Este soneto de Camões lamenta a morte prematura de sua amada Dinamene. Ele pede que sua alma gentil o lembre do amor ardente que compartilharam na Terra e rogue a Deus para que Camões também possa se reunir com ela no Céu um dia. Apesar da dor da perda, Camões encontra consolo sabendo que a alma de Dinamene agora desfruta da eternidade celestial.
2. Soneto
Alma minha gentil, que te partiste E se vires que pode merecer-te
Tão cedo desta vida, descontente, Alguma cousa a dor que me ficou
Repousa lá no Céu eternamente, Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Se lá no assento etéreo, onde subiste, Que tão cedo de cd me leve a ver-te,
Memória desta sida se consente, Quão cedo de meus olhos te levou
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
3. 1desonestidade ,
deslealdade
Referências históricas
• Este soneto, está associado à morte de Dinamene uma
chinesa com quem Camões viveu em Macau , este é
um dos mais conhecidos.
Segundo o estudo histórico camões foi acusado de 1
delitos administrativos quando estava na china e
camões e Dinamene foram levados para a Índia onde
decorreu o julgamento do poeta. Na viagem para a
índia (por volta de 1560) o navio naufragou na costa do
Camboja, junto à foz do rio Mekong.
• Camões consegui salvar-se e salvar Os Lusíadas, que
trazia quase concluído, mas teria perdido Dinamene, a
sua "alma gentil“.
5. • Camoes no soneto faz um apelo aos sentidos
isto é tenta encontrar Dinamene no Céu, em
Deus. A morte implica uma espécie de
purificação, Dinamene´partiu para esse
"mundo das idéias e formas eternas".
• O poeta sugere a possibilidade de que a
amada se lembre dele, "lá do assento etéreo".
6. • No soneto estão presentes a Emoção e a
razão, tem também uma escrita comovente.
Observe que, curiosamente, em "Alma
minha..." o ouvido de Camões foi indiferente a
uma cacofonia ("maminha"), que hoje seria de
todo modo evitada.
7. • No soneto está também presente a serenidade e o
sofrimento.
• Além do amor como tema, Camões faz também
referencia que tudo muda, nada é eterno. O ser
humano mesmo que queira atingir o ideal e/ou a
perfeição, depara-se sempre com a restrição imposta
pela própria condição humana.
O sujeito poético chega à conclusão de que não existe
o absoluto ou o eterno, dizendo que lhe resta divagar
sobre o real e o ideal, a morte e a vida, o pessoal e o
universal.
8. Conclusão
• O sujeito poético chega à conclusão de que
não existe o absoluto ou o eterno, dizendo
que lhe resta divagar sobre o real e o ideal, a
morte e a vida, o pessoal e o universal.
9. Curiosidades
• Em "Alma minha..." Camões foi indiferente a
uma cacofonia ("maminha"), que hoje seria
evitada.