Este documento resume uma reflexão crítica sobre uma oficina de formação para educadores de infância sobre o tema "À descoberta da Beira Mar". A formanda discute a motivação para frequentar a oficina, a importância da literatura infantil e do método científico no pré-escolar, e reflete positivamente sobre a metodologia empregue na oficina de formação.
1. APEI
Colégio do Centeio -
Setúbal
2011
Oficina de formação
“À descoberta da Beira Mar”
Formanda:
Margarida Costa
[Escrever o nome da empresa]
2. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Índice
Motivação para a frequência da ação ………………………………………………………….. 3
2
A literatura infantil em Educação Pré-Escolar ………………………………..……….……. 3
A atitude naturalista em Educação Pré-Escolar …………………………………………….. 4
O método científico em Educação Pré-Escolar ………………………………………….…… 5
Reflexão sobre a metodologia empregue na oficina de formação ……….………… 8
Reflexão crítica sobre o processo e os produtos da acção ……………………………… 9
Compreensão dos temas …………………………………………………………………………….… 9
Aprendizagens e sua aplicação prática ………………………………………………….......... 9
Envolvimento da formadora ………………………………………………..………………………. 10
Documentação fornecida pela formadora ……………………………………………………. 10
Contributos para a melhoria da minha prática lectiva ……………………………..…… 10
Correspondência da ação às expectativas …………………………………………………….. 10
Endereço web do trabalho realizado …………………………………..………………………. 10
Bibliografia …………………………………………………………………………………………………… 11
Formanda Margarida Costa
3. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Motivação para a frequência da ação
A escolha de frequentar a presente ação de formação ficou a dever-se ao desejo
de desenvolver competências na área das ciências, através de metodologias ativas e
participativas. O facto da abordagem a esta área ser apresentada com recurso à
literatura infantil, integrando no processo de ensino e aprendizagem uma utilização
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crítica dos livros de ficção ou informativos como ferramentas transversais ao
desenvolvimento do trabalho com as crianças, foi também determinante na minha
motivação para a frequência desta oficina de formação.
Ficou ainda a dever-se ao desejo de partilhar experiências/recursos/saberes entre
educadoras de infância, uma vez que a função que tenho desempenhado nos últimos
anos no gabinete coordenador da Rede de Bibliotecas Escolares me afastou do trabalho
com os meus pares.
A formação de educadores de infância na área das ciências revela-se de particular
importância na medida em que possibilita a adopção de práticas pedagógicas que
facilitam o envolvimento dos alunos em trabalhos práticos e, simultaneamente,
contribui para que estes desenvolvam competências numa área do saber da qual as
crianças têm sido afastadas pela vida moderna e “urbana” – o conhecimento do mundo
natural que os rodeia.
A este entendimento acresce ainda a crença que tais práticas pedagógicas
potenciam a adesão das crianças e o seu envolvimento, ao mesmo tempo que permite
desenvolver um leque alargado de capacidades e competências ao serem chamados a
intervir directamente em trabalho de investigação e reflexão, elementos estruturadores
da sua aprendizagem.
A literatura infantil em Educação Pré-Escolar
“A Literatura Infantil, bebida desde o nascimento em doses sabiamente
ministradas, gera uma saudável dependência que dá à criança e ao adolescente a força e
Formanda Margarida Costa
4. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
o engenho necessários para realizarem a leitura do mundo, base indispensável aos seus
projectos de vida.” (Veloso & Riscado, 2002, p.29).
Está sobejamente demonstrado que a prática da leitura, combinada com outras
atitudes e fatores, pode contribuir substancialmente para o desenvolvimento de muitas
das competências necessárias ao desenvolvimento intelectual e, consequentemente, ao
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desenvolvimento social de qualquer indivíduo.
Na sociedade atual, caracterizada pela necessidade de dominar os diferentes
modos de comunicação e de acesso à informação, a leitura revela-se uma atividade
fundamental. Por outro lado, a aquisição e consolidação de hábitos e habilidades
leitoras pressupõe um longo processo que passa por uma série de etapas de
desenvolvimento e que envolve uma aprendizagem profunda.
