃO ACEITAÇÃO “Contemplou com imensa doçura o seu bebé” “Ah! Ah! Ah! Só viram aquelas orelhas parecem dois toalhões de banho” “Ah! Ah! Ah! Riram os garotos olhem para aquelas orelhas se ele resolve agitá-las levanta-se um vendaval” “Para mim serás sempre o elefantezinho mais bonito do mundo” “Não merece estar aqui connosco proponho que não lhe ligue importância agiremos como se lele não existisse “O único elefante voador do mundo
  • 27. 2ª FASE VALORES VEICULADOS SOLIDARIEDADE NÃO ACTIVA (TOLERÂNCIA) SOLIDARIEDADE ACTIVA “Desculpem se os incomodamos...” “Eu tomarei conta de ti” “Tu vais ser a estrela do circo” “Bem, não sabiamos. Se pudermos ajudar... ”
  • 28. 2ª FASE VALORES VEICULADOS MOTIVAÇÃO PATERNALISMO REFORÇO + REFORÇO - “Quando fores maior serás o elefante mais forte do circo...” “Troçar assim de um pobre elefante? Não têm vergonha?” “Anda cobardolas. Salta já!” “A tua sorte vai mudar” “ A partir de hoje, acaba-se a história de abusar do pobre elefantezinho” “Tens que ser forte portaste-te bem, meu filho”
  • 29. 2ª FASE COMENTÁRIO Dumbo, o elefante, nasce “diferente”, tem umas enormes orelhas e, por isso, é excluído da sua comunidade, mas o rato desmistificando essa diferença dá a oportunidade a Dumbo de crescer de acordo com a sua “diferença” Dumbo acaba por se tornar herói, pois na sua “diferença” consegue encontrar-se. A problemática do “diferente” reflecte a evolução sociocultural de uma comunidade-. É manifesta uma cumplicidade cultural que está subjacente ao julgamento que diferencia os “diferentes” dos “não diferentes”. Esta cumplicidade obscura, ténue, subtil e confusa, tem por objectivo afastar ou excluir de alguma maneira os “diferentes” cuja presença perturba e ameaça o mundo dos “normais” e respectiva ordem social.
  • 30. 2ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento
  • 31.
  • 32.
  • 33. - E nunca se sabia se estavam a mentir!”Diferença VS Semelhança
  • 34. 2ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento Grelha de Análise do Conto MENSAGENS EXPLÍCITAS MENSAGENS IMPLÍCITAS “Então a Ana como não podia resolver o problema arranjou uma teoria: Xixanava com eles e o que ficava Xubiante era o Gigão e o Anante o que fingia que não” Distribuição do poder através da comunicação “A teoria nunca falhava porque era toda com palavras que só a Ana sabia. E como eram palavras de toda a confiança só queriam dizer o que a Ana queria”
  • 35. 2ª FASE COMENTÁRIO O conto Gigões & Anantes parece veicular mensagens da relatividade da diferença. A análise feita ao conto remete-nos para uma abordagem holística da diferença e da semelhança intra/inter grupais. Afinal não existem diferenças sem semelhanças nem semelhanças sem diferenças. “Gigões são anantes muito grandes Anantes são Gigões muito pequenos Os Gigões diferem dos Anantes porque Uns são um bocado mais, outros são um bocado menos” Assim dar voz e vez ao outro é quebrar as barreiras do inacessível. A importância da comunicação é também referenciada como instrumento privilegiado de inclusão
  • 36. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 3ª FASE Introdução na prática educativa dos contos como dispositivo pedagógico procurando ressaltar o aspecto formativo por parte de crianças, de atitudes que conduzam ao desenvolvimento de uma aceitação activa da diversidade
  • 37. 3ª FASE Conto: Gigões & Anantes, Manuel Pina, Editora Afrontamento Crianças na faixa etária dos três aos cinco anos Momento: Hora do Conto O conto chegou às crianças através de oito momentos:
  • 38. 3ª FASE 1º Momento: O texto do conto é passado para uma folha de papel cenário previamente executada e sem a presença das crianças. 2º Momento: O conto escrito na folha de papel cenário é lido às crianças. As crianças riem pedem explicações sobre algumas palavras, como por exemplo: o que é um a ”teoria”?...
  • 39. 3ª FASE 3º Momento: Cada criança circulou pela sala, para escolher actividades a realizar sobre o conto, tendo à disposição materiais vários. Surgiram construções e desenhos e foram feitos comentários que a Educadora registou, mas também como texto livre nos desenhos das crianças.
  • 40. 3ª FASE 4º Momento: Recurso ao livro original para através da leitura do conto, agora já conhecido e em contexto de livro, as crianças pediram para mostrar a imagem que correspondia a cada “quadra”. Como não existia essa imagem, surgiram propostas de ilustração.
  • 41. 3ª FASE 5º Momento: Elaboração de um livro pelas crianças. É planeada a construção de um livro a partir das sugestões das crianças e da Educadora (tendo em conta a análise do conto previamente realizada).
  • 42. 3ª FASE 6º Momento: Dramatização. Decorrente da questão “Como seria o Anante e o Gigão?”, constróem-se máscaras e o grupo realiza uma dramatização livre. A proposta da Educadora é fazer, em modelagem, o rosto do Anante e do Gigão.
  • 43. 3ª FASE 7º Momento: Dramatização orientada pelo texto. 8º Momento: O reconto do conto. É feita a reinvenção do conto através de uma narrativa oral e, na necessidade de a registar, faz-se uma gravação. O conto ganha outra dimensão: as máscaras e a dramatização.
  • 44. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO 4ª FASE Avaliação da prática em termos dos processos de transmissão e de aquisição de mensagens culturais o que constituiria um ponto de retorno ao arquitectar novas práticas educativas.
  • 45. 4ª FASE PROJECTO PEDAGÓGICO Ponto de partida: O peixinho arco íris o mais belo peixe dos Oceanos Grupo de 4 anos Educadora responsável: Helena Medeiros Desenvolver nas crianças aspectos relacionados com a educação para a cidadania Promover o respeito pelo outro a partilha, a cooperação e a solidariedade Exploração: Leitura Registo Reconto Avaliação
  • 46. NA COMPANHIA DAS ESTÓRIAS RUMO AO FUTURO “Se bastasse conceber para realizar Estaria mergulhado num mundo Semelhante ao de um sonho Em que o possível não se destingue do real” Sartre