Sabemos hoje, pois diversos estudos realizados sobre a leitura o tornam evidente,
que é na primeira fase da vida que tudo se joga. É por isso necessário criar situações que
favoreçam ou cubram a possibilidade de ler por diferentes motivos, em diferentes
espaços, diferentes tipos de texto e em diversos suportes desde as primeiras idades.
Assim, o modelo proposto nesta oficina de formação (partir da exploração de
livros infantis para trabalhar conteúdos das ciências) apresenta-se-nos como uma
estratégia interessante e exequível para o trabalho com as crianças em sala de aula.
A atitude naturalista em Educação Pré-Escolar
A atitude naturalista é “natural” nas crianças de idade pré-escolar,
genuinamente curiosas e observadoras da realidade.
O desenho é a forma de comunicação escrita por excelência nesta faixa etária,
pelo que todos os instrumentos que promovam o desenvolvimento de competências
de leitura e escrita emergente são de grande importância.
A indução do adulto através da observação directa, esforçando-se por ser
naturalista na procura de saber como e porquê, e o reforço desta atitude conseguido
pelo registo cada vez detalhado no caderno naturalista, promove competências na
Formanda Margarida Costa
5. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
área do conhecimento do mundo e desenvolve o gosto por desenhar cada vez melhor
porque “desenhar é observar”.
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Fotos 1 e 2 . Caderno naturalista da formanda
O método científico em Educação Pré-Escolar
Esta ação de formação revelou-se de grande importância, proporcionando
a oportunidade de aplicação do método Inquiry Based Science Education (EBSE)
que promove a aprendizagem através da compreensão e não da memória de
factos.
A ficha inquiry based science education será um auxiliar essencial na
planificação de actividades com o grupo de crianças.
Formanda Margarida Costa
6. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
A NOSSA INVESTIGAÇÃO SOBRE…………...
1. O que sabemos sobre o tema O que queremos saber
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2. O que vamos investigar
3. Como vamos fazer
4. O que vamos mudar O que vamos observar O que vamos manter
constante
5. O que pensamos que vai acontecer
Se mudarmos ___________ pensamos que _______________ porque_____________________
6. O que observámos Como vamos organizar as nossas
observações
7. Como explicamos os resultados
8. Como vamos apresentar os resultados do nosso grupo
9. O que aprendemos
Formanda Margarida Costa
7. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Abordagem Exploratória e Investigativa - IBSME
ETAPAS PAPEL DO PROFESSOR
INICIAR, CONTEXTUALIZAR, MOTIVAR
1. O que O que
sabemos sobre queremos O professor deve centrar-se na exploração do que as crianças já sabem, promover o levantamento
este tema saber de questões e problemas a responder, contextualizar e motivar as crianças para o estudo do tema.
Interligação com a fase seguinte: As crianças podem destacar diversos aspectos que gostariam de saber. No entanto, sempre
que possível, o professor deve também conduzir as crianças para questões ou problemas que permitam a realização de
actividades experimentais e, de entre estas, as que são passíveis de envolver controlo de variáveis.
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PLANIFICAR
2. O que vamos investigar O professor deve orientar as crianças a pensar sobre o que fazer para procurar dar resposta às
questões ou problemas: clarificar o que pretendem investigar, os passos a implementar de forma a
testar as suas ideias. Nas actividades que envolvem controlo de variáveis, é essencial orientar as
crianças, de forma a que:
3. Como vamos fazer - Identifiquem a variável a manipular (“O que vamos mudar” – Variável independente);
- Definam o que é relevante observar e registar (“O que vamos observar” – Variável dependente);
- Identifiquem e compreendam porque é importante manter diversos factores
semelhantes/constantes (“O que vamos manter constante” – Variáveis a controlar) enquanto a
O que vamos mudar
4. O que actividade experimental não estiver concluída.
vamos
manter Em suma, o professor deve:
O que vamos observar constante - Envolver as crianças na apresentação de sugestões sobre como testar as ideias.
- Pedir às crianças que sugiram como fazer a investigação, como ter a certeza que se consegue obter
resultados válidos.
- Ajudar as crianças a planear a investigação e a iniciá-la.
5. O que pensamos que vai acontecer As crianças devem fazer as suas previsões (“O que pensamos que vai acontecer”), justificando-as
Se mudarmos _______ pensamos que
com base em conhecimentos e experiências anteriores.
__________ porque__________________
Interligação com a fase seguinte: Levar as crianças a reflectir sobre como vão registar e organizar os dados. Nas situações que
se espera obter grande número de dados, é importante que as crianças pensem também em como organizá-los, para que a sua
posterior interpretação e discussão sejam facilitadas.
IMPLEMENTAR, REGISTAR, ORGANIZAR
O registo das observações e a sua organização, em tabelas ou gráficos, são essenciais. Porém, não são
6 O que observámos tarefas fáceis para as crianças, pelo que o professor terá que as ajudar, orientar.
Na prática, os registos e a sua organização, estão de tal forma relacionadas que o professor terá que
gerir a sua discussão de forma interligada. Por exemplo, no caso de se prever grande número de
Como vamos organizar
V. DEPENDENTE
observações, pode revelar-se muito importante levar as crianças a pensar previamente na construção
as nossas observações das tabelas e/ou gráficos. Se os resultados não envolverem muitos dados, os registos podem ser feitos
através de desenhos destacando, por exemplo, o “início” e o “fim”.
Se a organização dos resultados envolver a construção de gráficos, ter em atenção a relação entre os
V. INDEPENDENTE eixos e as variáveis.
Os desenhos devem ser rigorosos e detalhados. Na elaboração das tabelas deve ficar clara a relação
entre os valores da variável manipulada e os resultados observados.
Interligação com a fase seguinte: Após os registos das observações e a sua organização, há necessidade de os interpretar,
explicar, confrontar previsões com resultados obtidos, identificar observações inesperadas. O papel do professor deve agora
centrar-se em alertar e orientar as crianças para estas tarefas.
INTERPRETAR, COMUNICAR, GENERALIZAR, AVALIAR
- Relembrar a questão inicial, as variáveis em jogo e os resultados obtidos.
7. Como explicamos os resultados
- Interpretar os resultados tendo em consideração os objectivos.
- Certificar que todos compreendem as ideias envolvidas na investigação.
8. Como vamos apresentar os resultados
- Explicar possíveis discrepâncias entre os resultados esperados e os obtidos.
- Identificar, com as crianças, a alteração de ideias iniciais.
do nosso grupo
- Aplicar/transferir/generalizar os conhecimentos obtidos a novas situações.
9. O que aprendemos - Pedir às crianças que reflictam sobre a investigação que fizeram e como a poderiam melhorar
- Identificar limitações dos resultados.
- Envolver as crianças na avaliação das aprendizagens efectuadas.
A continuidade entre as fases, a explicitação do fio condutor que une todo o processo, o voltar atrás quando necessário, a coerência entre o início/o meio/o
fim, entre as partes e o todo, são aspectos que o professor tem que ter sempre presentes. Novas questões poderão surgir e dar início a uma nova etapa.
Formanda Margarida Costa
8. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Reflexão sobre a metodologia empregue na oficina de formação
A acção desenvolveu-se numa forma de oficina de formação onde se
pretendeu delinear ou consolidar procedimentos de acção. Na impossibilidade de
por em prática com alunos as propostas trabalhadas nas sessões teórico-práticas,,
propus-me produzir um material de intervenção (wiki), com recursos concretos e
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identificados, colocados ao dispor do conjunto de participantes como
complemento das suas intervenções educativas. A funcionalidade (utilidade)
deste produto para a alteração das práticas lectivas, bem como a reflexão
conjunta sobre as mesmas que foi promovida ao longo das sessões, foi
comprovada pelo feed-back muito positivo transmitido pelas outras formandas. A
realização desta ação desenvolveu-se, na minha opinião, de forma correcta e
coerente.
Foram definidos inicialmente e de forma clara os objectivos e os critérios de
avaliação a atingir pelos formandos. O ensino dos conteúdos programáticos da
acção de formação foi assegurado por etapas, respeitando uma ligação
permanente com as práticas. A troca de saberes e de experiências entre
formadora e formandas e entre as formandas entre si nas sessões presenciais
permitiu a maximização da eficácia desta oficina de formação.
Foi criado um espaço que promoveu a ligação entre as competências
adquiridas e a implementação criativa da sua utilização em contextos educativos.
Assim, a alternância entre aspectos técnicos/teóricos e aplicações práticas
permitiu criar dinâmicas adequadas em cada sessão presencial.
Salientou-se nesta oficina a importância do acompanhamento do processo e
dos resultados do trabalho prático de cada formanda. A implementação de
trabalho autónomo no contexto desta oficina surgiu como uma dimensão natural
de aplicação e de experimentação dos saberes adquiridos, consolidando
competências e promovendo a reflexão através da partilha.
Formanda Margarida Costa
9. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Reflexão crítica sobre o processo e o produto da ação: Trabalho realizado –
Portefólio digital
Ao longo das sessões foram abordadas diversas temáticas que se revelaram
de grande interesse e que despoletaram em mim a curiosidade de saber mais e de
documentar o melhor possível as questões tratadas. Daí surgiu a minha proposta
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junto da formadora de elaboração do wiki “À beira mar”, enquanto portefólio
digital, como forma de congregar a informação recebida, conservá-la no tempo
numa ferramenta que simultaneamente permita uma fácil actualização. Tratando-
se de um produto Web 2.0 permitirá, num futuro, a possibilidade de o estender a
uma metodologia de trabalho colaborativo, envolvendo outros docentes, num
projecto comum.
A realização dos trabalhos práticos partiu do apoio promovido pela
formadora e que através de esclarecimentos solicitados foi sempre possível
compreender os principais conteúdos desta temática. Apesar de não estar no
trabalho directo com crianças, esta oficina permitiu-me entrar em contacto e
partilhar com os colegas da ação novos conhecimentos.
Compreensão dos temas
Apesar de serem questões teóricas com alguma complexidade, consegui
apreender os principais conteúdos e, principalmente, ganhei uma nova forma
de olhar o mundo… como se fosse a primeira vez…
Aprendizagens e sua aplicação prática
Apesar de não poder por em prática como as outras formandas as
estratégias/actividades desenvolvidas na oficina de formação, considero que esta acção
revelou-se muito produtiva, pois permitiu perceber os trâmites a seguir que se
consideram mais adequados para realizar um trabalho utilizando o método científico, ou
mesmo.
Formanda Margarida Costa
10. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Envolvimento da formadora
De uma forma global, considero que a formadora esteve sempre presente a
esclarecer as nossas dúvidas, incentivando ao diálogo de forma que a aprendizagem não
fosse apenas direccionada formadora-formandas, mas também através da partilha de
conhecimentos e ideias entre formandas. Essas situações aconteceram nos momentos
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em que o formador solicitava a partilha de práticas ao longo das sessões de formação.
Documentação fornecida pela formadora
Os documentos fornecida pela formadora permitiram ampliar os
conhecimentos a nível de várias áreas de conhecimento. Para além disso forneceu
propostas de guiões de tarefas / observações, os passos a seguir no desenvolvimento do
trabalho com as crianças, acessíveis em "Materiais" na wiki. Para além desses materiais
a formadora disponibilizou ainda outros materiais que estão agora disponíveis na wiki.
Contributos para a melhoria da minha prática lectiva
Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que a frequência desta ação terá
repercussões na minha prática letiva futura, pois despoletou em mim uma forma nova
de compreender e realizar as coisas na área das ciências, no jardim de infância. Sendo
assim esta acção revelou-se benéfica e útil para o desenvolvimento de novos projectos.
Correspondência da ação às expectativas
Apesar de ter sentido algumas dificuldades iniciais, por esta acção estar bastante
orientada para o trabalho prático, considero o balanço final da acção bastante positivo,
tendo superado as minhas expectativas.
Endereço web do trabalho realizado
http://abeiramar.wikispaces.com/
Formanda Margarida Costa
11. Reflexão crítica sobre a oficina de formação “À descoberta da Beira Mar”
Bibliografia
Toda a disponibilizada pela formadora
Veloso, R.M. & Riscado, L. (2002) Literatura Infantil Brinquedo e Segredo. In
Malasartes – Cadernos de Literatura para a Infância e Juventude, 10, 26-29.
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Formanda Margarida Costa